O documento discute a seca no Nordeste brasileiro, o projeto de transposição do Rio São Francisco e os desafios relacionados. A seca é um fenômeno natural que causa pobreza na região, porém fatores socioeconômicos também contribuem para o atraso. O projeto tem o objetivo de levar água para a região semiárida, porém gera debates sobre seus possíveis impactos ambientais e benefícios reais.
A SECA NO NORDESTE E A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
1. Pólo: Palmares Curso: Licenciatura em Geografia
Componente curricular: Geografia do Nordeste Brasileiro
Professor(a) Formador: Data: 08/05/2015
Nome do(a) Estudante: Risomar Patrícia Gomes da Silva,
José Adriano da Silva, Ageleu Figueiredo de Jesus, Bianôr
Wanderly e Hiury Monteiro Lins
A SECA NO NORDESTE E A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
Na região semi-árida do Nordeste, as secas, enquanto fenômeno fisco constitui
um desastre de ordem natural , infelizmente as secas compõem uma
realidade dominante e presente até os dias de hoje com a mesma intensidade
do passado, representando um desastre social desde o século XVII
(ALCÂNTARA, 2013).
A seca não é um fenômeno particular do Brasil, esse fenômeno natural também
ocorre pelo mundo, a diferença esta relacionada a forma de como se preparam
para enfrentar as diversidades climática, assim como os suíços se preparam
para o rigoroso inverno, com nevascas e gelo que matam tudo em suas terras,
assim como árabes e judeus se preparam para as adversidades climáticas, os
sertanejos também podem se preparar para a vida sob as condições climáticas
da região. Percebe-se então que o fenômeno regional das secas, embora
grave, não poderá ser invocado, no estado técnico-científico atual, como
principal fator do marasmo econômico do Nordeste.
Em uma entrevista cedida a Direito de Apodi (RN) em uma de suas resposta
Duarte da Costa diz o seguinte:
Cerca de dois terços das terras do planeta estão em regiões de clima
árido ou semiárido. E em muitos desses lugares as pessoas vivem
bem, muito bem. O nosso semiárido é o que mais tem chuvas no
mundo e um dos que apresentam maiores potencialidades. É preciso
deixar claro que o Semiárido não é só pobreza, miséria e seca. É
uma região com dificuldades e desafios, mas com potencialidades
enormes, muitas belezas e riquezas.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
PERNAMBUCO
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
2. O que realmente falta no nordeste brasileiro é implantação de políticas
efetivas, é, de projetos voltado para atender a necessidade da maioria e não de
uma porção de pessoas que se beneficiam da desgraça dessa maioria. A seca
no Nordeste como já foi mencionado se trata de um fenômeno natural, o clima
semi-árido tem haver com as características fisiográficas da região, tais como
rocha, solo, topografia, vegetação e condições meteorológicas , infelizmente
muitos aproveita-se dessas características para lucrar, esses alegam que o
problema socioeconômico esta relacionado apenas a seca, porém as
vulnerabilidades da região não decorrem apenas do fenômeno clima, mas sim
de um processo socialmente construído ao longo do tempo.
Projetos e programas são elaborados aos montes para amenizar a vida de
muitos, para ajudar o pequeno e grande produtor, no entanto o que vemos é
descaso, abandono e dor, o sertão está sedento de cuidados, justiça, atenção
e respeito ao seu povo. Chega de beneficiar a oligarquia que se preocupam
apenas em ajudar seus familiares e seus colaboradores, chega de usar a seca
como desculpa de uma região problema, chega de usar a água como moeda
de troca, de iludir os pequenos produtores com a transposição do rio São
Francisco, pois como bem sabemos seu interesse está restrito apenas em
atender interesses privados, minoritário e excludentes. existem varias soluções
possíveis para acabar com o problema da falta de água no nordeste, mas não
é essa transposição que vai atender a essas pessoas, a transposição é
basicamente para atender projetos econômicos.
