1. LIÇÃO 10 O MANDAMENTO DO AMOR
TEXTO BÍBLICO Marcos 12.30,31; João 13.34-35
ENFOQUE BÍBLICO
“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”
(Marcos 12.28).
OBJETIVOS
Conscientizar-se de que o Senhor não admite outro Deus além dEle.
Demonstrar amor ao próximo através da prática e não somente por palavras.
Reconhecer que o padrão do amor divino é Cristo.
INTRODUÇÃO
Jesus já tinha transmitido muitos ensinamentos no Sermão do Monte. Agora, é hora de refletir
sobre a mais importante característica que devem possuir os discípulos de Jesus: o amor.
AMAR A DEUS É O PRIMEIRO MANDAMENTO.
Jesus no Seu Sermão expôs as características de Seu Reino. Ele mencionou vários tipos de
procedimento com que deveríamos pautar nossa vidas. Mas, tudo isso só será possível, se
tivermos o amor de Deus em nossos corações.
Amar a Deus é o mais nobre sentimento e ação que podemos experimentar na face na Terra.
Ele nos concedeu essa graça: “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto
de sermos chamados filhos de Deus, e, de fato somos filhos de Deus. Por essa razão, o
mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1 Jo 3.1 –ARA). O
coração humano não possui desprendimento. Podemos amar alguém, mas o fazemos de forma
imprópria. Para o ser humano de fato amar a Deus, Ele necessitou mostrar a que ponto de
desprendimento, Ele chegou. Deus é que despertou em nós esse sentimento: “Nós o
amamos, porque Ele nos amou primeiro”(1 Jo 4.19).
O ser humano é egoísta, de tal forma que necessita aprender com Deus, como diz a
Bíblia: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4.8).
O amor é doação, é uma auto-sacrifício. Isso Deus fez por nós, dando-nos Seu Filho: “Nisto
consiste o amor não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou, e
enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10 – ARA); “Porque
apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse
morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo
nós ainda pecadores” (Rm 5.7-8). Ele deu o Seu Único Filho para salvar-nos; assim provou
com uma ação sublime, o quanto Ele nos ama!
Nós precisamos amar como Ele amou e não deixar que esse amor diminua de intensidade: “E
a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso
coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).
Fomos amados e continuamos a ser amados: Recebemos o amor de Deus; agora
necessitamos amar a Deus: “Eu te amarei do coração, ó Senhor, fortaleza minha” (Sl
18.1). No Antigo Testamento, Deus já dera provas do Seu amor; agora, no Novo Testamento,
Ele dá uma prova incontestável de Seu incomparável amor. Devemos corresponder a tal amor.
Observemos o contexto. Um escriba, um conhecedor da lei, dirigiu a Deus uma importante
questão: “Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo
que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os
mandamentos?” (Mc 12.28). Esse escribadesejosode saber, nãomanifestou espírito de crítica
pelo que podemos verificar pelo estudo do texto bíblico. Ele notou que Jesus se saíra bem nas
respostas anteriores dadas, assim resolveu formular a pergunta mencionada.. A resposta
foi: “O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o
único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua
alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro
mandamento” (Mc 12.29b,13). O escriba inquiriu Jesus sobre o mais importante
mandamento: Jesus respondeu além: mencionou o segundo mandamento, que é intimamente
ligado ao segundo: (Mc 12.31). Jesus deu resposta completa.
OBS: Não se deve confundir espírito de crítica (mencionado no parágrafo) com espírito crítico.
Este é último refere-se à capacidade que temos de desenvolver de julgar, analisar o que nos é
2. dito. Já o espírito de crítica é um hábito mau, pernicioso que as pessoas têm de acusar, rebater
fatos de que não possuem conhecimento.
