O transporte de cargas gerais representa 25% do negócio da MRS Logística e cresceu 64% nos últimos 3 anos. A empresa pretende implementar uma grade fixa de trens entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte para atender melhor a demanda por esse tipo de carga. O volume de cargas transportadas por trens no Brasil aumentou 29,5% entre 2006 e 2016.
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Cargas gerais alavancam negócios da MRS - Diário do Comércio
1. ECONOMIA
Cargas gerais alavancam negócios da MRS
LEONARDO FRANCIA
Há cerca de três anos im-
plementando ações para
ampliarotransportedecar-
gasgerais,especialmentede
contêineres,aMRSLogística,
com sede em Juiz de Fora
(ZonadaMata),jácomeçaa
colher os resultados. Nesse
período, a concessionária
de ferrovia registrou um
aumentomédioemtornode
15%, ao ano, no segmento,
fechandooperíodocomum
incrementode64%.Otrans-
portedecargasjárepresenta
25% do negócio.
“Enxergamos esse seg-
mento como uma oportu-
nidade e estamos buscando
fortalecê-lo”, pontuou o ge-
rente de Contas Comerciais
da MRS, Rodrigo Carneiro.
Segundo ele, a crise econô-
mica fez o empresariado
olhardeoutramaneirapara
o transporte de cargas ge-
rais,passandodeumavisão
preocupada com o tempo
paraescoaraprodução,para
um conceito voltado para a
segurançaemenorescustos.
O transporte de cargas
gerais é basicamente domi-
nadopeloscontêineres,que
podemcomportardiferentes
tiposdeitens,comoprodutos
eletrônicoseembalagensde
vidro, entre outras. Dentro
do segmento, no âmbito
geral, podem ser transpor-
tadosprodutossiderúrgicos
também, por exemplo.
“Chegamos a um nível
de produtividade que nos
permite explorar novos
segmentos. E as principais
soluçõesqueestamosimple-
mentando dizem respeito
às cargas gerais, devido ao
potencial e à demanda do
País nesse tipo de serviço”,
afirmou o gerente da MRS.
Apesar de as commodities
minerais,majoritariamenteo
minério de ferro, e o carvão
eocoqueaindadominarem
ostrensdaMRS,otransporte
de cargas gerais já repre-
senta 25% dos negócios da
concessionária, com cerca
de 200 clientes na carteira.
Grade fixa - Entre as ações
que a MRS está implemen-
tandoparafortalecerotrans-
porte de cargas especiais
está o estabelecimento de
uma grade fixa de trens ex-
pressos, destinados a aten-
der somente essa demanda.
Esses trens têm horários
fixos de partida predeter-
minados, ao contrário do
modeloconvencional,onde
acomposiçãopartesomente
quando estiver cheia.
Agradefixadetrenspara
transporte de cargas gerais
foiimplantadaemrotasden-
tro do estado de São Paulo.
São 15 composições diárias
para atender a demanda.
De acordo com o gerente
da MRS, a concessionária já
estádesenvolvendoestudos
para viabilizar a implanta-
ção dos trens de grade fixa
na rota Rio de Janeiro-Belo
Horizonte.
Para se ter uma ideia da
viabilidade do programa
nessa rota, no primeiro se-
mestredesteano,otranspor-
te de cargas gerais cresceu
213% na comparação com
o mesmo período de 2016.
Carneiroexplicouaindaque
seránecessárioodesenvolvi-
mento de parcerias e inves-
timentos,especialmenteem
terminais ferroviários, para
viabilizar a implantação do
programa na rota mineira.
RMBH - A rota RJ-BH, in-
clusive,jáfuncionaparaim-
portaçãoenãomaissomente
para exportação. Exemplo
disso é o contrato fechado
entre a MRS e a Cofer Ferro
e Aço, que viabilizou a im-
portação de telas e arames
farpados. A rota utilizada
parte do porto de Sepeti-
ba, em Itaguaí (RJ),e chega
até o terminal da Tora, em
Contagem,naRegiãoMetro-
politana de Belo Horizonte
(RMBH).
