SlideShare uma empresa Scribd logo
TEMPOS
CIRÚRGICOS
Profª. Enf. Milka Passos
O sucesso de uma cirurgia depende da habilidade do
cirurgião, das condi- ções do paciente, assim como dos
recursos materiais e equipamentos utilizados na
intervenção cirúrgica.
A tecnologia tem sido desenvolvida com a finalidade de
possibilitar intervenções cada vez mais complexas e
com menores riscos para o paciente.
O conhecimento sobre tempos cirúrgicos fundamentais
(diérese, he- mostasia, exérese e síntese) e sua
relação com os tipos de hemostasia cirúrgica e os tipos
de síntese é de vital importância para o enfermeiro,
independentemente de sua área de atuação.
Um ponto a ser considerado na evolução da cirurgia é o desafio de
trans- formar o ato cirúrgico em uma atividade científica e em uma
escolha terapêutica segura.
Aliados à evolução cirúrgica, muitos instrumentos foram idea- lizados e utilizados
por cirurgiões em todos os períodos da história. Com o passar do tempo, vários
desses instrumentos foram reformulados, adaptados, dispensados ou
substituídos por outros mais práticos e específicos para um determinado
procedimento
Os instrumentos cirúrgicos são essenciais para o desenvolvimento da sequência
que compõe os tempos cirúrgicos. Paralela- mente, a engenharia clínica
disponibilizou equipamentos que permitem reali- zar corte e coagulação com
maior segurança ao paciente.
A expressão tempos cirúrgicos caracteriza a sequência de procedimentos
utilizada na manipulação dos tecidos e vísceras durante o ato operatório, sendo
identificada por quatro tempos básicos: diérese, hemostasia, exérese e síntese.
TEMPOS CIRÚRGICOS
DIÉRESE: é o momento de rompimento dos tecidos, por meio de instrumentos cortantes.
Ex: bisturi (frio ou elétrico) e tesouras.
PREENSÃO: manipulação de algumas estruturas abertas pela diérese
HOMEOSTASIA: é o processo através do qual, se detém o sangramento,
ocasionado pela diérese. (compressas, pinças hemostáticas, bisturi elétrico).
EXPOSIÇÃO: facilitadores mecânicos destinados a exposição do campo
operatorio
EXÉRESE ou ESPECIAL: (cirurgia propriamente dita), é o tempo cirúrgico
principal, voltado para o objetivo do procedimento.
SINTESE: é a união dos tecidos,(agulhas e porta-agulhas e fios).
INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE
• Diérese advém do latim “diaerese” e do grego “diaíresis”, ambos
significando divisão, incisão, secção e separação, punção e divulsão.
Com o objetivo de atingir a região sobre a qual se planeja realizar o
procedimento, com preservação dos planos anatômicos e finalidade
terapêutica
Bisturis elétricos
• Botão azul coagula e botão
amarelo corta
• Também usado para
fulguração: coagulação
superficial de pequenas
proliferações celulares
cutâneas ou manchas
• OBS: Cuidados com o bisturi
elétrico: queimaduras e choques.
A placa deve ser colocada em
região de grande massa muscular
como panturrilhas, glúteos e face
posterior da coxa
A tesoura de Metzenbaum é usada para seccionar tecidos, dividir
vasos ligados e são muito usada também para dissecção de tecidos
densos. São bem utilizadas em cavidades, alcançando estruturas mais
profundamente situadas.
As tesouras de Mayo são utilizadas para desbridar e cortar tecidos
mais densos como fáscia e músculos, por serem mais robustas que as
de Metzenbaum são encontradas retas ou curvas.
A tesoura cirúrgica ou tesoura de uso geral são geralmente retas,
pesadas e rombas, destinam-se para secção de fios ou outros
materiais. Para seccionar o fio o assistente deve rotacionar as lâminas
da tesoura paralelamente ao plano do tecido, permitindo a
visualização da ponta do instrumento evitando a secção de tecidos
adjacentes.
Tesouras especificas: Baliu (para uso ginecológico, notadamente no
colo uterino) e as de Potts, Dietrich e outras variações (tesouras com
angulações de diversos graus em sua extremidade ativa, para uso em
cirurgia vascular
• É utilizado para incisões ou dissecções de estruturas. Caracterizado por
um cabo reto, com uma extremidade mais estreita chamada colo, no qual
é acoplada uma variedade de lâminas descartáveis e removíveis. O
tamanho e o formato das lâminas e dos colos dos cabos dos bisturis são
adaptados aos diversos tipos de incisões, sendo principalmente
utilizados os cabos de número 3 e 4.
INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO
• São basicamente constituídos pelas pinças de preensão, que
são destinadas à manipulação e à apreensão de órgãos,
tecidos ou estruturas.
1. Pinça de Adson: A pinça de Adson, por apresentar uma extremidade
distal estreita e dessa forma, uma menor superfície de contato, é
utilizada em cirurgias mais delicadas,como as pediátricas.
É encontrada em três versões: atraumática, a qual possui ranhuras finas e
transversais na face interna de sua ponta; traumática, com endentações e
um sulco longitudinal na extremidade; e dente-de-rato, com dentes na
ponta que lembram os de um roedor, sendo esta última utilizada para a
preensão de aponeurose, uma vez que é considerada mais traumática que
a pinça anatômica.
2. Pinça anatômica: com ranhuras finas e transversais, possuindo uma
utilização universal.
3. Pinça dente de rato: por apresentar dentes em sua extremidade, é
utilizada na preensão de tecidos mais grosseiros, como plano muscular e
aponeurose.
Por serem consideradas instrumentais auxiliares, as pinças de preensão
são geralmente empunhadas com a mão não dominante (tipo lápis), sendo
que o dedo indicador é o responsável pelo movimento de fechamento da
pinça, enquanto que os dedos médios e polegar servem de apoio.
INSTRUMENTAIS DE HOMEOSTASIA
A hemostasia é um dos tempos fundamentais da cirurgia e tem por objetivo prevenir ou
corrigir as hemorragias, evitando, dessa forma, o comprometimento do estado
hemodinâmico do paciente, além de impedir a formação de coleções sanguíneas e coágulos
no período pós-operatório, fenômeno este que predispõe o paciente a infecções.
Os instrumentais utilizados na hemostasia são as pinças hemostáticas, que se apresentam
em vários modelos e tamanhos. Esses instrumentais são identificados pelo nome de seus
idealizadores, como as pinças de Kelly, Crile, Halstead, Mixter e Kocher.
Homeostasia prévia
Faixa de Esmarch
Hemostasia temporária
•Pinça Bulldog atraumática
(clamps)
Hemostasia definitiva
Pinça hemostática de crile - Possuem ranhuras
transversais conferindo utilidade também no pinçamento de
pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente, não
sendo utilizada a extremidade. Com 14 a 16 cm de
comprimento.
Pinça hemostática de kelly - Apresentam ranhuras
transversais em 2/3 da garra, curvas ou retas, com 13 a 16
cm de comprimento; apresentam pontas menores, utilizadas
para pinçamento de vasos e fios grossos.
Pinça hemostática de halsted - Serrilhado transversal
delicado em toda sua parte preensora, com ou sem dentes.
E com 11 a 13 cm de comprimento, utilizadas muitas vezes
para pinçamento de vasos de menor calibre e reparo de fios;
sendo também conhecidas como mini-Halsted, pinças
mosquito ou mosquitinho.
Pinça hemostática de kocher - Sua parte preensora
apresenta ranhuras transversais e apresentam dentes de
rato nas suas extremidades, aumentando a capacidade de
preensão, tornando-a mais traumática.
INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO
São representados por afastadores, que são elementos mecânicos destinados a facilitar a
exposição do campo operatório, afastando as bordas da ferida operatória e outras
estruturas, de forma a permitir a exposição de planos anatômicos ou órgãos subjacentes,
facilitando o ato operatório.
Auto-estáticos: se mantem abertos
e na posiçãopor si só
Gosset: usado na cavidade
abdominal
BBalfour: amplia a exposição cirúrgica
doafastador Gosset.
Finochietto: cirurgia de tórax para
abrir espaçosintercostais ou
medioesternal.
Dinâmicos ou manuais: exigem manuseio contínuo e permitem
mudança da posição a todo momento
Farabeuf: com lâminas em forma de C. É usado
principalmente na pele, subcutâneo e músculos
Doyen: usado em cavidade abdominal
Harrington: uma das extremidades com formato de
coração. É muito usado em cirurgias cardíacas
Espátulas: afastadores flexíveis, de uso diverso. Podem
ser em forma de sola de sapato, laminares, maleáveis ou
rígidas.
Afastadores dinâmicos: exigem tração manual contínua
Afastador de Farabeuf: apresenta-se em formato de “C” característico, sendo utilizado no