O escriba prestou bastante atenção às palavras do Mestre. Como nós reagimos às palavras de
Jesus, aos Seus preciosos ensinos? O escriba entendeu e deu a resposta de um coração
aberto para Deus, que é capaz de absorver a lição dada: “Muito bem, Mestre, e com verdade
disseste que há um só Deus e que não há outro além dele; e que amá-lo de todo o teu
coração, e de todo o teu entendimento, e de toda a tua alma, e de todas as forças e amar
o próximo como a si mesmo é mais do que todos holocaustos e sacrifícios” (Mc
12.32b,33). O escriba compreendeu a essência da Lei; não adianta amar exteriormente, não
adianta fazer sacrifícios sem obedecer aos dois mandamentos.
Agora, analisemos o que Jesus disse:
O amor a Deus deve ser:
DE TODO O TEU CORAÇÃO
O que ocupa em primeiro lugar em nosso coração? O amor a Deus deve ser o centro de nossa
vida, mover nossos sentimentos e ações. Não podemos ter um coração dividido, servindo a
dois deuses. Necessitamos fazer uma opção. Que esta escolha seja servir, adorar e colocar
Deus no centro de nossas decisões: “Até quando coaxareis entre dois pensamentos? Se o
Senhor é Deus, segui-o; se Baal, segui-o. Porém o povo não lhe respondeu” (1 Rs 18.21).
Em nosso coração, em nossa vida, algo pode estar ocupando o lugar da adoração e do serviço
que pertencem a Ele: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade” (Jo 4.24).
Se há algo que impede que Deus seja o Senhor de nossa vidas, devemos colocá-lo no seu
devido lugar: deve ser Ele que dirige nossos passos. Servimos a Deus, cuidamos da família, do
trabalho. O servir a Deus não exclui as demais funções. Ao contrário, ao colocarmos Deus em
primeiro lugar, as demais prioridades se encaixam. Amando a Deus, amaremos realmente a
família, amaremos nossos semelhantes, como o Senhor deseja que façamos.
OBS: “Buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça significa priorizar Deus em
nossa vida, de modo que nossos pensamentos estejam voltados para sua vontade, nosso
caráter seja semelhante ao do Senhor, sirvamos e obedeçamos a Deus em tudo. O que é
realmente importante para você? Pessoas, metas, desejos e até objetos disputam nossa vida
e, se não formos firmes e escolhermos dar ao Senhor o primeiro lugar em cada área de nossa
vida, qualquer um desses interesses pode ocupar rapidamente o lugar de Deus” (Bíblia de
Estudo Pentecostal, nota a Mt 6.33, pág.1229).
Devemos servir a Deus, com todo coração, em qualquer trabalho, tudo deve ser feito para
honrar o Seu Nome. Devemos amá-lo sem reservas.
Como devemos amar a Deus?
Com coração voluntário: “E, assim, vieram homens e mulheres, todos dispostos de
coração; trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, e todo vaso de ouro;
e todo homem oferecia oferta de ouro ao Senhor” (Êx 35.22).
Com coração quebrantado: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado
e salva os contritos de coração” (Sl 34.18)
Com coração inteiro: “E deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor com
fidelidade e com coração inteiro” (2 Cr 19.9). Temos um exemplo do rei Amazias que
não se entregou a Deus de forma total: “E fez o que era reto aos olhos do Senhor,
porém não com coração inteiro” (2Cr 25.2).
“DE TODA A TUA ALMA”
A alma é a sede de nossos sentimentos. Quando amamos a Deus, este amor atinge nossas
emoções. Ao meditar sobre esse amor, nossa alma expressa profundas emoções: “A minha
alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1.4647). Não é uma emoção superficial; é nossa alma transbordando e louvando Àquele que nos
ama, expressando nossa gratidão a Ele: “Amo ao Senhor, porque ele ouviu a minha voz e a
minha súplica. Porque inclinou para mim os seus ouvidos; portanto, invocá-lo-ei
enquanto viver” (Sl 116.1-2).
Nosso louvor deve ser feito com reverência e temor.
“DE TODO O TEU ENTENDIMENTO”
Em nossa adoração participam os sentimentos, mas também participa o intelecto. Não significa
que não saibamos o que estamos fazendo. Existe o sentimento, a ação de adorar, mas o
entendimento não está descartado. Paulo disse: “Cantarei com o espírito, mas cantarei com
3. o entendimento” (1 Co 14.15b). O cristão direciona seu amor a Deus e tudo o que faz em
nome desse amor, faz com entendimento.
