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Agostinho e a origem do pecado: pecado original
Imergido dentro desta efervescência teológica-filosófica que o antecedeu,
Agostinho fundamenta sua própria filosofia sobre a origem do pecado ao qual daria anos
mais tardes árduos debates contra os pelagianos. Agostinho fundamenta-se neste tema na
elevação moral e perfeição do primeiro homem, Adão. Pois enquanto se encontrava no
Éden ele era totalmente isento de males, doenças físicas e era intrinsecamente dotado de
dons intelectuais, pois era puro e a presença de Deus iluminava-o em um processo de
bem-aventurança inigualável, além do primeiro homem possuir a Imortalidade pois este
alimentava-se da árvore da vida que era responsável por dar a imortalidade ao homem,
como nos diz o texto de Agostinho falando sobre o estado de Adão ao afirmar que o que
Adão perdeu “foi a liberdade que havia no paraíso, que possuía plena justiça junto com a
imortalidade
26
”.
O primeiro homem fora criado perfeito, sem qualquer impetração de vício que o
pudesse manchar a sua natureza perfeita: “A natureza do homem foi criada no princípio
sem culpa e sem nenhum vício”
27
Desta forma Adão gozava de diversas bem-
aventuranças, entre elas a detenção da liberdade de não pecar (posse non pecare), o que o
caracterizava como primícias da criação. Sobre isto nos diz J.N.D. Kelly:
Ele possuía liberdade, não no sentido de incapacidade de pecar (o non posso
peccare, que Agostinho considera a verdadeira liberdade desfrutada no céu
pelos bem-aventurados), mas de capacidade de não pecar (posse non peccare).
E sua vontade era boa, ou seja, dedicava-se a cumprir os mandamentos de
Deus, que dotara a vontade com uma firme inclinação para a virtude. De sorte
seu corpo estava sujeito à sua alma; seus desejos carnais, à sua vontade; e sua
vontade a Deus. Ele já tinha a graça divina emtorno de si (indumentumgratiae)
e foi-lhe ainda concedido o dom especial de perseverança, isto é, a
possibilidade de persistir no correto exercício de sua vontade
28
.
Desta forma ao render-se ao próprio sentimento de orgulho indo de encontro com
as ordens expressas de Deus (Gn 2:15). Para Agostinho a única fraqueza do homem
estava em sua própria condição de criatura, pois esta condição mesmo que o seu corpo
fosse mantido eterno pela árvore da vida, o homem por si era mutável, podendo ser
afastado das bem- aventuranças que lhes era proposta no jardim. Devemos entender que
Adão incorre no erro por um bem que lhe fora concedido, (posse non pecare) por sua
liberdade. Ao incorrer no erro Adão o faz senão pelo orgulho, onde este teve o desejo de
sua livre vontade de romper com o seu tutor e criador, dando vazão a bens inferiores no
lugar dos superiores. De sorte surge uma inquietação latente referente a queda do homem,
que é: “ Porque o pecado de Adão nos atingiu? ” Esta questão dá-se pela enorme
consequência do drama do primeiro homem; para responder este questionamento
Agostinho utilizasse de premissas lógicas, as quais mostram que caso o homem não o
quisesse dar vazão ao seu próprio orgulho todo os seus descendentes desfrutariam do
paraíso, então pela justiça divina com o também erro de Adão então todos nós fomos
condicionados com ele para o erro do primeiro pecado.
