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Geologia Geral/2011




Foto: Elza Bedani




                              Profª Drª Maria Judite Garcia
                           Profª MSc. Elza de Fátima Bedani




                    2011

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Geologia Geral/2011




                               A TERRA NO ESPAÇO


Localização: A Terra é um pequeno corpo celeste opaco, pertencendo ao grupo de
planetas que possuem sua órbita em torno do Sol. O conjunto formado pelo Sol e
planetas a ele ligados pela força da gravidade constitui o sistema solar que é uma
pequeníssima porção localizada num dos braços periféricos que constitui a Via Láctea.

Forma: A Terra é um elipsóide de rotação do tipo geóide achatado nos pólos.

Dimensões: Diâmetro polar: 12.712 km
           Diâmetro equatorial: 12.756 km

Superfície Terrestre e a Atmosfera: A crosta terrestre ou litosfera é parte superficial
do planeta solidificada constituída de rochas. Envolvendo o globo e em contato com
essa superfície encontra-se a atmosfera de natureza gasosa.

Coordenadas geográficas:
 Meridianos: Trata-se de linhas imaginárias no sentido Norte-Sul, contém o eixo
terrestre e determinam a longitude. O meridiano mais importante é o de Greenwich, que
passa pelo observatório homônimo da Inglaterra. A longitude de um determinado local
na superfície terrestre é o ângulo formado pelo meridiano local e o meridiano de
Greenwich. Varia de 0º - 180º, podendo ser Leste ou Oeste, conforme e posição do local
em relação a Greenwich. O Brasil encontram-se entre os meridianos definidos pelas
longitudes 35ºW.Grw. e 75ºW.Grw.




                 Figura 1: Desenho esquemático demonstrando os meridianos.

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Geologia Geral/2011


Paralelos: São linhas imaginárias do sentido Oeste-Leste, contém o equador, e
determinam a latitude. Os paralelos mais importantes são: Equador, Trópico de Câncer,
Trópico de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico. A latitude de
um determinado local da superfície terrestre é o ângulo de um raio terrestre que passa
pelo local e se projeta no Equador. Assim todos os pontos sobre o mesmo paralelo
possuem a mesma latitude. Varia de 0º - 90º, sendo interpretada como positiva ou Norte
e negativa ou Sul. O Brasil encontra-se entre os paralelos de 5ºN e 34ºS.




                    Figura 2: Desenho esquemático demonstrando os paralelos.


A figura abaixo demonstra o globo terrestre com os paralelos e meridianos. ( = latitude
e L=longitude).




                                                                                                    .




      Figura 3: Esquema representativo do planeta Terra demonstrando os meridianos e os paralelos


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Geologia Geral/2011


Altitude: A altitude de determinada região é o seu desnível em relação ao nível médio
do mar.


Fuso Horário: Devido ao movimento de rotação terrestre que determinam noite e dia,
tornam-se necessários os fusos horários. Obtém-se dividindo o número de graus da
circunferência da Terra (360º) pelo número de horas do dia (24h).


                                      Ex: 360º = 15º/h
                                          24h


Dessa forma, cada 15º de longitude correspondente a 1 hora de fuso horário.

O meridiano considerado de 0º é o Greenwich.

O Brasil encontra-se no meridiano P (45ºW), que passa por Brasília.




        Figura 4: Mapa Mundi representando o Meridiano de Greenwich, latitudes e longitudes.




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Geologia Geral/2011
                       MOVIMENTOS TERRESTRES


Movimento de Rotação: Consta do movimento efetuado pela Terra no sentido oeste-
leste, ao redor de seu eixo imaginário polar. O tempo necessário para que seja
completado o giro de 360º é de 23hs, 56’,4.09” com a velocidade de 1.666km/h. Como
a Terra possui a forma elipsóide de rotação, sempre expõe metade da superfície ao Sol,
assim o movimento de rotação tem como conseqüência os dias e as noites.




                              Figura 5: Movimentos de rotação.


Movimento de Translação ou Revolução: trata-se do movimento que a Terra efetua em
torno do Sol, no sentido oeste-leste, traçando uma órbita denominada de elíptica. A
velocidade é de 106.500km/h, com a duração de 365 dias, 5 hs, 45’ e 48”, para uma
trajetória completa. Durante este movimento, a Terra ocupa posições mais próximas e
mais afastadas do Sol.




                     Figura 6: Movimento de translação do planeta Terra.


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Geologia Geral/2011
 Periélio: é a posição em que a Terra se encontra mais próxima do Sol,

 aproximadamente a 146.080.000Km.

 Afélio: é a posição em que a Terra se encontra mais afastada do Sol, aproximadamente

 151.200.000Km.

 Inclinação do Eixo Terrestre: O eixo da Terra apresenta um ângulo de inclinação de

 23º27’ em relação ao plano da elíptica (conforme figura 7). Devido a essa inclinação, o

 afastamento máximo do plano da elíptica em relação ao plano da órbita ocorre nos

 solstícios e o afastamento zero nos equinócios; o afastamento entre os dois planos

 denomina-se declinação. Assim, dias e noites não possuem a mesma duração, exceto no

 equador onde o dia e a noite possuem a duração de 12 horas durante o ano todo. Os

 raios solares podem atingir a superfície terrestre de forma direta ou oblíqua; no equador,

 os raios solares são diretos, tornando-se cada vez mais oblíquos em direção aos pólos

 devido a curvatura da Terra, inclinação do eixo e a posição da Terra em relação ao Sol

 (figura 8).




Figura 7: Representação esquemática do planeta Terra demonstrado a inclinação do eixo de rotação.




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Geologia Geral/2011




         Figura 8: Inclinação do Planeta Terra e a incidência dos raios solares.




Estações do Ano: As estações do ano são originadas pelo movimento de translação e
pela inclinação do eixo terrestre, que determinam a variação da energia solar recebida.


Solstícios: Ocorrem quando os raios solares formam um ângulo de 90º com um dos
trópicos (Câncer ou Capricórnio) e 66º33’ com o equador, resultando em dias e noites
desiguais.


Equinócios: Quando os raios solares formam um ângulo de 90º com o equador,
atingindo obliquamente ambos os hemisférios, com a mesma quantidade de energia. As
noites e os dias são iguais,




    Hemisfério Sul                      Data                  Hemisfério Norte

       Solstício de Verão               21/12                    Solstício de Inverno

       Equinócio de Outono              21/03                    Equinócio de Primavera

       Solstício de Inverno             21/06                    Solstício de Verão

       Equinócio de Primavera           23/09                    Equinócio de Outono




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Geologia Geral/2011




                 Figura 9: Representação esquemática dos solstícios e equinócios.


Movimento de Precessão dos Equinócios: Consta no movimento que o eixo terrestre
executa num período de 25.000 anos; o plano de órbita terrestre em torno do plano do
Equador, descrevendo uma figura cônica no espaço, assim cada ano o equinócio se
adianta 50 segundos em relação ao ano anterior. Este movimento acarreta em alterações
nas estações do ano em todo o planeta, e a conseqüente lenta mudança climática.
Ex.: Dentro de cerca de 13.000 anos, o periélio corresponderá ao período de verão para
o hemisfério Norte e inverno para o hemisfério Sul (inverno atual).
Movimento de Nutação: Consta de um movimento oscilatório do eixo terrestre durante
a Precessão dos Equinócios, com duração de 18,6 anos.




           Figura 10: Representação esquemática do movimento de nutação.




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Geologia Geral/2011

                 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA

Meteorologia: Área da Geofísica que trata do estudo da atmosfera e dos fenômenos
que nela ocorrem, atingindo direta ou indiretamente a superfície terrestre.
Do grego:    meteoro = qualquer coisa que cai do céu.

            logus = conhecimento, estudo.

Conceito de Tempo: São condições atmosféricas temporárias de um local num
determinado momento, que se integram no tempo e o espaço para formar o clima de
uma região. Ele muda constantemente.
Por exemplo: num mesmo dia pode fazer calor, chover e esfriar ou o dia está
chuvoso.
Conceito de Clima: Trata-se de um conjunto de fenômenos meteorológicos que
caracterizam o estado médio da atmosfera em qualquer local na superfície terrestre.
Todos os fenômenos meteorológicos também são elementos do clima. Os mais
importantes são a temperatura e as precipitações, por esse motivo, os climas podem
ser classificados de acordo com as precipitações e com a temperatura.

De acordo com as precipitações, o clima pode ser:
    Muito úmido ou super-úmido: quando chove mais de 2500M3 por ano.
    Úmido: quando chove de 1200M3 a 2500M3 anuais.
    Semi-úmido: quando chove de 500M3 a 1200M3 por ano.
    Semi-árido: quando chove de 250M3 a 500M3 anuais.
    Árido: quando chove menos de 250M3 por ano.

De acordo com as temperaturas, o clima pode ser:
    Quente: quando a temperatura média do mês mais frio for maior que 18o C.
    Temperado: quando a temperatura do mês mais frio for menor que 18o C e
       maior que 3o C abaixo de zero.
    Frio: quando a temperatura média do mês mais frio for menor que 3o C
       abaixo de zero e do mês mais quente for maior que 10o C. Neste caso há
       queda de neve de três a seis meses no ano.
    Polar: quando a temperatura média do mês mais quente for menor que 10o C.
       nesse caso, o gelo cobre o solo durante mais de seis meses no ano.



Fatores que influenciam o clima: ventos, temperatura, umidade, evaporação,

insolação, latitude, longitude, altitude, correntes marítimas, vegetação, etc.




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Geologia Geral/2011
Clima como fator geográfico: o clima é de grande importância para a vida humana,
visto que determina o solo e a vegetação de qualquer local, exercendo influência na
utilização da Terra (cultivo, pastagens, bosques, etc.). A distribuição da população
mundial está relacionada com as vantagens do clima e topografia favoráveis.
Conforme a figura 11.




                Figura 11: Demonstração das zonas climáticas no mapa mundi.

Atmosfera

A atmosfera é o ar que respiramos e sem o qual não viveríamos. Além de partículas
de poeira e vapor de água, essa camada contém os seguintes gases: nitrogênio (78 %
do total), oxigênio (21 %) e gás carbônico, contém ainda gases raros, assim
chamados porque existem em quantidades muito pequenas no ar.

A atmosfera funciona como um filtro seletor, restringindo os comprimentos de onda
da radiação que atinge o globo.

Nós vivemos envolvidos por uma grande massa de ar, chamado de atmosfera. O
estudo da atmosfera é feito com base nas informações fornecidas pelas sondas
espaciais, pelos satélites meteorológicos, pelos foguetes e naves espaciais.

À medida que subimos na atmosfera, o ar vai se tornando menos denso, até ficar
bastante rarefeito, isto é, as partículas dos gases que compõem o ar vão se tornado
cada vez mais distante umas das outras.




Camadas da atmosfera


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Geologia Geral/2011




                     Figura 12: Esquema representativo das camadas da atmosfera.



Troposfera
É a camada onde vivemos e se estende até uma altura de 8 a 16 Km acima da
superfície terrestre, onde ocorrem as tempestades e quase todos os fenômenos
meteorológicos: os ventos, as chuvas, as nuvens, o granizo etc.
A temperatura varia muito conforme a altitude, ou seja, a cada 100 metros de
aumento da altitude, há uma queda de 0,6oC e o ar vai se tornando mais frio.
As partículas de poeira em suspensão representam os raios azuis e absorvem as
outras cores que compõem a luz branca do sol. O ar tem uma cor azul muito pálida,
porém não percebemos que este azul altere a cor dos objetos que nos rodeiam, no
entanto, quando olhamos para o céu, vemos através de uma camada muito espessa
de ar, por isso, que o céu nos parece azul.


Estratosfera
Essa camada começa onde termina a troposfera e se estende até 30 Km acima da
superfície terrestre, onde não existe umidade ( nem nuvens ), a temperatura aumenta
de 2oC a 4oC por Km, ao contrário do que acontece na troposfera.
A estratosfera apresenta uma certa concentração de ozônio, gás que enfraquece os
raios ultravioletas que chegam à Terra. Sem esse filtro de ozônio, seria inviável a
vida em nosso planeta pois esses raios são extremamente prejudiciais à saúde,
alterando a constituição das células, podendo inclusive provocar o câncer.


Mesosfera


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Geologia Geral/2011
Começa onde termina a estratosfera e se estende até 30 Km acima da superfície
terrestre onde a temperatura continua a se elevar até 48 Km, depois começa a cair.
Na mesosfera existe grande quantidade de ozônio.


Termosfera
Localiza-se acima da Mesosfera e ocupa de 80 a 400/500 Km, nos períodos de
agitação solar chega a 500 Km de altitude. A composição da termosfera é distinta,
devido aos efeitos da radiação ultravioleta e raios X emitidos pelo Sol, sobre as
moléculas de um grande número de gases que se separam. Os gases também
possuem menos tendência a se misturarem, assim as moléculas mais pesadas
separam-se sob a ação da gravidade.


Ionosfera (este inserida na Termosfera)
É chamado assim, por apresentar grande quantidade de partículas carregadas de
eletricidade, os íons, que possibilitam as transmissões por rádios, refletindo as ondas
radiofônicas que percorrem todo o mundo. Estende-se até 640 Km acima da
superfície terrestre, sendo, constantemente bombardeada por meteoros que não
atingem a Terra porque se fragmentam nesta camada.


Exosfera
A exosfera começa no limite com a ionosfera e se estende até confundir – se com o
espaço cósmico. Nessa camada o ar é bastante rarefeito.



Ozônio Atmosférico: as moléculas de ozônio (gás) constituem-se de 3 átomos de
oxigênio (O3). A concentração de ozônio varia com a altitude, latitude e hora. A
maior parte forma-se na alta estratosfera, como resultado da absorção da radiação
ultravioleta. O ozônio pode formar-se também próximo a superfície terrestre devido
a descargas elétricas.
A presença deste gás na atmosfera é de importância vital para o homem. Se a
radiação ultravioleta atingisse a superfície terrestre na sua carga original não
existiria vida sobre os continentes. Atualmente a camada de ozônio está sendo
destruída pelos gases cloro-flúor-carbonetos (CFC), entre eles o gás Freon utilizado
como refrigeradores em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, propulsores de
spray, fabricação de espuma plástica e de componentes eletrônicos. O ozônio é um
gás instável e muda facilmente para O2, assim os CFCs quebram facilmente estas
moléculas e impedem sua produção. A destruição da camada de ozônio, acarreta no
aumento do número de queimaduras de pele, câncer de pele, cataratas, queda nas
defesas do organismo e até alterações no DNA, que levam a informação genética de
todos os seres vivos. Além de alterar o plâncton marinho que serve de alimento para
peixes, assim como na produção agrícola. Por outro lado a pequena quantidade de
radiação ultravioleta que chega a superfície terrestre acarreta na produção de
vitamina “D”, que fortalece os ossos.



                                        12
Geologia Geral/2011




                  Figura 13: Representação esquemática da camada de ozônio.


Dióxido de Carbono: o dióxido de carbono (CO2) atmosférico resulta da respiração
humana e animal, da decomposição e combustão de materiais que possuem carbono
e das atividades vulcânicas. A maior parte deste gás encontra-se dissolvida nos
oceanos, mas a solubilidade varia com a temperatura. Funciona como um filtro
seletor, restringindo os comprimentos de onda da radiação infravermelha, além de
envolver o Globo (como uma capa de vidro), evitando que o calor liberado para a
atmosfera saia rapidamente para o espaço. Nos últimos vinte anos a quantidade de
dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado, devido a queima de combustíveis
fósseis (petróleo e carvão), mesmo com a absorção deste gás pelos vegetais, o
desmatamento tem reduzido essa capacidade. Assim o aumento de dióxido de
carbono suspenso na atmosfera, deixa passar a radiação solar, mas bloqueia a saída
de calor irradiado pela Terra, formando uma espécie de estufa.




     Figura 14: Representação esquemática do efeito estufa.



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Geologia Geral/2011


                      FATORES FÍSICOS DO TEMPO

INSOLAÇÃO OU RADIAÇÃO SOLAR: é a duração do Sol descoberto ou brilho
solar, livre de quaisquer nuvens capazes de interrompê-lo. Por seus múltiplos efeitos,
tem grande importância para a metereologia e a sua observação sistemática, além de
valiosa à agricultura, concorre valiosamente para a determinação de climas. A radiação
solar total que atinge a superfície da Terra compõe-se de uma parte de raios visíveis e
outra parte de calor (raios infravermelhos e ultravioletas suaves).

Aparelhos para medição:

Actinógrafo: mede a radiação solar global que atinge diretamente a superfície terrestre
(radiação solar direta) e a outra parte que mede a superfície terrestre após sofrer
processo de difusão (radiação difusa).

Heliógrafo: registra apenas o número de horas de insolação diária numa região, ou o
número de horas de brilho do sol, medindo, portanto, a duração da radiação solar direta.




            Raios solares




                                                                               Registro da radiação




                      Figura 15: Heliógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.




                                             14
Geologia Geral/2011
TEMPERATURA: consta da maior ou menor quantidade de calor no ar, condição que
determina se um corpo tem capacidade para transmitir calor a outros. Quando há o
aumento de temperatura de um corpo, modificam-se certas características físicas.




    Figura 16: Abrigo meteorológico da Universidade Guarulhos e exemplo dos termômetros de
máxima e mínima.


Aparelhos para medição:

Termômetros: estes são graduados para fornecer a temperatura em graus e as escalas
termométricas são fixadas em dois limites, os pontos de fusão e ebulição.

As substâncias utilizadas na fabricação de termômetros são: líquidos (álcool, hélio e
nitrogênio), gasosos (hidrogênio, hélio e nitrogênio) e sólidos (platina, irídio, etc.).
Exemplos de alguns termômetros utilizados: Termômetro de Gás, Termômetro de
Vidro, Termômetro de Álcool e Tolueno, Termômetro de Mercúrio, Termômetro
Metálico, Termômetro de Boudon, Termômetro Bimetálico ou de Distorções,
Termômetro Elétrico, Termômetro Meteorológico.


A medição pode ser feita pelas escalas a seguir:

Escala Celsius ou centesimal: Nesta escala o ponto de fusão é de Oº e o de ebulição é
100º. A escala foi determinada pelo físico sueco Celsius (1701-1744), que submeteu
uma coluna de mercúrio no gelo, obtendo o valor zero no ponto de fusão e 100 no ponto
de ebulição, quando submeteu a coluna de mercúrio ao ponto de ebulição da água
destilada. Dividiu esta distância de 0-100 em 100 partes iguais (graus Celsius,
centesimais ou centígrados).

Escala Fahrenheit: O ponto de fusão é de 32 ºF e o de ebulição é 212 ºF. A escala foi
determinada por Daniel Gabriel Fahrenheit (1710) que mergulhou uma mistura de neve,

                                           15
Geologia Geral/2011
sal comum e amônia, uma coluna de mercúrio, considerando como zero a altura da
coluna de mercúrio em tais condições. Submeteu novamente a coluna de mercúrio à
temperatura do corpo humano (amarrou a coluna ao seu corpo), marcando a nova altura
da coluna de mercúrio. Dividiu o intervalo entre os dois pontos em 96 partes iguais,
determinando o ponto da ebulição e de fusão da água.

Escala Kelvin ou Temperatura absoluta: foi determinado por William Tompson Lord
Kelvin (1852), onde a temperatura do ponto de fusão corresponde a 273,15 K e a do
ponto de ebulição, 373,15 K. O limite inferior da escala é um valor inatingível (zero
absoluto), que representa o ponto onde a energia termal das moléculas desaparece por
completo, átomos e moléculas de um determinado corpo encontram-se num estado
absoluto de repouso. O zero absoluto equivale a –273,15ºC, sendo a mais baixa
temperatura do universo físico.

Medição da Temperatura do Ar: Essa medição é realizada por termômetros especiais
que possuem um grande número de propriedades físicas da matéria, principalmente a
dilatação e a variação da resistência elétrica em função da temperatura.

Termômetro de máxima: possui um estrangulamento no tubo capilar, próximo ao
reservatório do líquido termométrico (mercúrio) para estreitar o calibre (saída) do tubo.
Com a elevação da temperatura, o líquido termométrico dilata-se o reservatório, de tal
forma, que consegue transpor o estrangulamento. Com a diminuição da temperatura, o
estrangulamento não permite que o líquido termométrico volte ao reservatório. Assim, o
referido líquido estaciona na temperatura máxima do dia. Tem como função medir a
temperatura máxima do dia.
                                                                 Bulbo Úmido
                   Bulbo Seco




                                                                          Termômetro de Máxima



     Termômetro de Mínima




Figura 17: Termômetros de máxima e mínima e bulbos seco e úmido da Estação Meteorológica da
                                Universidade Guarulhos.

                                               16
Geologia Geral/2011
Termômetro de mínima: geralmente o líquido termométrico mais usado é o álcool.
Possui uma agulha (indicador) de porcelana ou vidro escuro (azul), em forma de alteres,
com aproximadamente 2 cm e imersa no álcool. Quando a temperatura diminui o álcool
se contrai, arrastando a agulha, visto que a tensão superficial na extremidade da coluna
de álcool é maior que peso (massa) do índice (agulha). Quando a temperatura aumenta,
o álcool dilata-se e escoa ao redor do índice (agulha), deixando-o na posição da menor
temperatura. O reservatório do líquido temporário (álcool), possui a forma de duas
ampolas cilíndricas. Tem como função, medir a temperatura mínima diária em ºC.

