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A Teoria da Produção e dos Custos de
Produção
Capítulo 9
CARLOS NOÉME
noeme@isa.ulisboa.pt
4º Semestre
Economia
• A empresa é o agente económico mais importante
que realiza decisões sobre a produção de bens e
serviços específicos, na qual é especializado.
• As decisões das empresas dependem da estrutura
do mercado na qual operam.
• As empresas tomam também decisões de Oferta a
partir dos seus custos de produção.
O que vamos aprender…
• As empresas podem adoptar uma de diferentes
estruturas legais, mas para o estudo que vamos
realizar, admitimos empresas com uma estrutura
muito simples.
• Existe uma diferença importante entre a medida de
lucro que interessa ao economista e aquela que é
feita pelo contabilista.
• Para os economistas, o lucro é a diferença entre a
receita total e o custo total, onde o custo total inclui
os custos de capital, isto é, o risco de capital
O que vamos aprender…
• A função de produção relaciona recursos de
factores e serviços (input) e produto obtido (output).
• O lucro económico corresponde à diferença entre
os rendimentos totais e os custos totais.
• O lucro económico tem um papel muito importante
na afectação de recursos.
• Lucros positivos atraem recursos para esse sector;
lucros negativos conduzem a que os recursos sejam
alocados noutros sectores.
Introdução
• Os princípios da Teoria da Produção e da Teoria
dos Custos de Produção são vectores base para a
análise dos preços e do emprego dos factores,
assim como de sua afectação aos diversos usos
alternativos na economia.
Introdução
TEORIA DA PRODUÇÃO
• A Teoria da Produção e a Teoria dos Custos permitem
compreender duas funções fundamentais em economia:
1. Servem de base para a análise das relações existentes
entre produção e custos de produção: numa economia
moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem
rapidamente, a relação entre a produção e custos de
produção é muito importante na análise da Teoria da
Formação dos Preços.
2. Servem de apoio para a análise da procura da empresa
relativamente aos factores de produção que utiliza: para
produzirem bens, as empresas dependem da
disponibilidade de factores de produção.
Introdução
• A produção está organizada maioritariamente pelo
sector privado, que pode assumir principalmente,
uma das seguintes formas:
 Sociedades em nome individual
 Sociedades de responsabilidade limitada (ltd)
 Sociedades cooperativas (sc)
 Sociedades de responsabilidade anónima (sa)
 Associações sem fim lucrativo
Organização das empresas
• A Função de Produção (FP) relaciona recursos de
factores e serviços (inputs) e produto obtido (outputs)
• Uma FP é a relação entre a quantidade de inputs que
uma empresa utiliza e a quantidade de output produzido.
• Um input fixo é aquele cuja quantidade é fixa durante um
período de tempo e não pode variar (a terra na empresa
agrícola).
• Um input variável é aquele cuja quantidade utilizada pela
empresa varia em qualquer altura (o trabalho).
A função de Produção
• A função de produção relaciona recursos de factores e serviços
(inputs) e produto obtido (outputs)
q = f(x1,x2,x3, ..., xn)
q é a quantidade produzida do bem ou serviço, num determinado
período de tempo;
x1, x2, x3, ..., xn, identificam as quantidades utilizadas de diversos
factores de produção;
• Por simplificação, é habitual representar a função de produção
apenas duas variáveis:
q = f (N,K)
N = a quantidade utilizada de mão-de-obra;
K = a quantidade utilizada de capital.
A função de Produção
• Longo prazo: período de tempo em que todos os inputs
podem variar (superior a um ano).
• Curto prazo: período de tempo em que, pelo menos, um
input é fixo (admite-se até um ano).
• A curva do Produto Total mostra como a quantidade
de output depende da quantidade do input variável, para
uma determinada quantidade de um input fixo.
A função de Produção
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Quantidade
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Quantidade de trabalho (trabalhadores)
Produto Total, PT
Aumentando um 2º
trabalhador obtém-se
um acréscimo de
output de 17 alqueires.
Aumentando um 7º
trabalhador obtém-se
um acréscimo de
output de 7 alqueires.
