O documento descreve um artigo acadêmico sobre a leitura existencial da psicanálise em "O Ser e o Nada" de Jean-Paul Sartre. O artigo explica como Sartre critica Freud por atribuir poderes ao inconsciente que tira da consciência e por usar uma linguagem positivista. Ele também discute como Sartre usa o conceito de "má-fé" para criticar a dualidade eu-id do modelo freudiano e substituí-la por uma unidade ontológica da consciência.
O documento discute a angústia e má-fé na obra Ser e Tempo de Sartre. Sartre argumenta que a consciência humana é vazia e nada, levando à angústia existencial. Para escapar disso, os humanos podem adotar a má-fé, enganando a si mesmos para acreditar que possuem uma essência que guia suas ações.
Este documento discute a distinção entre angústia e sentimento de estranheza (Unheimlich) segundo Freud e Lacan. Argumenta-se que ambos não se baseiam em definições fenomênicas dos afetos, mas sim em sua articulação com o recalcado e o real. Lacan mostra que o Unheimlich está mais ligado ao recalque enquanto a angústia se refere ao objeto a no real, aquém da imagem do eu. Isso permite distinguir estruturalmente os afetos sem cair em definições essencialistas.
O documento discute vários conceitos psicanalíticos como narcisismo, constituição do eu, estádio do espelho e a importância da linguagem. O autor reflete sobre como esses conceitos iluminam a experiência do bebê e a constituição do sujeito, bem como suas implicações na clínica psicanalítica, especialmente no processo de desconstrução do eu dividido do paciente.
1) O documento descreve a publicação e tradução de um antigo texto chinês sobre prolongamento da vida humana por C.G. Jung e Richard Wilhelm.
2) Jung proferiu um discurso em memória de Richard Wilhelm em 1930 após sua morte, destacando suas realizações na tradução e divulgação da cultura chinesa para o Ocidente.
3) O texto chinês trata de um método de meditação envolvendo o movimento circular da luz no corpo para alcançar a iluminação e a imortalidade.
1. O documento apresenta a introdução do livro "A Poética do Devaneio" de Gaston Bachelard, que discute o método fenomenológico aplicado ao estudo das imagens poéticas.
2. Bachelard defende que a fenomenologia permite apreciar cada imagem poética em sua singularidade, como uma origem absoluta de consciência.
3. Ele argumenta que o método fenomenológico exige que se ative a participação na imaginação criante do poeta, em vez de se limitar a uma passividade d
Este documento discute os mecanismos psíquicos subjacentes aos espectadores que gostam de filmes de terror. Argumenta que imagens assustadoras estão relacionadas a conteúdos recalcados da infância e que assistir a esses filmes pode proporcionar prazer indireto ao aliviar a tensão causada pela repressão desses conteúdos.
O documento discute conceitos sobre histeria, fantasia e afeto no contexto da psicanálise. Apresenta três ideias principais: 1) a fantasia é o meio pelo qual o neurótico tenta ligar o corpo e o significado; 2) no inconsciente não há afetos, apenas representações significadas; 3) na histeria, o corpo é o lugar onde se expressa aquilo que a censura impede de ser pronunciado.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a ideia de que a existência precede a essência no homem. Ele acreditava que o homem é fundamentalmente livre e responsável por criar seu próprio significado através de escolhas. Sartre via o homem como condenado à liberdade e à responsabilidade por suas ações em um mundo sem sentido pré-determinado.
O documento discute a angústia e má-fé na obra Ser e Tempo de Sartre. Sartre argumenta que a consciência humana é vazia e nada, levando à angústia existencial. Para escapar disso, os humanos podem adotar a má-fé, enganando a si mesmos para acreditar que possuem uma essência que guia suas ações.
Este documento discute a distinção entre angústia e sentimento de estranheza (Unheimlich) segundo Freud e Lacan. Argumenta-se que ambos não se baseiam em definições fenomênicas dos afetos, mas sim em sua articulação com o recalcado e o real. Lacan mostra que o Unheimlich está mais ligado ao recalque enquanto a angústia se refere ao objeto a no real, aquém da imagem do eu. Isso permite distinguir estruturalmente os afetos sem cair em definições essencialistas.
O documento discute vários conceitos psicanalíticos como narcisismo, constituição do eu, estádio do espelho e a importância da linguagem. O autor reflete sobre como esses conceitos iluminam a experiência do bebê e a constituição do sujeito, bem como suas implicações na clínica psicanalítica, especialmente no processo de desconstrução do eu dividido do paciente.
1) O documento descreve a publicação e tradução de um antigo texto chinês sobre prolongamento da vida humana por C.G. Jung e Richard Wilhelm.
2) Jung proferiu um discurso em memória de Richard Wilhelm em 1930 após sua morte, destacando suas realizações na tradução e divulgação da cultura chinesa para o Ocidente.
