A internet modificou os hábitos de leitura e trouxe novos desafios de linguagem para educação à distância. A linguagem visual e imagética ganhou importância no mundo virtual e o educador da modalidade educação à distância precisou extrapolar o uso habitual do gênero texto e se aproximar de comunicadores e designers para poder entender e se aproveitar da multimodalidade nos seus processos pedagógicos. Nesse contexto, rompeu-se o paradigma da escrita e a fala como principais transmissores de uma mensagem na educação à distância. Uma nova linguagem emerge, valorizando o a importância dos símbolos, imagens e recursos estéticos visuais. Porém, ao contrário da palavra escrita, cujo significado é, de certa forma, restrito e direto, a comunicação imagética é uma composição cores, imagens e símbolos que traduzem um significado. O processo de composição é uma ação de fundamental importância para ciclo comunicativo e os resultados dessas decisões compositivas determinam o significado final a ser alcançado. A capacidade cognitiva do ser humano para interpretação de signos universais contribui para a compreensão das tramas de signos. Ao mesmo tempo, a escolha das informações visuais deve estar alinhada às interpretações universais e aos objetivos finais do processo educativo. Um dos momentos desafiadores para o uso da linguagem visual e imagética é o da avaliação formativa. Pela característica de feedback constante, o reforço da resposta correta e o indicativo ao aluno qual foi a opção escolhida, estando errada ou não, algumas vezes, o retorno visual se torna contraditório e a necessidade de escolha das tramas de imagens que atendam aos objetivos da avaliação e não transmitam informações contraditórias ao universo cognitivo do aluno se faz necessária. Aqui, pretende-se fazer o relato sobre o processo de escolha da composição imagética que melhor atenderia uma avaliação formativa, para atingir aos fins comunicativos e os objetivos de avaliação e feedback a serem alcançados.
Artigo apresentado em:
Seminário de Multiletramentos, Hipermídia e Ensino
Instituto de Estudos da Linguagem - UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil, 2016
Congresso Internacional ABED de Educação à Distância
Associação Brasileira de Educação à Distância, Águas de Lindóia, São Paulo, Brasil, 2016
Linguagem imagética descrevendo o processo de escolha de composições visuais ...Laura Gris Mota
Resumo do artigo artigo apresentado em:
Seminário de Multiletramentos, Hipermídia e Ensino
Instituto de Estudos da Linguagem - UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil, 2016
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Seminário de Multiletramentos, Hipermídia e Ensino
Instituto de Estudos da Linguagem - UNICAMP, Campinas, São Paulo, Brasil, 2016
A diversidade de mídias na produção de cursos a distânciaFernanda Tess
O presente artigo relata a experiência do Núcleo de Educação a Distância do SESI SENAI e IEL Espírito Santo no desenvolvimento de cursos a distância utilizando uma variedade de recursos audiovisuais. Acreditamos que o uso de mídias diversas pode interferir positivamente na aprendizagem dos alunos, visto que pesquisas realizadas ao término dos cursos oferecidos pelo Núcleo demonstram que os alunos aprendem muito mais por meio de recursos audiovisuais do que apenas por textos.
Leitura internacional da América Latina no Brasil 2019fabiolamore
Adriana Hoffmann Fernandes faz parte de um Rede de Formação Docente: narrativas e experiências (Rede Formad) - rede constituída por diferentes grupos e coletivos de docentes e estudantes, vinculados a universidade ou a escola básica, de diferentes cidades e estados brasileiros. Apostamos em ações de formação-investigação onde a alteridade, as diferenças, a horizontalidade, narrativas, experiências e a prática educativa como exercício da liberdade são princípios constitutivos.
Design instrucional em educação infantil inovação ou necessidadeAngela Santos
Um importante aspecto relacionado ao uso destas mídias na área educacional refere-se à construção de conteúdos e escolha de objetos, que apoiarão os processos de ensino-aprendizagem.
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), ou Plataformas de Aprendizagem, são softwares que auxiliam na criação de cursos acessíveis através da internet.
InterMap: Visualizando a interação em ambientes de educação a distância basea...TelEduc
In: Anais do I ENCUENTRO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR - INFOUNI ' 2001, Habana, Cuba, June 26-29, 2001. Em português , 13 páginas.
