O documento descreve uma disciplina sobre metodologia de pesquisa científica. Apresenta o conteúdo programático incluindo introdução à pesquisa, projeto de pesquisa e normas para trabalhos acadêmicos. Também discute os tipos de conhecimento como conhecimento espontâneo, mítico, religioso, filosófico e científico.
Tesis de Maestría de Pedro Sousa de Andrade (Resumen).pdf
Aulas 1 2 3 4 Metodologia Ufpe 2009
1. Metodologia do Trabalho
Científico
Introdução
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Ementa da Disciplina
• Apresentar o processo de construção do
saber, Iniciando o aluno na vida didático-
científica, apresentando as diretrizes de
estudo para trabalho científico. Enfatizar
que a ação pedagógica e o processo de
produção do conhecimento científico entre a
teoria e a prática.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
1
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
• A Ciência e o Conhecimento
• O método cientifico
• Normas e Técnicas de Estudo
• Introdução a Pesquisa
• Projeto de Pesquisa
• Relatórios e Textos Acadêmicos
• Normas ABNT para trabalhos acadêmicos
• Discussão de Aspectos Metodológicos em Ciência
da Informação
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Reflexões sobre o conhecimento
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
2
3. Roteiro
• A importância da disciplina Metodologia de
Pesquisa na Construção do Conhecimento
• O que é conhecimento
• Tipos de conhecimento e o nascimento do
conhecimento científico
• O estudo do conhecimento hoje
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Reflexões sobre o conhecimento
• O conhecimento é dinâmico e mutável
• Existem várias formas de conhecimento
• É importante levar em consideração os
conhecimentos de outras pessoas e outras
áreas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
3
4. A importância da disciplina Metodologia de
Pesquisa na construção do conhecimento
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Reflexões sobre o conhecimento
• O mundo não é simples
• O homem precisa conhecer o mundo em
que vive para nele sobreviver
• O homem passou a ter necessidade não só
de dispor do saber como também de
construir o saber.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
4
5. Conhecimento e Pensamento
• Podemos conhecer sem pensar?
• Pensamento é uma habilidade fundamental para
construção de ciência?
• É o pensamento que nos permite nos adaptar a
novas realidades, melhorando nosso
desempenho, explicando fenômenos...
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
E... Tem teoria do
Conhecimento?
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
5
6. Sim... Existe a Teoria do
Conhecimento
• A Teoria do Conhecimento é chamada de
Epistemologia. Ela procura respostas para as
seguintes questões:
Ø Em que consiste a verdade do conhecimento?
Ø Qual é a origem do conhecimento verdadeiro?
Ø Como se chega ao conhecimento verdadeiro?
• A Epistemologia assumiu, para o conhecimento
científico, no passado duas posturas: o
racionalismo e o empirismo.
• Hoje procura conciliar ambas perspectivas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento
• Relação de dualidade entre o sujeito que
conhece e o objeto conhecido
Sujeito Conhecimento Objeto
Empírico
Cientifico
Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
6
7. Os Tipos de Conhecimento
• Conhecimento Espontâneo, Senso
Comum ou Conhecimento Vulgar
• Conhecimento Mítico
• Conhecimento Religioso
• Conhecimento Filosófico
• Conhecimento Científico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento espontâneo Senso
Comum ou Conhecimento Vulgar
O mundo não é simples. O homem precisa conhecer o mundo em que vive para nele sobreviver
• Imagine que o homem pré-
histórico, após uma tempestade,
descobre que um raio incinerou
o mato e um animal nele preso
foi cozido e ficou delicioso pelo
fogo, que além de tudo dava o
calor a ele.
• O fogo é maravilhoso, ele
descobre, mas como produzí- lo,
conservá- lo, manipulá- lo com
segurança, enfim: dominá-lo?
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
7
8. Conhecimento espontâneo Senso
Comum ou Conhecimento Vulgar
• O homem pré-histórico elaborava seu saber a partir de sua
experiência e de suas observações pessoais.
Ao constatar que a fricção
de duas hastes secas podia
provocar uma faísca ou
uma pequena chama capaz
de queimar folhas secas,
havia construído um novo
saber: como acender o
fogo. Esse saber podia ser
usado para facilitar sua
vida.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Uma primeira pista do que é
pesquisa
• Inúmeros conhecimentos são adquiridos a
partir da experiência pessoal.
