Este documento discute três tópicos importantes para a educação para a cidadania:
1) O acesso à literacia científica é importante, mas é necessário uma abordagem crítica para não limitar a formação dos estudantes;
2) As tecnologias de informação criam novas formas de inclusão e exclusão, e é importante educar os estudantes de forma crítica sobre esses temas;
3) A avaliação escolar deve ser repensada para promover uma política democrática do conhecimento.
Este documento discute a necessidade de reengenharia do modelo educacional tradicional devido à emergência da cultura digital no século 21. A integração da tecnologia no processo educacional requer adaptações para corresponder ao novo "habitus tecnológico" da sociedade. No entanto, existem resistências a essa mudança associadas aos processos cognitivos de assimilação digital. A plataforma digital pode ser um recurso complementar ao formato presencial tradicional se for usada de forma inclusiva e facilitadora.
Este documento resume uma tese de doutorado sobre o Plano CEIBAL, uma política educativa do Uruguai que fornece computadores para todos os alunos. A tese analisa o planejamento e implementação do plano em 14 escolas, usando entrevistas e questionários. As conclusões mostram como o plano afetou as condições de ensino-aprendizagem e as mudanças promovidas no sistema educativo uruguaio.
Limites das políticas públicas no enfrentamento de problemas educacionais: um...Gabriel Cardoso
O documento discute os limites das políticas públicas brasileiras no enfrentamento de problemas educacionais. Apresenta uma revisão bibliográfica sobre o tema, identificando como limitações as tensões entre atores, a definição parcial dos problemas, e a falta de continuidade decorrente da troca de governos. Conclui que as desigualdades sociais e regionais, assim como os testes padronizados, fornecem subsídios incompletos para a formulação de políticas.
Este documento discute o papel das ciências sociais para uma leitura crítica da mídia na educação. Ele explica como as ciências sociais podem fornecer ferramentas teóricas e práticas para pesquisas educacionais sobre como a escola lida com os desafios das mídias e tecnologias. Também analisa pesquisas sobre como professores e escolas usam mídias e TICs para estimular uma análise crítica das relações entre mídia e poder.
Educação Online e Formação Contínua em MedicinaMAURILIO LUIELE
O documento discute a educação online e a formação contínua em medicina. Apresenta como a sociedade está passando por uma transformação devido às novas tecnologias, levando ao surgimento da cibercultura. Isso representa um desafio para a educação, que deve capacitar as pessoas a lidarem com a incerteza através do desenvolvimento do pensamento crítico. Neste contexto, a educação a distância, especialmente a educação online, cresce em importância por possibilitar a aprendizagem ao longo da vida.
Presentamos este nuevo número de la revista académica “Avances de Investigación”. Se incluyen distintos artículos e investigaciones en progreso efectuados por los estudiantes de la Maestría en Educación de la Facultad de Ciencias de la Educación de nuestra Universidad.
Entre las líneas de investigación que se han establecido en la Facultad, los estudiantes, han trabajado en la producción de trabajos diversos en la asignatura Culturas, Saberes y Prácticas, que tiene como uno de sus cometidos la elaboración de un artículo científico, como parte del fomento de la investigación y de la producción, asidas en la información proveniente, tanto del aula como de la bibliografía recomendada, dando lugar al manejo de terminología apropiada y relacionamiento en aspectos importantes como la interculturalidad, la inclusión, la pedagogía, el currículo, las tecnologías de la información en la educación, la educación comparada y las políticas educativas.
Los artículos que aquí se exponen refieren a problemas de la educación vinculados a las diversas problemáticas tanto locales, regionales y estaduales del lugar de residencia de los estudiantes. Desde esta perspectiva efectúan un enriquecedor aporte al campo de la educación, en términos generales, y al área de las Ciencias Humanas y Sociales de manera particular.
Los avances de investigación que aquí se presentan, fueron efectuados por estudiantes que abordaron temáticas distintas de manera novedosa y siempre dentro del correspondiente rigor científico, bajo la supervisión del Docente.
En este número, específicamente se han barajado temas correspondientes a las políticas públicas educativas, programas específicos, y las tecnologías educativas.
1) O documento descreve a reformulação do curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba para adequá-lo às novas diretrizes curriculares nacionais.
2) Foi criado o Núcleo de Aprofundamento Educação, Tecnologias e Mídias (NETEM) para inserir componentes sobre inovação tecnológica e aprendizagem no currículo.
3) A formação de professores precisa prepará-los para o mundo globalizado e da sociedade da informação, desenvolvendo competências
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...Jurjo Torres Santomé
Jurjo Torres: «Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas salas de aula» en Revista Brasileira de Educação. (São Paulo - Brasil), Nº. 4 (Janeiro-Abril, 1997) págs. 5-25.
Este documento discute a necessidade de reengenharia do modelo educacional tradicional devido à emergência da cultura digital no século 21. A integração da tecnologia no processo educacional requer adaptações para corresponder ao novo "habitus tecnológico" da sociedade. No entanto, existem resistências a essa mudança associadas aos processos cognitivos de assimilação digital. A plataforma digital pode ser um recurso complementar ao formato presencial tradicional se for usada de forma inclusiva e facilitadora.
Este documento resume uma tese de doutorado sobre o Plano CEIBAL, uma política educativa do Uruguai que fornece computadores para todos os alunos. A tese analisa o planejamento e implementação do plano em 14 escolas, usando entrevistas e questionários. As conclusões mostram como o plano afetou as condições de ensino-aprendizagem e as mudanças promovidas no sistema educativo uruguaio.
Limites das políticas públicas no enfrentamento de problemas educacionais: um...Gabriel Cardoso
O documento discute os limites das políticas públicas brasileiras no enfrentamento de problemas educacionais. Apresenta uma revisão bibliográfica sobre o tema, identificando como limitações as tensões entre atores, a definição parcial dos problemas, e a falta de continuidade decorrente da troca de governos. Conclui que as desigualdades sociais e regionais, assim como os testes padronizados, fornecem subsídios incompletos para a formulação de políticas.
Este documento discute o papel das ciências sociais para uma leitura crítica da mídia na educação. Ele explica como as ciências sociais podem fornecer ferramentas teóricas e práticas para pesquisas educacionais sobre como a escola lida com os desafios das mídias e tecnologias. Também analisa pesquisas sobre como professores e escolas usam mídias e TICs para estimular uma análise crítica das relações entre mídia e poder.
Educação Online e Formação Contínua em MedicinaMAURILIO LUIELE
O documento discute a educação online e a formação contínua em medicina. Apresenta como a sociedade está passando por uma transformação devido às novas tecnologias, levando ao surgimento da cibercultura. Isso representa um desafio para a educação, que deve capacitar as pessoas a lidarem com a incerteza através do desenvolvimento do pensamento crítico. Neste contexto, a educação a distância, especialmente a educação online, cresce em importância por possibilitar a aprendizagem ao longo da vida.
Presentamos este nuevo número de la revista académica “Avances de Investigación”. Se incluyen distintos artículos e investigaciones en progreso efectuados por los estudiantes de la Maestría en Educación de la Facultad de Ciencias de la Educación de nuestra Universidad.
Entre las líneas de investigación que se han establecido en la Facultad, los estudiantes, han trabajado en la producción de trabajos diversos en la asignatura Culturas, Saberes y Prácticas, que tiene como uno de sus cometidos la elaboración de un artículo científico, como parte del fomento de la investigación y de la producción, asidas en la información proveniente, tanto del aula como de la bibliografía recomendada, dando lugar al manejo de terminología apropiada y relacionamiento en aspectos importantes como la interculturalidad, la inclusión, la pedagogía, el currículo, las tecnologías de la información en la educación, la educación comparada y las políticas educativas.
Los artículos que aquí se exponen refieren a problemas de la educación vinculados a las diversas problemáticas tanto locales, regionales y estaduales del lugar de residencia de los estudiantes. Desde esta perspectiva efectúan un enriquecedor aporte al campo de la educación, en términos generales, y al área de las Ciencias Humanas y Sociales de manera particular.
Los avances de investigación que aquí se presentan, fueron efectuados por estudiantes que abordaron temáticas distintas de manera novedosa y siempre dentro del correspondiente rigor científico, bajo la supervisión del Docente.
En este número, específicamente se han barajado temas correspondientes a las políticas públicas educativas, programas específicos, y las tecnologías educativas.