3) O texto chinês trata de um método de meditação envolvendo o movimento circular da luz no corpo para alcançar a iluminação e a imortalidade.
1. O documento apresenta a introdução do livro "A Poética do Devaneio" de Gaston Bachelard, que discute o método fenomenológico aplicado ao estudo das imagens poéticas.
2. Bachelard defende que a fenomenologia permite apreciar cada imagem poética em sua singularidade, como uma origem absoluta de consciência.
3. Ele argumenta que o método fenomenológico exige que se ative a participação na imaginação criante do poeta, em vez de se limitar a uma passividade d
Este documento discute os mecanismos psíquicos subjacentes aos espectadores que gostam de filmes de terror. Argumenta que imagens assustadoras estão relacionadas a conteúdos recalcados da infância e que assistir a esses filmes pode proporcionar prazer indireto ao aliviar a tensão causada pela repressão desses conteúdos.
O documento discute conceitos sobre histeria, fantasia e afeto no contexto da psicanálise. Apresenta três ideias principais: 1) a fantasia é o meio pelo qual o neurótico tenta ligar o corpo e o significado; 2) no inconsciente não há afetos, apenas representações significadas; 3) na histeria, o corpo é o lugar onde se expressa aquilo que a censura impede de ser pronunciado.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a ideia de que a existência precede a essência no homem. Ele acreditava que o homem é fundamentalmente livre e responsável por criar seu próprio significado através de escolhas. Sartre via o homem como condenado à liberdade e à responsabilidade por suas ações em um mundo sem sentido pré-determinado.
Edmund Husserl (1859-1938) foi um filósofo alemão considerado o fundador da fenomenologia. Estudou matemática e iniciou a carreira docente em 1883, ensinando filosofia. Criou a fenomenologia, que propunha estudar sistematicamente a consciência e objetos mentais. Foi excluído da universidade com a chegada de Hitler em 1933. Morreu em 1938 desejando morrer como um filósofo.
Este documento resume um capítulo sobre o conceito de angústia de acordo com Martin Heidegger. Apresenta 1) como Heidegger começa sua análise do ser humano ("Dasein") e como isso o leva à questão da angústia, 2) as formas de ser inautêntico do homem cotidiano através da "decadência", e 3) como a rara experiência da angústia revela a totalidade do ser humano.
1) O artigo analisa a influência da filosofia de Schopenhauer no trabalho inicial de Nietzsche "O Nascimento da Tragédia", especialmente no que se refere à filosofia da arte.
2) Embora Nietzsche tenha usado as categorias de Schopenhauer, ele conseguiu escapar do pessimismo característico da filosofia de Schopenhauer.
3) No entanto, permanece a questão se Nietzsche realmente superou o pessimismo ou se sua solução permaneceu dentro de uma filosofia marcad
O documento resume a vida e obra do filósofo e crítico literário francês Roland Barthes. Ele se tornou uma referência pela aplicação de métodos semiológicos à análise literária e foi um importante pensador pós-estruturalista. Seu livro "A Câmara Clara" analisa a fotografia como um meio de revelar o real através da contingência do momento capturado.
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
O documento discute a importância da linguagem na constituição do sujeito segundo diferentes perspectivas teóricas da psicanálise. Aborda conceitos como narcisismo, estádio do espelho, complexo de Édipo e a experiência dolorosa e aterrorizante de ser um bebê dependente segundo Klein. Defende que a linguagem/cultura conferem traços afetivos ao sujeito e que somos seres inacabados marcados por um projeto anterior.
O documento discute imagens sombrias e opacas que dificultam a visão, como em Blade Runner. A poluição visual saturada dificulta apreender imagens com nitidez. O olhar moderno se voltou para fenômenos atmosféricos não lineares que impedem a passagem da luz, como nuvens e fumaça, gerando imagens nebulosas. Sonhos tornam possível a visão ao exercitarem o olhar interno e revelarem desejos através da memória.
Trabalho ciclo III - Do pai mítico de Totem e Tabu, em Freud, à castração co...beto8900
1) O documento discute as idéias de Freud em "Totem e Tabu" e os três tempos do Édipo em Lacan, articulando-os com outros conceitos psicanalíticos.
2) "Totem e Tabu" propõe um mito sobre a origem da sociedade e da proibição do incesto, enquanto os três tempos do Édipo descrevem como a criança lida com a falta em relação à mãe e ao pai.
3) O documento pretende articular essas idéias teóricas com experiências clí
Gabriel Marcel (1889-1973) foi filósofo, dramaturgo e compositor francês, tendo influenciado as tendências existencialistas e fenomenológicas.
