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AULA 2 - Prática situada

Parte 1 – tempo estimado: entre 15 e 20 minutos

Inicia-se com a prática de transferência:

Discussão em grupo:

      Pede-se aos alunos que apresentem o conteúdo encontrado sobre o
autor e. e. cummings e exponham os resultados obtidos promovendo discussão
entre eles. Aquele(s) que ministrar(em) esta aula, neste momento, deverão ter
verificado com antecedencia, o material exposto pelos alunos desde a data
anterior e durante a discussão, os mesmos deverão estar atentos a mesma
para que possam complementa-la com informações não citadas do autor.

      Sobre Cummings: Edward Estlin Cummings foi poeta, pintor, ensaista e
dramaturgo americano. Durante sua carreira foi principalmente poeta e é
considerado por Augusto de Campos como um dos maiores inovadores da
linguagem da poesia e da literatura do século XX. Cummings possuia um estilo
incomum de escrita que era utilizado na maior parte de seus poemas, que
poderiam ser: o uso de letras maíusculas e minusculas de maneira não
ortodoxa, a pontuação variante (o que muitas vezes surpreendia leitores
desavidos que acabavam não conseguindo compreender a sua essencia),
entre outros recursos.

      Seu primeiro livro foi publicado em 1923, quando o surrealismo (genero
este que ficou marcado pela preocupação em desenvolver uma revolução de
conteúdo) começou a se estabelecer como vanguarda predominante e embora
o momento fosse outro, cummings começou a se aprofundar em formas mais
construtivistas. Mesmo assim, cummings sofreu muita rejeição com os seus
poemas nos Estados Unidos da América, mesmo os mais inovadores. Foi
somente a partir de 1950 que o autor começa a se reerguer devido ao
movimento da poesia concreta que possuiu grande repercussão mundial e o
citou como um de seus percussores.

      Embora cummings possuia afinidade com as vanguardas positivas do
inicio do século XX e de seu estilo não usual, parte de seu trabalho é mais
tradicioanal, seguindos as estruturas de sonetos e versos livres em poesia e
prosa. Em muitos de seus textos, Cummings usa como pano de fundo o amor
e a natureza.

         Durante toda a sua vida, Cummings publicou mais de 900 poemas, duas
novelas, diversos ensaios e tambem inumeros desenhos, quadros e pinturas.
Segue abaixo uma pequena lista com alguns dos livros e pinturas do autor:

Livros

               “The enormous room” - Livro publicado em 1923;
               “Him” – Livro publicado em 1927 ;
               “Eimmi” - Livro publicado em 1933;
               “Santa Claus” – Livro publicado em 1946;
               “95 poems” – Último livro de cummings publicado ainda enquanto
                estava vivo em 1958;

Quadros

        Street scene;
        Stripper;
        The book;
        Self portrait;

         Ao término desta discussão, fazer as seguintes perguntas para os
alunos:

1 – Como vocês percebem a influência de e. e. cummings na obra do Augusto
de Campos?

2 – Qual impressão vocês têm do poema do e. e. cummings?

Parte 2 – tempo estimado: 10 a 15 minutos

         Neste momento, levando em consideração as respostas dos alunos, o
professor iniciará a leitura crítica do poema de cummings, entregue na aula
anterior, que segue a seguir:
l(a


                                         le
                                        af
                                        fa


                                         ll


                                        s)
                                       one
                                         l


                                         iness




       Este poema, possui uma palavra (loneliness-solidão) e uma frase (a leaf
falls – uma folha cai). No decorrer de sua leitura, percebe-se que é formado por
20 letras e 2 sinais gráficos, o parenteses no verso 1 e no 6 verso. Existe a
presença de 4 vogais com 8 ocorrencias – 3 letras “a”, 3 letras “e”, 1 letra “i” e 1
letra “o” – e de 4 consoantes com 12 ocorrencias – 5 letras “l”, 3 letras “s”, 2
letras “f” e 2 letras “n”. Segundo Augusto de Campos (1986, pág 25) “ ... é com
esse mínimo arsenal que cummings projeta sobre nós, uma das mais densas
imagens de solidão que se conhecem ...”.
       Pode-se observar que tanto a palavra “loneliness” quanto a frase “a leaf
falls”, possui a mesma quantidade de palavras. Quanto a sua estrutura, este
texto é organizado em “grupos de linhas”, termos estes utilizados pelo próprio
cummings, alternando-se sempre entre estrófres com 1 verso e estrófres com 3
versos e assim por diante, encerrando com a seguinte combinação de
estrófres:


