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OOBBRRAA DDEE DDAANNIIEELL PPEENNNNAACC
EEMM DDEESSTTAAQQUUEE
Organização: Biblioteca Municipal Miguel Torga – Arganil
Outubro de 2016
OOBBRRAA DDEE DDAANNIIEELL PPEENNNNAACC EEMM DDEESSTTAAQQUUEE
NNOOTTAA BBIIOOGGRRÁÁFFIICCAA::
Daniel Pennac nasceu em Casablanca, em 1944, e é hoje considerado um dos mais importantes e populares
autores da literatura francesa.
Os seus romances sobre a família Malaussène (Au Bonheur des Ogres, La Fée Carabine, La Petite
Marchande de Prose, Monsieur Malaussène e Aux Fruits de la Passion) granjearam-lhe um enorme sucesso
internacional, que conheceu também com Como Um Romance, um ensaio sobre a leitura que se
transformou num livro de culto.
Mágoas da Escola obteve o Prémio Renaudot em 2007, depois de ter estado mais de 50 semanas nos tops
de vendas franceses. Traduzido em 24 países, vendeu, só em França, mais de 800 mil exemplares.
Em 2008, Daniel Pennac obteve, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Metropolis Bleu, anteriormente
atribuído a escritores como Margaret Atwood, Carlos Fuentes, Paul Auster ou Norman Mailer.
Fonte: www.wook.pt
“Excepcional contador de histórias, para leitores de todas as idades, Daniel Pennac é, de facto, dotado de
uma prodigiosa capacidade de efabulação, dessa fascinante magia que transforma a simples leitura de
um romance num acto arrebatador.”
Fonte: Editora terramar
Mais informação sobre o autor e a sua obra:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Pennac
https://www.franceinter.fr/personnes/daniel-pennac
OO PPAARRAAÍÍSSOO DDOOSS PPAAPPÕÕEESS ((11998855))
Neste primeiro romance de Daniel Pennac temos a entrada em cena de Benjamin Malaussène . estamos
em 1985 e Pennac é ainda um desconhecido. Mas entra na Gallimard, logo pelo prestigiado
«departamento» que se chama «Série Noite» (ou seja, a famosíssima colecção policial, de capa preta, da
editora de Sartre, Simone, Camus e tantos outros «monstros sagrados»).
O nosso Benjamin trabalha num desses grandes armazéns tão parisienses no seu particularíssimo
microcosmos. E tem o azar suplementar de servir de «bode expiatório» de certos clientes junto da
gerência. E não vem sozinho: traz consigo a sua espantosa família (sem esquecer Julius, o cão), digna de
retrato não só em palavras mas também em desenhos ou em imagens.
Um «policial»? Talvez, mas muito especial, sem dúvida: rompendo com normas ou fórmulas, mas, na
prática, inclassificável com rigor.
Fonte: contracapa
“a voz feminina cai do altifalante, leve e promissora como um véu de noiva.
- Pede-se a presença do senhor Malaussène no Gabinete de Reclamações.
Uma voz de bruma, tal e qual como se as fotos de Hamilton se pusessem a falar. No entanto, apercebo-me
de um leve sorriso por detrás da neblina de Miss Hamilton. Não tem nada de terno, esse sorriso. Bem, vou
andando. Talvez lá chegue para a semana. Hoje é um 24 de Dezembro, são dezasseis e quinze, o Armazém
está a abarrotar. Uma massa espessa de clientes esmagados por pilhas de prendas obstrui os corredores.
Um glaciar que avança imperceptivelmente, por entre um sombrio nervosismo. Sorrisos crispados, suor
luzidio, injúrias surdas, olhares cheios de ódio, gritos aterrorizados de crianças agarradas por Pais Natal
hidrófilos.”
