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Celebrações Anuais Africanas
Há muitos festivais que são anualmente celebrados na África. Isto começa da primeira
semana de fevereiro e termina com a celebração do Festival dos Inhames Novos (Odun Ijesu),
que é celebrado nacionalmente em agosto, assim como o nosso Olugbajé. Para cada um
destes festivais, existe uma comida fora de cardápio que deve ser preparada pelos
celebrantes. Pode-se dizer que a prática destes festivais é muito importante para estas
pessoas, pois envolve muito entretenimento para toda comunidade que batalha muito para
poder realizá-los. Iremos discutir sobre os quatro mais importantes festivais nacionais. São
eles: Orogbô, Odun Ijesu, Ègùngùn e Ifá.

Festival do Orogbô
No mês de julho é celebrado o festival do Orogbô. Ele foi criado em Irerê, uma região que
tem muitas árvores deste fruto. Nesta festividade existe um jogo que irá identificar um
escolhido num conjunto de homens que são chefes dentro da comunidade de Irerê que
identificados na festividade como Omo Owas. Aquele que for escolhido será chamado de
Oore, uma espécie de sacerdote encarregado a trazer a mensagem divina dos Imolé. Os outros
chefes que participaram das cerimônias de escolha são convidados para estarem ao lado do
Oore em toda sua missão na festividade, pois ele agora fala com o divino como se fosse a
própria voz do povo, que por sua vez prestam homenagens especiais se prostrando aos pés do
Oore. Montado em seu cavalo, o Oore abençoa a todos e anuncia a data do festival dos
Inhames Novos.

Festival dos Inhames Novos
A colheita dos inhames marca o começo de um ano festivo em Otun, uma cidade vassala de
Irerê, que tem um solo fértil para o cultivo do inhame. O festival dura dezoito dias célebres
após o festival do Orogbô. É composto por uma série de eventos que duram três dias. O
primeiro dia pode ser chamado de "Sim", pois dispõe de todo povo a oportunidade para exibir
publicamente os primeiros inhames colhidos na festividade deste ano. Uma coisa importante
que ainda não mencionei, é um tabu para o Oore ver os inhames novos antes deste dia, pois
antes que o povo saia para fazer a colheita, Oore dará sua bênção anual às estas pessoas que
pertencem a muitas partes da África e são de várias convicções religiosas. Logo em seguida,
antes do amanhecer, eles partem para as várias fazendas e trarão os inhames novos em
grande quantidade.
Os inhames são distribuídos dentre os familiares, em especial as mulheres que ajudaram
bastante durante todo ano na confecção de adornos para a elaboração desta festividade. Elas
recebem cada inhame como um sinal de avaliação e amor. Na parte da tarde, cada casa
prepara os inhames que serão pilados e comidos com total satisfação. E como existe muita
proibição religiosa dita pelas deidades africanas em qualquer comunidade, é um tabu para
qualquer pessoa comer o inhame fora de casa durante os três dias, assim como também é um
tabu para qualquer pessoa reclamar de fome.
O segundo dia depois destas formalidades do festival dos inhames novos é chamado de
Aguntan Jé Ojá, é um dia em que todos os integrantes da comunidade de Irerê, sendo eles
jovens ou velhos, homens e mulheres, deverão comprar e vender em um mercado especial
localizado fora do mercado regular. A atividade comercial deste dia é normalmente sem
precedentes pelo ano, por isso devem ser vendidos todos os bens trazidos para este mercado.
Tudo o que não conseguiu ser vendido é confiscado pelo Eyemotika (guarda dos negócios do
mercado regular).
O povo crê que através do inhame que foi consumido neste período, ajudará a todos a
venderem no mercado especial, daí eles voltam felizes para suas casas, onde apreciaram as
diversas maneiras nas quais são preparadas as deliciosas comidas feitas com os inhames
novos, e seus rostos revelam a gratidão deles para as divindades que lhes presentearam com
os inhames.
No terceiro dia é intitulado como Atapo, e nele os filhos e filhas de Otun irão visitar o Oore,
dançam com ele e obtêm suas bênçãos para mais um ano que estará por vir. Durante esta
visita, o Oore e os chefes de Irerê ofertam para o sacrifício anual um grande carneiro que foi
tratado o ano inteiro de forma diferenciada dos outros caprinos apenas para esta festividade,
junto com ele estará sendo oferecido à água, que irriga as plantações e o Orogbô, o fruto que
representa a fertilidade de suas terras. O Oore agradece em nome de seus antecessores por
tudo estar em ordem na vida de todos da comunidade.
