O documento discute hormônios vegetais, também chamados de fitormônios. São substâncias orgânicas produzidas em certas partes da planta que atuam como sinalizadores em outras partes, regulando processos como crescimento, desenvolvimento, floração e maturação de frutos. Os principais hormônios vegetais discutidos são auxinas, giberelinas, etileno, ácido abscísico e citocininas.
2. HORMÔNIOS VEGETAIS
Substância orgânica, não nutritiva, ativa em
baixas concentrações e que, formadas em
certas partes da planta, podem ser
translocadas para outras partes, onde atuam
como moléculas sinalizadoras. Também
podem ser ativas nos próprios sítios de
produção. Atuam nos diferentes órgãos das
plantas: raiz, caule, folhas, flores e frutos,
responsáveis pelo crescimento e
desenvolvimento do vegetal.
3. PESQUISAS COM HORMÔNIOS
VEGETAIS
1. aplicação de substância quimicamente análoga ao
hormônio
2. aplicação de inibidores da biossíntese ou ação
3. dosagem do hormônio no tecido (dose x resposta)
4. uso de linhagens mutantes deficientes ou com super
expressão do hormônio
5. técnicas de biologia molecular
9. GIBERELINAS (ÁCIDO GIBERÉLICO)
Foram descobertas no Japão em 1930 através de estudos com
plantas de arroz infectadas por fungos Giberella.
OBS: Todas as plantas produzem.
Origem: a partir do ácido mevalônico
Transporte: apolar pelo xilema e floema
Produção: Folhas jovens
Embriões de sementes
Frutos
Sementes em germinação
10. Giberelinas - Ação
Caule: alongamento das células
Plantas anãs são geneticamente incapazes de produzir (giberelinas).
Folhas: alongamento das células
Usado na horticultura para obtenção de plantas com folhas maiores
e largas.
Fruto: Aceleram a distensão celular (em frutos jovens provoca um
acentuado aumento).
provocam partenocarpia
Semente: Quebra a dormência.
Floração: Induz em plantas acaules (caules reduzidos).
Ex: cenoura, nabo, rabanete
11.
12. GIBERELINAS
A ação da giberelina vem sendo intensivamente estudada
em viticultura. Aplicações efetuadas desde o aparecimento
da inflorescência até o início da maturação visam
principalmente o aumento da produção através do
aumento do peso dos cachos e dos bagos e à obtenção
de cachos medianamente soltos (que dispensam a
operação de desbaste e facilitam o controle de doenças).
Além disso, a aplicação do ácido giberélico pode acarretar
no engrossamento dos pedicelos e engaços e obtenção de
frutos sem sementes, com diminuição do ciclo da videira,
antecipando-se o período de colheita.
13. CITOCININAS C4H5N3O
Origem: a partir da adenina (base nitrogenada)
Transporte: pelo xilema
Produção: ponta da raiz
Divisão celular
Metabolismo
Senescência
[
Regulam
14. CITOCININAS
O papel essencial da citocinina é regular o
crescimento vegetal, “normalizando” o
desenvolvimento da planta.
A citocinina proporciona a ocorrência de um
crescimento controlado e organizado da forma e da
estrutura das plantas superiores.
Além disso, elas também provocam a diferenciação
dos grupos de células que formam os tecidos e que
se tornarão as diferentes partes das plantas.
15. CITOCININAS
A inibição da senescência, isto é, do envelhecimento,
é outra importante função desses hormônios. Esse
mecanismo funciona no sentido de que as citocininas
aumentam a retenção de algumas substâncias, tais
como aminoácidos, dentro da célula. Assim, o
envelhecimento, o amarelecimento e a perda de
qualidade de mercado dos produtos vegetais são
retardados. Devido a essa propriedade, a citocinina
está sendo usada como inibidor de senescência em
muitas plantas, como o alface, o brócolis, etc.
16. GÁS ETILENO (H2C=C H2)
Produto do metabolismo das células.
Origem: a partir do aa Metionina.
Transporte: por difusão.
Ação
Provoca maturação dos frutos.
Floração( Inicia a floração em abacaxi).
Provoca abscisão das folhas e frutos.
Provoca gancho apical em estiolomento.
17. GÁS ETILENO
Um das funções do etileno é o amadurecimento de frutos,
como maçãs, bananas, etc. Uma prática comum para
acelerar o amadurecimento da banana é queimar pó de
madeira nas câmaras de armazenamento. Essa queima de
serragem libera o etileno que é indutor do
amadurecimento de frutos. Cada fruto em
amadurecimento libera outras quantidades do hormônio,
que possivelmente será utilizado em frutos vizinhos
induzindo-os a amadurecer também.