Autores: Heloisa Vieira da Rocha, Luciana Alvim Santos Romani
Análise do perfil de profissionais de saúde em cursos on-line massivos sobre ...Laura Gris Mota
Apresentação da defesa da dissertação de mestrado em Saúde Coletiva - Universidade de Brasília (jul/2021)
http://dx.doi.org/10.13140/RG.2.2.24022.57923
No Brasil, o uso da educação online para qualificação profissional em saúde é uma política pública, concretizada, entre outras iniciativas, pela criação da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Por suas características, esse formato educacional responde aos desafios de formação profissional no Sistema Único de Saúde (SUS) - uma grande diversidade de categorias profissionais, dispersas num país continental - e os custos envolvidos para sua formação. Os MOOCs (massive open online courses) para formação em saúde, a despeito de críticas e ressalvas, têm crescido em oferta e número de participantes, mas ainda há lacunas acerca dos conhecimentos que o envolvem, principalmente em relação ao perfil dos alunos participantes. Para contribuir com os esforços para reduzir a lacuna de conhecimento pontada, esse trabalho se propõe a analisar o perfil dos mais de 70 mil participantes do Programa de Qualificação em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, entre 2016-2018, por meio de um estudo descritivo analítico, com abordagem quantitativa, baseado em estatística descritiva, sobre o perfil sociodemográfico dos participantes do Programa de Qualificação em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, entre 2016-2018. Foram analisados dois cursos de características diferentes - umbiquidade e gamificação - e encontrado perfis de participantes semelhantes: jovem – menos de 40 anos –; com predominância expressiva de mulheres; grande representatividade dos profissionais da saúde de nível médio (Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde); a maioria dos participantes trabalhavam no SUS, em Unidades Básicas de Saúde e se dedicavam ao cuidado de pessoas idosas. Destacou-se a categoria Estudante, que representou o maior número de matrículas e suscitou hipóteses relativas aos motivos da presença dos MOOCs nas salas de aulas das instituições de ensino. Com uma taxa de conclusão superior a 30%, os MOOCs que compunham o Programa de Qualificação em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa contribuíram para a educação continuada, para a educação permanente em saúde e para educação ao longo da vida de seus participantes, e são uma opção válida para esses três contextos de educação em saúde. Ao final, as investigações teóricas e as análises realizadas no âmbito desse estudo permitiram a construção de um framework para organização de aulas on-line, cujo objetivo foi de oferecer um modelo estruturado das informações necessárias para atender objetivos educacionais e de aprendizagem planejados. O framework foi utilizado e aprimorado durante os processos de produção de seis cursos do Campus Virtual Fiocruz, entre 2020 e 2021, e está disponível, em acesso aberto, com licença CC-BY-NC, no endereço https://www.experienciadeaprendizagem.online/organizando-sua-aula-online.
O aplicativo 60+ é uma calculadora de risco para pessoas idosas. Seu objetivo é colaborar no acompanhamento da saúde e na tomada de decisão dos profissionais de saúde.
60+ foi desenvolvido no âmbito do projeto Programa de Modular em Saúde da Pessoa Idosa.
Autoria:
Daniela Fontinele - designer e UX
Laura Gris - UX
Leandro Rocha - desenvolvedor
Esse documento apresenta um registro do processo de revisão da primeira versão das telas do aplicativo. O aplicativo está disponível para Android
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.saudepessoaidosa
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In: Anais do I ENCUENTRO INTERNACIONAL DE INFORMÁTICA EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR - INFOUNI ' 2001, Habana, Cuba, June 26-29, 2001. Em português , 13 páginas.
Autores: Heloisa Vieira da Rocha, Luciana Alvim Santos Romani
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Apresentação da defesa da dissertação de mestrado em Saúde Coletiva - Universidade de Brasília (jul/2021)
http://dx.doi.org/10.13140/RG.2.2.24022.57923
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Este trabalho se propõe a analisar os leads de todas as notícias sobre o incêndio em Roraima, publicadas em dois grandes jornais do país (Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo), em março de 1998 – mês de maior repercussão deste fato. – e, com isto, saber qual o grau de compreensibilidade das informações passadas ao leitor.