• Nessa experiência reside o objetivo principal da
pesquisa do saber: conhecer o funcionamento
das coisas para melhor controlá-las e fazer
previsões melhores a partir daí.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
8
9. Intuição e Senso Comum
• Um saber desse modo construído e aceito assim
que uma primeira compreensão nos vem à mente.
É o senso comum.
• Se o sol nasce todos os dias de um lado e se põe
do outro, então ele gira em torno da terra.
• São conhecimentos originários de observações
sumárias e imediatas da realidade.
• É muito empírico, adquirido por todas as pessoas
na vida cotidiana, ao acaso, baseado no vivido ou
transmitido por alguém.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Senso Comum
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
9
10. Senso Comum
• O senso comum tem seu valor, mas
devemos sempre desconfiar de suas
explicações.
• Elas podem ser obstáculo à construção de
um saber mais adequado, pois seu caráter
aparente de evidência reduz a vontade de
verificá-lo.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Senso Comum
• Difícil reconhecer os limites de
validade...
• Útil e eficaz quando estamos falando
de rotina.
• Por ser vivencial... Torna-se impreciso
ou mesmo incoerente.
• Muitas interpretações possíveis!
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
10
11. Tradição
• Quando as explicações do senso comum parecem suficientes
e deseja-se divulgar e compartilhar, recorre-se à tradição.
• A tradição lega saber que parece útil a todos e que se julga
adequado conhecer para conduzir a vida.
• Esse saber é mantido presumivelmente como verdadeiro hoje
por o ser no passado, e assim deve permanecer, pensa-se no
futuro.
• A tradição dita o que se deve conhecer, compreender, e
indica, por consequência, como se comportar.
• Muitas vezes a tradição parece não estar ancorada em
qualquer dado ou experiência racionalizada.
• Muitas vezes está associada também a crenças e superstições.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Autoridade
• Com frequência, sem provas metodicamente elaboradas,
autoridades se encarregam da transmissão da tradição.
• A sua força deve-se ao fato de que nem todos podem
construir um saber espontâneo sobretudo o que seria útil
conhecer. Daí a comodidade da autoridade para
conduzir suas vidas, com um repertório de saber pronto.
• Lideres religiosos, médicos, bruxos, professores, pais,
pagés podem ser servir disso...
• Só é possível um saber imposto a quem consente em
recebe-lo.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
11
12. Conhecimento Mítico
• Pode estar ou não vinculado a um conhecimento
espontâneo ou ao senso comum.
• O que não pode ser explicado pela razão ou
mesmo pela experiência imediata da realidade
pode ser pelo mito, pelo sobrenatural, pela crença
no lúdico, no bizarro ou em qualquer crença ou
explicação produzida pela mente humana que
respondem a alguma inquietude do homem.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Mito da Origem das Plantas
Cultivadas
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
12
13. Origem das Plantas Cultivadas
• No tempo em que os indios comiam apenas urupê e farelo
de árvores podres, uma mulher que tomava banho soube por
um ratinho da existência do milho, que crescia numa árvore
enorme, onde as araras e os macacos brigavam pelos grãos.
• O tronco era tão grande e grosso que foi preciso ir a aldeia
pegar mais um machado.
• No caminho, os meninos mataram e comeram uma mucura e
se transformaram em velhos. Os feiticeiros tentaram mas
não conseguiram por devolver- lhes a juventude.
• Então, ficou proibido comer carne de mucura.
• Graças ao milho, os índios passaram a viver na abundância.
• À medida que se multiplicavam, foram aparecendo tribos de
diferentes línguas e costumes.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Mítico
Dança da Chuva
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
13
14. Índios apelam à dança para pedir
chuva
• Caingangues e guaranis da maior reserva do Paraná, a Rio
das Cobras, em Nova Laranjeiras, no Centro-Oeste do
estado, estão usando os conhecimentos de seus ancestrais
para dar uma forcinha ao tempo. Em rituais, rezas e cultos,
eles chamam a chuva e pedem a intervenção de Tupã para
amenizar os efeitos da estiagem que toma conta do estado.
