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“Você sabia que os militantes do grupo
autodenominado Estado Islâmico (EI)
acreditam que não irão para o paraíso se
forem mortos por uma mulher?”
A capitã Khatoon Khider sorri ironicamente ao contar isso.
Ela era cantora, mas agora comanda um batalhão feminino de ex-prisioneiras do EI.
O Estado Islâmico
O que é?
Estado Islâmico do Iraque e do Levante
(EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria
(EIIS) é uma organização jihadista (lutadora,
guerreira) do Oriente Médio, que teve um
califado (um governo) proclamado em 29
de junho de 2014, sendo seu califa (chefe,
sucessor de Maomé) Abu Bakr al-Baghdadi.
Desde a data citada o grupo passou a se
chamar Estado Islâmico. Seu califado está
localizado, hoje, em Raqqa, na Síria.
Qual seu propósito?
O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem
nas áreas que controla a se converterem ao
islamismo, além de viverem de acordo com a
interpretação sunita da religião e sob a lei Sharia
(o código de leis islâmico). Aqueles que se
recusam podem sofrer torturas e mutilações, ou
serem condenados a pena de morte. O grupo é
particularmente violento contra muçulmanos
xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos,
shabaks e mandeanos.
Depois de o Estado islâmico autoproclamar a
captura de cidades no Iraque, o EI divulgou
orientações sobre como os civis dominados
devem usar roupas e véus. O EI alertou as
mulheres na cidade de Moçul para usar o véu
de rosto inteiro ou sofreriam punições severas.
Mulheres também não podem sair de casa e
tem seus corpos considerados como
propriedade do EI. Houve um aumento gigante
nos casos de estupro e abusos contra mulheres
que adentram ao EI.
As ex-escravas sexuais que viraram soldadas e estão na
linha de frente na luta contra o Estado Islâmico
 Centenas de ex-escrevas sexuais viraram
soldadas e estão na linha de frente na luta
contra o Estado Islâmico. A história de vida
delas será contada no documentário
“Guns, Girls and ISIS (“Armas, garotas e EI”)
da BBC. Calcula-se que ainda 3,5 mil
estejam sob o poder do grupo extremista.
Milhares de mulheres haviam sido vendidas
e outros milhares, mortas. O massacre
aconteceu no norte do Iraque, na cidade
de Sinjar.
3,5 mil meninas e mulheres reféns
Milhares de pessoas morreram e milhares de mulheres e crianças foram vendidas como escravas
sexuais.
A região onde o massacre ocorreu, que chama-se Sinjar, fica no norte do país.
O mundo não sabia muito sobre os yazidis até agosto de 2014, quando o EI capturou o vale de
Sinjar.
A tragédia virou manchete: 50 mil yazidis estavam em fuga pelas montanhas, sem água nem
comida, encurralados pelos extremistas, que já haviam matado, violado ou sequestrado os que
tinham ficado para trás.
Segundo estimativas das Nações Unidas, entre 5 mil e 7 mil yazidis morreram e outros 5 mil foram
sequestrados, sobretudo mulheres.
Algumas foram resgatadas, mas calcula-se que 3,5 mil mulheres e meninas yazidis ainda estejam
em poder do Estado Islâmico.
A capitã Khider e as meninas do seu batalhão são sobreviventes de um dos piores crimes de
guerra da história mundial recente.
A religião dos yazidis - minoria de origem
curda - proíbe violência, mas depois que
o Estado Islâmico atacou a aldeia de
Khider, três anos atrás, tudo mudou.
As meninas de Bashiqa
Os curdos são a mais numerosa nação sem
Estado do mundo: calcula-se que sejam 26
milhões de pessoas, a maioria muçulmanos
sunitas, organizados em clãs e que falam a
língua curda.
"São cerca de 50 garotas peshmerga, e a
maioria tem no máximo 20 anos. Parte delas
fica em Kirkuk e parte nas montanhas de
Bashiqa (cidade que foi tomada do EI há
cerca de três semanas)".