1) O documento descreve a reformulação do curso de Pedagogia da Universidade Estadual da Paraíba para adequá-lo às novas diretrizes curriculares nacionais.
2) Foi criado o Núcleo de Aprofundamento Educação, Tecnologias e Mídias (NETEM) para inserir componentes sobre inovação tecnológica e aprendizagem no currículo.
3) A formação de professores precisa prepará-los para o mundo globalizado e da sociedade da informação, desenvolvendo competências
Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas s...Jurjo Torres Santomé
Jurjo Torres: «Política educativa, multiculturalismo e práticas culturais democráticas nas salas de aula» en Revista Brasileira de Educação. (São Paulo - Brasil), Nº. 4 (Janeiro-Abril, 1997) págs. 5-25.
1. O documento analisa a resistência às cotas raciais no Brasil e argumenta que ela é motivada pela manutenção do status quo de exclusão de negros e indígenas.
2. Aborda a história da formação das sociedades estamental e de classes no Brasil e o papel dos escravos negros nesses modelos.
3. Discutem-se os aspectos éticos e econômicos do preconceito racial brasileiro e a constitucionalidade das ações afirmativas e cotas raciais.
1) A educação está sendo revisitada como prioridade em nível mundial devido à necessidade de enfrentar novos padrões de produtividade e competitividade impostos pelo avanço tecnológico.
2) O documento discute como a educação pode contribuir para o desenvolvimento econômico com equidade social, preparando os cidadãos para as demandas do mercado de trabalho moderno e para o exercício da cidadania em sociedades pluralistas.
3) É proposto que a educação foque no desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais
O documento discute o Programa Mais Educação no Brasil e sua inserção na Escola Municipal Raimunda Rodrigues Capiberibe em Laranjal do Jari, Amapá. O programa visa ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola através de atividades no contra turno para tornar a aprendizagem mais eficiente. O documento analisa como o programa vem sendo aplicado na escola, trazendo desafios e possibilidades de melhoria da qualidade do ensino.
A política pública de cotas en universidades, desempenho académico e incluso sociala política pública de cotas en universidades, desempenho académico e incluso social
1) O documento discute a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil como uma nova abordagem inovadora para a educação profissional e tecnológica.
2) Os Institutos Federais oferecem cursos técnicos integrados ao ensino médio, licenciaturas, graduações tecnológicas, especializações, mestrados e doutorados focados em pesquisa aplicada e inovação tecnológica.
3) Essa estrutura verticalizada permite que professores
O documento descreve o período entre os anos 1920-1930 no Brasil, quando houve um aumento do debate educacional devido aos esforços de grupos liberais e da Associação Brasileira de Educação. Também discute as divergências ideológicas entre os modernistas e a criação de faculdades católicas e a Ação Integralista Brasileira como respostas conservadoras.
Este documento discute os desafios da educação superior no Brasil e no mundo. Apresenta três desafios principais: 1) a expansão do acesso à educação superior, especialmente para grupos historicamente excluídos, 2) a melhoria da qualidade do ensino oferecido, e 3) a adequação da formação aos requisitos do mercado de trabalho. O documento analisa essas questões no contexto brasileiro e internacional e apresenta pesquisas sobre o tema.
Este trabalho discute a crise da leitura mediante a participação dos pesquisadores, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), de agosto de 2010 a novembro de 2011, provenientes do Curso de Pedagogia de uma universidade de Curitiba, em uma instituição pública de ensino, na formação de professores alfabetizadores. A pesquisa que tem como tema a crise da leitura na formação de docentes foi procedente dos relatórios dos bolsistas, das reuniões de estudos com os supervisores locais e bolsistas, das observações e das produções acadêmicas dos bolsistas, tendo como premissa a ação-reflexão-ação e por fim, a aplicação de um questionário, os quais constituem o “corpus” para a análise dos resultados até aqui possíveis de compreender. A formação de professores foi baseada em Freire (1987, 2003) e Pimenta (1990); a leitura e suas concepções basearam-se em Zilberman (1991), Lajolo (2010), Andrade (2007), Maia (2007) e Silva (1985). Foi possível ratificar as primeiras impressões alcançadas, motivando assim para um estudo mais aprofundado, a fim de reconhecer as causas da pouca prática leitora entre os jovens pesquisados.
Este documento propõe diretrizes para qualificar o ensino básico público no Brasil através de (1) aprender com experiências que deram certo, (2) mudar a maneira de ensinar para focar no raciocínio analítico, e (3) organizar a diversidade para permitir evolução em vez de uniformidade. O objetivo é construir um ensino que desenvolva as capacidades dos estudantes.
Este documento lista trabalhos inscritos e aprovados para o CONAPE 2018 sobre diversos eixos temáticos da educação brasileira. Os trabalhos abordam tópicos como a BNCC, planos nacionais e municipais de educação, gestão democrática, educação profissional e ensino médio.
Here is a 3 sentence summary of the document in the format you requested:
[SUMMARY] The document presents an introduction and preface for the book "Learning and Teaching: Different Perspectives and Practices", which brings together chapters by educators from PUCRS on various topics related to contemporary issues in education, classroom research and practice, neuropsychological development, inclusion, critical thinking, gifted education, subjectivity, and aggression in the school setting. The book aims to contribute to the training of future teachers by sharing reflections and experiences on important themes in education from different points of view.
1) O artigo discute a participação política e os processos educativos nas organizações juvenis de uma universidade pública de Minas Gerais.
2) Analisa características dos jovens na educação superior no Brasil atual e a noção de organizações juvenis.
3) Conclui que as organizações juvenis oferecem processos educativos valiosos no seu cotidiano, utilizando metodologias participativas e democráticas.
O documento discute as políticas educacionais e sua gestão ao longo das décadas de 1980 a 1990, quando organizações multilaterais como o Banco Mundial passaram a influenciar as políticas dos países periféricos. Também analisa como as reformas do Estado a partir da década de 1990 orientaram as políticas educacionais de acordo com as demandas do mercado capitalista globalizado. Por fim, aborda os desafios atuais em assegurar a democratização e a inclusão social na educação.
Este documento discute o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação, especialmente no contexto da formação de professores e educação a distância. Ele argumenta que as TICs têm o potencial de promover a inclusão social através da educação, mas também apresentam desafios como a falta de preparo de professores e desigualdade no acesso à tecnologia. Finalmente, defende que é necessário um uso crítico e reflexivo das TICs nas práticas pedagógicas para que tragam benefícios re
Este documento apresenta o módulo de um programa de capacitação para gestores escolares sobre a função social da escola. O módulo é dividido em cinco unidades que discutem o papel da escola no mundo contemporâneo, na sociedade do conhecimento, sua relação com a democracia, com a comunidade local e com a cultura. Cada unidade tem objetivos específicos e conteúdos relacionados ao tema.
1) O documento discute como as tecnologias estão causando mudanças no contexto educacional e na prática pedagógica dos professores.
2) Analisa os fatores que contribuem e dificultam a integração das tecnologias no ensino, como a necessidade de capacitação dos professores e falta de recursos tecnológicos nas escolas.
3) Tem como objetivo entender como os professores utilizam as tecnologias em sua prática e como superar os desafios causados por sua inserção na educação.
Este artigo apresenta uma proposta de ensino de Progressões Aritméticas (PA) utilizando a metodologia de resolução de problemas. O autor discute como esta metodologia pode tornar o aprendizado de PA mais atraente e motivador para os alunos, identificando características de problemas bem elaborados e causas comuns de dificuldade. Uma sequência didática é proposta como exemplo para trabalhar PA por meio de situações-problema.
1. O documento apresenta os cadernos de apoio à aprendizagem de sociologia para a 3a série do ensino médio da Bahia.
2. É coordenado pela Secretaria de Educação da Bahia e elaborado por uma equipe de professores para auxiliar no trabalho pedagógico durante a pandemia.
3. Os cadernos abordam temas como o capitalismo, a relação entre países centrais e periféricos, o capital corporativo e a globalização, com atividades para os alunos.
O documento discute o impacto das políticas neoliberais na educação a distância no Brasil. A autora argumenta que o paradigma neoliberal prioriza a educação como preparação para o mercado de trabalho e que a educação a distância é vulnerável a ser moldada de acordo com esse modelo mecanicista e mercantilizado. A autora também defende que a educação a distância deve lutar contra esses controles corporativos para não se tornar uma ferramenta de servidão.
