2. Nunca imaginei ter um
bicho de estimação por
uma questão de ordem
prática: moro em
apartamento, sempre
morei.
E se morasse em casa,
escolheria um cachorro.
Logo, nunca considerei
a hipótese de ter um
gato, fosse no térreo
ou no décimo andar.
3. Quando me falavam
em gato, eu recorria a
todos os chavões pra
encerrar o assunto:
gato é um animal frio,
não interage, a troco
de quê ter um enfeite
de quatro patas
circulando pela casa?
4. Hoje, dona apaixonada de um gato de 5 meses (e morando no
décimo andar), já consigo responder essa pergunta pegando
emprestada uma frase de um tal Wesley Bates:
“Não há necessidade de esculturas numa casa onde vive um gato”.
Boa, Wesley, seja você quem for.
5. Gato é a manifestação soberana da elegância,
é uma obra de arte em movimento.
E se levarmos em consideração que a elegância anda
perdendo de 10 x 0 para a vulgaridade, está aí um bom
motivo para ter um bichano aninhado entre as almofadas.
6. Só que encasquetei de buscar argumentos ainda mais conclusivos.
Por que, afinal, eu me encantei de tal modo por um felino?
Comecei a ler outras frases irônicas e aparentemente pouco
elogiosas. Mark Twain disse que gatos são inteligentes:
aprendem qualquer crime com facilidade.
7. Francis Galton disse que o
gato é antissocial.
Rob Kopack disse que se
eles pudessem
falar, mentiriam para nós.
Saki disse que o gato é
doméstico só até onde
convém aos seus
interesses.
Estava explicado por que
gamei: qual a mulher que
não tem uma quedinha por
cafajestes?
8. Ser dona de um cachorro deve ser sensacional.
Lealdade, companheirismo, reciprocidade, eu
sei, eu sei, eu vi o filme do Marley.
Cão é boa gente. Só que o meu cachorro preferido
no cinema nunca foi da estirpe de um Marley.
9. Era o Vagabundo, sabe
aquele do desenho
animado?
O que reparte com a Dama
um fio de macarrão,
ambos mastigam, um de
cada lado, e mastigam,
mastigam até que
(suspiro… a emoção
impede que eu continue).
10. Eu trocaria todos os príncipes loiros e bem comportados da Branca
de Neve e da Cinderela pelo livre e irreverente Vagabundo, que foi
o personagem fetiche da minha infância. E lembrando dele
agora, consigo entender a razão: aquele malandro tinha alma de
gato.
11. Imagino que, com essa
crônica, eu esteja revelando
o lado menos nobre do meu
ser.
Pareço tão sensata, tão
bem resolvida, tão madura –
quá! – tenho outra por
dentro.
Que vergonha.
12. Levei mais de 40 anos para
me dar conta de que não
faço questão de uma
criatura que me siga,
que me agrade,
que me idolatre,
que me atenda
imediatamente ao ser
chamado,
que me convide pra
passear com ele todo dia.
13. Sendo charmoso, na dele e possuindo ao menos
alguma condescendência comigo, tem jogo.
15. AUTORIA: Martha Medeiros
FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
mimabadan@yahoo.com.br
MÚSICA: Climbing a tree
Execução: Ernesto Cortazar
IMAGENS: da Internet
(Repasse com os devidos créditos)
BLOGs de MIMA BADAN:
www.mimabadan.blogspot.com
wwwrecantodepalavras.blogspot.com
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PPSs e ESTÓRIAS INFANTIS de MIMA BADAN em:
www.slideshare.net/mimabadan