1. A BNCC é uma referência obrigatória
mas não é o currículo.
As redes de ensino têm autonomia para
elaborar ou adequar os seus currículos
de acordo com o estabelecido na Base,
assim como as escolas têm a
prerrogativa de contextualizá-los e
adaptá-los aos seus projetos
pedagógicos.
2. É um conjunto de orientações que deverá nortear os currículos das escolas,
redes públicas e privadas de ensino de todo o Brasil.
A Base trará os conhecimentos essenciais, as competências e as
aprendizagens pretendidas para as crianças e jovens em cada etapa da
Educação Básica em todo país.
O documento contem:
• Competências gerais que os alunos devem desenvolver em todas as áreas:
Conhecimento
1. Valorizar e utilizar os
conhecimentos
historicamente
construídos sobre mundo
físico, social, cultural e
digital
Pensamento
científico, crítico e
criativo
2. Exercitar a
curiosidade intelectual,
a investigação, a
reflexão, a criatividade.
Repertório Cultural
3. Valorizar as diversas
manifestações
artísticas e culturais
Comunicação
4. Utilizar diferentes
linguagens, corporal,
visual, sonora, digital
artística, matemática e
científica
Cultura Digital
5. Compreender, utilizar, criar
tecnologias digitais de
informação e comunicação de
forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais
Trabalho
6. Valorizar a diversidade de
saberes e vivências culturais
e apropriar-se de
conhecimentos e
experiências com liberdade,
autonomia, consciência
crítica e responsabilidade
Argumentação
7. Argumentar com base em
fatos, dados e informações
confiáveis, com
posicionamento ético em
relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do
planeta.
Cuidar de si e do outro
8. Conhecer-se,
apreciar-se e cuidar de
si e dos outros.
Cooperação e Empatia
9. Exercitar a empatia, o
diálogo, a resolução de
conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao
outro.
Cidadania
10. Agir pessoal e
coletivamente com
autonomia,
responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e
determinação.
3. Competências especificas de cada área e respectivos
componentes curriculares;
Conteúdos que os alunos devem aprender e habilidades a
desenvolver a cada etapa da Educação Básica — da Educação
Infantil ao Ensino Médio;
A progressão e sequenciamento dos conteúdos e habilidades
de cada componente curricular para todos os anos da
educação básica.
4.
5. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil
(DCNEI,Resolução CNE/CEB nº 5/2009)27, em seu Artigo 4º, definem a
criança como:
“sujeito histórico e de direitos, que, nas interações,
relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói
sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta,
narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza
e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009)”.
Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos
estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa da Educação
Básica são as interações e a brincadeira, experiências nas quais as
crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de
suas ações e interações com seus pares e com os adultos, o que
possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
6.
7. BNCC formulação dos currículos dos sistemas e
das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios e das propostas pedagógicas das instituições
escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação
Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e
ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à
formação de professores, à avaliação, à elaboração de
conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da
educação.
8. A Base estabelece os objetivos que se espera
alcançar
O currículo define como alcançar os objetivos.
As redes de ensino têm autonomia para
elaborar ou adequar os seus currículos de
acordo com o estabelecido na Base – assim
como as escolas têm a prerrogativa de
contextualizá-los e adaptá-los aos seus
projetos pedagógicos
9. Com base nesses marcos constitucionais, a LDB,
no Inciso IV de seu Artigo 9º, afirma que cabe à União
estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para
a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino
Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos
mínimos, de modo a assegurar formação básica
comum. (BRASIL, 1996; ênfase adicionada).
Pela Constituição, estabelece a relação entre o que é
básico-comum e o que é diverso em matéria
curricular:
as competências e diretrizes são comuns,
os currículos são diversos
10. A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso é retomada no
Artigo 26 da LDB, que determina que os currículos da Educação Infantil,
do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional
comum, a ser complementada, em cada sistema de
ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma
parte diversificada, exigida pelas características regionais
e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos
educandos (BRASIL, 1996; ênfase adicionada).
No Brasil, um país caracterizado pela autonomia dos entes federados,
acentuada diversidade cultural e profundas desigualdades
sociais, os sistemas e redes de ensino devem construir currículos, e as
escolas precisam elaborar propostas pedagógicas que considerem
as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes,
assim como suas identidades linguísticas, étnicas e culturais.
11. Cabem aos sistemas e redes de ensino, assim como às
escolas, em suas respectivas esferas de autonomia e
competência:
incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a
abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida
humana em escala local, regional e global,
preferencialmente de forma transversal e integradora;
construir currículos, com base nas aprendizagens
essenciais estabelecidas na BNCC, passando, assim, do
plano normativo propositivo para o plano da ação e da
gestão curricular que envolve todo o conjunto de decisões e
ações definidoras do currículo e de sua dinâmica.
assegurar aos alunos um percurso contínuo de
aprendizagens entre as duas fases do Ensino Fundamental,
de modo a promover uma maior integração entre elas.
12. Ensino Médio
Considerar que há muitas juventudes implica organizar
uma escola que acolha as diversidades, promovendo, de modo
intencional e permanente, o respeito à pessoa humana e aos
seus direitos.