AA FFAADDAA CCAARRAABBIINNAA
Depois dos seu primeiro romance – o Paraíso dos Papões, aqui temos novamente o nosso Benjamin
Malaussène “bode expiatório” por excelência e de “profissão”. Em termos clássicos de romance policial,
poderíamos até dizer que ele é sempre o culpado – culpado de alguma coisa, culpado de tudo. Detestado
pela maioria dos outros personagens do romance, ele é, porém, profundamente estimado pelos seus
leitores.
Mas, se o Paraíso dos Papões representava uma deambulação pela infância e pela adolescência, A Fada
Carabina constitui um conjunto de variações sobre o envelhecimento, quer das pessoas quer das
instituições. Com a agravante de, neste caso, estranhos assaltantes andarem a roubar simpáticas e
inofensivas velhinhas.
Romance «louco», A Fada Carabina é também uma obra plena de humor e de ternura. E romance policial,
também? É claro que sim: há intriga, há tráfico de drogas e até… há assassínios. Mas é, também, um
romance policial «inclassificável»: não respeita regras nem normas – até há aqui policias-fachos e polícias-
poetas.
Fonte: contracapa
“Um homicídio, portanto, e três testemunhas os Árabes não querem ver uma coisa, não vêem mesmo. É
um estranho hábito entre eles. Deve ter a ver com a sua cultura. Ou com qualquer coisa que tivessem
compreendido bem de mais na nossa. Portanto, não viram nada, os árabes. O mais certo é nem terem
ouvido: «Pan!»
Restam o Puto e o cão. Mas o Puto, aquilo que viu, através dos óculos cor-de-rosa, foi aquela metamorfose
da cabeça loura em flor celeste. E isso deixou-o tão deslumbrado que desatou a correr para casa, para nos
vir contar, a mim, Benjamin Malaussène, aos meus irmão e às minhas irmãs, aos quatro avôs, à minha mãe
e ao meu velho amigo Stojilkovicz, que está a dar-me uma abada ao xadrez.
A porta do casinhoto que nos serve de apartamento abre-se de repente e o Puto irrompe aos berros:
- Ei, malta! E vi uma fada!”
AA VVEENNDDEEDDOORRAA DDEE PPRROOSSAA
Benjamim Malaussène trabalha na editora “Éditions du Talion” e está farto de ser o bode expiatório da sua
diretora literária tirânica, a Rainha Zabo. Para piorar a situação, a sua irmã Clara vai se casar com Clarence
Saint-Hiver, director de uma penitenciária. Farto da pressão apresenta a sua demissão. Não por muito
tempo. Zabo, a sua chefe, voltará a contratá-lo fazendo-lhe uma estranha proposta. As vendas do último
livro do misterioso autor J. L. B., o autor da casa com maior êxito, cuja real identidade é desconhecida de
todos, não estão a ser o que se esperava. O que faz falta é dar lhe um rosto: o rosto de Benjamim
Malaussène.
Fonte: contracapa
“- Aceito, Majestade.
- Óptimo! Com os seus talentos de actor, o seu sentido da improvisação, as suas qualidades de narrador e o
seu amor pelo público, você vai fazer um sucesso e tornar-se uma vedeta.
- Aceito, com várias condições.
- Diga.
- Antes de mais, condições financeiras. Quero 1 por cento sobre cada exemplar vendido, com efeitos
retroactivos sobre todos os títulos cuja autoria me for atribuída. Quero 5 por cento dos direitos no
estrangeiro e um cheque por cada entrevista: a minha irmã Clara como fotógrafa exclusiva e,
evidentemente, o meu salário como trabalhador desta editora.
- No que respeita a números, terá de se entender com o Calignac; não tenho competência nessa matéria.
- Tem competência para dar ordens.
- Mais alguma condição?
- Mais uma. Quero conhecer o verdadeiro J.L.B. não estou disposto a fazer o papel de um tipo sem saber
quem ele é.
- Evidentemente. Vai conhecer J.L.B. esta tarde, às quatro e meia em ponto.
- Esta tarde?
