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COESÃO E COERÊNCIA
Professor: Francisco Das Chagas Pereira Galeno
COESÃO TEXTUAL
 A coesão textual é a conexão linguística que permite a união das ideias dentro do texto.
 Permite a eficiência na transmissão da mensagem ao leitor.
 Pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o
emprego de conectivos, sinônimos, dentre outros.
 O seu emprego necessita de recursos, como palavras e expressões que têm como
objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto.
 Esses são chamados de elementos de coesão.
 Quando o texto não possui coesão prejudica o processo de comunicação.
Coesão textual
A coesão referencial é um mecanismo realizado através do uso de elementos
coesivos.
Ocorre quando um termo ou expressão que já foi citado no texto é retomado por
meio de outro que o substitui.
O que foi mencionado é chamado de referente textual, e o termo que o remete a
ele denominado e correferente.
Exemplo: Sara saiu essa manhã de casa. Ela foi trabalhar na loja e mais tarde
foi ao curso de dança.
De acordo com o exemplo, o termo "ela" retoma o sujeito "Sara", evitando
assim, a repetição desnecessária.
Coesão referencial
A anáfora retoma o referente por meio de um elemento coesivo que pode ser: artigos,
advérbios, pronomes e numerais.
 Nesse caso, o referente textual já foi mencionado anteriormente no texto.
Exemplo
"De uma coisa tenho certeza: essa narrativa mexerá com uma coisa delicada: a criação de
uma pessoa inteira que na certa está tão viva quanto eu. Cuidai dela porque meu poder é só
mostrá-la para que vós a reconheçais na rua, andando de leve por causa da esvoaçada
magreza."
(A hora da estrela (2008) de Clarice Lispector)
Os termos destacados retomam o referente que foi citado anteriormente no texto:
"pessoa inteira".
Classificação - anáfora
A catáfora, diferente da anáfora, antecipa o referente, ou seja, o referente textual
surge após o elemento coesivo.
Geralmente, ela é empregada por meio de pronomes demonstrativos e
indefinidos.
Exemplo
"Há três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a
verdade". (Buda)
No exemplo acima, o correferente antecede o referente por meio da expressão "três
coisas".
Classificação - catáfora
A elipse é a omissão de um ou mais termos da frase, no entanto, que são
facilmente identificáveis pelo leitor. Ela é bastante utilizada para evitar a repetição
desnecessária.
Exemplo
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste: (omissão do pronome – eu)
sou poeta."
(Trecho do poema Motivo (1983) de Cecília Meireles)
No exemplo acima temos a omissão do pronome “Eu” na terceira linha do poema:
(Eu) Não sou alegre nem sou triste.
Classificação - elipse
A reiteração corresponde a repetição de elementos referenciais no texto.
Ela pode ocorrer por meio da repetição do mesmo item lexical, por termos
sinônimos ou mesmo por nomes genéricos (coisa, gente, negócio, etc.)
Exemplos
“Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o
único responsável por todos.” (Antoine de Saint-Exupéry)
Continua a falta de decoro parlamentar no Senado. Recentemente, voltaram a
trocar ofensas naquela casa de leis.
Classificação - reiteração
 A coesão sequencial é um recurso que colabora com a evolução textual
apontando a passagem do tempo.
 Ocorre por meio de marcadores verbais e conectivos os quais indicam
essa progressão ao longo do texto.
 Dessa maneira, a coesão sequencial colabora com a estrutura textual uma
vez que auxilia na articulação das palavras e frases dentro de um texto.
 Por sua vez, se não for utilizada de maneira correta, prejudicará o
entendimento do texto.
Coesão sequencial
Para compreender melhor o conceito de coesão sequencial, leia o trecho abaixo
extraído da obra O Cortiço (1997) de Aluísio Azevedo.
"João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que
enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro
do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao
retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a
venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro.
Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais
ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras
privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo
travesseiro de um saco de estopa cheio de palha."
 Nesse caso, essa evolução na narrativa é caracterizada por marcadores verbais que
determinam a passagem do tempo no texto.
Coesão sequencial
ANALIZANDO
João Romão foi... enriqueceu... economizou... ganhara... retirar-se...
estava... estabelecido... atirou-se... possuindo-se... afrontava... dormia...
Por esse motivo, a coesão sequencial é o elemento que organiza os fatos
do tempo no texto.
E, como é feita por marcadores verbais, é estabelecida pelas conjugações
no pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito e o pretérito imperfeito
do indicativo.