Que garanta aos estudantes ser protagonistas de seu
próprio processo de escolarização, reconhecendo-os como
interlocutores legítimos sobre currículo, ensino e aprendizagem.
Significa, nesse sentido, assegurar-lhes uma formação
que, em sintonia com seus percursos e histórias, permita-lhes
definir seu projeto de vida, tanto no que diz respeito ao estudo
e ao trabalho como também no que concerne às escolhas de
estilos de vida saudáveis, sustentáveis e éticos
13. O currículo do ensino médio será composto pela
Base Nacional Comum Curricular e por itinerários
formativos, que deverão ser organizados por meio da
oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a
relevância para o contexto local e a possibilidade dos
sistemas de ensino, a saber:
I – linguagens e suas tecnologias;
II – matemática e suas tecnologias;
III – ciências da natureza e suas tecnologias;
IV – ciências humanas e sociais aplicadas;
V – formação técnica e profissional (LDB, Art. 36;
ênfases adicionadas).
14. Diferentemente do Ensino Fundamental, para o Ensino Médio não
há indicação de anos na apresentação das habilidades, não só em
função da natureza mais flexível do currículo para esse nível de
ensino, mas também, como já referido, do maior grau de autonomia
dos estudantes, que se supõe alcançado.
Essa proposta não mais impõe restrições e necessidades de
estabelecimento de sequências (que já são flexíveis no Ensino
Fundamental), podendo cada rede de ensino e escola definir
localmente as sequências e simultaneidades, considerados os
critérios gerais de organização apresentados em cada campo de
atuação.
15. Com a palavra:
Alice Casimiro Lopes
Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ)
https://www.youtube.com/watch?v=eMG1GYLBg2w
Até 9’41s.
16. O que é Currículo?
Conceito Polissêmico
A grade curricular com disciplinas/atividades, atividades e cargas horárias de
uma instituição, os planos de ensino dos professores, as experiências propostas
e vividas pelos alunos;
A ideia de organização, prévia ou não, de experiências/situações de
aprendizagem realizada pelos docentes/redes de ensino de forma a levar a
cabo um processo educativo;
Essa organização não era evidente até a industrialização dos EUA na virada do
século XX e com a Nova Escola, nos anos 1920 no Brasil.
Para as autoras:
Não é possível responder “o que é currículo?” pois sempre são parciais ou
localizados historicamente.
Primeira menção ao termo currículo data de 1.633, na Universidade de
Glasgow, referindo-se ao curso inteiro seguido pelos estudantes.
17. Há várias definições de currículo dependendo da época e contexto social, mas todas com um aspecto
comum:
Ideia de organização, prévia ou não, de experiências/situações de aprendizagem realizada por docentes/
redes de ensino de forma a levar a cabo um processo educativo.
18. Teorias da correspondência ou da reprodução (1970) – Teoria crítica.
Teorias marxistas, que defendem a correspondência entre a base econômica e a superestrutura, indo de perspectivas
mecanicistas, em que a correspondência é total e exata, a concepções em que a dialética entre economia e cultura se
faz mais visível.
Críticas por conceberem a escola e o currículo como aparatos de controle social.
Louis Althusser, (1998), trás ao currículo um caráter de aparelho ideológico, considerado enquanto mistificação
ideológica. Apresenta uma escola que atua na manutenção da estrutura social e como elemento auxiliar do modo de
produção, como formadora de mão de obra. Contribui indiretamente para difundir diferentemente a ideologia, que
funciona como mecanismo de cooptação das diferentes classes.
Baudelot e Establet e Bowles e Gintis, (1971), analisam a atuação do sistema educativo na preparação dos sujeitos de
cada classe social para assumir os papéis que lhes são destinados pelo sistema capitalista. A escola com o forma de
garantir a diferenciação social
Miguel Young, (1971), propõe questões sobre a seleção e a organização do conhecimento escolar. A elaboração
curricular passa a ser pensada como um processo social, preso a determinações de uma sociedade estratificada em
classes.
FOCO NO CONTROLE SOCIAL REFLETIDO NA ESCOLA E NO CURRÍCULO,
COM UMA ABORDAGEM CRÍTICA SOBRE ESTA VISÃO. ( o que ensinar é o mais relevante)
19. Michael Apple, (1979), defende a correspondência entre dominação econômica e
cultural. Retoma os conceitos de hegemonia e ideologia como forma de entender
a ação da educação na reprodução das desigualdades, rejeitando perspectivas
excessivamente determinista. O autor se preocupa em como os currículos
escolares (re)criam a hegemonia ideológica de determinados grupos dentro da
sociedade e propõe um olhar para a escola, para o estudo das interações
cotidianas nas salas de aula, o corpus formal do conhecimento escolar expresso
no currículo e a ação dos professores, afim de identificar as relações de classe que
são reproduzidas econômica e culturalmente pela escola.
FOCO NA ESCOLA E NAS RELAÇÕES, COMO TAMBÉM NAS NORMAS
E VALORES DA ÉPOCA E NOS ASPECTOS DA CULTURA SOCIAL
(porque alguns aspectos são ensinados em
detrimento de outros é o mais relevante)