Para Marcel, a existência tem uma urgência de transcendência. Sua obra filosófica, apesar de pouco conhecida, trata sobre introspecção e autoreflexão, fazendo parte de uma geração de pensadores franceses que possuem como fonte de sua reflexão suas experiências interiores.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
ex-isto
existencialismo | psicologia | filosofia
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
1) O texto discute a fenomenologia de Husserl, que se concentra na descrição precisa dos fenômenos tal como aparecem para a consciência cognitiva, independentemente de explicações psicológicas.
2) A fenomenologia busca descrever o conteúdo das intuições que servem de base para conceitos, juízos e definições, ao invés de apenas se referir a esses conteúdos simbolicamente.
3) Ao colecionar todos os modos como objetos podem se apresentar, chega-se
Jean-Paul Sartre foi um importante filósofo francês do século XX e o principal representante do existencialismo. Sua filosofia enfatiza a liberdade humana e responsabilidade pelas próprias escolhas, rejeitando a ideia de uma "essência" pré-determinada. Sartre acreditava que os seres humanos estão "condenados à liberdade" e que a angústia é inerente à condição humana.
1. O autor descreve seus primeiros cigarros roubados do bolso do pai aos 14 anos, incentivado por um amigo. Isso marcou o início de seu hábito de fumar.
2. Ele relembra sua infância na Áustria e amigos que fumavam cigarros baratos da época.
3. Ao escrever sobre suas memórias do início do hábito de fumar, o autor acredita estar curado da vontade de fumar.
O documento descreve a jornada de Falcão, um professor expulso da universidade por suas ideias não convencionais. Ele conhece um "Poeta da Vida" que o ensina a questionar a realidade através da arte da dúvida. Falcão passa a ajudar pessoas com problemas mentais de forma não tradicional, desafiando os métodos da psiquiatria convencional.
Este documento discute como a obra de Proust "Em Busca do Tempo Perdido" explora diferentes mundos de signos através do aprendizado do protagonista. Três frases:
1) A obra examina os signos mundanos, amorosos e outros que o herói deve decifrar em sua jornada.
2) Os signos formam sistemas que variam entre mundos e pessoas, fornecendo unidade e pluralismo à narrativa.
3) Aprender é tornar-se sensível aos signos e decifrá-los, seja da
O documento discute como a obra de Proust A la recherche du temps perdu explora diferentes tipos de signos através dos mundos que o herói experimenta. Os signos formam a unidade e pluralidade da obra ao constituírem sistemas específicos em cada mundo, como a mundanidade e o amor, onde os signos precisam ser decifrados e interpretados para o aprendizado.
1) O documento discute a relação entre filosofia, mística, fenomenologia e epistemologia, analisando a experiência mística como investigação epistemológica e análise fenomenológica.
2) Aborda a noção de subjetividade, vida interior e verdade segundo Agostinho, comparando com testemunhos místicos e análises de Edith Stein.
3) Explora o estatuto epistemológico da linguagem religiosa e mística, analisando a noção de símbolo e a relação entre corp
1. O documento apresenta uma análise semiótica da obra de arte "Sunrise by the Ocean".
2. A obra representa um signo que produz um efeito interpretativo analisado sob os três elementos da semiótica: primeiridade, secundidade e terceiridade.
3. A análise descreve cada elemento da obra relacionando-os aos conceitos teóricos da semiótica.
Este projeto de pesquisa investiga os motivos psíquicos que levam as pessoas a assistirem filmes de terror, analisando conceitos psicanalíticos como pulsão de morte e projeção. O filme Silent Hill será usado como exemplo para analisar como o cinema produz reações nos espectadores. A pesquisa busca compreender pela perspectiva psicanalítica quais são os motivos que levam pessoas a gostarem de filmes de terror.
1) O documento discute as vertentes tradicional e modernista presentes no ortónimo Fernando Pessoa e como ele explora dicotomias como sinceridade vs fingimento. 2) Descreve os principais heterónimos de Pessoa - Alberto Caeiro, um poeta sensacionista da natureza; Ricardo Reis, que prega a filosofia estoica e epicurista; e Álvaro de Campos, que busca totalizar as sensações. 3) Explica como cada heterónimo representa visões de mundo distintas que permitem a Pessoa expressar diversas perspectivas po
O artigo apresenta um estudo sobre a melancolia centrado em dois textos fundadores: o Problema XXX,1 de Aristóteles e Luto e Melancolia de Freud. Aristóteles interpreta a melancolia como um fenômeno somático determinado pela bílis negra, enquanto Freud vê a melancolia como um acontecimento psíquico. Ambos os textos partem do mesmo pressuposto do Aforismo 23 de Hipócrates sobre a melancolia ser causada por tristeza e medo prolongados. O artigo discute como esses dois
Accionar policial en el area territorial del distrito smp (1) (1)Percy Chicana
El documento lista diferentes modalidades de robo como cogoteo, bujiaso, arrebato, la momia y jalonsao, así como modalidades de homicidios que incluyen uso de armas de fuego, armas blancas, objetos contudentes, agresión, estrangulamiento, asfixia mecánica y acción directa de fuego e ingesta. También menciona el nombre "Sob Pnp Chicana Valle Percy Antonio".