afastamento de pele, tecido celular subcutâneo e músculos superficiais.
Afastador de Doyen: por se apresentar em ângulo reto e ter ampla superfície de contato, é utilizado
primordialmente em cirurgias abdominais.
Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de semilua, análoga ao
desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em cirurgias torácicas, podendo
também ser utilizado em cirurgias abdominais.
Válvula Maleável: empregada tanto em cirurgias na cavidade torácica, quanto na cavidade
abdominal. Por ser flexível, pode alcançar qualquer tipo de formato ou curvatura, sendo, portanto,
adaptável a qualquer eventual necessidade que venha a surgir durante o ato operatório. Outra
importante função é a proteção das vísceras durante suturas na parede da cavidade abdominal.
Afastadores autoestáticos: são instrumentais que por si só
mantém as estruturas afastadas e estáveis
Afastador de Gosset ou Laparostato: utilizado em cirurgias abdominais. Deve ser manipulado em
sua extremidade proximal, para que se movimente, uma vez que a distal, que entra em contato com
as estruturas a serem afastadas não cede a pressões laterais.
Afastador de Balfour: uma adaptação do afastador de Gosset, acoplando-se ao mesmo uma
Válvula Suprapúbica, que, quando utilizada isoladamente, consiste em um afastador dinâmico.
Afastador de Finochietto: utilizado em cirurgias torácicas, possuindo uma manivela para possibilitar
o afastamento da forte musculatura intercostal.
Afastador de Adson: pode ser utilizado em cirurgias neurológicas, para o afastamento do couro
cabeludo, bem como em cirurgias nos membros ou na coluna, para o afastamento de músculos
superficiais.
INSTRUMENTAIS ESPECIAIS/ EXÉRESE
• Os instrumentais especiais são aqueles utilizados para finalidades
específicas, nos procedimentos que consistem no objetivo principal
da cirurgia. São muitos e variam de acordo com a especialidade
cirúrgica.
 Pinça de Allis: apresenta endentações em sua extremidade distal, o que a torna
consideravelmente traumática, sendo utilizada, portanto, somente em tecidos grosseiros ou
naqueles que irão sofrer a exérese, ou seja, naqueles que irão ser retirados do organismo.
 Pinça de Duval: apresenta extremidade distal semelhante ao formato de uma letra “D”, com
ranhuras longitudinais ao longo da face interna de sua ponta. Por apresentar ampla
superfície de contato, é utilizada em diversas estruturas, a exemplo das alças intestinais.
 Clamp Intestinal: apresenta ranhuras longitudinais (sendo este modelo pouco traumático)
ou transversais ao longo da face interna de sua ponta. É utilizado na interrupção do trânsito
intestinal, o que o classifica como instrumental de coprostase.
 Fórceps: utilizado em cirurgias obstétricas, apresenta ramos articulados, com grandes aros
em sua extremidade, para o encaixe na cabeça do concepto durante partos em que o
mesmo esteja mal posicionado ou com outras complicações. Quando desarticulado, é
utilizado em cesarianas, no auxílio da retirada do neonato.
 Saca-bocado: semelhante a um grande alicate, é utilizado na retirada de espículas ósseas
em cirurgias ortopédicas.
 Pinça de Backaus: é também denominada de pinça de campo, devido sua função de fixar
os campos operatórios entre si.
 Cureta de Siemens: Também chamada de Cureta uterina. É amplamente utilizada em
procedimentos obstétricos para remoção de restos placentários e endometriais da cavidade
uterina especialmente após abortos, onde resquícios do feto podem permanecer na
cavidade. Possui uma superfície áspera, a qual realiza a raspagem; e outra lisa, para que a
parede do útero não seja lesionada durante o procedimento.
 Pinça de Babcock: Possui argolas e cremalheiras. Na extremidade distal possui uma
pequena superfície de contato o que a torna pouco traumática. Dessa forma, pode ser
utilizada na manipulação de alças intestinais.
São instrumentos que foram desenvolvidos para manobras específicas em
certos órgãos ou tecidos. Há diversidade enorme e podemos grosseiramente
dividi-los com o tipo de cirurgia que são utilizados como gastrintestinais,
ortopédicas, cardiovasculares, obstetrícia, etc.
Intestinais
Pinças gastrointestinais são pinças longas utilizadas nas técnicas de
ressecção de segmentos do tubo digestivo para evitar a passagem de
secreções para a área que está sendo manuseada. Adicionalmente,
determinam hemostasia temporária nos vasos da parede dos órgãos.
Podendo ser traumáticas ou atraumáticas, dentre as traumáticas a
mais utilizada é de Payr – angulada, robusta, com 15 a 35 cm,
utilizada especialmente nas ressecções gástricas subtotais.
Cardiovasculares
Para hemostasia temporária, utilizam-se clampes atraumáticos que ocluem a
luz dos vasos, virtualmente sem causarem danos às suas paredes. O que
variam entre elas é a disposição e formato dos dentes, comprimento e
curvatura. As superfícies das garras dessas pinças apresentam estrias ou
serrilhados apropriados para não provocar traumatismo aos vasos por elas
manuseados.
Ortopédicos
As Ruginas e Costótomos são destinados ao deslocamento de
periósteos e secção de costelas, respectivamente, para o acesso da
cavidade torácica. Nas cirurgias são utilizadas serras elétricas com
lâminas oscilatórias para secção esternal ou serra manual
denominada de serra Gigli, formada de arame de aço corrugado
Ginecológicos
Nas ovário-histerectomias empregam-se ganchos especiais, sendo mais
utilizados a de Snook ou a de Covault. Ambos têm comprimento próximo de
20 cm.
O gancho de Snook tem a haste cilíndrica, achatada na parte onde se forma
a gancho.
O de Covault é cilíndrico em toda a sua extensão, inclusive a gancho, que
apresenta uma pequena esfera na extremidade. Isto faz do gancho de
Covault um instrumento menos traumático que a de Snook.
As curetas destinam-se a raspagem de tecido ou outro material de paredes
cavitarias. São utilizadas para se obter enxertos de ossos esponjosos,
debridar e retirar amostras de tecido osseo e remover o nucleo polposo
durante fenestração de disco intervertebral. As curetas possuem conchas
ovais ou redondas de bordas agudas, com variedade de tamanhos
INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE
São os responsáveis pelas manobras destinadas à reconstituição anatômica e/ou funcional de um
tecido ou órgão e do fechamento da ferida cirúrgica, através da aplicação de suturas.
Para isto são utilizadas agulhas e pinças especiais para conduzi-las denominadas Porta-agulhas,
para que se processem as distintas fases da cicatrização a síntese deve atentar para a
justaposição das bordas e a escolha do material apropriado.
Fios cirúrgicos – são utilizados para obtenção de
hemostasia (ligadura vascular) e para aproximação de
tecidos. Surgiram e foram desenvolvidos ao longo dos
séculos em função da necessidade de controlar
hemorragias e também de favorecer a cicatrização de
ferimentos ou incisões.
Agulhas
As agulhas cirúrgicas são feitas a partir do aço rico em carbono, tornando a liga de metais
mais fortes e inertes. Existem vários tipos de agulhas de acordo com seu formato,
curvatura e estilo da ponta caracterizando a agulha como traumática ou atraumática. São
projetadas para penetrar e transpassar tecidos. Por isso, deve possuir um perfil adequado
para cada tipo, condição e acesso do tecido a ser suturado e diâmetro compatível ao fio de
sutura para permitir um excelente poder de penetração.
A agulha curva permite que o cirurgião passe por baixo da superfície do tecido e recupere
a ponta no local onde ela sai. De modo geral, quanto mais profundo o tecido na ferida
cirúrgica, mais acentuada deve ser a curvatura, fazendo com que ela gire dentro do limite
do seu raio.
Existem sete tipos de formato de agulhas a reta, semi-reta, em “S”, e curvas de ¼, 3/8, ½ e
5/8 (grau crescente de curvatura)
- Fios absorvíveis
- são aqueles que, após colocados nos tecidos, sofrem
a ação dos líquidos orgânicos, sendo absorvidos após
algum tempo.
* Catgut simples: são multifilamentares torcidos de
origem animal (colágeno). Mantém a tensão até 5/6
dias. É completamente absorvido em 2 a 3 semanas.
É indicado para tecidos de rápida cicatrização, como
mucosas
* Catgut cromado: é preparado com ácido crômico ou
tânico, demorando mais tempo para ser absorvido (6
meses), e perde a resistência entrea 2 e 3ª semanas.