E pelo tamanho da seca, uma reza só não basta.
• Cada etnia já realizou seus rituais três vezes neste ano. A
reportagem da Gazeta do Povo acompanhou duas dessas
cerimônias, uma caingangue e outra guarani. Elas têm ritos
diferentes, mas com a mesma finalidade: pedir a Tupã
coky, a água que cai do céu.
Jornal Gazeta do Povo. Curitiba, 07.06.2006
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
• Os rituais dos anos 2000 pouco lembram a cena que habita o imaginário
popular. No Paraná, nada de índios com corpos pintados e cocar na
cabeça, dançando ao redor de uma fogueira.
• Os ritos são simples e no caingangue podem ser feitos de forma solitária
no quintal da casa, a qualquer hora do dia, como fez Olegário Bernário,
67 anos no documento e uns 70 na memória, na última sexta-feira.
• Faz mais ou menos 30 anos que ele não via a estiagem castigar tanto.
• O tempo coincide com a última florada da taquara, que na crença
indígena significa três anos de seca e mis éria.
• Depois de 33 anos, a taquara iniciou seu ciclo no ano passado e, se a
lenda se confirmar, o estado sofrerá com a estiagem até o fim de 2008.
Para enfrentar uma lenda tão antiga são necessários velhos costumes.
Jornal Gazeta do Povo. Curitiba, 07.06.2006
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
14
15. Conhecimento Religioso
• Se difere do mito pela presença de entidades divinas externas ao
homem, que guardam em geral os segredos da origem, da
dinâmica da vida e do seu fim. É produto da fé humana na
existência dessas entidades.
• Pode vir da revelação de mistérios ocultos, coisas interpretadas
como mensagens ou manifestações divinas, em geral transmitidas
por alguém, por tradição ao longo da história, ou por escritos
sagrados.
• De um modo geral, o conhecimento religioso tenta dar respostas a
questões que o homem não pode responder com o conhecimento
vulgar, científico ou filosófico.
• Pode e em geral se articula com o conhecimento filosófico em
muitas situações e até mesmo com o conhecimento cient ífico.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
O Saber Racional
• Muito cedo o ser humano sentiu a fragilidade do
saber fundamentado na intuição, no senso comum,
na tradição.
• Desenvolveu o desejo de saber mais e de dispor de
conhecimentos metodicamente elaborados e,
portanto, mais confiáveis.
• Mas a trajetória foi longa entre esses primeiros
desejos e a concepção do saber racional que
acabou se estabelecendo, no Ocidente, há apenas
um século, com uma forma dita científica.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
15
16. FILOSOFIA
SABER RACIONAL
CIÊNCIA
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico
• Os filósofos desempenharam um papel de
primeiro plano na trajetória da busca de um
conhecimento mais elaborado e racional.
• Fazem uma ponte entre o senso comum e a
ciência. Em certo momento, o saber
científico parece se confundir e, até certo
ponto, se mescla com o saber científico.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
16
17. Conhecimento Filosófico
• Filósofo : amigo da sabedoria.
• Filosofia: esforço da razão para questionar os
problemas humanos e discernir entre o certo e o
errado.
• Desconfia das explicações do universo baseadas
nos deuses, magia, superstição e senso comum.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico
• Em lugar disso, acredita-se que a mente é capaz,
apenas com seu exercício, de produzir o saber
apropriado.
• Os filósofos gregos desenvolvem os instrumentos
da lógica, especialmente a distinção entre sujeito e
objeto: de um lado o sujeito que quer conhecer e
de outro o objeto a ser conhecido, bem como as
relações entre ambos.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
17
18. Conhecimento Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
18
19. Conhecimento Filosófico
• Princípio da Causalidade: uma causa provoque
uma consequência e que a consequência seja
compreendida pela compreensão da causa.
• Silogismo: “Todo homem é mortal. Sócrates é
homem, portanto, Sócrates é mortal.”
• Esse é um exemplo de raciocínio dedutivo.