                                         1


                                         3
1


                                         3


                                         1


       Pode ser observado que na sua versão original, que cummings insere
dentro da palavra “loneliness” a frase “a leaf falls” isolando assim o “l” inicial de
“loneliness” de suas demais partes.
       Observa-se também que, com exceção do ultimo verso, todos os versos
contem no máximo 3 sinais gráficos (letras e parenteses), ou caracteres. Outro
item importante a ser ressaltado, é que cummings trabalhou muito com o ícone
“l” como sendo o numeral, ou dando a ilusão de ser, ou como a letra. Este
efeito torna-se mais evidente em textos antigos datilografados nas antigas
máquinas de escrever, no qual se observar com atenção o número 1 e l são
muito parecidos. De acordo com Augusto de Campos (1986, pág 26),
Cummings utiliza um recorte de linhas para simbolizar o movimento da folha ao
cair, iniciando este processo na primeira linha com a letra “l” e passando pelo
“f” de leaf e o “f” de falls até cair e pousar no chão, ou no último verso, onde se
encontra a maior palavra de todo o texto.


                                         l(a


                                         le
                                         af
                                         fa


                                         ll


                                         s)
                                        one
                                          l


                                          iness
Pode-se concluir portanto que, cummings indicou a forte solidão
apresentada por Augusto de Campos, pelo uso das letras “l” não apenas como
vogais mas também como numerais, pela presença do número “1” escritos de
várias formas, como: o númeral, o artigo indefinido “a”, a palavra “one” dentro
de “loneliness” isolada na sétima estrofe, na própria estruturalização do poema
com a sequência de versos em estrofes sendo de estrófes com 1 verso e
estrófres com 3 versos.


      Uma vez realizada a leitura crítica do poema, será apresentado aos
alunos uma pequena apresentação de slides (feito em power point) mostrando
a relação de cummings com Augusto de campos e como ele influenciou
Augusto na tradução dos poemas de cummings. (apresentação de 5 a 7
minutos).


A aula será encerrada com o agradecimento aos alunos e o convite para que
os mesmos continuem participando do blog.

Referencias


CUMMINGS, E.E. 40 Poemas. São Paulo; SP, Brasiliense, 1986.