* Ác. Poliglicólico: sintético, multifilamentar e possui
indicações gerais de cirurgia.
* Vicryl: sintético e multifilamentar trançado. Absorvido
entre 56 e 70 dias. Indicado para sutura de músculos,
aponeuroses e mucosas.
• Polidioxanona (PDS): sintético e monofilamentar.
Indicado para procedimentos pediátricos e
cardiovasculares.
• Monocryl: sintético e monofilamentar. É indicado para
- Fios inabsorvíveis
• Seda: origem animal, multifilamentar
trançado e revestido. Indicado para
tecidos em geral.
• Algodão: origem vegetal e
multifilamentar. Indicado para tecidos em
geral.
• Nylon: sintético, mono ou multifilamentar
trançado, de baixa maleabilidade e
possui indicações gerais.
• Aço inox: sintético e monofilamentar.
Indicado para áreas de lata tensão e
cicatrização lenta, como esterno e
tendões.
• Prolene: sintético e monofilamentar.
Indicado para suturas vasculares.
Porta-agulhas de Mayo-Hegar: é estruturalmente semelhante
às tesouras e pinças hemostáticas, apresentando argolas,
para a empunhadura, e cremalheira, para o fechamento
autoestático. É mais utilizado para síntese em cavidades,
sendo empunhado da mesma forma descrita para os
instrumentais argolados ou de forma empalmada. Porta-
agulha de Mayo-Hegar.
Porta-agulhas de Mathieu: possui hastes curvas, semelhante
a um alicate, com cremalheira pequena. É utilizado em
suturas de tecidos superficiais, especialmente na pele em
cirurgias plásticas ou ainda em cirurgias odontológicas. Esse
modelo de porta- agulha é empunhado sempre de forma
empalmada. Porta-agulha de Mathieu. Empunhadura da
porta-agulha de Mathieu.
Grampeadores Cirúrgicos
A sutura mecânica tem seus primeiros registros no início do
século, quando o objetivo dos cirurgiões era o de encontrar
alternativas aos maus resultados das enterossínteses
manuais.
Os grampeadores mecânicos são aparelhos acionados pelo
cirurgião para aplicação de grampos metálicos. Atualmente
as técnicas de suturas se complementam para um melhor
resultado e estão amplamente sendo utilizadas em cirurgia
vascular, torácica, ginecológica e síntese de vísceras
parenquimatosas como fígado, baço e pâncreas, incluindo
instrumentos para ligar vasos e aproximar feridas, bem como
seccionar, aproximar e fazer a anastomose de tecidos.
Podemos dividi-los em alguns tipos básicos:
• Grampeadores simples – cutâneos, de hemostasia ou de
fixação;
• Grampeadores que suturam apenas;
• Grampeadores que suturam e cortam – anastomoses
SEGURANÇA DO
PACIENTE
A cirurgia segura corresponde
ao Segundo Desafio Global
para a Segurança do Paciente,
campanha proposta pela
Organização Mundial da
Saúde (OMS) com os objetivos
de promover a melhoria da
segurança cirúrgica e reduzir
os índi- ces de mortes e
complicações durante a
cirurgia
O conceito de cirurgia segura
envolve medidas adotadas
para redução do risco de
eventos adversos que podem
aconte- cer antes, durante e
depois da cirurgia, tais como:
prevenção de infecção de sítio
cirúrgico (ISC), anestesia
segura, equipe cirúrgica
preparada e mensuração da
assistência cirúrgica.
Ante essa necessidade, a
OMS desenvolveu a Lista de
Verificação de Segurança
Cirúrgica (checklist cirúrgico),
que deverá ser seguida pela
equipe de profissionais da
saúde, com o objetivo de
minimizar erros considerados
evitáveis que colo- cam em
risco a vida e o bem-estar dos
pacientes cirúrgicos
Assim, a implementação da Lista
de Verificação de Segurança
Cirúrgica deve ocorrer em três
momentos dis- tintos: no período
que antecede a indução
anestésica (iden- tificação — sign
in), antes da incisão cirúrgica
(confirma- ção — timeout) e após
o procedimento cirúrgico, ainda
com
o paciente em sala operatória
(SO) (registro — sign out)
Entre as possibilidades de
ocorrências de eventos adversos
no ambiente hospitalar,
destacam-se as ISC, que podem
estar relacionadas à própria
patologia ou aos procedimentos
invasi- vos realizados, sendo
responsável por gerar aumento
na taxa de mortalidade e custos,
assim como reinternação.
Pontua-se que em setores
críticos, como é caso do centro
cirúrgico (CC), ocorre parcela
expressiva das infecções, pois a
ferida operatória pode ser porta
de entrada para microrganismos.
Preocupação com a
identificação e a
checagem de dados do
paciente no centro
cirúrgico
Importância da
comunicação verbal
entre equipe
multiprofissional e
paciente no centro
cirúrgico
Segurança do paciente
relacionada ao risco de
queda
Ações para a prática da
assistência segura no
centro cirúrgico
Relevância da
comunicação intersetorial
com foco na segurança
do paciente no centro
cirúrgico
Importância da
manutenção dos
equipamentos para
segurança física do
paciente no centro
cirúrgico
PROTOCOLO PARA CIRURGIA SEGURA – MS/2013
Determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de
incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o
aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local
correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de
Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde – OMS.
A Lista de Verificação divide a cirurgia em três fases:
I - Antes da indução anestésica;
II - Antes da incisão cirúrgica;
III - Antes do paciente sair da sala de cirurgia.
BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA
SEGURA
Antes da indução anestésica (entrada):
Revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que
sua identificação tenha sido confirmada.
Confirmar que o procedimento e o local da cirurgia estão corretos
Confirmar o consentimento para cirurgia e a anestesia.
Confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação
Confirmar a conexão de um monitor multiparâmetro ao paciente e seu
funcionamento
Revisar verbalmente com o anestesiologista, o risco de perda
sanguínea do paciente, dificuldades nas vias aéreas, histórico de reação
alérgica e se a verificação completa de segurança anestésica foi
concluída.
BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA
SEGURA
Antes da incisão cirúrgica (Pausa Cirúrgica) ou (time out):
A apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função.
A confirmação da realização da cirurgia correta no paciente correto, no
sítio cirúrgico correto
A revisão verbal, uns com os outros, dos elementos críticos de seus
planos para a cirurgia, usando as questões da Lista de Verificação como
guia
A confirmação da administração de antimicrobianos profiláticos nos
últimos 60 minutos da incisão cirúrgica.
A confirmação da acessibilidade dos exames de imagens necessários
BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA
SEGURA
Antes do paciente sair da sala de cirurgia (saída):
A conclusão da contagem de compressas e instrumentais
A identificação de qualquer amostra cirúrgica obtida
A revisão de qualquer funcionamento inadequado de
equipamentos ou questões que necessitem ser solucionadas
A revisão do plano de cuidado e as providencias quanto à
abordagem pós-operatória e da recuperação pós-anestésica
antes da remoção do paciente da sala de cirurgia
Como podemos ver o preenchimento do
checklist é de responsabilidade
multiprofissional. Dentre esses
profissionais, temos como responsáveis
também a equipe de enfermagem
A enfermagem desenvolve um papel
crucial na identificação e prevenção de
possíveis falhas, uma vez que é ela
responsável e é quem fica na maior parte
do tempo prestando cuidados diretos ao
paciente nesse processo cirúrgico, desde
quando ele é admitido até a alta
hospitalar.
Os técnicos também costumam ser
responsáveis pelo manejo do prontuário
do paciente, assim como seus exames
enquanto o paciente se encontra
internado na unidade hospitalar. Neste
sentido, podem identificar qualquer
aspecto relacionado a inconformidade
entre paciente e procedimento cirúrgico
antes do procedimento
Estudos comprovam que a
implementação do checklist foi vista como
benéfico para promoção da segurança
pelos enfermeiros e que é uma forma de
melhoria da comunicação e oportunidade
de diálogo entre os profissionais pela
perspectiva da equipe
Mas é importante ressaltar que podem existir
algumas barreiras para a implementação desse
checklist, como: a necessidade de apoio
administrativo das chefias, a ausência de um
núcleo de segurança do paciente na instituição e
a ausência de educação voltada para temática e
ao incentivo ao uso do instrumento ou até
mesmo a visão do instrumento como mero
protocolo pela equipe
OBRIGADO