- Sim, já marquei o encontro. Conhecendo-o como o conheço, nem sequer me passou pela cabeça que você
pudesse recusar.”
CCOOMMOO UUMM RROOMMAANNCCEE
É sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam
registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve
neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes
neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha
no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos
inalienáveis. Como Um Romance é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao
mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que
dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente.
Fonte: www.bertrand.pt
«(…) o melhor que nós lemos, devemo-lo frequentemente a um ser que nos é querido. E é a um ser que nos
é querido, que primeiro falaremos. E talvez, muito provavelmente, porque o que é intrínseco tanto ao
sentimento como ao desejo de ler, consiste em preferir. Amar é doarmos as nossas preferências àqueles
que preferimos. E estas partilhas povoam a invisível cidadela da nossa liberdade. Somos habitados por
livros amigos.
Quando um ser querido nos dá um livro a ler, é ele que primeiro procuramos nas linhas, os seus gostos, as
razões que o levaram a colocar o livro nas nossas mãos, os sinais de fraternidade. Depois, o texto
transporta-nos, e esquecemos quem nos levou a mergulhar nele; é nisto exactamente que reside o poder
de uma obra, afastar também essa contingência!
No entanto, os anos passam, e acontece que a evocação do texto recorda-nos a lembrança do outro; alguns
títulos transformam-se então em rostos.»
CCRRIISSTTÃÃOOSS EE MMOOUURROOSS
Prosseguindo o seu característico estilo de escrita – aquilo a que já poderemos chamar «o estilo Pennac» -,
o nosso autor apresenta-nos aqui mais um episódio da saga da família Malaussène.
Desta vez, Benjamin precisa de encontrar o pai do Puto, coisa que se afigura como praticamente
impossível, pois já passaram vários anos sobre o seu desaparecimento. E o pior é que o Puto recusa-se a
comer, enquanto não voltar a ver o pai.
Fonte: contracapa
“Passemos ao dia que nos aguardava. Trabalho para toda a gente, incluindo eu próprio, nas Éditions du
Talion – preocupações familiares postas de lado: profissionalismo! -, até ao fim da tarde, onde o jantar nos
apresentou o Puto novamente petrificado diante do vapor da sua sopa.
- Quero o meu pai.
- Também não comeu nada na cantina – anunciou Jérèmy.
A notícia provocou uma série de comentários, cada um tocando a sua partitura. Thérèse avançou com as
suas certezas, achando que era «perfeitamente natural» que depois do nascimento do Senhor Malaussène
o Puto sentisse uma «síndroma de abandono» e procurasse uma «referência identitária», daí a
reivindicação «absolutamente legítima» de um «pai biológico incontestável».”
EEXXCCEELLEENNTTÍÍSSSSIIMMAASS CCRRIIAANNÇÇAASS
Singular tema de redacção este, proposto por um professor a três alunos seus, de 12 anos: um judeu, um
católico e um muçulmano. Tudo se passa no bairro parisiense de Belleville, como acontece nos outros
romances de Daneil Pennac.
Uma história burlesca e surrealista, em que o absurdo e o ilógico adquirem as dimensões do real e do
lógico. Uma autêntica fábula num universo abertamente poético.
Fonte: contra-capa
“A campainha tocou sobre o olhar raivoso de Nourdine Kader, e todos os alunos saíram ruidosamente.
- Kader, pristky, Laforgue, vocês ficam!
Colhidos no seu élan, os três rapazes voltaram a sentar-se.
- Já que todos três reivindicam a autoria do mesmo desenho, vão fazer o mesmo trabalho para casa. Para
amanhã de manhã. A solidariedade tem as suas consequências.
Lá fora, ouvia-se Foiriez, do conselho pedagógico, gritar a pelnos pulmões: «Não se corre nos corredores!»
Lanval, o director, tentava amenizar-lhe os ardores de polícia sinaleiro: «Deixe lá, Foiriez… há trinta anos
que eu… é chover no molhado…»
Crastaing pegara no giz:
- Abram os cadernos, por favor. Vão fazer uma redação.