1. O documento apresenta os cadernos de apoio à aprendizagem de história para a 3a série do ensino médio na Bahia.
2. Foi elaborado por dezenas de professores da rede estadual durante a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia.
3. O material é parte da estratégia de retomada das atividades letivas e visa apoiar docentes e estudantes nesse processo.
O documento discute as novas exigências para a formação de professores diante das transformações sociais contemporâneas, como a globalização e o avanço das tecnologias. Apesar dos questionamentos sobre o futuro da profissão docente, o texto argumenta que professores ainda são necessários para preparar estudantes para os desafios da sociedade atual e garantir o acesso igualitário ao conhecimento. Novas habilidades são requeridas dos professores para integrar as tecnologias e mídias no ensino e formar cidadãos críticos.
Citelli, a. o.inflexoes educomu desconhecidoETEC Piedade
O documento discute as relações entre comunicação e educação e como novas tecnologias vêm influenciando os espaços escolares. Apresenta breve biografia de Adilson Citelli e resumo do artigo. Debate visões sobre a entrada de novas tecnologias na educação e a necessidade de equilíbrio entre inovações e melhorias na estrutura escolar.
1. O documento analisa a resistência às cotas raciais no Brasil e argumenta que ela é motivada pela manutenção do status quo de exclusão de negros e indígenas.
2. Aborda a história da formação das sociedades estamental e de classes no Brasil e o papel dos escravos negros nesses modelos.
3. Discutem-se os aspectos éticos e econômicos do preconceito racial brasileiro e a constitucionalidade das ações afirmativas e cotas raciais.
1) A educação está sendo revisitada como prioridade em nível mundial devido à necessidade de enfrentar novos padrões de produtividade e competitividade impostos pelo avanço tecnológico.
2) O documento discute como a educação pode contribuir para o desenvolvimento econômico com equidade social, preparando os cidadãos para as demandas do mercado de trabalho moderno e para o exercício da cidadania em sociedades pluralistas.
3) É proposto que a educação foque no desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais
O documento discute o Programa Mais Educação no Brasil e sua inserção na Escola Municipal Raimunda Rodrigues Capiberibe em Laranjal do Jari, Amapá. O programa visa ampliar o tempo de permanência dos alunos na escola através de atividades no contra turno para tornar a aprendizagem mais eficiente. O documento analisa como o programa vem sendo aplicado na escola, trazendo desafios e possibilidades de melhoria da qualidade do ensino.
A política pública de cotas en universidades, desempenho académico e incluso sociala política pública de cotas en universidades, desempenho académico e incluso social
1) O documento discute a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Brasil como uma nova abordagem inovadora para a educação profissional e tecnológica.
2) Os Institutos Federais oferecem cursos técnicos integrados ao ensino médio, licenciaturas, graduações tecnológicas, especializações, mestrados e doutorados focados em pesquisa aplicada e inovação tecnológica.
3) Essa estrutura verticalizada permite que professores
O documento descreve o período entre os anos 1920-1930 no Brasil, quando houve um aumento do debate educacional devido aos esforços de grupos liberais e da Associação Brasileira de Educação. Também discute as divergências ideológicas entre os modernistas e a criação de faculdades católicas e a Ação Integralista Brasileira como respostas conservadoras.
Este documento discute os desafios da educação superior no Brasil e no mundo. Apresenta três desafios principais: 1) a expansão do acesso à educação superior, especialmente para grupos historicamente excluídos, 2) a melhoria da qualidade do ensino oferecido, e 3) a adequação da formação aos requisitos do mercado de trabalho. O documento analisa essas questões no contexto brasileiro e internacional e apresenta pesquisas sobre o tema.
Este trabalho discute a crise da leitura mediante a participação dos pesquisadores, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), de agosto de 2010 a novembro de 2011, provenientes do Curso de Pedagogia de uma universidade de Curitiba, em uma instituição pública de ensino, na formação de professores alfabetizadores. A pesquisa que tem como tema a crise da leitura na formação de docentes foi procedente dos relatórios dos bolsistas, das reuniões de estudos com os supervisores locais e bolsistas, das observações e das produções acadêmicas dos bolsistas, tendo como premissa a ação-reflexão-ação e por fim, a aplicação de um questionário, os quais constituem o “corpus” para a análise dos resultados até aqui possíveis de compreender. A formação de professores foi baseada em Freire (1987, 2003) e Pimenta (1990); a leitura e suas concepções basearam-se em Zilberman (1991), Lajolo (2010), Andrade (2007), Maia (2007) e Silva (1985). Foi possível ratificar as primeiras impressões alcançadas, motivando assim para um estudo mais aprofundado, a fim de reconhecer as causas da pouca prática leitora entre os jovens pesquisados.
Este documento propõe diretrizes para qualificar o ensino básico público no Brasil através de (1) aprender com experiências que deram certo, (2) mudar a maneira de ensinar para focar no raciocínio analítico, e (3) organizar a diversidade para permitir evolução em vez de uniformidade. O objetivo é construir um ensino que desenvolva as capacidades dos estudantes.
Este documento lista trabalhos inscritos e aprovados para o CONAPE 2018 sobre diversos eixos temáticos da educação brasileira. Os trabalhos abordam tópicos como a BNCC, planos nacionais e municipais de educação, gestão democrática, educação profissional e ensino médio.
Here is a 3 sentence summary of the document in the format you requested:
[SUMMARY] The document presents an introduction and preface for the book "Learning and Teaching: Different Perspectives and Practices", which brings together chapters by educators from PUCRS on various topics related to contemporary issues in education, classroom research and practice, neuropsychological development, inclusion, critical thinking, gifted education, subjectivity, and aggression in the school setting. The book aims to contribute to the training of future teachers by sharing reflections and experiences on important themes in education from different points of view.
1) O artigo discute a participação política e os processos educativos nas organizações juvenis de uma universidade pública de Minas Gerais.
2) Analisa características dos jovens na educação superior no Brasil atual e a noção de organizações juvenis.
3) Conclui que as organizações juvenis oferecem processos educativos valiosos no seu cotidiano, utilizando metodologias participativas e democráticas.
O documento discute as políticas educacionais e sua gestão ao longo das décadas de 1980 a 1990, quando organizações multilaterais como o Banco Mundial passaram a influenciar as políticas dos países periféricos. Também analisa como as reformas do Estado a partir da década de 1990 orientaram as políticas educacionais de acordo com as demandas do mercado capitalista globalizado. Por fim, aborda os desafios atuais em assegurar a democratização e a inclusão social na educação.
Este documento discute o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação, especialmente no contexto da formação de professores e educação a distância. Ele argumenta que as TICs têm o potencial de promover a inclusão social através da educação, mas também apresentam desafios como a falta de preparo de professores e desigualdade no acesso à tecnologia. Finalmente, defende que é necessário um uso crítico e reflexivo das TICs nas práticas pedagógicas para que tragam benefícios re
Este documento apresenta o módulo de um programa de capacitação para gestores escolares sobre a função social da escola. O módulo é dividido em cinco unidades que discutem o papel da escola no mundo contemporâneo, na sociedade do conhecimento, sua relação com a democracia, com a comunidade local e com a cultura. Cada unidade tem objetivos específicos e conteúdos relacionados ao tema.
1) O documento discute como as tecnologias estão causando mudanças no contexto educacional e na prática pedagógica dos professores.
2) Analisa os fatores que contribuem e dificultam a integração das tecnologias no ensino, como a necessidade de capacitação dos professores e falta de recursos tecnológicos nas escolas.
3) Tem como objetivo entender como os professores utilizam as tecnologias em sua prática e como superar os desafios causados por sua inserção na educação.
Este artigo apresenta uma proposta de ensino de Progressões Aritméticas (PA) utilizando a metodologia de resolução de problemas. O autor discute como esta metodologia pode tornar o aprendizado de PA mais atraente e motivador para os alunos, identificando características de problemas bem elaborados e causas comuns de dificuldade. Uma sequência didática é proposta como exemplo para trabalhar PA por meio de situações-problema.
1. O documento apresenta os cadernos de apoio à aprendizagem de sociologia para a 3a série do ensino médio da Bahia.
2. É coordenado pela Secretaria de Educação da Bahia e elaborado por uma equipe de professores para auxiliar no trabalho pedagógico durante a pandemia.