Edmund Husserl (1859-1938) foi um filósofo alemão considerado o fundador da fenomenologia. Estudou matemática e iniciou a carreira docente em 1883, ensinando filosofia. Criou a fenomenologia, que propunha estudar sistematicamente a consciência e objetos mentais. Foi excluído da universidade com a chegada de Hitler em 1933. Morreu em 1938 desejando morrer como um filósofo.
Este documento resume um capítulo sobre o conceito de angústia de acordo com Martin Heidegger. Apresenta 1) como Heidegger começa sua análise do ser humano ("Dasein") e como isso o leva à questão da angústia, 2) as formas de ser inautêntico do homem cotidiano através da "decadência", e 3) como a rara experiência da angústia revela a totalidade do ser humano.
1) O artigo analisa a influência da filosofia de Schopenhauer no trabalho inicial de Nietzsche "O Nascimento da Tragédia", especialmente no que se refere à filosofia da arte.
2) Embora Nietzsche tenha usado as categorias de Schopenhauer, ele conseguiu escapar do pessimismo característico da filosofia de Schopenhauer.
3) No entanto, permanece a questão se Nietzsche realmente superou o pessimismo ou se sua solução permaneceu dentro de uma filosofia marcad
O documento resume a vida e obra do filósofo e crítico literário francês Roland Barthes. Ele se tornou uma referência pela aplicação de métodos semiológicos à análise literária e foi um importante pensador pós-estruturalista. Seu livro "A Câmara Clara" analisa a fotografia como um meio de revelar o real através da contingência do momento capturado.
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
O documento discute a importância da linguagem na constituição do sujeito segundo diferentes perspectivas teóricas da psicanálise. Aborda conceitos como narcisismo, estádio do espelho, complexo de Édipo e a experiência dolorosa e aterrorizante de ser um bebê dependente segundo Klein. Defende que a linguagem/cultura conferem traços afetivos ao sujeito e que somos seres inacabados marcados por um projeto anterior.
O documento discute imagens sombrias e opacas que dificultam a visão, como em Blade Runner. A poluição visual saturada dificulta apreender imagens com nitidez. O olhar moderno se voltou para fenômenos atmosféricos não lineares que impedem a passagem da luz, como nuvens e fumaça, gerando imagens nebulosas. Sonhos tornam possível a visão ao exercitarem o olhar interno e revelarem desejos através da memória.
Trabalho ciclo III - Do pai mítico de Totem e Tabu, em Freud, à castração co...beto8900
1) O documento discute as idéias de Freud em "Totem e Tabu" e os três tempos do Édipo em Lacan, articulando-os com outros conceitos psicanalíticos.
2) "Totem e Tabu" propõe um mito sobre a origem da sociedade e da proibição do incesto, enquanto os três tempos do Édipo descrevem como a criança lida com a falta em relação à mãe e ao pai.
3) O documento pretende articular essas idéias teóricas com experiências clí
Gabriel Marcel (1889-1973) foi filósofo, dramaturgo e compositor francês, tendo influenciado as tendências existencialistas e fenomenológicas.
Para Marcel, a existência tem uma urgência de transcendência. Sua obra filosófica, apesar de pouco conhecida, trata sobre introspecção e autoreflexão, fazendo parte de uma geração de pensadores franceses que possuem como fonte de sua reflexão suas experiências interiores.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
ex-isto
existencialismo | psicologia | filosofia
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
1) O texto discute a fenomenologia de Husserl, que se concentra na descrição precisa dos fenômenos tal como aparecem para a consciência cognitiva, independentemente de explicações psicológicas.
2) A fenomenologia busca descrever o conteúdo das intuições que servem de base para conceitos, juízos e definições, ao invés de apenas se referir a esses conteúdos simbolicamente.
3) Ao colecionar todos os modos como objetos podem se apresentar, chega-se
Jean-Paul Sartre foi um importante filósofo francês do século XX e o principal representante do existencialismo. Sua filosofia enfatiza a liberdade humana e responsabilidade pelas próprias escolhas, rejeitando a ideia de uma "essência" pré-determinada. Sartre acreditava que os seres humanos estão "condenados à liberdade" e que a angústia é inerente à condição humana.
1. O autor descreve seus primeiros cigarros roubados do bolso do pai aos 14 anos, incentivado por um amigo. Isso marcou o início de seu hábito de fumar.
2. Ele relembra sua infância na Áustria e amigos que fumavam cigarros baratos da época.
3. Ao escrever sobre suas memórias do início do hábito de fumar, o autor acredita estar curado da vontade de fumar.
O documento descreve a jornada de Falcão, um professor expulso da universidade por suas ideias não convencionais. Ele conhece um "Poeta da Vida" que o ensina a questionar a realidade através da arte da dúvida. Falcão passa a ajudar pessoas com problemas mentais de forma não tradicional, desafiando os métodos da psiquiatria convencional.
