2. Biografia
1845 Nasce José Maria de Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim. Viveu até
1855 em Verdemilho, em casa dos avós paternos.
1855 É matriculado no Colégio da Lapa, na cidade do Porto, dirigido pelo pai
de Ramalho Ortigão. Aí fará a escolaridade obrigatória até ao seu ingresso
na Universidade.
1861 Matricula-se no primeiro ano da Faculdade de Direito de Coimbra.
1869 São publicados no jornal Revolução de Setembro os primeiros versos
dele com outros autores.
Viagem pela Palestina, Síria e Egipto.
1886 Casamento com Emília de Castro Pamplona (Resende), no oratório
particular da Quinta de Santo Ovídio no Porto.
1887 Concorre com A Relíquia ao Prémio D. Luís da Academia Real das
Ciências, perdendo a favor de Henrique Lopes de Mendonça com a obra O
Duque de Viseu.
Publicação de A Relíquia.
1900 Morte após prolongada doença a 16 de Agosto, em Neully.
Em Setembro, o corpo é trasladado para Portugal, realizando-se
os funerais para o cemitério do Alto de S. João em Lisboa.
3. A obra
A Relíquia , foi publicada em Portugal em 1887.
É uma obra constituída por 5 capítulos.
Esta explícita uma sátira aguda à sociedade
portuguesa, estando bem presente os defeitos do
Clero.
6. Calma na Alma – ConeCrew
Diretoria
''Nossa senhora das coisas impossíveis
que procuramos em vão
Vem, soleníssima
Soleníssima e cheia de uma vontade
oculta de soluçar
Talvez porque a alma é grande e a vida
pequena
E todos os gestos não saem do nosso
corpo
E só alcançamos onde o nosso braço
chega
E só vemos até onde chega o nosso
olhar.''
Já sei porque não consigo dormir há dias
Há algo no meu pensamento lento que
me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e
doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder viver
a vida
Já sei porque não consigo dormir há dias
Há algo no meu pensamento lento que
todos cometem desgraça
Os que são verdadeiros se ligam e me
sacam, nunca se envolvem na falha que é
farcia
A sua falta até pode ser grave, mas
jamais romperá com meu ciclo
Pois não me prendo somente a laços de
sangue para formar os meus vínculos
O que viso não é só meu vicio, também
não me julgue pelas roupas que visto
Círculos de alianças nas minhas
andanças, eu valorizo os que fecham
comigo
Respeito os valores antigos, é o que firma
a família na fita
Eu dou a finta fugindo da mira na
guerrilha, a família é a aguerrida
Que minha sina sirva e redija para que os
outros a dor não sinta
Os versos que a gente recita, para que
7. Já sei porque não consigo dormir há
dias
Há algo no meu pensamento lento
que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e
doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder
viver a vida
Já sei porque não consigo dormir há
dias
Há algo no meu pensamento lento
que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e
doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder
viver a vida
Apologia da vida bendita, vivida de
forma alternativa
Na mira da rima, polícia que irrita,
milícia que atira, nazista, fascista
Playboy, bombado que grita me tira,
aiá, a canela vai na tua narina
Sou cria da pista, sentido da vida,
constituímos uma família
Não me limito a laços genealógicos,
minha parceria e família se encontra
na esquina
Sem intriga, dinheiro fascina só uns
dia, cabeça perdida na vida
Pulo do gato, ainda cato os mofados,
lisérgico pasto, regado e azulado
Jogue a cabeça para cima e sua
mão para baixo, manobras de skate
eu encaixo
O fino não acho, os tiros perdidos
dos canas de assalto, esquivo na
pista ou me rasgo
Com as rimas que enquadram o
compasso, Mulher Maravilha é bem
vinda de quatro
No quadro que pinto Van Gogh tá
armado, se o mar tá storm então
joga pra baixo
O meu, fardo cansado eu arrasto, o
seu dinheiro sujo não aceito, não
gasto
Porco fardado pra mim é otário que
eu dava cascudo no colégio primário
Rap na pauta, calma na alma,
rastafari, revolucionário
Eu já sei porque não consigo dormir
há dias
Há algo no meu pensamento lento
que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e
doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder
viver a vida
8. Não aguento viver preso a dogma e
doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder viver
a vida
Vida sofrida, alma furtada, banida e detida
Em contra-partida sinto a cardio batida
Mantendo a pureza retida
Vê na retina, quebra a rotina
Ideia cretina, tem início e não tem fim
Santo Pai o que será que a vida reservou
pra mim?
Ser um músico importante ou um
vendedor de amendoim?
Eu vou ter um relógio caro ou um camelô
vagabundin?
Deu risada do magrin, desmerece alguém
que sonha
Eu sou rebelde, desbocado, revoltado e
sem vergonha
Que eu vivi rebelião, guerra de religião, eu
vi Cristo perdoar Adolf Hitler no caixão
Vi ódio e destruição, optei pela união, vi o
diabo corromper a fé de um irmão cristão
Assisti Roma ir ao chão, assisti Pelé jogar
Vi Saddam sendo enforcado, eu vi a
Eu vou rezar
Pra minha pele eu vou rezar
Eu vou rezar
Pela humanidade eu vou rezar
Eu vou rezar
Para o meu Senhor eu vou rezar
Eu vou rezar
Para minha pele eu vou rezar
Eu vou rezar
A vida é louca
A vida é insana (eu vou rezar, eu vou
rezar)
A vida não para, continua (para o meu
Senhor eu vou rezar)
Eu vou rezar, eu vou (para minha alma eu
vou rezar, eu vou rezar)
(Para minha pele eu vou rezar, eu vou
rezar)
(Pela humanidade eu vou rezar, eu vou
rezar)
(Para o meu Senhor eu vou rezar..., eu
vou rezar)
(Para minha pele eu vou rezar, eu vou
rezar)
(Para minha pele eu vou rezar, eu vou
rezar)
(Para a humanidade eu vou rezar, eu vou
Notas do Editor
Nascido na Póvoa do Varzim (25 de Novembro de 1845), Eça de Queiroz desenvolveu a sua vida literária entre meados dos anos 1860 e 1900, quando, a 16 de Agosto, morreu em Paris. Nesse lapso temporal, Eça marcou a cena literária portuguesa com uma produção de alta qualidade, parte dela deixada inédita à data da sua morte...