Outra característica do etileno é a participação na abscisão
das folhas, juntamente com as auxinas. A concentração das
auxinas nas folhas de plantas diminui no outono,
induzindo modificações na chamada zona de abscisão, que
passa a produzir etileno. O etileno enfraquece as células a
tal ponto que o peso da folha é suficiente para romper sua
ligação com o caule, assim a folha se destaca e cai.
18. GÁS ETILENO - CURIOSIDADE
Acredita-se que enfiando pregos na jabuticabeira ela
produz frutos mais rápido. Na verdade, quando se
provoca este tipo de ferimento na planta, ocorre um
estímulo e ela produz o etileno, que a induz a
florescer.
19. Ácido Abscísico
Origem: a partir do ácido mevalônico.
Transporte: floema.
Ação
Dormência das gemas
Fechamento dos estômatos
20. ÁCIDO ABSCÍSICO
O hormônio recebeu essa denominação porque, de
início, se pensou que ele fosse o principal responsável
pela abscisão foliar, fenômeno de queda das folhas
de certas árvores, fato que ocorre no outono. Hoje,
embora se saiba que o ácido abscísico não é o
responsável por esse fenômeno, seu nome
permaneceu.
21. ÁCIDO ABSCÍSICO
Ao contrário de outros hormônios vegetais, como a auxina,
o ácido abscísico é um inibidor do crescimento das
plantas. Essa inibição ocorre no sentido de proteger a
planta. Nos períodos desfavoráveis, a planta produz o
hormônio, que é responsável pela dormência das gemas
do caule e pela queda das folhas. O ácido abscísico é o
principal responsável pelo bloqueio do crescimento das
plantas no inverno e pelo fato das sementes não
germinarem imediatamente após serem produzidas,
fenômeno conhecido como dormência.
Além disso, o ácido abscísico provoca o fechamento dos
estômatos, favorecimento da síntese de reserva em
sementes e do transporte de fotossintetizados das folhas
para as sementes em desenvolvimento.
22. Primeiro hormônio vegetal estudado.
Agem no crescimento da planta.
Origem: A partir do aminoácido triptofano.
Auxinas ( ácido indolacético – AIA)
24. AUXINAS ( ÁCIDO
INDOLACÉTICO – AIA)
As auxinas são os hormônios vegetais
presentes na planta, sendo responsáveis pelo
crescimento do vegetal. Produzidas no ápice
da planta, as auxinas são distribuídas do
ápice para o todo o resto do corpo do
vegetal. As auxinas são produzidas nos
embriões, nas gemas e nas folhas jovens a
partir do triptofano, sendo que a auxina mais
comum é o AIA ( ácido indolacético) .
25. AÇÃO DO AIA NOS VEGETAIS
Esses hormônios atuam sobre a parede celular do vegetal,
provocando sua distensão e, conseqüentemente, o seu
crescimento. Contudo, os efeitos das auxinas são bastante
variados, dependendo de fatores como local de atuação e
concentração, podendo assim ter efeitos antagônicos.
As auxinas também promovem o crescimento de raízes e
caules, através do alongamento das células recém-
formadas nos meristemas, porém a sensibilidade das
células à auxina varia de um órgão da planta para outro.
26. Depende da concentração
[ ] de AIA estimula cresc.
[ ] de AIA inibe cresc.
Depende da concentração
[ ] de AIA estimula crecs.
[ ] de AIA inibe cresc.
Raiz:
Caule:
Ação do AIA nos vegetais
Divisão celular:
Estimula a multiplicação e facilita a distensão celular.
28. TROPISMO
Movimentos de crescimentos e curvatura orientados por algum
fator ambiental (agente excitante).
De acordo com a natureza do agente excitante
Observações:
A curvatura depende da direção de onde vem o agente
excitante
O agente excitante deve incidir unilateralmente
As auxinas devem sofrer redistribuição
[
Fototropismo
Geotropismo
Tigmotropismo
Quimiotropismo
29. FOTOTROPISMO
O fototropismo é um movimento de uma ou várias partes
da planta em resposta a uma luz unilateral.
Quando a planta recebe uma luz unilateral, a auxina é
transportada para o lado não iluminado. Isto resulta em
um maior transporte de auxinas no lado não iluminado.
Com uma maior concentração de auxinas no lado não
iluminado, o caule tende a se deslocar no sentido da luz,
pois o lado escuro irá crescer mais que o lado iluminado e
o contrário ocorrerá com a raiz, já que seu crescimento é
favorecido com uma menor concentração de auxina.
32. GEOTROPISMO
O geotropismo é um resposta dos órgãos vegetais à
força da gravidade.