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a AULA 02 TEMPO CIRURGICO-SEGURANÇA DO PACIENTE.pptx

Aula cc turma 4
Aula cc turma 4Aula cc turma 4
Aula cc turma 4
Rosalya Kelly
 
Mesa e Material Cirurgico
Mesa e Material CirurgicoMesa e Material Cirurgico
Mesa e Material Cirurgico
Fernando de Oliveira Dutra
 
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdfaula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
AlanSantos22653
 
Instrumental cirurgico
Instrumental cirurgicoInstrumental cirurgico
Instrumental cirurgico
UPA Fortaleza
 
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdfAULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
VanessaAlvesDeSouza4
 
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
HenriqueSantos497255
 
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptxAULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
vaniceandrade1
 
Equipe cirúrgica
Equipe cirúrgicaEquipe cirúrgica
Equipe cirúrgica
Guilherme Sicuto
 
Amputações
Amputações Amputações
Amputações
Brunno Rosique
 
Instrumental cirurgico
Instrumental cirurgicoInstrumental cirurgico
Instrumental cirurgico
Letícia Spina Tapia
 
Suturas(1)[1].ppt trabalho
Suturas(1)[1].ppt  trabalhoSuturas(1)[1].ppt  trabalho
Suturas(1)[1].ppt trabalho
pedro
 
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIARESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
Rayssa Mendonça
 
Intraoperatórios
IntraoperatóriosIntraoperatórios
Intraoperatórios
Junior Pessoa
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na práticaEnfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
JhonathaSousa2
 
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdfSLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
JadePratas
 