• Mas os gregos também desenvolveram o
raciocínio indutivo. Ambos permanecem
essenciais à logica e à construção metódica do
saber.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
19
20. Conhecimento Filosófico
• A indução consiste em afirmar acerca de todos,
aquilo que foi possível observar em alguns.
• Ou seja, através de uma amostra definimos uma
teoria genérica, incluindo elementos que não
faziam parte dessa amostra/estudo.
• A indução faz a generalização, isto é, cria
proposições universais a partir de proposições
partículares.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
20
21. Conhecimento Filosófico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Funções da Dedução e Indução
• Na dedução, a • Na indução, a
conclusão apenas conclusão enuncia
explicita ou algo que supera a
reformula o qu já informação contida
havia sido dito pelas na premissa;
premissas; • O raciocínio indutivo
• O raciocínio dedutivo objetiva ampliar
objetiva tornar nossos
explícito o conteúdo conhecimentos;
das premissas;
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
21
22. Conhecimento Filosófico
• Os gregos se interessam pela matemática como
instrumento da lógica, e se servem desses
instrumentos para abordar e interpretar a
realidade.
• Mas ao longo do tempo, a Filosofia, especialmente
a de Aristóteles, vai se encontrando com a religião
cristã e formando um certo corpo integrado de
conhecimentos que vai atravessar a idade média
até o fim do século XII.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Conhecimento Filosófico e
Religioso Integrados
• Visão cosmológica e antropológica da elite
intelectual européia até o século XII:
Ø Perspectiva Tradicional – muldimensional do
cosmo e do ser humano, apoiada na visão judaico-
cristã e na filosofia platônica.
Ø Cosmovisão integrada entre tradição-filosofia-
religião.
Ø A partir do século XII, rupturas começam a
acontecer.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
22
23. A Tradição e a Religião até o séc XII
• Tradição - Teologia mística, conhecimento
normalmente transmitido de forma oral de
mestre a discípulo.
• Religião – corpo de textos, ritos e símbolos
destinados a todos
• Filosofia – busca do conhecimento e da
sabedoria.
• TUDO ARTICULADO, ATÉ ENTÃO
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
A partir do Sec. XII
• Advento de uma nova percepção.
• Perspectiva de uma teoria do conhecimento
cada vez mais racional e empírica, levando
a uma estrutura curricular das disciplinas,
com fragmentação do todo – redução e
fragmentação do saber.
• Separação crescente entre tradição, religião,
filosofia e ciência.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
23
24. A partir do Sec. XII
• Pensadores como Copérnico, Bacon,
Galileu, Newton e René Descartes
estabelecem os fundamentos do que é
entendido como ciência moderna.
• As novas bases são epistemologias
racionalistas ou empiristas, ao mesmo
tempo, quantitativa e experimental.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Duas Posturas Epistemológicas
• Racionalismo: vë no pensamento e na
razão a fonte principal do conhecimento
humano. Descartes é considerado o pai do
racionalismo moderno.
• Empirismo: vë na experiëncia a única fonte
fonte do conhecimento humano. Locke é
considerado o pai do empirismo moderno.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
24
25. • Gradativamente vamos assistir a uma
conjugação das duas posturas.
• Razão e experiência devem andar juntas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Nascimento da Ciência Moderna
• A partir do século XVII o pensamento cient ífico
moderno come ça a se objetivar.
• Um saber racional deve ser construido a partir do
experimental, da observação da realidade e coloca suas
explicações à prova (experimentação).
• O raciocínio indutivo conjuga-se então com o raciocínio
dedutivo, unidos por essa articulação que é a hipótese.
• Surge o raciocínio hipotético-dedutivo e este, cada vez
mais associado às ciências matemáticas, para aprender
a a dimensão dos fenômenos, é também auxiliado pela
construção de novos instrumentos de medida (tempo,
calor, distância, peso, etc).
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
25
26. Nascimento da Ciência Moderna
• A partir de então, o saber não repousa mais
somente na especulação, ou seja, no simples
exercício do pensamento.
• Baseia-se igualmente na observação,
experimentação e mensuração, fundamentos do
método científico em sua forma experimental.
• O MÉTODO CIENTÍFICO NASCE DO
ENCONTRO DA ESPECULAÇÃO RACIONAL
COM O EMPIRISMO.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
• Não se trata mais apenas de encontrar uma explicação
ainda que geral do fenômeno estudado, mas definir o
princ ípio que fundamenta essa explicação geral.