Termógráfo: Consta de um aparelho registrador, que possui um cilindro com relógio,
onde é acoplado um gráfico semanal. O registro é efetuado por uma agulha que oscila
de acordo com as variações de temperatura. A agulha encontra-se ligada a uma haste
que por sua vez está ligada a um sistema de alavancas (que dá amplitude ao
movimento), assim quando estes variam a agulha se desloca na vertical.




        Figura 18: Exemplo de um Termógrafo, registro de temperatura do ar em forma de gráfico.



Medição da Temperatura do Solo:

Geotermômetros: Os mais utilizados são os de mercúrio, com bulbo de vidro. Para
evitar que sejam removidos para leitura, os termômetros, cujo elemento sensível pode
encontrar-se a 2, 5, 10, 20, 30, 50 ou 100 cm de profundidade, têm hastes curvadas em
ângulo relo (90º). A profundidade para a qual se destina é definida pelo comprimento
entre o centro do reservatório com líquido termométrico e com protuberância colocada
acima dela. Os geotermômetros para até 40 cm permanecem fixos no solo, enquanto que
os de 50 e de 100 cm são retos e instalados através de finos tubos de acesso, podendo
ficar assim suspensos ou colocados na hora da leitura e após isso, retirados.




                                               17
Geologia Geral/2011




           Figura 19: Exemplos de geotermômetros (solo nu, relva morta e relva viva).




Figura 20: Termômetro de solo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.




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Geologia Geral/2011
PRESSÃO ATMOSFÉRICA: A pressão é o fator físico do tempo de maior
importância para a dinâmica da atmosfera, sendo responsável pela circulação geral da
atmosfera. Trata-se do peso dos gases que constituem a atmosfera sobre a superfície
terrestre.


Aparelhos para medição:

Barômetro Aneróide: é um equipamento de medida e consiste basicamente em uma
cápsula de metal, flexível, selada e com vácuo interno parcial. A capsula é impedida de
ser esmagada pela pressão atmosférica por uma mola interna, mas responde às variações
de pressão, variando sua dimensão. Tais variações são transmitidas a um ponteiro, que
indica a pressão sobre um mostrador, com graduação em mm Hg (interna) e milibares
(externa). Os barômetros aneróides são menos precisos que os de mercúrio, devendo ser
freqüentemente conferidos com este, mas são mais utilizados por serem portáteis, de
fácil transporte, manuseio e mais resistentes a choques.




  Figura 21: Barômetro Aneróide da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.




Barômetro de mercúrio: trata-se de um equipamento de medida e é basicamente igual ao
de Torricelli, sendo o instrumento mais preciso na medição de pressão atmosférica. É
constituído de uma cuba, que é o reservatório de mercúrio e de uma coluna de
aproximadamente 90 cm de comprimento. A pressão atmosférica é dada pelo
comprimento da coluna de mercúrio entre o nível do reservatório e o menisco.




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Barógrafo: outro tipo de equipamento de medida, semelhante ao barômetro aneróide só
que registra em gráfico a variação da pressão. Consiste em diversas cápsulas metálicas
superpostas, o movimento combinado entre elas é comunicado a um ponteiro que
termina num bico de pena. A pena por sua vez, registra a pressão de maneira contínua,
sobre um gráfico colocado ao redor de um cilindro, que gira vagarosamente, acionada
por um mecanismo de relojoaria. Um sistema de molas e alavanca dá amplitude do
braço registrador. O gráfico roda por sete dias (uma semana).




                     Figura 22: Presença do gráfico do Barógrafo.




Unidades de Medida: as unidades de pressão representam o comprimento de uma
coluna de mercúrio, necessária para equilibrar a pressão atmosférica, sendo medida em
milímetros de mercúrio (mm Hg) e polegadas de mercúrio (pol. Hg). No sistema CGS a
unidade de pressão é o Bária, que corresponde a 1 Dina por cm2. No entanto trata-se de
uma unidade inconveniente para fins meteorológicos, adotando-se o Bar, que
corresponde a 1.000.000 Bárias. Na prática meteorológica utiliza-se a milésima parte do
Bar, que é o milibar (mb), que corresponde a 1.000 Dinas por cm2.
Um milibar corresponde a pressão exercida por uma força de 100 Newtons por cada
metro quadrado de superfície em contato com o ar.




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VENTOS: é o ar em movimento (horizontal e vertical) em relação à superfície terrestre,
resulta de diferenças de pressão ocasionadas pelas variações de temperatura.


Aparelhos para medição:

Catavento Wild: é um equipamento de medida constituído de duas partes: uma chapa de
ferro retangular T, pendente e movediça, que impelida pelo vento se desvia na vertical,
na direção dos ponteiros projetados de um aro metálico (8 ponteiros). Cada um dos
ponteiros corresponde a uma certa força do vento, fornecendo uma velocidade indireta.
O outro pouco abaixo preso à haste, encontra-se a grimpa em posição horizontal,
apresentando uma bola metálica numa extremidade e na outra uma chapa, onde o vento
bate fazendo-a girar, posicionando a esfera metálica na direção de onde o vento vem.
Este conjunto de velocidade e direção gira livremente no mastro dos ventos. Logo
abaixo encontra-se quatro varetas fixas na horizontal, indicativas dos quatro pontos
cardeais principais, uma delas possui a letra “N” que representa o norte.

Anemômetro Universal: este aparelho de medida registra mecanicamente a direção, a
velocidade instantânea e a velocidade média do vento. Registra num gráfico os valores
acima com quatro penas, sendo duas para direção, uma para velocidade instantânea e a
outra para a velocidade média. É constituído de conchas giratórias, grimpa, sensores e
um sistema mecânico que transmite o movimento das penas sobre o diagrama do
aparelho.




  Figura 23: Anemômetro e Catavento Wild da Estação Meteorológica de Universidade Guarulhos.


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Biruta: este equipamento consta de uma armação cilíndrica de ferro, que é envolvida por
um tecido resistente, formando a abertura maior. O tecido cai fora da armação com uma
abertura maior. O vento entra pela abertura maior e sai pela abertura menor, assim a
posição para onde estiver voltada a abertura maior, corresponde à direção de onde o
vento vem.




       Figura 24: Biruta da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.

Medidas do vento: é difícil medir a direção e a velocidade dos ventos com precisão na
superfície terrestre, devido ao atrito que o movimento do ar sofre pela rugosidade do
solo, natureza das superfícies, fontes de calor, presença de edifícios, etc.

Módulo: é fornecido pela intensidade do vento, ou seja, é a própria velocidade do vento,
geralmente expressa em m/s; km/h; km/dia; milhas/h; nós e pela Escala Beaufort (que
mede as oscilações na fumaça, folhas, ramos e bandeiras que correspondem aos efeitos
da força do vento sobre a paisagem).

Direção: é o local de onde o vento vem, a direção é fornecida pelos pontos cardeais da
Rosa-dos-ventos.




               Figura 25: Rosa-dos-ventos e as direções dos ventos.

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EVAPORAÇÃO: consta do processo pelo qual a água da superfície terrestre úmida,
molhada ou dos lençóis freáticos (água das camadas inferiores) passa para a atmosfera
na forma de vapor, a uma temperatura inferior à ebulição. Utilizam-se as seguintes
unidades de medidas: mililitro (ml) e o milímetro (mm).

Aparelhos para medição:

Evaporímetro de Pichê ou Atmômetro: Trata-se de um equipamento de medida que se
constitui de um tubo de vidro, fechado em uma das extremidades, graduado em
mililitros (ml), números inteiros e décimos, a partir da extremidade fechada. Na
extremidade aberta possui um anel metálico com uma garra que prende um disco de
papel de filtro com 3,2 cm de diâmetro. A água do tubo desce, satura o papel de filtro,
conforme vai ocorrendo a evaporação no papel, a água vai descendo do tubo. Utiliza-se
água destilada, porque não possui sais dissolvidos, que na evaporação poderiam
cristalizar-se no papel de filtro, diminuindo assim o poder de absorver e evaporar a
água. Sua função é de medir a evaporação a sombra.




    Figura 26: Evaporímetro de Piché da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.

Tanque de evaporação: corresponde a um tanque cheio de água, com marcação de um
nível de água, onde se coloca um aparelho para medir o quanto de água evaporou
durante o dia.




    Figura 27: Exemplos de tanque de evaporação, mede o quanto evapora durante o dia.

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UMIDADE ATMOSFÉRICA: Trata-se da quantidade de vapor d’água contida na
atmosfera, resultante da evaporação. A umidade relativa é a relação entre a quantidade
de vapor d’água contida na atmosfera e o máximo que poderia conter, sendo expressa
em porcentagem (%).


Aparelhos para medição:

Higrômetro: Este equipamento de medida constitui-se de uma cápsula metálica esférica,
com um mecanismo que utiliza como elemento sensível o “cabelo humano”. O cabelo
quando livre de gorduras, sofre variações (encurtamento e alongamento), de acordo com
as mudanças da umidade. O aparelho possui um mostrador com os diferentes valores de
umidade e um ponteiro. Conforme ocorre as variações da umidade (concentração e
dissensão do cabelo), o ponteiro movimenta-se, assinalando o valor da umidade relativa
em (%).

Psicrômetro: É um equipamento de medida que possui dois termômetros exatamente
iguais: Bulbo seco e bulbo úmido. O último possui o bulbo envolvido por uma gase
úmida e em parte mergulhada num copinho com água destilada. Suas funções são:
separadamente o bulbo seco fornece a temperatura do ar seco e o bulbo úmido a
temperatura do ar úmido; Em conjunto, através da tabela Psicrométrica, fornecem a
umidade relativa.




                       Bulbo Seco

                                                                  Bulbo Úmido




         Figura 28: Exemplo de psicrômetro (bulbo seco e bulbo úmido).




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Higrógráfo: Consta de um aparelho registrador, que possui um cilindro com relógio,
onde é acoplado um gráfico semanal, que é numerado de cima para baixo do zero a cem.
O registro é efetuado pr uma agulha que oscila de acordo com as variações de umidade.
Externamente é coberto por uma capa metálica ventilada, onde encontram-se feixes de
cabelo (humanos) que se contraem e se distendem de acordo com a quantidade de
umidade do ar, devido ao seu alto grau de sensibilidade. A agulha encontra-se ligada a
uma haste que por sua vez está ligada a um sistema de alavancas (que dá amplitude ao
movimento), assim quando estes variam a agulha se desloca na vertical. A rotação
completa pode ser em 24 horas ou em 7 dias.




  Higrógrafo




  Termógrafo




                Figura 29: Higrógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos.




                                     Figura 30: Exemplo de Higrógrafo.




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PRECIPITAÇÃO: Constitui-se de partículas sólidas ou líquidas em queda na
atmosfera e atingem o solo ou se depositam sobre ele. Sendo o principal mecanismo
natural de restabelecimento dos recursos hídricos da superfície terrestre.

Tipos de Precipitação: têm-se as que ocorrem nas regiões mais elevadas da troposfera e
são de dois tipos: Precipitação Líquida (chuva, chuvisco ou garoa) e Precipitação Sólida
(neve, pelotas de neve, neve granular, pelotas de gelo, grãos de gelo, granizo, saraiva e
prismas de gelo); As depositadas sobre a superfície terrestre são: Deposição líquida
(orvalho) e Deposição Sólida (geada e escarcha).


Aparelhos para medição:

Pluviômetro “Ville de Paris”: Trata-se de um equipamento de medida caracterizado por
um reservatório alongado, que termina na parte inferior num tubo com uma pequena
torneira, um receptor em forma de funil, que se adapta à parte superior do reservatório e
um aro circular de latão, com aresta cortante, que se encaixa externamente sobre a boca
do funil. Acompanham o pluviômetro duas provetas graduadas em milímetros (mm).




                   Figura 31: Pluviômetro da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos



Pluviógrafo: consta de duas peças cilíndricas que encaixam, sendo a parte superior que
define a área de captação e possui um funil na peça inferior. O que diferencia o
pluviógrafo de um pluviômetro é que além de acumular a precipitação o aparelho faz o
seu registro num gráfico, o que possibilita determinar o início e o término da
precipitação. Ainda, através da relação entre a quantidade da precipitação e o intervalo

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Geologia Geral/2011
de tempo de sua ocorrência, é possível saber-se a intensidade e que tipo de precipitação
ocorreu (chuva, chuvisco, etc.) Constitui-se de um funil coletor, que recebe a
precipitação, deixando-a cair num sistema coletor com uma bóia, a qual se encontra
acopla a uma haste com uma agulha na extremidade. Conforme a água entra no sistema
coletor a bóia vai subindo, deslocando a agulha, que efetua o registro num gráfico
acoplado a um cilindro com um sistema de relojoaria. O cilindro efetua um giro de 360º
em 24 horas, assim o gráfico acoplado a ele é diário, sendo dividido de hora em hora e
cada uma em intervalos de 10 minutos (na horizontal). Na vertical encontram-se os
valores de precipitação de 0 a 10 mm, as maiores divisões são de cada 1mm e as
menores em décimos de mm (0,1). Quando a agulha se movimenta e atinge o topo do
gráfico (10mm), a água é pressionada pela bóia e sai pelo sifão, caindo numa caneca na
base do pluviógrafo.




                 Figura 32: Pluviógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos




Unidades de Medida: as unidades que são adotadas pela OMM para a medida da
quantidade de precipitação são:
Para o volume da precipitação caída: o litro
Para a superfície: m2
Para o tempo: o espaço de 24 horas



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                                 METEOROS

Trata-se de fenômenos visíveis na atmosfera, o que diferencia dos meteoros
astronômicos (estrelas cadentes, cometas, etc.).
São fenômenos freqüentes e observados na atmosfera ou ao nível da superfície
terrestre. Podem ser de natureza óptica, elétrica, sólida ou líquida.

Hidrometeoros: consiste de um conjunto de partículas de água (sólida ou líquida)
que podem aparecer em queda ou suspensos na atmosfera, levantada da superfície
terrestre pelo vento, depositadas sobre objetos no solo ou na atmosfera de forma
livre.

Em queda: Conjunto de partículas que se originam nas nuvens, caem e atingem o
solo.
Chuva : precipitação de partículas de água líquida, na forma de gotas com diâmetro
> a 0,5mm ou de gotas menores muito dispersas.
Chuva Congelada: ocorre quando as gotas de água congelam em contato com o solo,
com objetos na superfície terrestre ou com as aeronaves em vôo.
Garoa ou chuvisco : é a precipitação uniforme de finas gotas d’água (diâmetro < a
0,5mm).
Garoa Congelada: ocorre quando as gotas se congelam em contato com o solo, com
objetos na superfície terrestre ou com as aeronaves em vôo.
Neve: precipitação de cristais de gelo. Quando a neve atravessa as camadas de ar
com temperatura de 0ºC ou um pouco superior, condensa a água líquida sobre a
superfície, tornando-se úmida, em parte derrete, perde sua regularidade e aglomera-
se formando flocos brancos volumosos.
Pelotas de neve: precipitação de grãos de gelo branco e opaco, são esféricos ou
cônicos, com diâmetro entre 2 e 5mm.
Neve granular: precipitação de grãos de gelo, muito pequenos, brancos e opacos.
São relativamente achatados ou alongados, com diâmetro geralmente inferior a
1mm.
Granizo: grânulos de neve envolvidos por uma fina camada de gelo, desmancham-se
facilmente com a unha. É freqüente na primavera e inverno, nas altas latitudes e
regiões montanhosas. Pode cair junto com a neve.
Saraiva : precipitação de glóbulos ou pedaços de gelo, com diâmetro de 5 a 50mm
ou mais, que caem separados ou aglomerados em blocos irregulares. No verão os
pedaços são geralmente grandes, constituído-se de camadas concêntricas de gelo,
opacas ou transparentes, comprimidas umas contra as outras.

Em suspensão: constituem um conjunto de partículas em suspensão na atmosfera.




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Geologia Geral/2011
Nevoeiro: suspensão na atmosfera de pequenas gotas d’água reduzindo geralmente a
visibilidade horizontal na superfície terrestre a menos de 1 km. Considera-se forte,
quando não são percebidos
os objetos além de 100 metros do observador e fraco, quando os objetos podem ser
avistados a mais de 100 metros.

Névoa úmida: consta da suspensão na atmosfera de gotículas d’água microscópicas,
ou de partículas higroscópicas úmidas, que reduzem a visibilidade na superfície
terrestre, a mais de 1 km.

Por elevação da superfície: trata-se de partículas sólidas ou líquidas levantadas da
superfície terrestre pelo vento.
Tempestade de neve : consta de um conjunto de partículas de neve, levantadas do
solo por um vento superficialmente forte e turbulento. Pode ser classificada em
baixa e elevada, sendo que a segunda reduz bastante a visibilidade.
Escuma: constitui-se de partículas de água levantadas pelo vento, de uma superfície
líquida, geralmente das cristas das ondas e levantadas na atmosfera a pequenas
altitudes.
Tromba ou Tornado: consiste num turbilhão de vento, geralmente intenso, que se
manifesta por uma coluna de nuvens, ou num cone de nuvens invertido, em forma
de funil, saindo da base de um cumulonimbus. Pode ter gotículas d’água levantadas
da superfície do mar, poeira, areia, ou detritos diversos erguidos do solo. O eixo da
coluna da nuvem pode ser vertical ou inclinado, alcança o repuxo, dentro do
turbilhão o ar move-se rapidamente no sentido ciclônico.

Depósitos sobre o solo: trata-se de partículas sólidas ou líquidas, que se depositam
sobre os objetos na superfície terrestre.

Orvalho: conta de um depósito de gotículas d’água contido no ar ambiente, visto que
a temperatura do solo se encontra igual ou inferior à temperatura do ponto de
orvalho do ar ambiente. Ocorre em noites de céu limpo, na presença de massas de ar
de baixo teor de umidade e com ventos de velocidades baixas. A época de maior
freqüência na formação de orvalho é no outono e inverno para o Brasil.
Geada: trata-se de um depósito de gelo, com aspecto cristalino, na forma de
camadas, agulhas, penas ou leques. Forma-se quando a temperatura do ar ambiente
se encontra abaixo de 0º, acarretando no congelamento da superfície de água livre,
da água depositada como orvalho, da água de encanamentos e de soluções aquosas,
como as existentes nas células de animais e vegetais. A formação associa-se a
massas de ar polares, com baixo teor de umidade e sem nebulosidade.
Escarcha: constituem-se depósitos de gelo na forma de grânulos, mais ou menos
separados por inclusões de ar, podem apresentar ramificações cristalinas. Resulta do
congelamento de gotas de água de um nevoeiro, visto que se encontram
superresfriadas e quando se chocam com objetos mais frios, solidificam-se
imediatamente. A escarcha é muito semelhante à geada, mas é mais áspera. Pode
apresentar-se branca ou transparente, no caso da última, origina-se do congelamento
de gotículas de garoa ou de chuva.

                                       29
Geologia Geral/2011

Litometeoros: constituem-se de conjuntos de partículas sólidas, não aquosas em
suspensão na atmosfera, elevadas do solo pelo veto. As partículas possuem variadas
origens: fumaça de cidades industriais, queimadas, poeiras de regiões secas,
partículas de sal marinho, cinzas vulcânicas, etc. Podem ser transportadas a grandes
distâncias e altitudes pelo vento.

Névoa seca : trata-se de partículas extremamente pequenas, sólidas e secas,
invisíveis a olho nu. São suficientemente numerosas para fornecer um aspecto
opaco. Considera-se névoa seca, quando a umidade relativa se encontra abaixo de
80%. No Brasil, a névoa seca origina-se principalmente da mistura de fumaça de
queimadas com poeira levantada pelo vento, nos meses de seca no interior do país.

Névoa de poeira : constitui-se de poeira ou de pequenas partículas de areia, que
foram levantadas do solo pelo vento e colocadas em suspensão na atmosfera.
Resulta de uma tempestade de poeira ou de areia, ocorrida antes da hora de
observação.

Fotometeoros: são fenômenos resultantes de reflexão, refração, difração ou
interferência de luz solar ou lunar.

Fenômenos de halo solar e lunar: constam de arcos, anéis, colunas ou focos
luminosos resultantes da refração ou reflexão da luz, por cristais de gelo em
suspensão na atmosfera. Ocorrem em torno da Lua ou do Sol.

Imagem do Sol: aparece na vertical e abaixo do Sol, na forma de uma mancha
branca brilhando, é análoga à imagem do Sol sobre uma superfície de água
tranqüila.

Coroa Solar e Lunar: constam de anéis coloridos (um ou em série, raramente mais
que três) centralizados sobre o Sol ou sobre a Lua.

Irisação: trata-se de cores observadas sobre as nuvens, entremeadas ou na forma de
bandas paralelas aos contornos das nuvens. As cores predominantes são o verde e o
rosa.

Arco-Íris : trata-se de um grupo de arcos concêntricos, cujas cores vão do violeta ao
vermelho, são produzidos pela luz solar ou lunar sobre um gotas de água na
atmosfera.

Eletrometeoros: consta de manifestações visíveis ou audíveis de eletricidade
atmosférica.

