SlideShare uma empresa Scribd logo
CONDICIONANTES DOS PROCESSOS EROSIVOS NA ÁREA URBANA
DE BURITICUPU-MA: O caso da voçoroca do bairro Santos Dumont
VOÇOROCAS - O CASO
DE BURITICUPU-MA
I TH
Introdução
V
TH
O solo é um recurso natural formado a partir da atuação de vários processos
ambientais ao longo de um determinado tempo.
Recurso natural de extrema importância para a manutenção das espécies, para a
dinâmica ambiental e para o desenvolvimento humano.
Solo
Introdução
VI
TH
Assim como todo elemento do meio físico, os solos estão
expostos a diversas transformações, dentre elas, destacam-
se aquelas ocasionadas pelo fenômeno da erosão.
Solo
Introdução
VII
TH
A erosão consiste num conjunto de processos pelos quais os
materiais terrosos e rochosos da crosta terrestre são
desagregados, degradados, desgastados ou dissolvidos e
transportados pela ação dos agentes erosivos.
Erosão
Introdução
VIII
TH
Os processos erosivos configuram-se como um dos mais
importantes para o modelamento do relevo e para a
dinâmica da paisagem.
Erosão
Introdução
IX
TH
A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos
disparatados. É, em uma determinada porção do espaço, o resultado
da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos,
biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os
outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em
perpétua evolução.
Paisagem
Introdução
X
TH
A topografia de uma área apresenta forte relação com os processos
de formação e desenvolvimento dos solos, assim como os solos são
importantes indicadores da evolução das coberturas superficiais
(MULLA; McBRATNEY, 1999).
Topografia
Erosão
Uma das problemáticas mais
significativas na atualidade
relacionada aos solos é a erosão;
Este fenômeno, apesar do seu caráter
natural, tem sido intensificado,
consideravelmente, por diversas
atividades humanas mal planejadas,
sobretudo nos espaços urbanos.
O
CASO
DE
BURITICUPU
Erosão
As perdas relacionadas à erosão
geram problemas como a redução da
fertilidade dos solos, carreamento de
sedimentos aos canais de drenagem e
a posterior perda da qualidade das
águas, vulnerabilização de diversos
grupos populacionais, dentre outros
(OLIVEIRA, 1999).
O
CASO
DE
BURITICUPU
Erosão
As perdas relacionadas à erosão
geram problemas como a redução da
fertilidade dos solos, carreamento de
sedimentos aos canais de drenagem e
a posterior perda da qualidade das
águas, vulnerabilização de diversos
grupos populacionais, dentre outros
(OLIVEIRA, 1999).
O
CASO
DE
BURITICUPU
XIV
No estado do Maranhão, os
processos erosivos urbanos
demonstram-se cada vez mais
intensos, tendo como uma das
principais causas, a supressão de
vegetação em áreas de rápido
crescimento urbano.
Bezerra (2011)
XV
Especificamente no município de
Buriticupu, situado na mesorregião
Oeste do estado do Maranhão,
observa-se principalmente nas
últimas décadas, a presença e o
agravamento dos processos
erosivos. A intensidade da erosão
na região é extremamente elevada,
formando voçorocas com
dimensões que podem chegar a 50
m de largura, 40 m de profundidade
e mais de 400 m de extensão.
Campos (2019)
A intensidade da erosão na região
é extremamente elevada,
formando voçorocas com
dimensões que podem chegar a
50 m de largura, 40 m de
profundidade e mais de 400 m de
extensão.
Situado na mesorregião Oeste do
estado do Maranhão, observa-se
principalmente nas últimas
décadas, a presença e o
agravamento dos processos
erosivos.
Município de
Buriticupu
VOÇOROCAS
XVI
O crescimento do município ocorreu
entorno da exploração da madeira, que
teve como resultado a supressão quase
que completa da cobertura vegetal
original, ficando deste modo os solos da
região expostos aos intensos processos
erosivos naturais e acelerados (AGUIAR,
2002).
Buriticupu teve origem no contexto da
expansão da fronteira agrícola do
Maranhão, a partir do projeto de
colonização das terras do oeste do
Estado com a formação de
assentamentos de trabalhadores rurais
no início da década de 1970 pelo então
governador Pedro Neiva de Santana
(IBGE, 2015).
Município de
Buriticupu
VOÇOROCAS
XVII
Município de
Buriticupu
Por estar em uma área de clima marcado por
altos índices pluviométricos, com relevo