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Rodrigo Mega
 
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
José Rodrigo Mega Rocha
 
Materiais médicos hospitalares 2
Materiais médicos hospitalares 2Materiais médicos hospitalares 2
Materiais médicos hospitalares 2
cristianoafranca
 
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptxAULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
FabianaRomoGuimares
 
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdfBANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
Dorotéia Silva
 

Semelhante a AULA 02 TEMPO CIRURGICO-SEGURANÇA DO PACIENTE.pptx (20)

Aula cc turma 4
Aula cc turma 4Aula cc turma 4
Aula cc turma 4
 
Mesa e Material Cirurgico
Mesa e Material CirurgicoMesa e Material Cirurgico
Mesa e Material Cirurgico
 
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdfaula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
aula-5-terminologia-especifica-em-situacao-ciurgica.pdf
 
Instrumental cirurgico
Instrumental cirurgicoInstrumental cirurgico
Instrumental cirurgico
 
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdfAULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
AULA ENFERMAGEM NO CC.pdf
 
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
3ª AULA ENFERMAGEM CIRURGICA -INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA.pdf
 
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptxAULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
AULA INSTRUMENTAÇÃO CIRURGICA PINÇAS.pptx
 
Equipe cirúrgica
Equipe cirúrgicaEquipe cirúrgica
Equipe cirúrgica
 
Amputações
Amputações Amputações
Amputações
 
Instrumental cirurgico
Instrumental cirurgicoInstrumental cirurgico
Instrumental cirurgico
 
Suturas(1)[1].ppt trabalho
Suturas(1)[1].ppt  trabalhoSuturas(1)[1].ppt  trabalho
Suturas(1)[1].ppt trabalho
 
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIARESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
RESUMÃO DE CIRURGIA NA ODONTOLOGIA
 
Intraoperatórios
IntraoperatóriosIntraoperatórios
Intraoperatórios
 
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na práticaEnfermagem em Centro Cirúrgico na prática
Enfermagem em Centro Cirúrgico na prática
 
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdfSLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
SLIDE 6 - Tempos cirúrgicos,pinças cirúrgicas e fios 01.12.pdf
 
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
 
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...Princípios de  exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
Princípios de exodontia da disciplina de cururgia i da faculdade de odontolo...
 
Materiais médicos hospitalares 2
Materiais médicos hospitalares 2Materiais médicos hospitalares 2
Materiais médicos hospitalares 2
 
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptxAULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
AULA 10 POSIÇÃO CIRURGICA.pptx
 
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdfBANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
BANDAGENS FUNCIONAIS 2012.pdf
 

