SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
DISTRIBUIÇÃO DA SALINIDADE DAS ÁGUAS DO AQUIFERO
FRATURADO NA PARAÍBA
Rayza Lívia Ribeiro Andrade1
; Lucas Aguiar de Medeiros2
; Lucas Emanuel Batista
Oliveira3
; Paula Stein4
;Deyse Karoline Rodrigues dos Santos5
; Otaciana Pereira Leite
Neta6
; José Lima Silva Júnior7
; José Lion Oliveira Julião8
;Erbertt Barros Bezerra9
1, 2,3,4,5,6,7,8,9
UAMG/UFCG
O estado da Paraíba é constituído por cerca de 80% de rochas ígneas e
metamórficas, e esse mesmo setor está sob o domínio do clima semiárido. A
predominância dessas formações geológicas caracterizam as reservas de água
subterrânea em aquíferos fraturados, onde o armazenamento de água ocorre
nas fraturas das rochas. Esse aspecto geológico aliado ao clima da região
propicia, em geral, poços com baixas vazões e águas com qualidade variável.
O presente trabalho objetiva analisar os aspectos que relacionam a área de
ocorrência de rochas cristalinas (ígneas e/ou metamórficas) no Estado com a
qualidade da água subterrânea, sob o aspecto da sua salinidade, e a
ocorrência de chuvas nesse domínio. A salinidade foi avaliada através do
parâmetro sólidos totais dissolvidos (STD), que é função da concentração total
de cátions (Na+, K+, Ca2+,Mg2+) e ânions (NO3-, Cl-, SO42-, HCO3-) presentes na
água. Foi feita uma análise comparativa entre os mapas de isoteores de sólidos
totais dissolvidos e precipitação da área de estudo, e análise estatística
descritiva. Os valores de STD foram obtidos do banco de dados do Sistema de
Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS) e os índices de precipitação
média anual (1999-2015) foram fornecidos pela Agência Executiva de Gestão
das Águas do Estado da Paraíba (AESA). Para o estudo, foi considerada a
divisão do estado em suas 4 mesorregiões: Sertão, Agreste, Borborema e
Mata.Constatou-se que 40,15% das águas subterrâneas avaliadas possuem
STD inferior a 1000 mg/L (águas Doces), 33,12% de 1000,01 à 3000 mg/L
(águas Ligeiramente salobras), 25,58% de 3000,01 à 10000 mg/L (águas
Moderadamente salobras) e 1,16% superior a 10000 mg/L (águas Salgadas).
Observa-se uma forte correlação entre a salinidade das águas e chuvas,
sobretudo nas mesorregiões Sertão e Borborema. A primeira marcada por
predominância de águas doces e chuvas superiores a 900 mm/ano, e a
segunda caracterizada por déficit hídrico com precipitação variando entre 332 e
700 mm/ano, e água graduando de ligeiramente salobras a moderadamente
salobras. As mesorregiões apresentaram, respectivamente, as seguintes
médias de STD, índice pluviométrico e percentual de águas doces e, portanto
potáveis em termos de STD, conforme a portaria nº 2914/11 do MS: Mata
639,4 mg/L, 889,5 mm e 81,6%; Agreste 4007,7 mg/L, 732,0 mm e 35,7%;
Borborema 2658,8 mg/L, 510,1 mm e 24,3%; Sertão 823,9 mg/L, 754,9 mm e
80,9%. Destacam-se as mesorregiões do Agreste e Borborema, com maiores
índices de STD e menores índices pluviométricos. A análise comparativa entre
os mapas mostrou um resultado satisfatório, pois é possível visualizar que os
teores de STD são maiores nas regiões onde o índice pluviométrico é menor,
aliada aos resultados da estatística, podemos dimensionar o quão estão
relacionados. Com base na análise comparativa entre os mapas e os
resultados da análise estatística, concluiu-se que as chuvas influenciam nos
teores de sólidos totais dissolvidos das águas subterrâneas do local de estudo.
Posteriormente, no âmbito do presente projeto de pesquisa, serão avaliadas
essas variáveis com análises físico-químicas que também podem influenciar
nos teores de STD, para um melhor detalhamento dos aspectos da salinização
na área de estudo.
PALAVRAS CHAVE: SALINIDADE, PARAÍBA, CRISTALINA.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Água doce e desperdício textos 02
Água doce e desperdício textos 02Água doce e desperdício textos 02
Água doce e desperdício textos 02Eustáquio Libório
 