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  • 1. AULA 2 - Prática situada Parte 1 – tempo estimado: entre 15 e 20 minutos Inicia-se com a prática de transferência: Discussão em grupo: Pede-se aos alunos que apresentem o conteúdo encontrado sobre o autor e. e. cummings e exponham os resultados obtidos promovendo discussão entre eles. Aquele(s) que ministrar(em) esta aula, neste momento, deverão ter verificado com antecedencia, o material exposto pelos alunos desde a data anterior e durante a discussão, os mesmos deverão estar atentos a mesma para que possam complementa-la com informações não citadas do autor. Sobre Cummings: Edward Estlin Cummings foi poeta, pintor, ensaista e dramaturgo americano. Durante sua carreira foi principalmente poeta e é considerado por Augusto de Campos como um dos maiores inovadores da linguagem da poesia e da literatura do século XX. Cummings possuia um estilo incomum de escrita que era utilizado na maior parte de seus poemas, que poderiam ser: o uso de letras maíusculas e minusculas de maneira não ortodoxa, a pontuação variante (o que muitas vezes surpreendia leitores desavidos que acabavam não conseguindo compreender a sua essencia), entre outros recursos. Seu primeiro livro foi publicado em 1923, quando o surrealismo (genero este que ficou marcado pela preocupação em desenvolver uma revolução de conteúdo) começou a se estabelecer como vanguarda predominante e embora o momento fosse outro, cummings começou a se aprofundar em formas mais construtivistas. Mesmo assim, cummings sofreu muita rejeição com os seus poemas nos Estados Unidos da América, mesmo os mais inovadores. Foi somente a partir de 1950 que o autor começa a se reerguer devido ao movimento da poesia concreta que possuiu grande repercussão mundial e o citou como um de seus percussores. Embora cummings possuia afinidade com as vanguardas positivas do inicio do século XX e de seu estilo não usual, parte de seu trabalho é mais
  • 2. tradicioanal, seguindos as estruturas de sonetos e versos livres em poesia e prosa. Em muitos de seus textos, Cummings usa como pano de fundo o amor e a natureza. Durante toda a sua vida, Cummings publicou mais de 900 poemas, duas novelas, diversos ensaios e tambem inumeros desenhos, quadros e pinturas. Segue abaixo uma pequena lista com alguns dos livros e pinturas do autor: Livros  “The enormous room” - Livro publicado em 1923;  “Him” – Livro publicado em 1927 ;  “Eimmi” - Livro publicado em 1933;  “Santa Claus” – Livro publicado em 1946;  “95 poems” – Último livro de cummings publicado ainda enquanto estava vivo em 1958; Quadros  Street scene;  Stripper;  The book;  Self portrait; Ao término desta discussão, fazer as seguintes perguntas para os alunos: 1 – Como vocês percebem a influência de e. e. cummings na obra do Augusto de Campos? 2 – Qual impressão vocês têm do poema do e. e. cummings? Parte 2 – tempo estimado: 10 a 15 minutos Neste momento, levando em consideração as respostas dos alunos, o professor iniciará a leitura crítica do poema de cummings, entregue na aula anterior, que segue a seguir:
  • 3. l(a le af fa ll s) one l iness Este poema, possui uma palavra (loneliness-solidão) e uma frase (a leaf falls – uma folha cai). No decorrer de sua leitura, percebe-se que é formado por 20 letras e 2 sinais gráficos, o parenteses no verso 1 e no 6 verso. Existe a presença de 4 vogais com 8 ocorrencias – 3 letras “a”, 3 letras “e”, 1 letra “i” e 1 letra “o” – e de 4 consoantes com 12 ocorrencias – 5 letras “l”, 3 letras “s”, 2 letras “f” e 2 letras “n”. Segundo Augusto de Campos (1986, pág 25) “ ... é com esse mínimo arsenal que cummings projeta sobre nós, uma das mais densas imagens de solidão que se conhecem ...”. Pode-se observar que tanto a palavra “loneliness” quanto a frase “a leaf falls”, possui a mesma quantidade de palavras. Quanto a sua estrutura, este texto é organizado em “grupos de linhas”, termos estes utilizados pelo próprio cummings, alternando-se sempre entre estrófres com 1 verso e estrófres com 3 versos e assim por diante, encerrando com a seguinte combinação de estrófres: 1 3
  • 4. 1 3 1 Pode ser observado que na sua versão original, que cummings insere dentro da palavra “loneliness” a frase “a leaf falls” isolando assim o “l” inicial de “loneliness” de suas demais partes. Observa-se também que, com exceção do ultimo verso, todos os versos contem no máximo 3 sinais gráficos (letras e parenteses), ou caracteres. Outro item importante a ser ressaltado, é que cummings trabalhou muito com o ícone “l” como sendo o numeral, ou dando a ilusão de ser, ou como a letra. Este efeito torna-se mais evidente em textos antigos datilografados nas antigas máquinas de escrever, no qual se observar com atenção o número 1 e l são muito parecidos. De acordo com Augusto de Campos (1986, pág 26), Cummings utiliza um recorte de linhas para simbolizar o movimento da folha ao cair, iniciando este processo na primeira linha com a letra “l” e passando pelo “f” de leaf e o “f” de falls até cair e pousar no chão, ou no último verso, onde se encontra a maior palavra de todo o texto. l(a le af fa ll s) one l iness
  • 5. Pode-se concluir portanto que, cummings indicou a forte solidão apresentada por Augusto de Campos, pelo uso das letras “l” não apenas como vogais mas também como numerais, pela presença do número “1” escritos de várias formas, como: o númeral, o artigo indefinido “a”, a palavra “one” dentro de “loneliness” isolada na sétima estrofe, na própria estruturalização do poema com a sequência de versos em estrofes sendo de estrófes com 1 verso e estrófres com 3 versos. Uma vez realizada a leitura crítica do poema, será apresentado aos alunos uma pequena apresentação de slides (feito em power point) mostrando a relação de cummings com Augusto de campos e como ele influenciou Augusto na tradução dos poemas de cummings. (apresentação de 5 a 7 minutos). A aula será encerrada com o agradecimento aos alunos e o convite para que os mesmos continuem participando do blog. Referencias CUMMINGS, E.E. 40 Poemas. São Paulo; SP, Brasiliense, 1986.