formado por planaltos e colinas dissecadas e
apresentar solos mal estruturados, a cobertura
pedológica desta região apresenta uma grande
suscetibilidade à erosão. Além da
vulnerabilidade natural do solo local, esta ainda
vem sendo incrementada por ocupações
urbanas mal planejadas e atividades econômicas
degradantes.
VOÇOROCAS
Condicionantes
do processo
erosivo
Os intensos processos erosivos
ocorrentes na sede do município de
Buriticupu-MA, são resultados da
interação mútua e constante entre
condicionantes naturais e
antrópicos.
VOÇOROCAS
Condicionantes
do processo
erosivo
o relevo, enquanto agente regulador;
a litologia, pelas características do
material de origem;
os solos, através de seus atributos
físicoquímicos e da sua erodibilidade
Dentre os naturais pode-se destacar:
VOÇOROCAS
Condicionantes
do processo
erosivo
o clima, por meio dos índices
pluviométricos e da erosividade das
chuvas;
a vegetação, a partir dos tipos de espécies
e da densidade vegetacional, que
desempenham papel fundamental no
início e evolução dos voçorocamentos.
VOÇOROCAS
XXII
Associados aos elementos
ambientais, o homem, a partir
do uso e ocupação do espaço e
da elaboração de estruturas
urbanas e econômicas ao longo
da história local, configura-se
como um importante agente
influenciador na ocorrência dos
processos erosivos acelerados.
Campos (2019)
Processo erosivo
XX
III
Segundo Vieira (1975), a voçoroca é caracterizada como uma forma de relevo
gerada por um conjunto de processos morfogenéticos, os quais estão
subordinados tanto a fatores climáticos, litológicos, pedológicos, topográficos,
fitogeográficos e antrópicos, como à dimensão, à forma e ao estágio evolutivo
em que se encontra essa forma erosiva. Sendo assim, à medida que ela aumenta
de tamanho e modifica a sua forma, os processos atuantes tendem, também, a
mudar qualitativa e quantitativamente.
Voçoroca
XX
VI
Resultados da pesquisa
XX
VII
Resultados da pesquisa
Resultados da pesquisa
XX
VII
No município de Buriticupu, observa-se principalmente nas últimas
décadas, a presença e o agravamento dos processos erosivos. Na região,
predominam os Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos e Latossolos
Amarelos distróficos, além de pequenas manchas de Gleissolos
(BANDEIRA, 2013) derivados de materiais geológicos de origem
sedimentar pouco consolidados e muito friáveis.
XX
VIII
Resultados da pesquisa
XX
IX
Resultados da pesquisa
XX
IX
Clima, erosividade das chuvas e
influências nos processos erosivos
XX
IX
Clima, erosividade das chuvas e
influências nos processos erosivos
XX
IX
Clima, erosividade das chuvas e
influências nos processos erosivos
Clima, erosividade das chuvas e
influências nos processos erosivos
XX
XIII
Buriticupu possui uma geologia formada por materiais friáveis e solos que
naturalmente possuem elevada erodibilidade, a erosividade das chuvas
nesta localidade, sobretudo em anos com chuvas acima da média como
2018, configura-se como elemento de grande importância no
favorecimento dos processos erosivos por voçorocamento.
Expansão da área urbana do
município de Buriticupu-MA
XX
XIV
A própria história de colonização de Buriticupu teve por muitos anos
muito relacionada à extração madeireira, que foi importante para a
edificação das primeiras casas e se configurou como a principal atividade
econômica da região, o que acarretou na supressão de grande parte da
cobertura vegetal original e consequentemente deixando expostos aos
intensos processos erosivos os solos locais.
Expansão da área urbana do
município de Buriticupu-MA
XX
XV
Atualmente o setor industrial em Buriticupu está fortemente vinculado
ao extrativismo vegetal, sendo composta por carvoarias para a indústria
siderúrgica localizada em seu entorno, serrarias e fábrica de móveis. Tal
fato demonstra ainda um intenso uso dos recursos vegetais e
consequentemente altas taxas de desmatamento.
Expansão da área urbana de Buriticupu
Expansão da área urbana do
município de Buriticupu-MA
XXX
VII
Tomando por base um espaço temporal de trinta anos, espacialmente a
área urbana de Buriticupu teve uma mudança de aproximadamente 1,79
km² no ano de 1988, para aproximadamente 5,92 km² em 2018. A sede
municipal teve, portanto, seu tamanho praticamente triplicado ao longo