Trovoada: trata-se de uma ou várias descargas bruscas de eletricidade atmosférica,
manifestando-se por uma claridade breve e intensa (relâmpago) e por um ruído seco,
ou por um rolamento surdo (trovão). A intensidade pode ser fraca, quando os
trovões não são ruidosos e os relâmpagos ocorrem em intervalos de um minuto ou
mais. Pode ser moderada, quando os trovões possuem forte ruídos, em intervalos


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Geologia Geral/2011
   curtos e freqüentes clarões dos relâmpagos. Quando forte os trovões são agudos e
   ocorrem continuamente, com fortes chuvas.

   Relâmpago: consta de manifestações luminosas, que acompanham uma descarga
   brusca de eletricidade atmosférica, que pode ser proveniente de uma nuvem.

   Trovão: consta do ruído seco ou rolado que acompanha o relâmpago.

   Fogo-de-Santelmo: trata-se de uma descarga elétrica luminosa na atmosfera, mais
   ou menos contínua e de intensidade fraca ou moderada, atinge objetos elevados na
   superfície terrestre (pára-raios, aparelhos anemométricos, mastros de navios, ponta
   das asas e hélices de aviões), produz uma espécie de chama.

   Auroras Polares: são fenômenos luminosos da atmosfera, que aparecem na forma de
   arcos, faixas pregueadas ou cortinas. No pólo norte denomina-se de Aurora Boreal,
   são as mais intensas e mais bonitas, visto que são produzidas por cargas positivas.
   No pólo sul denomina-se Aurora Austral, menos intensas e bonitas que as do pólo
   norte, visto que são produzidas por cargas negativas. As auroras polares atingem
   desde a Exosfera até a Ionosfera.



NUVENS E NEBULOSIDADE

Nuvens: Constituem-se de minúsculas gotículas de água, pequenos cristais de gelo,
partículas minúsculas de fumaça, poeira e sal de vaporização do mar, que são suspensos
na atmosfera pelos movimentos ascendentes do ar.

Aparelhos para medição:

Nefoscópio: É um tipo de equipamento de medida de altura, utilizado para determinar
os movimentos das nuvens.

Tetômetro: Este equipamento serve para medir a altura da base da nuvem. O tipo “Farol
Teto” é um farol potente, que ilumina a base da nuvem à noite. Um observador com um
clinômetro mede o ângulo formado pela superfície com a base da nuvem. Assim, a
altura é determinada pelo cateto oposto do ângulo. O tetômetro eletrônico é usado dia e
noite, visto que possui um receptor que mede permanentemente os angulos.

Classificação das nuvens: o aspecto das nuvens depende de sua natureza, dimensão,
número e distribuição no espaço. São sempre brancas, sua coloração deve-se à posição
em relação ao Sol e ao observador. A cor cinzenta é a sombra da nuvem, ocorre quando
esta se interpõe entre o Sol e o observador. São diversas as classificações de nuvens,
cada um obedece a um fato que no caso é colocado em destaque.




                                          31
Geologia Geral/2011
O quadro abaixo representa um geral das nuvens:

                              Gêneros                               Smbologia
    Famílias                                     Representação

         Nuvens                Cirrus                    Ci
          Altas           Cirrus-cumulus                 Cc
                           Cirrustratus                  Cs


         Nuvens            Alto-cumulus                  Ac
         Médias             Altostratus                  As
                           Nimbo-stratus                 Ns


         Nuvens            Strato-cumulus                Sc
         Baixas                Stratus                   St


        Nuvens de           Cumulus                      Cu
     desenvolvimento      Cumulu-nimbus                  Cb
         vertical




                            Figura 33: Tipos de nuvens

                                           32
Geologia Geral/2011



                         MASSAS DE AR E FRENTES

O deslocamento de ar que compõem a circulação geral da atmosfera são complexos e há
um sistema, constantemente variável, de correntes reagindo uma sobre as outras,
ocasionando transporte a grandes distâncias. Devido à forma esférica da Terra, as
regiões polares absorvem menos energia que o Equador, assim o excesso de energia
absorvida nas baixas latitudes é transferido para as altas latitudes, pelos movimentos
atmosféricos.
A convexão em pequena escala, a frente polar e os contrastes terra-água, criam
diversidades nos movimentos atmosféricos, desde pequenos redemoinhos turbulentos
até a circulação geral. Esses padrões de movimentos, sustentados pela energia solar,
ligam-se forçosamente ao ciclo da água e dependem em parte, para seu
desenvolvimento, da energia desprendida durante esse ciclo.


Massas de ar: quando um grande volume de ar atmosférico está em repouso ou
deslocando lentamente sobre uma superfície uniforme, tende a adquirir as características
térmicas ou higrométricas da superfície por onde passa.

Região de origem ou região nascente: é a região onde a massa de ar se forma e quando
uma massa de ar se encontra afastada da região de origem, suas características se
modificam, visto que adquire as características das superfícies por onde transitam,
embora essas características possam ser modificadas durante o seu trânsito.
Superfície de origem: pode ser marítima ((m) ou continental (c).
Tipos de massas de ar: nas regiões temperadas não se formam massas de ar, visto que
as estações do ano são bem definidas, não havendo tempo necessário, para que o ar em
repouso adquira homogeneidade horizontal suficiente para se formar uma massa de ar.
As massas de ar podem ser do tipo: massa de ar antártica (massa de ar fria que se
origina no continente Antártico), massa de ar polar (tem origem na zona subantártica
entre o ar polar e o tropical), massa tropical (tem origem em zonas de ventos variáveis e
divergentes), massa de ar equatorial (origina-se a partir dos ventos alíseos),

Principais características das massas de ar:

Massa de ar frio: é definida como uma massa de ar que é mais fria nos níveis inferiores,
do que na superfície sobre a qual está se deslocando, portanto o ar está se deslocando e
sendo aquecido pela parte inferior. Este aquecimento produz correntes de convexão, que
modificam a massa de ar. Quando for alcançado o nível de condensação pelas correntes
de convexão ascendentes, formar-se as nuvens. Essas nuvens são do tipo cumulus e se o
desenvolvimento continuar, poderão ocorrer aguaceiros e trovoadas. As características
desta massa de ar são: turbulências nos níveis inferiores, gradiente instável de
temperatura e nuvens cumulus e cumulunimbos.




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Geologia Geral/2011
Massa de ar quente: é definida como uma massa de ar mais quente nos níveis inferiores,
do que a superfície sobre o qual está se deslocando. O resfriamento do ar na parte
inferior tende a torná-la mais instável e impede a convexão. Este tipo de massa de ar
tende a manter as suas características originais sofrendo modificações somente nos
níveis inferior. Quando for resfriado, até ao seu ponto de

condensação, formar nevoeiros se os ventos forem fracos e se forem fortes, ocorre uma
turbulência devido ao atrito que mistura as camadas próximas à superfície, formando-se
então uma nuvem tipo stratos. As características desta massa são: ar calmo, gradiente
estável de temperatura, visibilidade prejudicada (fumaça e poeira nos níveis inferiores) e
nuvem estratiforme (stratus e stratocumulus).


Massas que atuam na América do Sul:
Massas equatoriais marítimas (Atlântica e Pacífica)
Massa equatorial continental
Massas tropicais marítimas (Atlântica e Pacífica)
Massa tropical continental
Massas polares marítimas (Atlântica e Pacífica)
Massa polar continental

O hemisfério sul caracteriza-se por sua pequena porção de terra, comparada com a
superfície de água, assim as massas de ar frio que invadem o continente sul-americano,
são úmidas e não muito frias, ar Polar Marítimo. Essas massas de ar têm duas rotas
principais: a primeira que vem do oeste (W) e chega até a costa Chilena, provocando
frio e umidade, ao subir pela Cordilheira dos Andes, provocando chuvas intensas, a
segunda, é do ar polar marítimo que entra pelo sul (S) e sudeste (SE), durante o inverno,
atinge o norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e grande parte do Brasil, incluindo áreas
amazônicas e o litoral até ao nordeste do país.

No verão, o ar polar entra no continente sul-americano em latitudes mais altas que no
inverno, mas com temperaturas mais suaves, provocando chuvas em suas zonas frontais
com o ar tropical. Na parte do continente banhada pelo oceano pacífico, o ar é muito
estável entre 5º e 35º de latitude sul (pela corrente fria de Huboldt).


Frentes

Formação: são regiões de transição entre massas de ar diferentes, geralmente entre
massas frias e quentes, que aparecem periodicamente, perturbando a circulação geral da
atmosfera. Uma massa de ar avança na direção de outra, determinando seu limite
dianteiro. A presença física de uma frente, é a “frente da massa”. Pode definir-se uma
frente, como um sistema alongado de baixas pressões (cavado), comprimida entre dois
anticiclones; as pressões mais baixas alinham-se ao longo do eixo central da área
frontal. Assim ao longo das frentes, formam-se ciclones que se deslocam segundo a
mesma direção, dentro dos quais, existe uma acentuada velocidade de vento, chuva
forte, nuvens baixas, visibilidade reduzida, forte turbulência e possibilidade de
formação de granizo e trovoadas. A alta polar avança, definindo uma frente fria e a alta
tropical avança, definindo uma frente quente.

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Geologia Geral/2011
Tipos de frentes:

Frente fria: consta do deslocamento de uma massa de ar frio contra uma massa mais
quente. O ar frio tende a deslocar o ar quente, formando uma superfície frontal
inclinada, que atua como cunha por baixo do ar quente elevando-o, onde ocorrem
diversos fenômenos meteorológicos. Uma frente fria desloca-se com maior velocidade
que uma frente quente, de 36 a 40 km/h. Com a aproximação de uma frente fria,
ocorrem os seguintes fenômenos: a pressão diminui no local, ocorre um aumento
gradativo da temperatura, aumenta a velocidade do vento.
Tais mudanças ocorrem em uma ou duas horas, com a passagem da frente fria chega à
massa Polar, acarretando os fenômenos: aumento da pressão, queda brusca na
temperatura, a velocidade do vento pode aumentar sendo mais intensos e mais frios,
pode ocorrer um rápido clareamento do tempo, freqüentemente grande parte da chuva
vem um pouco adiante da frente fria e outras vezes um pouco atrás.




                     Figura 34: Representação esquemática de uma frente fria.

Frente quente: consta do deslocamento de uma massa de ar quente, contra uma massa
mais fria. O ar frio é mais denso, funciona como uma rampa suave, sobre a qual se eleva
o ar mais quente. Quando uma frente quente se aproxima, surgem primeiramente nuvens
altas (cirrus e cirrustratus), depois altostratus e cumulunimbus. Com a chegada da
frente, ocorre contínua precipitação até a passagem do sistema, saturando o ar frio,
deixando condições de pouca visibilidade. Uma frente quente pode ser a própria frente
fria retornando ao pólo, visto que quando vai perdendo suas características, é empurrada
de volta pelo ar tropical.




                    Figura 35: Representação esquemática de uma frente quente.

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Geologia Geral/2011


Frente fria secundária: origina-se a partir de uma frente fria que se move rapidamente
(com grande velocidade) e desenvolve-se a uma certa distância, na retaguarda da frente
principal.

Frente estacionária: quando uma frente cessa de se mover em qualquer direção por
encontrar uma barreira física. Pode permanecer estacionária por horas ou dias, antes se
dissipar.


Ciclogênese: trata-se do processo de formação de ciclones, em áreas de baixas pressões,
onde a temperatura pode ser alta ou baixa.

Ciclones térmicos: apresentam-se quase estacionários, formam-se pelo aquecimento de
certas regiões, sendo, portanto locais.

Ciclones tropicais: originam-se sobre as latitudes tropicais marítimas no verão, com
ventos ciclostróficos. Possuem um centro calmo (olho) com diâmetro de 25 a 100km,
ocorrem em todos os oceanos, exceto no Atlântico e Pacífico Sul. Podem ser
denominados de Tufão (Pacífico Norte), Furacão (Atlântico Norte), Baguio (Filipinas),
Willy (Austrália) e Ciclone (Índico).




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Geologia Geral/2011
                              O CICLO DA ÁGUA

       O volume total de água do planeta está distribuído, aproximadamente, da
seguinte maneira:
    97,4% - de água nos oceanos;
    2,0% - de água doce dos gelos polares e das geleiras;
    0,5% - de água doce subterrânea;
    0,1% - de água doce de rios e lagos, inclusive o vapor de água da atmosfera.
        Para entender melhor, podemos fazer a seguinte comparação: imagine que toda a
água do planeta corresponda a 100 litros. Teríamos, então, 97,4 litros de água dos
oceanos, 2 litros de gelo, meio litro de águas subterrâneas e apenas 100 mililitros de
água doce dos rios e lagos. Sendo apenas de 0,1% a pequena quantidade de águas doces
superficiais diretamente aproveitáveis pelo o homem, pode entender a importância do
uso racional da água em todas as atividades humanas. Por isso, é necessário evitar, a
todo custo, o desperdício e a poluição das águas.
        A água distribui-se na atmosfera e na superfície da crosta até a profundidade de
10km, isto é o que chamamos de hidrosfera que compõe os reservatórios naturais tais
como: oceanos, geleiras, rios, lagos, vapor d’água atmosférico, água subterrânea e água
retiradas dos seres vivos.

       Origem Da Água
        Sua origem consta dos primórdios da formação da atmosfera, quando o planeta
estava sendo desgaseificado, isto é, quando a liberação de gases ocorria pelo
resfriamento ou aquecimento de rochas. Esse processo ocorre até hoje e teve início no
resfriamento geral do planeta, onde na formação das rochas magmáticas, foram
liberados gases, principalmente vapor d’água e gás carbônico, entre vários outros. A
geração de água sob forma de vapor é observada atualmente em erupções vulcânicas,
denominada água juvenil.
    O intercâmbio entre esses reservatórios compreende o ciclo da água ou ciclo
hidrológico que juntamente a energia solar compõe o processo de dinâmica externa da
Terra.
    A figura abaixo mostra o ciclo completo da água.




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Geologia Geral/2011

         Ciclo Hidrológico

-        Partindo de um volume relativamente constante de água no SISTEMA TERRA, o
         ciclo hidrológico inicia um fenômeno conhecido como precipitação meteórica
         que representa a condensação de gotículas a partir do vapor d’água presente na
         atmosfera, dando origem à chuva;

-        Quando o vapor d’água transforma-se em cristais de gelo, tem-se a neve, o
         granizo que é responsável pela geração e manutenção de importantes
         reservatórios representados pelas geleiras nas calotas polares e ainda nos cumes
         das montanhas;

-        Parte dessa precipitação retorna para a atmosfera por evaporação direta, esta
         parte soma-se ao vapor d’água formado sobre o solo e aquele liberado pela
         atividade biológica de organismos, principalmente as plantas, através da
         respiração. Todo esse processo recebe o nome de evapotranspiração, na qual a
         evaporação direta é causada pela radiação solar e vento, e a transpiração
         dependem da vegetação.

-  A evapotranspiração em áreas de clima quente e úmido (floresta amazônica)
   devolve a atmosfera até 70% da precipitação; já em ambientes glaciais o retorno
   da água para a atmosfera ocorre pela substituição do gelo (a água passa
   diretamente do estado sólido para o estado gasoso, pela ação do vento).
- Em regiões de floresta, uma parcela da precipitação pode ficar retida nas folhas e
   caules sofrendo evaporação posteriormente e, a este processo dá-se o nome de
   interceptação, onde com o movimento da vegetação, parte dessa água continua
   seu trajeto atingindo o solo. Esse processo diminui a ação erosiva.
- A partir do solo a água pode seguir dois caminhos:
   1o consta da infiltração que depende diretamente das características da cobertura
  da superfície.
  2o consta da capacidade de absorção de água pela superfície, e quando este é
  superado, fazendo com que o excesso de água inicie o escoamento superficial,
  impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas.
  Esse escoamento inicia-se através de pequenos filetes de água disseminados pela
  superfície do solo que convergem para córregos e rios, constituindo assim a rede
  de drenagem.
  Parte dessa água retorna à superfície através de nascentes, alimentando o
  escoamento superficial, ou ainda, através de rotas de fluxo mais profundas e
  lentas, reaparecendo diretamente nos oceanos.
  Estima-se que os oceanos contribuem com 80% do total anual evaporado e os
  continentes com 15% por evapotranspiração.
        O ciclo hidrológico pode ser comparado a uma grande máquina de reciclagem de
        água, na qual operam processos tanto de transferência entre os reservatórios como
        de transformação entre o estado gasoso, líquido e sólido.




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Geologia Geral/2011

                      Balanço Hídrico e Bacias Hidrográficas
-   O ciclo hidrológico tem uma aplicação prática no estudo de recursos hídricos que
    visa avaliar e monitorar a quantidade de água disponível na superfície da Terra.
    A unidade geográfica para esses estudos, denomina-se bacia hidrográfica,
    definida como uma área de captação de água, demarcada por divisores
    topográficos, onde toda água captada converge para um único ponto de saída
    denominado enxutório. A bacia hidrográfica é um sistema físico onde se pode
    quantificar o ciclo da água. Essa análise quantitativa é feita pela equação geral do
    balanço hídrico. Dessa forma
-   a água é captada e levada para uma estação de tratamento e depois distribuída,
    conforme a figura abaixo:




       Esquema representativo de uma estação de tratamento e a distribuição de água.

           Água no Subsolo

-   Consta da fração de água que sofre infiltração, acompanhando seu caminho pelo
    subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais presentes
    irão controlar o armazenamento e o movimento das águas, dessa maneira, toda
    água que ocupa espaços vazios em formações rochosas é classificada como água
    subterrânea.

-   O processo mais importante de recarga de água no subsolo é a infiltração, onde
    seu volume e a velocidade dependem de vários fatores:
    Tipos e condições dos materiais terrestres - a infiltração é favorecida pela
    presença de materiais porosos e permeáveis, como solos e sedimentos arenosos,
    ou ainda, em rochas muito fraturadas ou porosas também permitem a infiltração
    de águas superficiais. Por outro lado, rochas magmáticas ou metamórficas, ou
    ainda materiais argilosos e outros tipos de rochas pouco fraturadas, são
    desfavoráveis à infiltração.

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Geologia Geral/2011
    Coberturas vegetais - Em áreas vegetadas a infiltração é favorecida pelas raízes
    que abrem caminho para a água descendente no solo. A cobertura florestal
    também exerce importante função no retardamento de parte da água que atinge o
    solo, através da interceptação, sendo o excesso lentamente liberado para a
    superfície do solo por gotejamento.
    Topografia - De uma forma geral os declives acentuados favorecem o
    escoamento superficial direto, diminuindo a infiltração; já as superfícies
    suavemente onduladas permitem o escoamento superficial menos veloz,
    aumentando a possibilidade de infiltração.
    Precipitação - O modo como o total da precipitação é distribuído ao longo do
    ano é um fator decisivo no volume de recarga da água subterrânea, em qualquer
    tipo de terreno. Chuvas regularmente distribuídas ao longo do tempo promovem
    uma infiltração maior pois, desta maneira, a velocidade de infiltração
    acompanha o volume de precipitação. Ao contrário, chuvas torrenciais
    favorecem o escoamento superficial direto, pois a taxa de infiltração é inferior
    ao grande volume de água precipitada em curto intervalo de tempo.
    Ocupação do solo – O avanço da urbanização e a devastação da vegetação
    influenciam significativamente a quantidade de água infiltrada em adensamentos
    populacionais e zonas de intenso uso agropecuário. Nas áreas urbanas, as
    construções e a pavimentação impedem a infiltração, causando efeitos
    catastróficos devido ao aumento do escoamento superficial e redução na recarga
    de água subterrânea. Nas áreas rurais, a infiltração sofre redução pelo
    desmatamento em geral e pela compactação dos solos causada pelo
    pisoteamento de animais, como em extensivas áreas de criação de gado. Um
    caso curioso ocorre em São Paulo, onde se detectou uma recarga significativa da
    água subterrânea por vazamento da rede de abastecimento.

          Distribuição e Movimento da Água no Subsolo
   Depende de alguns fatores tais como:
- Além da força gravitacional e das características dos solos, sedimentos e rochas, o
  movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração
  molecular e tensão superficial, dependendo de alguns fatores tais como:
  Atração molecular: ocorre quando as moléculas de água são presas na superfície
  de argilominerais por atração de cargas opostas, este fenômeno ocorre
  principalmente nos primeiros metros de profundidade, onde ocorre solo rico em
  argila.
  Tensão molecular: tem seus efeitos nos interstícios muito pequeno onde a água
  fica presa nas paredes dos poros, podendo ter movimento ascendente (contra a
  gravidade) por capilaridade.
  O local onde os poros estão cheios de água é denominado zona saturada ou
  freática e acima desse nível os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por
  água e ar, definindo a região de zona não saturada ou ainda de vadosa ou zona de
  areação.



