Um passarinho vivia em uma gaiola onde era seguro, mas monótono. Quando a porta da gaiola foi deixada aberta, ele experimentou a liberdade, mas encontrou que ela também trazia perigos. No final, ele preferiu voltar para a segurança familiar de sua gaiola.
Terapia Celular: Legislação, Evidências e Aplicabilidades
A gaiola da zona de conforto
1. Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho, que tinha uma vida
segura e tranqüila. Era monótona, é verdade, mas a monotonia é o
preço que se paga pela segurança.
Nos limites de uma gaiola, os sonhos aparecem, mas logo morrem, por
não haver espaço para baterem asas. Só fica um grande buraco na
alma, que cada um enche como pode.
Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro,
comer, beber, dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao
seu dono pelo gozo da segurança da gaiola.
Do seu pequeno espaço ele olhava os bem-te-vis, atrás dos bichinhos;
os beija-flores, com seu mágico bater de asas; as rolinhas, arrulhando,
fazendo amor; as pombas, voando como flechas. Ah! Ele queria ser
como os outros pássaros, livres… Ah! Se aquela porta se abrisse…
Pois não é que, para sua surpresa, naquele dia o seu dono a esqueceu
aberta? Agora ele poderia agora realizar todos os seus sonhos. Estava
livre, livre, livre!
Ele saiu e voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo e pensou:
“Puxa! Como é alto! O chão da gaiola fica bem mais perto”. Sentiu um
pouco de tontura. Teve medo de cair, e agachou-se no galho, para ter
mais firmeza. Viu outra árvore mais distante, teve vontade de ir até lá,
mas não estava seguro de que suas asas agüentariam, e agarrou-se ao
galho mais firmemente ainda.
– Hei você! – era uma passarinha – Vamos voar juntos até aquela
pimenteira? Ela está carregadinha de pimentas vermelhas e deliciosas.
É preciso apenas prestar atenção no gato, que anda por lá…
Ele ficou todo arrepiado só de ouvir o nome gato, e disse para a
passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha então procurou
outro companheiro, já que ele decidiu continuar com fome.
2. Chegou o fim da tarde e a noite se aproximava. Onde iria dormir?
Lembrou-se do prego amigo, na parede da cozinha, onde a sua gaiola
ficava dependurada. Teve saudades dele.
Teria de dormir num galho de árvore, sem proteção? Gatos sobem em
árvores? Eles enxergam no escuro? Tinha também que pensar nos
meninos com seus estilingues, no dia seguinte.
Ele nunca imaginara que a liberdade fosse tão complicada. Teve
saudades da gaiola, e voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta.
Em seguida chegou o dono, e percebendo a porta aberta,
imediatamente a fechou e disse: “Passarinho bobo! Passarinho de
verdade gosta mesmo é de voar!”.
Mas o passarinho preferiu voltar para sua “vidinha” tranquila e
segura…
(Adaptado por Marco Fabossi do Textode Rubem Alves)
“De vez em quando é preciso subir num galho perigoso,
porque é lá que estão as frutas” Will Rogers
A Zona de Conforto se parece muito com uma gaiola: calma, segura,
previsível, tranqüila, mas também limitada, chata e monótona. Mas
apesar de serem parecidas, existe uma diferença fundamental entre
elas: a porta de uma gaiola fica fechada, enquanto as portas da Zona de
Conforto permanecem o tempo todo abertas, esperando apenas que as
pessoas decidam deixá-la.
É importante lembrar que não existe evolução sem mudança, e
que mudanças só acontecem fora da gaiola ou da Zona de Conforto,
num lugar chamado Zona de Aprendizagem, onde as coisas
realmente acontecem. Um lugar onde acertamos, erramos,
aprendemos, nos desenvolvemos, enfim, um lugar onde estão as
verdadeiras oportunidades que nos fazem crescer pessoal e
profissionalmente.
Experimente, tente algo novo, dê mais um passo, não permita que o
conforto, a tranqüilidade, e até mesmo o medo o(a) impeçam de
realizar seus sonhos e projetos. Voe! Um Grande Abraço,