de três décadas.
Arruamentos, drenagem urbana
e contribuição à erosão
XXX
VIII
No Bairro Santos Dumont, as ruas principais foram construídas de forma
inadequada, uma vez que são perpendiculares à rodovia, localizada em
uma área mais elevada, assim sendo, naturalmente pelo afeito da gravidade
há a tendência de escoamento de fluidos para as partes de maiores
declividades, justamente no local onde está localizada a voçoroca.
Arruamentos, drenagem urbana
e contribuição à erosão
XXX
IX
Estes arruamentos, portanto, acabam atuando como canais de escoamento
concentrado de águas pluviais e servidas, que ganham energia cinética e
poder de erosão.
Arruamentos, drenagem urbana
e contribuição à erosão
XXX
X
Esta situação é ainda agravada pelo processo de compactação dos solos nas
ruas devido o trânsito constante de veículos e pessoas. Com o solo
compactado há a diminuição da capacidade de infiltração, e
consequentemente o aumento do escoamento, materializado na área de
estudo pela ocorrência de ravinas, indicando processos de erosão em
estágio inicial
Arruamentos, drenagem urbana
e contribuição à erosão
XXX
X
De acordo aos dados do IBGE (2010), no município de Buriticupu, apenas
7,21% dos domicílios têm seus lixos coletados, enquanto 88,39% lançam
seus dejetos diretamente no solo ou os queimam e 4,4% jogam o lixo em
lagos ou outros destinos. Deste modo, a disposição final do lixo urbano e
do esgotamento sanitário não atendem às recomendações técnicas
necessárias, pois não há tratamento do chorume, dos gases produzidos
pelos dejetos domiciliares, nem dos efluentes domésticos e pluviais.
Atividades econômicas degradantes do
ambiente
XXX
XV
Além do processo de urbanização, algumas atividades econômicas
também vêm contribuindo intensamente para o avanço dos
voçorocamentos em Buriticupu. Dentre elas pode-se destacar: a pecuária
extensiva, a agricultura, a extração de madeira e a extração mineral.
Atividades econômicas degradantes do
ambiente
XXX
XVI
Pecuária extensiva;
compactação do solo;
diminuindo a porosidade do solo e sua capacidade de infiltração;
aumenta o escoamento superficial e intensifica a erosão.
Atividades econômicas degradantes do
ambiente
XXX
XVII
Os atributos físicos dos solos também são afetados pela agricultura de
corte e queima, com destaque para a porosidade, que tende a diminuir
consideravelmente ao longo das sucessivas queimadas, causando
compactação e colaborando para o aumento da erosão dos solos
(PEREIRA; VIEIRA, 2001).
Atividades econômicas degradantes do
ambiente
XXX
XVIII
Além de atender às serrarias, a extração de madeira atende à produção de
carvão vegetal, que destaca-se entre as atividades econômicas da
população de baixa renda residente no bairro Santos Dumont. Na borda
da voçoroca foi identificada uma área de produção de carvão.
Atividades econômicas degradantes do
ambiente
XXX
XIX
Neste processo de produção, as altas temperaturas são também
responsáveis pela perda de fertilidade dos solos e aumento da
erodibilidade, tornando instável o terreno e favorecendo a deflagração de
movimentos de massas.
XXX
XIX
CONSIDERAÇÕES FINAIS E
RECOMENDAÇÕES
XXX
XIX
CONSIDERAÇÕES FINAIS E
RECOMENDAÇÕES
SUGESTÕES
- A remoção temporária dos moradores que se encontram nas áreas de
risco durante o período de chuvas;
- A realocação de famílias que encontram-se permanentemente em área
de risco, independente dos fatores climáticos;
- Adequação do sistema de drenagem pluvial e esgoto, a fim de evitar o
direcionamento do fluxo para as encostas;
- Verificação e reparação dos pontos de vazamento de água;
- Realização de projetos e obras de contenção de encostas;
- Fiscalização e proibição da construção em áreas de risco;
SUGESTÕES
- Fiscalização dos órgãos competentes e da sociedade para que não ocorra
retirada de material mineral e pecuária extensiva dentro e no entorno das
voçorocas;
- Realização de projetos de educação ambiental voltados para os jovens e
para os adultos, visando sensibilizá-los a evitar a ocupação de áreas
impróprias e sobre a disposição do lixo;
- Criação de uma Defesa Civil Municipal para atuar em ações preventivas
ou assistenciais para evitar ou minimizar os desastres naturais;