                                       40
Geologia Geral/2011
     Porosidade: trata do tipo de material onde ocorre maior ou menor infiltração de
     água. Têm-se então dois tipos de porosidades, a primária que é caracterizada
     pelas rochas sedimentares e os espaços entre os grãos ou planos de estratificação,
     o tamanho e a forma das partículas, o seu grau de seleção e a presença de
     cimentação, influenciam na porosidade; a secundária, se desenvolve após a
     formação das rochas ígneas, metamórficas ou mesmo sedimentares, por
     fraturamento ou falhamento durante a deformação. Um tipo especial ocorre em
     rochas solúveis como o calcário e o mármore, através da criação dos vazios por
     dissolução, caracterizando a porosidade cárstica.
     Permeabilidade: o principal fator que determina a disponibilidade de água
     subterrânea não é a quantidade de água que os materiais armazenam e sim, a sua
     capacidade em permitir o fluxo de água através dos poros. O fluxo dependerá
     diretamente do tamanho dos poros e da conexão entre eles (as argilas possuem
     poros muito pequenos e o basalto não possui poros, mas em compensação possui
     falhas e fraturas).
            Aqüíferos
       São reservatórios subterrâneos que dependem diretamente do tipo de porosidade
existente no material em que a água infiltra-se.
      - Aquíferos e tipos de porosidades
        Basicamente três tipos:
      1- Intergranular: formam-se a partir de sedimentos arenosos, onde a
         produtividade diminui em função do grau de cimentação entre os grãos.
      2- De fraturas: forma-se em conseqüência de deformações tectônicas, por
         fraturas e falhas. Só serão bons aqüíferos se as falhas e as fraturas estiverem
         interligados.
      3- De condutos (cárstico): é caracterizado pela porosidade cárstica, constituída
         por uma rede de condutos com diâmetros milimétricos a métricos, gerado
         pela dissolução de rochas carbonáticas ( que contêm CaCO3), conforme a
         figura a seguir.




                                           41
Geologia Geral/2011




Carste: topografia formada sobre rochas solúveis, tais como, calcário e gipsita,
caracterizadas por dolinas, cavernas e drenagem subterrânea.

Dolina: cratera de abatimento que caracteriza regiões cársticas, cujo diâmetro
variam de 9 a 900m e as profundidades situam-se entre 2 a 100m. Muitas
vezes apresenta forma de funil e comunica-se com um sistema de drenagem
subterrânea em terrenos calcários. Sinônimo:Cratera de abatimento.

Espeleotema: por espeleotema entende-se o conjunto das feições deposicionais
das cavernas, que constituem as fácies cársticas ou depósitos espélicos de
origem química, que compreendem as estalactites e estalagmites, as pérolas de
cavernas e etc.




                                  42
Geologia Geral/2011
          AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E/OU DEPOSICIONAIS

Sedimentos:     Sedis (latim) = assento / deposição.
                Todas as partículas que se depositam, depositou ou irá depositar originando rochas
sedimentares.



                              FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES




                                                                 Partículas Inorgânicas
                                                                        (Minerais)




                                                           INTEMPERISMO
                                                                      (Quebra)


                                                                      EROSÃO
                                                           (Transporte dos clastos ou detritos)



                                                                       DEPOSIÇÃO




        Rochas Sedimentares                                                                       Rochas Sedimentares
        Clásticas Incoerentes                                                                     Clásticas Coerentes
              (Grãos soltos)                               Alóctones                                 (Grãos unidos)
         Exs: areia; seixo rolado.                                                       Exs: arenito; siltito; argilito; folhelho;
                                                                                                         varvito.



                                         Precipitação Química                                      Influência de vida animal
                                                                                                  ou vegetal

                              Rocha Sedimentar de Origem
                                       Química
                                     Exs: calcário; evaporito.                        Rocha Sedimentar de Origem Orgânica ou
                                                                                                    Biogênica
                                                                                              Exs: carvão; folhelho pirobetuminoso.


                                                                            Autóctones


Alóctones: São sedimentos que são transportados de um lugar diferente ao que estão depositados
(transporte mecânico / origem física).
Autóctones: São sedimentos que se formam exatamente onde se encontram (transporte iônico / origem
química e/ou biológica).




São divididos em:

                                                                 43
Geologia Geral/2011



AMBIENTES CONTINENTAIS:
      (Água doce)
                           Fluvial (Rio)
                          Lacustre (Lagos e Lagoas)
                          Desértico (Eólico)
                          Glacial (Gelo)




AMBIENTES MARINHOS:
   (Água salgada)
                           Plataforma Continental
                           Talude Continental
                           Sopé Continental
                           Fundo Oceânico/Planície Abissal
                           Recifes de Corais (Recifal)




AMBIENTES COSTEIROS TRANSICIONAIS OU MISTOS:

                           Marinho Costeiro (Praia)
                           Planície de Maré
                           Deltáico
                           Estuarino
                           Lagunar




                              44
Geologia Geral/2011
                                AMBIENTE FLUVIAL
RIO (Água de Rolamento)

      Os rios são os principais agentes de transporte de sedimentos formados pelo
intemperismo em áreas continentais.

FATORES QUE INFLUÊNCIAM O TRANSPORTE E A DEPOSIÇÃO DOS
SEDIMENTOS

        - Topografia;
        - Regime pluvial (chuvas);
        - Constituição litológica das rochas erodidas;
        - Estágio de erosão.

DIVISÃO DE UM RIO

         Nas regiões próximas a cabeceira, (curso superior do rio), predomina a atividade
erosiva e transportadora dos detritos fornecidos pelo rio, associados a detritos
transportados das encostas, nesta fase o rio escava seu leito na forma de “V”.
         A menor declividade (curso médio do rio) provoca a diminuição da velocidade
das águas, reduzindo o poder de transporte e erosão, que acarreta na deposição de
detritos mais grosseiros em seu leito.
         Nas regiões de menor velocidade (curso inferior do rio), o vale torna-se mais
aberto, onde há maior deposição dos sedimentos, já que a erosão passa a ser apenas na
lateral.

     Juventude                           Maturidade                          Senilidade
    (cabeceira)                          (vale fluvial)
    (desembocadura)




- declividade alta                   - declividade média               -declividade baixa
- fácies de leques aluviais          - fácies de canal             - fácies deltáicas
- carga de fundo                     - mistura de carga            - carga fina
- energia é maior                    - energia dependente das       - energia menor
                                        estações
(Atividade erosiva e             (Atividade erosiva,             (Atividade erosiva e
transportadora)                 transportadora e deposição)       de deposição)



                                           45
Geologia Geral/2011
FEIÇÕES TOPOGRÁFICAS

              Corredeiras

        Formam-se por falhamentos ou diferenças litológicas que acarretam numa
erosão desigual, sendo mais intensa em locais com rochas de fácil erosão. Assim o leito
do rio fica mais baixo em alguns lugares do que em outros, ocasionando o aumento da
velocidade das águas, que obedecem à irregularidade do fundo rochoso.

              Cachoeiras

       Formam-se a partir de falhamentos ou pela resistência que determinadas rochas
oferecem a erosão, que mantêm o desnível da base menos resistente.

              Vales Suspensos

       No vale fluvial ocorre intensa erosão, deixando-os mais altos, acarretando numa
erosão cada vez maior e mais rápida. São exemplos de vales suspensos, cachoeiras de
grande porte como as chamadas “Véu de Noiva”.

              Caldeirões e Marmitas

        São perfurações provocadas pelo turbilhonar de água com seixos sobre rochas
resistentes das margens ou corredeiras. Nas marmitas as depressões são pequenas
enquanto nos caldeirões são grandes (Intemperismo físico = Marmitamento).

FLUXO DA ÁGUA EM CORRENTES NATURAIS

              Fluxo Laminar = Laminar Flow

       Ocorre somente nas margens possuindo uma única direção.




             Fluxo Turbulento = Turbulent Flow

       É característico do leito do rio, possuindo movimento irregular. Não é o fluxo
principal e não muda o sentido da corrente.




                                          46
Geologia Geral/2011
TIPOS DE CARGAS
                Carga em Suspensão
Constitui-se de partículas finas transportadas em suspensão, como silte, argila, areia
muito fina disseminada em qualquer parte do rio.

                Carga de Fundo
Constitui-se de partículas grosseiras transportadas no fundo. O transporte é efetuado por
saltação, rolamento (menos freqüente) e arrasto (deslizamento).

                Carga Dissolvida
Constituí-se de elementos químicos (íons) dissolvidos na água. Em regiões baixas onde
ocorre a menor energia da água, a concentração de íons é maior.

TIPOS DE RIOS
                Retilíneos (Straight)

       Rios jovens, aparentemente retilíneos e estreitos. Caracterizam-se por possuírem
pouca carga de fundo e alta carga em suspensão. São considerados canais simples com
bancos longitudinais.

                Meandrantes (Meandering)

        São rios simples e sinuosos, típicos de clima tropical úmido, transportam em
partes iguais a carga de fundo e a carga em suspensão, geralmente estão no estágio de
senilidade e vale fluvial.

                Entrelaçado (Braided)

      São característicos de clima semi-árido, sua maior carga transportada é de fundo,
possuem um padrão entrelaçado, com dois ou mais canais com bancos de areia.

                Anastomosado (Anastomosed)

       Típico de clima úmido, seu canal é complexo e sua maior carga transportada é
de fundo. Formam bancos arenosos, que podem ficar expostos ou cobertos por
vegetação (ilhas largas e estáveis).




     Retilíneo                Meandrantes                         Entrelaçado          Anastomosado
                        Fonte: Tipos de Rios segundo SUGUIO & BIGARELLA (1990).




                                                 47
Geologia Geral/2011
DEPÓSITOS FLUVIAIS


    A. DEPÓSITOS RESIDUAIS DE CANAL
         
          Fundo de Canal

        São depósitos grosseiros, que se acumulam nas partes mais profundas do rio de
maneira descontínua, constituídos de cascalhos, seixos, madeiras, restos de organismos,
etc. São pobres em depósitos finos, já que estes são carregados pela correnteza.
            
             Barras de Canal

        Correspondem ao acúmulo de material de carga de fundo ou mista no interior de
canais. São controlados pelos processos de acreção lateral e vertical, além de escavação,
preenchimento e abandono de canal.
            
             Canal Abandonado

       São arcos de meandros isolados por motivos de mudança de trajeto do rio ou de
assoreamento acelerado (cut-off channels).
       Esses braços mortos, transformam-se inicialmente em lagoas e posteriormente
em pântanos (sedimentos finos).




    B. DEPÓSITOS DE TRANSBORDAMENTO

       Formam-se quando o rio ultrapassa seus limites e atinge suas margens na época
das enchentes.

               Diques Marginais

        Consistem em cristas baixas e alongadas, que ocorrem ao longo das margens dos
rios, formam-se as custas de sedimentos depositados na época de enchentes.
        A elevação máxima de um dique está próxima ao canal formando barrancos
abruptos na margem e diminuindo gradualmente a altura rumo às planícies de
inundação.
        São constituídos de sedimentos mais finos do que o do canal, inicia-se com
camadas arenosas e termina com camadas mais finas (cada ciclo).

            Depósitos de Rompimento de Dique

       Formam-se quando o excesso de água das enchentes ultrapassam os diques
marginais, por meio de canais abertos através da erosão. Possuem forma lobiforme
(línguas arenosas), ou sinuosas em direção a planície de inundação.

           

                                           48
Geologia Geral/2011
             
             
              Depósitos de Planície de Inundação ou Várzea

        Formam-se nas regiões planas após os diques marginais, que funcionam como
bacias de decantação de materiais em suspensão.
        A sedimentação é predominantemente fina e periódica, constituída de silte e
argila.
        Nos pântanos formados deposita-se também matéria orgânica, ou sedimentação
de natureza química (lagos salgados) em regiões de clima árido.




                 Fonte: Perfil esquemático transversal de um rio (modificado de MACIEL FILHO, 1997).




      Fonte: Bloco diagrama ilustrando a distribuição dos diversos depósitos fluviais (modificado de SUGUIO, 1980).




                                                          49
Geologia Geral/2011


    C. LEQUES ALUVIAIS, CONES ALUVIAIS, CORRIDA DE DETRITOS
       OU DE LAMA

       São massas de material grosseiro mal selecionado, típicos das regiões
montanhosas (continental).
       Visto em planta, assemelha-se a leques abertos, onde os depósitos se espraiam
(escorregam) de um ponto referido como ápice, ocorrendo vários, um ao lado do outro.
Constituí-se de matacões, cascalhos, seixos, areias e siltes, de forma que esses
sedimentos apresentam-se imaturos e o grau de arredondamento das partículas tende a
aumentar conforme se chega próximo à base do leque.




                    Fonte: Modelo hipotético de leque aluvial segundo MIALL (1996).




                                                 50
Geologia Geral/2011


                           AMBIENTE LACUSTRE

LAGOS

         São massas de água estagnada (parada) e de origem natural, constituídos
geralmente de água doce, embora existam lagos de água salgada (como acontece nas
regiões de baixa pluviosidade).


LAGOAS

      O termo tem sido utilizado para designar corpos de água parada de dimensões
menores que os lagos.


DEPÓSITOS LACUSTRES

        O modelo ideal de sedimentação lacustre começa com sedimentos finos
laminados depositados por decantação no centro do lago, à medida que é preenchido, as
porções marginais apresentam sedimentos mais grossos.
        A matéria orgânica (restos de animais e vegetais) são constituintes freqüentes
nestes depósitos.




                                         51
Geologia Geral/2011
                           AMBIENTE DESÉRTICO

DESERTO

        Os desertos quentes são regiões onde a taxa de evaporação excede a taxa de
precipitação pluviométrica, sendo o vento o agente geológico de maior importância nos
processos de erosão e deposição. As chuvas são rápidas e fortes (quando ocorrem), com
escoamento muito rápido, os grãos de sedimentos são geralmente arredondados e
foscos.

TRANSPORTE

            Suspensão: Partículas finas. Ex: silte e argila.
            Saltação ou Rolamento: Partículas mais grossas. Ex: areias e seixos.

REGISTROS EROSIVOS

            Deflação: Remoção de grandes quantidades de areia na superfície
           podendo formar
                      grandes depressões.
            Abrasão: os grãos são transportados e arredondados por atrito.

REGISTROS DEPOSICIONAIS

            Lençóis de Areia (Mares de areias)

       Abrangem amplas áreas arenosas, formados pela combinação de sedimentação
rápida por ventos de alta velocidade transportando areia de granulação heterogênea.

            Dunas de Areia

       Abrangem áreas menores e vão se agrupando de acordo com o sentido do vento
originando vários formatos.




                     Fonte: Tipos de dunas segundo TARBUCK & LUTGENS (2000).




                                              52
Geologia Geral/2011
TIPOS DE DEPÓSITOS

       Em ambientes desérticos existem depósitos eólicos formados pelo vento e
localmente ocorrem depósitos subaquáticos formados por rios efêmeros e lagos de
desertos associados a sedimentos eólicos.

            Depósitos de REG

        Constam de coberturas superficiais de matacões e seixos angulosos, que ocorrem
em áreas planas. Resultam da desintegração física “in situ”, formando os ventifactos
(seixos moldados por abrasão, geralmente foscos e de superfícies planas), com alguma
areia grossa depositada nas partes protegidas.

            Depósitos de SERIR

       Concentração de sedimentos grossos (cascalhos e areia), o silte e areia fina são
removidos pela velocidade do vento. Formam-se em áreas de interdunas, podendo ser
preservados quando soterrados sob a areia.

            Depósitos de SEBKHAS

        São depósitos lacustres acumulados em lagos temporários cimentados por sais.
As estruturas sedimentares são as laminações paralelas de silte e argila com
intercalações de leitos arenosos ou gipsíticos.

            Depósitos de WADIS

         São depósitos de cursos de água correntes temporárias, em condições de baixa
vazão por atividades torrenciais.
         São canais anastomosados que podem receber contribuição fluvial e eólica. As
estruturas sedimentares constam de microondulações e de macroondulações com
estratificações cruzadas.
         Os sedimentos são mais grossas (leques aluviais), podendo apresentar em
algumas porções gretas de contração e marcas de chuva.

PERFIL DO AMBIENTE EÓLICO




                                          53
Geologia Geral/2011

                            AMBIENTE GLACIAL

      Atualmente os ambientes glaciais encontram-se limitados aos pólos, e às altas
montanhas, correspondendo a desertos frios.


GELEIRAS

       O acúmulo contínuos do gelo forma grandes geleiras, que se encontram
associadas às baixas temperaturas combinadas com altas taxas de precipitação e razões
muito baixas de evaporação.

CONSTITUIÇÃO DAS GELEIRAS

      Consistem de neve recristalizada e compactada, contendo água de degelo, e
fragmentos de rocha.
      São massas permanentes de neve existentes acima da linha de neve (gelo
permanente), abaixo desta, a neve sofre degelo no verão.

PRINCIPAIS REGIÕES DA GELEIRA

           Zona de Acumulação: A geleira sofre acreção, alimentada por novas
           precipitações de neve.

           Zona de Ablação: Envolve os processos de degelo, de evaporação e de
           formação de Icebergs, ocasionando a perda de gelo das geleiras.

TIPOS DE GELEIRAS (Holmes, 1965)

           Gelerias de Vale: Encontram-se confinadas em depressões (vales) entre
           montanhas.

           Geleiras de Piemonte: Próximo às montanhas, diversas geleiras podem
           espraiar-se através de áreas planas, formando lençóis de gelo pela
           coalescência de várias geleiras.

           Geleiras Tipo Calota: Só existem em locais onde a linha de neve é mais
           baixa. Constituem enormes massas de gelo, recobrindo amplas áreas
           continentais. Ex: Antártida

EROSÃO GLACIAL

           Abrasão: Os fragmentos de rochas contidas na base da geleira causam
           polimento, estriação (estrias glaciais) e moagem na superfície do substrato




                                         54
Geologia Geral/2011
           Fraturamento: É provocado pelo congelamento e degelo sucessivo da água
           contida nas falhas e fendas das rochas presentes no substrato. (Intemperismo
           Físico = Gelividade).

TRANSPORTE DE DETRITOS GLACIAIS


            Supraglacial: Transporte das partículas nas porções superficiais das
           geleiras.

            Englacial: Transporte no interior das geleiras.

            Subglacial: Transporte na região basal das geleiras.


FEIÇÕES GLACIAIS

           Fiordes: Derivam em parte da erosão glacial conjugada com um
           levantamento eustático posterior, do nível do mar.

           Vales: Um vale escavado por um rio (vale em “V”) ocupado por uma
           geleira, produz-se a erosão nas paredes do vale, devido ao atrito da geleira,
           passando o vale a ter a forma de “U”.

           Lagos: Formam-se pelo degelo, resultando uma sedimentação típica de
           ambiente glacio-lacustre (Ex: Varvito).

           Iceberg: Desprendimento das geleiras.

            Estrias: São formados pelos fragmentos de rochas que sulcam a superfície
do substrato
            rochoso.


DEPÓSITOS GLACIAIS

         A época de deposição das geleiras é na fase de recuo, quando a maior parte do
material transportado é despejado na forma de “morenas” laterais, medianas, basais, etc.

           Depósitos Não Estratificados: São representados por materiais da morena
           basal formando os depósitos basais (argila conglomerática ou Till). A
           freqüência granulométrica é muito variável, contendo siltes, argilas, seixos e
           matacões.

           Depósitos Estratificados: Formam-se pelo acúmulo de morenas internas,
           depositadas durante o rápido degelo, com algum retrabalhamento pela água.




                                          55
Geologia Geral/2011



                                      AMBIENTE MARINHO
RELEVO DO OCEANO




   Fonte: Elementos geomórficos de margem continental e fundo oceânico do tipo atlântico (esquemático). Mendes (1984).


               Plataforma Continental (Continental Shelf)

        Situa-se na margem continental entre a linha de baixa-mar e a profundidade em
que a inclinação do assoalho marinho passa a ser bem mais acentuada.
        Com declividade plana possue sedimentos predominantemente arenosos, sendo
freqüente a ocorrência de seixos e rochas aflorantes na parte mais próxima a praia.

               Talude Continental (Continental Slope)

       Constitui o elemento da margem continental situado entre a plataforma e o sopé
continental com uma inclinação acentuada (+/- 4º).
       Sua superfície é cortada por numerosos vales e canhões submarinos, onde,
adiante destes últimos ocorrem com freqüência, volumosos depósitos de sedimentos em
forma de leques submarinos.

               Sopé Continental (Continental Rise)

       Consta da parte mais externa da margem continental, nem sempre se encontra
presente, como por exemplo no oceano Pacífico.
       O limite entre o sopé e o fundo oceânico não é o mesmo em toda a parte, mas
ocorre aproximadamente entre 3.000 e 5.000 metros de profundidade, geralmente com
declividades intermediárias e sedimentos mais finos.

               Fundo Oceânico (Ocean Floor) / Planície Abissal

       Consta do fundo oceânico com áreas profundas de relevo geralmente plano com
profundidades geralmente superiores a 4.000 ou 5.000 metros apresentando sedimentos
mais finos. Encontram-se inseridos nessa porção as dorsais e fossas oceânicas.


DINÂMICA COSTEIRA E TRANSPORTE DE SEDIMENTOS

                                                          56
Geologia Geral/2011

       A maior atividade destrutiva do mar ocorre no litoral, no contato direto do mar
com o continente, onde predomina a força mecânica.
           Ondas: Formam-se pela energia do vento que é transferida a água do mar
           pelo atrito, podendo as ondas atingirem até 30 metros de altura. Tem como
           característica a remoção e remobilização de grãos constituintes da praia,
           erodindo-os.

           Marés: Formam-se sob a influência da atração da Lua, secundariamente o
           Sol e a força centrífuga de rotação do Sistema Terra-Lua, provocando uma
           oscilação rítmica na superfície dos oceanos, ora se elevando, ora se
           abaixando duas vezes por dia. São importantes tanto na remoção de
           sedimentos como na configuração costeira.

            Correntes Marinhas

               A. Correntes de Deriva Litorânea (Longshore Currents): São
               importantes ao longo da costa brasileira, remobilizando e transportando
               os sedimentos.




           Fonte: Transporte de sedimentos por corrente de deriva litorânea segundo TARBUCK & LUTGENS (2000).