“DE TODAS AS TUAS FORÇAS”
Significa que devemos com todas as nossa forças servir a Deus. É necessário, o emprenho, a
disposição para amá-lO em todas as circunstâncias. Nosso amor por Ele é testado em
momentos difíceis. Nestes, é fundamental reunir todas ad forças para não nos desviarmos do
propósito principal: amá-lO r servi-lO A Palavra de Deus diz: “Esforça-te!” (Js 1.6,7,9).
Nós e o Amor:
§ Como podemos provar que amamos a Deus? Obedecendo-a Ele: “Quem tem os meus
mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado
por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele” (Jo 14.21- NVI).
§ O amor resume toda a Lei: “Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os
profetas” (Mt 22.40).
§ O amor pode esfriar: “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se
esfriará” (Mt 24.12).
§ Qual deve ser o procedimento daquele que ama a Deus? Eis a resposta: “Vós que
amais ao Senhor, aborrecei o mal,ele guarda a alma dos seus santos, ele os livra das
mãos dos ímpios” (Sl 97.10).
§ A advertência dada à igreja de Éfeso. Depois de Jesus mencionar suas qualidades, Ele
afirmou: “Tenho, porém, contra ti que deixaste a tua primeira caridade” (Ap 2.4).
AMAR AO PRÓXIMO É O SEGUNDO MANDAMENTO
O segundo mandamento é decorrência do primeiro . Se amarmos a Deus, amaremos ao
próximo: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”
(Mc 12. 31a).
A Bíblia destaca: “Aquele que ama a seu irmão, está na luz, e nele não há escândalo. Mas
aquele que aborrece a seu irmão está em trevas, e anda em trevas, e não sabe para onde
deva ir; porque as trevas lhes cegaram os olhos” (1 Jo 2.10-11).
O amor com o qual Deus nos amou é descrito pelo termo grego “agape”, que significa “amor
abnegado, profundo e constante”. Em Mc 13.31, essa mesma palavra está empregada para
descrever o amor ao próximo.Isso significa que devemos amar nosso semelhante como Deus
amou a nós. Isso não é fácil, porém Deus faz nutrir esse amor em relação ao próximo: amor
abnegado, amar sem esperar qualquer tipo de recompensa, ou seja, amar alguém, embora
esta pessoa não possa reconhecer-nos ou dar algo em troca: “Pois, se amardes os que vos
amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos o mesmo?” (Mt 5.46).
O cristão ama, embora não seja correspondido: “O amor não maltrata, não procura
seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor” (1 Co 13.5 –NVI).
Como deve ser o nosso amor em relação ao próximo? Observemos: “Amarás o teu próximo,
como a ti mesmo” (Mc 12.31). O amor de Deus deve ser estendido a nós. Devemos amar a
nós mesmos, entretanto não de forma egoísta. Cuidamos do corpo, damos-lhe alimento, sem
apenas considerar a nós mesmos. Como cuidamos de nós, devemos cuidar do próximo. A
pessoa que ama a si mesmo, procura crescer espiritualmente.
OBS: “O cristão que ama a si mesmo com amor agape não só cuidará de suas necessidades
pessoais quanto à saúde física, educação, trabalho, amigos e coisas semelhantes, mas
também permitirá que o Espírito Santo desenvolva sua natureza espiritual, através do estudo
da Palavra de Deus, oração e comunhão com outros crentes. Ele desejará que o fruto do
Espírito seja manifestado em sua vida, conformando-o diariamente cada vez mais segundo a
imagem de Cristo” (Antonio GILBERTO. O fruto do Espírito, pág. 38).
Quem ama a si próprio, na perspectiva do amor divino, não fica enxergando em si próprio
apenas seus defeitos, fazendo de si mesmo uma imagem negativa. Não! Somos filhos de
Deus. Assim, olharemos para nós, como o Pai nos vê: pessoas transformadas e que não
entram, em depreciação de si mesmos. Quem é amado, é feliz, sente-se seguro nos braços do
Pai.