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a BURITICUPU.pdf

Pedologia
PedologiaPedologia
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
CientistasMalucas
 
Recuperação de áreas
Recuperação de áreas Recuperação de áreas
Recuperação de áreas
UERGS
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
CientistasMalucas
 
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Carlos Eduardo
 
Desertificaçã 9e
Desertificaçã 9eDesertificaçã 9e
Desertificaçã 9e
Mayjö .
 
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptxDEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
ssuser51d27c1
 
aula 4.pptx
aula 4.pptxaula 4.pptx
aula 4.pptx
Thais Almada
 
Revisão ii geografia
Revisão ii   geografiaRevisão ii   geografia
Revisão ii geografia
Ione Rocha
 
Contençao em estradas rurais ri 2009-472
Contençao em estradas rurais ri 2009-472Contençao em estradas rurais ri 2009-472
Contençao em estradas rurais ri 2009-472
Adriano Garcia Risson
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
CientistasMalucas
 
1130 4600-1-pb
1130 4600-1-pb1130 4600-1-pb
1130 4600-1-pb
Cristhiane Okawa
 
5. da penha vê se o mar
5. da penha vê se o mar5. da penha vê se o mar
5. da penha vê se o mar
Maria Manuela Torres Paredes
 
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGADESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
Maria José Brollo
 
Aula 7
Aula 7Aula 7
Poluição e agricultura
Poluição e agriculturaPoluição e agricultura
Poluição e agricultura
Denysson Amorim
 
Aula 21 recuperação de áreas degradadas
Aula 21 recuperação de áreas degradadasAula 21 recuperação de áreas degradadas
Aula 21 recuperação de áreas degradadas
Homero Alves de Lima
 
Geografia a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
Geografia   a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...Geografia   a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
Geografia a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
Gustavo Soares
 
Meioambiente2questoes
Meioambiente2questoesMeioambiente2questoes
Meioambiente2questoes
Atividades Diversas Cláudia
 
Meioambiente2questoes
Meioambiente2questoesMeioambiente2questoes
Meioambiente2questoes
Atividades Diversas Cláudia
 

Semelhante a BURITICUPU.pdf (20)

Pedologia
PedologiaPedologia
Pedologia
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
 
Recuperação de áreas
Recuperação de áreas Recuperação de áreas
Recuperação de áreas
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
 
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
 
Desertificaçã 9e
Desertificaçã 9eDesertificaçã 9e
Desertificaçã 9e
 
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptxDEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
DEGRADAÇÃO DO SOLO.pptx
 
aula 4.pptx
aula 4.pptxaula 4.pptx
aula 4.pptx
 
Revisão ii geografia
Revisão ii   geografiaRevisão ii   geografia
Revisão ii geografia
 
Contençao em estradas rurais ri 2009-472
Contençao em estradas rurais ri 2009-472Contençao em estradas rurais ri 2009-472
Contençao em estradas rurais ri 2009-472
 
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertenteGeologia: Zonas costeiras e de vertente
Geologia: Zonas costeiras e de vertente
 
1130 4600-1-pb
1130 4600-1-pb1130 4600-1-pb
1130 4600-1-pb
 
5. da penha vê se o mar
5. da penha vê se o mar5. da penha vê se o mar
5. da penha vê se o mar
 
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGADESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
DESASTRES NATURAIS E RISCOS EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA
 
Aula 7
Aula 7Aula 7
Aula 7
 
Poluição e agricultura
Poluição e agriculturaPoluição e agricultura
Poluição e agricultura
 
Aula 21 recuperação de áreas degradadas
Aula 21 recuperação de áreas degradadasAula 21 recuperação de áreas degradadas
Aula 21 recuperação de áreas degradadas
 
Geografia a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
Geografia   a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...Geografia   a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
Geografia a importancia da cobertura vegetal no processo de erosao e deserf...
 