               B. Correntes de Ressaca ou Fluxo Reverso (Rip Currents): Correntes
               em sentido mar aberto, transportando sedimentos da costa para as
               porções mais profundas dos oceânos.




PLATAFORMA DE ABRASÃO MARINHA

       Os efeitos de erosão marinha pelo desgaste mecânico, ocorrem principalmente
ao longo dos costões rochosos.
       As ondas carregadas de partículas sedimentares, esculpem lentamente caneluras
nas rochas, aprofundando-se contínuamente pela rebentação, ocasionando com o tempo
a queda da rocha superior. Forma-se, então, uma faixa de blocos e fragmentos menores
de rocha na frente do costão. O vaivém incessante das ondas faz com que os blocos se
reduzam a seixos e posteriormente as areias, formando um patamar.
                                                     57
Geologia Geral/2011

                              AMBIENTE RECIFAL

      Os corais necessitam de águas quentes, claras, rasas, bem iluminadas e calmas.
Geologicamente, os recifes são produtos de constituição biótica ligada ao sedimento.


TIPOS DE RECIFES


            Recifes Circulares ou Atol

       São círculos de constituição coralínea circundados por uma laguna. Encontram-
se nos Oceanos Índico e Pacífico, nos mares da Indonésia e mar Vermelho.


            Recifes de Barreira

        Formam longos corpos lineares que crescem até o nível do mar, servem de
barreira que protegem uma laguna de águas calmas e um subambiente com sedimentos
marinhos uniformes.


            Recifes Costeiros ou Franjeantes

       Constituem a forma mais comum de recifes e situam-se diretamente na costa e
paralelos a mesma.


            Recifes Anulares de Lagunas Pouco Profundas

       São pequenos atóis, cuja laguna constitui apenas um extenso lodaçal e possui
pouca profundidade.


            Recifes Submersos

       São recifes formados abaixo do nível do mar.




                       Fonte: Tipos principais de recifes segundo MENDES (1984).