3. Os cadernos abordam temas como o capitalismo, a relação entre países centrais e periféricos, o capital corporativo e a globalização, com atividades para os alunos.
O documento discute o impacto das políticas neoliberais na educação a distância no Brasil. A autora argumenta que o paradigma neoliberal prioriza a educação como preparação para o mercado de trabalho e que a educação a distância é vulnerável a ser moldada de acordo com esse modelo mecanicista e mercantilizado. A autora também defende que a educação a distância deve lutar contra esses controles corporativos para não se tornar uma ferramenta de servidão.
1. O documento apresenta os cadernos de apoio à aprendizagem de história para a 3a série do ensino médio na Bahia.
2. Foi elaborado por dezenas de professores da rede estadual durante a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia.
3. O material é parte da estratégia de retomada das atividades letivas e visa apoiar docentes e estudantes nesse processo.
O documento discute as novas exigências para a formação de professores diante das transformações sociais contemporâneas, como a globalização e o avanço das tecnologias. Apesar dos questionamentos sobre o futuro da profissão docente, o texto argumenta que professores ainda são necessários para preparar estudantes para os desafios da sociedade atual e garantir o acesso igualitário ao conhecimento. Novas habilidades são requeridas dos professores para integrar as tecnologias e mídias no ensino e formar cidadãos críticos.
Citelli, a. o.inflexoes educomu desconhecidoETEC Piedade
O documento discute as relações entre comunicação e educação e como novas tecnologias vêm influenciando os espaços escolares. Apresenta breve biografia de Adilson Citelli e resumo do artigo. Debate visões sobre a entrada de novas tecnologias na educação e a necessidade de equilíbrio entre inovações e melhorias na estrutura escolar.
Este documento apresenta o livro "Educação e tecnologia: parcerias 2.0" organizado por três membros do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá. O livro contém artigos sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais, abordando tópicos como jogos digitais, redes sociais e formação de professores.
Ppt por carlina boros tr45 - educomunicação contribuições para a melhora do...videoparatodos
1) O documento discute a proposta de incluir a educomunicação na reforma do Ensino Médio brasileiro através de 5 linhas de ação.
2) A educomunicação surgiu nos debates da educação popular nas décadas de 1960-1970 e agora está presente nas políticas públicas.
3) A comunicação deve fazer parte do currículo escolar para engajar os estudantes e responder aos seus interesses e hábitos de comunicação fora da escola.
Este documento discute os desafios das tecnologias da informação e comunicação na educação, incluindo a necessidade de torná-las acessíveis a todos para evitar exclusão social, capacitar educadores em seu uso, e ensinar uma ética digital que respeite limites. As ciências sociais podem ajudar os alunos a compreender suas responsabilidades sociais e pensar criticamente sobre esses temas.
O documento discute a importância do uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) no ensino na Escola de Referência em Ensino Médio Justa Barbosa de Sales. Ele destaca a necessidade de capacitar professores no uso pedagógico das TICs para motivar os alunos na aprendizagem e atender as demandas da sociedade moderna. O objetivo é integrar as TICs no ensino de forma criativa usando diferentes estratégias.
Este documento propõe a integração da webrádio ao currículo escolar com o objetivo de dar voz aos alunos e professores e melhorar os processos de ensino e aprendizagem de forma inclusiva, democrática e cidadã. A pesquisa será qualitativa e utilizará a pesquisa-ação, envolvendo uma turma de alunos do ensino fundamental para analisar como a webrádio pode empoderar os sujeitos do currículo.
Parâmetros Curriculares Nacionais - Grupo 2pibidsociais
O documento discute a reforma do Ensino Médio no Brasil proposta pelo Ministério da Educação visando: 1) reduzir a desvantagem educacional em relação a países desenvolvidos, 2) promover uma formação geral que desenvolva capacidades como pensamento crítico, e 3) acompanhar avanços tecnológicos e atender às novas demandas do mercado de trabalho.
Este documento apresenta uma proposta de um novo itinerário formativo chamado "Liderança e Cidadania" para o Ensino Médio, desenvolvido em parceria com a organização Politize. O itinerário consiste em 6 unidades curriculares que abordam temas como cidadania, mídia, direito, inovação, políticas públicas e participação social. O objetivo é desenvolver estudantes líderes comprometidos com a democracia e capacitá-los para o exercício da cidadania ativa.
A sociedade da informação e o novo paradigma de construção de aprendizagens s...Happy family
O documento discute o papel social da escola na sociedade da informação e como as tecnologias da informação e comunicação (TIC) podem auxiliar nesse processo. A escola precisa ensinar pensamento crítico e resolução de problemas para formar cidadãos capazes de questionar e propor soluções para a sociedade. As TIC podem ajudar a escola a se comunicar melhor com os alunos da geração Z, nativos digitais acostumados com a tecnologia.
Este documento discute o uso de mídias na educação infantil. Ele apresenta uma pesquisa qualitativa realizada com professores de educação infantil em Santana do Livramento sobre o uso de mídias em suas práticas pedagógicas. A pesquisa constatou a necessidade de mais reflexão sobre como as mídias podem ser usadas de forma positiva na educação infantil para ampliar o conhecimento das crianças.
Este documento discute a introdução das tecnologias da informação no ensino público brasileiro. Primeiro, contextualiza os desafios enfrentados pelo ensino no Brasil e o potencial das TIC para auxiliar nessa situação de crise. Em seguida, descreve como as ações do poder público nem sempre correspondem aos objetivos propostos e como os professores nem sempre estão preparados para ensinar com novas tecnologias. Por fim, apresenta os objetivos da pesquisa, que é analisar como as escolas e professores percebem e usam as TIC no ensino
Este documento discute como as correntes pedagógicas sócio-críticas podem incorporar a cibercultura no processo de ensino-aprendizagem. Essas correntes visam a transformação social e a inclusão crítica dos alunos na sociedade. A cibercultura é definida como a cultura estruturada pelo uso de tecnologias digitais e redes, e influencia as práticas culturais dos alunos. É importante que as escolas e professores estejam preparados para receber esses alunos e valorizar suas experi
O documento discute a educação não formal e o papel do pedagogo em ambientes fora da escola. Ele descreve como a educação não formal surgiu para atender novas demandas sociais e como os pedagogos agora atuam em diversos ambientes como empresas, ONGs e igrejas.
O documento discute as contribuições e desafios do uso de mídias e tecnologia na educação infantil. Apresenta uma revisão de literatura sobre como as mídias fazem parte do cotidiano infantil e do processo de socialização. Também analisa como as mídias podem ser usadas na organização do trabalho pedagógico e quais são os desafios e oportunidades nesse uso.
O documento analisa o impacto das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas bibliotecas escolares das escolas secundárias de Lisboa. Inicialmente, faz uma revisão da literatura sobre como as TIC influenciam a educação e o papel das bibliotecas. Depois, apresenta os resultados de um inquérito sobre como as bibliotecas escolares usam as TIC e a Web 2.0. Finalmente, propõe investigar também a perspetiva dos alunos para definir estratégias de aproximação entre bibliotecas e alunos
O documento analisa o impacto das tecnologias de informação e comunicação (TIC) nas bibliotecas escolares das escolas secundárias de Lisboa. Inicialmente, faz uma revisão da literatura sobre como as TIC influenciam a educação e o papel das bibliotecas. Depois, apresenta os resultados de um inquérito sobre como as bibliotecas escolares usam as TIC e a Web 2.0. Finalmente, propõe futuras investigações sobre como aproximar bibliotecas e alunos digitalmente.
O documento discute o papel do professor em uma escola democrática. Primeiro, descreve como as rápidas transformações sociais exigem novas abordagens educacionais. Em seguida, argumenta que as escolas precisam adotar métodos democráticos para preparar os alunos para a participação cívica. Por fim, defende que os professores devem estar preparados para lidar com a diversidade e ensinar valores democráticos.
O documento discute os desafios enfrentados pela educação e escolas atualmente e o papel do gestor escolar. A educação recebe expectativas contraditórias da sociedade e é afetada por mudanças sociais. Embora países desenvolvidos também enfrentem problemas como baixo desempenho e violência, gestores podem aproveitar oportunidades de melhoria contínua, principalmente por meio da aprendizagem institucional e do uso de tecnologias para formação de professores.