• Foi a partir de uma seqüência de múltiplas
observações, experiências e reflexões que Newton
acabou por enunciar a lei da gravidade universal.
• No lugar das “leis divinas” surgem a no ção de leis da
natureza e a idéia de que a ciência tem por objetivo definir
suas leis.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
26
27. O Conhecimento Cientifico
• Procura conhecer, além do fenômeno, suas
causas e as leis que o regem.
• Descobrir os princípios explicativos que servem
de base para a compreensão da organização,
classificação e ordenação da natureza.
• Para Aristóteles o conhecimento só acontece
quando sabemos qual a causa e o motivo dos
fenômenos.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Então... O Conhecimento
Científico
• Surge da necessidade descobrir princípios
explicativos.
• Resulta da Investigação Científica.
– Identificação da Dúvida.
– Conhecimento existente não basta.
– Precisamos de uma resposta para a dúvida.
– Resposta tem que oferecer provas de segurança.
• Ideais da Racionalidade e da Objetividade.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
27
28. Outras Características do
Conhecimento Científico
• Enunciados devem ser passíveis de avaliação
pela comunidade.
• Uso de uma linguagem específica.
• Segue o Método Científico.
• Critérios variaram com as culturas das épocas –
níveis Sintático, Semântico e Pragmático
• Tem caráter hipotético!
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Características do Conhecimento
Científico
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
28
29. Racionalidade
• Conhecimento constituído por conceitos julgamentos e
raciocínios, não por sensações, imagens, modelos de
conduta, etc.
• O cientista tem como ponto de partida e de chegada apenas
idéias (hipóteses) e não fatos.
• As idéias que compõe o conhecimento racional podem
combinar-se de acordo com algum tipo de conjunto de
regras lógicas, com o propósito de produzir novas idéias
(proposição dedutiva).
• Do ponto de vista do conhecimento, tais id éias podem ser
consideradas novas na medida em que expressam
conhecimentos sobre os quais não se tem consciência até o
momento em que a dedução é efetuada.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Objetividade
• Concorda com seu objeto, isto é, alcança a
exatidão da realidade, segundo o nível dos meios
de observação, investigação e experimentação da
sua época.
• Verifica a adaptação das idéias (hipóteses) aos
fatos, recorrendo para isso à observação e à
experimentação – atividades controláveis e, pelo
menos até certo ponto, reproduzíveis.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
29
30. Atém-se aos fatos
• A ciência tem por propósito desvendar a realidade
e buscar a verdade.
• Para conseguir isso, deve ater-se aos fatos
observados e estudados.
• Às vezes é possivel observar os fatos sem
interferência do cientísta, outras vezes ele terá que
interferir para observar, mas sempre com o
cuidade de não produzir conhecimentos falsos
oriundos de sua própria interferência.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Transcende os fatos
• O senso comum registra a aparência dos fatos e se fixa nelas.
Também não formula hipóteses.
• O conhecimento cient ífico busca explicar os fatos e também
descobrir suas relações com outros fatos.
• Procura conhecer a realidade e ir além de suas aparências.
• Por não se contentar em descrever as experiências, a Ciência
sintetiza-as, compara-as com o que já sabe sobre outros fatos,
descobre suas correlações com outros níveis e estruturas da
realidade e trata de explicá- las através de hipóteses.
• Quando consegue comprovar a verdade das hipóteses, estas
transformam-se em enunciados de leis gerais.
• Os cientístas tentam ir além dos fatos.
• Ex. a existência do átomo foi predita muito antes que dela
houvesse qualquer comprovação objetiva.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
30
31. É analítico
• Quando estuda um fato, a ciência trata de analisá-
lo.
• Para isso decompõe o todo em partes – não
necessariamente nas menores partes em que o todo
pode ser dividido.
• Tal decomposição tem o propósito de descobrir os
elementos da totalidade e as interligações que
justificam sua integração, a unidade da totalidade.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
É analítico
• A ciência ocupa-se de problemas circunscritos e vale-se de sua
análise mais como um instrumento para construção de sínteses
teóricas.