Ao chegar à noite deste dia, o Oore tem que exibir duas danças especiais, a primeira é
chamada de Atapo, uma dança que ele deverá realizar em torno de uma grande fogueira, que
eles acreditam ser a luz que dará rumo ao que virá a acontecer no novo ano, ele será aclamado
pelas pessoas que vieram prestigiar a fogueira e sua dança. E por falar em dança, a segunda é
chamada de Ketekete, e seu principal fundamento é o presente que o Obá (Rei de Irerê), irá
amarrar ao redor da cintura do Oore que permanecerá dançando, um pano bastante adornado
de belas contas pesadas. Em todos os eventos o Obá é acompanhado por seus ministros,
menos o muito velho que estará coordenando as demais atividades no palácio.
Oito dias depois que os inhames novos foram colhidos, os chefes de grau especial em Otun,
se reúnem para o primeiro tribunal do palácio que é chamado de "Otun Kekun", e nele
também são prestadas homenagens ao Oore, que estará sentado num trono como o do
próprio Obá. Os chefes executam vários exercícios rítmicos antes da chegada do Obá. Quando
a majestade chega, eles se ajoelham e elogiam, em resposta o Obá agradece aos Chefes os
serviços prestados a toda comunidade e os apóia em suas decisões feitas para a administração
do ano atual. Ele oferece também suas bênçãos a esta grande assembléia cheia de
aclamações.
Os festivais anuais serão trazidos ao fim pelo "Moba ki ni Oore", que seguiu todas as
atividades durante os dezoito dias. Nesta ocasião, o Oore elabora um majestoso discurso
chamando a atenção à necessidade pelo trabalho duro de todos que participaram deste
evento festivo. Ele agradece aos dezesseis reis originais de Ekiti, que normalmente
permanecem como seus irmãos, são lhes oferecidas e enfatizadas orações para que continuem
sendo sábios para seus povos. O "Moba ki ni Oore" revisa junto com os chefes as perdas e
ganhos do último ano e aproveita para anunciar as respectivas mudanças em leis tradicionais e
convenções, as taxas dos impostos e dotes também serão revistas.

Festival para Ègùngùn
Outro festival importante nas vidas das pessoas de Otun é o Ègùngùn, a reunião com o
morto ressuscitado. Esta celebração é feita a cada dois anos, podendo variar até em duas
vezes inclusivamente em três anos. Este festival dura aproximadamente quinze dias e durante
este período, alguns homens e mulheres preparam vários banquetes que serão oferecidos aos
seus pais já falecidos. Acreditem, o morto que voltou a vida será mantido como anfitrião e
distribuirá panos especiais que serão anexados em partes para serem expostos nas paredes
das casas dos vivos.
As mulheres terão que manter distancia dele e não deverá tocar nos panos que foram
distribuídos. Nos dias da festividade, devem ser mantidas todas as regras impostas pelos
criadores desta comemoração, pois seria uma grande ofensa para o Ègùngùn se alguma delas
fossem quebradas durante o período que o conecta novamente a este mundo.
Deve ser declarado em toda festividade em forma de suplicas, o nome do Oore
Abajadiewon, louvando por todas as pessoas de Otun que respeitam sua memória por ter
fincado as raízes deste povo nesta região.

Festival para Ifá
Ifá é outro festival que é muito importante nas regiões da África Ocidental, Òrúnmilà, o deus
de adivinhação, é altamente referido por todas as pessoas desta região. O Bàbáláwo
(sacerdote de Ifá), foi trazido pelo mar. E eles fazem uma procissão que enfatiza a história do
adivinho divino que ajudou Oduduwa quando teve um problema no olho.
O festival de Ifá dispõe também de um Oore e muitos outros sacerdotes de famílias que
concentram sua história voltada para o louvor a Ifá, são identificados pelos emblemas de suas
ramas religiosas que provem de identificar seus Oluwo precursores. Nesta comemoração são
realizados muitas consultas divinas para ver o que Òrúnmilà e os outros Imole reservam para
as pessoas e as cidades que vieram lhe prestigiar no ano que estará por vir. Isto lhes dará a
oportunidade para fazer sacrifícios apropriados, espantar espíritos malignos para permitir que
a paz reine frente a este ano.