AULA 02 TEMPO CIRURGICO-SEGURANÇA DO PACIENTE.pptx

  • 2. O sucesso de uma cirurgia depende da habilidade do cirurgião, das condi- ções do paciente, assim como dos recursos materiais e equipamentos utilizados na intervenção cirúrgica. A tecnologia tem sido desenvolvida com a finalidade de possibilitar intervenções cada vez mais complexas e com menores riscos para o paciente. O conhecimento sobre tempos cirúrgicos fundamentais (diérese, he- mostasia, exérese e síntese) e sua relação com os tipos de hemostasia cirúrgica e os tipos de síntese é de vital importância para o enfermeiro, independentemente de sua área de atuação.
  • 3. Um ponto a ser considerado na evolução da cirurgia é o desafio de trans- formar o ato cirúrgico em uma atividade científica e em uma escolha terapêutica segura. Aliados à evolução cirúrgica, muitos instrumentos foram idea- lizados e utilizados por cirurgiões em todos os períodos da história. Com o passar do tempo, vários desses instrumentos foram reformulados, adaptados, dispensados ou substituídos por outros mais práticos e específicos para um determinado procedimento Os instrumentos cirúrgicos são essenciais para o desenvolvimento da sequência que compõe os tempos cirúrgicos. Paralela- mente, a engenharia clínica disponibilizou equipamentos que permitem reali- zar corte e coagulação com maior segurança ao paciente. A expressão tempos cirúrgicos caracteriza a sequência de procedimentos utilizada na manipulação dos tecidos e vísceras durante o ato operatório, sendo identificada por quatro tempos básicos: diérese, hemostasia, exérese e síntese.
  • 4. TEMPOS CIRÚRGICOS DIÉRESE: é o momento de rompimento dos tecidos, por meio de instrumentos cortantes. Ex: bisturi (frio ou elétrico) e tesouras. PREENSÃO: manipulação de algumas estruturas abertas pela diérese HOMEOSTASIA: é o processo através do qual, se detém o sangramento, ocasionado pela diérese. (compressas, pinças hemostáticas, bisturi elétrico). EXPOSIÇÃO: facilitadores mecânicos destinados a exposição do campo operatorio EXÉRESE ou ESPECIAL: (cirurgia propriamente dita), é o tempo cirúrgico principal, voltado para o objetivo do procedimento. SINTESE: é a união dos tecidos,(agulhas e porta-agulhas e fios).
  • 5. INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE • Diérese advém do latim “diaerese” e do grego “diaíresis”, ambos significando divisão, incisão, secção e separação, punção e divulsão. Com o objetivo de atingir a região sobre a qual se planeja realizar o procedimento, com preservação dos planos anatômicos e finalidade terapêutica Bisturis elétricos • Botão azul coagula e botão amarelo corta • Também usado para fulguração: coagulação superficial de pequenas proliferações celulares cutâneas ou manchas • OBS: Cuidados com o bisturi elétrico: queimaduras e choques. A placa deve ser colocada em região de grande massa muscular como panturrilhas, glúteos e face posterior da coxa
  • 6. A tesoura de Metzenbaum é usada para seccionar tecidos, dividir vasos ligados e são muito usada também para dissecção de tecidos densos. São bem utilizadas em cavidades, alcançando estruturas mais profundamente situadas. As tesouras de Mayo são utilizadas para desbridar e cortar tecidos mais densos como fáscia e músculos, por serem mais robustas que as de Metzenbaum são encontradas retas ou curvas. A tesoura cirúrgica ou tesoura de uso geral são geralmente retas, pesadas e rombas, destinam-se para secção de fios ou outros materiais. Para seccionar o fio o assistente deve rotacionar as lâminas da tesoura paralelamente ao plano do tecido, permitindo a visualização da ponta do instrumento evitando a secção de tecidos adjacentes. Tesouras especificas: Baliu (para uso ginecológico, notadamente no colo uterino) e as de Potts, Dietrich e outras variações (tesouras com angulações de diversos graus em sua extremidade ativa, para uso em cirurgia vascular • É utilizado para incisões ou dissecções de estruturas. Caracterizado por um cabo reto, com uma extremidade mais estreita chamada colo, no qual é acoplada uma variedade de lâminas descartáveis e removíveis. O tamanho e o formato das lâminas e dos colos dos cabos dos bisturis são adaptados aos diversos tipos de incisões, sendo principalmente utilizados os cabos de número 3 e 4.
  • 7. INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO • São basicamente constituídos pelas pinças de preensão, que são destinadas à manipulação e à apreensão de órgãos, tecidos ou estruturas.
  • 8. 1. Pinça de Adson: A pinça de Adson, por apresentar uma extremidade distal estreita e dessa forma, uma menor superfície de contato, é utilizada em cirurgias mais delicadas,como as pediátricas. É encontrada em três versões: atraumática, a qual possui ranhuras finas e transversais na face interna de sua ponta; traumática, com endentações e um sulco longitudinal na extremidade; e dente-de-rato, com dentes na ponta que lembram os de um roedor, sendo esta última utilizada para a preensão de aponeurose, uma vez que é considerada mais traumática que a pinça anatômica. 2. Pinça anatômica: com ranhuras finas e transversais, possuindo uma utilização universal. 3. Pinça dente de rato: por apresentar dentes em sua extremidade, é utilizada na preensão de tecidos mais grosseiros, como plano muscular e aponeurose. Por serem consideradas instrumentais auxiliares, as pinças de preensão são geralmente empunhadas com a mão não dominante (tipo lápis), sendo que o dedo indicador é o responsável pelo movimento de fechamento da pinça, enquanto que os dedos médios e polegar servem de apoio.
  • 9. INSTRUMENTAIS DE HOMEOSTASIA A hemostasia é um dos tempos fundamentais da cirurgia e tem por objetivo prevenir ou corrigir as hemorragias, evitando, dessa forma, o comprometimento do estado hemodinâmico do paciente, além de impedir a formação de coleções sanguíneas e coágulos no período pós-operatório, fenômeno este que predispõe o paciente a infecções. Os instrumentais utilizados na hemostasia são as pinças hemostáticas, que se apresentam em vários modelos e tamanhos. Esses instrumentais são identificados pelo nome de seus idealizadores, como as pinças de Kelly, Crile, Halstead, Mixter e Kocher. Homeostasia prévia Faixa de Esmarch Hemostasia temporária •Pinça Bulldog atraumática (clamps)
  • 10. Hemostasia definitiva Pinça hemostática de crile - Possuem ranhuras transversais conferindo utilidade também no pinçamento de pedículos, quando a pinça é aplicada lateralmente, não sendo utilizada a extremidade. Com 14 a 16 cm de comprimento. Pinça hemostática de kelly - Apresentam ranhuras transversais em 2/3 da garra, curvas ou retas, com 13 a 16 cm de comprimento; apresentam pontas menores, utilizadas para pinçamento de vasos e fios grossos. Pinça hemostática de halsted - Serrilhado transversal delicado em toda sua parte preensora, com ou sem dentes. E com 11 a 13 cm de comprimento, utilizadas muitas vezes para pinçamento de vasos de menor calibre e reparo de fios; sendo também conhecidas como mini-Halsted, pinças mosquito ou mosquitinho. Pinça hemostática de kocher - Sua parte preensora apresenta ranhuras transversais e apresentam dentes de rato nas suas extremidades, aumentando a capacidade de preensão, tornando-a mais traumática.
  • 11. INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO São representados por afastadores, que são elementos mecânicos destinados a facilitar a exposição do campo operatório, afastando as bordas da ferida operatória e outras estruturas, de forma a permitir a exposição de planos anatômicos ou órgãos subjacentes, facilitando o ato operatório. Auto-estáticos: se mantem abertos e na posiçãopor si só Gosset: usado na cavidade abdominal BBalfour: amplia a exposição cirúrgica doafastador Gosset. Finochietto: cirurgia de tórax para abrir espaçosintercostais ou medioesternal.
  • 12. Dinâmicos ou manuais: exigem manuseio contínuo e permitem mudança da posição a todo momento Farabeuf: com lâminas em forma de C. É usado principalmente na pele, subcutâneo e músculos Doyen: usado em cavidade abdominal Harrington: uma das extremidades com formato de coração. É muito usado em cirurgias cardíacas Espátulas: afastadores flexíveis, de uso diverso. Podem ser em forma de sola de sapato, laminares, maleáveis ou rígidas.
