1. TREINO DE POTÊNCIA EM JOVENS FUTEBOLISTAS DE ELITE:
- EFEITOS DA UTILIZAÇÃO DE CARGAS ACIMA OU ABAIXO
DA ZONA DE POTÊNCIA ÓTIMA
AUTORES:
IRINEU LOTURCO, LUCAS A. PEREIRA, VALTER P. REIS, CHRIS BISHOP, VINICIUS ZANETTI, PEDRO E.
ALCARAZ, TOMÁS T. FREITAS & MICHAEL R. MCGUIGAN
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
- Melhorar o desempenho da velocidade e da potência no período de pré-epoca do futebol profissional, é considerado um grande
desafio para Treinadores e Cientistas do Desporto
- Recentemente a carga de potência ótima (OPL) tem sido utilizada como uma alternativa eficaz para melhorar o desempenho
da velocidade e potência em jogadores de futebol de elite
- A zona de potência ótima, pode ser definida como as cargas capazes de maximizar a produção de potência em alguns
exercícios de resistência
- Normalmente ocorre em condições de carga leve ou moderada 30%-70% (1RM), varia tendo em conta o tipo de
levantamento, e o seu respetivo modo de execução
3. - Tem sido sugerido que treinos com cargas mais baixas e velocidades mais elevadas podem levar a maiores adaptações na
velocidade
- Treino com cargas mais elevadas e velocidades mais baixas resultaria em ganhos superiores no desempenho relacionado com a
força
- É importante estabelecer um limite máximo e um limite mínimo, de cargas capazes de provocar alterações positivas nas
capacidades relacionadas
- O objetivo deste estudo foi examinar os efeitos de dois programas de treino de JS diferentes (Utilizando cargas 20% superiores
ou 20% inferiores ao OPL) no desempenho atlético (por exemplo velocidade linear, velocidade COD e capacidade de salto com
e sem carga) de jovens futebolistas de elite durante um período de pré-temporada.
4. MÉTODOS UTILIZADOS
AMOSTRA
- 23 jogadores masculinos sub-20
- Idades 18 e 19 anos
- Altura 178,3 ± 5,4 cm
- Massa corporal 71,5 ± 6,5 kg
- Atletas que competem regularmente
LOPL n = 12 (Treinaram com uma carga 20% menor que a OPL)
HOPL n= 11 (Treinaram com uma carga 20% maior que a OPL)
Tempo (4 Semanas de pré-época)
Divididos em 2 grupos
5. - Testar a eficácia de dois programas de treino distintos de jovens jogadores de futebol de elite durante um período de pré-
temporada de 4 semanas
- Os jogadores foram agrupados de acordo com o resultado de produção do PP no JS
- Os testes foram realizados na seguinte ordem (salto contramovimento (CMJ), velocidade de Sprint a 5, 10 e 20m), velocidade
COD e PP JS
- Os testes foram realizados pré e pós treino
DESENHO
Ocorreram ajustes a cada 4 Sessões
6. - Os dados são apresentados como média ± desvio
padrão (DP)
- As hipóteses quantitativas de encontrar diferenças
nas varáveis testadas foram avaliadas
qualitativamente da seguinte forma,
< 1% - Quase de certeza que não
1% a 5% - Muito improvável
5% a 25% - Improvável
25% a 75% - Possível
75% a 95% - Provável
95% a 99% - Muito provável
> 99% - Quase certo
- As diferenças significativas foram consideradas usando a inferência
clínica, baseada em limiares de probabilidade de dano e benefício de
0,5% e 25%
- As magnitudes das diferenças padronizadas foram interpretadas
usando os seguintes limiares,
< 0,2 – Trivial
0,2 – 0,6 Pequeno
0,6 – 1,2 Moderado
1,2 – 2,0 Grande
2,0 – 4,0 Muito grande
> 4,0 Quase perfeito
ANÁLISE ESTATÍSTICA
7. - Foram observados aumentos prováveis a muito prováveis no PP
comparando as medições pré e pós-treino no grupo LOPL nas três
cargas analisadas (ES = 0,64, 0,68 e 0,54, para -20% OPL, OPL e +20%
OPL, respetivamente)
- Foi observado um possível aumento no PP JS no grupo HOPL para a
OPL e a +20% OPL (ES = 0,23 e 0,48, respetivamente)
PP no exercício JS
Alterações entre os grupos nos testes físicos realizados
- Não foram observadas diferenças significativas para o CMJ, VEL 5,
10 e 20 m e Zig zag (ES [% de probabilidade] = 0,15 [36/63/01], 0,09
[29/30/41], 0,05 [27/38/35], 0,13 [40/47/13] e 0,42 [70/23/7],
respetivamente).