Agostinho como cristão crer na mortalização do corpo pelo primeiro Homem, mas
também na dignificação através do segundo Homem, isto é, Cristo. O Bispo de Hipona,
não possui quaisquer dúvidas sobre o pecado original e suas consequências, encontrando
bases sólidas tanto nas Escrituras Sagradas (Salmos 51; Efésios 2:3; e no texto principal
Romanos 5:12). Podemos, então, definir o pensamento agostiniano expresso da seguinte
maneira concernente ao impacto do primeiro pecado:
Conforme Agostinho se expressa: “na escolha equivocada daquele único
homem, todos pecaram nele, visto que todos estavamnaquele único homem, de
quem todos, em face disso, derivam individualmente o pecado original”. O
pecado é questão de vontade (nusquamnisi in voluntate esse peccatum), e ele
naquela sua natureza, que dotada da capacidade de gerá-los”
29

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Agostinho e a Origem do Pecado

  • 1. Agostinho e a origem do pecado: pecado original Imergido dentro desta efervescência teológica-filosófica que o antecedeu, Agostinho fundamenta sua própria filosofia sobre a origem do pecado ao qual daria anos mais tardes árduos debates contra os pelagianos. Agostinho fundamenta-se neste tema na elevação moral e perfeição do primeiro homem, Adão. Pois enquanto se encontrava no Éden ele era totalmente isento de males, doenças físicas e era intrinsecamente dotado de dons intelectuais, pois era puro e a presença de Deus iluminava-o em um processo de bem-aventurança inigualável, além do primeiro homem possuir a Imortalidade pois este alimentava-se da árvore da vida que era responsável por dar a imortalidade ao homem, como nos diz o texto de Agostinho falando sobre o estado de Adão ao afirmar que o que Adão perdeu “foi a liberdade que havia no paraíso, que possuía plena justiça junto com a imortalidade 26 ”. O primeiro homem fora criado perfeito, sem qualquer impetração de vício que o pudesse manchar a sua natureza perfeita: “A natureza do homem foi criada no princípio sem culpa e sem nenhum vício” 27 Desta forma Adão gozava de diversas bem- aventuranças, entre elas a detenção da liberdade de não pecar (posse non pecare), o que o caracterizava como primícias da criação. Sobre isto nos diz J.N.D. Kelly: Ele possuía liberdade, não no sentido de incapacidade de pecar (o non posso peccare, que Agostinho considera a verdadeira liberdade desfrutada no céu pelos bem-aventurados), mas de capacidade de não pecar (posse non peccare). E sua vontade era boa, ou seja, dedicava-se a cumprir os mandamentos de Deus, que dotara a vontade com uma firme inclinação para a virtude. De sorte seu corpo estava sujeito à sua alma; seus desejos carnais, à sua vontade; e sua vontade a Deus. Ele já tinha a graça divina emtorno de si (indumentumgratiae) e foi-lhe ainda concedido o dom especial de perseverança, isto é, a possibilidade de persistir no correto exercício de sua vontade 28 . Desta forma ao render-se ao próprio sentimento de orgulho indo de encontro com as ordens expressas de Deus (Gn 2:15). Para Agostinho a única fraqueza do homem estava em sua própria condição de criatura, pois esta condição mesmo que o seu corpo fosse mantido eterno pela árvore da vida, o homem por si era mutável, podendo ser afastado das bem- aventuranças que lhes era proposta no jardim. Devemos entender que Adão incorre no erro por um bem que lhe fora concedido, (posse non pecare) por sua liberdade. Ao incorrer no erro Adão o faz senão pelo orgulho, onde este teve o desejo de sua livre vontade de romper com o seu tutor e criador, dando vazão a bens inferiores no lugar dos superiores. De sorte surge uma inquietação latente referente a queda do homem,
  • 2. que é: “ Porque o pecado de Adão nos atingiu? ” Esta questão dá-se pela enorme consequência do drama do primeiro homem; para responder este questionamento Agostinho utilizasse de premissas lógicas, as quais mostram que caso o homem não o quisesse dar vazão ao seu próprio orgulho todo os seus descendentes desfrutariam do paraíso, então pela justiça divina com o também erro de Adão então todos nós fomos condicionados com ele para o erro do primeiro pecado. Agostinho como cristão crer na mortalização do corpo pelo primeiro Homem, mas também na dignificação através do segundo Homem, isto é, Cristo. O Bispo de Hipona, não possui quaisquer dúvidas sobre o pecado original e suas consequências, encontrando bases sólidas tanto nas Escrituras Sagradas (Salmos 51; Efésios 2:3; e no texto principal Romanos 5:12). Podemos, então, definir o pensamento agostiniano expresso da seguinte maneira concernente ao impacto do primeiro pecado: Conforme Agostinho se expressa: “na escolha equivocada daquele único homem, todos pecaram nele, visto que todos estavamnaquele único homem, de quem todos, em face disso, derivam individualmente o pecado original”. O pecado é questão de vontade (nusquamnisi in voluntate esse peccatum), e ele naquela sua natureza, que dotada da capacidade de gerá-los” 29