3. A SECA NO NORDESTE
Dentre os muitos aspectos apresentados pela Região Nordeste o que mais se
destaca é a seca, causada pela escassez de chuvas, proporcionando pobreza
e fome. A partir dessa temática é importante entender quais são os fatores que
determinam o clima da região, especialmente na sub-região do Sertão, área
que mais sofre com as secas.
Ao contrário do que muitos pensam, a seca não atinge toda região Nordeste.
Ela se concentra numa área conhecida como Polígono das Secas. Esta área
envolve parte de oito estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e parte do Norte de Minas
Gerais.(PATRIOTA, 2012).
Como bem sabemos a região do Nordeste está localizado em uma área de
pouca ocorrência de chuvas essa área recebe baixa influencia de massas de
ar úmidas e frias, a massa de ar quente e seca é a que prevalece nessa região
o que acaba influenciando no regime pluvial. Vale destacar que nem toda
região do Nordeste é seco, é certo que nem todos os rios são perenes a
grande maioria é caracterizado por um regime pluvial temporário.
O nordeste brasileiro é marcado por duas faze ,a primeira é marcada pela
ausência de chuva, essa sendo um fator natural, a segunda esta relacionado a
fator sócio-histórica, essa sendo mais grave e devastadora. Ao contrario do que
muitos pensam a região do Nordeste vem ganhando bastante incentivo do
governo brasileiro para se desenvolver social e economicamente, volumes
consideráveis de dinheiro são sistematicamente enviados para promover o
desenvolvimento do semi-árido no entanto vem sendo embolsado pela
oligarquia econômica e política.
4. POLITICAS DESENCOLVIDAS PARA A REGIÃO DO NORDESTE
O nordeste é uma das regiões mais pobre do país, mas nem sempre foi assim,
no passado as atividades comerciais do Nordeste proporcionaram importantes
ganhos à Coroa portuguesa, mas com o surgimento de novos interesses
comerciais no Sudeste, os olhares voltaram-se principalmente para a região de
Minas Gerais, que assumiu papel de destaque com a extração de metais
preciosos. Com o declínio da economia cafeeira os portugueses voltaram os
olhos para região Sudeste com o intuito de explorar metais preciosos da região
de Minas Gerais, a capital da coroa que residia no estado do Nordeste mais
precisamente na região da Baia (capital de Salvador) passou para o estado do
Rio de Janeiro. O Sudeste passou a ter uma grande importância para o
desenvolvimento econômico do Brasil sendo assim todos os olhares estava
em volta dessa região as outras não recebiam a mesma atenção do governo, a
situação piorou depois do desenvolvimento industrial nessa região.
Tanto o Nordeste quanto outras regiões passaram a ser esquecida pelo poder
publico, sem incentivo e projetos para essas regiões o desenvolvimento
econômico paçou a cair de forma significativa, somente a partir do governo
Juscelino Kubitschekas é que começaram a surgir órgãos da administração
pública com o intuito de combater problemas e desenvolver as demais regiões
do Brasil, a exemplo disso temos a superintendência do desenvolvimento do
Nordeste ( SUDENE) e no governo de Luiz Inácio Lula da Silva foi criado o
projeto do rio São Francisco, projeto esse que garante acabar, ou diminuir os
efeitos da seca em varias regiões, no entanto na região do nordeste não
houveram grandes mudanças, pois os políticos desviavam, ou desviam as
verbas destinadas para essa região, ou seja a corrupção é uma problemática
para essa região não a seca que é um fenômeno Natural.
5. A INDÚSTRIA DA SECA
A industria da seca é alimentada pela escassez, O cenário da seca é marcado
por animais mortos e muito abandono. A seca no Nordeste é sinal de
sofrimento para os sertanejos a falta de chuva nessa região movimenta o meio
político e o comercio. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de
alimentos para os animais e de água para os moradores.
