1) O discurso encoraja os graduandos a não descansarem nos louros conquistados e continuarem melhorando a sociedade.
2) Critica a inversão atual de valores que valoriza heróis artificiais em vez dos heróis do cotidiano.
3) Defende que a esperança de progresso está nos jovens graduandos que devem seguir princípios de justiça, amor e fé em Deus.
Discurso de paraninfo da turma 3º ano do Colégio Boa Viagem- 2010 prof. João Marcelo
1. Estimados alunos, senhoras e senhores.
A originalidade deste momento não está em ninguém em particular,
porque estará no conjunto, em todos nós, concluintes, seus familiares,
diretores, supervisores, professores. Nisto sim, existe uma situação ímpar,
sem precedentes e sem possibilidades de repetição futura.
Na verdade, em ocasiões como esta, outros enfoques poderiam ser
dados, no entanto, permitam-me dizer-lhes que não descansem nos
louros conquistados. Foi vencida uma etapa. Outras virão em que os
desafios serão maiores, vencendo aqueles que souberem extrair dessa
etapa, a base necessária para superar as dificuldades. Vocês todos têm
um papel importante na sociedade, não importa as posições que
ocuparem futuramente: médicos, engenheiros, advogados, professores,
técnicos, administradores, empresários ou políticos. Essa participação
deverá ser exercida agora, como estudantes renovando os institutos
universitários, ocupando e conquistando os espaços destinados à
juventude.
Não basta, como fazemos com excessiva freqüência, combater,
criticar os desacertos dos desempenhos alheios, muitas vezes as críticas
não passam de escudo protetor, à guisa de auto-defesa para os
constantes desvios no procedimento do próprio crítico.
Antes de espalhar a crítica imoderadamente e com “animus” de
criticar por criticar dever-se-á analisar os seguintes aspectos: Qual a
contribuição que eu posso dar para melhorar o fato do qual tanto
critico? Quais os problemas que a pessoa ou fato do qual critico, está
atravessando e me é desconhecido?
São questionamentos que o homem isento do vírus da critica
destrutiva, deverá fazer, lembrando o ensinamento cristão de que
saibamos identificar a trave existente em nosso olho antes de apontar o
argueiro do nosso semelhante.
Para quem diga, que vivemos num mundo cruel, sem esperanças, será
forçado a admitir que todos e cada um, sem exceção, aparecem como
responsáveis por esse melancólico estado atual, seja por ações negativas
ou principalmente, pela negativa e cômoda omissão.
Nós bem que merecemos um mundo melhor e, ao mesmo tempo,
somente nós e todos nós somos os responsáveis diretos ou indiretos pelos
2. atrasos e desequilíbrios. Mas, não é difícil observar, ao longo da grande
estrada evolutiva da humanidade, que os verdadeiros grandes vultos,
mesmo aqueles que se notabilizaram depois de maduros, ganharam
fama pela solidez com que souberam manter as conquistas evolutivas
pelas quais lutaram na juventude.
Atualmente há uma grande inversão de valores, que ao mundo
aparece como verdade absoluta. Os modernos “heróis” são criados e
estimulados ao sabor das conveniências econômicas. Os heróis do
cotidiano são esquecidos e se misturam a grande massa humana.
Mas, onde encontrar a receita para se enfrentar e vencer esse
panorama traçado?
Não temos a pretensão e longe de nós tal pensamento de impor a vocês
uma “receita de viver”, haja vista que, os filósofos, estudiosos, cientistas e
religiosos, encheram compêndios e mais compêndios sem chegarem a um
lugar comum. Contudo vamos dizer uma pequena mensagem sobre que
acreditamos a respeito da pessoa humana.
O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e
caridade, na sua maior pureza. Deposita fé em Deus, na sua bondade, na
sua justiça e na sua sabedoria. Sabe que sem a sua permissão nada
acontece e se lhe submete à vontade em todos as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens morais acima dos bens
materiais.
Em resumo, a esperança de um progresso em termos humanos está em
vocês, meus caros concluintes.
E, se hoje o momento é de comemorações, principalmente para vocês,
é também de profundo agradecimento pelo que vocês nos ensinaram: a
força da mocidade, as expectativas juvenis altamente positivas e além da
certeza que sobrevivemos através das novas gerações.
Somos credores de vocês, por tudo que foi dito e, principalmente pela
feliz oportunidade do convívio salutar que tivemos.
Pedimos as bênçãos dos Céus para todos vocês, e se lembrem que todo
aprendizado pode ser aplicável em nossas vidas.
A matemática, por exemplo, além de nos fornecer facilidade no
trato com os cálculos, encontra-se presente em nossa intimidade. Era por
isso que, na antiguidade, os grandes filósofos eram, igualmente,
matemáticos, como Tales de Mileto e Pitágoras.
3. Todos vocês, por exemplo, lembram-se do famoso Teorema de
Tales da geometria. Muitos, porém, ignoram que, segundo diversos
historiadores, certamente, era ele um dos sete sábios antigos, os quais
recomendavam, no pórtico do templo de Delfos – conhece-te a ti
mesmo. Pitágoras, por sua vez, constituiu uma notável sociedade de
fraternidade à seu tempo.
Unamos, pois, a matemática à filosofia e utilizemos estas duas
forças do universo em favor de nossas vidas.
Subtraiamos os erros da nossa caminhada, assim somaremos mais
anos de paz à nossa existência.
Somemos disposição para a renovação, e, desse modo,
diminuiremos as inquietações.
Dividamos o amor, e, consequentemente, multiplicaremos os
amigos e a harmonia interior.
Construam, portanto, a equação da sua felicidade.
Finalizo com um sincero abraço aos meus ex-alunos, mas meus
constantes professores na arte de viver.
Obrigado. Muito Obrigado