Quando a planta é colocada em posição horizontal, o
acúmulo de auxinas na parte inferior do caule
provoca um maior crescimento dessa parte,
ocorrendo curvatura em uma direção oposta à força
da gravidade, fazendo com que o caule se dirija para
cima.
Na raiz em posição horizontal ocorre um maior
alongamento na parte superior comparada à inferior,
provocando curvatura da raiz na direção da força
gravitacional.
34. GEOTROPISMO NA RAIZ
A raiz é revestida por uma estrutura chamada coifa. A coifa
é responsável pela produção de uma substância que
diminui o atrito da raiz com a terra, protegendo a raiz.
Além disso, a coifa é responsável pelo geotropismo.
A coifa possui os estatólitos, que são os responsáveis pela
percepção da gravidade. Quando colocada em posição
horizontal, os estatólitos da raiz mudam de posição dentro
da célula. Este movimento dos estatólitos provoca a
redistribuição da auxina e a partir disso, ocorre o
movimento da raiz em direção à força da gravidade.
38. PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA
EM FRUTOS
O que é climatérico e qual sua importância?
Durante a fase de amadurecimento ao final do
desenvolvimento ou maturação de alguns frutos ocorre um
aumento na taxa de respiração ao qual se denominou
climatérico. Após o desenvolvimento da cromatografia
gasosa por volta de 1955, verificou-se que o aumento de
respiração climatérica era
Sempre acompanhado por um pico de evolução de etileno.
O aumento de respiração climatérica depende de
temperatura e em condições ótimas pode representar um
aumento de 2 a 4 vezes, dependendo do fruto, e em
comparação com as taxas de respiração pré-climatéricas.
39. PADRÕES DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA
EM FRUTOS
Climatéricos
Ligeiro declínio inicial da atividade respiratória seguida de rápido
e acentuado aumento e posterior declínio associado à
senescência.
Aumento acentuado da síntese de etileno precede ou é
simultânea ao pico climatérico.
Não Climatéricos
Declínio gradual da atividade respiratória sem aumento da
síntese de etileno
40. Padrões de respiração das frutas: (1) não climatérico; (2) climatérico (KLUGE et
al., 2002).
41. (Chitarra &
Chitarra, 2005)
CLASSIFICAÇÃO DE ALGUMAS FRUTAS DE ACORDO COM O PADRÃO
DE ATIVIDADE RESPIRATÓRIA NO AMADURECIMENTO.
Nome Comum Nome Científico
Frutas Climatéricas
Abacate Persea americana, Mill.
Ameixa Prunus domestica, L.
Banana Musa sp.
Caqui Diospyros kaki, L.f.
Figo comum Ficus carica, L.
Goiaba Psidium guajava, L.
Graviola Annona cherimoya, Mill.
Maçã Malus sylvestris, Mill.
Mamão Carica papaya, L.
Manga Mangifera indica, L.
Maracujá Passijlora edulis, Sims.
Melancia Citrullus lunatus (Thunb) Mansf.
Melão Cantaloupe Cucumis melo, L. (Cantalupensis)
Pêssego Prunus persica (L.) Batsch
Pêra Pirus communis, L.
Frutas Não Climatéricas
Azeitona Olea europaea, L.
Cacau Theobroma cacao, L.
Caju Anacardium occidentale, L.
Laranja Citrus sinensis (L.) Osbeck
Limão Citrus limon (L.) Burm. f.
Morango Fragaria x Ananassa, Duchesne
Uva Vitis vinifera, L.
42. Classe
Respiração
(mg CO2.Kg-1.h-1)
Produto
Muito baixa < 10 alho
Baixa 10-20
pepino, melão, repolho,
beterraba, tomate
Moderada 20-40 cenoura, aipo, pimentão
Elevada 40-70 aspargos, chicória, alface
Muito elevada 70-100 feijões, cogumelo, espinafre
Extremamente
elevada
> 100 brócolis, ervilha, salsa, milho-doce
Classificação das hortaliças de acordo com a intensidade da atividade
respiratória a 10°C.
Fonte: WEISCHMANN, (1987) citado por (CHITARRA & CHITARRA, 2005).
Notas do Editor
A intensidade ou taxa respiratória é um dos fatores determinantes do potencial de longevidade dos produtos hortícolas durante a pós-colheita. De maneira geral, quanto maior a respiração, menor é o potencial de armazenamento refrigerado e menor a vida útil dos mesmos (KLUGE et al., 2002).
A intensidade ou taxa respiratória é um dos fatores determinantes do potencial de longevidade dos produtos hortícolas durante a pós-colheita. De maneira geral, quanto maior a respiração, menor é o potencial de armazenamento refrigerado e menor a vida útil dos mesmos (KLUGE et al., 2002).