Coesão sequencial
A coesão sequencial também atua com o uso de conectivos. Sem ela, o texto não é
linear e a mensagem pode não ser compreendida.
Veja exemplo o em Crime Castigo (2007) de Fiódor Dostoiévski.
“Raskólhnikov não estava acostumado às pessoas e, como dissemos já, evitava todo
convívio, sobretudo nos últimos tempos. Mas, agora, qualquer coisa o impelia
para as pessoas. Algo de novo se passava nele e, ao mesmo tempo, despertava-se nele
também uma sede de convívio. Estava cansado de todo aquele mês de tristeza
solitária e de sombria expectativa, e por isso ansiava por respirar outro ambiente,
ainda que só por um momento, fosse qual fosse; e, apesar de toda a sujidade daquele
lugar, continuava muito satisfeito na taberna.”
Coesão sequencial
 Nos trechos acima, também extraídos da obra Crime Castigo, nota-se a
presença de diversos conectivos que permitem a sequência de ideias no
texto. Essa ligação ocorre por meio do uso de conjunções.
Os termos "mas" e “ainda que" estabelecem respectivamente uma relação
de oposição e concessão.
Já o "e" estabelece uma relação de adição uma vez que acrescenta algo ao
texto.
Coesão sequencial
COERÊNCIA TEXTUAL
 Um texto é coerente quando é possível interpretá-lo.
 A coerência é um princípio de textualidade ligado à possibilidade de
o texto funcionar em sua comunicabilidade.
 Não se prende apenas às determinações gramaticais da língua, mas
que as supõe.
 A coerência não depende só de conhecimentos linguísticos.
 Tem como limite a funcionalidade do que é dito.
Coerência
Fatores de coerência
 O conhecimento linguístico: é o conhecimento das estruturas
gramaticais e do significado das palavras.
 O conhecimento do mundo: é a soma de todos os nossos conhecimentos
adquiridos à medida que vivemos.
 O conhecimento partilhado: para ser coerente é necessário que se
fundamente numa base sólida.
 As inferências: referem-se aos conhecimentos que não estavam
expressos, mas que podem ser deduzidos a partir do que é dito.
 Situacionalidade: refere-se ao conjunto de elementos situacionais que
servem para dar coerência ao texto.
Fatores de coerência
 Os fatores de contextualização: são todos aqueles que relacionam o
texto a uma situação comunicativa determinada.
 Informatividade: diz respeito à quantidade de informações presentes
num texto.
 Focalização: refere-se ao modo de ver específico de determinado
conhecimento.
 A intertextualidade: prende-se ao conhecimento prévio de outros
textos, tanto no que diz respeito à forma, quanto ao conteúdo.
Fatores de coerência
 A intencionalidade: está ligada, por parte do emissor, a todos os meios
de que ele lança mão no sentido de atingir seus objetivos.
 A aceitabilidade: está ligada ao receptor à sua capacidade de atribuir
coerência ao texto.
 A consistência: se prende ao fato de que todos os dados textuais
devem estar relacionados de forma consistente entre si, de modo a não
haver contradição possível;
 Relevância: se liga ao fato de que os enunciados devem estar ligados ao
mesmo tema.
Metarregras de Michel Charolles
 Repetição: elementos de recorrência do tema em referência.
EXEMPLO
 Por um momento a moça achou que estava sendo seguida. Assustada,
ela apertou o passo esperando chegar a um ponto mais iluminado da rua.
Era noite alta e a mulher sentia-se ameaçada.
a moça ela a mulher
Metarregras de Michel Charolles
Errado
 Hoje em dia, no mundo em que vivemos, nós, os seres
humanos, estamos cada vez mais preocupados e pensando
sobre as trágicas e desastrosas consequências maléficas que
podem advir da utilização inadequada e incorreta dos
recursos naturais de que dispomos neste nosso planeta e
que são acessíveis a nós.
Correto
 Atualmente, estamos cada vez mais preocupados com as
trágicas consequências que podem advir da utilização
inadequada dos recursos naturais.
Observe que os
termos destacados
não progridem o
texto e sim são
circulares, isto é,
deixando texto
incoerente. Apesar
dos elementos de
coesão estarem bem
empregados.
 Progressão: o texto deve apresentar informações novas à medida que vai sendo
escrito.
Metarregras de Michel Charolles
 Não contradição: na introdução de elemento que contradiga o
que já foi enunciado anteriormente.
Errado
 A grande imprensa veicula informações que suprem muitas
carências dos indivíduos. Ela é responsável pela grande
confusão em que a sociedade vive.