  • 13. Afastadores dinâmicos: exigem tração manual contínua Afastador de Farabeuf: apresenta-se em formato de “C” característico, sendo utilizado no afastamento de pele, tecido celular subcutâneo e músculos superficiais. Afastador de Doyen: por se apresentar em ângulo reto e ter ampla superfície de contato, é utilizado primordialmente em cirurgias abdominais. Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de semilua, análoga ao desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em cirurgias torácicas, podendo também ser utilizado em cirurgias abdominais. Válvula Maleável: empregada tanto em cirurgias na cavidade torácica, quanto na cavidade abdominal. Por ser flexível, pode alcançar qualquer tipo de formato ou curvatura, sendo, portanto, adaptável a qualquer eventual necessidade que venha a surgir durante o ato operatório. Outra importante função é a proteção das vísceras durante suturas na parede da cavidade abdominal. Afastadores autoestáticos: são instrumentais que por si só mantém as estruturas afastadas e estáveis Afastador de Gosset ou Laparostato: utilizado em cirurgias abdominais. Deve ser manipulado em sua extremidade proximal, para que se movimente, uma vez que a distal, que entra em contato com as estruturas a serem afastadas não cede a pressões laterais. Afastador de Balfour: uma adaptação do afastador de Gosset, acoplando-se ao mesmo uma Válvula Suprapúbica, que, quando utilizada isoladamente, consiste em um afastador dinâmico. Afastador de Finochietto: utilizado em cirurgias torácicas, possuindo uma manivela para possibilitar o afastamento da forte musculatura intercostal. Afastador de Adson: pode ser utilizado em cirurgias neurológicas, para o afastamento do couro cabeludo, bem como em cirurgias nos membros ou na coluna, para o afastamento de músculos superficiais.
  • 14. INSTRUMENTAIS ESPECIAIS/ EXÉRESE • Os instrumentais especiais são aqueles utilizados para finalidades específicas, nos procedimentos que consistem no objetivo principal da cirurgia. São muitos e variam de acordo com a especialidade cirúrgica.
  • 15.  Pinça de Allis: apresenta endentações em sua extremidade distal, o que a torna consideravelmente traumática, sendo utilizada, portanto, somente em tecidos grosseiros ou naqueles que irão sofrer a exérese, ou seja, naqueles que irão ser retirados do organismo.  Pinça de Duval: apresenta extremidade distal semelhante ao formato de uma letra “D”, com ranhuras longitudinais ao longo da face interna de sua ponta. Por apresentar ampla superfície de contato, é utilizada em diversas estruturas, a exemplo das alças intestinais.  Clamp Intestinal: apresenta ranhuras longitudinais (sendo este modelo pouco traumático) ou transversais ao longo da face interna de sua ponta. É utilizado na interrupção do trânsito intestinal, o que o classifica como instrumental de coprostase.  Fórceps: utilizado em cirurgias obstétricas, apresenta ramos articulados, com grandes aros em sua extremidade, para o encaixe na cabeça do concepto durante partos em que o mesmo esteja mal posicionado ou com outras complicações. Quando desarticulado, é utilizado em cesarianas, no auxílio da retirada do neonato.  Saca-bocado: semelhante a um grande alicate, é utilizado na retirada de espículas ósseas em cirurgias ortopédicas.  Pinça de Backaus: é também denominada de pinça de campo, devido sua função de fixar os campos operatórios entre si.  Cureta de Siemens: Também chamada de Cureta uterina. É amplamente utilizada em procedimentos obstétricos para remoção de restos placentários e endometriais da cavidade uterina especialmente após abortos, onde resquícios do feto podem permanecer na cavidade. Possui uma superfície áspera, a qual realiza a raspagem; e outra lisa, para que a parede do útero não seja lesionada durante o procedimento.  Pinça de Babcock: Possui argolas e cremalheiras. Na extremidade distal possui uma pequena superfície de contato o que a torna pouco traumática. Dessa forma, pode ser utilizada na manipulação de alças intestinais.
  • 16. São instrumentos que foram desenvolvidos para manobras específicas em certos órgãos ou tecidos. Há diversidade enorme e podemos grosseiramente dividi-los com o tipo de cirurgia que são utilizados como gastrintestinais, ortopédicas, cardiovasculares, obstetrícia, etc.
  • 17. Intestinais Pinças gastrointestinais são pinças longas utilizadas nas técnicas de ressecção de segmentos do tubo digestivo para evitar a passagem de secreções para a área que está sendo manuseada. Adicionalmente, determinam hemostasia temporária nos vasos da parede dos órgãos. Podendo ser traumáticas ou atraumáticas, dentre as traumáticas a mais utilizada é de Payr – angulada, robusta, com 15 a 35 cm, utilizada especialmente nas ressecções gástricas subtotais.
  • 18. Cardiovasculares Para hemostasia temporária, utilizam-se clampes atraumáticos que ocluem a luz dos vasos, virtualmente sem causarem danos às suas paredes. O que variam entre elas é a disposição e formato dos dentes, comprimento e curvatura. As superfícies das garras dessas pinças apresentam estrias ou serrilhados apropriados para não provocar traumatismo aos vasos por elas manuseados.
  • 19. Ortopédicos As Ruginas e Costótomos são destinados ao deslocamento de periósteos e secção de costelas, respectivamente, para o acesso da cavidade torácica. Nas cirurgias são utilizadas serras elétricas com lâminas oscilatórias para secção esternal ou serra manual denominada de serra Gigli, formada de arame de aço corrugado
  • 20. Ginecológicos Nas ovário-histerectomias empregam-se ganchos especiais, sendo mais utilizados a de Snook ou a de Covault. Ambos têm comprimento próximo de 20 cm. O gancho de Snook tem a haste cilíndrica, achatada na parte onde se forma a gancho. O de Covault é cilíndrico em toda a sua extensão, inclusive a gancho, que apresenta uma pequena esfera na extremidade. Isto faz do gancho de Covault um instrumento menos traumático que a de Snook. As curetas destinam-se a raspagem de tecido ou outro material de paredes cavitarias. São utilizadas para se obter enxertos de ossos esponjosos, debridar e retirar amostras de tecido osseo e remover o nucleo polposo durante fenestração de disco intervertebral. As curetas possuem conchas ovais ou redondas de bordas agudas, com variedade de tamanhos
  • 21. INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE São os responsáveis pelas manobras destinadas à reconstituição anatômica e/ou funcional de um tecido ou órgão e do fechamento da ferida cirúrgica, através da aplicação de suturas. Para isto são utilizadas agulhas e pinças especiais para conduzi-las denominadas Porta-agulhas, para que se processem as distintas fases da cicatrização a síntese deve atentar para a justaposição das bordas e a escolha do material apropriado. Fios cirúrgicos – são utilizados para obtenção de hemostasia (ligadura vascular) e para aproximação de tecidos. Surgiram e foram desenvolvidos ao longo dos séculos em função da necessidade de controlar hemorragias e também de favorecer a cicatrização de ferimentos ou incisões.
  • 22. Agulhas As agulhas cirúrgicas são feitas a partir do aço rico em carbono, tornando a liga de metais mais fortes e inertes. Existem vários tipos de agulhas de acordo com seu formato, curvatura e estilo da ponta caracterizando a agulha como traumática ou atraumática. São projetadas para penetrar e transpassar tecidos. Por isso, deve possuir um perfil adequado para cada tipo, condição e acesso do tecido a ser suturado e diâmetro compatível ao fio de sutura para permitir um excelente poder de penetração. A agulha curva permite que o cirurgião passe por baixo da superfície do tecido e recupere a ponta no local onde ela sai. De modo geral, quanto mais profundo o tecido na ferida cirúrgica, mais acentuada deve ser a curvatura, fazendo com que ela gire dentro do limite do seu raio. Existem sete tipos de formato de agulhas a reta, semi-reta, em “S”, e curvas de ¼, 3/8, ½ e 5/8 (grau crescente de curvatura)
