1. Não basta dominar um conteúdo
para fazer com que um aluno aprenda.
“Professor é profissional e como competência Jamais
se improvisa, não se concebe que verdadeiras aulas
sejam transmitidas por trabalhadores de outras profissões.
Estes podem passar informações, jamais provocar a verdadeira
aprendizagem. O espaço em que uma aula é ministrada requer respeito tão
amplo quanto o outro onde uma cirurgia se desenvolve e igual respeito
merece esse profissional, não importa a idade dos alunos que ajuda a
aprender. “
(Celso Antunes)
2. DIFERENÇA ENTRE INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO
INFORMAÇÃO
CONHECIMENTO
CONHECIMENTO
Um ou mais fatos conhecidos, preorganizados, produzido fora do ambiente
escolar , completos e acabados e que
devem ser assumidos pelos alunos.
Produto de uma interação entre o
indivíduo (aluno), a informação que lhe é
exterior, e o significado que este aluno
atribui.
O professor que não transforma a
informação em conhecimento torna-se o
Responsável por sua transmissão, tal
como se faz um texto, um vídeo, uma
emissora de rádio ou outra mídia e,
portanto, pode pela mesma ser
substituído.
O professor que transforma informação
em conhecimento faz de seu aluno um
protagonista que descobre como associar
informações que já possui para atribuir
significado às informações que recebe.
Fonte: Professores e professauros (Celso Antunes)
3. De que forma uma aula pode favorecer a transformação
da Informação em Conhecimento?
A-------A INFORMAÇÃO
PRODUA, ACABADAA E TRA
INFORMAÇÃO
A INFORMAÇÃO PRODUZIDA,
PRODUZIDA, ACABADA E
ACABADA E TRANSMITIDA
TRANSMITIDA
ANSMITIDA
- Prestem atenção. O tema vai cair
na prova e, mesmo antes desse dia
chegar, eu, como professor, vou
cobrá-lo na prova.
a
A INFORMAÇÃO TRANSFOMADA
EM CONHECIMENTO
- Vou pedir a vocês que se
organizem em grupos e discutam
essas questões. Mas, além dessas,
busquem outras.
Observe que os esforços e recursos usados pelos dois professores foram
praticamente os mesmos. Mas enquanto um impõe a passividade, a
monotonia e a memorização o outro propõe desafios, sugere buscas.
4. Qual é o significado de AULA?
Segundo o dicionário escolar a palavra “Aula “ pode ser entendida
como “Sala”, espaço Físico onde alunos aprendem. Pode ser entendida,
também, como “lição”, ou seja, matéria ou trabalho escolar passado pelo
professor. De acordo com essa conceituação um passeio, uma entrevista, por exemplo, não
poderiam ser considerados como aula. Um professor de Educação Física não estaria
ministrando aula.
Considerada como “lição”, trabalho escolar, o professor é tido como eixo da aula
e, que sem ele, não há aprendizagem.
A palavra trabalho, de origem latina, significa “tortura”, dando a aula a ideia de sofrimento.
Pela origem etimológica da palavra, aula pode significar palácio, ou ainda gaiola, curral. Como
palácio, atenderia somente nobres e, como gaiolas e curral , prisão, confinamento.
Fugindo das raízes etimológicas e buscando uma definição mais desejável, Celso Antunes
define Aula como ”uma situação de aprendizagem, desenvolvidas em espaços diferentes
e na qual se fazem presentes um ou mais professores que, dominando fundamentos
epistemológicos, ajudam o aluno a aprender.”
Fonte: Professores e professauros (Celso Antunes)
5. O que é ensinar
• Ensinar quer dizer ajudar e apoiar os alunos a
confrontar uma informação significativa
• AULArelevanteINSTRUCIONAL AUL COM FINALIDADE DE APRENDIZAGEM
e COM FINAIDADE no âmbito AULA uma relação que
de
Observe esse texto de ciências. Refere- - Leia este texto de ciências e confronte
estabelecem com uma dadaseu corpo. Perceba que para a
se ao corpo humano e mostra que o
com o realidade,
mesmo, ainda que conservando um
maior parte das funções que você realiza.
Como correr atrás significados
• unidade, pode ser mais bem para reconstruir osde uma bola, por
capacitando-o
compreendido se o dividirmos em três
exemplo, você o usa de maneira integral,
atribuídos a e membros,
setores: cabeça, tronco essa realidadeisso a essa relação.
mas e não importa que possamos
estes por sua vez, classificados em
inferiores e superiores.
Professores e professauros – Celso
Antunes pág. 31
inventar uma divisão do mesmo e assim
melhor compreendê-lo. Qual divisão o
texto apresenta? Que outra divisão você
se arriscaria propor?
6. Inteligência constitui um potencial biopsicológico que no ser humano ajuda-o a
resolver problemas. Dessa forma representa atributo inato à espécie e assim
nascemos com nossas diferentes inteligências, cabendo ao ambiente no qual se
inclui naturalmente a escola, mais acentuadamente estimulá-las.
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7. A “competência” não é inata e, portanto, constitui atributo adquirido.
Representa a capacidade de usar nossas inteligências, assim como pensamentos,
memória e outros recursos mentais para realizar com eficiência uma tarefa desejada. Se
ao buscar um destino qualquer descobrimos que a estrada foi interrompida, nossas
inteligências levam-se a essa constatação e a certeza de que se deve buscar outra saída,
mas a forma como faremos determina o grau de competência da pessoa. Como se
percebe, a competência é a operacionalização da inteligência, e a forma concreta e
prática de colocá-la em ação. Assim posto, ao trabalhar as diferentes inteligências
humanas, pode o professor ativar diferentes competências. Percebe-se dessa maneira
que a noção de “competência” surge quando aparece ou é proposto um problema, pois
este desafio é que mostrará a forma melhor em superá-lo. Superar um problema com
competência, entretanto, não implica que tenhamos habilidade para fazê-lo.
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8. A habilidade é produto do treino e do aprimoramento de nossa destreza.
Para que esses conceitos se ajustem a prática, desenvolvamos o seguinte exemplo: o
automóvel que nos leva a praia empaca em meio à estrada; nossas inteligências
detectam esse problema e a necessidade em superá-lo. Se tivermos competência para
isso, apanhamos a caixa de ferramentas e colocamo-nos em ação, se não temos que ao
menos tenhamos uma outra competência, a de chamar depressa um mecânico. Supondo
que saibamos consertar a peça defeituosa e, dessa forma, resolvendo de forma
pertinente o problema que nos empaca, o faremos com maior ou com menor habilidade.
Se o problema é histórico em nosso carro e em nossa vida, provavelmente já
conquistamos habilidade maior em substituir ou consertar a peça defeituosa.
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9. Levando-se esse exemplo para sala de aula, podemos ao ensinar um ou outro conteúdo
explorar suas implicações linguísticas, lógico-matemáticas, espaciais, corporais e outras.
Podemos ainda, propondo desafios e arquitetando problemas, treinar competências
nossas e de nossos alunos, verificando que alguns as usam com notável habilidade,
outros com habilidade menor que, com persistência poderá crescer.
O trabalho com inteligências múltiplas em sala de aula pressupõe uma reflexão
construtivista, voltada para o despertar progressivo de competências e sua
transferência para vida prática através do desenvolvimento de muitas habilidades que
aos poucos se aprimora. Essa concepção se opõe a ideia de que o saber transfere-se de
uma pessoa para outra como algo que estando pronto vem de fora e se encaixa na
mente do aluno.
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