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCOTRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCOConceição Fontolan
 
Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco   Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco Laisa Cabral Caetano
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAIBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAIConceição Fontolan
 
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...lucia6655
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONASBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONASConceição Fontolan
 
Bacia do rio são francisco
Bacia do rio são franciscoBacia do rio são francisco
Bacia do rio são franciscoMarkelly Marques
 
Bacia do são francisco
Bacia do são francisco Bacia do são francisco
Bacia do são francisco Edmar Souza
 
Rio são francisco obras de transposição
Rio são francisco obras de transposiçãoRio são francisco obras de transposição
Rio são francisco obras de transposiçãoFelipe Dias Guimarães
 
Saramugo (Anaecypris Hispanica)
Saramugo (Anaecypris Hispanica)Saramugo (Anaecypris Hispanica)
Saramugo (Anaecypris Hispanica)Leonor Paiva
 
2011 f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre
2011  f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre2011  f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre
2011 f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-librePatrícia Giongo
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAIBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAIConceição Fontolan
 

Mais procurados (20)

Água doce e desperdício textos 02
Água doce e desperdício textos 02Água doce e desperdício textos 02
Água doce e desperdício textos 02
 
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCOTRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
 
Relatório
RelatórioRelatório
Relatório
 
Rio são francisco
Rio são franciscoRio são francisco
Rio são francisco
 
AmazôNia
AmazôNiaAmazôNia
AmazôNia
 
AmazôNia
AmazôNiaAmazôNia
AmazôNia
 
AmazôNia Ii
AmazôNia IiAmazôNia Ii
AmazôNia Ii
 
Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco   Transposição do Rio São Francisco
Transposição do Rio São Francisco
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAIBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAGUAI
 
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...
Hidrografia do Brasil , Bacia Hidrografica do Brasil, Rios e Nascentes, Geogr...
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONASBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS
 
Bacia do rio são francisco
Bacia do rio são franciscoBacia do rio são francisco
Bacia do rio são francisco
 
RIOS VOADORES
RIOS VOADORESRIOS VOADORES
RIOS VOADORES
 
Bacia do são francisco
Bacia do são francisco Bacia do são francisco
Bacia do são francisco
 
Rio são francisco obras de transposição
Rio são francisco obras de transposiçãoRio são francisco obras de transposição
Rio são francisco obras de transposição
 
Saramugo (Anaecypris Hispanica)
Saramugo (Anaecypris Hispanica)Saramugo (Anaecypris Hispanica)
Saramugo (Anaecypris Hispanica)
 
Transposição
TransposiçãoTransposição
Transposição
 
AQUÍFEROS : GUARANI E SAGA
AQUÍFEROS : GUARANI E SAGAAQUÍFEROS : GUARANI E SAGA
AQUÍFEROS : GUARANI E SAGA
 
2011 f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre
2011  f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre2011  f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre
2011 f_vieira___ss_baumgratz__os_peixes_e_a_pesca_no_rio_piracicaba-libre
 
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAIBACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAI
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUGUAI
 

Semelhante a Distribuição salinidade águas Paraíba

Domínios morfoclimático - Araucária
Domínios morfoclimático - AraucáriaDomínios morfoclimático - Araucária
Domínios morfoclimático - AraucáriaVera Santos
 
Ambiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doceAmbiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doceGabriela Bruno
 