• Sua investigação come ça pela decomposição do objeto para
tentar descobrir qual é a estrutura “mecânica” do objeto
preservado.
• Mas a análise não termina com a descoberta dos elementos do
“mecanismo” – ela prossegue na observação e inter-relação das
partes.
• Finalmente, ao sintetizar seu exame, a ciência trata de
reconstruir o todo, mas o faz em termos das partes interligadas.
• Por isso, não aceita a pretensão de que uma síntese pode ser
obtida sem a prévia realização da análise.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
31
32. Requer exatidão e clareza
• Enquanto o conhecimento vulgar é habitualmente
obscuro e pouco preciso, o científico esforça-se ao
máximo para ser exato e claro.
• Como suas formulações estão constantemente
sendo submetidas à prova da experiência e da
verificação, a exatidão e a clareza são requisitos
indispensáveis.
• Por isso não se comunica uma investigação
científica em termos vagos, nem com linguagem
obscura, pois isso poderá confundir ou anular sua
experimentação ou sua verificação.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Requer exatidão e clareza
• Obviamente isto não exime o conhecimento
científico de qualquer inexatidão ou erro.
• Mas como a ciência dispõe de métodos para
descobrir erros, a própria presença do erro lhe é
útil.
• Isso porquê a exposição do erro conduz
novamente ao estabelecimento da exatidão.
• O conhecimento científico consegue tirar proveito
até de suas eventuais falhas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
32
33. É comunicável
• A ciencia é propriedade de toda a humanidade e sua
linguagem deve informar a todos aqueles seres humanos
que tenham sido instruídos para entendê- la.
• A comunicabilidade do conhecimento científico é
particularmente possível graças à exatidão e à clareza com
que tem de ser formulado – condições indispensáveis para
comprovação e verificação dos seus dados e hipóteses.
• Como regra geral, nem sempre obedecida, todas as
investigações e descobertas científicas devem ser
comunicadas , a fim de que se multipliquem as
possibilidades de sua confirmação ou refutação.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
É verificável
• O conhecimento científico é válido quando passa
pela prova da experiência e da comprovação. É a
comprovação que o torna verdadeiro.
• Enquanto não são comprovadas, as hipóteses
deduzidas da investigação não podem ser
consideradas cientíticas.
• Há porém ciências fáticas que não permitem
experimentação, como por exemplo, certos ramos
da Astronomia.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
33
34. Depende da investigação metódica
• A ciência é um edifício em constante construção.
• Ao contrário de conhecimentos culturais, como música e
religião por exemplo, a ciência está sempre se
desenvolvendo, adicionando novos conhecimentos,
aprimorando antigos e corrigindo seus erros à luz de novas
descobertas.
• Na ciência, podemos também apelar para a ajuda de
especialistas, no entanto, podemos questionar a posição
desses especialistas e validar o conhecimento nós mesmos
através do Método Científico.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Depende da investigação metódica
• O cientista planeja o seu trabalho, sabe o que
procura e como deve proceder para encontrar o
que deseja.
• O conhecimento científico não resulta da invenção
isolada de um cientista.
• Toda investigação efetuada pelas ciências baseia-
se em um conhecimento anterior, particularmente
nas hipóteses já confirmadas, nas leis e princípios
já estabelecidos – o que representa o trabalho de
inúmeros outros investigadores.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
34
35. Depende da investigação metódica
Se eu vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros de gigantes
Isaac Newton
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Depende da investigação metódica
• O Método Científico é para a ciência o que a régua
é para a arquitetura. Sem ele nós não viveríamos o
mundo que conhecemos hoje.
• Basicamente, é uma ferramenta que nos permite
ter segurança e confiança nos resultados que
conseguimos em determinada experiência ou
reflexão, permitindo-nos avançar no
conhecimento.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
35
36. Depende da investigação metódica
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
É sistemático
• Toda ciência é constituída de um sistema de idéias interligadas
lógicamente.
• Um sistema de id éias que se apresenta como um conjunto de
princ ípios fundamentais, adequado a uma classe de fatos, compõe
uma teoria.
• Assim, cada Ciência em particular possui sua teoria própria ou
grupo de teorias.