Correto
 Se, por um lado, a grande imprensa é importante, porque
veicula informações, que suprem muitas carências dos
indivíduos, por outro lado ela é, às vezes, responsável pela
grande confusão em que a sociedade vive. Isso porque os fatos
são veiculados, em muitos casos, de forma superficial.
Observe que o
trecho destacado
diverge do
anterior, pois se a
impressa supre
como ao mesmo
tempo pode causar
confusão.
Metarregras de Michel Charolles
Exemplo do que não se deve fazer.
O município de São José do Rio Preto abrange uma
região imensa que é composta por vários Estados
limítrofes que ocupam uma área respeitável [...] Conta
ainda com uma superpopulação, com uma maioria de
pessoas e uma juventude com grandes recursos
educacionais, cursando as várias escolas e faculdades.
Isto posto, nossa cidade sente falta urgente de uma
Capela Crematória. Para os leigos é preciso esclarecer
que, para um corpo ser exumado através do forno
crematório, há necessidade que ele registre esta vontade
em duas testemunhas. Somente o interessado poderá usar
esta forma de suprir seu desejo, caso contrário, a
exumação seria da forma natural, ou seja: o sepultamento.
 Relação: um texto coerente, seu conteúdo, deve estar adequado a um estado de
coisas do mundo real ou em mundos possíveis.
O texto contraria de
vária formas com o
mundo real.
 São José do Rio
Preto não se limita
com vários Estados.
 Um corpo (uma
pessoa morta) não
pode mais registrar
vontade alguma.
 A palavra exumar não
é o mesmo que
cremar e sepultar.
AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997.
Charolles, M. 1978. Introdução aos problemas da coerência dos textos (Abordagem teórica e estudo das
práticas pedagógicas). Trad.: Paulo Otoni. Langue Française, Paris, nº 38, 1978.
DOSTOÏEVSKI, Crime e castigo. Coleção LESTE. Tradução, prefácio e notas de Paulo Bezerra. 5ª. ed. São
Paulo: 34, 2007. 568 p.
KOCH, Ingedore Vilaça & Vanda Maria Elias. Ler e escrever. Estratégias de produção textual. São Paulo:
Editora Contexto. 220p.
MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998. 87 p.
MARCUSHI, I, A. Produção textual: análise de gêneros e compressão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
p. 74 – 77.
REFERÊNCIAS

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Coesão e coerência textual com os elementos da referenciação

  • 1. COESÃO E COERÊNCIA Professor: Francisco Das Chagas Pereira Galeno
  • 3.  A coesão textual é a conexão linguística que permite a união das ideias dentro do texto.  Permite a eficiência na transmissão da mensagem ao leitor.  Pode ser compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o emprego de conectivos, sinônimos, dentre outros.  O seu emprego necessita de recursos, como palavras e expressões que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os segmentos do texto.  Esses são chamados de elementos de coesão.  Quando o texto não possui coesão prejudica o processo de comunicação. Coesão textual
  • 4. A coesão referencial é um mecanismo realizado através do uso de elementos coesivos. Ocorre quando um termo ou expressão que já foi citado no texto é retomado por meio de outro que o substitui. O que foi mencionado é chamado de referente textual, e o termo que o remete a ele denominado e correferente. Exemplo: Sara saiu essa manhã de casa. Ela foi trabalhar na loja e mais tarde foi ao curso de dança. De acordo com o exemplo, o termo "ela" retoma o sujeito "Sara", evitando assim, a repetição desnecessária. Coesão referencial
  • 5. A anáfora retoma o referente por meio de um elemento coesivo que pode ser: artigos, advérbios, pronomes e numerais.  Nesse caso, o referente textual já foi mencionado anteriormente no texto. Exemplo "De uma coisa tenho certeza: essa narrativa mexerá com uma coisa delicada: a criação de uma pessoa inteira que na certa está tão viva quanto eu. Cuidai dela porque meu poder é só mostrá-la para que vós a reconheçais na rua, andando de leve por causa da esvoaçada magreza." (A hora da estrela (2008) de Clarice Lispector) Os termos destacados retomam o referente que foi citado anteriormente no texto: "pessoa inteira". Classificação - anáfora
  • 6. A catáfora, diferente da anáfora, antecipa o referente, ou seja, o referente textual surge após o elemento coesivo. Geralmente, ela é empregada por meio de pronomes demonstrativos e indefinidos. Exemplo "Há três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade". (Buda) No exemplo acima, o correferente antecede o referente por meio da expressão "três coisas". Classificação - catáfora