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  • 1. Geologia Geral/2011 Foto: Elza Bedani Profª Drª Maria Judite Garcia Profª MSc. Elza de Fátima Bedani 2011 1
  • 2. Geologia Geral/2011 A TERRA NO ESPAÇO Localização: A Terra é um pequeno corpo celeste opaco, pertencendo ao grupo de planetas que possuem sua órbita em torno do Sol. O conjunto formado pelo Sol e planetas a ele ligados pela força da gravidade constitui o sistema solar que é uma pequeníssima porção localizada num dos braços periféricos que constitui a Via Láctea. Forma: A Terra é um elipsóide de rotação do tipo geóide achatado nos pólos. Dimensões: Diâmetro polar: 12.712 km Diâmetro equatorial: 12.756 km Superfície Terrestre e a Atmosfera: A crosta terrestre ou litosfera é parte superficial do planeta solidificada constituída de rochas. Envolvendo o globo e em contato com essa superfície encontra-se a atmosfera de natureza gasosa. Coordenadas geográficas: Meridianos: Trata-se de linhas imaginárias no sentido Norte-Sul, contém o eixo terrestre e determinam a longitude. O meridiano mais importante é o de Greenwich, que passa pelo observatório homônimo da Inglaterra. A longitude de um determinado local na superfície terrestre é o ângulo formado pelo meridiano local e o meridiano de Greenwich. Varia de 0º - 180º, podendo ser Leste ou Oeste, conforme e posição do local em relação a Greenwich. O Brasil encontram-se entre os meridianos definidos pelas longitudes 35ºW.Grw. e 75ºW.Grw. Figura 1: Desenho esquemático demonstrando os meridianos. 2
  • 3. Geologia Geral/2011 Paralelos: São linhas imaginárias do sentido Oeste-Leste, contém o equador, e determinam a latitude. Os paralelos mais importantes são: Equador, Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Círculo Polar Antártico. A latitude de um determinado local da superfície terrestre é o ângulo de um raio terrestre que passa pelo local e se projeta no Equador. Assim todos os pontos sobre o mesmo paralelo possuem a mesma latitude. Varia de 0º - 90º, sendo interpretada como positiva ou Norte e negativa ou Sul. O Brasil encontra-se entre os paralelos de 5ºN e 34ºS. Figura 2: Desenho esquemático demonstrando os paralelos. A figura abaixo demonstra o globo terrestre com os paralelos e meridianos. ( = latitude e L=longitude). . Figura 3: Esquema representativo do planeta Terra demonstrando os meridianos e os paralelos 3
  • 4. Geologia Geral/2011 Altitude: A altitude de determinada região é o seu desnível em relação ao nível médio do mar. Fuso Horário: Devido ao movimento de rotação terrestre que determinam noite e dia, tornam-se necessários os fusos horários. Obtém-se dividindo o número de graus da circunferência da Terra (360º) pelo número de horas do dia (24h). Ex: 360º = 15º/h 24h Dessa forma, cada 15º de longitude correspondente a 1 hora de fuso horário. O meridiano considerado de 0º é o Greenwich. O Brasil encontra-se no meridiano P (45ºW), que passa por Brasília. Figura 4: Mapa Mundi representando o Meridiano de Greenwich, latitudes e longitudes. 4
  • 5. Geologia Geral/2011 MOVIMENTOS TERRESTRES Movimento de Rotação: Consta do movimento efetuado pela Terra no sentido oeste- leste, ao redor de seu eixo imaginário polar. O tempo necessário para que seja completado o giro de 360º é de 23hs, 56’,4.09” com a velocidade de 1.666km/h. Como a Terra possui a forma elipsóide de rotação, sempre expõe metade da superfície ao Sol, assim o movimento de rotação tem como conseqüência os dias e as noites. Figura 5: Movimentos de rotação. Movimento de Translação ou Revolução: trata-se do movimento que a Terra efetua em torno do Sol, no sentido oeste-leste, traçando uma órbita denominada de elíptica. A velocidade é de 106.500km/h, com a duração de 365 dias, 5 hs, 45’ e 48”, para uma trajetória completa. Durante este movimento, a Terra ocupa posições mais próximas e mais afastadas do Sol. Figura 6: Movimento de translação do planeta Terra. 5
  • 6. Geologia Geral/2011 Periélio: é a posição em que a Terra se encontra mais próxima do Sol, aproximadamente a 146.080.000Km. Afélio: é a posição em que a Terra se encontra mais afastada do Sol, aproximadamente 151.200.000Km. Inclinação do Eixo Terrestre: O eixo da Terra apresenta um ângulo de inclinação de 23º27’ em relação ao plano da elíptica (conforme figura 7). Devido a essa inclinação, o afastamento máximo do plano da elíptica em relação ao plano da órbita ocorre nos solstícios e o afastamento zero nos equinócios; o afastamento entre os dois planos denomina-se declinação. Assim, dias e noites não possuem a mesma duração, exceto no equador onde o dia e a noite possuem a duração de 12 horas durante o ano todo. Os raios solares podem atingir a superfície terrestre de forma direta ou oblíqua; no equador, os raios solares são diretos, tornando-se cada vez mais oblíquos em direção aos pólos devido a curvatura da Terra, inclinação do eixo e a posição da Terra em relação ao Sol (figura 8). Figura 7: Representação esquemática do planeta Terra demonstrado a inclinação do eixo de rotação. 6
  • 7. Geologia Geral/2011 Figura 8: Inclinação do Planeta Terra e a incidência dos raios solares. Estações do Ano: As estações do ano são originadas pelo movimento de translação e pela inclinação do eixo terrestre, que determinam a variação da energia solar recebida. Solstícios: Ocorrem quando os raios solares formam um ângulo de 90º com um dos trópicos (Câncer ou Capricórnio) e 66º33’ com o equador, resultando em dias e noites desiguais. Equinócios: Quando os raios solares formam um ângulo de 90º com o equador, atingindo obliquamente ambos os hemisférios, com a mesma quantidade de energia. As noites e os dias são iguais, Hemisfério Sul Data Hemisfério Norte Solstício de Verão 21/12 Solstício de Inverno Equinócio de Outono 21/03 Equinócio de Primavera Solstício de Inverno 21/06 Solstício de Verão Equinócio de Primavera 23/09 Equinócio de Outono 7
  • 8. Geologia Geral/2011 Figura 9: Representação esquemática dos solstícios e equinócios. Movimento de Precessão dos Equinócios: Consta no movimento que o eixo terrestre executa num período de 25.000 anos; o plano de órbita terrestre em torno do plano do Equador, descrevendo uma figura cônica no espaço, assim cada ano o equinócio se adianta 50 segundos em relação ao ano anterior. Este movimento acarreta em alterações nas estações do ano em todo o planeta, e a conseqüente lenta mudança climática. Ex.: Dentro de cerca de 13.000 anos, o periélio corresponderá ao período de verão para o hemisfério Norte e inverno para o hemisfério Sul (inverno atual). Movimento de Nutação: Consta de um movimento oscilatório do eixo terrestre durante a Precessão dos Equinócios, com duração de 18,6 anos. Figura 10: Representação esquemática do movimento de nutação. 8
  • 9. Geologia Geral/2011 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Meteorologia: Área da Geofísica que trata do estudo da atmosfera e dos fenômenos que nela ocorrem, atingindo direta ou indiretamente a superfície terrestre. Do grego: meteoro = qualquer coisa que cai do céu. logus = conhecimento, estudo. Conceito de Tempo: São condições atmosféricas temporárias de um local num determinado momento, que se integram no tempo e o espaço para formar o clima de uma região. Ele muda constantemente. Por exemplo: num mesmo dia pode fazer calor, chover e esfriar ou o dia está chuvoso. Conceito de Clima: Trata-se de um conjunto de fenômenos meteorológicos que caracterizam o estado médio da atmosfera em qualquer local na superfície terrestre. Todos os fenômenos meteorológicos também são elementos do clima. Os mais importantes são a temperatura e as precipitações, por esse motivo, os climas podem ser classificados de acordo com as precipitações e com a temperatura. De acordo com as precipitações, o clima pode ser:  Muito úmido ou super-úmido: quando chove mais de 2500M3 por ano.  Úmido: quando chove de 1200M3 a 2500M3 anuais.  Semi-úmido: quando chove de 500M3 a 1200M3 por ano.  Semi-árido: quando chove de 250M3 a 500M3 anuais.  Árido: quando chove menos de 250M3 por ano. De acordo com as temperaturas, o clima pode ser:  Quente: quando a temperatura média do mês mais frio for maior que 18o C.  Temperado: quando a temperatura do mês mais frio for menor que 18o C e maior que 3o C abaixo de zero.  Frio: quando a temperatura média do mês mais frio for menor que 3o C abaixo de zero e do mês mais quente for maior que 10o C. Neste caso há queda de neve de três a seis meses no ano.  Polar: quando a temperatura média do mês mais quente for menor que 10o C. nesse caso, o gelo cobre o solo durante mais de seis meses no ano. Fatores que influenciam o clima: ventos, temperatura, umidade, evaporação, insolação, latitude, longitude, altitude, correntes marítimas, vegetação, etc. 9
  • 10. Geologia Geral/2011 Clima como fator geográfico: o clima é de grande importância para a vida humana, visto que determina o solo e a vegetação de qualquer local, exercendo influência na utilização da Terra (cultivo, pastagens, bosques, etc.). A distribuição da população mundial está relacionada com as vantagens do clima e topografia favoráveis. Conforme a figura 11. Figura 11: Demonstração das zonas climáticas no mapa mundi. Atmosfera A atmosfera é o ar que respiramos e sem o qual não viveríamos. Além de partículas de poeira e vapor de água, essa camada contém os seguintes gases: nitrogênio (78 % do total), oxigênio (21 %) e gás carbônico, contém ainda gases raros, assim chamados porque existem em quantidades muito pequenas no ar. A atmosfera funciona como um filtro seletor, restringindo os comprimentos de onda da radiação que atinge o globo. Nós vivemos envolvidos por uma grande massa de ar, chamado de atmosfera. O estudo da atmosfera é feito com base nas informações fornecidas pelas sondas espaciais, pelos satélites meteorológicos, pelos foguetes e naves espaciais. À medida que subimos na atmosfera, o ar vai se tornando menos denso, até ficar bastante rarefeito, isto é, as partículas dos gases que compõem o ar vão se tornado cada vez mais distante umas das outras. Camadas da atmosfera 10
  • 11. Geologia Geral/2011 Figura 12: Esquema representativo das camadas da atmosfera. Troposfera É a camada onde vivemos e se estende até uma altura de 8 a 16 Km acima da superfície terrestre, onde ocorrem as tempestades e quase todos os fenômenos meteorológicos: os ventos, as chuvas, as nuvens, o granizo etc. A temperatura varia muito conforme a altitude, ou seja, a cada 100 metros de aumento da altitude, há uma queda de 0,6oC e o ar vai se tornando mais frio. As partículas de poeira em suspensão representam os raios azuis e absorvem as outras cores que compõem a luz branca do sol. O ar tem uma cor azul muito pálida, porém não percebemos que este azul altere a cor dos objetos que nos rodeiam, no entanto, quando olhamos para o céu, vemos através de uma camada muito espessa de ar, por isso, que o céu nos parece azul. Estratosfera Essa camada começa onde termina a troposfera e se estende até 30 Km acima da superfície terrestre, onde não existe umidade ( nem nuvens ), a temperatura aumenta de 2oC a 4oC por Km, ao contrário do que acontece na troposfera. A estratosfera apresenta uma certa concentração de ozônio, gás que enfraquece os raios ultravioletas que chegam à Terra. Sem esse filtro de ozônio, seria inviável a vida em nosso planeta pois esses raios são extremamente prejudiciais à saúde, alterando a constituição das células, podendo inclusive provocar o câncer. Mesosfera 11
  • 12. Geologia Geral/2011 Começa onde termina a estratosfera e se estende até 30 Km acima da superfície terrestre onde a temperatura continua a se elevar até 48 Km, depois começa a cair. Na mesosfera existe grande quantidade de ozônio. Termosfera Localiza-se acima da Mesosfera e ocupa de 80 a 400/500 Km, nos períodos de agitação solar chega a 500 Km de altitude. A composição da termosfera é distinta, devido aos efeitos da radiação ultravioleta e raios X emitidos pelo Sol, sobre as moléculas de um grande número de gases que se separam. Os gases também possuem menos tendência a se misturarem, assim as moléculas mais pesadas separam-se sob a ação da gravidade. Ionosfera (este inserida na Termosfera) É chamado assim, por apresentar grande quantidade de partículas carregadas de eletricidade, os íons, que possibilitam as transmissões por rádios, refletindo as ondas radiofônicas que percorrem todo o mundo. Estende-se até 640 Km acima da superfície terrestre, sendo, constantemente bombardeada por meteoros que não atingem a Terra porque se fragmentam nesta camada. Exosfera A exosfera começa no limite com a ionosfera e se estende até confundir – se com o espaço cósmico. Nessa camada o ar é bastante rarefeito. Ozônio Atmosférico: as moléculas de ozônio (gás) constituem-se de 3 átomos de oxigênio (O3). A concentração de ozônio varia com a altitude, latitude e hora. A maior parte forma-se na alta estratosfera, como resultado da absorção da radiação ultravioleta. O ozônio pode formar-se também próximo a superfície terrestre devido a descargas elétricas. A presença deste gás na atmosfera é de importância vital para o homem. Se a radiação ultravioleta atingisse a superfície terrestre na sua carga original não existiria vida sobre os continentes. Atualmente a camada de ozônio está sendo destruída pelos gases cloro-flúor-carbonetos (CFC), entre eles o gás Freon utilizado como refrigeradores em geladeiras e aparelhos de ar condicionado, propulsores de spray, fabricação de espuma plástica e de componentes eletrônicos. O ozônio é um gás instável e muda facilmente para O2, assim os CFCs quebram facilmente estas moléculas e impedem sua produção. A destruição da camada de ozônio, acarreta no aumento do número de queimaduras de pele, câncer de pele, cataratas, queda nas defesas do organismo e até alterações no DNA, que levam a informação genética de todos os seres vivos. Além de alterar o plâncton marinho que serve de alimento para peixes, assim como na produção agrícola. Por outro lado a pequena quantidade de radiação ultravioleta que chega a superfície terrestre acarreta na produção de vitamina “D”, que fortalece os ossos. 12
  • 13. Geologia Geral/2011 Figura 13: Representação esquemática da camada de ozônio. Dióxido de Carbono: o dióxido de carbono (CO2) atmosférico resulta da respiração humana e animal, da decomposição e combustão de materiais que possuem carbono e das atividades vulcânicas. A maior parte deste gás encontra-se dissolvida nos oceanos, mas a solubilidade varia com a temperatura. Funciona como um filtro seletor, restringindo os comprimentos de onda da radiação infravermelha, além de envolver o Globo (como uma capa de vidro), evitando que o calor liberado para a atmosfera saia rapidamente para o espaço. Nos últimos vinte anos a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado, devido a queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão), mesmo com a absorção deste gás pelos vegetais, o desmatamento tem reduzido essa capacidade. Assim o aumento de dióxido de carbono suspenso na atmosfera, deixa passar a radiação solar, mas bloqueia a saída de calor irradiado pela Terra, formando uma espécie de estufa. Figura 14: Representação esquemática do efeito estufa. 13
  • 14. Geologia Geral/2011 FATORES FÍSICOS DO TEMPO INSOLAÇÃO OU RADIAÇÃO SOLAR: é a duração do Sol descoberto ou brilho solar, livre de quaisquer nuvens capazes de interrompê-lo. Por seus múltiplos efeitos, tem grande importância para a metereologia e a sua observação sistemática, além de valiosa à agricultura, concorre valiosamente para a determinação de climas. A radiação solar total que atinge a superfície da Terra compõe-se de uma parte de raios visíveis e outra parte de calor (raios infravermelhos e ultravioletas suaves). Aparelhos para medição: Actinógrafo: mede a radiação solar global que atinge diretamente a superfície terrestre (radiação solar direta) e a outra parte que mede a superfície terrestre após sofrer processo de difusão (radiação difusa). Heliógrafo: registra apenas o número de horas de insolação diária numa região, ou o número de horas de brilho do sol, medindo, portanto, a duração da radiação solar direta. Raios solares Registro da radiação Figura 15: Heliógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. 14
  • 15. Geologia Geral/2011 TEMPERATURA: consta da maior ou menor quantidade de calor no ar, condição que determina se um corpo tem capacidade para transmitir calor a outros. Quando há o aumento de temperatura de um corpo, modificam-se certas características físicas. Figura 16: Abrigo meteorológico da Universidade Guarulhos e exemplo dos termômetros de máxima e mínima. Aparelhos para medição: Termômetros: estes são graduados para fornecer a temperatura em graus e as escalas termométricas são fixadas em dois limites, os pontos de fusão e ebulição. As substâncias utilizadas na fabricação de termômetros são: líquidos (álcool, hélio e nitrogênio), gasosos (hidrogênio, hélio e nitrogênio) e sólidos (platina, irídio, etc.). Exemplos de alguns termômetros utilizados: Termômetro de Gás, Termômetro de Vidro, Termômetro de Álcool e Tolueno, Termômetro de Mercúrio, Termômetro Metálico, Termômetro de Boudon, Termômetro Bimetálico ou de Distorções, Termômetro Elétrico, Termômetro Meteorológico. A medição pode ser feita pelas escalas a seguir: Escala Celsius ou centesimal: Nesta escala o ponto de fusão é de Oº e o de ebulição é 100º. A escala foi determinada pelo físico sueco Celsius (1701-1744), que submeteu uma coluna de mercúrio no gelo, obtendo o valor zero no ponto de fusão e 100 no ponto de ebulição, quando submeteu a coluna de mercúrio ao ponto de ebulição da água destilada. Dividiu esta distância de 0-100 em 100 partes iguais (graus Celsius, centesimais ou centígrados). Escala Fahrenheit: O ponto de fusão é de 32 ºF e o de ebulição é 212 ºF. A escala foi determinada por Daniel Gabriel Fahrenheit (1710) que mergulhou uma mistura de neve, 15
  • 16. Geologia Geral/2011 sal comum e amônia, uma coluna de mercúrio, considerando como zero a altura da coluna de mercúrio em tais condições. Submeteu novamente a coluna de mercúrio à temperatura do corpo humano (amarrou a coluna ao seu corpo), marcando a nova altura da coluna de mercúrio. Dividiu o intervalo entre os dois pontos em 96 partes iguais, determinando o ponto da ebulição e de fusão da água. Escala Kelvin ou Temperatura absoluta: foi determinado por William Tompson Lord Kelvin (1852), onde a temperatura do ponto de fusão corresponde a 273,15 K e a do ponto de ebulição, 373,15 K. O limite inferior da escala é um valor inatingível (zero absoluto), que representa o ponto onde a energia termal das moléculas desaparece por completo, átomos e moléculas de um determinado corpo encontram-se num estado absoluto de repouso. O zero absoluto equivale a –273,15ºC, sendo a mais baixa temperatura do universo físico. Medição da Temperatura do Ar: Essa medição é realizada por termômetros especiais que possuem um grande número de propriedades físicas da matéria, principalmente a dilatação e a variação da resistência elétrica em função da temperatura. Termômetro de máxima: possui um estrangulamento no tubo capilar, próximo ao reservatório do líquido termométrico (mercúrio) para estreitar o calibre (saída) do tubo. Com a elevação da temperatura, o líquido termométrico dilata-se o reservatório, de tal forma, que consegue transpor o estrangulamento. Com a diminuição da temperatura, o estrangulamento não permite que o líquido termométrico volte ao reservatório. Assim, o referido líquido estaciona na temperatura máxima do dia. Tem como função medir a temperatura máxima do dia. Bulbo Úmido Bulbo Seco Termômetro de Máxima Termômetro de Mínima Figura 17: Termômetros de máxima e mínima e bulbos seco e úmido da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. 16
  • 17. Geologia Geral/2011 Termômetro de mínima: geralmente o líquido termométrico mais usado é o álcool. Possui uma agulha (indicador) de porcelana ou vidro escuro (azul), em forma de alteres, com aproximadamente 2 cm e imersa no álcool. Quando a temperatura diminui o álcool se contrai, arrastando a agulha, visto que a tensão superficial na extremidade da coluna de álcool é maior que peso (massa) do índice (agulha). Quando a temperatura aumenta, o álcool dilata-se e escoa ao redor do índice (agulha), deixando-o na posição da menor temperatura. O reservatório do líquido temporário (álcool), possui a forma de duas ampolas cilíndricas. Tem como função, medir a temperatura mínima diária em ºC. Termógráfo: Consta de um aparelho registrador, que possui um cilindro com relógio, onde é acoplado um gráfico semanal. O registro é efetuado por uma agulha que oscila de acordo com as variações de temperatura. A agulha encontra-se ligada a uma haste que por sua vez está ligada a um sistema de alavancas (que dá amplitude ao movimento), assim quando estes variam a agulha se desloca na vertical. Figura 18: Exemplo de um Termógrafo, registro de temperatura do ar em forma de gráfico. Medição da Temperatura do Solo: Geotermômetros: Os mais utilizados são os de mercúrio, com bulbo de vidro. Para evitar que sejam removidos para leitura, os termômetros, cujo elemento sensível pode encontrar-se a 2, 5, 10, 20, 30, 50 ou 100 cm de profundidade, têm hastes curvadas em ângulo relo (90º). A profundidade para a qual se destina é definida pelo comprimento entre o centro do reservatório com líquido termométrico e com protuberância colocada acima dela. Os geotermômetros para até 40 cm permanecem fixos no solo, enquanto que os de 50 e de 100 cm são retos e instalados através de finos tubos de acesso, podendo ficar assim suspensos ou colocados na hora da leitura e após isso, retirados. 17
  • 18. Geologia Geral/2011 Figura 19: Exemplos de geotermômetros (solo nu, relva morta e relva viva). Figura 20: Termômetro de solo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. 18
  • 19. Geologia Geral/2011 PRESSÃO ATMOSFÉRICA: A pressão é o fator físico do tempo de maior importância para a dinâmica da atmosfera, sendo responsável pela circulação geral da atmosfera. Trata-se do peso dos gases que constituem a atmosfera sobre a superfície terrestre. Aparelhos para medição: Barômetro Aneróide: é um equipamento de medida e consiste basicamente em uma cápsula de metal, flexível, selada e com vácuo interno parcial. A capsula é impedida de ser esmagada pela pressão atmosférica por uma mola interna, mas responde às variações de pressão, variando sua dimensão. Tais variações são transmitidas a um ponteiro, que indica a pressão sobre um mostrador, com graduação em mm Hg (interna) e milibares (externa). Os barômetros aneróides são menos precisos que os de mercúrio, devendo ser freqüentemente conferidos com este, mas são mais utilizados por serem portáteis, de fácil transporte, manuseio e mais resistentes a choques. Figura 21: Barômetro Aneróide da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. Barômetro de mercúrio: trata-se de um equipamento de medida e é basicamente igual ao de Torricelli, sendo o instrumento mais preciso na medição de pressão atmosférica. É constituído de uma cuba, que é o reservatório de mercúrio e de uma coluna de aproximadamente 90 cm de comprimento. A pressão atmosférica é dada pelo comprimento da coluna de mercúrio entre o nível do reservatório e o menisco. 19
  • 20. Geologia Geral/2011 Barógrafo: outro tipo de equipamento de medida, semelhante ao barômetro aneróide só que registra em gráfico a variação da pressão. Consiste em diversas cápsulas metálicas superpostas, o movimento combinado entre elas é comunicado a um ponteiro que termina num bico de pena. A pena por sua vez, registra a pressão de maneira contínua, sobre um gráfico colocado ao redor de um cilindro, que gira vagarosamente, acionada por um mecanismo de relojoaria. Um sistema de molas e alavanca dá amplitude do braço registrador. O gráfico roda por sete dias (uma semana). Figura 22: Presença do gráfico do Barógrafo. Unidades de Medida: as unidades de pressão representam o comprimento de uma coluna de mercúrio, necessária para equilibrar a pressão atmosférica, sendo medida em milímetros de mercúrio (mm Hg) e polegadas de mercúrio (pol. Hg). No sistema CGS a unidade de pressão é o Bária, que corresponde a 1 Dina por cm2. No entanto trata-se de uma unidade inconveniente para fins meteorológicos, adotando-se o Bar, que corresponde a 1.000.000 Bárias. Na prática meteorológica utiliza-se a milésima parte do Bar, que é o milibar (mb), que corresponde a 1.000 Dinas por cm2. Um milibar corresponde a pressão exercida por uma força de 100 Newtons por cada metro quadrado de superfície em contato com o ar. 20
  • 21. Geologia Geral/2011 VENTOS: é o ar em movimento (horizontal e vertical) em relação à superfície terrestre, resulta de diferenças de pressão ocasionadas pelas variações de temperatura. Aparelhos para medição: Catavento Wild: é um equipamento de medida constituído de duas partes: uma chapa de ferro retangular T, pendente e movediça, que impelida pelo vento se desvia na vertical, na direção dos ponteiros projetados de um aro metálico (8 ponteiros). Cada um dos ponteiros corresponde a uma certa força do vento, fornecendo uma velocidade indireta. O outro pouco abaixo preso à haste, encontra-se a grimpa em posição horizontal, apresentando uma bola metálica numa extremidade e na outra uma chapa, onde o vento bate fazendo-a girar, posicionando a esfera metálica na direção de onde o vento vem. Este conjunto de velocidade e direção gira livremente no mastro dos ventos. Logo abaixo encontra-se quatro varetas fixas na horizontal, indicativas dos quatro pontos cardeais principais, uma delas possui a letra “N” que representa o norte. Anemômetro Universal: este aparelho de medida registra mecanicamente a direção, a velocidade instantânea e a velocidade média do vento. Registra num gráfico os valores acima com quatro penas, sendo duas para direção, uma para velocidade instantânea e a outra para a velocidade média. É constituído de conchas giratórias, grimpa, sensores e um sistema mecânico que transmite o movimento das penas sobre o diagrama do aparelho. Figura 23: Anemômetro e Catavento Wild da Estação Meteorológica de Universidade Guarulhos. 21
  • 22. Geologia Geral/2011 Biruta: este equipamento consta de uma armação cilíndrica de ferro, que é envolvida por um tecido resistente, formando a abertura maior. O tecido cai fora da armação com uma abertura maior. O vento entra pela abertura maior e sai pela abertura menor, assim a posição para onde estiver voltada a abertura maior, corresponde à direção de onde o vento vem. Figura 24: Biruta da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. Medidas do vento: é difícil medir a direção e a velocidade dos ventos com precisão na superfície terrestre, devido ao atrito que o movimento do ar sofre pela rugosidade do solo, natureza das superfícies, fontes de calor, presença de edifícios, etc. Módulo: é fornecido pela intensidade do vento, ou seja, é a própria velocidade do vento, geralmente expressa em m/s; km/h; km/dia; milhas/h; nós e pela Escala Beaufort (que mede as oscilações na fumaça, folhas, ramos e bandeiras que correspondem aos efeitos da força do vento sobre a paisagem). Direção: é o local de onde o vento vem, a direção é fornecida pelos pontos cardeais da Rosa-dos-ventos. Figura 25: Rosa-dos-ventos e as direções dos ventos. 22