A função de Produção
Produto Total, Médio e Marginal no curto prazo
Quantidade de
Trabalho (L)
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Ponto de rendimentos
médios decrescentes
PMe
PMg
Quantidade de Trabalho
[ii] Produto Médio e Marginal
Ponto de rendimentos
marginais decrescentes
• (i): Curva do Produto Total
 A curva PT mostra que o produto total cresce de forma
estável, inicialmente a uma taxa crescente, passando
depois a uma taxa decrescente.
• (ii): Curvas do Produto médio e marginal
 As curvas do PMe e PMg crescem inicialmente, atingem
um máximo, e passam depois a decrescer
 A curva PMe atinge o seu máximo na intersecção com a
curva PMg, isto é, Max(PMe)=PMg
Curvas do Produto Total, Médio e Marginal
• O produto marginal de um input é a quantidade
adicional de output que é produzida quando se
utiliza mais uma unidade desse input.
PMg(L) = variação na quantidade de output
variação na quantidade de trabalho
PMg(L) = Q
L
Produto Marginal
• Alterações de produção no curto prazo estão
sujeitas à lei de rendimentos decrescentes:
 Acréscimos iguais dos inputs variáveis, mais cedo ou mais
tarde provocam aumentos cada vez menores na produção
e, eventualmente, uma redução no output médio por
unidade de input variável.
Produção e Lei dos Rendimentos Decrescentes
Produto Total, Médio e Marginal no curto prazo
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Produto
Marginal do
trabalho
(alqueires por
trabalhador)
Quantidade de (trabalhadores)
Existem
rendimentos
decrescentes do
trabalho.
Produção e Lei dos Rendimentos Decrescentes
• A curva dos custos dá-nos o montante dos custos
conforme os vários níveis de produção.
• A curva dos custos de curto prazo aparece-nos na
forma de U e verifica-se a lei dos rendimentos
decrescentes destes input que se admitem
variáveis.
• No curto prazo, um ou alguns input podem ser
constantes (factores fixos)
A Teoria dos Custos
• Um custo fixo é um custo que não depende do output
produzido, É, portanto, o custo do input fixo.
• Um custo variável é um custo que depende do output
produzido. É, portanto, o custo referente ao(s) input(s)
variável.
• O custo total é a soma do custo fixo e do custo variável
necessários para produzir uma determinada quantidade
de output
CT = CF + CV
• O rendimento total menos os custos totais dá-nos o
lucro
A Teoria dos Custos
Custos com capital fixo e custo variável (trabalho)
Inputs
Capital Trabalho
[L]
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10
2
10
100
1
100
100
20
40
60 160
Custos Médios
Fixed Variáveis Total
[CFM] [CVM] [CMT]
Output
[q]
Custos Totais
Fixos Variáveis Total
[CFT] [CVT] [CT]
[1] [2] [3] [4] [8=5/3]
43
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351
120
140
2,326
0,625
0,285
0,465 2,791
0,250 0,875 0,171
0,456
0,171
0,465
0,105
CustoMarginal
[CMg]
[5] [6] [7=4/3] [9=6/3] [10= CT/Q]
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Curvas do Custo Total, Médio e Marginal
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120
1200 1500
200
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280
1800
Output
Custo
[€]
CT
300 600 900 1200 1500 1800
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
Output
[i] Curvas do Custo Total
[ii] Curvas do Custo
Médio e Marginal
0.70
2100
CMg
CFT
CVT
2100
CMeF
CMeT
CMeV
• As curvas de custo marginal e média no curto prazo
têm a forma de U, em que o ramo crescente reflecte
os rendimentos médio e marginal decrescentes.
• A curva de custo marginal intersecta a curva do
custo médio no seu ponto mínimo, o qual se
designa por capacidade de produção da
empresa.
• Existe uma família de curvas de custos médio e
marginal, cada uma das quais para um factor fixo.
Custos no curto prazo
• Os custos Fixos totais não variam com o output.
• Os custos variáveis Totais e os Custos Totais crescem com o
output, primeiro a uma taxa decrescente e depois a uma taxa
crescente.
• O custo fixo médio (CFMe) decresce conforme o output
aumenta.