Este documento discute como a obra de Proust "Em Busca do Tempo Perdido" explora diferentes mundos de signos através do aprendizado do protagonista. Três frases:
1) A obra examina os signos mundanos, amorosos e outros que o herói deve decifrar em sua jornada.
2) Os signos formam sistemas que variam entre mundos e pessoas, fornecendo unidade e pluralismo à narrativa.
3) Aprender é tornar-se sensível aos signos e decifrá-los, seja da
O documento discute como a obra de Proust A la recherche du temps perdu explora diferentes tipos de signos através dos mundos que o herói experimenta. Os signos formam a unidade e pluralidade da obra ao constituírem sistemas específicos em cada mundo, como a mundanidade e o amor, onde os signos precisam ser decifrados e interpretados para o aprendizado.
1) O documento discute a relação entre filosofia, mística, fenomenologia e epistemologia, analisando a experiência mística como investigação epistemológica e análise fenomenológica.
2) Aborda a noção de subjetividade, vida interior e verdade segundo Agostinho, comparando com testemunhos místicos e análises de Edith Stein.
3) Explora o estatuto epistemológico da linguagem religiosa e mística, analisando a noção de símbolo e a relação entre corp
1. O documento apresenta uma análise semiótica da obra de arte "Sunrise by the Ocean".
2. A obra representa um signo que produz um efeito interpretativo analisado sob os três elementos da semiótica: primeiridade, secundidade e terceiridade.
3. A análise descreve cada elemento da obra relacionando-os aos conceitos teóricos da semiótica.
Este projeto de pesquisa investiga os motivos psíquicos que levam as pessoas a assistirem filmes de terror, analisando conceitos psicanalíticos como pulsão de morte e projeção. O filme Silent Hill será usado como exemplo para analisar como o cinema produz reações nos espectadores. A pesquisa busca compreender pela perspectiva psicanalítica quais são os motivos que levam pessoas a gostarem de filmes de terror.
1) O documento discute as vertentes tradicional e modernista presentes no ortónimo Fernando Pessoa e como ele explora dicotomias como sinceridade vs fingimento. 2) Descreve os principais heterónimos de Pessoa - Alberto Caeiro, um poeta sensacionista da natureza; Ricardo Reis, que prega a filosofia estoica e epicurista; e Álvaro de Campos, que busca totalizar as sensações. 3) Explica como cada heterónimo representa visões de mundo distintas que permitem a Pessoa expressar diversas perspectivas po
O artigo apresenta um estudo sobre a melancolia centrado em dois textos fundadores: o Problema XXX,1 de Aristóteles e Luto e Melancolia de Freud. Aristóteles interpreta a melancolia como um fenômeno somático determinado pela bílis negra, enquanto Freud vê a melancolia como um acontecimento psíquico. Ambos os textos partem do mesmo pressuposto do Aforismo 23 de Hipócrates sobre a melancolia ser causada por tristeza e medo prolongados. O artigo discute como esses dois
Accionar policial en el area territorial del distrito smp (1) (1)Percy Chicana
El documento lista diferentes modalidades de robo como cogoteo, bujiaso, arrebato, la momia y jalonsao, así como modalidades de homicidios que incluyen uso de armas de fuego, armas blancas, objetos contudentes, agresión, estrangulamiento, asfixia mecánica y acción directa de fuego e ingesta. También menciona el nombre "Sob Pnp Chicana Valle Percy Antonio".
Ralph Ellison's short story "Battle Royal" provides commentary on civil rights in the early 20th century. It describes a young black man who is asked to give a speech to prominent white community members but is first forced to participate in a "battle royal", where black men fight blindfolded for money. Though physically freed after the Civil War, the black community still faced social slavery and oppression from powerful whites. The story illustrates how blacks were still reliant on and controlled by whites, even after emancipation. It calls readers to continue fighting for true equality and freedom from unfair racial hierarchies.
Charles Purcell has over 30 years of experience in telecommunications, including installing and repairing electronic systems. He has held roles as a network engineer, PBX technician, and direct sales representative for companies such as Time Warner Cable and LM Berry and Company. Purcell has expertise in areas like operations management, troubleshooting, equipment installation, and client relations. He has extensive training and certifications in networking, voice over IP, routing, and telephone systems administration.