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...Luiza Carvalho
Este documento discute a relação entre tecnologia e metodologia na educação a distância. Apresenta como as mídias modificaram a aquisição de conhecimento e criaram a "historicidade mediada". Argumenta que a educação a distância, ao utilizar tecnologias, pode democratizar o acesso à educação de forma autônoma e independente, desde que haja um equilíbrio entre tecnologia e metodologia pedagógica.
Tecnologia ou metodologia? Uma análise da EAD como modalidade de ensino-apren...
Cie cidadania
1. EDUCAR PARA A CIDADANIA HOJE?
João Filipe Matos
Centro de Investigação em Educação
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Introdução
O que significa educar as crianças e os jovens para a cidadania numa
dimensão transversal na escola de hoje no mundo de hoje? Como é que,
no quadro da educação para a cidadania, se estabelecem as relações entre
educação e democracia? Como é que educadores e investigadores em
educação se situam nestas questões e olham as próprias práticas no
exercício da cidadania?
A ideia de que a educação tem uma dimensão política tem sido
sublinhada por diversos autores. Por exemplo, Paulo Freire ao colocar o
ênfase na natureza política da educação e na centralidade dos aspectos
culturais e sociais da educação, teve um enorme impacto em muitos
países. E foi mais tarde ele próprio quem reformulou essa ideia
escrevendo que a educação é acção política. Hoje, as transformações
económicas, sociais e políticas determinaram formas diferentes de olhar o
fenómeno da educação mas as situações de desigualdade e de exclusão
social a nível mundial sugerem uma perspectiva ainda mais crítica.
Há uma diversidade de questões sobre as quais é urgente
interrogarmo-nos como professores, como educadores e como
investigadores nestes tempos neo-liberais, se queremos contribuir para a
construção de um mundo mais igualitário e com maior justiça social – e
esse é certamente um dos desígnios da educação para a cidadania. É na
interrogação e no questionamento das nossas próprias práticas como
1
2. professores, como educadores e como investigadores em educação que
poderá emergir alguma esperança no poder transformativo da educação.
A recente comemoração dos 30 anos da revolução de 25 de Abril de
1974 torna fortemente presente a memória de tempos em que a vida
democrática era um objectivo central. Mas a luta pelo acesso aos direitos
e às liberdades políticas dos anos 60 e início dos anos 70, toma
actualmente uma outra dimensão que está concentrada no que poderemos
chamar de acesso económico e cultural das pessoas. E embora se saiba
por exemplo que uma percentagem muito elevado de todos os empregos
existentes requerem formas elaboradas de literacia em tecnologias de
informação e que no futuro próximo todos os empregos requererão
capacidades e competências ainda mais elaboradas nesse domínio, não
conhecemos o que será efectivamente uma grande percentagem desses
novos empregos e o que esses empregos exigirão de facto das pessoas. Há
assim uma indeterminação muito grande na definição dos objectivos da
escola e da formação em geral quando nos colocamos numa perspectiva
de procurar formar os cidadãos para um mundo que (ainda) não
conhecemos. É por isso que me parece sempre mais útil pensar no futuro
em termos construtivos, procurando equacionar não as necessidades que
haverá mas procurar traçar o próprio futuro. Isto levanta enormes
desafios à educação. Algumas das questões mais críticas que se colocam
são: quem vai ter acesso às tecnologias de informação? quem vai
controlar esse acesso? o que temos que exigir ao sistema educativo para
preparar e ajudar as pessoas a perspectivar (e construir) esse futuro? Que
forma de regulação tem a escola para monitorizar as suas práticas? Que
relações tem essa regulação com a avaliação das aprendizagens? Que
oportunidades haverá para a próxima geração? Como é que a escola pode
entrar neste jogo de construção da sociedade da próxima geração?
2
3. O problema a que estas questões nos leva é o da análise das práticas
dos educadores, professores e investigadores em educação, no seu dia-a-
dia das aulas no ensino básico e secundário, nas universidades, nas ESEs,
nas actividades de investigação nos centros de investigação, e do sentido
destas práticas na valorização de uma dimensão social e política na
educação e na investigação. Há diversos tipos de contribuição em que a
acção pode ter lugar. Irei reflectir sobre três deles: (i) a relevância do
acesso à literacia científica, (ii) o acesso ao conhecimento através das
tecnologias de informação, e (iii) a reflexão sobre a política do
conhecimento na sua relação com a avaliação que é realizada nas
actividades escolares em todos os níveis de ensino.
O acesso à literacia científica
Actualmente as autoridades de muitos países (não só ocidentais)
consideram que existe uma relação directa entre o nível de literacia
científica (basicamente em ciências e em matemática) e o seu nível de
desenvolvimento económico. Existe de facto uma relação relativamente
forte entre o nível de desenvolvimento económico e o posicionamento
respectivo nos rankings internacionais em ciências e matemática (e.g. os
resultados do PISA). Mas esta relação é tipicamente lida em sentido
contrário assumindo-se que uma das causas do desenvolvimento
económico está na literacia científica da população (o que está por
demonstrar). Independentemente das formas e metodologias que levam à
elaboração dos rankings internacionais (que são eles próprios
questionáveis) e dos objectivos políticos que assumem aqueles resultados
nas negociações para obtenção de apoios e subsídios, é de notar que o
posicionamento de um determinado país num destes rankings acaba por
3
4. ter influência no modo como o próprio país percepciona o seu grau de
literacia científica. A este respeito Portugal é um bom exemplo. Mas é
incontestável que o acesso à literacia científica ajuda a determinar a
medida em que a população tem acesso a estudos superiores, a posições
profissionais mais bem remuneradas, e por consequência a um melhor
nível de bem estar. É por isso que o acesso à literacia científica assume de
facto importância na sociedade actual. Mas é necessário que professores e
educadores tenham um papel na desconstrução de percepções construídas
socialmente nas últimas décadas relativamente à (excessiva) relevância da
literacia científica para o desenvolvimento de uma cidadania actuante e
reflexiva. É preciso encontrar formas de educar os jovens em ciência que
lhes permita apreciar criticamente os avanços tecnológicos e os usos das
ciências e da matemática não limitando a sua formação (e por isso o
conceito de literacia científica) ao conhecimento de factos científicos
facilmente restituíveis nas tradicionais provas de exame. Esta é uma das
dimensões da política de conhecimento que se torna saliente quando se
equaciona a integração da educação para a cidadania na escola.
As tecnologias de informação e o acesso ao conhecimento
Em relação às tecnologias de informação, sabemos que a emergência de
uma sociedade em rede levanta novos e graves problemas de
discriminação. Sendo a educação uma parte do processo geral que nos
impulsiona para a sociedade em rede, as questões da estratificação social
adquirem um novo significado. A exclusão social passa também a incluir
na sua definição as tecnologias de informação, base na qual cada vez
mais as pessoas são sistematicamente barradas no acesso a posições que
poderiam torná-las autónomas dentro dos padrões sociais definidos pelas
4
5. instituições e dos valores dum determinado contexto. Se considerarmos a
sociedade em rede e da informação deparamo-nos com novas formas de
exclusão e novas consequências de se ser excluído. É também por isto
que é absolutamente necessário encarar com suspeita o discurso não
problematizante acerca das tecnologias de informação, nomeadamente na
escola em todos os níveis de ensino. É importante lembrar que o
nascimento do Quarto Mundo – que não está obviamente ligado às
fronteiras geográficas – representa a exclusão numa escala maior, baseada
no não acesso das populações às tecnologias de informação e às redes de
computadores. Resta perguntar retoricamente quem se irá tornar, ou se
está já a tornar, nos beneficiários e nos intocáveis desta sociedade global.
Perante este cenário é importante levantar questões críticas como
estas: Será que a educação, como ferramenta global, pode servir a função
de gerir as inclusões e exclusões na sociedade em rede? De que maneira é
que a educação (e a investigação em educação) pode estar envolvida não
só no processo de trazer os indivíduos para a sociedade em rede, mas
também de despejar os restantes no Quarto Mundo?