Tecnologias Interativas e Metodologias Ativas para Educação em SaúdeLaura Gris Mota
Apresentação elaborada para o 7º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (http://www.telessaude.uerj.br/cbtms2015/)
Conferência proferida pelo Dr. Luiz Carlos Galvão Lobo (29/10/15) - Design by DesignSomething - Elaboração Laura Gris
Tecnologias interativas metod_aprendizagem_v_printLaura Gris Mota
Apresentação para o 7º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (http://www.telessaude.uerj.br/cbtms2015/)
Conferência proferida pelo Dr. Luiz Carlos Galvão Lobo dia 29/10/15 - Tecnologias Interativas e Metodologias Ativas para Educação em Saúde
Design by DesignSomething - Edição Laura Gris
A importância da comunicação visual na transmissão e consolidação dos conhecimentos de aluno de ead na área da saúde
1. A importância da comunicaçãovisualna transmissão e
consolidação dos conhecimentosde aluno de EAD na área da
saúde
O uso da comunicação visual na consolidação de informações: uso aplicado na
elaboração de exercícios de fixação de conteúdo
INTRODUÇÃO
A internet modificou os hábitos de leitura e trouxe novos desafios de linguagem que
extrapolaram o gênero texto. A linguagem visual e imagética ganhou importância no
mundo virtual e o educador de Educação à Distância (EAD) precisou se aproximar de
comunicadores e designers, entre outros profissionais, para poder entender e se
aproveitar da multimodalidade nos seus processos pedagógicos. Como consequência,
rompeu-se o paradigma da escrita e a fala como principais transmissores de uma
mensagem na educação mediada por meios digitais. Uma nova linguagem educacional
emergiu, valorizando a importância dos símbolos, imagens e recursos estéticos visuais. A
mudança acompanhou de forma direta o surgimento e crescimento da presença dos
novos recursos tecnológicos de comunicação, notadamente as Tecnológicas da
Informação e Comunicação1
(TICs), possíveis pelo novo composto de mídias da internet.
A necessidade de incorporar a multimodalidade no seu processo comunicativo educativo
partiu das necessidades do receptor/aluno, mais conectado, mais digital.
Porém, ao incorporar o multimodal, notadamente a linguagem imagética, nos processos
educacionais deve-se levar em conta não só a beleza visual e estética, mas também o
composto de significados que essa linguagem permite.
PAPEL DA COMUNICAÇÃO VISUAL NA TRANSMISSÃO DA MENSAGEM
Existe uma variedade de ações que interagem em conjunto para produzir um
comportamento comunicativo. As individualidades físicas, biológicas, psicológicas, sociais
e culturais do sujeito influenciam o processo de comunicação (BARKER & GAUT, 2002).
Quando se trabalha o campo da comunicação visual, parte-se da premissa preconizada
por Dondis (1997) de que visualizar é ser capaz de formar imagens mentais. Dessa forma,
o valor conceitual abstrato das imagens é a base da transmissão do sentido que se
pretende. O grande desafio é, assim, tornar a forma em substância, isto é, a imagem
visual numa imagem mental que tenha valor e reforce tal comunicação.
No mundo digital e tecnológico, as formas são muitas, mas nem sempre acessíveis por
todos – seja pelo desconhecimento, seja pelo acesso à tecnologia envolvida. O fato faz
com que o processo comunicativo por meio de representações visuais no ambiente digital
1
O termo Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) refere-se à união da informática com a
tecnologia das telecomunicações e tem na Internet sua mais forte expressão. Quando estas
tecnologias são usadas para fins educativos, nomeadamente para apoiar e melhorar a
aprendizagem dos alunos e desenvolver ambientes de aprendizagem, podemos considerar as TIC
como um subdomínio da Tecnologia Educativa.(MIRANDA, 2007)
2. tenha que considerar, além do grau de alfabetismo visual do público que pretende atingir,
as técnicas visuais e as tecnologias necessárias para seu desenvolvimento. A decisão por
um infográfico animado, por exemplo, deve ser considerada não só sob o aspecto do
conhecimento necessário para sua compreensão, mas também se o público final terá
acesso à tecnologia que permite visualizar a animação da imagem.
A LEITURA DA LINGUAGEM VISUAL
Toda mensagem gráfica tem ações comunicativas intrínsecas que requerem, de um
receptor humano, uma inversão de tempo para compreendê-la. Quanto mais figurativa é a
imagem, menos esforço requer o receptor para captar a mensagem. Nesse sentido,
perceber imagens é reconhecer formas, cores ou texturas que nós retemos na memória
através de uma matriz geral que Aristóteles chamou Universalia, e que os semióticos
denominaram como esquemas icônicos que existem na mente (COSTA, 2003).
Para Munari (1996), a mensagem, na comunicação visual, está composta de informação e
de suporte visual. A textura, a forma, a estrutura, o módulo e o movimento conformam o
suporte visual que permitem visualizar a mensagem, e que, analisadas em conjunto,
podem ser utilizadas coerentemente respeito à informação.