Os problemas sociais no chamado “polígono da seca” são bastante conhecidos
por todos, mas nem todos sabem que não precisava ser assim. A seca em si,
não é o problema. Países como EUA que cultivam áreas imensas e com
sucesso em regiões como a Califórnia, onde chove sete vezes menos do que
no polígono da seca, e Israel, que consegue manter um nível de vida razoável
em um deserto (Negev), são provas disso.
Os “industriais da seca” se utilizam da calamidade para conseguir mais verbas,
incentivos fiscais, concessões de crédito e perdão de dívidas valendo-se da
propaganda de que o povo está morrendo de fome. Enquanto isso, o pouco
dos recursos que realmente são empregados na construção de açudes e
projetos de irrigação, torna-se inútil quando estes são construídos em
propriedades privadas de grandes latifundiários que os usam para fortalecer
6. seu poder ou então, quando por falta de planejamento adequado, se tornam
imensas obras ineficazes.
A sobrevivência do próprio rio São Francisco é colocado em risco, a
transposição do Rio São Francisco é um dos pontos principais da campanha do
governo atual, a quem defenda a obra alegando que se trata de um projeto que
poderá acabar com boa parte da seca, a quem vai de contra com essa
construção alegando que a obra é mais fruto da industria da seca.
Com relação a isso o Deputado Gonzaga Patriota diz o seguinte:
A integração do Rio São Francisco com outras bacias
hidrográficas da região Nordeste, a chamada “transposição do
São Francisco” é um projeto do governo federal que visa a
construção de dois canais, denominados Norte e Leste,
(totalizando 700 quilômetros de extensão) para levar água do
Rio São Francisco para regiões semiáridas do Nordeste. Desta
forma, diminuirá o impacto da seca sobre a sofrida população
residente nessa região, ela facilitará o desenvolvimento
regional, com a abundância de água potável por onde passar.
Já a professora Rita de Cássia diz o seguinte:
Essa é uma questão de fundo político e ideológico. Toda obra
de engenharia que é usada como trunfo numa campanha
eleitoral faz parte do processo político em qualquer lugar do
mundo, e no Brasil não é diferente. Uma grande obra de
engenharia que tenha visibilidade pode ser usada como trunfo
numa campanha eleitoral,[...] é recorrente, faz parte da história
da política. Mas evidentemente quando se usa uma obra de
engenharia para enganar a população, aí é claro que é algo
bastante grave
Discussões em torno desse projeto vem ocorrendo com freqüência, no entanto
a situação do Nordeste Continua a mesma há muita fome e
subdesenvolvimento econômico, mas ao invés de culpar a má administração
preferem colocar a culpa em um fenômeno natural, a seca.
7. TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO E OS DESAFIOS EXISTENTES.
O projeto de transposição do São Francisco surgiu com o argumento de sanar
a deficiência hídrica da região do Semi-Árido através da transferência de água
do rio para abastecimento de açudes e rios menores na região nordeste,
diminuindo a seca no período de estiagem.
O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS – Departamento
Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido para o
Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários ministérios desde
então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
O projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante polêmico,
pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há muito afeta
as populações do semi-árido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de
um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios
mais importantes do Brasil, tanto pela sua extensão e importância na
manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e
abastecimento.
8. Que problemas serão gerados pela transposição do rio São Francisco,
os impactos que acabaram ocorrendo sobre o projeto.
Está problemática da transposição do rio São Francisco é bastante
debatido e discutido onde acabou gerando polemicas mais para os defensores,
a transposição resolveria o problemas da falta de água no semiárido nordestino
e melhorias as condições socioambientais e econômicas para o sertão
nordestino. Mais como seria projeto proposto pelo governo seria interligação
do rio São Francisco com outros rios setentrionais que cortam os cinco estados
como Ceara, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Pernambuco, com o
objetivo de levar cerca de 720Km ao longo do sertão nordestino bombeando
água por canais artificiais. Onde ira beneficiar 390 municípios e 12 milhões de
habitantes, gerando emprego e inclusão social. Um outro aspecto da questão
da transposição do rio São Francisco é a polêmica que recrudesce em torno
dela, que divide opiniões entre aqueles que apóiam o projeto e aqueles que se
posicionam contra o mesmo.