Esta dimensão, em geral muito pouco tratada na escola, revela-se
cada vez mais importante na formação dos cidadãos. É preciso estimular
a problematização e o exame crítico das tecnologias de informação
questionando os modos como estão a ser usadas, os interesses que guiam
a investigação que as suporta, a distribuição dos benefícios trazidos por
essas tecnologias pelas populações em termos da sua qualidade de vida
(Knijnik, 2002). É fundamental manter uma visão crítica sobre o que se
tem vindo a chamar de avanços tecnológicos interrogando as formas que
o seu uso adquire na sociedade e as necessidades que esses avanços criam
nas populações e às quais de seguida se preparam para responder numa
espiral de consumo cujos objectivos se enquadram justamente na febre
neo-capitalista deste início de século. É assim essencial formar cidadãos
5
6. que sejam criticamente atentos às redes de interesses que guiam a
produção e disseminação das tecnologias de informação.
A avaliação escolar e a política do conhecimento em democracia
A avaliação escolar das aprendizagens dos alunos tem sido objecto de
reflexão em múltiplas dimensões. Ao considerar a educação para a
cidadania como um tarefa da escola, há implicações dos processos de
avaliação das aprendizagens escolares que importa analisar. Em primeiro
lugar é preciso reconhecer que os sinais que são dados as crianças e aos
jovens sobre os modos como são avaliados os seus conhecimentos na
escola entram largamente em contradição com alguns pressupostos sobre
o que significa o desenvolvimento da cidadania e da educação para a
cidadania. Embora existam bolsas de professores com práticas de
avaliação que procuram encontrar caminhos que assumem a avaliação
formativa como a preocupação central, a investigação mostra que é
prevalecente a cultura da avaliação baseada em testes ou provas de exame
(sejam elas locais ou nacionais, como se pratica no ensino secundário e
no ensino superior e está anunciado para o ensino básico) realizadas num
tempo bem limitado e sob condições de isolamento especiais de modo a
evitar a contaminação de saberes entre pares. As provas de exame
tradicionais são tipicamente tomadas como meio adequado para realizar a
avaliação do conhecimento dos alunos acreditando no mito de que
avaliando desse modo se acaba por melhorar as aprendizagens dos
alunos. Mas de facto as avaliações baseadas em provas de exame
estabelecem uma hierarquia entre os indivíduos e servem objectivamente
para seriar os alunos segundo critérios e com objectivos que podemos (e
devemos) colocar em questão. Acaba-se assim por destruir a
6
7. possibilidade de trabalho cooperativo e colectivo uma vez que o exame é
um instrumento que serve objectivamente para seriar, para distinguir,
para separar e, necessariamente, para excluir. O insucesso possível nas
provas de exame fica assim irremediavelmente ligado a uma lógica de
individualismo que remete a responsabilidade desse insucesso para o
próprio quando não é capaz de lidar adequadamente com os mundos
fechados e altamente codificados de muitas das disciplinas escolares. É
por isso um desafio para os professores e educadores criar e implementar
outras possibilidades para acompanhar o trabalho desenvolvido com os
alunos, num processo de crescimento em termos de conhecimento mas
também de participação – em vez de separar, dividir, classificar, seriar,
hierarquizar.
Numa escala nacional, a avaliação tal como se faz (ainda) em
educação, serve diferentes funções e podemos ler nela diferentes
propósitos, sendo que um dos mais importantes é fazer uma estratificação
pública dos alunos. O enorme esforço posto, por exemplo, no
desenvolvimento de exames e de testes de matemática e de ciências, a
nível nacional e internacional, ilustra este facto. No entanto, se a
educação é governada por princípios democráticos de equidade e justiça,
qual é o significado da estratificação e das provas de exame?
É actualmente assumido pela generalidade das pessoas que não é
justificável a diferenciação de tratamento dos alunos com referência à sua
origem étnica, género, religião, origem social ou a outra categoria similar.
Este é sem dúvida um sinal muito positivo do desenvolvimento social em
muitas comunidades. Mas a questão pertinente que se coloca à escola e
aos professores e educadores é: de onde é que emerge a ideia de que a
competência, capacidade ou habilidade (escolar) pode ser uma excepção
àquele respeito? De onde vem a legitimidade de expor publicamente a
diferenciação entre os alunos? As provas de exame tradicional poderão
7
8. ter um papel na educação, mas não precisam de estar relacionadas com a
seriação e a estratificação pública dos alunos. O facto de no sistema
educativo (e em especial na educação básica) existirem formas de
avaliação em que haja uma seriação pública dos alunos com base na
medição de competências e habilidades definidas autoritariamente e fora
do contexto de produção dos saberes em avaliação, faz com que a relação
entre a educação e a democracia esteja substancialmente quebrada. Por
arrastamento pomos em causa com legitimidade a possibilidade de se
fazer de forma coerente e consequente educação para a (e, sobretudo,
pela) cidadania.
Vale a pena reflectir sobre a política do conhecimento e interrogar a
avaliação no quadro do currículo escolar e da sua organização disciplinar
para que se realce e se entenda o sentido problemático de uma dimensão
transversal nos currículos dedicada à educação para a cidadania. É
conhecida a tradicional política de compartimentação disciplinar no
ensino básico e secundário (mas também no superior). Esta
compartimentação, que transforma as disciplinas escolares em
compartimentos sem comunicação, exige práticas selvagens no sentido
em que não são conformes com a lógica da organização disciplinar,
originando as opções da interdisciplinaridade e das áreas transversais
(que naturalmente só têm que ser definidas como transversais porque as
disciplinas ocuparam o essencial do espaço curricular). Ao questionar
radicalmente a organização curricular estamos a perguntar que tipo de
currículo queremos implementar – porquê este e não outros tipos de
objectivos, actividades, formas de avaliação, no fundo que tipo de
práticas – e isso significa perguntar em que queremos que as crianças e os
jovens se transformem como pessoas, e naturalmente que isto está ligado
à ideia do tipo de sociedade que queremos construir. E qualquer que seja
8
9. a forma de transversalidade que se implemente, a educação para a
cidadania vai reflectir aquelas questões.
Assim, ao criar-se uma área transversal de educação para a cidadania
está-se a fazer escolhas curriculares que são eminentemente de natureza
política e ética. E é por isso mesmo que a discussão das orientações
curriculares envolve a discussão das ligações entre cultura e
conhecimento. A este respeito não é demais afastar a perspectiva (muitas
vezes assumida implicitamente) de que o conhecimento, a cultura e o
currículo são neutros, sem intencionalidade, assépticos, produtos
acabados que existem fora de qualquer ligação com o mundo social
(Knijnik, 2002). Trata-se de construções sociais e por isso mesmo
constituem um campo de conflito e de luta claramente marcada pelas
relações de poder. Os professores, os educadores e os investigadores
estão directamente implicados na disputa que leva à definição dos
conhecimentos, dos valores e dos princípios considerados legítimos para
fazer parte dos currículos escolares. Este processo de legitimação é feito
na participação nas comunidades de prática em que uns e outros se
inserem e/ou em cujas práticas se revêem (Wenger, 1998). No entanto,
para pensarmos sobre as escolhas que fazemos hoje – e é preciso
sublinhar que há escolhas a fazer, isto é, as margens de liberdade que
temos não estão (ainda) totalmente ocupadas – devemos procurar
perceber como é que historicamente um conjunto de saberes, de valores e
de princípios se tornou hegemónico. A dimensão sócio-histórica dos
currículos e das orientações curriculares não deve escapar à análise para
compreensão do alinhamento e da fundamentação das opções que vão
sendo feitas. E naturalmente que é preciso pensar também e perceber
como outros saberes, outros valores e outros princípios têm sido
sistematicamente excluídos dos currículos escolares. Estes processos de
inclusão e exclusão são produzidos no seio de relações de poder e são
9
10. eles próprios produtores de relações de poder (Knijnik, 2002) e este facto
deve estar bem presente nesta discussão. É no quadro da discussão da
política de conhecimento implícita nas práticas da educação que se tem
que encarar a educação para a cidadania nas escolas e a sua relação com a
avaliação das aprendizagens.
Educação, democracia e cidadania
A noção de educação para a cidadania passa necessariamente pela noção
de democracia. Mas de que se está a falar quando se fala de democracia?
Pensar em democracia como um conceito aberto afasta a preocupação e a
necessidade de chegar a uma definição clara e sucinta dessa ideia. No
entanto, podemos mencionar diferentes aspectos da ideia de democracia,
de forma a ser possível localizá-la num espaço, num tempo e num
contexto onde se possa dar significado à sua relação com a educação.