• O custo variável médio (CVMe) e o custo médio total (CMeT)
decrescem inicialmente e crescem depois conforme aumenta
o output.
• Acontece o mesmo com o custo marginal (CMg) que intersecta
as curvas do CMeT e do CVMe nos seus pontos mínimos.
• A capacidade de produção é definida no ponto mínimo da
curva do custo total médio (CMeT), isto é, no montante de
1.500 no nosso exemplo
Curvas do Custo Total, Médio e Marginal
Conta de Lucros e Perdas para a empresa Y no final do ano 31 Dez. 20XX
Custos
Custos Variáveis (CV)
Salários
Materiais
Outros
Total CV
Custos Fixos (CF)
Rendas
Prcvidência social (TSU)
Juros
Anmortizações
Total CF
Custos Totais (CF+CV)
200.000
300.000
100.000
600.000
50.000
60.000
90.000
50.000
250.000
850.000
Receita
Receita das vendas 1.000.000
Lucro
(receitas menos custos totais) 150.000
Conta simplificada de Ganhos e Perdas
• Na definição de lucro deveremos também incluir o
custo de oportunidade do capital.
• Para se conseguir obter aquele valor, o custo de
oportunidade do capital deverá ser deduzido do
montante de capital avaliado pelas empresas.
Cálculo do lucro puro
Cálculo do lucro puro
Lucros calculados pela empresa
Custos de oportunidade do capital
Rendimento puro do capital da empresa
Lucro Económico Puro
Prémio do Risco
-100.000
-40.000
10.000
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Curva do Custo Médio de longo prazo
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CMeT-Cp

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  • 1. A Teoria da Produção e dos Custos de Produção Capítulo 9 CARLOS NOÉME noeme@isa.ulisboa.pt 4º Semestre Economia
  • 2. • A empresa é o agente económico mais importante que realiza decisões sobre a produção de bens e serviços específicos, na qual é especializado. • As decisões das empresas dependem da estrutura do mercado na qual operam. • As empresas tomam também decisões de Oferta a partir dos seus custos de produção. O que vamos aprender…
  • 3. • As empresas podem adoptar uma de diferentes estruturas legais, mas para o estudo que vamos realizar, admitimos empresas com uma estrutura muito simples. • Existe uma diferença importante entre a medida de lucro que interessa ao economista e aquela que é feita pelo contabilista. • Para os economistas, o lucro é a diferença entre a receita total e o custo total, onde o custo total inclui os custos de capital, isto é, o risco de capital O que vamos aprender…
  • 4. • A função de produção relaciona recursos de factores e serviços (input) e produto obtido (output). • O lucro económico corresponde à diferença entre os rendimentos totais e os custos totais. • O lucro económico tem um papel muito importante na afectação de recursos. • Lucros positivos atraem recursos para esse sector; lucros negativos conduzem a que os recursos sejam alocados noutros sectores. Introdução
  • 5. • Os princípios da Teoria da Produção e da Teoria dos Custos de Produção são vectores base para a análise dos preços e do emprego dos factores, assim como de sua afectação aos diversos usos alternativos na economia. Introdução
  • 6. TEORIA DA PRODUÇÃO • A Teoria da Produção e a Teoria dos Custos permitem compreender duas funções fundamentais em economia: 1. Servem de base para a análise das relações existentes entre produção e custos de produção: numa economia moderna, cuja tecnologia e processos produtivos evoluem rapidamente, a relação entre a produção e custos de produção é muito importante na análise da Teoria da Formação dos Preços. 2. Servem de apoio para a análise da procura da empresa relativamente aos factores de produção que utiliza: para produzirem bens, as empresas dependem da disponibilidade de factores de produção. Introdução
  • 7. • A produção está organizada maioritariamente pelo sector privado, que pode assumir principalmente, uma das seguintes formas:  Sociedades em nome individual  Sociedades de responsabilidade limitada (ltd)  Sociedades cooperativas (sc)  Sociedades de responsabilidade anónima (sa)  Associações sem fim lucrativo Organização das empresas
