O documento apoia a chapa "Romper as Amarras para Mobilizar o CPERS" nas eleições sindicais. Defende que o sindicato deve ser um espaço para participação ativa dos trabalhadores, e não apenas decisões de cima para baixo. Também propõe um programa de formação política para incentivar a participação dos professores em questões sindicais e de classe.
1. Apoio crítico a chapa "Romper as Amarras
para Mobilizar o CPERS" e sobre a
participação nas eleições dos Núcleos
A Tendência Sindical da Resistência Popular entende que
para além de um nome em uma nominata a sua
participação e apoio se dá na proposição de formas de
atuação bem como na participação ativa e deliberativa das
atividades e debates que permeiam o fazer sindical.
Entendemos que um Sindicato forte, classista e de luta se
constrói no dia a dia, ombro a ombro com xs
trabalhadores, a partir de uma lógica horizontal que se
proponha a fomentar a participação da categoria
incansavelmente. A ausência de participação política nos
espaços do Sindicato não é uma novidade, mas tem se
ampliado nos últimos anos devido a forte burocratização e
as decisões tomadas de cima para baixo, sem ampla
participação da base da categoria.
O processo de burocratização e verticalização do nosso
sindicato, ao longo de sua existência, somado ao período
de perda de direitos historicamente conquistados pelos
trabalhadores, construiu em nossa categoria certas
dificuldades de engajamento no que tange às lutas por
melhores condições de trabalho. Tal processo de
burocratização acabou por afastar a categoria dos
mecanismos de decisão, das experiências de reflexão
sobre a classe trabalhadora, das vivências coletivas e
associativas, enfim, acabou por afastar os trabalhadores
em educação de seu sindicato. Nesse sentido,
percebemos a importância de fomentarmos o diálogo com
a base, de aproximar nosso sindicato dos trabalhadores,
assim como dos movimentos sociais que tanto nos
ensinam sobre a luta contra as mais variadas opressões.
Para isso, o CPERS deve ser um lugar aberto e plural, no
qual a categoria tem a oportunidade de construir
coletivamente seus mecanismos de combate.
O núcleo como espaço descentralizado da estrutura
estadual do CPERS deve ser um espaço aberto ao
diálogo, debate e formação da categoria. Acreditamos que
tornar o núcleo um espaço vivo e ativo da rotina dos
professores estimula a própria participação nos assuntos
sindicais. Mais participação, envolvimento e
comprometimento com o sindicalismo favorece que a
estrutura sindical não se torne burocratizada,
personalizada e afastada dos problemas reais das
instituições escolares. Desejamos um sindicato forte e
combativo que só será possível como uma categoria
consciente e atuante sobre suas questões.
Para incentivar e criar uma cultura de participação política
entendemos como fundamental que tenhamos um
programa (diretoria) de formação político-cultural que
esteja em conexão permanentes com a categoria,
especialmente com a sua base. Nós enquanto Tendência
Sindical da RP nos propomos a planejar e executar esse
programa de formação político-cultural a partir dos núcleos
em que temos representação podendo se expandir para
os demais núcleos a nível regional. Que o fortalecimento
da participação no sindicato, estimule a retomada de cada
escola como um espaço político que também possa ser
(cri)ativo em sua formação e ação, específicas ao seu
contexto!
Esse “programa de formação político-cultural” contaria
com alguns eixos basilares, que funcionariam como
elementos desencadeadores/geradores para adentrar em
outros âmbitos sócio-sindicais. Seriam, inicialmente:
1. Classismo/ Solidariedade de classe: Resgatar o
elemento de classe que é o fermento de uma
categoria unida e lutadora, salientando a
importância do (re)conhecimento da condição a
que todxs estamos expostos. Formação política
com foco nos antagonismos da questão social e
análise de conjuntura. Solidariedade de classe
como elemento aglutinador da categoria.
2. Movimentos Sociais: Apontar a necessidade de
articulação de classe com os movimentos sociais e
outros sindicatos de categorias parceiras,
pensando e promovendo atividades e lutas
conjuntas bem como a solidariedade de classe
como elemento agregador dos trabalhadores,
explorados e oprimidos.
3. Assédio Moral: Entender como o assédio moral
funciona como elemento de arrefecimento para a
participação política da categoria explorando as
formas que assume no cotidiano de trabalho e as
formas de lidar com o mesmo. Foco para a união e
a solidariedade de classe da categoria como
principal antídoto a essa prática autoritária das
direções.
1. Diversidade: Tornar presente as discussões em
relação as diferentes formas de opressão que
vivenciamos no cotidiano e no espaço escolar.
Que xs professorxs não sejam agentes que
legitimem e reproduzam discriminação e
dominação. Inserir o debate sobre racismo e
educação étnico-racial, machismo, homofobia e
inclusão são fundamentais para produzir relações
igualitárias em nossas escolas que possam refletir
na sociedade!
1. América Latina: Entender as relações do
processo de luta latinoamericano por uma
educaçao pública e de qualidade e, nesse sentido,
a importância da solidariedade dos países do
continente na construção de uma educação que
considere os problemas latinoamericanos.