Crastaing ia escrevendo ao ditar. As suas frases riscavam o quadro. Tinha aquele tipo de letra eléctrica,
tempestuosa, uma sucessão de relâmpagos, como uma cólera enviesada, com os acentos e os pontos a
caírem numa chuva de granizo sobre as frases traçadas.
Tema:
Um dia, acorda e verifica que, durante a noite, se transformou num adulto. Tomado de pânico, corre ao
quarto dos seus pais. Eles transformaram-se em crianças.
Conte o seguimento.”
AA PPAAIIXXÃÃOO SSEEGGUUNNDDOO TTHHÉÉRRÈÈSSEE
A primeira versão, mais curta, deste romance foi publicada sob a forma de folhetim, na revista Le Nouvel
Observateur, de 8 de Julho a 27 de Agosto de 1998.
Desta vez, a tribo Maloussène anda às voltas com a preparação do casamento de Thérèse. Mas em todas
estas confusões, o incrível anda de braço dado com o verosímil. A intriga, o humor, o exagero, a «loucura» -
tudo parece corresponder a um microcosmos meramente produto da imaginação do autor. Será mesmo?
Fonte: contra-capa
“Devíamos viver a posteriori. Decidimos tudo demasiado cedo. Nunca devia ter convidado aquele tipo para
jantar. Uma rendição precipitada, de consequências desastrosas. Diga-se de passagem que a pressão era
enorme. Toda a tribo estava agora implacavelmente empenhada em convencer-me; cada um no seu estilo.
Uma capacidade de fogo terrível.
- Essa é boa! – berrava Jérèmy. – A Thérès está apaixonada e tu não queres conhecer o gajo?
- Eu nunca disse isso.
Agora é a vez de Louna:
- A Thérèse encontra alguém que se interessa por ela, um fenómeno tão improvável como uma túlipa no
planeta Marte, e tu estás-te nas tintas?
- Não disse que me estava nas tintas.
- Nem sequer uma pontinha de curiosidade, Benjamin?
Desta vez fora Clara, com a sua voz de veludo…
- Sabes ao menos o que é que ele faz na vida, o namorado da Thérèse? – perguntou o Puto, atrás dos seus
óculos cor-de-rosa.
Não, eu nem sequer sabia o que ele fazia.”
MMÁÁGGOOAASS DDAA EESSCCOOLLAA
Em Mágoas da Escola, Daniel Pennac aborda os problemas da escola e da educação desde um ponto de
vista insólito - o ponto de vista do mau aluno. Pennac, que foi ele próprio um péssimo estudante, analisa a
figura do cábula outorgando-lhe a nobreza que merece e restituindo-lhe a carga de angústia e dor que
inevitavelmente o acompanha.
Misturando recordações autobiográficas e reflexões acerca da pedagogia e das disfunções da instituição
escolar, sobre a dor de ser um mau estudante e a sede de aprendizagem, sobre o sentimento de exclusão e
o amor ao ensino, Daniel Pennac oferece-nos, com humor e ternura, uma brilhante e saborosa lição de
inteligência.
Mágoas da Escola é um livro único e irrepetível, que todos os pais e todos os professores não podem deixar
de ler - e dar a ler.
Fonte: www.portoeditora.pt
Para ler um excerto siga o Link: http://static.publico.pt/docs/cultura/livros/magoasdaescola.pdf
OUTRAS OBRAS DO ESCRITOR DISPONÍVEIS NA REDE DE BIBLIOTECAS DO CONCELHO DE ARGANIL:
Leia, porque ler é um prazer!