As garotas guerrilheiras de Bashiqa vivem em
duas casas abandonadas pela população.
"A casa delas é, na verdade, a frente de
batalha. Elas são muito unidas e cuidam umas
das outras."
O exército peshmerga - combatentes iraquianos
de origem curda – que ficam na frente de
batalha, lutam ao lado das guerrilheiras.
O grupo das mulheres em Kirkuk vive na mesma
base que os homens. Mas ocupa alojamentos
separados e tem seus próprios comandantes.
Os homens respeitam muito o batalhão feminino.
O comandante Xate diz: "Elas lutam nas
trincheiras como nós. Antes não as tínhamos.
Agora, homens e mulheres lutam igualmente,
como um só".
A capitã Khider continua: "Eu queria voltar no
tempo. Fico dizendo para mim mesma que se isso
tivesse começado um ano antes do EI atacar
Sinjar, nunca teríamos deixado que eles nos
dominassem."
 "Elas estão aqui para
lutar. Quando pergunto
se querem casar e ter
filhos, dizem que isso
não é importante.
Talvez depois que tudo
termine..."
Também chamado de Partido da Liberdade
do Curdistão, o PAK é um partido político que
luta pela unificação do Curdistão - uma região
autônoma do Iraque e que fraz fronteira com
Irã, Turquia e Síria - e tem unidades armadas de
combatentes no Irã e no Iraque.
Peshmerga é uma palavra curda que significa
"aquele que enfrenta a morte", e essas
unidades são conhecidas como "Falcões da
Liberdade do Curdistão". Elas lutam ao lado
das forças regulares curdas.
Muitas unidades receberam treinamento militar
dos EUA e foram decisivas, por exemplo, na
retomada da cidade de Kirkuk, em outubro.
As meninas de Bashiqa
Atualmente, elas protegem e patrulham a
cidade, enquanto esperam para lutar em
Hawija, cidade vizinha a Kirkuk.
Na ofensiva em Bashiqa, uma guerrilheira foi
morta e duas ficaram feridas por morteiros
do EI.
As garotas disseram que os combatentes do
EI mandavam drones para localizá-las e
depois disparavam muitos morteiros contra
as posições delas.
"Nunca quisemos fazer mal
a ninguém", diz Khider. "Mas
agora não temos outra
escolha a não ser matá-los.“
As garotas do batalhão são jovens, a maioria tem
20 anos. Elas fazem selfies, se maquiam e ouvem
música, como qualquer grupo de jovens.
É chocante imaginar que várias delas foram
estupradas, espancadas e sofreram abusos diários
como escravas sexuais.
Uniformes, fuzis, tênis e maquiagem
As guerrilheiras se transformam em "Falcões da
Liberdade" com uniformes militares camuflados
e fuzis russos AK-47.
Mas nessa guerra não há coturnos protegendo
seus pés, mas tênis comuns.
As sobrancelhas são desenhadas e os cabelos,
geralmente compridos, enfeitados por
presilhas, fivelas e pentes coloridos. E
arrumados com cuidado.
"Elas gostam de estar bonitas no dia a dia", diz
Jana, destacando que algumas usam um
pouco de maquiagem.
"Preocupam-se em ser femininas, mas ser uma
combatente é mais importante, é tudo."
“Estou muito feliz. É como se eu
estivesse indo para um casamento.
Não quero matar só um soldado,
quero matar milhares. E mesmo que
eu mate milhares, não vai ser o
bastante".
Elas dizem que, depois de tudo o que viveram, nada
mais pode amedrontá-las. As meninas querem se vingar
dos momentos de horror e contam que a felicidade de ir
para a frente de combate é como 'ir a um casamento‘.
Muitas sabem que os pais morreram e as irmãs e amigas
estão nas mãos do EI vivendo em constante pavor.