• Pode-se considerar que a inter-relação das idéias que compõe o
corpo de uma teoria é orgânica.
• Ora, aceitando-se a organicidade dessa inter-relação, pode-se
compreender que a substituição de qualquer um dos seus
princ ípios básicos produz uma transformação radical na teoria.
• Por isso diz-se que o conhecimento cient ítico é sistemático, ou
seja, constitui-se em um sistema.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
36
37. Busca e aplica leis
• A ciência busca e aplica as leis da realidade e
aplica-as.
• O conhecimento cientifico trata de inserir os fatos
isolados em normas gerais denominadas “leis
naturais” ou “leis sociais”
• À ciência não basta a descoberta de características
singulares dos fatos individuais. Ela requer o que
eles possuem de universal e que pode ser
generalizado a um grupo de fenômenos do real.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Busca e aplica leis
• Ao procurar descobrir os traços comuns aos
indivíduos (seres, fenômenos, etc.) que são únicos,
e encontrar relações constantes entre eles, o
cientista tenta expor o que existe de essencial no
universo real.
• Ou seja: não se detém nas qualidades essenciais
dos fatos, mas busca sempre sua universalidade, as
leis que determinam a constância de sua
interligação.
• E quando se apossa dessas leis, , aplica-as na
busca de outras leis.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
37
38. É explicativo
• A ciência trata de explicar os fatos reais em termos
de leis, e as leis da realidade em termos de
princípios.
• Cientistas não se limitam a a descrever
detalhadamente os fatos. Tratam de encontrar suas
causas, suas relações internas e suas relações com
outros fatos.
• Seu objetivo é oferecer respostas às indagações,
aos por quês.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Pode fazer predições
• Baseando-se na investigação dos fatos e no acumulo de
experiências, o conhecimento cient ífico pode predizer o
que foi o passado e o que será o futuro.
• Isso não tem a ver com adivinhação, mas se baseia em leis
já estabelecidas e em informações fidedignas sobre o
estado de relacionamento dos seres ou fenômenos.
• Por isso, quando faz predições, sempre as subordina a
determinadas condições.
• Isso não quer dizer que seja infalível, uma vez que leis e
informações em que se baseia a ciência podem ser
imperfeitas ou incompletas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
38
39. É aberto
• Como a investigação cient ífica depende das circunstâncias
de sua época, dos conhecimentos acumulados e dos
instrumentos de investigação disponíveis, seus resultados
não são definitivos e imutáveis.
• A observação pode aprofundar-se com a aplicação de
novos instrumentos e técnicas.
• O meio natural ou social pode sofrer modificações
significativas, já que a ação da natureza e do homem estão
em constante movimento.
• Sempre é possível imaginar-se o surgimento de uma nova
situação na qual nossas idéias, por mais firmemente
comprovadas e estabelecidas que estejam, revelam-se de
algum modo inadequadas.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
É aberto
• Por isso, o conhecimento científico não é
dogmático e sim aberto, reconhecendo-se falível e
é justamente isso que permite que ele se renove.
• A uma nova situação na qual as leis existentes se
mostrem inadequadas, ele se propõe a novas
investigações que resultarão na correção ou na
total substituição das leis incompatíveis.
• Os sistemas de conhecimento científico são como
organismos vivos em permanente crescimento:
enquanto estão vivos se modificam. E é isso que
assegura o progresso da ciência.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
39
40. É útil
• Como busca constantemente a realidade e
não se apega a dogmas, o conhecimento
científico proporciona ao homem um
instrumento valioso para o domínio da
natureza e a reforma da sociedade, em
benefício do próprio homem.
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
Resumo
• Vimos...
O que é conhecimento e suas diferentes
formas;
O que é o conhecimento científico
• Veremos...
E o método, vai ajudar como?
Quais são as ciências e suas diferenças?
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
40
41. Bibliografia
• LAVILLE C; DIONNE J. A Construção
do Saber. Belo Horizonte:UFMG, 1999
• GALIANO, A. O Método Científico:
teoria e prática. São Paulo: Harbra, 1979
Prof. Dr. André Moreira Pinto - Universidade Federal de Pernambuco
41