  • 23. Geologia Geral/2011 EVAPORAÇÃO: consta do processo pelo qual a água da superfície terrestre úmida, molhada ou dos lençóis freáticos (água das camadas inferiores) passa para a atmosfera na forma de vapor, a uma temperatura inferior à ebulição. Utilizam-se as seguintes unidades de medidas: mililitro (ml) e o milímetro (mm). Aparelhos para medição: Evaporímetro de Pichê ou Atmômetro: Trata-se de um equipamento de medida que se constitui de um tubo de vidro, fechado em uma das extremidades, graduado em mililitros (ml), números inteiros e décimos, a partir da extremidade fechada. Na extremidade aberta possui um anel metálico com uma garra que prende um disco de papel de filtro com 3,2 cm de diâmetro. A água do tubo desce, satura o papel de filtro, conforme vai ocorrendo a evaporação no papel, a água vai descendo do tubo. Utiliza-se água destilada, porque não possui sais dissolvidos, que na evaporação poderiam cristalizar-se no papel de filtro, diminuindo assim o poder de absorver e evaporar a água. Sua função é de medir a evaporação a sombra. Figura 26: Evaporímetro de Piché da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. Tanque de evaporação: corresponde a um tanque cheio de água, com marcação de um nível de água, onde se coloca um aparelho para medir o quanto de água evaporou durante o dia. Figura 27: Exemplos de tanque de evaporação, mede o quanto evapora durante o dia. 23
  • 24. Geologia Geral/2011 UMIDADE ATMOSFÉRICA: Trata-se da quantidade de vapor d’água contida na atmosfera, resultante da evaporação. A umidade relativa é a relação entre a quantidade de vapor d’água contida na atmosfera e o máximo que poderia conter, sendo expressa em porcentagem (%). Aparelhos para medição: Higrômetro: Este equipamento de medida constitui-se de uma cápsula metálica esférica, com um mecanismo que utiliza como elemento sensível o “cabelo humano”. O cabelo quando livre de gorduras, sofre variações (encurtamento e alongamento), de acordo com as mudanças da umidade. O aparelho possui um mostrador com os diferentes valores de umidade e um ponteiro. Conforme ocorre as variações da umidade (concentração e dissensão do cabelo), o ponteiro movimenta-se, assinalando o valor da umidade relativa em (%). Psicrômetro: É um equipamento de medida que possui dois termômetros exatamente iguais: Bulbo seco e bulbo úmido. O último possui o bulbo envolvido por uma gase úmida e em parte mergulhada num copinho com água destilada. Suas funções são: separadamente o bulbo seco fornece a temperatura do ar seco e o bulbo úmido a temperatura do ar úmido; Em conjunto, através da tabela Psicrométrica, fornecem a umidade relativa. Bulbo Seco Bulbo Úmido Figura 28: Exemplo de psicrômetro (bulbo seco e bulbo úmido). 24
  • 25. Geologia Geral/2011 Higrógráfo: Consta de um aparelho registrador, que possui um cilindro com relógio, onde é acoplado um gráfico semanal, que é numerado de cima para baixo do zero a cem. O registro é efetuado pr uma agulha que oscila de acordo com as variações de umidade. Externamente é coberto por uma capa metálica ventilada, onde encontram-se feixes de cabelo (humanos) que se contraem e se distendem de acordo com a quantidade de umidade do ar, devido ao seu alto grau de sensibilidade. A agulha encontra-se ligada a uma haste que por sua vez está ligada a um sistema de alavancas (que dá amplitude ao movimento), assim quando estes variam a agulha se desloca na vertical. A rotação completa pode ser em 24 horas ou em 7 dias. Higrógrafo Termógrafo Figura 29: Higrógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos. Figura 30: Exemplo de Higrógrafo. 25
  • 26. Geologia Geral/2011 PRECIPITAÇÃO: Constitui-se de partículas sólidas ou líquidas em queda na atmosfera e atingem o solo ou se depositam sobre ele. Sendo o principal mecanismo natural de restabelecimento dos recursos hídricos da superfície terrestre. Tipos de Precipitação: têm-se as que ocorrem nas regiões mais elevadas da troposfera e são de dois tipos: Precipitação Líquida (chuva, chuvisco ou garoa) e Precipitação Sólida (neve, pelotas de neve, neve granular, pelotas de gelo, grãos de gelo, granizo, saraiva e prismas de gelo); As depositadas sobre a superfície terrestre são: Deposição líquida (orvalho) e Deposição Sólida (geada e escarcha). Aparelhos para medição: Pluviômetro “Ville de Paris”: Trata-se de um equipamento de medida caracterizado por um reservatório alongado, que termina na parte inferior num tubo com uma pequena torneira, um receptor em forma de funil, que se adapta à parte superior do reservatório e um aro circular de latão, com aresta cortante, que se encaixa externamente sobre a boca do funil. Acompanham o pluviômetro duas provetas graduadas em milímetros (mm). Figura 31: Pluviômetro da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos Pluviógrafo: consta de duas peças cilíndricas que encaixam, sendo a parte superior que define a área de captação e possui um funil na peça inferior. O que diferencia o pluviógrafo de um pluviômetro é que além de acumular a precipitação o aparelho faz o seu registro num gráfico, o que possibilita determinar o início e o término da precipitação. Ainda, através da relação entre a quantidade da precipitação e o intervalo 26
  • 27. Geologia Geral/2011 de tempo de sua ocorrência, é possível saber-se a intensidade e que tipo de precipitação ocorreu (chuva, chuvisco, etc.) Constitui-se de um funil coletor, que recebe a precipitação, deixando-a cair num sistema coletor com uma bóia, a qual se encontra acopla a uma haste com uma agulha na extremidade. Conforme a água entra no sistema coletor a bóia vai subindo, deslocando a agulha, que efetua o registro num gráfico acoplado a um cilindro com um sistema de relojoaria. O cilindro efetua um giro de 360º em 24 horas, assim o gráfico acoplado a ele é diário, sendo dividido de hora em hora e cada uma em intervalos de 10 minutos (na horizontal). Na vertical encontram-se os valores de precipitação de 0 a 10 mm, as maiores divisões são de cada 1mm e as menores em décimos de mm (0,1). Quando a agulha se movimenta e atinge o topo do gráfico (10mm), a água é pressionada pela bóia e sai pelo sifão, caindo numa caneca na base do pluviógrafo. Figura 32: Pluviógrafo da Estação Meteorológica da Universidade Guarulhos Unidades de Medida: as unidades que são adotadas pela OMM para a medida da quantidade de precipitação são: Para o volume da precipitação caída: o litro Para a superfície: m2 Para o tempo: o espaço de 24 horas 27
  • 28. Geologia Geral/2011 METEOROS Trata-se de fenômenos visíveis na atmosfera, o que diferencia dos meteoros astronômicos (estrelas cadentes, cometas, etc.). São fenômenos freqüentes e observados na atmosfera ou ao nível da superfície terrestre. Podem ser de natureza óptica, elétrica, sólida ou líquida. Hidrometeoros: consiste de um conjunto de partículas de água (sólida ou líquida) que podem aparecer em queda ou suspensos na atmosfera, levantada da superfície terrestre pelo vento, depositadas sobre objetos no solo ou na atmosfera de forma livre. Em queda: Conjunto de partículas que se originam nas nuvens, caem e atingem o solo. Chuva : precipitação de partículas de água líquida, na forma de gotas com diâmetro > a 0,5mm ou de gotas menores muito dispersas. Chuva Congelada: ocorre quando as gotas de água congelam em contato com o solo, com objetos na superfície terrestre ou com as aeronaves em vôo. Garoa ou chuvisco : é a precipitação uniforme de finas gotas d’água (diâmetro < a 0,5mm). Garoa Congelada: ocorre quando as gotas se congelam em contato com o solo, com objetos na superfície terrestre ou com as aeronaves em vôo. Neve: precipitação de cristais de gelo. Quando a neve atravessa as camadas de ar com temperatura de 0ºC ou um pouco superior, condensa a água líquida sobre a superfície, tornando-se úmida, em parte derrete, perde sua regularidade e aglomera- se formando flocos brancos volumosos. Pelotas de neve: precipitação de grãos de gelo branco e opaco, são esféricos ou cônicos, com diâmetro entre 2 e 5mm. Neve granular: precipitação de grãos de gelo, muito pequenos, brancos e opacos. São relativamente achatados ou alongados, com diâmetro geralmente inferior a 1mm. Granizo: grânulos de neve envolvidos por uma fina camada de gelo, desmancham-se facilmente com a unha. É freqüente na primavera e inverno, nas altas latitudes e regiões montanhosas. Pode cair junto com a neve. Saraiva : precipitação de glóbulos ou pedaços de gelo, com diâmetro de 5 a 50mm ou mais, que caem separados ou aglomerados em blocos irregulares. No verão os pedaços são geralmente grandes, constituído-se de camadas concêntricas de gelo, opacas ou transparentes, comprimidas umas contra as outras. Em suspensão: constituem um conjunto de partículas em suspensão na atmosfera. 28
  • 29. Geologia Geral/2011 Nevoeiro: suspensão na atmosfera de pequenas gotas d’água reduzindo geralmente a visibilidade horizontal na superfície terrestre a menos de 1 km. Considera-se forte, quando não são percebidos os objetos além de 100 metros do observador e fraco, quando os objetos podem ser avistados a mais de 100 metros. Névoa úmida: consta da suspensão na atmosfera de gotículas d’água microscópicas, ou de partículas higroscópicas úmidas, que reduzem a visibilidade na superfície terrestre, a mais de 1 km. Por elevação da superfície: trata-se de partículas sólidas ou líquidas levantadas da superfície terrestre pelo vento. Tempestade de neve : consta de um conjunto de partículas de neve, levantadas do solo por um vento superficialmente forte e turbulento. Pode ser classificada em baixa e elevada, sendo que a segunda reduz bastante a visibilidade. Escuma: constitui-se de partículas de água levantadas pelo vento, de uma superfície líquida, geralmente das cristas das ondas e levantadas na atmosfera a pequenas altitudes. Tromba ou Tornado: consiste num turbilhão de vento, geralmente intenso, que se manifesta por uma coluna de nuvens, ou num cone de nuvens invertido, em forma de funil, saindo da base de um cumulonimbus. Pode ter gotículas d’água levantadas da superfície do mar, poeira, areia, ou detritos diversos erguidos do solo. O eixo da coluna da nuvem pode ser vertical ou inclinado, alcança o repuxo, dentro do turbilhão o ar move-se rapidamente no sentido ciclônico. Depósitos sobre o solo: trata-se de partículas sólidas ou líquidas, que se depositam sobre os objetos na superfície terrestre. Orvalho: conta de um depósito de gotículas d’água contido no ar ambiente, visto que a temperatura do solo se encontra igual ou inferior à temperatura do ponto de orvalho do ar ambiente. Ocorre em noites de céu limpo, na presença de massas de ar de baixo teor de umidade e com ventos de velocidades baixas. A época de maior freqüência na formação de orvalho é no outono e inverno para o Brasil. Geada: trata-se de um depósito de gelo, com aspecto cristalino, na forma de camadas, agulhas, penas ou leques. Forma-se quando a temperatura do ar ambiente se encontra abaixo de 0º, acarretando no congelamento da superfície de água livre, da água depositada como orvalho, da água de encanamentos e de soluções aquosas, como as existentes nas células de animais e vegetais. A formação associa-se a massas de ar polares, com baixo teor de umidade e sem nebulosidade. Escarcha: constituem-se depósitos de gelo na forma de grânulos, mais ou menos separados por inclusões de ar, podem apresentar ramificações cristalinas. Resulta do congelamento de gotas de água de um nevoeiro, visto que se encontram superresfriadas e quando se chocam com objetos mais frios, solidificam-se imediatamente. A escarcha é muito semelhante à geada, mas é mais áspera. Pode apresentar-se branca ou transparente, no caso da última, origina-se do congelamento de gotículas de garoa ou de chuva. 29
  • 30. Geologia Geral/2011 Litometeoros: constituem-se de conjuntos de partículas sólidas, não aquosas em suspensão na atmosfera, elevadas do solo pelo veto. As partículas possuem variadas origens: fumaça de cidades industriais, queimadas, poeiras de regiões secas, partículas de sal marinho, cinzas vulcânicas, etc. Podem ser transportadas a grandes distâncias e altitudes pelo vento. Névoa seca : trata-se de partículas extremamente pequenas, sólidas e secas, invisíveis a olho nu. São suficientemente numerosas para fornecer um aspecto opaco. Considera-se névoa seca, quando a umidade relativa se encontra abaixo de 80%. No Brasil, a névoa seca origina-se principalmente da mistura de fumaça de queimadas com poeira levantada pelo vento, nos meses de seca no interior do país. Névoa de poeira : constitui-se de poeira ou de pequenas partículas de areia, que foram levantadas do solo pelo vento e colocadas em suspensão na atmosfera. Resulta de uma tempestade de poeira ou de areia, ocorrida antes da hora de observação. Fotometeoros: são fenômenos resultantes de reflexão, refração, difração ou interferência de luz solar ou lunar. Fenômenos de halo solar e lunar: constam de arcos, anéis, colunas ou focos luminosos resultantes da refração ou reflexão da luz, por cristais de gelo em suspensão na atmosfera. Ocorrem em torno da Lua ou do Sol. Imagem do Sol: aparece na vertical e abaixo do Sol, na forma de uma mancha branca brilhando, é análoga à imagem do Sol sobre uma superfície de água tranqüila. Coroa Solar e Lunar: constam de anéis coloridos (um ou em série, raramente mais que três) centralizados sobre o Sol ou sobre a Lua. Irisação: trata-se de cores observadas sobre as nuvens, entremeadas ou na forma de bandas paralelas aos contornos das nuvens. As cores predominantes são o verde e o rosa. Arco-Íris : trata-se de um grupo de arcos concêntricos, cujas cores vão do violeta ao vermelho, são produzidos pela luz solar ou lunar sobre um gotas de água na atmosfera. Eletrometeoros: consta de manifestações visíveis ou audíveis de eletricidade atmosférica. Trovoada: trata-se de uma ou várias descargas bruscas de eletricidade atmosférica, manifestando-se por uma claridade breve e intensa (relâmpago) e por um ruído seco, ou por um rolamento surdo (trovão). A intensidade pode ser fraca, quando os trovões não são ruidosos e os relâmpagos ocorrem em intervalos de um minuto ou mais. Pode ser moderada, quando os trovões possuem forte ruídos, em intervalos 30
  • 31. Geologia Geral/2011 curtos e freqüentes clarões dos relâmpagos. Quando forte os trovões são agudos e ocorrem continuamente, com fortes chuvas. Relâmpago: consta de manifestações luminosas, que acompanham uma descarga brusca de eletricidade atmosférica, que pode ser proveniente de uma nuvem. Trovão: consta do ruído seco ou rolado que acompanha o relâmpago. Fogo-de-Santelmo: trata-se de uma descarga elétrica luminosa na atmosfera, mais ou menos contínua e de intensidade fraca ou moderada, atinge objetos elevados na superfície terrestre (pára-raios, aparelhos anemométricos, mastros de navios, ponta das asas e hélices de aviões), produz uma espécie de chama. Auroras Polares: são fenômenos luminosos da atmosfera, que aparecem na forma de arcos, faixas pregueadas ou cortinas. No pólo norte denomina-se de Aurora Boreal, são as mais intensas e mais bonitas, visto que são produzidas por cargas positivas. No pólo sul denomina-se Aurora Austral, menos intensas e bonitas que as do pólo norte, visto que são produzidas por cargas negativas. As auroras polares atingem desde a Exosfera até a Ionosfera. NUVENS E NEBULOSIDADE Nuvens: Constituem-se de minúsculas gotículas de água, pequenos cristais de gelo, partículas minúsculas de fumaça, poeira e sal de vaporização do mar, que são suspensos na atmosfera pelos movimentos ascendentes do ar. Aparelhos para medição: Nefoscópio: É um tipo de equipamento de medida de altura, utilizado para determinar os movimentos das nuvens. Tetômetro: Este equipamento serve para medir a altura da base da nuvem. O tipo “Farol Teto” é um farol potente, que ilumina a base da nuvem à noite. Um observador com um clinômetro mede o ângulo formado pela superfície com a base da nuvem. Assim, a altura é determinada pelo cateto oposto do ângulo. O tetômetro eletrônico é usado dia e noite, visto que possui um receptor que mede permanentemente os angulos. Classificação das nuvens: o aspecto das nuvens depende de sua natureza, dimensão, número e distribuição no espaço. São sempre brancas, sua coloração deve-se à posição em relação ao Sol e ao observador. A cor cinzenta é a sombra da nuvem, ocorre quando esta se interpõe entre o Sol e o observador. São diversas as classificações de nuvens, cada um obedece a um fato que no caso é colocado em destaque. 31
  • 32. Geologia Geral/2011 O quadro abaixo representa um geral das nuvens: Gêneros Smbologia Famílias Representação Nuvens Cirrus Ci Altas Cirrus-cumulus Cc Cirrustratus Cs Nuvens Alto-cumulus Ac Médias Altostratus As Nimbo-stratus Ns Nuvens Strato-cumulus Sc Baixas Stratus St Nuvens de Cumulus Cu desenvolvimento Cumulu-nimbus Cb vertical Figura 33: Tipos de nuvens 32
  • 33. Geologia Geral/2011 MASSAS DE AR E FRENTES O deslocamento de ar que compõem a circulação geral da atmosfera são complexos e há um sistema, constantemente variável, de correntes reagindo uma sobre as outras, ocasionando transporte a grandes distâncias. Devido à forma esférica da Terra, as regiões polares absorvem menos energia que o Equador, assim o excesso de energia absorvida nas baixas latitudes é transferido para as altas latitudes, pelos movimentos atmosféricos. A convexão em pequena escala, a frente polar e os contrastes terra-água, criam diversidades nos movimentos atmosféricos, desde pequenos redemoinhos turbulentos até a circulação geral. Esses padrões de movimentos, sustentados pela energia solar, ligam-se forçosamente ao ciclo da água e dependem em parte, para seu desenvolvimento, da energia desprendida durante esse ciclo. Massas de ar: quando um grande volume de ar atmosférico está em repouso ou deslocando lentamente sobre uma superfície uniforme, tende a adquirir as características térmicas ou higrométricas da superfície por onde passa. Região de origem ou região nascente: é a região onde a massa de ar se forma e quando uma massa de ar se encontra afastada da região de origem, suas características se modificam, visto que adquire as características das superfícies por onde transitam, embora essas características possam ser modificadas durante o seu trânsito. Superfície de origem: pode ser marítima ((m) ou continental (c). Tipos de massas de ar: nas regiões temperadas não se formam massas de ar, visto que as estações do ano são bem definidas, não havendo tempo necessário, para que o ar em repouso adquira homogeneidade horizontal suficiente para se formar uma massa de ar. As massas de ar podem ser do tipo: massa de ar antártica (massa de ar fria que se origina no continente Antártico), massa de ar polar (tem origem na zona subantártica entre o ar polar e o tropical), massa tropical (tem origem em zonas de ventos variáveis e divergentes), massa de ar equatorial (origina-se a partir dos ventos alíseos), Principais características das massas de ar: Massa de ar frio: é definida como uma massa de ar que é mais fria nos níveis inferiores, do que na superfície sobre a qual está se deslocando, portanto o ar está se deslocando e sendo aquecido pela parte inferior. Este aquecimento produz correntes de convexão, que modificam a massa de ar. Quando for alcançado o nível de condensação pelas correntes de convexão ascendentes, formar-se as nuvens. Essas nuvens são do tipo cumulus e se o desenvolvimento continuar, poderão ocorrer aguaceiros e trovoadas. As características desta massa de ar são: turbulências nos níveis inferiores, gradiente instável de temperatura e nuvens cumulus e cumulunimbos. 33
  • 34. Geologia Geral/2011 Massa de ar quente: é definida como uma massa de ar mais quente nos níveis inferiores, do que a superfície sobre o qual está se deslocando. O resfriamento do ar na parte inferior tende a torná-la mais instável e impede a convexão. Este tipo de massa de ar tende a manter as suas características originais sofrendo modificações somente nos níveis inferior. Quando for resfriado, até ao seu ponto de condensação, formar nevoeiros se os ventos forem fracos e se forem fortes, ocorre uma turbulência devido ao atrito que mistura as camadas próximas à superfície, formando-se então uma nuvem tipo stratos. As características desta massa são: ar calmo, gradiente estável de temperatura, visibilidade prejudicada (fumaça e poeira nos níveis inferiores) e nuvem estratiforme (stratus e stratocumulus). Massas que atuam na América do Sul: Massas equatoriais marítimas (Atlântica e Pacífica) Massa equatorial continental Massas tropicais marítimas (Atlântica e Pacífica) Massa tropical continental Massas polares marítimas (Atlântica e Pacífica) Massa polar continental O hemisfério sul caracteriza-se por sua pequena porção de terra, comparada com a superfície de água, assim as massas de ar frio que invadem o continente sul-americano, são úmidas e não muito frias, ar Polar Marítimo. Essas massas de ar têm duas rotas principais: a primeira que vem do oeste (W) e chega até a costa Chilena, provocando frio e umidade, ao subir pela Cordilheira dos Andes, provocando chuvas intensas, a segunda, é do ar polar marítimo que entra pelo sul (S) e sudeste (SE), durante o inverno, atinge o norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e grande parte do Brasil, incluindo áreas amazônicas e o litoral até ao nordeste do país. No verão, o ar polar entra no continente sul-americano em latitudes mais altas que no inverno, mas com temperaturas mais suaves, provocando chuvas em suas zonas frontais com o ar tropical. Na parte do continente banhada pelo oceano pacífico, o ar é muito estável entre 5º e 35º de latitude sul (pela corrente fria de Huboldt). Frentes Formação: são regiões de transição entre massas de ar diferentes, geralmente entre massas frias e quentes, que aparecem periodicamente, perturbando a circulação geral da atmosfera. Uma massa de ar avança na direção de outra, determinando seu limite dianteiro. A presença física de uma frente, é a “frente da massa”. Pode definir-se uma frente, como um sistema alongado de baixas pressões (cavado), comprimida entre dois anticiclones; as pressões mais baixas alinham-se ao longo do eixo central da área frontal. Assim ao longo das frentes, formam-se ciclones que se deslocam segundo a mesma direção, dentro dos quais, existe uma acentuada velocidade de vento, chuva forte, nuvens baixas, visibilidade reduzida, forte turbulência e possibilidade de formação de granizo e trovoadas. A alta polar avança, definindo uma frente fria e a alta tropical avança, definindo uma frente quente. 34
  • 35. Geologia Geral/2011 Tipos de frentes: Frente fria: consta do deslocamento de uma massa de ar frio contra uma massa mais quente. O ar frio tende a deslocar o ar quente, formando uma superfície frontal inclinada, que atua como cunha por baixo do ar quente elevando-o, onde ocorrem diversos fenômenos meteorológicos. Uma frente fria desloca-se com maior velocidade que uma frente quente, de 36 a 40 km/h. Com a aproximação de uma frente fria, ocorrem os seguintes fenômenos: a pressão diminui no local, ocorre um aumento gradativo da temperatura, aumenta a velocidade do vento. Tais mudanças ocorrem em uma ou duas horas, com a passagem da frente fria chega à massa Polar, acarretando os fenômenos: aumento da pressão, queda brusca na temperatura, a velocidade do vento pode aumentar sendo mais intensos e mais frios, pode ocorrer um rápido clareamento do tempo, freqüentemente grande parte da chuva vem um pouco adiante da frente fria e outras vezes um pouco atrás. Figura 34: Representação esquemática de uma frente fria. Frente quente: consta do deslocamento de uma massa de ar quente, contra uma massa mais fria. O ar frio é mais denso, funciona como uma rampa suave, sobre a qual se eleva o ar mais quente. Quando uma frente quente se aproxima, surgem primeiramente nuvens altas (cirrus e cirrustratus), depois altostratus e cumulunimbus. Com a chegada da frente, ocorre contínua precipitação até a passagem do sistema, saturando o ar frio, deixando condições de pouca visibilidade. Uma frente quente pode ser a própria frente fria retornando ao pólo, visto que quando vai perdendo suas características, é empurrada de volta pelo ar tropical. Figura 35: Representação esquemática de uma frente quente. 35
  • 36. Geologia Geral/2011 Frente fria secundária: origina-se a partir de uma frente fria que se move rapidamente (com grande velocidade) e desenvolve-se a uma certa distância, na retaguarda da frente principal. Frente estacionária: quando uma frente cessa de se mover em qualquer direção por encontrar uma barreira física. Pode permanecer estacionária por horas ou dias, antes se dissipar. Ciclogênese: trata-se do processo de formação de ciclones, em áreas de baixas pressões, onde a temperatura pode ser alta ou baixa. Ciclones térmicos: apresentam-se quase estacionários, formam-se pelo aquecimento de certas regiões, sendo, portanto locais. Ciclones tropicais: originam-se sobre as latitudes tropicais marítimas no verão, com ventos ciclostróficos. Possuem um centro calmo (olho) com diâmetro de 25 a 100km, ocorrem em todos os oceanos, exceto no Atlântico e Pacífico Sul. Podem ser denominados de Tufão (Pacífico Norte), Furacão (Atlântico Norte), Baguio (Filipinas), Willy (Austrália) e Ciclone (Índico). 36
  • 37. Geologia Geral/2011 O CICLO DA ÁGUA O volume total de água do planeta está distribuído, aproximadamente, da seguinte maneira:  97,4% - de água nos oceanos;  2,0% - de água doce dos gelos polares e das geleiras;  0,5% - de água doce subterrânea;  0,1% - de água doce de rios e lagos, inclusive o vapor de água da atmosfera. Para entender melhor, podemos fazer a seguinte comparação: imagine que toda a água do planeta corresponda a 100 litros. Teríamos, então, 97,4 litros de água dos oceanos, 2 litros de gelo, meio litro de águas subterrâneas e apenas 100 mililitros de água doce dos rios e lagos. Sendo apenas de 0,1% a pequena quantidade de águas doces superficiais diretamente aproveitáveis pelo o homem, pode entender a importância do uso racional da água em todas as atividades humanas. Por isso, é necessário evitar, a todo custo, o desperdício e a poluição das águas. A água distribui-se na atmosfera e na superfície da crosta até a profundidade de 10km, isto é o que chamamos de hidrosfera que compõe os reservatórios naturais tais como: oceanos, geleiras, rios, lagos, vapor d’água atmosférico, água subterrânea e água retiradas dos seres vivos.  Origem Da Água Sua origem consta dos primórdios da formação da atmosfera, quando o planeta estava sendo desgaseificado, isto é, quando a liberação de gases ocorria pelo resfriamento ou aquecimento de rochas. Esse processo ocorre até hoje e teve início no resfriamento geral do planeta, onde na formação das rochas magmáticas, foram liberados gases, principalmente vapor d’água e gás carbônico, entre vários outros. A geração de água sob forma de vapor é observada atualmente em erupções vulcânicas, denominada água juvenil. O intercâmbio entre esses reservatórios compreende o ciclo da água ou ciclo hidrológico que juntamente a energia solar compõe o processo de dinâmica externa da Terra. A figura abaixo mostra o ciclo completo da água. 37