As imagens são constituídas de elementos - pontos e linhas. Os elementos, combinados,
constituem formas. As formas podem ter texturas. Tudo permeado por cores. Essa
multiplicidade de informações faz com que a leitura da linguagem visual se dê de forma
multidimensional. Ao contrário do texto - onde cada elemento é ‘lido’ na sequência -,
abandona-se a linearidade e se compõe um conjunto de representações que permitem ao
cérebro humano entender várias mensagens e de forma simultânea. Elementos, formas,
cores, texturas e dimensões formam um todo comunicacional que transmite sensações e
mensagens entendidas pelo cérebro humano de maneiras por vezes iguais, por vezes
diferentes. O objetivo da composição visual é determinado pelo seu criador. O processo
de absorver a informação e transformá-la em significado comum, ao público.
Por outro lado, não se ensina a ver. Esse é um processo natural considerado mais
próximo da intuição do que da razão (BARBOSA, 2014), concedendo à linguagem visual
um grau de universalidade maior que o da linguagem verbal.
COMUNICAÇÃO VISUAL NA PRODUÇÃO DE RECURSOS EDUCACIONAIS
Os ambientes de aprendizagem foram incorporando a linguagem visual não só pela
facilidade tecnológica atual, mas também porque ela é um recurso de comunicação que
facilita a transmissão do conhecimento, aumenta as oportunidades de aprendizagem e um
fator adicional de motivação e engajamento. As mensagens visuais têm duas
características importantes para a transmissão de um conhecimento: tendem a associar o
verbal e visual; e criam um referencial representacional.
Contudo, ao trazer essa linguagem para o ambiente de aprendizagem, traz-se também
toda a complexidade acima exposta. Assim como a percepção da imagem é totalizante e
contribui de forma efetiva para o ensino, a compreensão da informação não é sincrônica,
exigindo, portanto, atenção especial na composição geral dos conteúdos.
3. AVALIAÇÃO FORMATIVA: USANDO CORES PARA FEEDBACK DE
QUESTÕES DIAMETRALMENTE OPOSTAS
Transpondo a aplicação da linguagem visual para a construção de avaliações formativas
em cursos de EAD, há de se considerar a importância do processo de feedback para o
aluno. Num processo comunicativo, o feedback é o elemento que garante a circularidade
das informações. Isto é, o sistema que permite que a resposta se ajuste à pergunta do
outro não só nos aspectos linguísticos como paralinguístico. O processo de feedback é
representado pelo esquema proposto por Osgood e Scharmm, que concebe que o
extremo transmissor e o extremo receptor realizam as mesmas funções, isto é, codificar,
interpretar e decodificar uma mensagem emitida (MCQUAIL E WINDHAL, 1993).
Figura 1- Loop de Feedback de Schramm Fonte: McQuail e Windhal (1993)
Nesse contexto, a composição de feedback para questões de avaliação formativa,
explorando o composto de linguagem imagética, por meio digital, apresentou um desafio
na representação visual de informações diametralmente opostas, tais como: certo/errado,
verdadeiro/falso e sim/não, com suas variantes: faço/não faço, posso/não posso,
escolho/não escolho.
A relação sintagmática do composto visual deve completar e não se contradizer no
processo comunicativo. Quando a relação é contraditória, corre-se o risco de anulação da
mensagem e mesmo da criação de uma nova imagem mental, cujo significado foge ao
objetivo inicial da atividade. Da mesma forma, a manutenção de padrões produz uma
imagem mental associada à imagem/mensagem. Sempre que o composto imagético
padrão se apresenta, já há um comportamento associado anteriormente.
O resultado dessa organização dos elementos gráficos é uma simulação da
tridimensionalidade, que provoca reações físico-motoras no receptor – aproximando as
informações graficamente “sussurradas” e que exigirão mais atenção, e afastando as
informações “gritadas” e que chegam impositivamente aos olhos – e outros diversos
movimentos do olhar em perscrutação. É nessa montagem, que une sincronia e
4. simultaneidade com diacronia e linearidade, onde são criados os diversos planos de
percepção (GUIMARÃES, 2003).
O processo de escolha da composição da imagem passa, necessariamente, pelo
entendimento de qual é a mensagem final. A identificação dos objetivos de cada avaliação
é, portanto, fundamental para a boa escolha. Em se tratando de avaliação formativa, tem-
se por objetivo final o reforço do conteúdo e a reiteração da resposta, expandidos no
âmbito do conhecimento nela embutido.