A primeira entrega para
a Cofer aconteceu entre os
dias 12 e 20 de junho e foi
dividida em duas etapas,
uma em que o trem foi car-
regadocomdezcontêineres
de 20 pés e outra em que o
carregamento foi de cinco
contêineres de 40 pés. A
operaçãomarcouemostrou
a viabilidade da rota nos
dois sentidos: até o porto
litorâneo, para exportação;
e do porto para Minas, para
importação.
Bangalore, Índia - A mi-
neradora Rio Tinto reduziu
ontemsuaprojeçãoparaem-
barques de minério de ferro
noanocalendáriode2017em
até 10 milhões de toneladas,
citando clima desfavorável
e trabalhos em andamento
paramodernizarsuaslinhas
ferroviárias.
Osembarquesdeminério
deferrodacompanhiaforam
estimadosem330milhõesde
toneladas, queda ante uma
projeção anterior de entre
330milhõese340milhõesde
toneladas, disse a segunda
maior produtora do mundo
emseurelatóriodeprodução
do segundo trimestre.
“Osembarquesdeminério
de ferro foram impactados
porumaaceleraçãoemnosso
programademanutençãode
ferrovias,apósumclimaruim
noprimeirotrimestre”,disse
o presidente da companhia,
Jean-Sebastien Jacques.
Osembarquesdeminério
de ferro da Austrália caíram
6% ante o ano anterior, para
77,7 milhões de toneladas,
levemente abaixo das esti-
mativas de analistas.
Osembarquesnoprimeiro
semestre totalizaram 154,3
milhões de toneladas, in-
dicando que a companhia
espera elevar os embarques
nospróximosdoistrimestres.
A produção no segun-
do trimestre nas minas na
Austrália caiu 1%, para 79,8
milhões de toneladas, disse
a Rio Tinto. (Reuters)
ANA AMÉLIA HAMDAN
Ovolumedecargastransportadas
por trens no País avançou 29,5% no
período de dez anos, entre 2006 e
2016, passando de 389.113 milhões
de toneladas para 503.804 milhões
de toneladas. As informações são
do Anuário do Setor Ferroviário,
divulgado ontem pela Agência Na-
cional de Transportes Terrestres
(ANTT). O órgão é responsável por
fiscalizarosserviçosprestadospelas
concessionáriasesubconcessionárias
do setor.
Em Minas, atuam três conces-
sionárias do setor. Segundo o le-
vantamento, a MRS Logística S.A.
transportava 101.998 milhões de
toneladasem2006e,em2016,passou
para 141.501 milhões de toneladas,
aumento de 38,7%. O principal
produto transportado pela MRS é o
minério de ferro. Em 2016, a empre-
sa transportou 123.850 milhões de
toneladas do recurso. Em seguida
vem a indústria siderúrgica (6.067
milhõesdetoneladas)eaçúcar(3.103
milhões de toneladas).
AEstradadeFerroVitóriaaMinas
(EFVM) – Vale S.A., transportou,
em 2006, 131.620 milhões de tone-
ladas, sendo que em 2016 passou
para 129.601 milhões de toneladas,
queda de 1,5%. No ano passado, a
empresa transportou 116.228 mi-
lhões de toneladas de minério de
ferro; 5.305 milhões de toneladas
da indústria siderúrgica; e 4.552
milhões de toneladas de carvão/
coque, entre outros.
A Ferrovia Centro-Atlântica
S.A. (FCA) transportava, em 2006,
15.177 milhões de toneladas em
2006, passando para 24.993 milhões
de toneladas em 2016, crescimento
de 64,7%. Os principais produtos
transportados em 2016 foram soja
e farelo de soja (5.589 milhões de
toneladas), minério de ferro (3.797
milhõesdetoneladas)eaçúcar(3.182
milhões de toneladas).
Minério de ferro - Em todo o País,
aprincipalmercadoriatransportada
nasferroviaséominériodeferro,com
397.639milharesdetoneladassendo
carregadas em 2016. Os demais são:
sojaefarelodesoja(22.820milhares
de toneladas); indústria siderúrgica
(14.446 milhares de toneladas); açú-
car (14.359 milhares de toneladas);
produção agrícola (10.486 milhares
de toneladas); carvão/coque (9.743
milharesdetoneladas);granéis/mi-
nerais(7.031milharesdetoneladas);
extração vegetal/celulose (5.578
milhares de toneladas); adubos/
fertilizantes(4.340milharesdetone-
ladas); contêiner (3.623 milhares de
toneladas); cimento (2.880 milhares
de toneladas); indústria cimenteira
e construção civil (2.100 milhares
de toneladas); combustíveis, deri-
vados do petróleo/álcool (8.690
milhares de toneladas); carga geral
não conteinerizada (69 milhares de
toneladas).