Organização: Biblioteca Municipal Miguel Torga – Arganil
Outubro de 2016

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Daniel Pennac

  • 1. OOBBRRAA DDEE DDAANNIIEELL PPEENNNNAACC EEMM DDEESSTTAAQQUUEE Organização: Biblioteca Municipal Miguel Torga – Arganil Outubro de 2016
  • 2. OOBBRRAA DDEE DDAANNIIEELL PPEENNNNAACC EEMM DDEESSTTAAQQUUEE NNOOTTAA BBIIOOGGRRÁÁFFIICCAA:: Daniel Pennac nasceu em Casablanca, em 1944, e é hoje considerado um dos mais importantes e populares autores da literatura francesa. Os seus romances sobre a família Malaussène (Au Bonheur des Ogres, La Fée Carabine, La Petite Marchande de Prose, Monsieur Malaussène e Aux Fruits de la Passion) granjearam-lhe um enorme sucesso internacional, que conheceu também com Como Um Romance, um ensaio sobre a leitura que se transformou num livro de culto. Mágoas da Escola obteve o Prémio Renaudot em 2007, depois de ter estado mais de 50 semanas nos tops de vendas franceses. Traduzido em 24 países, vendeu, só em França, mais de 800 mil exemplares. Em 2008, Daniel Pennac obteve, pelo conjunto da sua obra, o Prémio Metropolis Bleu, anteriormente atribuído a escritores como Margaret Atwood, Carlos Fuentes, Paul Auster ou Norman Mailer. Fonte: www.wook.pt “Excepcional contador de histórias, para leitores de todas as idades, Daniel Pennac é, de facto, dotado de uma prodigiosa capacidade de efabulação, dessa fascinante magia que transforma a simples leitura de um romance num acto arrebatador.” Fonte: Editora terramar Mais informação sobre o autor e a sua obra: https://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Pennac https://www.franceinter.fr/personnes/daniel-pennac
  • 3. OO PPAARRAAÍÍSSOO DDOOSS PPAAPPÕÕEESS ((11998855)) Neste primeiro romance de Daniel Pennac temos a entrada em cena de Benjamin Malaussène . estamos em 1985 e Pennac é ainda um desconhecido. Mas entra na Gallimard, logo pelo prestigiado «departamento» que se chama «Série Noite» (ou seja, a famosíssima colecção policial, de capa preta, da editora de Sartre, Simone, Camus e tantos outros «monstros sagrados»). O nosso Benjamin trabalha num desses grandes armazéns tão parisienses no seu particularíssimo microcosmos. E tem o azar suplementar de servir de «bode expiatório» de certos clientes junto da gerência. E não vem sozinho: traz consigo a sua espantosa família (sem esquecer Julius, o cão), digna de retrato não só em palavras mas também em desenhos ou em imagens. Um «policial»? Talvez, mas muito especial, sem dúvida: rompendo com normas ou fórmulas, mas, na prática, inclassificável com rigor. Fonte: contracapa “a voz feminina cai do altifalante, leve e promissora como um véu de noiva. - Pede-se a presença do senhor Malaussène no Gabinete de Reclamações. Uma voz de bruma, tal e qual como se as fotos de Hamilton se pusessem a falar. No entanto, apercebo-me de um leve sorriso por detrás da neblina de Miss Hamilton. Não tem nada de terno, esse sorriso. Bem, vou andando. Talvez lá chegue para a semana. Hoje é um 24 de Dezembro, são dezasseis e quinze, o Armazém está a abarrotar. Uma massa espessa de clientes esmagados por pilhas de prendas obstrui os corredores. Um glaciar que avança imperceptivelmente, por entre um sombrio nervosismo. Sorrisos crispados, suor luzidio, injúrias surdas, olhares cheios de ódio, gritos aterrorizados de crianças agarradas por Pais Natal hidrófilos.”