- O grupo LOPL demonstrou maiores aumentos no PP JS para o OPL e
OPL -20% (ES [% de probabilidade] = 0,51 [15/02/83] e 0,59
[11/01/88], respetivamente) em relação ao HOPL, não foram observadas
diferenças significativas no PP JS para o OPL +20% (ES [% de
probabilidade] = 0,14 [26/29/45]).
8. Foi detetado um provável e possível aumento da VEL 5 m e VEL 10 m
no grupo LOPL, respetivamente. No grupo HOPL, foi observada uma
possível melhoria na altura do CMJ, na VEL 5-m e na VEL 10-m, e foi
detetado um aumento provável na velocidade COD
1) Apesar da utilização de cargas mais baixas, o LOPL aumentou a produção de potência ao longo de toda a gama de cargas
2) O HOPL melhorou a produção de potência apenas em condições de carga mais elevadas
3) No geral, ambos os esquemas de treino foram capazes de induzir alterações positivas no desempenho atlético, com diferenças
significativas e relevantes entre eles.
Discussão
9. - Ambas as estratégias de treino foram capazes de aumentar a potência de saída em zonas distintas de força-velocidade, o que poderá
ser uma consequência direta do treino com intensidade de carga próximas da OPL
- Velocidades de movimento mais elevadas, alcançadas com cargas mais leves podem aumentar a taxa de ativação neural, e provocar
maiores adaptações na coordenação intermuscular
- A oportunidade de utilizar o OPL como base para definir intensidades de carga, mais leves ou mais pesadas surge como uma nova
estratégia para melhorar o desempenho funcional dos jogadores de futebol em diferentes fases do treino
- HOPL foi superior no aumento da velocidade de COD e na altura CMJ
- LOPL foi mais eficiente para melhorar o desempenho no sprint (5 m)
- Em futuros testes, deveriam ser estudadas tarefas especificas do futebol (remates, saltos para disputar a posse bola, desarmes, etc.)
pois é provável que os métodos baseados no OPL possam influenciar positivamente estas ações
10. 1) O OPL é possivelmente a intensidade de carga mais pesada capaz de aumentar a produção de energia sob condições de
carga leve e muito leve
2) O treino de JS com cargas mais elevadas pode ser necessário para melhorar o desempenho da COD em atletas de deportos
de equipa
3) As gamas de carga abaixo do OPL (OPL -20%) parecem ser eficazes para aumentar a capacidade de sprint (5 metros)
CONCLUSÕES
Loturco, I., Nakamura, F. Y., Kobal, R., Gil, S., Pivetti, B., Pereira, L. A., & Roschel, H. (2016). Traditional periodization versus optimum training load applied to
soccer players: Effects on neuromuscular abilities. International Journal of Sports Medicine, 37, 1051–1059.
Loturco, I., Pereira, L. A., Kobal, R., Zanetti, V., Gil, S., Kitamura, K., ... Nakamura, F. Y. (2015). Half-squat or jump squat training under optimum power load
conditions to counteract power and speed decrements in Brazilian elite soccer players during the preseason. Journal of Sports Sciences, 33, 1283–1292
Loturco, I., Kobal, R., Kitamura, K., Cal Abad, C. C., Faust, B., Almeida, L., & Pereira, L. A. (2017). Mixed training methods: Effects of combining resisted sprints
or plyometrics with optimum power loads on sprint and agility performance in professional soccer players. Frontiers in Physiology, 8, 1034.