Jesus ainda assim se expressou: “Não há outro mandamento maior do que estes” (Mc
12.31b). Isto não significa que devamos deixar de lado a mensagem integral da Bíblia. Por
quê? Em primeiro lugar, para cumprirmos esses dois mandamentos, necessitamos ler, meditar
sobre a fé, oração, vigilância, moderação. Em segundo lugar, quando amamos uma pessoa,
mais desejamos conhecê-la. Quanto mais lemos a Bíblia, mais profundamente conhecemos
4. Deus, Seu poder e como Ele SE manifesta aos homens: assim nosso amor para com Ele
cresce diariamente.
COMO IDENTIFICAR UM VERDADEIRO DISCÍPULO DE JESUS
Um verdadeiro discípulo de Jesus, segue as pisadas do Mestre. Ele mesmo destacou como
deveria ser o comportamento de Seus discípulos, atitudes que demonstram a diferença de
Seus seguidores de outras crenças:
a) “Que vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34a)
Em seus últimos discursos, Jesus mencionou várias vezes que o mundo veria Cristo agindo
nos Seus discípulos, se entre houvesse amor. Amor não apenas de palavras, mas de ações.
Que falta em nós, para que outros vejam que o amor é uma característica de Seus seguidores?
Esse amor tem de ser ardente, amor sincero: “Tendo purificado as vossas almas pela
vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de
coração uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22- ARA).
Esse amor é visto por meio do perdão (Cl 3.13-14); na ação de socorrer materialmente (Hb
6.10), fortalecer os irmãos (1 Ts 5.14).
O amor deve crescer: “E o Senhor vos faça crescer, e aumentar no amor uns para com os
outros e para com todos, como também nós para convosco” (1 Ts 3.12- ARA)
b) “Como eu vos amei a vós” (Jo 13.34b).
Devemos amar não na aparência, mas como Jesus. Seu amor foi constante:“Ora antes da
festa da Páscoa, sabendo que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai,
tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). Ele não
desistiu deles: o Mestre demonstrou Seu amor até o fim de Seu ministério terrestre: Ele lavou
os pés dos discípulos, inclusive o de Judas Iscariotes! (Jo 13.12). È um exemplo para todos
nós. Nós, professores, também devemos pedir a Deus, para que nossos alunos sintam que nós
os amamos de modo especial. Assim como Jesus tinha discípulos se personalidades
diferentes, com necessidades específicas, assim também temos este importante desafio: amar
a cada um individualmente, estender nosso apoio, ensino e oração a cada um.
Aceitemos o convite de Jesus: “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei no
meu amor” (Jo 15.9).
c) “Nisto conhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13.35)
O amor é o distintivo do discípulo cristão. A Bíblia destaca: “Amados, amemo-nos uns aos
outros, porque a caridade é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a
Deus” (1 Jo 4.7).
Só poderemos ser uma comunidade de amor, neste mundo cheio de ódio, se de fato O
amarmos. À semelhança de Pedro, temos de responder a uma questão fundamental no nosso
relacionamento com Ele: “Amas-me?” (Jo 21.16). Se O amarmos, também demonstraremos
que amamos nossos irmãos: assim seremos Seus discípulos, espalhando o real amor.
CONCLUSÃO
O amor cristão precisa ser demonstrado no viver diário do cristão.
Sabemos que as dificuldades existem nos relacionamentos, porém devemos inspirar-nos no
amor de Deus.
Que possamos espelhar-nos no grande Amor que viveu aqui nesta terra para dar-nos o
exemplo.
Lutemos para que nada possa apagar o amor cristão fraternal de nossa vida
Que o nosso coração possa transbordar de amor a fim de proclamarmos a salvação: “Um
coração de amor, quero, ó meu Jesus, /Ao Teu igual, Senhor, espalhando a luz;/A Ti eu vou
servir,/O tempo redimir, /As almas conduzir, quero eu a Ti”.