A avaliação, objeto desse relato - que faz parte do curso online de Atenção Integral à
Pessoa Idosa - Módulo Agente Comunitário de Saúde -, tem como objetivo educacional2
o
reforço da lista de ações necessárias para uma atividade diária de trabalho do Agente
Comunitário de Saúde3
. Ela é baseada nas respostas diametralmente opostas
pergunto/não pergunto. No processo avaliativo, o aluno precisa identificar se uma
pergunta deve ser feita no momento de um atendimento específico. A questão foi
elaborada com o seguinte fluxo de informação:
● Apresentação de uma instrução
● Apresentação de uma pergunta.
● Indicação de marcação se deve/não deve ser feita no contexto do atendimento.
● Feedback: se resposta correta, retorno positivo e de reforço; se resposta errada,
retorno de atenção e apresentação da resposta correta.
● Apresentação da questão seguinte.
Optou-se por não solicitar uma nova tentativa de resposta visto que a questão é de
alternativa binária. Em não marcando a alternativa correta na primeira tentativa,
automaticamente, já se obtém a resposta certa. Ainda, em virtude da característica
formativa da questão, apresentação do feedback com a resposta torna desnecessária
uma segunda tentativa do aluno. Na avaliação, não há respostas cuja a resposta correta é
negativa. Portanto, todas as respostas esperadas são pergunto.
APRESENTAÇÃO DE TELA: 1ª DISCUSSÃO
Para atingir o objetivo de melhor fixação do conteúdo, optou-se por, assim que
respondida, a pergunta permanecesse na tela, em forma de lista:
2
Os objetivos educacionais são os conhecimentos e aprendizados que devem passados e,
portanto, aquilo que os alunos devem saber ao final do curso. Na avaliação a qual se propõe
refletir, o princípio do 'verificar e medir' é centrado no aluno, num contexto formativo. Isto é, esse é
o momento não de um professor, mas sim do próprio aluno avaliar seu andamento.
3
O Agente Comunitário de Saúde é o público-alvo do curso em questão.
5. Figura 2 - Tela de retorno de respostas. Fonte: Curso de Atenção Integral à Pessoa Idosa
Dessa forma, ao final do exercício, o aluno teria a lista de todas as perguntas que devem
ser feitas.
O desafio que se apresentou foi a apresentação da lista de perguntas. Com o objetivo de
reforçar memorização da lista de perguntas que deveriam ser feitas, a apresentação dos
itens respondidos deveriam (a) sinalar qual foi a resposta do aluno ou (b) sinalar a
resposta correta, independente da resposta do aluno?
A primeira opção implantada foi a situação (a) - sinalar na resposta a opção do aluno.
Essa é uma prática usual, onde a devolutiva da questão apresenta a opção escolhida e,
se errada, qual seria a opção correta. Nesse caso, item a item, quando desvelado,
mostraria visualmente a seguinte situação:
6. Figura 3 - Questão com respostas do aluno marcadas no feedback da lista de perguntas.Fonte: Curso de
Atenção Integral à Pessoa Idosa
Ao sinalar a opção do aluno, observou-se uma informação visual contraditória. A pergunta
apresentada deveria ser feita, a resposta era positiva (pergunto) e, contudo, a
representação visual retornava como última informação a cor vermelha. Em oposição ao
verde, que se tornou a cor da permissão, da autorização, durante o século XIX, o
vermelho é considerado na sociedade ocidental como a cor da negação, da proibição
(GUIMARÃES, 2001).
A percepção do significado das cores é presente e importante nas sociedades e depende
do contexto e do repertório cultural do indivíduo, conforme apontam:
Desde os primórdios, destaca-se a simbologia e as formas de
comunicação expressadas por meio das cores: o vermelho que
expressava o sangue, o branco a paz almejada após à batalha, etc.
Nota-se, a partir daí, que a universalidade das cores possui uma força
comunicativa e cultural significativa juntamente com um poder de apelo
contido (ALEXANDRIA & GONÇAVES, 2012).
A resposta visual do feedback da questão, apresentando um ‘X’ vermelho para indicar que
o aluno errou a questão, oferecia uma resposta visual de que aquela frase estaria errada,
proibida - de acordo com a relação cromática dicotômica sim/não (verde/vermelho). Isto é,
a frase apresentada é correta, deve ter como resposta ‘pergunto’ mas a resposta visual
final era negativa, reforçada duplamente pela presença do ‘X’ e da cor vermelha. A
apresentação da frase ‘Esta pergunta deve ser feita’ dissociava o verbal e o visual do
feedback e criava uma mensagem de sentido contraditório.