  • 38. Geologia Geral/2011  Ciclo Hidrológico - Partindo de um volume relativamente constante de água no SISTEMA TERRA, o ciclo hidrológico inicia um fenômeno conhecido como precipitação meteórica que representa a condensação de gotículas a partir do vapor d’água presente na atmosfera, dando origem à chuva; - Quando o vapor d’água transforma-se em cristais de gelo, tem-se a neve, o granizo que é responsável pela geração e manutenção de importantes reservatórios representados pelas geleiras nas calotas polares e ainda nos cumes das montanhas; - Parte dessa precipitação retorna para a atmosfera por evaporação direta, esta parte soma-se ao vapor d’água formado sobre o solo e aquele liberado pela atividade biológica de organismos, principalmente as plantas, através da respiração. Todo esse processo recebe o nome de evapotranspiração, na qual a evaporação direta é causada pela radiação solar e vento, e a transpiração dependem da vegetação. - A evapotranspiração em áreas de clima quente e úmido (floresta amazônica) devolve a atmosfera até 70% da precipitação; já em ambientes glaciais o retorno da água para a atmosfera ocorre pela substituição do gelo (a água passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso, pela ação do vento). - Em regiões de floresta, uma parcela da precipitação pode ficar retida nas folhas e caules sofrendo evaporação posteriormente e, a este processo dá-se o nome de interceptação, onde com o movimento da vegetação, parte dessa água continua seu trajeto atingindo o solo. Esse processo diminui a ação erosiva. - A partir do solo a água pode seguir dois caminhos: 1o consta da infiltração que depende diretamente das características da cobertura da superfície. 2o consta da capacidade de absorção de água pela superfície, e quando este é superado, fazendo com que o excesso de água inicie o escoamento superficial, impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas. Esse escoamento inicia-se através de pequenos filetes de água disseminados pela superfície do solo que convergem para córregos e rios, constituindo assim a rede de drenagem. Parte dessa água retorna à superfície através de nascentes, alimentando o escoamento superficial, ou ainda, através de rotas de fluxo mais profundas e lentas, reaparecendo diretamente nos oceanos. Estima-se que os oceanos contribuem com 80% do total anual evaporado e os continentes com 15% por evapotranspiração. O ciclo hidrológico pode ser comparado a uma grande máquina de reciclagem de água, na qual operam processos tanto de transferência entre os reservatórios como de transformação entre o estado gasoso, líquido e sólido. 38
  • 39. Geologia Geral/2011 Balanço Hídrico e Bacias Hidrográficas - O ciclo hidrológico tem uma aplicação prática no estudo de recursos hídricos que visa avaliar e monitorar a quantidade de água disponível na superfície da Terra. A unidade geográfica para esses estudos, denomina-se bacia hidrográfica, definida como uma área de captação de água, demarcada por divisores topográficos, onde toda água captada converge para um único ponto de saída denominado enxutório. A bacia hidrográfica é um sistema físico onde se pode quantificar o ciclo da água. Essa análise quantitativa é feita pela equação geral do balanço hídrico. Dessa forma - a água é captada e levada para uma estação de tratamento e depois distribuída, conforme a figura abaixo: Esquema representativo de uma estação de tratamento e a distribuição de água.  Água no Subsolo - Consta da fração de água que sofre infiltração, acompanhando seu caminho pelo subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais presentes irão controlar o armazenamento e o movimento das águas, dessa maneira, toda água que ocupa espaços vazios em formações rochosas é classificada como água subterrânea. - O processo mais importante de recarga de água no subsolo é a infiltração, onde seu volume e a velocidade dependem de vários fatores: Tipos e condições dos materiais terrestres - a infiltração é favorecida pela presença de materiais porosos e permeáveis, como solos e sedimentos arenosos, ou ainda, em rochas muito fraturadas ou porosas também permitem a infiltração de águas superficiais. Por outro lado, rochas magmáticas ou metamórficas, ou ainda materiais argilosos e outros tipos de rochas pouco fraturadas, são desfavoráveis à infiltração. 39
  • 40. Geologia Geral/2011 Coberturas vegetais - Em áreas vegetadas a infiltração é favorecida pelas raízes que abrem caminho para a água descendente no solo. A cobertura florestal também exerce importante função no retardamento de parte da água que atinge o solo, através da interceptação, sendo o excesso lentamente liberado para a superfície do solo por gotejamento. Topografia - De uma forma geral os declives acentuados favorecem o escoamento superficial direto, diminuindo a infiltração; já as superfícies suavemente onduladas permitem o escoamento superficial menos veloz, aumentando a possibilidade de infiltração. Precipitação - O modo como o total da precipitação é distribuído ao longo do ano é um fator decisivo no volume de recarga da água subterrânea, em qualquer tipo de terreno. Chuvas regularmente distribuídas ao longo do tempo promovem uma infiltração maior pois, desta maneira, a velocidade de infiltração acompanha o volume de precipitação. Ao contrário, chuvas torrenciais favorecem o escoamento superficial direto, pois a taxa de infiltração é inferior ao grande volume de água precipitada em curto intervalo de tempo. Ocupação do solo – O avanço da urbanização e a devastação da vegetação influenciam significativamente a quantidade de água infiltrada em adensamentos populacionais e zonas de intenso uso agropecuário. Nas áreas urbanas, as construções e a pavimentação impedem a infiltração, causando efeitos catastróficos devido ao aumento do escoamento superficial e redução na recarga de água subterrânea. Nas áreas rurais, a infiltração sofre redução pelo desmatamento em geral e pela compactação dos solos causada pelo pisoteamento de animais, como em extensivas áreas de criação de gado. Um caso curioso ocorre em São Paulo, onde se detectou uma recarga significativa da água subterrânea por vazamento da rede de abastecimento.  Distribuição e Movimento da Água no Subsolo Depende de alguns fatores tais como: - Além da força gravitacional e das características dos solos, sedimentos e rochas, o movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração molecular e tensão superficial, dependendo de alguns fatores tais como: Atração molecular: ocorre quando as moléculas de água são presas na superfície de argilominerais por atração de cargas opostas, este fenômeno ocorre principalmente nos primeiros metros de profundidade, onde ocorre solo rico em argila. Tensão molecular: tem seus efeitos nos interstícios muito pequeno onde a água fica presa nas paredes dos poros, podendo ter movimento ascendente (contra a gravidade) por capilaridade. O local onde os poros estão cheios de água é denominado zona saturada ou freática e acima desse nível os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por água e ar, definindo a região de zona não saturada ou ainda de vadosa ou zona de areação. 40
  • 41. Geologia Geral/2011 Porosidade: trata do tipo de material onde ocorre maior ou menor infiltração de água. Têm-se então dois tipos de porosidades, a primária que é caracterizada pelas rochas sedimentares e os espaços entre os grãos ou planos de estratificação, o tamanho e a forma das partículas, o seu grau de seleção e a presença de cimentação, influenciam na porosidade; a secundária, se desenvolve após a formação das rochas ígneas, metamórficas ou mesmo sedimentares, por fraturamento ou falhamento durante a deformação. Um tipo especial ocorre em rochas solúveis como o calcário e o mármore, através da criação dos vazios por dissolução, caracterizando a porosidade cárstica. Permeabilidade: o principal fator que determina a disponibilidade de água subterrânea não é a quantidade de água que os materiais armazenam e sim, a sua capacidade em permitir o fluxo de água através dos poros. O fluxo dependerá diretamente do tamanho dos poros e da conexão entre eles (as argilas possuem poros muito pequenos e o basalto não possui poros, mas em compensação possui falhas e fraturas).  Aqüíferos São reservatórios subterrâneos que dependem diretamente do tipo de porosidade existente no material em que a água infiltra-se. - Aquíferos e tipos de porosidades Basicamente três tipos: 1- Intergranular: formam-se a partir de sedimentos arenosos, onde a produtividade diminui em função do grau de cimentação entre os grãos. 2- De fraturas: forma-se em conseqüência de deformações tectônicas, por fraturas e falhas. Só serão bons aqüíferos se as falhas e as fraturas estiverem interligados. 3- De condutos (cárstico): é caracterizado pela porosidade cárstica, constituída por uma rede de condutos com diâmetros milimétricos a métricos, gerado pela dissolução de rochas carbonáticas ( que contêm CaCO3), conforme a figura a seguir. 41
  • 42. Geologia Geral/2011 Carste: topografia formada sobre rochas solúveis, tais como, calcário e gipsita, caracterizadas por dolinas, cavernas e drenagem subterrânea. Dolina: cratera de abatimento que caracteriza regiões cársticas, cujo diâmetro variam de 9 a 900m e as profundidades situam-se entre 2 a 100m. Muitas vezes apresenta forma de funil e comunica-se com um sistema de drenagem subterrânea em terrenos calcários. Sinônimo:Cratera de abatimento. Espeleotema: por espeleotema entende-se o conjunto das feições deposicionais das cavernas, que constituem as fácies cársticas ou depósitos espélicos de origem química, que compreendem as estalactites e estalagmites, as pérolas de cavernas e etc. 42
  • 43. Geologia Geral/2011 AMBIENTES DE SEDIMENTAÇÃO E/OU DEPOSICIONAIS Sedimentos: Sedis (latim) = assento / deposição. Todas as partículas que se depositam, depositou ou irá depositar originando rochas sedimentares. FORMAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES Partículas Inorgânicas (Minerais) INTEMPERISMO (Quebra) EROSÃO (Transporte dos clastos ou detritos) DEPOSIÇÃO Rochas Sedimentares Rochas Sedimentares Clásticas Incoerentes Clásticas Coerentes (Grãos soltos) Alóctones (Grãos unidos) Exs: areia; seixo rolado. Exs: arenito; siltito; argilito; folhelho; varvito. Precipitação Química Influência de vida animal ou vegetal Rocha Sedimentar de Origem Química Exs: calcário; evaporito. Rocha Sedimentar de Origem Orgânica ou Biogênica Exs: carvão; folhelho pirobetuminoso. Autóctones Alóctones: São sedimentos que são transportados de um lugar diferente ao que estão depositados (transporte mecânico / origem física). Autóctones: São sedimentos que se formam exatamente onde se encontram (transporte iônico / origem química e/ou biológica). São divididos em: 43
  • 44. Geologia Geral/2011 AMBIENTES CONTINENTAIS: (Água doce) Fluvial (Rio) Lacustre (Lagos e Lagoas) Desértico (Eólico) Glacial (Gelo) AMBIENTES MARINHOS: (Água salgada) Plataforma Continental Talude Continental Sopé Continental Fundo Oceânico/Planície Abissal Recifes de Corais (Recifal) AMBIENTES COSTEIROS TRANSICIONAIS OU MISTOS: Marinho Costeiro (Praia) Planície de Maré Deltáico Estuarino Lagunar 44
  • 45. Geologia Geral/2011 AMBIENTE FLUVIAL RIO (Água de Rolamento) Os rios são os principais agentes de transporte de sedimentos formados pelo intemperismo em áreas continentais. FATORES QUE INFLUÊNCIAM O TRANSPORTE E A DEPOSIÇÃO DOS SEDIMENTOS - Topografia; - Regime pluvial (chuvas); - Constituição litológica das rochas erodidas; - Estágio de erosão. DIVISÃO DE UM RIO Nas regiões próximas a cabeceira, (curso superior do rio), predomina a atividade erosiva e transportadora dos detritos fornecidos pelo rio, associados a detritos transportados das encostas, nesta fase o rio escava seu leito na forma de “V”. A menor declividade (curso médio do rio) provoca a diminuição da velocidade das águas, reduzindo o poder de transporte e erosão, que acarreta na deposição de detritos mais grosseiros em seu leito. Nas regiões de menor velocidade (curso inferior do rio), o vale torna-se mais aberto, onde há maior deposição dos sedimentos, já que a erosão passa a ser apenas na lateral. Juventude Maturidade Senilidade (cabeceira) (vale fluvial) (desembocadura) - declividade alta - declividade média -declividade baixa - fácies de leques aluviais - fácies de canal - fácies deltáicas - carga de fundo - mistura de carga - carga fina - energia é maior - energia dependente das - energia menor estações (Atividade erosiva e (Atividade erosiva, (Atividade erosiva e transportadora) transportadora e deposição) de deposição) 45
  • 46. Geologia Geral/2011 FEIÇÕES TOPOGRÁFICAS  Corredeiras Formam-se por falhamentos ou diferenças litológicas que acarretam numa erosão desigual, sendo mais intensa em locais com rochas de fácil erosão. Assim o leito do rio fica mais baixo em alguns lugares do que em outros, ocasionando o aumento da velocidade das águas, que obedecem à irregularidade do fundo rochoso.  Cachoeiras Formam-se a partir de falhamentos ou pela resistência que determinadas rochas oferecem a erosão, que mantêm o desnível da base menos resistente.  Vales Suspensos No vale fluvial ocorre intensa erosão, deixando-os mais altos, acarretando numa erosão cada vez maior e mais rápida. São exemplos de vales suspensos, cachoeiras de grande porte como as chamadas “Véu de Noiva”.  Caldeirões e Marmitas São perfurações provocadas pelo turbilhonar de água com seixos sobre rochas resistentes das margens ou corredeiras. Nas marmitas as depressões são pequenas enquanto nos caldeirões são grandes (Intemperismo físico = Marmitamento). FLUXO DA ÁGUA EM CORRENTES NATURAIS  Fluxo Laminar = Laminar Flow Ocorre somente nas margens possuindo uma única direção.  Fluxo Turbulento = Turbulent Flow É característico do leito do rio, possuindo movimento irregular. Não é o fluxo principal e não muda o sentido da corrente. 46
  • 47. Geologia Geral/2011 TIPOS DE CARGAS  Carga em Suspensão Constitui-se de partículas finas transportadas em suspensão, como silte, argila, areia muito fina disseminada em qualquer parte do rio.  Carga de Fundo Constitui-se de partículas grosseiras transportadas no fundo. O transporte é efetuado por saltação, rolamento (menos freqüente) e arrasto (deslizamento).  Carga Dissolvida Constituí-se de elementos químicos (íons) dissolvidos na água. Em regiões baixas onde ocorre a menor energia da água, a concentração de íons é maior. TIPOS DE RIOS  Retilíneos (Straight) Rios jovens, aparentemente retilíneos e estreitos. Caracterizam-se por possuírem pouca carga de fundo e alta carga em suspensão. São considerados canais simples com bancos longitudinais.  Meandrantes (Meandering) São rios simples e sinuosos, típicos de clima tropical úmido, transportam em partes iguais a carga de fundo e a carga em suspensão, geralmente estão no estágio de senilidade e vale fluvial.  Entrelaçado (Braided) São característicos de clima semi-árido, sua maior carga transportada é de fundo, possuem um padrão entrelaçado, com dois ou mais canais com bancos de areia.  Anastomosado (Anastomosed) Típico de clima úmido, seu canal é complexo e sua maior carga transportada é de fundo. Formam bancos arenosos, que podem ficar expostos ou cobertos por vegetação (ilhas largas e estáveis). Retilíneo Meandrantes Entrelaçado Anastomosado Fonte: Tipos de Rios segundo SUGUIO & BIGARELLA (1990). 47
  • 48. Geologia Geral/2011 DEPÓSITOS FLUVIAIS A. DEPÓSITOS RESIDUAIS DE CANAL   Fundo de Canal São depósitos grosseiros, que se acumulam nas partes mais profundas do rio de maneira descontínua, constituídos de cascalhos, seixos, madeiras, restos de organismos, etc. São pobres em depósitos finos, já que estes são carregados pela correnteza.   Barras de Canal Correspondem ao acúmulo de material de carga de fundo ou mista no interior de canais. São controlados pelos processos de acreção lateral e vertical, além de escavação, preenchimento e abandono de canal.   Canal Abandonado São arcos de meandros isolados por motivos de mudança de trajeto do rio ou de assoreamento acelerado (cut-off channels). Esses braços mortos, transformam-se inicialmente em lagoas e posteriormente em pântanos (sedimentos finos). B. DEPÓSITOS DE TRANSBORDAMENTO Formam-se quando o rio ultrapassa seus limites e atinge suas margens na época das enchentes.  Diques Marginais Consistem em cristas baixas e alongadas, que ocorrem ao longo das margens dos rios, formam-se as custas de sedimentos depositados na época de enchentes. A elevação máxima de um dique está próxima ao canal formando barrancos abruptos na margem e diminuindo gradualmente a altura rumo às planícies de inundação. São constituídos de sedimentos mais finos do que o do canal, inicia-se com camadas arenosas e termina com camadas mais finas (cada ciclo).  Depósitos de Rompimento de Dique Formam-se quando o excesso de água das enchentes ultrapassam os diques marginais, por meio de canais abertos através da erosão. Possuem forma lobiforme (línguas arenosas), ou sinuosas em direção a planície de inundação.  48
  • 49. Geologia Geral/2011    Depósitos de Planície de Inundação ou Várzea Formam-se nas regiões planas após os diques marginais, que funcionam como bacias de decantação de materiais em suspensão. A sedimentação é predominantemente fina e periódica, constituída de silte e argila. Nos pântanos formados deposita-se também matéria orgânica, ou sedimentação de natureza química (lagos salgados) em regiões de clima árido. Fonte: Perfil esquemático transversal de um rio (modificado de MACIEL FILHO, 1997). Fonte: Bloco diagrama ilustrando a distribuição dos diversos depósitos fluviais (modificado de SUGUIO, 1980). 49
  • 50. Geologia Geral/2011 C. LEQUES ALUVIAIS, CONES ALUVIAIS, CORRIDA DE DETRITOS OU DE LAMA São massas de material grosseiro mal selecionado, típicos das regiões montanhosas (continental). Visto em planta, assemelha-se a leques abertos, onde os depósitos se espraiam (escorregam) de um ponto referido como ápice, ocorrendo vários, um ao lado do outro. Constituí-se de matacões, cascalhos, seixos, areias e siltes, de forma que esses sedimentos apresentam-se imaturos e o grau de arredondamento das partículas tende a aumentar conforme se chega próximo à base do leque. Fonte: Modelo hipotético de leque aluvial segundo MIALL (1996). 50
  • 51. Geologia Geral/2011 AMBIENTE LACUSTRE LAGOS São massas de água estagnada (parada) e de origem natural, constituídos geralmente de água doce, embora existam lagos de água salgada (como acontece nas regiões de baixa pluviosidade). LAGOAS O termo tem sido utilizado para designar corpos de água parada de dimensões menores que os lagos. DEPÓSITOS LACUSTRES O modelo ideal de sedimentação lacustre começa com sedimentos finos laminados depositados por decantação no centro do lago, à medida que é preenchido, as porções marginais apresentam sedimentos mais grossos. A matéria orgânica (restos de animais e vegetais) são constituintes freqüentes nestes depósitos. 51
  • 52. Geologia Geral/2011 AMBIENTE DESÉRTICO DESERTO Os desertos quentes são regiões onde a taxa de evaporação excede a taxa de precipitação pluviométrica, sendo o vento o agente geológico de maior importância nos processos de erosão e deposição. As chuvas são rápidas e fortes (quando ocorrem), com escoamento muito rápido, os grãos de sedimentos são geralmente arredondados e foscos. TRANSPORTE  Suspensão: Partículas finas. Ex: silte e argila.  Saltação ou Rolamento: Partículas mais grossas. Ex: areias e seixos. REGISTROS EROSIVOS  Deflação: Remoção de grandes quantidades de areia na superfície podendo formar  grandes depressões.  Abrasão: os grãos são transportados e arredondados por atrito. REGISTROS DEPOSICIONAIS  Lençóis de Areia (Mares de areias) Abrangem amplas áreas arenosas, formados pela combinação de sedimentação rápida por ventos de alta velocidade transportando areia de granulação heterogênea.  Dunas de Areia Abrangem áreas menores e vão se agrupando de acordo com o sentido do vento originando vários formatos. Fonte: Tipos de dunas segundo TARBUCK & LUTGENS (2000). 52
  • 53. Geologia Geral/2011 TIPOS DE DEPÓSITOS Em ambientes desérticos existem depósitos eólicos formados pelo vento e localmente ocorrem depósitos subaquáticos formados por rios efêmeros e lagos de desertos associados a sedimentos eólicos.  Depósitos de REG Constam de coberturas superficiais de matacões e seixos angulosos, que ocorrem em áreas planas. Resultam da desintegração física “in situ”, formando os ventifactos (seixos moldados por abrasão, geralmente foscos e de superfícies planas), com alguma areia grossa depositada nas partes protegidas.  Depósitos de SERIR Concentração de sedimentos grossos (cascalhos e areia), o silte e areia fina são removidos pela velocidade do vento. Formam-se em áreas de interdunas, podendo ser preservados quando soterrados sob a areia.  Depósitos de SEBKHAS São depósitos lacustres acumulados em lagos temporários cimentados por sais. As estruturas sedimentares são as laminações paralelas de silte e argila com intercalações de leitos arenosos ou gipsíticos.  Depósitos de WADIS São depósitos de cursos de água correntes temporárias, em condições de baixa vazão por atividades torrenciais. São canais anastomosados que podem receber contribuição fluvial e eólica. As estruturas sedimentares constam de microondulações e de macroondulações com estratificações cruzadas. Os sedimentos são mais grossas (leques aluviais), podendo apresentar em algumas porções gretas de contração e marcas de chuva. PERFIL DO AMBIENTE EÓLICO 53
  • 54. Geologia Geral/2011 AMBIENTE GLACIAL Atualmente os ambientes glaciais encontram-se limitados aos pólos, e às altas montanhas, correspondendo a desertos frios. GELEIRAS O acúmulo contínuos do gelo forma grandes geleiras, que se encontram associadas às baixas temperaturas combinadas com altas taxas de precipitação e razões muito baixas de evaporação. CONSTITUIÇÃO DAS GELEIRAS Consistem de neve recristalizada e compactada, contendo água de degelo, e fragmentos de rocha. São massas permanentes de neve existentes acima da linha de neve (gelo permanente), abaixo desta, a neve sofre degelo no verão. PRINCIPAIS REGIÕES DA GELEIRA Zona de Acumulação: A geleira sofre acreção, alimentada por novas precipitações de neve. Zona de Ablação: Envolve os processos de degelo, de evaporação e de formação de Icebergs, ocasionando a perda de gelo das geleiras. TIPOS DE GELEIRAS (Holmes, 1965) Gelerias de Vale: Encontram-se confinadas em depressões (vales) entre montanhas. Geleiras de Piemonte: Próximo às montanhas, diversas geleiras podem espraiar-se através de áreas planas, formando lençóis de gelo pela coalescência de várias geleiras. Geleiras Tipo Calota: Só existem em locais onde a linha de neve é mais baixa. Constituem enormes massas de gelo, recobrindo amplas áreas continentais. Ex: Antártida EROSÃO GLACIAL Abrasão: Os fragmentos de rochas contidas na base da geleira causam polimento, estriação (estrias glaciais) e moagem na superfície do substrato 54
  • 55. Geologia Geral/2011 Fraturamento: É provocado pelo congelamento e degelo sucessivo da água contida nas falhas e fendas das rochas presentes no substrato. (Intemperismo Físico = Gelividade). TRANSPORTE DE DETRITOS GLACIAIS  Supraglacial: Transporte das partículas nas porções superficiais das geleiras.  Englacial: Transporte no interior das geleiras.  Subglacial: Transporte na região basal das geleiras. FEIÇÕES GLACIAIS Fiordes: Derivam em parte da erosão glacial conjugada com um levantamento eustático posterior, do nível do mar. Vales: Um vale escavado por um rio (vale em “V”) ocupado por uma geleira, produz-se a erosão nas paredes do vale, devido ao atrito da geleira, passando o vale a ter a forma de “U”. Lagos: Formam-se pelo degelo, resultando uma sedimentação típica de ambiente glacio-lacustre (Ex: Varvito). Iceberg: Desprendimento das geleiras. Estrias: São formados pelos fragmentos de rochas que sulcam a superfície do substrato rochoso. DEPÓSITOS GLACIAIS A época de deposição das geleiras é na fase de recuo, quando a maior parte do material transportado é despejado na forma de “morenas” laterais, medianas, basais, etc. Depósitos Não Estratificados: São representados por materiais da morena basal formando os depósitos basais (argila conglomerática ou Till). A freqüência granulométrica é muito variável, contendo siltes, argilas, seixos e matacões. Depósitos Estratificados: Formam-se pelo acúmulo de morenas internas, depositadas durante o rápido degelo, com algum retrabalhamento pela água. 55
  • 56. Geologia Geral/2011 AMBIENTE MARINHO RELEVO DO OCEANO Fonte: Elementos geomórficos de margem continental e fundo oceânico do tipo atlântico (esquemático). Mendes (1984).  Plataforma Continental (Continental Shelf) Situa-se na margem continental entre a linha de baixa-mar e a profundidade em que a inclinação do assoalho marinho passa a ser bem mais acentuada. Com declividade plana possue sedimentos predominantemente arenosos, sendo freqüente a ocorrência de seixos e rochas aflorantes na parte mais próxima a praia.  Talude Continental (Continental Slope) Constitui o elemento da margem continental situado entre a plataforma e o sopé continental com uma inclinação acentuada (+/- 4º). Sua superfície é cortada por numerosos vales e canhões submarinos, onde, adiante destes últimos ocorrem com freqüência, volumosos depósitos de sedimentos em forma de leques submarinos.  Sopé Continental (Continental Rise) Consta da parte mais externa da margem continental, nem sempre se encontra presente, como por exemplo no oceano Pacífico. O limite entre o sopé e o fundo oceânico não é o mesmo em toda a parte, mas ocorre aproximadamente entre 3.000 e 5.000 metros de profundidade, geralmente com declividades intermediárias e sedimentos mais finos.  Fundo Oceânico (Ocean Floor) / Planície Abissal Consta do fundo oceânico com áreas profundas de relevo geralmente plano com profundidades geralmente superiores a 4.000 ou 5.000 metros apresentando sedimentos mais finos. Encontram-se inseridos nessa porção as dorsais e fossas oceânicas. DINÂMICA COSTEIRA E TRANSPORTE DE SEDIMENTOS 56
  • 57. Geologia Geral/2011 A maior atividade destrutiva do mar ocorre no litoral, no contato direto do mar com o continente, onde predomina a força mecânica. Ondas: Formam-se pela energia do vento que é transferida a água do mar pelo atrito, podendo as ondas atingirem até 30 metros de altura. Tem como característica a remoção e remobilização de grãos constituintes da praia, erodindo-os. Marés: Formam-se sob a influência da atração da Lua, secundariamente o Sol e a força centrífuga de rotação do Sistema Terra-Lua, provocando uma oscilação rítmica na superfície dos oceanos, ora se elevando, ora se abaixando duas vezes por dia. São importantes tanto na remoção de sedimentos como na configuração costeira.  Correntes Marinhas A. Correntes de Deriva Litorânea (Longshore Currents): São importantes ao longo da costa brasileira, remobilizando e transportando os sedimentos. Fonte: Transporte de sedimentos por corrente de deriva litorânea segundo TARBUCK & LUTGENS (2000). B. Correntes de Ressaca ou Fluxo Reverso (Rip Currents): Correntes em sentido mar aberto, transportando sedimentos da costa para as porções mais profundas dos oceânos. PLATAFORMA DE ABRASÃO MARINHA Os efeitos de erosão marinha pelo desgaste mecânico, ocorrem principalmente ao longo dos costões rochosos. As ondas carregadas de partículas sedimentares, esculpem lentamente caneluras nas rochas, aprofundando-se contínuamente pela rebentação, ocasionando com o tempo a queda da rocha superior. Forma-se, então, uma faixa de blocos e fragmentos menores de rocha na frente do costão. O vaivém incessante das ondas faz com que os blocos se reduzam a seixos e posteriormente as areias, formando um patamar. 57
  • 58. Geologia Geral/2011 AMBIENTE RECIFAL Os corais necessitam de águas quentes, claras, rasas, bem iluminadas e calmas. Geologicamente, os recifes são produtos de constituição biótica ligada ao sedimento. TIPOS DE RECIFES  Recifes Circulares ou Atol São círculos de constituição coralínea circundados por uma laguna. Encontram- se nos Oceanos Índico e Pacífico, nos mares da Indonésia e mar Vermelho.  Recifes de Barreira Formam longos corpos lineares que crescem até o nível do mar, servem de barreira que protegem uma laguna de águas calmas e um subambiente com sedimentos marinhos uniformes.  Recifes Costeiros ou Franjeantes Constituem a forma mais comum de recifes e situam-se diretamente na costa e paralelos a mesma.  Recifes Anulares de Lagunas Pouco Profundas São pequenos atóis, cuja laguna constitui apenas um extenso lodaçal e possui pouca profundidade.  Recifes Submersos São recifes formados abaixo do nível do mar. Fonte: Tipos principais de recifes segundo MENDES (1984). 58