O documento discute os grandes desafios globais da ciência e da inovação e o papel das universidades no futuro. Apresenta estatísticas sobre gastos com pesquisa e desenvolvimento, educação e publicações científicas em diferentes países. Defende a importância da ciência básica e da interdisciplinaridade, e propõe novas formas de organização do ensino superior.
Conferência de Abertura: Luiz Davidovich (Academia Brasileira de Ciências)
1. A Universidade e o
Desenvolvimento Global
Luiz Davidovich
Instituto de Física, Univ. Federal do Rio de Janeiro
Presidente, Academia Brasileira de Ciências
2. “A Terra é azul. Que
maravilha!”
Iuri Gagarin, 12
de abril de 1961
9. Gross domestic expenditure on R&D as a percentage of GDP, 2014 or latest year available
Gross domestic expenditure on R&D as a percentage of
GDP, 2014 or latest year available
Source: UNESCO Institute for Statistics, August 2016
10. R&D expenditure per capita (2015)
https://medium.com/@data.gov/how-much-do-countries-spend-on-r-d-ad97ea088b86
14. Grandes desafios para a ciência
Segurança alimentar
Recursos hídricos
Recursos energéticos
Envelhecimento, doenças
Mudança climática e poluição do ar
Desastres naturais
Educação em ciências
Uso sustentável da biodiversidade
Administração de grandes aglomerados urbanos: saneamento, transporte,
educação, energia, alimentos e recursos hídricos
Inclusão social, redução das desigualdades
16. Desafios para o Brasil
e a América Latina
• Maior “sorvedouro de carbono” do planeta
• Enormes bacias hidrográficas
• Mega biodiversidade
• Forte desigualdade social, alta vulnerabilidade a desastres
“naturais”, sistemas educacionais extremamente
deficientes, inovação incipiente, pauta de exportação
baseada em commodities
19. DESAFIOS NA CIÊNCIA
De onde vieram as publicações mais citadas (top 1%):
1. Suécia
2. Suíça
3. Estados Unidos
4. União Européia
5. China
OPEN ACCESS?
23. Publicações da Academia Brasileira de Ciências
2008
2010
2011
2014
2004
2016
2018
Disponíveis
para
download:
www.abc.org.br
2019
24. Inventing the future
• S&T capacity building as a shared regional and
global responsibility
• Digital libraries of science and technology with
universal access - universalization of big data
• Virtual networks of excellence linking scientific
talents of entire regions and the globe -
multidisciplinary approach
• Education “beyond the school”
• Global funding mechanisms should be
strengthened for support of science and
technology in developing nations:
• Global institutional funds: supporting centers
of excellence and multi-user labs of national
or regional character
• Global program funds: competitive grants
system
27. 27
Movimento internacional
pela renovação
O modelo tradicional de universidade de pesquisa nos EUA —
baseado na proeminência do departamento de disciplina única
— precisa ser flexibilizado e desafiado
28. 28
China
•Universidade de Shangai, 2002: Maior flexibilidade do
currículo, permitindo aos estudantes escolher cursos e
percursos, de modo que eles possam “combinar plenamente as
necessidades da sociedade com suas próprias habilidades,
interesses e talentos especiais”.
•Número de especializações nos cursos de graduação em toda
a China foram reduzidas em 1998 de 504 para 249
•“Projeto 211” (1995): 100 universidades escolhidas como
“Universidades chave”, com financiamento – e monitoramento
– especiais (de 1225 universidades). Incentivadas a cooperar
com instituições estrangeiras
29. 29
Lawrence Summers, Presidente de
Harvard, 2001-2006
''Uma cultura educacional na qual é
constrangedor desconhecer o nome de
cinco peças de Shakespeare mas O.K. não
saber a diferença entre um gene e um
cromossoma não é funcional.''
1. Aesthetic and interpretive understanding 5. Science of living systems
2. Culture and belief 6. Science of the physical universe
3. Empirical reasoning 7. Societies of the world
4. Ethical reasoning 8. The United States and the world
Novo currículo de HARVARD: Estudantes devem seguir um curso
em cada um dos seguintes grupos (“activity-based learning”):
Novas diretrizes...
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As duas culturas
■ Charles Percy Snow - Físico e romancista inglês - Aula dada na
Universidade de Cambridge em 7 de maio de 1959
“Várias vezes tenho estado presente em
reuniões de pessoas que, pelos padrões
da cultura tradicional, são considerados
altamente educados, e que com
entusiasmo considerável criticam o
analfabetismo dos cientistas. Uma ou
duas vezes fui provocado e pedi aos
meus interlocutores quantos deles
poderiam descrever a Segunda Lei da
Termodinâmica. A resposta foi fria e
negativa. No entanto, eu estava
perguntando algo que poderia ser o
equivalente científico de: "Você já leu
uma obra de Shakespeare?"