  • 7. A elipse é a omissão de um ou mais termos da frase, no entanto, que são facilmente identificáveis pelo leitor. Ela é bastante utilizada para evitar a repetição desnecessária. Exemplo "Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: (omissão do pronome – eu) sou poeta." (Trecho do poema Motivo (1983) de Cecília Meireles) No exemplo acima temos a omissão do pronome “Eu” na terceira linha do poema: (Eu) Não sou alegre nem sou triste. Classificação - elipse
  • 8. A reiteração corresponde a repetição de elementos referenciais no texto. Ela pode ocorrer por meio da repetição do mesmo item lexical, por termos sinônimos ou mesmo por nomes genéricos (coisa, gente, negócio, etc.) Exemplos “Cada um é responsável por todos. Cada um é o único responsável. Cada um é o único responsável por todos.” (Antoine de Saint-Exupéry) Continua a falta de decoro parlamentar no Senado. Recentemente, voltaram a trocar ofensas naquela casa de leis. Classificação - reiteração
  • 9.  A coesão sequencial é um recurso que colabora com a evolução textual apontando a passagem do tempo.  Ocorre por meio de marcadores verbais e conectivos os quais indicam essa progressão ao longo do texto.  Dessa maneira, a coesão sequencial colabora com a estrutura textual uma vez que auxilia na articulação das palavras e frases dentro de um texto.  Por sua vez, se não for utilizada de maneira correta, prejudicará o entendimento do texto. Coesão sequencial
  • 10. Para compreender melhor o conceito de coesão sequencial, leia o trecho abaixo extraído da obra O Cortiço (1997) de Aluísio Azevedo. "João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua conta, o rapaz atirou-se à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estopa cheio de palha."  Nesse caso, essa evolução na narrativa é caracterizada por marcadores verbais que determinam a passagem do tempo no texto. Coesão sequencial
  • 11. ANALIZANDO João Romão foi... enriqueceu... economizou... ganhara... retirar-se... estava... estabelecido... atirou-se... possuindo-se... afrontava... dormia... Por esse motivo, a coesão sequencial é o elemento que organiza os fatos do tempo no texto. E, como é feita por marcadores verbais, é estabelecida pelas conjugações no pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito e o pretérito imperfeito do indicativo. Coesão sequencial
  • 12. A coesão sequencial também atua com o uso de conectivos. Sem ela, o texto não é linear e a mensagem pode não ser compreendida. Veja exemplo o em Crime Castigo (2007) de Fiódor Dostoiévski. “Raskólhnikov não estava acostumado às pessoas e, como dissemos já, evitava todo convívio, sobretudo nos últimos tempos. Mas, agora, qualquer coisa o impelia para as pessoas. Algo de novo se passava nele e, ao mesmo tempo, despertava-se nele também uma sede de convívio. Estava cansado de todo aquele mês de tristeza solitária e de sombria expectativa, e por isso ansiava por respirar outro ambiente, ainda que só por um momento, fosse qual fosse; e, apesar de toda a sujidade daquele lugar, continuava muito satisfeito na taberna.” Coesão sequencial
  • 13.  Nos trechos acima, também extraídos da obra Crime Castigo, nota-se a presença de diversos conectivos que permitem a sequência de ideias no texto. Essa ligação ocorre por meio do uso de conjunções. Os termos "mas" e “ainda que" estabelecem respectivamente uma relação de oposição e concessão. Já o "e" estabelece uma relação de adição uma vez que acrescenta algo ao texto. Coesão sequencial
  • 15.  Um texto é coerente quando é possível interpretá-lo.  A coerência é um princípio de textualidade ligado à possibilidade de o texto funcionar em sua comunicabilidade.  Não se prende apenas às determinações gramaticais da língua, mas que as supõe.  A coerência não depende só de conhecimentos linguísticos.  Tem como limite a funcionalidade do que é dito. Coerência
  • 16. Fatores de coerência  O conhecimento linguístico: é o conhecimento das estruturas gramaticais e do significado das palavras.  O conhecimento do mundo: é a soma de todos os nossos conhecimentos adquiridos à medida que vivemos.  O conhecimento partilhado: para ser coerente é necessário que se fundamente numa base sólida.  As inferências: referem-se aos conhecimentos que não estavam expressos, mas que podem ser deduzidos a partir do que é dito.  Situacionalidade: refere-se ao conjunto de elementos situacionais que servem para dar coerência ao texto.
