Este documento descreve um projeto teatral chamado "Arena Psi" que visa discutir temas da psicologia por meio de performances. O projeto irá abordar a "Psicologia Organizacional do Trabalho" e questionar processos de criminalização nessa área por meio de uma peça de teatro sobre um julgamento de Recursos Humanos. O objetivo é promover novas perspectivas sobre esse campo do saber.
1. Insight – Empresa Júnior de Psicologia da UFRJ
www.insight.psicologia.ufrj.br
Projetos JICAC
Título: Arena Psi - Colocando em cena outros possíveis
Resumo:
O objetivo deste trabalho é problematizar algumas temáticas que atravessam a psicologia, a partir de uma
linguagem cênica, a fim de produzir discussões e outras possibilidades nesse campo do saber.
Para tal utilizamos como referencial teórico a Análise Institucional, que pretende desestabilizar concepções, desconstruir o
instituído e colocar em pauta as implicações do pesquisador, chamando para cena outros possíveis. Para eleger a primeira
temática, apostamos numa análise geral das implicações da equipe envolvida (Insight - Empresa Júnior de Psicologia da UFRJ)
e como resultado emergiu o tema: Psicologia Organizacional do Trabalho.
Com a pretensão de colocar em análise os processos de criminalização que atravessam a psicologia organizacional do
trabalho e produzem modos de subjetivação específicos, desenvolvemos a esquete: RéuH - Pessoas em Questão. Buscamos
convergir os discursos naturalizantes que criminalizam e enaltecem a gestão de pessoas empresarial através da encenação do
julgamento da Srª RH no tribunal do júri. Entretanto, não se trata apenas de uma apresentação, mas sim de uma encenação
que propõe sua própria reconstrução a partir da relação direta com o espectador. Essa relação é estabelecida quando, logo no
início da cena, o juiz convoca o público a ocupar o lugar do júri popular, responsabilizando-o por avaliar os discursos que serão
apresentados pela promotoria e defesa e dar o veredicto final.
O campo da Psicologia Organizacional, ou como é muitas vezes chamado, do RH - Recursos Humanos é atravessado
por processos de criminalização diversos, provenientes principalmente de duas grandes áreas: a Empresa e a Academia. No
primeiro, os empresários parecem não identificar a importância de investir em pessoas e quando identificam, parecem não
encontrar um modo de investimento que seja capaz de levar em consideração a singularidade dos colaboradores e a potência
de sua diversidade, o que culmina numa culpabilização do setor de RH sob a acusação de não gerar resultados. No segundo, a
Academia parece enxergar a empresa como um não lugar, o qual, por si só, não tem a possibilidade e nem as condições
necessárias para uma atuação ética e potente do psicólogo.
O juiz encerra o julgamento, independente do veredicto final do Júri, declarando que na verdade a questão discutida
é falsa. Sendo o homem formado pelo resultado de forças que o atravessam e não por uma interioridade psíquica, a questão a
ser debatida é: Que efeitos têm sido produzidos com aquilo que chamamos de RH? É preciso colocar em análise essas
práticas, discutindo as produções e os saberes que estamos perpetuando. Sendo assim nossa conclusão é que o RH por si só
não pode ser classificado como bom ou ruim. Não há uma essência de RH, tampouco um modelo de funcionamento. Seus
resultados dependem deste modo, das forças que se apoderam dele.
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