Este documento trata sobre la gestión pública y la importancia de medir e indicadores de gestión en el sector público. Explica que la Contraloría General del Estado es el organismo encargado de vigilar y verificar la legalidad, transparencia y eficiencia en la gestión financiera, administrativa y operativa del sector público. También describe los diferentes tipos de indicadores e instrumentos que se pueden utilizar para medir y controlar la gestión, como índices, cuadros de mando, gráficas y flujogramas. Resalta la necesidad de definir indic
This document provides information about the 25th Annual Private Placements Industry Forum, which will take place from January 23-25, 2012 in Miami, Florida. The forum is a networking event for investors, issuers, and placement agents in the private placements industry. It will feature sessions on issues affecting the industry, networking opportunities, and training seminars. Over 60 speakers will present on topics like the economic outlook, relationships between industry stakeholders, and specific sectors like infrastructure, real estate, and consumer goods. The event aims to help participants strengthen relationships and source new deal opportunities in the private placements market.
The document outlines key business activities from developing and validating ideas to marketing, launching products, explaining value, running campaigns, selling, managing the business, and conducting reviews. It notes current challenges around using part-time functions, tribal knowledge, and an ad hoc approach which can lead to issues like pricing landmines and a lack of coverage of competitors or major deals. It suggests developing personas to link customer needs to features and messages as well as refereeing finger pointing as ways to address challenges and better manage business activities.
O documento apresenta biografias de quatro artistas pernambucanos: 1) Abelardo Germano da Hora, escultor e ceramista que participou de movimentos culturais populares; 2) Anchises Azevedo, pintor e gravador que estudou em Salvador e Recife; 3) Celso Marconi, cineasta, jornalista e crítico de cinema que documentou a cena artística nordestina; 4) Corbiniano Lins, escultor de Olinda.
La Hermandad y Cofradía de Nazarenos del Santísimo Cristo de la Expiración Nuestra Madre y Señora del Patrocinio cuenta con 200 hermanos, 120 de los cuales visten la túnica negra durante las procesiones. La corporación se fundó a principios del siglo XIX para rendir culto a las imágenes del Cristo de la Expiración y Nuestra Señora del Patrocinio en la Basílica del Cristo de la Expiración. El escudo de la hermandad incluye una corona real soportada por dos
O documento discute as vantagens do uso de celulares na sala de aula do século XXI em comparação com salas de aula tradicionais do século XIX. O autor argumenta que o celular pode dinamizar o ensino, melhorar a comunicação com os alunos e favorecer a autonomia do aprendizado. Além disso, o celular permite acesso a recursos educacionais online e ferramentas que estimulam a participação dos alunos.
A Relação entre Follow-up, Engajamento e Atração de Novas Oportunidades de Ne...Pamella Botelho
Este documento discute a importância do follow-up e engajamento para manter membros atuais e atrair novos membros para uma rede de negócios. Ele explica que o follow-up deve ocorrer dentro de 24 horas, 7 dias e 30 dias para manter relacionamentos. Também destaca que uma boa cultura organizacional é essencial para o sucesso, e que os membros devem acessar sua lista de contatos para aumentar a visibilidade, credibilidade e rentabilidade de suas indicações.
As relações entre os seres vivos em um ecossistema incluem relações intra-específicas entre membros da mesma espécie, como colônias e sociedades, e relações interespecíficas entre espécies diferentes, como competição, predação, cooperação e simbiose. Essas interações bióticas, junto com fatores abióticos, condicionam o funcionamento dos ecossistemas.
Este documento describe las diferentes clasificaciones y razas de gallinas. Se clasifican según su tipo corporal (pesadas, semipesadas y ligeras), uso (para carne o puesta), origen (Americana, Inglesa, Mediterránea, etc.) y otras características. Describe las características de varias razas importantes como la Cornish, Leghorn, New Hampshire, Plymouth Rock y Rhode Island Red.
O documento discute a importância da psicologia espírita e do autoconhecimento para a evolução humana. Aborda temas como a sombra, o ego e a necessidade de refletir sobre os próprios defeitos para promover a autorreforma.
Este documento resume um momento de existência de Fernando Pessoa enquanto passeava pelas ruas de Lisboa em 21 de fevereiro de 1930. De repente, Pessoa sentiu com firmeza que realmente existia, porém logo retornou à sensação de que sua existência era insignificante e irreal. O texto também apresenta o filósofo Étienne Souriau e sua filosofia da arte, na qual buscava entender como tornar mais real aquilo que existe através de diferentes modos de existência.
Emma Jung - anima e animus psicologia analiticaHellenReisMouro
O documento discute as formas de manifestação do animus, o arquétipo masculino no inconsciente feminino. A autora descreve quatro estágios de desenvolvimento do animus, desde uma forma primitiva e irracional até uma forma madura e consciente. Além disso, aborda como o animus pode ser representado através de imagens do inconsciente e como ele age de forma compensatória em relação à personalidade feminina consciente.
O documento discute as formas de manifestação do animus, o arquétipo masculino no inconsciente feminino. O animus pode se manifestar de quatro formas: tirano, sedutor, espírito e integrado. Quando integrado, o animus ajuda a mulher a desenvolver suas qualidades intelectuais e a ter uma visão mais objetiva do mundo.