  • 17. Fatores de coerência  Os fatores de contextualização: são todos aqueles que relacionam o texto a uma situação comunicativa determinada.  Informatividade: diz respeito à quantidade de informações presentes num texto.  Focalização: refere-se ao modo de ver específico de determinado conhecimento.  A intertextualidade: prende-se ao conhecimento prévio de outros textos, tanto no que diz respeito à forma, quanto ao conteúdo.
  • 18. Fatores de coerência  A intencionalidade: está ligada, por parte do emissor, a todos os meios de que ele lança mão no sentido de atingir seus objetivos.  A aceitabilidade: está ligada ao receptor à sua capacidade de atribuir coerência ao texto.  A consistência: se prende ao fato de que todos os dados textuais devem estar relacionados de forma consistente entre si, de modo a não haver contradição possível;  Relevância: se liga ao fato de que os enunciados devem estar ligados ao mesmo tema.
  • 19. Metarregras de Michel Charolles  Repetição: elementos de recorrência do tema em referência. EXEMPLO  Por um momento a moça achou que estava sendo seguida. Assustada, ela apertou o passo esperando chegar a um ponto mais iluminado da rua. Era noite alta e a mulher sentia-se ameaçada. a moça ela a mulher
  • 20. Metarregras de Michel Charolles Errado  Hoje em dia, no mundo em que vivemos, nós, os seres humanos, estamos cada vez mais preocupados e pensando sobre as trágicas e desastrosas consequências maléficas que podem advir da utilização inadequada e incorreta dos recursos naturais de que dispomos neste nosso planeta e que são acessíveis a nós. Correto  Atualmente, estamos cada vez mais preocupados com as trágicas consequências que podem advir da utilização inadequada dos recursos naturais. Observe que os termos destacados não progridem o texto e sim são circulares, isto é, deixando texto incoerente. Apesar dos elementos de coesão estarem bem empregados.  Progressão: o texto deve apresentar informações novas à medida que vai sendo escrito.
  • 21. Metarregras de Michel Charolles  Não contradição: na introdução de elemento que contradiga o que já foi enunciado anteriormente. Errado  A grande imprensa veicula informações que suprem muitas carências dos indivíduos. Ela é responsável pela grande confusão em que a sociedade vive. Correto  Se, por um lado, a grande imprensa é importante, porque veicula informações, que suprem muitas carências dos indivíduos, por outro lado ela é, às vezes, responsável pela grande confusão em que a sociedade vive. Isso porque os fatos são veiculados, em muitos casos, de forma superficial. Observe que o trecho destacado diverge do anterior, pois se a impressa supre como ao mesmo tempo pode causar confusão.
  • 22. Metarregras de Michel Charolles Exemplo do que não se deve fazer. O município de São José do Rio Preto abrange uma região imensa que é composta por vários Estados limítrofes que ocupam uma área respeitável [...] Conta ainda com uma superpopulação, com uma maioria de pessoas e uma juventude com grandes recursos educacionais, cursando as várias escolas e faculdades. Isto posto, nossa cidade sente falta urgente de uma Capela Crematória. Para os leigos é preciso esclarecer que, para um corpo ser exumado através do forno crematório, há necessidade que ele registre esta vontade em duas testemunhas. Somente o interessado poderá usar esta forma de suprir seu desejo, caso contrário, a exumação seria da forma natural, ou seja: o sepultamento.  Relação: um texto coerente, seu conteúdo, deve estar adequado a um estado de coisas do mundo real ou em mundos possíveis. O texto contraria de vária formas com o mundo real.  São José do Rio Preto não se limita com vários Estados.  Um corpo (uma pessoa morta) não pode mais registrar vontade alguma.  A palavra exumar não é o mesmo que cremar e sepultar.
  • 23. AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997. Charolles, M. 1978. Introdução aos problemas da coerência dos textos (Abordagem teórica e estudo das práticas pedagógicas). Trad.: Paulo Otoni. Langue Française, Paris, nº 38, 1978. DOSTOÏEVSKI, Crime e castigo. Coleção LESTE. Tradução, prefácio e notas de Paulo Bezerra. 5ª. ed. São Paulo: 34, 2007. 568 p. KOCH, Ingedore Vilaça & Vanda Maria Elias. Ler e escrever. Estratégias de produção textual. São Paulo: Editora Contexto. 220p. MEIRELES, Cecília. Flor de poemas. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998. 87 p. MARCUSHI, I, A. Produção textual: análise de gêneros e compressão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 74 – 77. REFERÊNCIAS