Desigualdades e limites deveriam estar no centro da Rio+20

Ana Mayara Andriola Medeiros
Clara Yasmim de Souza Lucena
Vinicius Novo da Silva
Desigualdades e limites deveriam
estar no centro da Rio+20
Ricardo Abramovay

MELHOR para você
E M P R E S A D E O R G Â N I C O S
Zero-draft
» Desigualdades e Limites;
» Pontos de destaque:
• Fim da fome;
• Erradicação da pobreza;
• Participação ativa de stakeholders na governança das transformações
tecnológicas;
• Promoção da visão holística e integrada do planejamento das cidades;

MELHOR para você
Zero-draft
» “O crescimento econômico resulte em maior sucesso na luta contra a
pobreza, e a pressão sobre os ecossistemas seja enfrentada por meio
da ecoeficiência.”
» “ A governança para a qual a Rio+20 deveria apontar não é a de uma
economia cujo crescimento incessante (ainda que com base no uso
decrescente de materiais e energia) redimiria os que se encontram em
situação de pobreza.”
» “O século XXI exige governança da inovação tecnológica, sem dúvida:
mas ele exige, sobretudo, governança dos limites no uso de
materiais, de energia e nas emissões de gases de efeito estufa.”

MELHOR para você
Emissãodegasesdoefeitoestufa
Christensen e Olhoff (2019)
Em 1992, emitiam-se cerca
de 600 gramas de gases de
efeito estufa para produzir
o equivalente a um dólar
do PIB global. Vinte anos
depois, as emissões para
essa mesma unidade de
dólar caem nada menos
que 23% (Unep, 2011a,
p.22).
Crescimento de 1.6 % ano
entre 2008 e 2017

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Pobreza
World Bank (2018) FAO (2019)
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura

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Subnutrição
FAO (2019)

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DIMINUIÇÃO
DA POBREZA
CRESCIMENTO
ECONÔMICO
LIMITES DESIGUALDADES
ECOEFICIÊNCIA

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FronteirasEcossistêmicas
» Mudanças climáticas;
» Camada de ozônio;
» Uso do solo;
» Uso de água doce;
» Diversidade biológica;
» Acidificação dos oceanos;
» Ciclo do nitrogênio e do fósforo;
» Materiais particulados (aerossóis);
» Poluição química.

MELHOR para você
Avanços extraordinários no uso de materiais e energia...
Reprodução das Sociedades
Metabolismo social
Metabolismo industrial
Desequilíbrio Metabólico
O metabolismo não é estritamente bioquímico, envolve o fluxo de materiais e energia
dos quais as sociedades humanas dependem.
Natureza, alcance e significado das desigualdades

MELHOR para você
» O documento do Painel de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (United Nations Secretary-
General’s High-level Panel on Global Sustainability, 2012) diz que se trata de compreender e agir sobre as
interconexões entre sociedade, economia e ambiente natural.
» A base decisiva para compreender a vida social é a maneira como cada agrupamento humano usa os
recursos materiais, energéticos e bióticos necessários à sua reprodução.
Robert Ayres (físico e economista norte-americano)
Ilusão de que inovações tecnológicas poderiam
tornar-se independentes das energias de origem
fóssil durante o século XXI.

MELHOR para você
» O objetivo do zero-draft, por exemplo,
de dobrar a participação dos renováveis
na matriz energética mundial pode
parecer ambicioso.
0,2%
0,1%
0,1%
2.3%
Matriz Elétrica Mundial
eólica
solar
geotérmica
hidrelétricas

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MELHOR para você
» Economia Verde É necessário melhorar a qualidade do uso de energia
» O sistema econômico desperdiça nada menos que 80% da energia primária extraída da
Terra (Ayres & Ayres, 2011).
» É importante constatar a impressionante ineficiência das grandes centrais de energia
elétrica movidas a carvão e que, nos últimos quarenta anos, mantêm um padrão tecnológico
quase inalterado.
» De cada sete unidades de trabalho potencial com base em usinas elétricas a carvão, apenas
uma unidade se transforma em algo útil para a sociedade (Ayres & Ayres, 2011).