31. 31
Einstein, Picasso, e amigos
Einstein: grupo de estudos
sobre filosofia e física,
iniciado em 1902, com o
matemático Conrad Habicht
e o estudante de filosofia
Maurice Solovin - “Academia
Olympia” - Discussões sobre
Karl Pearson, Ernst Mach,
John Stuart Mill, Henri
Poincaré, David Hume,
Baruch Spinoza, Miguel de
Cervantes
Picasso: “la bande à
Picasso”- André Salmon,
Max Jacob, Guillaume
Apollinaire
Olympia Academy
(1904)
32. 32
Ciência, arte, cultura
Les Demoiselles d’Avignon On the Electrodynamics of Moving Bodies
Picasso, 1907 Einstein, 1905
Arthur I. Miller - Einstein, Picasso: Space, Time and the Beauty that
Causes Havoc (New York Basic Books, 2001)
34. 34
DIVERSIDADE DE INSTITUIÇÕES
E CAMINHOS DE APRENDIZAGEM
Cursos de 4-
5 anos
Primeiro ciclo
SaídaSaída
Saída
Ingresso
Ingresso
Cursos de
2-3 anos
Exemplo: Berkeley admite no terceiro ano
estudantes que cursaram um College na
California
Acordos de transferência de créditos
Ingresso
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DIVERSIFICAÇÃO DO ENSINO
SUPERIOR - USA
■ EUA: 40% dos municípios tem pelo menos 1 College ou
Universidade
■ 1.101 instituições públicas com cursos de 2 anos
■ 612 instituições públicas com cursos de 4 anos
0
1.500.000
3.000.000
4.500.000
6.000.000
Públicas Priv. S. lucro Priv. C. lucro
4-year 2-year
37. 37
• “Para levar a efeito o projeto de pesquisa e ensino da UFABC,
procurando evitar uma separação muito grande entre áreas de
conhecimento que inevitavelmente levam a construção de setores
estanques, a UFABC não se organiza num modelo de divisão
departamental. A eliminação de departamentos é um avanço que
permite uma interlocução permanente entre os docentes e
discentes trabalhando numa forma interdisciplinar”.
• Três Centros:
– Centro de Ciências Naturais e Humanas
– Centro de Matemática, Computação e Cognição
– Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas
Experiência inovadora:
Universidade Federal do ABC
38. Pesquisadores por milhão de habitantes
Média da OCDE: 3500 — 4000 por milhão
2010: Brasil: 710; Argentina: 1178
Fonte: Banco Mundial
40. UNESCO SCIENCE REPORT 2017 — BRAZIL — Renato H. L Pedrosa and Hernan Chaimovich
CONTRIBUIÇÃO DO SETOR EMPRESARIAL PARA P&D
COMO PERCENTAGEM DO PIB, 2012 (%)
41. Proporção da população entre 25 e 64 anos com nível
de educação inferior a ensino médio e com ensino
superior (2013/2014)
EDUCATION AT A GLANCE 2015 — OCDE
43. Para que serve a ciência básica?
Higgs
Large
Hadron
Collider
Aprox. 13,5 bilhões de dólares
“É uma quantia importante, mas há mais que 50
bilionários na lista da Forbes que valem mais que esse
montante”.
“Quando se considera o potencial para avançar a tecnologia de
computadores, de imagens médicas, e as descobertas científicas
de grande impacto, $13,25 bilhões parecem uma barganha.”
“Especialmente quando se considera que, além de tudo isso, o
LHC e os experimentos a ele associados estão nos trazendo
mais perto de entender os mistérios do Universo”.
44. Física quântica no começo do século XX
Forças motrizes: curiosidade, paixão
Max Planck
Max BornNiels Bohr
Erwin SchrödingerWerner HeisenbergAlbert Einstein
Wolfgang PauliPaul Dirac
Marie Curie
Maria Göppert-
Mayer
45. “Cerca de 30% do PIB
norte-americano é baseado
em invenções tornadas
possíveis pela mecânica
quântica, de semicondutores
em chips de computadores a
lasers em reprodutores de
CD’s e DVD’s, aparelhos de
ressonância magnética em
hospitais, e muito mais.”
Mudando o mundo...
46. Para que serve a ciência básica?
Kip S. Thorne
Rainer Weiss Barry C. Barish
Ondulações no espaço-tempo!
48. 48
Ciência, estética e utilidade
“…E vemos que o desejo de beleza nos
leva às mesmas escolhas que a utilidade".
Henri Poincaré, “La Valeur de la Science”, 1905
"O cientista não estuda a Natureza porque
isso é útil, estuda-a porque tem prazer
nisso, e tem prazer nisso porque ela é bela.”
Henri Poincaré, “Science et Méthode”, 1908
1902
49. Devido a uma sutil peculiaridade da evolução da
espécie humana, a curiosidade e a paixão pelo
conhecimento servem à humanidade, revolucionam
o quotidiano das pessoas, afetam nossa
organização social, nossos modos e costumes