Chega a hora de lutar.
Guns, Girls and ISIS
https://www.youtube.com/watch?
v=b2oCVNTEPGU
Beatriz Podestá, n° 2
Isak Junior, n° 10

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As ex escravas sexuais que viraram soldadas e lutam contra o ei

  • 1. “Você sabia que os militantes do grupo autodenominado Estado Islâmico (EI) acreditam que não irão para o paraíso se forem mortos por uma mulher?” A capitã Khatoon Khider sorri ironicamente ao contar isso. Ela era cantora, mas agora comanda um batalhão feminino de ex-prisioneiras do EI.
  • 2. O Estado Islâmico O que é? Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS) é uma organização jihadista (lutadora, guerreira) do Oriente Médio, que teve um califado (um governo) proclamado em 29 de junho de 2014, sendo seu califa (chefe, sucessor de Maomé) Abu Bakr al-Baghdadi. Desde a data citada o grupo passou a se chamar Estado Islâmico. Seu califado está localizado, hoje, em Raqqa, na Síria.
  • 3. Qual seu propósito? O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei Sharia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados a pena de morte. O grupo é particularmente violento contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos armênios, yazidis, drusos, shabaks e mandeanos. Depois de o Estado islâmico autoproclamar a captura de cidades no Iraque, o EI divulgou orientações sobre como os civis dominados devem usar roupas e véus. O EI alertou as mulheres na cidade de Moçul para usar o véu de rosto inteiro ou sofreriam punições severas. Mulheres também não podem sair de casa e tem seus corpos considerados como propriedade do EI. Houve um aumento gigante nos casos de estupro e abusos contra mulheres que adentram ao EI.
  • 4. As ex-escravas sexuais que viraram soldadas e estão na linha de frente na luta contra o Estado Islâmico  Centenas de ex-escrevas sexuais viraram soldadas e estão na linha de frente na luta contra o Estado Islâmico. A história de vida delas será contada no documentário “Guns, Girls and ISIS (“Armas, garotas e EI”) da BBC. Calcula-se que ainda 3,5 mil estejam sob o poder do grupo extremista. Milhares de mulheres haviam sido vendidas e outros milhares, mortas. O massacre aconteceu no norte do Iraque, na cidade de Sinjar.
  • 5. 3,5 mil meninas e mulheres reféns Milhares de pessoas morreram e milhares de mulheres e crianças foram vendidas como escravas sexuais. A região onde o massacre ocorreu, que chama-se Sinjar, fica no norte do país. O mundo não sabia muito sobre os yazidis até agosto de 2014, quando o EI capturou o vale de Sinjar. A tragédia virou manchete: 50 mil yazidis estavam em fuga pelas montanhas, sem água nem comida, encurralados pelos extremistas, que já haviam matado, violado ou sequestrado os que tinham ficado para trás. Segundo estimativas das Nações Unidas, entre 5 mil e 7 mil yazidis morreram e outros 5 mil foram sequestrados, sobretudo mulheres. Algumas foram resgatadas, mas calcula-se que 3,5 mil mulheres e meninas yazidis ainda estejam em poder do Estado Islâmico. A capitã Khider e as meninas do seu batalhão são sobreviventes de um dos piores crimes de guerra da história mundial recente.
  • 6. A religião dos yazidis - minoria de origem curda - proíbe violência, mas depois que o Estado Islâmico atacou a aldeia de Khider, três anos atrás, tudo mudou.
  • 7. As meninas de Bashiqa Os curdos são a mais numerosa nação sem Estado do mundo: calcula-se que sejam 26 milhões de pessoas, a maioria muçulmanos sunitas, organizados em clãs e que falam a língua curda. "São cerca de 50 garotas peshmerga, e a maioria tem no máximo 20 anos. Parte delas fica em Kirkuk e parte nas montanhas de Bashiqa (cidade que foi tomada do EI há cerca de três semanas)". As garotas guerrilheiras de Bashiqa vivem em duas casas abandonadas pela população. "A casa delas é, na verdade, a frente de batalha. Elas são muito unidas e cuidam umas das outras."