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» Economia Verde Simbiose no uso de materiais e energia entre diferentes indústrias, como no
parque eco industrial Kalundborg, Dinamarca

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» Marina Fischer Kowalski coordenou o estudo lançado em meados de 2011 pela Unep
(2011c) sobre o desligamento entre a oferta de bens e serviços e a base material,
energética e biótica.
O ritmo de crescimento da riqueza mundial
ultrapassa claramente a velocidade no
aumento do uso dos recursos materiais,
energéticos e bióticos em que ela se apoia.
C
O
N
C
L
U
I

MELHOR para você
Gráfico: Taxas metabólicas globais 1900–2005 e renda

MELHOR para você
Gráfico: Produto interno bruto e consumo de material doméstico nos países da OCDE, 1980-2000

MELHOR para você
Gráfico: Crescimento global da produção de cereais e consumo de fertilizantes

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z
Ricardo Abramovay
Abramovay é professor titular do Departamento
de Economia da FEA, do Instituto de Relações
Internacionais da USP, pesquisador do CNPq e
da Fapesp. Assessor da Fondación Avina e autor
de a transição para uma nova economia (Ed.
Planeta Sustentável), a ser lançado em junho na
Rio+20.

MELHOR para você
...masummetabolismodoente
peloexcessoepelasdesigualdades
22
A inovação tecnológica é
fundamental e tem contribuído, de
fato, para o desligamento relativo
entre a riqueza e o uso de
materiais. Mas esse descasamento
é apenas relativo: em termos
absolutos a pressão sobre os
ecossistemas é cada vez maior.
A humanidade utiliza
atualmente mais 60%
do que aquilo que
pode ser renovado – o
equivalente aos
recursos de 1,6
planetas.

MELHOR para você
24
As taxas crescentes de mudança na atividade humana desde o início da Revolução Industrial. Marcos dos anos 1950 uma explosão de
crescimento. Após este tempo, as atividades humanas (painéis à esquerda) começam a interferir significativamente com a sistema de
suporte de vida (painéis à direita

O especialista lembrou a situação mundial atual de
exaustão física de recursos. Ele acredita que o sistema
produtivo deve se voltar para uma vida “decente”. “As
empresas devem se perguntar a respeito do real valor
daquilo que criam, que não está somente nas contas da
economia. Por exemplo, a indústria automobilística tem
responsabilidade sobre o trânsito de São Paulo e sobre a
qualidade do ar que a gente respira”, explicou Abramovay.
“A urgência de se limitar o poder sobre os recursos por parte
dos que se encontram no topo da pirâmide social”
Pelo Acordo de Paris, o
mundo deve manter a
elevação das temperaturas
em até 2 graus. Para isso, é
preciso diminuir 80% das
emissões até 2050.
Nenhuma grande economia,
atualmente, cumpre com os
compromissos estabelecidos
em Paris.

Atualmente o sistema econômico mundial extrai 60 bilhões de toneladas da superfície terrestre,
apenas levando em conta os quatro materiais citados, biomassa, combustíveis fósseis, minérios
industriais e materiais de construção. Isso corresponde a nove toneladas por pessoa e por ano. O
problema é que um indiano que nascer hoje consumirá quatro toneladas ao longo de sua vida. Um
canadense ou um norte-americano chegará a 25 toneladas, quase seis vezes mais. As emissões
de um habitante de Bangladesh em 2000 eram de 0,27 toneladas. Um norte-americano, nesse
mesmo ano, emitia, em média, 20,01 toneladas , 74 vezes mais.

O Department of Economic and Social
Affairs das Nações Unidas preconiza que a
transição energética para o
desenvolvimento sustentável aconteça no
decorrer das próximas quatro décadas,
intensificando, claro, a inovação
tecnológica e a ampliação das fontes
renováveis na matriz global, nas sem
perder de vista os limites.
É FUNDAMENTAL
UNIVERSALIZAR O ACESSO A
ENERGIA ELÉTRICA E A
FONTES LIMPAS DE ENERGIA.

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Conclusões
» “Ela é concebida para um mundo cujo desafio seria produzir cada vez mais, com
métodos cada vez melhores.”
» “Nesse sentido, é importante a implantação de uma governança global que
transforme a ciência, o conhecimento e a informação em bens comuns da espécie
humana voltados à resolução do mais grave desafio por ela já enfrentado que é a
compatibilização entre o tamanho do sistema econômico e os limites dos
ecossistemas.”
» “A governança necessária – e para a qual infelizmente o zero-draft não aponta
– consiste em se organizar para que os limites dos ecossistemas e a redução
das desigualdades estejam no coração das decisões econômicas públicas e
privadas.”

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Referências
» ABRAMOVAY, R. Desigualdades e limites deveriam estar no centro da Rio+20. Estudos Avançados, v. 26, n.
74, p. 21-34, 1 jan. 2012
» FAO (2019), The State of Food Security and Nutrition in the World 2019: Safeguarding Against Economic
Slowdowns and Downturns, UN, NewYork, https://doi.org/10.18356/63e608ce-en..
» Christensen, J. and Olhoff, A. (2019). Lessons from a decade of emissions gap assessments. United Nations
Environment Programme, Nairobi. https://www.unenvironment.org/resources/emissions-gap-report-10-
year-summary

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