Meioambiente2questoes
Meioambiente2questoesMeioambiente2questoes
Meioambiente2questoes
 
Meioambiente2questoes
Meioambiente2questoesMeioambiente2questoes
Meioambiente2questoes
 

Último

Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptxApresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
Geagra UFG
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região
 
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exerciciosdengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
wfsouza2
 

Último (8)

Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptxApresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
Apresentação de Manejo do solo - Slides.pptx
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESPJornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
Jornada da Sustentabilidade - Encontro ESG - SETCESP
 
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exerciciosdengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
dengue atividade e caça-palavras 6 ano exercicios
 

BURITICUPU.pdf

  • 1. CONDICIONANTES DOS PROCESSOS EROSIVOS NA ÁREA URBANA DE BURITICUPU-MA: O caso da voçoroca do bairro Santos Dumont VOÇOROCAS - O CASO DE BURITICUPU-MA I TH
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5. Introdução V TH O solo é um recurso natural formado a partir da atuação de vários processos ambientais ao longo de um determinado tempo. Recurso natural de extrema importância para a manutenção das espécies, para a dinâmica ambiental e para o desenvolvimento humano. Solo
  • 6. Introdução VI TH Assim como todo elemento do meio físico, os solos estão expostos a diversas transformações, dentre elas, destacam- se aquelas ocasionadas pelo fenômeno da erosão. Solo
  • 7. Introdução VII TH A erosão consiste num conjunto de processos pelos quais os materiais terrosos e rochosos da crosta terrestre são desagregados, degradados, desgastados ou dissolvidos e transportados pela ação dos agentes erosivos. Erosão
  • 8. Introdução VIII TH Os processos erosivos configuram-se como um dos mais importantes para o modelamento do relevo e para a dinâmica da paisagem. Erosão
  • 9. Introdução IX TH A paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É, em uma determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução. Paisagem
  • 10. Introdução X TH A topografia de uma área apresenta forte relação com os processos de formação e desenvolvimento dos solos, assim como os solos são importantes indicadores da evolução das coberturas superficiais (MULLA; McBRATNEY, 1999). Topografia
  • 11. Erosão Uma das problemáticas mais significativas na atualidade relacionada aos solos é a erosão; Este fenômeno, apesar do seu caráter natural, tem sido intensificado, consideravelmente, por diversas atividades humanas mal planejadas, sobretudo nos espaços urbanos. O CASO DE BURITICUPU
  • 12. Erosão As perdas relacionadas à erosão geram problemas como a redução da fertilidade dos solos, carreamento de sedimentos aos canais de drenagem e a posterior perda da qualidade das águas, vulnerabilização de diversos grupos populacionais, dentre outros (OLIVEIRA, 1999). O CASO DE BURITICUPU
  • 13. Erosão As perdas relacionadas à erosão geram problemas como a redução da fertilidade dos solos, carreamento de sedimentos aos canais de drenagem e a posterior perda da qualidade das águas, vulnerabilização de diversos grupos populacionais, dentre outros (OLIVEIRA, 1999). O CASO DE BURITICUPU
  • 14. XIV No estado do Maranhão, os processos erosivos urbanos demonstram-se cada vez mais intensos, tendo como uma das principais causas, a supressão de vegetação em áreas de rápido crescimento urbano. Bezerra (2011)
  • 15. XV Especificamente no município de Buriticupu, situado na mesorregião Oeste do estado do Maranhão, observa-se principalmente nas últimas décadas, a presença e o agravamento dos processos erosivos. A intensidade da erosão na região é extremamente elevada, formando voçorocas com dimensões que podem chegar a 50 m de largura, 40 m de profundidade e mais de 400 m de extensão. Campos (2019)
  • 16. A intensidade da erosão na região é extremamente elevada, formando voçorocas com dimensões que podem chegar a 50 m de largura, 40 m de profundidade e mais de 400 m de extensão. Situado na mesorregião Oeste do estado do Maranhão, observa-se principalmente nas últimas décadas, a presença e o agravamento dos processos erosivos. Município de Buriticupu VOÇOROCAS XVI