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Celebrações anuais africanas

  • 1. Celebrações Anuais Africanas Há muitos festivais que são anualmente celebrados na África. Isto começa da primeira semana de fevereiro e termina com a celebração do Festival dos Inhames Novos (Odun Ijesu), que é celebrado nacionalmente em agosto, assim como o nosso Olugbajé. Para cada um destes festivais, existe uma comida fora de cardápio que deve ser preparada pelos celebrantes. Pode-se dizer que a prática destes festivais é muito importante para estas pessoas, pois envolve muito entretenimento para toda comunidade que batalha muito para poder realizá-los. Iremos discutir sobre os quatro mais importantes festivais nacionais. São eles: Orogbô, Odun Ijesu, Ègùngùn e Ifá. Festival do Orogbô No mês de julho é celebrado o festival do Orogbô. Ele foi criado em Irerê, uma região que tem muitas árvores deste fruto. Nesta festividade existe um jogo que irá identificar um escolhido num conjunto de homens que são chefes dentro da comunidade de Irerê que identificados na festividade como Omo Owas. Aquele que for escolhido será chamado de Oore, uma espécie de sacerdote encarregado a trazer a mensagem divina dos Imolé. Os outros chefes que participaram das cerimônias de escolha são convidados para estarem ao lado do Oore em toda sua missão na festividade, pois ele agora fala com o divino como se fosse a própria voz do povo, que por sua vez prestam homenagens especiais se prostrando aos pés do Oore. Montado em seu cavalo, o Oore abençoa a todos e anuncia a data do festival dos Inhames Novos. Festival dos Inhames Novos A colheita dos inhames marca o começo de um ano festivo em Otun, uma cidade vassala de Irerê, que tem um solo fértil para o cultivo do inhame. O festival dura dezoito dias célebres após o festival do Orogbô. É composto por uma série de eventos que duram três dias. O primeiro dia pode ser chamado de "Sim", pois dispõe de todo povo a oportunidade para exibir publicamente os primeiros inhames colhidos na festividade deste ano. Uma coisa importante que ainda não mencionei, é um tabu para o Oore ver os inhames novos antes deste dia, pois antes que o povo saia para fazer a colheita, Oore dará sua bênção anual às estas pessoas que pertencem a muitas partes da África e são de várias convicções religiosas. Logo em seguida, antes do amanhecer, eles partem para as várias fazendas e trarão os inhames novos em grande quantidade. Os inhames são distribuídos dentre os familiares, em especial as mulheres que ajudaram bastante durante todo ano na confecção de adornos para a elaboração desta festividade. Elas recebem cada inhame como um sinal de avaliação e amor. Na parte da tarde, cada casa prepara os inhames que serão pilados e comidos com total satisfação. E como existe muita proibição religiosa dita pelas deidades africanas em qualquer comunidade, é um tabu para qualquer pessoa comer o inhame fora de casa durante os três dias, assim como também é um tabu para qualquer pessoa reclamar de fome.