3 agua no mundo, br e sc
3 agua no mundo, br e sc3 agua no mundo, br e sc
3 agua no mundo, br e scguest5b12783
 
2.9 carac hidrogeologica
2.9   carac hidrogeologica2.9   carac hidrogeologica
2.9 carac hidrogeologicaAdriana Dantas
 
Ecologia de lagos
Ecologia de lagosEcologia de lagos
Ecologia de lagosLimnos Ufsc
 
Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-eunamahcado
 
Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-Euna Machado
 
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012Marcus Cabral
 
Região Hidrográfica do Paraguai
 Região Hidrográfica do Paraguai  Região Hidrográfica do Paraguai
Região Hidrográfica do Paraguai Luiz Carlos
 
Bacia Nordeste Ocidental
Bacia Nordeste OcidentalBacia Nordeste Ocidental
Bacia Nordeste OcidentalNaira Delazari
 
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...Gabriella Ribeiro
 
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...ambev
 
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIAS
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIASBioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIAS
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIASJandresson Soares de Araújo
 
Aquífero guarani finalizado
Aquífero guarani   finalizadoAquífero guarani   finalizado
Aquífero guarani finalizadoVanlisaPinheiro
 
Aquífero guarani finalizado
Aquífero guarani   finalizadoAquífero guarani   finalizado
Aquífero guarani finalizadoVanlisaPinheiro
 

Semelhante a Distribuição salinidade águas Paraíba (20)

Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
Ciência Equatorial - ISSN 2179-9563 - V1N1 2011
 
Caderno 63 73
Caderno 63 73Caderno 63 73
Caderno 63 73
 
Domínios morfoclimático - Araucária
Domínios morfoclimático - AraucáriaDomínios morfoclimático - Araucária
Domínios morfoclimático - Araucária
 
Ambiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doceAmbiente aquático de água doce
Ambiente aquático de água doce
 
3 agua no mundo, br e sc
3 agua no mundo, br e sc3 agua no mundo, br e sc
3 agua no mundo, br e sc
 
2.9 carac hidrogeologica
2.9   carac hidrogeologica2.9   carac hidrogeologica
2.9 carac hidrogeologica
 
Ecologia de lagos
Ecologia de lagosEcologia de lagos
Ecologia de lagos
 
Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-
 
Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-Biomas brasileiros-
Biomas brasileiros-
 
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática   2012
A importância da hidrografia sobre a biogeografia aquática 2012
 
Região Hidrográfica do Paraguai
 Região Hidrográfica do Paraguai  Região Hidrográfica do Paraguai
Região Hidrográfica do Paraguai
 
Caatinga
CaatingaCaatinga
Caatinga
 
Bacia Nordeste Ocidental
Bacia Nordeste OcidentalBacia Nordeste Ocidental
Bacia Nordeste Ocidental
 
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...
CARACTERIZAÇÃO HIDROQUÍMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA BACIA SEDIMENTAR DO ARA...
 
Aula 3
Aula 3Aula 3
Aula 3
 
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...
Nascentes do Brasil – Proteção e recuperação de nascentes e áreas de recarga ...
 
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIAS
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIASBioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIAS
Bioma Pantanal - AO USAR COMO FONTE POR FAVOR CITAR NAS REFERÊNCIAS
 
Aquífero guarani finalizado
Aquífero guarani   finalizadoAquífero guarani   finalizado
Aquífero guarani finalizado
 
Aquífero guarani finalizado
Aquífero guarani   finalizadoAquífero guarani   finalizado
Aquífero guarani finalizado
 
Qualidade dos solos de Casa Nova (BA)
Qualidade dos solos de Casa Nova (BA)Qualidade dos solos de Casa Nova (BA)
Qualidade dos solos de Casa Nova (BA)
 