  • 8. • A Função de Produção (FP) relaciona recursos de factores e serviços (inputs) e produto obtido (outputs) • Uma FP é a relação entre a quantidade de inputs que uma empresa utiliza e a quantidade de output produzido. • Um input fixo é aquele cuja quantidade é fixa durante um período de tempo e não pode variar (a terra na empresa agrícola). • Um input variável é aquele cuja quantidade utilizada pela empresa varia em qualquer altura (o trabalho). A função de Produção
  • 9. • A função de produção relaciona recursos de factores e serviços (inputs) e produto obtido (outputs) q = f(x1,x2,x3, ..., xn) q é a quantidade produzida do bem ou serviço, num determinado período de tempo; x1, x2, x3, ..., xn, identificam as quantidades utilizadas de diversos factores de produção; • Por simplificação, é habitual representar a função de produção apenas duas variáveis: q = f (N,K) N = a quantidade utilizada de mão-de-obra; K = a quantidade utilizada de capital. A função de Produção
  • 10. • Longo prazo: período de tempo em que todos os inputs podem variar (superior a um ano). • Curto prazo: período de tempo em que, pelo menos, um input é fixo (admite-se até um ano). • A curva do Produto Total mostra como a quantidade de output depende da quantidade do input variável, para uma determinada quantidade de um input fixo. A função de Produção
  • 11. 7 8 6 5 4 3 2 1 0 100 80 60 40 20 Quantidade de trigo Quantidade de trabalho (trabalhadores) Produto Total, PT Aumentando um 2º trabalhador obtém-se um acréscimo de output de 17 alqueires. Aumentando um 7º trabalhador obtém-se um acréscimo de output de 7 alqueires. A função de Produção
  • 12. Produto Total, Médio e Marginal no curto prazo Quantidade de Trabalho (L) (1) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Produto Total (PT) (2) 43 160 351 600 875 1152 1375 1536 1656 1750 1815 1860 Produto Médio (PMe) (3) 43 80 117 150 175 192 196 192 184 175 165 155 Produto Marginal (PMg) (4) 43 117 191 249 275 277 220 164 120 94 65 45
  • 13. Curvas do Produto Total, Médio e Marginal [i] Produto Total 2 300 4 600 6 900 8 10 1500 1200 1800 2100 12 Quantidade de Trabalho Produto Total [PT] PT 0 2 4 6 8 10 12 50 100 150 200 250 300 Ponto de rendimentos médios decrescentes PMe PMg Quantidade de Trabalho [ii] Produto Médio e Marginal Ponto de rendimentos marginais decrescentes
  • 14. • (i): Curva do Produto Total  A curva PT mostra que o produto total cresce de forma estável, inicialmente a uma taxa crescente, passando depois a uma taxa decrescente. • (ii): Curvas do Produto médio e marginal  As curvas do PMe e PMg crescem inicialmente, atingem um máximo, e passam depois a decrescer  A curva PMe atinge o seu máximo na intersecção com a curva PMg, isto é, Max(PMe)=PMg Curvas do Produto Total, Médio e Marginal
  • 15. • O produto marginal de um input é a quantidade adicional de output que é produzida quando se utiliza mais uma unidade desse input. PMg(L) = variação na quantidade de output variação na quantidade de trabalho PMg(L) = Q L Produto Marginal
  • 16. • Alterações de produção no curto prazo estão sujeitas à lei de rendimentos decrescentes:  Acréscimos iguais dos inputs variáveis, mais cedo ou mais tarde provocam aumentos cada vez menores na produção e, eventualmente, uma redução no output médio por unidade de input variável. Produção e Lei dos Rendimentos Decrescentes
  • 17. Produto Total, Médio e Marginal no curto prazo Quantidade de Trabalho (L) (1) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Produto Total (PT) (2) 43 160 351 600 875 1152 1375 1536 1656 1750 1815 1860 Produto Médio (PMe) (3) 43 80 117 150 175 192 196 192 184 175 165 155 Produto Marginal (PMg) (4) 43 117 191 249 275 277 220 164 120 94 65 45