  • 17. O crescimento do município ocorreu entorno da exploração da madeira, que teve como resultado a supressão quase que completa da cobertura vegetal original, ficando deste modo os solos da região expostos aos intensos processos erosivos naturais e acelerados (AGUIAR, 2002). Buriticupu teve origem no contexto da expansão da fronteira agrícola do Maranhão, a partir do projeto de colonização das terras do oeste do Estado com a formação de assentamentos de trabalhadores rurais no início da década de 1970 pelo então governador Pedro Neiva de Santana (IBGE, 2015). Município de Buriticupu VOÇOROCAS XVII
  • 18. Município de Buriticupu Por estar em uma área de clima marcado por altos índices pluviométricos, com relevo formado por planaltos e colinas dissecadas e apresentar solos mal estruturados, a cobertura pedológica desta região apresenta uma grande suscetibilidade à erosão. Além da vulnerabilidade natural do solo local, esta ainda vem sendo incrementada por ocupações urbanas mal planejadas e atividades econômicas degradantes. VOÇOROCAS
  • 19. Condicionantes do processo erosivo Os intensos processos erosivos ocorrentes na sede do município de Buriticupu-MA, são resultados da interação mútua e constante entre condicionantes naturais e antrópicos. VOÇOROCAS
  • 20. Condicionantes do processo erosivo o relevo, enquanto agente regulador; a litologia, pelas características do material de origem; os solos, através de seus atributos físicoquímicos e da sua erodibilidade Dentre os naturais pode-se destacar: VOÇOROCAS
  • 21. Condicionantes do processo erosivo o clima, por meio dos índices pluviométricos e da erosividade das chuvas; a vegetação, a partir dos tipos de espécies e da densidade vegetacional, que desempenham papel fundamental no início e evolução dos voçorocamentos. VOÇOROCAS
  • 22. XXII Associados aos elementos ambientais, o homem, a partir do uso e ocupação do espaço e da elaboração de estruturas urbanas e econômicas ao longo da história local, configura-se como um importante agente influenciador na ocorrência dos processos erosivos acelerados. Campos (2019)
  • 23. Processo erosivo XX III Segundo Vieira (1975), a voçoroca é caracterizada como uma forma de relevo gerada por um conjunto de processos morfogenéticos, os quais estão subordinados tanto a fatores climáticos, litológicos, pedológicos, topográficos, fitogeográficos e antrópicos, como à dimensão, à forma e ao estágio evolutivo em que se encontra essa forma erosiva. Sendo assim, à medida que ela aumenta de tamanho e modifica a sua forma, os processos atuantes tendem, também, a mudar qualitativa e quantitativamente. Voçoroca
  • 24.
  • 27. Resultados da pesquisa XX VII No município de Buriticupu, observa-se principalmente nas últimas décadas, a presença e o agravamento dos processos erosivos. Na região, predominam os Argissolos Vermelho-Amarelos distróficos e Latossolos Amarelos distróficos, além de pequenas manchas de Gleissolos (BANDEIRA, 2013) derivados de materiais geológicos de origem sedimentar pouco consolidados e muito friáveis.
  • 30. XX IX Clima, erosividade das chuvas e influências nos processos erosivos
  • 31. XX IX Clima, erosividade das chuvas e influências nos processos erosivos
  • 32. XX IX Clima, erosividade das chuvas e influências nos processos erosivos
  • 33. Clima, erosividade das chuvas e influências nos processos erosivos XX XIII Buriticupu possui uma geologia formada por materiais friáveis e solos que naturalmente possuem elevada erodibilidade, a erosividade das chuvas nesta localidade, sobretudo em anos com chuvas acima da média como 2018, configura-se como elemento de grande importância no favorecimento dos processos erosivos por voçorocamento.
  • 34. Expansão da área urbana do município de Buriticupu-MA XX XIV A própria história de colonização de Buriticupu teve por muitos anos muito relacionada à extração madeireira, que foi importante para a edificação das primeiras casas e se configurou como a principal atividade econômica da região, o que acarretou na supressão de grande parte da cobertura vegetal original e consequentemente deixando expostos aos intensos processos erosivos os solos locais.
  • 35. Expansão da área urbana do município de Buriticupu-MA XX XV Atualmente o setor industrial em Buriticupu está fortemente vinculado ao extrativismo vegetal, sendo composta por carvoarias para a indústria siderúrgica localizada em seu entorno, serrarias e fábrica de móveis. Tal fato demonstra ainda um intenso uso dos recursos vegetais e consequentemente altas taxas de desmatamento.
  • 36. Expansão da área urbana de Buriticupu