Distribuição salinidade águas Paraíba

  • 1. DISTRIBUIÇÃO DA SALINIDADE DAS ÁGUAS DO AQUIFERO FRATURADO NA PARAÍBA Rayza Lívia Ribeiro Andrade1 ; Lucas Aguiar de Medeiros2 ; Lucas Emanuel Batista Oliveira3 ; Paula Stein4 ;Deyse Karoline Rodrigues dos Santos5 ; Otaciana Pereira Leite Neta6 ; José Lima Silva Júnior7 ; José Lion Oliveira Julião8 ;Erbertt Barros Bezerra9 1, 2,3,4,5,6,7,8,9 UAMG/UFCG O estado da Paraíba é constituído por cerca de 80% de rochas ígneas e metamórficas, e esse mesmo setor está sob o domínio do clima semiárido. A predominância dessas formações geológicas caracterizam as reservas de água subterrânea em aquíferos fraturados, onde o armazenamento de água ocorre nas fraturas das rochas. Esse aspecto geológico aliado ao clima da região propicia, em geral, poços com baixas vazões e águas com qualidade variável. O presente trabalho objetiva analisar os aspectos que relacionam a área de ocorrência de rochas cristalinas (ígneas e/ou metamórficas) no Estado com a qualidade da água subterrânea, sob o aspecto da sua salinidade, e a ocorrência de chuvas nesse domínio. A salinidade foi avaliada através do parâmetro sólidos totais dissolvidos (STD), que é função da concentração total de cátions (Na+, K+, Ca2+,Mg2+) e ânions (NO3-, Cl-, SO42-, HCO3-) presentes na água. Foi feita uma análise comparativa entre os mapas de isoteores de sólidos totais dissolvidos e precipitação da área de estudo, e análise estatística descritiva. Os valores de STD foram obtidos do banco de dados do Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS) e os índices de precipitação média anual (1999-2015) foram fornecidos pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). Para o estudo, foi considerada a divisão do estado em suas 4 mesorregiões: Sertão, Agreste, Borborema e Mata.Constatou-se que 40,15% das águas subterrâneas avaliadas possuem STD inferior a 1000 mg/L (águas Doces), 33,12% de 1000,01 à 3000 mg/L (águas Ligeiramente salobras), 25,58% de 3000,01 à 10000 mg/L (águas Moderadamente salobras) e 1,16% superior a 10000 mg/L (águas Salgadas). Observa-se uma forte correlação entre a salinidade das águas e chuvas, sobretudo nas mesorregiões Sertão e Borborema. A primeira marcada por predominância de águas doces e chuvas superiores a 900 mm/ano, e a segunda caracterizada por déficit hídrico com precipitação variando entre 332 e 700 mm/ano, e água graduando de ligeiramente salobras a moderadamente salobras. As mesorregiões apresentaram, respectivamente, as seguintes médias de STD, índice pluviométrico e percentual de águas doces e, portanto potáveis em termos de STD, conforme a portaria nº 2914/11 do MS: Mata 639,4 mg/L, 889,5 mm e 81,6%; Agreste 4007,7 mg/L, 732,0 mm e 35,7%; Borborema 2658,8 mg/L, 510,1 mm e 24,3%; Sertão 823,9 mg/L, 754,9 mm e 80,9%. Destacam-se as mesorregiões do Agreste e Borborema, com maiores
  • 2. índices de STD e menores índices pluviométricos. A análise comparativa entre os mapas mostrou um resultado satisfatório, pois é possível visualizar que os teores de STD são maiores nas regiões onde o índice pluviométrico é menor, aliada aos resultados da estatística, podemos dimensionar o quão estão relacionados. Com base na análise comparativa entre os mapas e os resultados da análise estatística, concluiu-se que as chuvas influenciam nos teores de sólidos totais dissolvidos das águas subterrâneas do local de estudo. Posteriormente, no âmbito do presente projeto de pesquisa, serão avaliadas essas variáveis com análises físico-químicas que também podem influenciar nos teores de STD, para um melhor detalhamento dos aspectos da salinização na área de estudo. PALAVRAS CHAVE: SALINIDADE, PARAÍBA, CRISTALINA.