  • 8. O exército peshmerga - combatentes iraquianos de origem curda – que ficam na frente de batalha, lutam ao lado das guerrilheiras. O grupo das mulheres em Kirkuk vive na mesma base que os homens. Mas ocupa alojamentos separados e tem seus próprios comandantes. Os homens respeitam muito o batalhão feminino. O comandante Xate diz: "Elas lutam nas trincheiras como nós. Antes não as tínhamos. Agora, homens e mulheres lutam igualmente, como um só". A capitã Khider continua: "Eu queria voltar no tempo. Fico dizendo para mim mesma que se isso tivesse começado um ano antes do EI atacar Sinjar, nunca teríamos deixado que eles nos dominassem."  "Elas estão aqui para lutar. Quando pergunto se querem casar e ter filhos, dizem que isso não é importante. Talvez depois que tudo termine..."
  • 9. Também chamado de Partido da Liberdade do Curdistão, o PAK é um partido político que luta pela unificação do Curdistão - uma região autônoma do Iraque e que fraz fronteira com Irã, Turquia e Síria - e tem unidades armadas de combatentes no Irã e no Iraque. Peshmerga é uma palavra curda que significa "aquele que enfrenta a morte", e essas unidades são conhecidas como "Falcões da Liberdade do Curdistão". Elas lutam ao lado das forças regulares curdas. Muitas unidades receberam treinamento militar dos EUA e foram decisivas, por exemplo, na retomada da cidade de Kirkuk, em outubro.
  • 10. As meninas de Bashiqa Atualmente, elas protegem e patrulham a cidade, enquanto esperam para lutar em Hawija, cidade vizinha a Kirkuk. Na ofensiva em Bashiqa, uma guerrilheira foi morta e duas ficaram feridas por morteiros do EI. As garotas disseram que os combatentes do EI mandavam drones para localizá-las e depois disparavam muitos morteiros contra as posições delas.
  • 11. "Nunca quisemos fazer mal a ninguém", diz Khider. "Mas agora não temos outra escolha a não ser matá-los.“ As garotas do batalhão são jovens, a maioria tem 20 anos. Elas fazem selfies, se maquiam e ouvem música, como qualquer grupo de jovens. É chocante imaginar que várias delas foram estupradas, espancadas e sofreram abusos diários como escravas sexuais.
  • 12. Uniformes, fuzis, tênis e maquiagem As guerrilheiras se transformam em "Falcões da Liberdade" com uniformes militares camuflados e fuzis russos AK-47. Mas nessa guerra não há coturnos protegendo seus pés, mas tênis comuns. As sobrancelhas são desenhadas e os cabelos, geralmente compridos, enfeitados por presilhas, fivelas e pentes coloridos. E arrumados com cuidado. "Elas gostam de estar bonitas no dia a dia", diz Jana, destacando que algumas usam um pouco de maquiagem. "Preocupam-se em ser femininas, mas ser uma combatente é mais importante, é tudo."
  • 13. “Estou muito feliz. É como se eu estivesse indo para um casamento. Não quero matar só um soldado, quero matar milhares. E mesmo que eu mate milhares, não vai ser o bastante". Elas dizem que, depois de tudo o que viveram, nada mais pode amedrontá-las. As meninas querem se vingar dos momentos de horror e contam que a felicidade de ir para a frente de combate é como 'ir a um casamento‘. Muitas sabem que os pais morreram e as irmãs e amigas estão nas mãos do EI vivendo em constante pavor. Chega a hora de lutar.
  • 14. Guns, Girls and ISIS https://www.youtube.com/watch? v=b2oCVNTEPGU
  • 15. Beatriz Podestá, n° 2 Isak Junior, n° 10