Em primeiro lugar, a democracia não é uma realidade adquirida.
Onde quer que encontremos uma sociedade que se define a ela própria
como democrática, podemos interrogar e analisar o grau em que essa
sociedade estabelece uma organização de normas, valores e
comportamentos políticos, jurídicos, económicos e culturais, destinados a
criar uma vida melhor para toda a comunidade. A democracia não é de
facto uma realidade, mas um ideal a alcançar. Esta distinção é relevante
em qualquer discussão sobre democracia porque nos obriga a discernir
entre as formulações teóricas e normativas e as condições reais das
organizações sociais. Neste sentido, a democracia é a utopia – o que não
podemos ter mas, que temos sempre de desejar.
Em segundo lugar, quando falamos de democracia não estamos a
falar de um procedimento formal de eleição ou de decisão ou de um
10
11. método de governação de grupos sociais. No dia a dia podemos ver como
as democracias formais tendem a preservar e reproduzir as desigualdades
sociais e promovem a imposição de interesses particulares sobre os
interesses sociais – exemplos não nos faltam neste dias que correm.
Em terceiro lugar, não é correcto assumir que a democracia tem
como principal preocupação a garantia dos direitos dos indivíduos, isto é,
de cada indivíduo. Na tradição liberal, a democracia centra-se no
indivíduo reservando-se ao Estado a tarefa de garantir ao cidadão as
condições para que este possa exprimir as suas preferências pessoais e
possa perseguir os seus interesses. Este conceito é definitivamente
abalado quando os direitos colectivos (ou de terceira geração) entram em
cena na vida social. Um dos exemplos mais significativos dos nossos
tempos é a defesa do ambiente (relativamente, por exemplo, à poluição)
em que uma mudança de paradigma passou a negar ao indivíduo a
liberdade de contribuir negativamente para o colectivo. É igualmente
importante ainda afastar a ideia de democracia de algo relacionado
preferencialmente com organizações formais. É preciso não confundir
expressões tais como ‘o governo é democrático’ ou a ‘escola é
democrática’ com as próprias instituições não deixando por isso passar a
crença ingénua de que a democracia é exterior às pessoas e que está
reificada nas organizações formais e não na participação das pessoas nas
relações do dia-a-dia que constituem essas mesmas organizações.
Estas questões sugerem que se deixe de ver a democracia
exclusivamente como uma organização política formal na esfera do
Estado e na relação política vertical entre governantes e eleitores e se
foque a relevância da democracia na obrigação política horizontal das
interacções sociais, onde as pessoas se relacionam diariamente umas com
as outras de forma a criarem as suas condições de vida. Nesta esfera, a
democracia representa uma forma de vida, uma acção política em aberto,
11
12. levada a cabo por pessoas na complexidade das relações e dos processos
locais, regionais e globais.
Trazer a questão da democracia nesta perspectiva sugere o
aprofundamento de duas questões. Por um lado, um dos obstáculos
actuais à progressão democrática em muitas sociedades (tanto nos países
em desenvolvimento como nos países desenvolvidos), é a falta de uma
democracia cultural na qual os níveis político e económico possam
assentar. Se os valores democráticos não são assumidos nas acções
individuais e na relação política horizontal, a democracia está
necessariamente incompleta. Por outro lado, é neste campo que a
democracia pode oferecer ligações importantes (e ainda, aparentemente,
inexploradas) com a educação, entendida como prática que está
localizada na mesma esfera de interacções sociais.
Por estas razões, é importante entender a educação para a cidadania
muito mais como educação pela cidadania do que para a cidadania adulta.
É por isso que as práticas de educação para a cidadania têm que ser
coerentes com os objectivos a que se propõem – e isso significa que ela
deve constituir um acção política em aberto.
O que está implicado nesta opção de educar para a cidadania? Na
tradição liberal as pessoas agem de forma individualista para defender
interesses privados e é este o tipo de acção política esperada nesse
quadro. Mas como as pessoas não são indivíduos isolados, constituindo-
se sempre como seres sociais cuja existência está inserida e
profundamente enraizada nas relações intricadas do dia-a-dia, os
posicionamentos individualistas afectam e condicionam obviamente o
outro e, por extensão, tornam-se potencialmente causas de exclusão. Ser
humano é uma característica relacional que é gerada na vivência social e
nas formações sociais pelo que a acção humana é necessariamente
entendida como social e, por essa razão, a democracia requer que as
12
13. pessoas partilhem da consciência de que a cooperação é necessária para
tomar decisões e gerar as condições de vida apropriadas para todos. Esta
consciência e a sua aplicação nas acções sociais é muitas vezes referida
como colegialidade. Mas ela exige um sentido de pertença a uma
comunidade e a visão partilhada dos membros dessa comunidade em
relação a alguma forma de empreendimento conjunto (Wenger, 1998).
Para poder assegurar uma participação legítima dos seus membros na
realização dos objectivos comuns da sua acção política, a comunidade
precisa necessária e permanentemente de resolver as questões da
inclusão.
Esta acção política tem sempre o propósito de mudança no sentido
de modificar e melhorar as condições das pessoas envolvidas e da
sociedade em geral e, por isso mesmo, envolve a transformação das
pessoas e das condições do seu acesso à participação nas comunidades. E
essa participação passa necessariamente pelo desenvolvimento do diálogo
social que dá o poder às pessoas para se envolverem em processos de
enunciar problemas, de tomar decisões e de resolver esses problemas.
Educação e democracia – que relação?
Mas como emerge e se fundamenta de forma problemática e crítica a
necessidade de incluir uma dimensão de educação para a cidadania na
escola? A relação entre a educação e democracia não é muitas vezes nem
óbvia nem muito clara. No entanto, as recentes reformas curriculares em
diversos países parecem convergir na ideia de que a educação pode e
deve contribuir para a apreensão dos ideais democráticos da sociedade.
Utilizando uma terminologia seguida por Skovsmose e Valero (2002) e
Skovsmose (2003) vou categorizar a relação entre educação e democracia
13
14. considerando quando três possibilidades de perspectivar essa relação: a
ressonância intrínseca, a dissonância intrínseca e a relação crítica.
Alguns argumentos que apoiam a tese da contribuição da educação
para a democracia, sugerem (ou pelo menos podem ser assim
interpretados) que existe uma ressonância intrínseca (Skovsmose e
Valero, 2002) entre a educação e a democracia. Esta tese é baseada na
presunção de que, devido à natureza da educação, os interesses e os
valores democráticos são seguramente englobados pela educação. A
relação entre a educação e a democracia seria harmoniosa, no sentido em
que corresponderia a uma combinação entre as qualidades básicas da
educação e os princípios democráticos. Em diversas publicações
encontramos relatos de experiências em que parece ser assumido este
posicionamento (e.g. Osler, 2000). Mas se uma ressonância intrínseca
deste tipo pudesse ser assumida sem problematização, não seria
necessário, por exemplo, à investigação em educação discutir
explicitamente a relação entre a educação e a democracia e o mesmo se
passaria, por exemplo, no domínio do desenvolvimento curricular. As
qualidades políticas da educação poderiam assim ser assumidas
tacitamente e a priori por qualquer programa de educação ou de
investigação. Assumir que existe uma relação harmoniosa entre a
educação e a democracia – valorizando a tese da ressonância intrínseca –
é correr o risco de iludir totalmente o contributo da educação para o
desenvolvimento social.