  • 2. O segundo dia depois destas formalidades do festival dos inhames novos é chamado de Aguntan Jé Ojá, é um dia em que todos os integrantes da comunidade de Irerê, sendo eles jovens ou velhos, homens e mulheres, deverão comprar e vender em um mercado especial localizado fora do mercado regular. A atividade comercial deste dia é normalmente sem precedentes pelo ano, por isso devem ser vendidos todos os bens trazidos para este mercado. Tudo o que não conseguiu ser vendido é confiscado pelo Eyemotika (guarda dos negócios do mercado regular). O povo crê que através do inhame que foi consumido neste período, ajudará a todos a venderem no mercado especial, daí eles voltam felizes para suas casas, onde apreciaram as diversas maneiras nas quais são preparadas as deliciosas comidas feitas com os inhames novos, e seus rostos revelam a gratidão deles para as divindades que lhes presentearam com os inhames. No terceiro dia é intitulado como Atapo, e nele os filhos e filhas de Otun irão visitar o Oore, dançam com ele e obtêm suas bênçãos para mais um ano que estará por vir. Durante esta visita, o Oore e os chefes de Irerê ofertam para o sacrifício anual um grande carneiro que foi tratado o ano inteiro de forma diferenciada dos outros caprinos apenas para esta festividade, junto com ele estará sendo oferecido à água, que irriga as plantações e o Orogbô, o fruto que representa a fertilidade de suas terras. O Oore agradece em nome de seus antecessores por tudo estar em ordem na vida de todos da comunidade. Ao chegar à noite deste dia, o Oore tem que exibir duas danças especiais, a primeira é chamada de Atapo, uma dança que ele deverá realizar em torno de uma grande fogueira, que eles acreditam ser a luz que dará rumo ao que virá a acontecer no novo ano, ele será aclamado pelas pessoas que vieram prestigiar a fogueira e sua dança. E por falar em dança, a segunda é chamada de Ketekete, e seu principal fundamento é o presente que o Obá (Rei de Irerê), irá amarrar ao redor da cintura do Oore que permanecerá dançando, um pano bastante adornado de belas contas pesadas. Em todos os eventos o Obá é acompanhado por seus ministros, menos o muito velho que estará coordenando as demais atividades no palácio. Oito dias depois que os inhames novos foram colhidos, os chefes de grau especial em Otun, se reúnem para o primeiro tribunal do palácio que é chamado de "Otun Kekun", e nele também são prestadas homenagens ao Oore, que estará sentado num trono como o do próprio Obá. Os chefes executam vários exercícios rítmicos antes da chegada do Obá. Quando a majestade chega, eles se ajoelham e elogiam, em resposta o Obá agradece aos Chefes os serviços prestados a toda comunidade e os apóia em suas decisões feitas para a administração do ano atual. Ele oferece também suas bênçãos a esta grande assembléia cheia de aclamações. Os festivais anuais serão trazidos ao fim pelo "Moba ki ni Oore", que seguiu todas as atividades durante os dezoito dias. Nesta ocasião, o Oore elabora um majestoso discurso chamando a atenção à necessidade pelo trabalho duro de todos que participaram deste evento festivo. Ele agradece aos dezesseis reis originais de Ekiti, que normalmente permanecem como seus irmãos, são lhes oferecidas e enfatizadas orações para que continuem sendo sábios para seus povos. O "Moba ki ni Oore" revisa junto com os chefes as perdas e
  • 3. ganhos do último ano e aproveita para anunciar as respectivas mudanças em leis tradicionais e convenções, as taxas dos impostos e dotes também serão revistas. Festival para Ègùngùn Outro festival importante nas vidas das pessoas de Otun é o Ègùngùn, a reunião com o morto ressuscitado. Esta celebração é feita a cada dois anos, podendo variar até em duas vezes inclusivamente em três anos. Este festival dura aproximadamente quinze dias e durante este período, alguns homens e mulheres preparam vários banquetes que serão oferecidos aos seus pais já falecidos. Acreditem, o morto que voltou a vida será mantido como anfitrião e distribuirá panos especiais que serão anexados em partes para serem expostos nas paredes das casas dos vivos. As mulheres terão que manter distancia dele e não deverá tocar nos panos que foram distribuídos. Nos dias da festividade, devem ser mantidas todas as regras impostas pelos criadores desta comemoração, pois seria uma grande ofensa para o Ègùngùn se alguma delas fossem quebradas durante o período que o conecta novamente a este mundo. Deve ser declarado em toda festividade em forma de suplicas, o nome do Oore Abajadiewon, louvando por todas as pessoas de Otun que respeitam sua memória por ter fincado as raízes deste povo nesta região. Festival para Ifá Ifá é outro festival que é muito importante nas regiões da África Ocidental, Òrúnmilà, o deus de adivinhação, é altamente referido por todas as pessoas desta região. O Bàbáláwo (sacerdote de Ifá), foi trazido pelo mar. E eles fazem uma procissão que enfatiza a história do adivinho divino que ajudou Oduduwa quando teve um problema no olho. O festival de Ifá dispõe também de um Oore e muitos outros sacerdotes de famílias que concentram sua história voltada para o louvor a Ifá, são identificados pelos emblemas de suas ramas religiosas que provem de identificar seus Oluwo precursores. Nesta comemoração são realizados muitas consultas divinas para ver o que Òrúnmilà e os outros Imole reservam para as pessoas e as cidades que vieram lhe prestigiar no ano que estará por vir. Isto lhes dará a oportunidade para fazer sacrifícios apropriados, espantar espíritos malignos para permitir que a paz reine frente a este ano.