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes ilustra como eles reconhecem seu enraizamento na finitude humana apesar dos esforços de racionalização.
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes é ilustrada pela questão da angústia, que revela o abismo no qual o saber se abisma.
O documento descreve a natureza do pensamento e como ele pode ser controlado e cultivado. Discutem-se tópicos como a natureza do pensamento, a memória, a concentração e como fortalecer o poder do pensamento. O objetivo é ajudar os leitores a compreenderem sua própria mente e usar o pensamento de forma positiva.
Este documento descreve a natureza do pensamento de acordo com a filosofia hindu. Explica que o pensamento envolve a relação entre o Eu como conhecedor e o Não-Eu como cognoscível. Também discute que a forma e a vida, a matéria e o espírito são aspectos inseparáveis da manifestação. O objetivo final do pensamento é dar fim à dor no mundo.
1) O documento discute o conceito de um "sentimento oceânico" descrito por um amigo de Freud, que representa um sentimento de ligação com o universo.
2) Freud analisa geneticamente a origem do sentimento do ego e como ele se desenvolve a partir de um estado inicial de indistinção entre ego e mundo externo.
3) Ele sugere que o "sentimento oceânico" pode ser um resíduo do sentimento primitivo de ego, que permanece ao lado do sentimento de ego maduro em algumas pessoas.
O Ovo E A Galinha Da PercepçãO à Inautenticidade Do SerDR Educação Cristã
O documento discute a escritora Clarice Lispector e sua obra à luz da fenomenologia e do existencialismo. Aborda temas como a percepção, a linguagem, a angústia existencial e a busca da essência das coisas. Também analisa a influência da filosofia de Merleau-Ponty nos contos de Clarice, especialmente no conto "O Ovo e a Galinha", e como sua obra literária explora as ideias fenomenológicas.
Jean-Paul Sartre foi um filósofo existencialista francês que desenvolveu a sua filosofia nos anos 40. Ele aliou o conceito de humanismo à noção de existência, afirmando que "O existencialismo é humanismo" e que o ponto de partida do existencialismo é o homem. Sartre representava o existencialismo ateu e via a situação humana de forma sombria quando "Deus está morto". Ele defendia que a existência precede a essência e que o homem não possui uma natureza pré-definida, estando condenado à improvisação
O documento discute o filme Beleza Americana sob duas lentes filosóficas: (1) a noção de simulacro de Platão, analisando como as aparências se tornam a forma de ser nas relações sociais retratadas; (2) a teoria das paixões de Spinoza, examinando a busca de identidade de Lester através do objeto de seu desejo e sua evolução para se tornar a causa adequada do que lhe acontece.
Liberdade e Religião no Existencialismo de Sartre (Frederico Pires)Jerbialdo
1) O documento discute a relação entre liberdade humana e ateísmo no existencialismo de Jean-Paul Sartre.
2) Para Sartre, a liberdade é a capacidade do ser humano se construir a si mesmo, sem nada que pré-determine sua essência.
3) Sartre nega a existência de Deus porque um Deus onipotente e onisciente não é compatível com a liberdade humana tal como ele a concebe.
1) O documento discute a obra e pensamento do psicanalista Carl Gustav Jung, destacando conceitos como individuação, persona e sombra.
2) Jung acreditava que o processo de individuação leva o indivíduo a se tornar sua verdadeira essência, indo além da máscara da persona.
3) Sua obra buscava entender o ser humano de forma integral, reconhecendo aspectos conscientes e inconscientes, racionais e espirituais.
O cantador que dizia a mentira pra falar a verdade+ilustra…Pedro Jorge
Este documento apresenta um trabalho acadêmico sobre a representação da pobreza rural no Nordeste brasileiro através da literatura de cordel. O trabalho utiliza cordéis para reconstruir o retrato social do sertanejo empobrecido e analisar suas percepções sobre a pobreza. A metodologia inclui pesquisa documental e uma abordagem reflexiva inspirada em Pierre Bourdieu para descrever as representações da pobreza para a população nordestina do sertão.
Este documento analisa a possibilidade de comunicação entre pessoas vivas através de médiuns, classificando diferentes categorias de casos. A primeira categoria descreve "Mensagens experimentais no mesmo aposento", onde o médium e o comunicador estão na mesma sala e o médium responde a perguntas mentais do comunicador, como no famoso caso do Rev. Newnham.
O documento discute o desejo como elemento central na formação e sustentação do psicanalista. Aponta que o desejo está no núcleo inconsciente teórico e prático da psicanálise e que o analista deve aprender a lidar com suas forças obscuras do inconsciente através da análise didática. Conclui que ser psicanalista requer que o indivíduo siga o bonde do próprio desejo.