  • 4. AA FFAADDAA CCAARRAABBIINNAA Depois dos seu primeiro romance – o Paraíso dos Papões, aqui temos novamente o nosso Benjamin Malaussène “bode expiatório” por excelência e de “profissão”. Em termos clássicos de romance policial, poderíamos até dizer que ele é sempre o culpado – culpado de alguma coisa, culpado de tudo. Detestado pela maioria dos outros personagens do romance, ele é, porém, profundamente estimado pelos seus leitores. Mas, se o Paraíso dos Papões representava uma deambulação pela infância e pela adolescência, A Fada Carabina constitui um conjunto de variações sobre o envelhecimento, quer das pessoas quer das instituições. Com a agravante de, neste caso, estranhos assaltantes andarem a roubar simpáticas e inofensivas velhinhas. Romance «louco», A Fada Carabina é também uma obra plena de humor e de ternura. E romance policial, também? É claro que sim: há intriga, há tráfico de drogas e até… há assassínios. Mas é, também, um romance policial «inclassificável»: não respeita regras nem normas – até há aqui policias-fachos e polícias- poetas. Fonte: contracapa “Um homicídio, portanto, e três testemunhas os Árabes não querem ver uma coisa, não vêem mesmo. É um estranho hábito entre eles. Deve ter a ver com a sua cultura. Ou com qualquer coisa que tivessem compreendido bem de mais na nossa. Portanto, não viram nada, os árabes. O mais certo é nem terem ouvido: «Pan!» Restam o Puto e o cão. Mas o Puto, aquilo que viu, através dos óculos cor-de-rosa, foi aquela metamorfose da cabeça loura em flor celeste. E isso deixou-o tão deslumbrado que desatou a correr para casa, para nos vir contar, a mim, Benjamin Malaussène, aos meus irmão e às minhas irmãs, aos quatro avôs, à minha mãe e ao meu velho amigo Stojilkovicz, que está a dar-me uma abada ao xadrez. A porta do casinhoto que nos serve de apartamento abre-se de repente e o Puto irrompe aos berros: - Ei, malta! E vi uma fada!”
  • 5. AA VVEENNDDEEDDOORRAA DDEE PPRROOSSAA Benjamim Malaussène trabalha na editora “Éditions du Talion” e está farto de ser o bode expiatório da sua diretora literária tirânica, a Rainha Zabo. Para piorar a situação, a sua irmã Clara vai se casar com Clarence Saint-Hiver, director de uma penitenciária. Farto da pressão apresenta a sua demissão. Não por muito tempo. Zabo, a sua chefe, voltará a contratá-lo fazendo-lhe uma estranha proposta. As vendas do último livro do misterioso autor J. L. B., o autor da casa com maior êxito, cuja real identidade é desconhecida de todos, não estão a ser o que se esperava. O que faz falta é dar lhe um rosto: o rosto de Benjamim Malaussène. Fonte: contracapa “- Aceito, Majestade. - Óptimo! Com os seus talentos de actor, o seu sentido da improvisação, as suas qualidades de narrador e o seu amor pelo público, você vai fazer um sucesso e tornar-se uma vedeta. - Aceito, com várias condições. - Diga. - Antes de mais, condições financeiras. Quero 1 por cento sobre cada exemplar vendido, com efeitos retroactivos sobre todos os títulos cuja autoria me for atribuída. Quero 5 por cento dos direitos no estrangeiro e um cheque por cada entrevista: a minha irmã Clara como fotógrafa exclusiva e, evidentemente, o meu salário como trabalhador desta editora. - No que respeita a números, terá de se entender com o Calignac; não tenho competência nessa matéria. - Tem competência para dar ordens. - Mais alguma condição? - Mais uma. Quero conhecer o verdadeiro J.L.B. não estou disposto a fazer o papel de um tipo sem saber quem ele é. - Evidentemente. Vai conhecer J.L.B. esta tarde, às quatro e meia em ponto. - Esta tarde? - Sim, já marquei o encontro. Conhecendo-o como o conheço, nem sequer me passou pela cabeça que você pudesse recusar.”