  • 18. Produto Marginal, PMg(L) 7 8 6 5 4 3 2 1 0 19 17 15 13 11 9 7 5 Produto Marginal do trabalho (alqueires por trabalhador) Quantidade de (trabalhadores) Existem rendimentos decrescentes do trabalho. Produção e Lei dos Rendimentos Decrescentes
  • 19. • A curva dos custos dá-nos o montante dos custos conforme os vários níveis de produção. • A curva dos custos de curto prazo aparece-nos na forma de U e verifica-se a lei dos rendimentos decrescentes destes input que se admitem variáveis. • No curto prazo, um ou alguns input podem ser constantes (factores fixos) A Teoria dos Custos
  • 20. • Um custo fixo é um custo que não depende do output produzido, É, portanto, o custo do input fixo. • Um custo variável é um custo que depende do output produzido. É, portanto, o custo referente ao(s) input(s) variável. • O custo total é a soma do custo fixo e do custo variável necessários para produzir uma determinada quantidade de output CT = CF + CV • O rendimento total menos os custos totais dá-nos o lucro A Teoria dos Custos
  • 21. Custos com capital fixo e custo variável (trabalho) Inputs Capital Trabalho [L] 10 10 2 10 100 1 100 100 20 40 60 160 Custos Médios Fixed Variáveis Total [CFM] [CVM] [CMT] Output [q] Custos Totais Fixos Variáveis Total [CFT] [CVT] [CT] [1] [2] [3] [4] [8=5/3] 43 160 351 120 140 2,326 0,625 0,285 0,465 2,791 0,250 0,875 0,171 0,456 0,171 0,465 0,105 CustoMarginal [CMg] [5] [6] [7=4/3] [9=6/3] [10= CT/Q] 3
  • 22. Curvas do Custo Total, Médio e Marginal 300 40 600 80 900 120 1200 1500 200 160 240 280 1800 Output Custo [€] CT 300 600 900 1200 1500 1800 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 Output [i] Curvas do Custo Total [ii] Curvas do Custo Médio e Marginal 0.70 2100 CMg CFT CVT 2100 CMeF CMeT CMeV
  • 23. • As curvas de custo marginal e média no curto prazo têm a forma de U, em que o ramo crescente reflecte os rendimentos médio e marginal decrescentes. • A curva de custo marginal intersecta a curva do custo médio no seu ponto mínimo, o qual se designa por capacidade de produção da empresa. • Existe uma família de curvas de custos médio e marginal, cada uma das quais para um factor fixo. Custos no curto prazo
  • 24. • Os custos Fixos totais não variam com o output. • Os custos variáveis Totais e os Custos Totais crescem com o output, primeiro a uma taxa decrescente e depois a uma taxa crescente. • O custo fixo médio (CFMe) decresce conforme o output aumenta. • O custo variável médio (CVMe) e o custo médio total (CMeT) decrescem inicialmente e crescem depois conforme aumenta o output. • Acontece o mesmo com o custo marginal (CMg) que intersecta as curvas do CMeT e do CVMe nos seus pontos mínimos. • A capacidade de produção é definida no ponto mínimo da curva do custo total médio (CMeT), isto é, no montante de 1.500 no nosso exemplo Curvas do Custo Total, Médio e Marginal
  • 25. Conta de Lucros e Perdas para a empresa Y no final do ano 31 Dez. 20XX Custos Custos Variáveis (CV) Salários Materiais Outros Total CV Custos Fixos (CF) Rendas Prcvidência social (TSU) Juros Anmortizações Total CF Custos Totais (CF+CV) 200.000 300.000 100.000 600.000 50.000 60.000 90.000 50.000 250.000 850.000 Receita Receita das vendas 1.000.000 Lucro (receitas menos custos totais) 150.000 Conta simplificada de Ganhos e Perdas
  • 26. • Na definição de lucro deveremos também incluir o custo de oportunidade do capital. • Para se conseguir obter aquele valor, o custo de oportunidade do capital deverá ser deduzido do montante de capital avaliado pelas empresas. Cálculo do lucro puro
  • 27. Cálculo do lucro puro Lucros calculados pela empresa Custos de oportunidade do capital Rendimento puro do capital da empresa Lucro Económico Puro Prémio do Risco -100.000 -40.000 10.000 150.000
  • 28. Curva do Custo Médio de longo prazo CMe-Lp Output por periodo qm CMeT-Cp q0 c0 CMeT-Cp