Segundo a ANTT, só o volume
de minério de ferro transportado
aumentou de 281.691 milhões de
toneladas para 397.639 milhões de
toneladas entre 2006 e 2016, cres-
cimento de 41%. A movimentação
de outras categorias de produtos,
como açúcar – que passou de 4.998
milhares de toneladas para 14.359
milhares de toneladas, também
cresceu. Outro exemplo positivo
é a produção agrícola: em 2006
foram transportados 4.635 milhões
de toneladas, passando para 10.486
milhões de toneladas em 2016, au-
mento de 126%.
Menor demanda - No entanto, em
função da crise econômica, nove
dos 14 subgrupos de mercadorias
analisadas demandaram menos o
transporteferroviárioduranteoano
de 2016 do que durante o primeiro
ano do levantamento. É o caso, por
exemplo, de adubos e fertilizantes,
em que os 6.232 milhões de tone-
ladas transportadas por trem em
2006 caíram para 4.340 milhões de
toneladas, em 2016. Na indústria si-
derúrgica,areduçãofoiaindamaior.
Segundo a ANTT, nesse subgrupo,
o total transportado por trens caiu
de21.287milhõesdetoneladaspara
14.446 milhões de toneladas, no
período, com queda de 32%.
AindasegundoaANTT,oanuário
possui um conjunto de informações
que poderão ser utilizadas no pro-
cesso de formulação de políticas
públicas, no desenvolvimento de
estudos e pesquisas pelas universi-
dades e por empresas, entre outros.
Volume carregado por trens subiu 29,5% no País
LOGÍSTICA
Nos últimos três anos o segmento cresceu 15% ao ano, fechando o período com incremento de 64%
O transporte de cargas gerais já representa 25% do negócio da MRS, que pretende implementar grade fixa entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte
DIVULGAÇÃO
Vendas dos
distribuidores
devem cair 5%
neste ano
São Paulo - Depois de um
primeiro semestre pior do
que o esperado, o Instituto
Nacional dos Distribuidores
de Aço (Inda) revisou para
baixo, ontem, sua estimativa
de vendas para este ano. A
nova projeção é de que as
vendas da rede de distribui-
ção caiam 5% neste ano em
relação ao ano passado, ante
uma estimativa anterior de
recuo de 2%.
Segundo o presidente do
Inda, Carlos Loureiro, con-
siderando o acumulado dos
últimos 12 meses do ano, a
queda em relação ao mesmo
período do ano anterior é de
5,6%. Já na comparação de
semestre contra semestre o
recuo chega a 11%.
O desempenho do Inda
vem na contramão do con-
sumo aparente de aço plano
no Brasil, que no primeiro
semestrecresceucercade14%.
Issoporque,explicaLoureiro,
parte desse crescimento está
vindo do setor automotivo
e o de máquinas agrícolas,
que compram diretamente
das usinas e não da rede de
distribuição. O motivo des-
se descolamento, segundo
o executivo, é a perda do
market share para produtos
importados e ainda a penali-
zaçãodaredededistribuição
dos seguidos aumentos de
preços capitaneados pelas
siderúrgicas.
Aumentosdepreços-Oau-
mentodepreçosdaUsiminas
paraabobinaaquentevaleráa
partirdodia21dejulho,disse
ontem o presidente do Inda.
Já a ArcelorMittal reajustará
seus preços em 10% para a
rede de distribuição a partir
do dia 24 e a Gerdau no dia
1 de agosto, também com o
percentualde10%.Oexecutivo
disse que a CSN ainda não
comunicou reajustes, mas a
expectativaédequeaempresa
siga o mesmo caminho.
Loureiro explicou que a
razão do aumento de preços
para a bobina a quente é que
hojehámaisriscosdeaumento
de importação para a bobina
a frio.(AE)
5BELO HORIZONTE, QUARTA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2017
Rio Tinto reduziu projeção para embarques
MINÉRIO DE FERRO
AÇO