  • 6. CCOOMMOO UUMM RROOMMAANNCCEE É sobejamente conhecido o desgosto com que os pais preocupados com a formação dos filhos costumam registar a inapetência destes para a leitura. Daniel Pennac, romancista, professor e pai de família, descreve neste ensaio cheio de humor, todas as perplexidades que usualmente assaltam os diversos intervenientes neste processo de conflitos surdos, temores, bloqueios e teimosias. Acima de tudo, conforme se sublinha no presente livro, a leitura tem de ser um prazer e os leitores de hoje devem usufruir de alguns direitos inalienáveis. Como Um Romance é assim uma obra profundamente original, onde, de uma forma ao mesmo tempo divertida e muito séria, se aborda aquela que é porventura a questão central de que dependem o destino do livro e da cultura tal como a temos entendido tradicionalmente. Fonte: www.bertrand.pt «(…) o melhor que nós lemos, devemo-lo frequentemente a um ser que nos é querido. E é a um ser que nos é querido, que primeiro falaremos. E talvez, muito provavelmente, porque o que é intrínseco tanto ao sentimento como ao desejo de ler, consiste em preferir. Amar é doarmos as nossas preferências àqueles que preferimos. E estas partilhas povoam a invisível cidadela da nossa liberdade. Somos habitados por livros amigos. Quando um ser querido nos dá um livro a ler, é ele que primeiro procuramos nas linhas, os seus gostos, as razões que o levaram a colocar o livro nas nossas mãos, os sinais de fraternidade. Depois, o texto transporta-nos, e esquecemos quem nos levou a mergulhar nele; é nisto exactamente que reside o poder de uma obra, afastar também essa contingência! No entanto, os anos passam, e acontece que a evocação do texto recorda-nos a lembrança do outro; alguns títulos transformam-se então em rostos.»
  • 7. CCRRIISSTTÃÃOOSS EE MMOOUURROOSS Prosseguindo o seu característico estilo de escrita – aquilo a que já poderemos chamar «o estilo Pennac» -, o nosso autor apresenta-nos aqui mais um episódio da saga da família Malaussène. Desta vez, Benjamin precisa de encontrar o pai do Puto, coisa que se afigura como praticamente impossível, pois já passaram vários anos sobre o seu desaparecimento. E o pior é que o Puto recusa-se a comer, enquanto não voltar a ver o pai. Fonte: contracapa “Passemos ao dia que nos aguardava. Trabalho para toda a gente, incluindo eu próprio, nas Éditions du Talion – preocupações familiares postas de lado: profissionalismo! -, até ao fim da tarde, onde o jantar nos apresentou o Puto novamente petrificado diante do vapor da sua sopa. - Quero o meu pai. - Também não comeu nada na cantina – anunciou Jérèmy. A notícia provocou uma série de comentários, cada um tocando a sua partitura. Thérèse avançou com as suas certezas, achando que era «perfeitamente natural» que depois do nascimento do Senhor Malaussène o Puto sentisse uma «síndroma de abandono» e procurasse uma «referência identitária», daí a reivindicação «absolutamente legítima» de um «pai biológico incontestável».”
  • 8. EEXXCCEELLEENNTTÍÍSSSSIIMMAASS CCRRIIAANNÇÇAASS Singular tema de redacção este, proposto por um professor a três alunos seus, de 12 anos: um judeu, um católico e um muçulmano. Tudo se passa no bairro parisiense de Belleville, como acontece nos outros romances de Daneil Pennac. Uma história burlesca e surrealista, em que o absurdo e o ilógico adquirem as dimensões do real e do lógico. Uma autêntica fábula num universo abertamente poético. Fonte: contra-capa “A campainha tocou sobre o olhar raivoso de Nourdine Kader, e todos os alunos saíram ruidosamente. - Kader, pristky, Laforgue, vocês ficam! Colhidos no seu élan, os três rapazes voltaram a sentar-se. - Já que todos três reivindicam a autoria do mesmo desenho, vão fazer o mesmo trabalho para casa. Para amanhã de manhã. A solidariedade tem as suas consequências. Lá fora, ouvia-se Foiriez, do conselho pedagógico, gritar a pelnos pulmões: «Não se corre nos corredores!» Lanval, o director, tentava amenizar-lhe os ardores de polícia sinaleiro: «Deixe lá, Foiriez… há trinta anos que eu… é chover no molhado…» Crastaing pegara no giz: - Abram os cadernos, por favor. Vão fazer uma redação. Crastaing ia escrevendo ao ditar. As suas frases riscavam o quadro. Tinha aquele tipo de letra eléctrica, tempestuosa, uma sucessão de relâmpagos, como uma cólera enviesada, com os acentos e os pontos a caírem numa chuva de granizo sobre as frases traçadas. Tema: Um dia, acorda e verifica que, durante a noite, se transformou num adulto. Tomado de pânico, corre ao quarto dos seus pais. Eles transformaram-se em crianças. Conte o seguimento.”