  • 23. - Fios absorvíveis - são aqueles que, após colocados nos tecidos, sofrem a ação dos líquidos orgânicos, sendo absorvidos após algum tempo. * Catgut simples: são multifilamentares torcidos de origem animal (colágeno). Mantém a tensão até 5/6 dias. É completamente absorvido em 2 a 3 semanas. É indicado para tecidos de rápida cicatrização, como mucosas * Catgut cromado: é preparado com ácido crômico ou tânico, demorando mais tempo para ser absorvido (6 meses), e perde a resistência entrea 2 e 3ª semanas. * Ác. Poliglicólico: sintético, multifilamentar e possui indicações gerais de cirurgia. * Vicryl: sintético e multifilamentar trançado. Absorvido entre 56 e 70 dias. Indicado para sutura de músculos, aponeuroses e mucosas. • Polidioxanona (PDS): sintético e monofilamentar. Indicado para procedimentos pediátricos e cardiovasculares. • Monocryl: sintético e monofilamentar. É indicado para - Fios inabsorvíveis • Seda: origem animal, multifilamentar trançado e revestido. Indicado para tecidos em geral. • Algodão: origem vegetal e multifilamentar. Indicado para tecidos em geral. • Nylon: sintético, mono ou multifilamentar trançado, de baixa maleabilidade e possui indicações gerais. • Aço inox: sintético e monofilamentar. Indicado para áreas de lata tensão e cicatrização lenta, como esterno e tendões. • Prolene: sintético e monofilamentar. Indicado para suturas vasculares.
  • 24. Porta-agulhas de Mayo-Hegar: é estruturalmente semelhante às tesouras e pinças hemostáticas, apresentando argolas, para a empunhadura, e cremalheira, para o fechamento autoestático. É mais utilizado para síntese em cavidades, sendo empunhado da mesma forma descrita para os instrumentais argolados ou de forma empalmada. Porta- agulha de Mayo-Hegar. Porta-agulhas de Mathieu: possui hastes curvas, semelhante a um alicate, com cremalheira pequena. É utilizado em suturas de tecidos superficiais, especialmente na pele em cirurgias plásticas ou ainda em cirurgias odontológicas. Esse modelo de porta- agulha é empunhado sempre de forma empalmada. Porta-agulha de Mathieu. Empunhadura da porta-agulha de Mathieu.
  • 25. Grampeadores Cirúrgicos A sutura mecânica tem seus primeiros registros no início do século, quando o objetivo dos cirurgiões era o de encontrar alternativas aos maus resultados das enterossínteses manuais. Os grampeadores mecânicos são aparelhos acionados pelo cirurgião para aplicação de grampos metálicos. Atualmente as técnicas de suturas se complementam para um melhor resultado e estão amplamente sendo utilizadas em cirurgia vascular, torácica, ginecológica e síntese de vísceras parenquimatosas como fígado, baço e pâncreas, incluindo instrumentos para ligar vasos e aproximar feridas, bem como seccionar, aproximar e fazer a anastomose de tecidos. Podemos dividi-los em alguns tipos básicos: • Grampeadores simples – cutâneos, de hemostasia ou de fixação; • Grampeadores que suturam apenas; • Grampeadores que suturam e cortam – anastomoses
  • 27. A cirurgia segura corresponde ao Segundo Desafio Global para a Segurança do Paciente, campanha proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com os objetivos de promover a melhoria da segurança cirúrgica e reduzir os índi- ces de mortes e complicações durante a cirurgia O conceito de cirurgia segura envolve medidas adotadas para redução do risco de eventos adversos que podem aconte- cer antes, durante e depois da cirurgia, tais como: prevenção de infecção de sítio cirúrgico (ISC), anestesia segura, equipe cirúrgica preparada e mensuração da assistência cirúrgica. Ante essa necessidade, a OMS desenvolveu a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica (checklist cirúrgico), que deverá ser seguida pela equipe de profissionais da saúde, com o objetivo de minimizar erros considerados evitáveis que colo- cam em risco a vida e o bem-estar dos pacientes cirúrgicos
  • 28. Assim, a implementação da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica deve ocorrer em três momentos dis- tintos: no período que antecede a indução anestésica (iden- tificação — sign in), antes da incisão cirúrgica (confirma- ção — timeout) e após o procedimento cirúrgico, ainda com o paciente em sala operatória (SO) (registro — sign out) Entre as possibilidades de ocorrências de eventos adversos no ambiente hospitalar, destacam-se as ISC, que podem estar relacionadas à própria patologia ou aos procedimentos invasi- vos realizados, sendo responsável por gerar aumento na taxa de mortalidade e custos, assim como reinternação. Pontua-se que em setores críticos, como é caso do centro cirúrgico (CC), ocorre parcela expressiva das infecções, pois a ferida operatória pode ser porta de entrada para microrganismos.
  • 29. Preocupação com a identificação e a checagem de dados do paciente no centro cirúrgico Importância da comunicação verbal entre equipe multiprofissional e paciente no centro cirúrgico Segurança do paciente relacionada ao risco de queda Ações para a prática da assistência segura no centro cirúrgico Relevância da comunicação intersetorial com foco na segurança do paciente no centro cirúrgico Importância da manutenção dos equipamentos para segurança física do paciente no centro cirúrgico
  • 30. PROTOCOLO PARA CIRURGIA SEGURA – MS/2013 Determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde – OMS. A Lista de Verificação divide a cirurgia em três fases: I - Antes da indução anestésica; II - Antes da incisão cirúrgica; III - Antes do paciente sair da sala de cirurgia.
  • 31. BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA SEGURA Antes da indução anestésica (entrada): Revisar verbalmente com o próprio paciente, sempre que possível, que sua identificação tenha sido confirmada. Confirmar que o procedimento e o local da cirurgia estão corretos Confirmar o consentimento para cirurgia e a anestesia. Confirmar visualmente o sítio cirúrgico correto e sua demarcação Confirmar a conexão de um monitor multiparâmetro ao paciente e seu funcionamento Revisar verbalmente com o anestesiologista, o risco de perda sanguínea do paciente, dificuldades nas vias aéreas, histórico de reação alérgica e se a verificação completa de segurança anestésica foi concluída.
  • 32. BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA SEGURA Antes da incisão cirúrgica (Pausa Cirúrgica) ou (time out): A apresentação de cada membro da equipe pelo nome e função. A confirmação da realização da cirurgia correta no paciente correto, no sítio cirúrgico correto A revisão verbal, uns com os outros, dos elementos críticos de seus planos para a cirurgia, usando as questões da Lista de Verificação como guia A confirmação da administração de antimicrobianos profiláticos nos últimos 60 minutos da incisão cirúrgica. A confirmação da acessibilidade dos exames de imagens necessários
  • 33. BUNDLE DE RECOMENDAÇÕES PARA CIRURGIA SEGURA Antes do paciente sair da sala de cirurgia (saída): A conclusão da contagem de compressas e instrumentais A identificação de qualquer amostra cirúrgica obtida A revisão de qualquer funcionamento inadequado de equipamentos ou questões que necessitem ser solucionadas A revisão do plano de cuidado e as providencias quanto à abordagem pós-operatória e da recuperação pós-anestésica antes da remoção do paciente da sala de cirurgia
  • 34. Como podemos ver o preenchimento do checklist é de responsabilidade multiprofissional. Dentre esses profissionais, temos como responsáveis também a equipe de enfermagem A enfermagem desenvolve um papel crucial na identificação e prevenção de possíveis falhas, uma vez que é ela responsável e é quem fica na maior parte do tempo prestando cuidados diretos ao paciente nesse processo cirúrgico, desde quando ele é admitido até a alta hospitalar. Os técnicos também costumam ser responsáveis pelo manejo do prontuário do paciente, assim como seus exames enquanto o paciente se encontra internado na unidade hospitalar. Neste sentido, podem identificar qualquer aspecto relacionado a inconformidade entre paciente e procedimento cirúrgico antes do procedimento Estudos comprovam que a implementação do checklist foi vista como benéfico para promoção da segurança pelos enfermeiros e que é uma forma de melhoria da comunicação e oportunidade de diálogo entre os profissionais pela perspectiva da equipe Mas é importante ressaltar que podem existir algumas barreiras para a implementação desse checklist, como: a necessidade de apoio administrativo das chefias, a ausência de um núcleo de segurança do paciente na instituição e a ausência de educação voltada para temática e ao incentivo ao uso do instrumento ou até mesmo a visão do instrumento como mero protocolo pela equipe