  • 37. Expansão da área urbana do município de Buriticupu-MA XXX VII Tomando por base um espaço temporal de trinta anos, espacialmente a área urbana de Buriticupu teve uma mudança de aproximadamente 1,79 km² no ano de 1988, para aproximadamente 5,92 km² em 2018. A sede municipal teve, portanto, seu tamanho praticamente triplicado ao longo de três décadas.
  • 38. Arruamentos, drenagem urbana e contribuição à erosão XXX VIII No Bairro Santos Dumont, as ruas principais foram construídas de forma inadequada, uma vez que são perpendiculares à rodovia, localizada em uma área mais elevada, assim sendo, naturalmente pelo afeito da gravidade há a tendência de escoamento de fluidos para as partes de maiores declividades, justamente no local onde está localizada a voçoroca.
  • 39. Arruamentos, drenagem urbana e contribuição à erosão XXX IX Estes arruamentos, portanto, acabam atuando como canais de escoamento concentrado de águas pluviais e servidas, que ganham energia cinética e poder de erosão.
  • 40.
  • 41. Arruamentos, drenagem urbana e contribuição à erosão XXX X Esta situação é ainda agravada pelo processo de compactação dos solos nas ruas devido o trânsito constante de veículos e pessoas. Com o solo compactado há a diminuição da capacidade de infiltração, e consequentemente o aumento do escoamento, materializado na área de estudo pela ocorrência de ravinas, indicando processos de erosão em estágio inicial
  • 42.
  • 43. Arruamentos, drenagem urbana e contribuição à erosão XXX X De acordo aos dados do IBGE (2010), no município de Buriticupu, apenas 7,21% dos domicílios têm seus lixos coletados, enquanto 88,39% lançam seus dejetos diretamente no solo ou os queimam e 4,4% jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Deste modo, a disposição final do lixo urbano e do esgotamento sanitário não atendem às recomendações técnicas necessárias, pois não há tratamento do chorume, dos gases produzidos pelos dejetos domiciliares, nem dos efluentes domésticos e pluviais.
  • 44.
  • 45. Atividades econômicas degradantes do ambiente XXX XV Além do processo de urbanização, algumas atividades econômicas também vêm contribuindo intensamente para o avanço dos voçorocamentos em Buriticupu. Dentre elas pode-se destacar: a pecuária extensiva, a agricultura, a extração de madeira e a extração mineral.
  • 46. Atividades econômicas degradantes do ambiente XXX XVI Pecuária extensiva; compactação do solo; diminuindo a porosidade do solo e sua capacidade de infiltração; aumenta o escoamento superficial e intensifica a erosão.
  • 47. Atividades econômicas degradantes do ambiente XXX XVII Os atributos físicos dos solos também são afetados pela agricultura de corte e queima, com destaque para a porosidade, que tende a diminuir consideravelmente ao longo das sucessivas queimadas, causando compactação e colaborando para o aumento da erosão dos solos (PEREIRA; VIEIRA, 2001).
  • 48. Atividades econômicas degradantes do ambiente XXX XVIII Além de atender às serrarias, a extração de madeira atende à produção de carvão vegetal, que destaca-se entre as atividades econômicas da população de baixa renda residente no bairro Santos Dumont. Na borda da voçoroca foi identificada uma área de produção de carvão.
  • 49.
  • 50. Atividades econômicas degradantes do ambiente XXX XIX Neste processo de produção, as altas temperaturas são também responsáveis pela perda de fertilidade dos solos e aumento da erodibilidade, tornando instável o terreno e favorecendo a deflagração de movimentos de massas.
  • 53. SUGESTÕES - A remoção temporária dos moradores que se encontram nas áreas de risco durante o período de chuvas; - A realocação de famílias que encontram-se permanentemente em área de risco, independente dos fatores climáticos; - Adequação do sistema de drenagem pluvial e esgoto, a fim de evitar o direcionamento do fluxo para as encostas; - Verificação e reparação dos pontos de vazamento de água; - Realização de projetos e obras de contenção de encostas; - Fiscalização e proibição da construção em áreas de risco;
  • 54. SUGESTÕES - Fiscalização dos órgãos competentes e da sociedade para que não ocorra retirada de material mineral e pecuária extensiva dentro e no entorno das voçorocas; - Realização de projetos de educação ambiental voltados para os jovens e para os adultos, visando sensibilizá-los a evitar a ocupação de áreas impróprias e sobre a disposição do lixo; - Criação de uma Defesa Civil Municipal para atuar em ações preventivas ou assistenciais para evitar ou minimizar os desastres naturais;