  • 9. AA PPAAIIXXÃÃOO SSEEGGUUNNDDOO TTHHÉÉRRÈÈSSEE A primeira versão, mais curta, deste romance foi publicada sob a forma de folhetim, na revista Le Nouvel Observateur, de 8 de Julho a 27 de Agosto de 1998. Desta vez, a tribo Maloussène anda às voltas com a preparação do casamento de Thérèse. Mas em todas estas confusões, o incrível anda de braço dado com o verosímil. A intriga, o humor, o exagero, a «loucura» - tudo parece corresponder a um microcosmos meramente produto da imaginação do autor. Será mesmo? Fonte: contra-capa “Devíamos viver a posteriori. Decidimos tudo demasiado cedo. Nunca devia ter convidado aquele tipo para jantar. Uma rendição precipitada, de consequências desastrosas. Diga-se de passagem que a pressão era enorme. Toda a tribo estava agora implacavelmente empenhada em convencer-me; cada um no seu estilo. Uma capacidade de fogo terrível. - Essa é boa! – berrava Jérèmy. – A Thérès está apaixonada e tu não queres conhecer o gajo? - Eu nunca disse isso. Agora é a vez de Louna: - A Thérèse encontra alguém que se interessa por ela, um fenómeno tão improvável como uma túlipa no planeta Marte, e tu estás-te nas tintas? - Não disse que me estava nas tintas. - Nem sequer uma pontinha de curiosidade, Benjamin? Desta vez fora Clara, com a sua voz de veludo… - Sabes ao menos o que é que ele faz na vida, o namorado da Thérèse? – perguntou o Puto, atrás dos seus óculos cor-de-rosa. Não, eu nem sequer sabia o que ele fazia.”
  • 10. MMÁÁGGOOAASS DDAA EESSCCOOLLAA Em Mágoas da Escola, Daniel Pennac aborda os problemas da escola e da educação desde um ponto de vista insólito - o ponto de vista do mau aluno. Pennac, que foi ele próprio um péssimo estudante, analisa a figura do cábula outorgando-lhe a nobreza que merece e restituindo-lhe a carga de angústia e dor que inevitavelmente o acompanha. Misturando recordações autobiográficas e reflexões acerca da pedagogia e das disfunções da instituição escolar, sobre a dor de ser um mau estudante e a sede de aprendizagem, sobre o sentimento de exclusão e o amor ao ensino, Daniel Pennac oferece-nos, com humor e ternura, uma brilhante e saborosa lição de inteligência. Mágoas da Escola é um livro único e irrepetível, que todos os pais e todos os professores não podem deixar de ler - e dar a ler. Fonte: www.portoeditora.pt Para ler um excerto siga o Link: http://static.publico.pt/docs/cultura/livros/magoasdaescola.pdf
  • 11. OUTRAS OBRAS DO ESCRITOR DISPONÍVEIS NA REDE DE BIBLIOTECAS DO CONCELHO DE ARGANIL: Leia, porque ler é um prazer! Organização: Biblioteca Municipal Miguel Torga – Arganil Outubro de 2016