Mas a educação também pode ser olhada como desempenhando um
papel menos positivo – num quadro que designaria de dissonância
intrínseca. Tal como Torres (2001) afirma,
“nas sociedades capitalistas, a escola justifica e produz
desigualdades. Para este objectivo intervêm diversos
14
15. elementos, incluindo percursos escolares,
comportamentos racistas, consolidação de elites, sanções
disciplinares, irrelevância das matérias curriculares para a
vida das pessoas, deficiência e falta de eficácia das
Escolas. […] a escola reproduz relações autoritárias,
classistas, racistas e patriarcais. Isto […] é constituído
pelo autoritarismo dos pais e o autoritarismo da
produção, distribuição e consumo do conhecimento. O
conhecimento em si, e por si, não é democrático”
(p.171-172)
Veja-se o exemplo da disciplina de Matemática. Apesar dos discursos que
justificam a sua presença nos currículos escolares, o ensino da
matemática tem tido em muitos países uma função social de
diferenciação e de exclusão. A matemática tem uma aura de mistério para
muitas pessoas. Mas a par disto tem-lhe sido dado um papel muito forte
na regulação e na decisão sobre quem está apto e quem está inapto na
sociedade. Em muitos países e em diversos níveis de ensino os alunos são
posicionados como aptos ou como inaptos na escola a partir do seu
sucesso naquela disciplina. E objectivamente esta prática tem servido
como um dos guardiões do direito de participação das pessoas nos
processos de decisão da sociedade. Nesta lógica, a negação do acesso à
matemática corresponde a determinar, a priori, quem vai evoluir e quem
vai ficar para trás. É assim que, em vez de abrir oportunidades para todos,
a educação gera processos de selecção, de exclusão e de segregação
(Skovsmose, 2003). Estabelece-se uma demarcação entre aqueles que têm
acesso ao poder e ao prestígio dado por certo tipo de formação académica
e aqueles que o não têm. A matemática serve apenas como exemplo mas
poderíamos ir para outras áreas de formação. Esta ideia corporiza a tese
da dissonância intrínseca – também, por si só, difícil de aceitar. Não
obstante, a crença na bondade da ressonância intrínseca da educação (no
que diz respeito à democracia) tende a legitimar a estratificação que a
15
16. educação efectua. Este facto não é obviamente consistente com a maioria
das concepções de democracia entendida como envolvendo uma
organização social onde as pessoas têm oportunidades de escolha iguais.
Parece mais interessante e mais útil olhar a relação entre a educação
e a democracia como sendo crítica, uma relação de dois sentidos. Não me
apoio em qualquer argumento que identifique uma ligação intrínseca
entre o pensamento e os ideais democráticos, nem qualquer argumento
que exclua a educação de uma luta constante pela democracia. A
educação (incluindo aqui a investigação) pode tomar várias direcções. A
direcção que deve tomar é uma questão em aberto – uma questão crítica
para a sociedade e para a educação. Não me parece que exista uma lógica
interna da educação que guie o seu desenvolvimento para qualquer uma
das direcções possíveis. Uma educação que esteja comprometida com a
democracia não pode reduzir-se simplesmente às qualidades intrínsecas
da educação, ou às construções conceptuais das diversas disciplinas que
fazem a colecção dos currículos nos diversos níveis de ensino. Em vez
disso, existem muitos factores sociais, políticos, económicos e culturais
que devem ser tomados em conta como estando constantemente a
direccionar e redireccionar o seu desenvolvimento.
As diversas disciplinas, e as práticas escolares que nelas se
desenvolvem (e também a investigação que recai sobre essas práticas)
encontram aquela questão crítica quando se defrontam com a democracia.
Primeiro, não podem ficar adormecidas no limbo da neutralidade, como
se fossem associais, amorais e apolíticas. Por outro lado, não podem ser
concebidas como independentes das pessoas que as desenvolvem, e que
as criam e usam, num processo histórico e social – nem podem ser
separadas dos valores, intenções e interesses dessas pessoas.
A educação tem o potencial de contribuir para o desenvolvimento
das forças democráticas na sociedade. No entanto, este potencial não está
16
17. ligado de forma intrínseca à natureza das disciplinas escolares e da
educação. Emerge de uma combinação de factores, tais como, quem está
envolvido nas práticas da educação, quais são os propósitos a servir, que
objectivos se pretende atingir, quando e onde ocorrem essas práticas e
porque é que ocorrem. Por muito que a educação tenha servido interesses
democráticos no passado, esteve também presente nos momentos em que
a democracia esteve em risco ou foi mesmo substituída por regimes
autoritários. A nossa história recente mostra como a relação entre a
educação e a democracia é altamente crítica.
Assumir esta relação crítica torna relevante sugerir formas de
trabalho que apoiem o desenvolvimento das relações entre a educação e a
democracia – e é desta forma que vejo como natural uma dimensão
transversal nos currículos com a preocupação expressa da educação para
a cidadania. Mas é preciso notar que a educação pode de facto não sugerir
necessariamente o desenvolvimento dos valores democráticos, e os seus
objectivos podem não ter muita força prescritiva, porque o que de facto as
práticas da educação prescrevem é todo aquele conjunto de factores
externos que justificam a tese da dissonância.
É importante levar esta reflexão igualmente às questões da
investigação em educação uma vez que, como resultado desta relação
crítica, a investigação em educação também é posta em causa e exige que
a interroguemos. Um esforço destes, qualquer que seja a formulação
explícita que tome, deve abrir um espaço para considerar a relação crítica
entre a educação e a democracia como uma questão relevante e
legitimadora de investigação científica. Ou seja, a investigação em
educação deve também ser posta debaixo de um escrutínio crítico. Quais
são os quadros teóricos que usamos frequentemente? Porquê? Quais são
os propósitos que a investigação serve? Qual a relação com a
transformação social? Como é que as comunidades de prática dos
17
18. investigadores em educação legitimam ou desvalorizam linhas de
investigação? Que formas de alinhamento se identificam nessas
comunidades de prática relativamente aos problemas sociais de exclusão,
fome, guerra, etc?
A concluir
A ligação preferencial da ideia de educação para a cidadania ao colmatar
de necessidades imediatas dos alunos (identificadas provavelmente pelos
professores ou pelos pais) ilustra uma concepção muito restrita de
cidadania e deve ser objecto de reflexão e discussão. Reconhecendo que
poderá haver necessidades imediatas dos jovens (que necessitam e
merecem formas de intervenção eficazes em que a escola tem obviamente
também um papel) esse tipo de formulação da necessidade de educar os
jovens para a cidadania contém em si mesmo uma ideia de dependência,
isto é, a noção de que existe nos alunos alguma deficiência social, moral
ou outra que deve ser atacada de alguma forma. Mas esta ideia da
necessidade sugere fortemente que alguns (os fracos) precisam dos outros
(os fortes) para definir as características que lhes são requeridas para
serem bons cidadãos. E demasiadas vezes as crianças e os jovens em
formação na escola são definidos como aqueles que ‘ainda não sabem’,
‘ainda não são competentes’, ‘ainda não são’, sendo posicionados pela
escola num estado de transição, numa espécie de limbo e obrigados a
esperar enquanto ‘se preparam para a vida’. Esta perspectiva encerra em
si mesma uma ideia da alunização dos jovens por parte da escola que é
contraditória com uma perspectiva emancipatória da educação.
É também por isso muito importante perceber quem está
representado nos currículos e nas orientações curriculares, e mais ainda,
18
19. como estão representadas as pessoas nesses currículos. Isso pode fazer a
diferença nos processos de inclusão social a que a escola está
inerentemente ligada. É nesta dimensão que a problematização das
políticas do conhecimento e das questões da exclusão social são
articuladas. Penso que, para os professores, os educadores e os
investigadores em educação, ter isto em consideração constitui uma
forma – certamente a par de outras - que poderá contribuir para que a
escola eventualmente ganhe sentido e relevância social e contribua para
um mundo mais solidário e mais justo.
Referências
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Resumo
Neste artigo procuro integrar elementos para o debate do sentido e do
significado que tem, na escola actual, a educação para a cidadania numa
dimensão transversal. Com o objectivo de discutir as relações entre a
educação e a cidadania democrática, visito de forma breve as
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20. problemáticas (i) do uso das tecnologias de informação e do acesso ao
conhecimento, e (ii) a política do conhecimento em democracia e a sua
relação com a avaliação das aprendizagens na escola. Sobre estas duas
problemáticas discuto a relação entre a educação, a investigação em
educação e a cidadania democrática.
Abstract
In this article I bring in some issues to the debate of the sense and
meaning of the very idea of education for citizenship as a cross-
disciplinary domain in the school of today. Aiming to discuss the
relationship between the ideas of education and democratic citizenship, I
briefly visit two issues: (i) the use of information technologies and the
access to knowledge, and (ii) the policy of knowledge in democracy in
relation to the assessment in schools. Taking onboard these two issues, I
discuss the relationship of education, and research in education, with the
idea of democratic citizenship.
Palavras chave: educação para a cidadania; democracia; avaliação das
aprendizagens; tecnologias de informação
Key words: education for citizenship; democracy; assessment;
information technology
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