Todas as tentativas de mostrar a resposta correta em conjunto com a resposta informada
pelo aluno, quando em caso negativo, foram consideradas inapropriadas para o objetivo
da questão. Isso se deu porque as resposta eram opostas e as representações
assemelhavam-se à primeira tentativa, criando mensagens contraditórias.
A escolha final, para evitar as contradições visuais, textuais e de objetivos educacionais,
incluiu, conforme figura abaixo:
● Retorno textual para a resposta.
7. ● Apresentação apenas da resposta correta e desconsiderar caso o aluno marcasse
a resposta errada, visto que o objetivo da questão era o reforço das perguntas.
● Não utilização de cores com significação certo/errado.
Figura 4 - Solução final de feedback - Fonte: Curso de Atenção Integral à Pessoa Idosa
É importante ressaltar que, em sendo uma avaliação formativa, o feedback não se
resumiu a apresentação da resposta correta, mas também, em todos os casos, de um
material complementar explicativo, no formato modal (janela de conteúdo sobreposta à
tela principal), conforme a figura.
Figura 5 - Apresentação de feedback complementar de questão,em caso de acerto. Fonte: Curso de Atenção
Integral à Pessoa Idosa
8. Figura 6 - Apresentação de feedback complementar de questão,em caso de acerto. Fonte: Curso de Atenção
Integral à Pessoa Idosa
No feedback complementar, utilizou-se cores e texto para reforçar acertos e alertar erros.
No primeiro caso, a palavra ‘Muito bem’, em azul, abre o texto. Em caso de marcação
incorreta, a palavra ‘Atenção’, em vermelho, avisa o problema.
CONCLUSÕES
A aplicação da linguagem visual imagética nos objetos de EAD é, dia-a-dia, um desafio
que cresce na proporção em que o uso das tecnologias digitais se desenvolvem e
ganham força nos diversos públicos.
O desafio é grande primeiro porque os significados imagéticos têm ações comunicativas
intrínsecas, que requerem do aluno uma inversão de tempo para compreendê-la. Ao
mesmo tempo, a sua compreensão está ligada aos conceitos semióticos apreendidos ao
longo da vida, em esquemas icônicos presentes em nossa mente e, ao mesmo tempo,
num processo natural, mais próximo da intuição do que da razão.
Assim, a comunicação com suporte visual é um recurso que facilita a transmissão do
conhecimento e aumenta as oportunidades de aprendizagem porque permite uma leitura
não linear, simultânea e multidimensional que é criada no cérebro do próprio aluno.
Ao trazer esses recursos para atividades avaliativas em EAD, o cuidado com essa
complexidade de informações merece atenção. Tal como um curto-circuito, a escolha de
elementos cujo significado é contraditório, pode anular uma mensagem/objetivo
educacional ou mesmo passá-la de forma inversa.
Deve-se, portanto, ter atenção não só aos conteúdos textuais de uma tela, como também
a todos os elementos visuais que a compões para, dessa forma, garantir que a
comunicação pretendida seja efetivamente aquela que está sendo apresentada.
9. REFERÊNCIAS
ALEXANDRIA, R.P. de., GONÇALVES, P.P.. Percepção da Cor: a influência da cor
como informação em anúncios publicitários, in: Logo do cabeçalho da página Revista
de Iniciação Científica da FFC v. 12, n. 1. 2012. Em:
http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/ric/issue/view/152 Acessado em:
14/05/2016
DONDIS, A. Dondis. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo. Martins Fontes. 2º
edição 1997
BARBOSA, José Manuel. Associação e articulação das imagens do desenho no
projeto. - a linguagem do desenho artístico na organização, planificação e
comunicação das ideias Em:
https://www.researchgate.net/publication/299603838_ASSOCIACAO_E_ARTICULACAO_
DAS_IMAGENS_DO_DESENHO_NO_PROJETO_-
_A_LINGUAGEM_DO_DESENHO_ARTISTICO_NA_ORGANIZACAO_PLANIFICACAO_
E_COMUNICACAO_DAS_IDEIAS Acessado em 20/04/2016
BARKER. L. L; GAUT, D. R. Communication. 8. ed. Allyn and Bacon. 2002.
COSTA, Joan. Diseñar para los ojos. Grupo Editorial Design. La Paz, 2003.
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cultural da simbologia das cores. Ed. Annablume. 3ª Ed. 2001
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