Dentre os vários argumentos dos opositores do projeto, o principal é o
alerta para o risco de colapso do rio, e que os interessados pelo mesmo
objetivam apenas à proposição de fazendas agrícolas e não priorizam o
abastecimento humano. Também, aponta-se a existência de alternativas mais
simples para solucionar o problema e que pode beneficiar numa amplitude
ainda muito maior o contingente populacional do semi-árido. E essa divisão
ganha repercussão entre os habitantes de ambas as partes do Nordeste, sendo
notório o nível de envolvimento político e até cultural-religioso, em analogia ao
ponto de vista, de cada “Nordeste”, divergentes em função dos recursos e da
capacidade hídrica do Nordeste Setentrional e do Nordeste Meridional,
fragilizando ainda mais a necessidade de um caminho para real situação
hídrica do semi-árido nordestino.
9. Imagem da Transposição na Baia
POPULAÇÃO BENEFICIADA PEQUENOS PRODUTORES OU GRANDES
LATIFUNDIÁRIOS COM TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO
A transposição do rio São Francisco garante que vai atender toda a população,
ou melhor o empreendimento garantirá o abastecimento de água desde
grandes centros urbanos da região de Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato,
Mossoró, Campina Grande e Caruaru, até centenas de pequenas e médias
cidades inseridas no semi-árido e de área do interior do nordeste priorizando a
política de desenvolvimento regional. Basicamente quarto grupos de pessoas
irão participar, ou se beneficiar desse empreendimento dois deles são
composto pela população local vulnerável á seca , no entanto um é formado
pelas famílias de pequeno produtores que lutam pela sobrevivência através da
agricultura, e o outro consiste nos latifúndios, empresários consolidados donos
das grandes áreas de terras e na maioria deles políticos influentes, que no
caso são os que mais beneficiados com esse empreendedorismo .
O governo pretende fornecer água potável a mais de 12 milhões de pessoas no
sertão Nordestino, porém há uma grande possibilidade dele não conseguir
atingir seus objetivos. O nordeste brasileiro é uma das macro-regiões de maior
concentração fundiária. Isto significa que a transposição do rio São Francisco,
para beneficiar grande parte da população do semi-árido, só teria sentido se
10. acontecesse junto com uma reforma agrária. Uma obra de engenharia não tem
o poder de por si só resolver problemas sociais histórico da região.
O projeto pode até acontecer, porém poucos serão beneficiados, as águas do
rio São Francisco só estará presente em grandes propriedades prividas de
grandes latifúndios, essa transposição só vai aumentar, ou fortalecer o poder
dessa pequena maioria, a desigualdade e distribuição de água e renda será
pior. A solução não está nessa projeto é preciso entrar meios mais eficazes
que atenda a toda a população do tão sofrido semi – árido brasileiro.
CONCUSÃO
Existem soluções para o nordeste para seu desenvolvimento socioeconômico,
no entanto é preciso quebrar a estrutura de poder que se alimentam da seca. A
transposição do rio São Francisco é um projeto político que pretende atender
apenas a oligarquia alimentando ainda mais a industria da seca.
REFERÊNCIA
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Como-a-oligarquia-lucra-
com-a-industria-da-seca-no-Nordeste/7/29435
Disponível
em:<http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2014/12/12/i
nternas_economia,548821/transposicao-do-rio-sao-francisco-tem-68-7-das-
obras-fisicas-concluidas.shtml
Disponível em:<http://www.folhape.com.br/blogdafolha/?p=24209
Disponível
em:<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1418/1/TD_1577.pdf
Disponível
em:<http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view
File/7707/4449
Disponível em:<http://www.agbsaopaulo.org.br/node/91