O documento discute o retorno de Lacan à obra de Freud e como ele reinventou a psicanálise sem abandonar o campo freudiano. Lacan enfatizou a dimensão do real, sua articulação com o desejo e a função da escrita. Desta forma, convocou os psicanalistas a tratar o gozo e o sofrimento do sintoma.
1. Ortega y Gasset critica o racionalismo e o idealismo por considerá-los pontos de vista unilaterais que reduzem o humano a meros fenômenos biológicos ou a uma razão desconectada da vida.
2. Ele defende a "razão vital", onde a racionalidade está enraizada nas necessidades vitais e é colocada a serviço da vida, que é a realidade fundamental.
3. A razão é um instrumento útil da vida para lidar com os problemas da existência, mas não pode substituir a vida nem ignorar sua
1. “Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
A LEITURA EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL
SARTRE1
Pierre Mignac de Lira, (graduado em Filosofia pela UFPE).
Orientador: Prof. Dr. Vincenzo di Matteo (Programa de pós-graduação da UFPE)
Resumo: Neste trabalho pretendemos expor as críticas de Sartre dirigidas a Freud,
encontradas no segundo capítulo da primeira parte do seu livro O Ser e o Nada. Em seguida
faremos uma breve análise dessas críticas e as suas articulações com a filosofia existencial de
Sartre.
Palavras-chave: Inconsciente, Má-fé, Psicanálise.
ara os filósofos de orientação fenomenológica, foi difícil tolerar dois aspectos do
freudismo: o primeiro deles caracterizava uma filosofia implícita que parecia retirar da
consciência os poderes que, em seguida, atribuía multiplicados a um inconsciente
“astucioso” e “maligno”. E o segundo, exibia uma linguagem que tentava explicar os
fenômenos psíquicos completamente embebida em um marcado e indevido positivismo.2
Dentre os que se defrontaram com essa problemática no séc. XX destacamos a figura de
Sartre, que se considerava não um „falso amigo‟ da psicanálise, e sim um „companheiro
de viagem crítico‟.3
Na sua obra principal O Ser e o Nada o filósofo francês, a partir de
uma descrição fenomenológica da realidade, nos transporta através de longas cadeias
argumentativas a uma concepção ontológica do homem, do mundo e das possíveis
relações que daí surgem. É também nesta obra que Sartre desfere críticas à estrutura do
sujeito freudiano e, ao contrário do que se possa imaginar, não fica apenas com uma
postura desconstrutivista, ele “limpa”, depura a psicanálise, que ele chama de „empírica‟,
dos elementos que não confirmam com a sua análise existencial e a aproxima da sua
concepção de homem.
Neste trabalho não pretendemos traçar uma história das relações de Sartre com a
psicanálise, rastreando textos e entrevistas com ela relacionados, mas ater-se única ou
pelo menos principalmente à obra de Sartre O ser e o Nada, considerando que as teses
1
O trabalho é resultado de um ano de pesquisas do PIBIC com o apoio do CNPq e sob orientação do
Professor Doutor Vincenzo di Matteo.
2
MATTEO, V. Di. Sartre a psicanálise existencial. In: ____ (Org.). Ressonâncias freudianas na filosofia do
séc. XX. Recife: Mestrado em Filosofia da UFPE, 2003. p.16.
3
PONTALIS, J.-B. Freud posto em imagens. In: Perder de vista. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. p.154.
P
2. LIRA, Pierre Mignac de
- 2 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
com relação à psicanálise, nela contidas, não se alteraram substancialmente no decorrer
dos anos.
No primeiro momento trataremos das críticas feitas a Freud, mais especificamente, e por
serem as principais, as que se encontram no segundo capítulo da primeira parte da
referida obra. Em seguida, tentaremos avaliar como elas se articulam com a filosofia
existencial de Sartre.
Má-fé e mentira
A exposição da crítica feita por Sartre à psicanálise freudiana deve, em primeiro lugar,
partir da elucidação de um conceito crucial de sua filosofia: a má-fé. Na sua
fundamentação ontológica da realidade o filósofo francês chega ao ponto de afirmar que
o homem é o ser pelo qual a negação (o nada) vem ao mundo. E não é apenas isso: “É
também o ser que pode tomar atitudes negativas com relação a si”.4
Mas tal afirmação
nos leva a uma indagação: que deve ser o homem em seu ser para que lhe seja possível
negar-se? A clarificação de tal questão deve ser respondida a partir de uma conduta
essencial à realidade humana; uma atitude em que a consciência volta a sua negação
para si em vez dirigi-la para fora. Esta é a má-fé.
Sartre afirma que a má-fé pode ser comparada à mentira, desde que façamos uma
distinção entre simplesmente mentir e mentir a si mesmo. Na mentira, o mentiroso está
completamente a par da verdade que esconde. “Não se mente sobre o que se ignora;
não se mente quando se difunde um erro do qual se é vítima; não se mente quando se
está equivocado”.5
O mentiroso pretende simplesmente enganar e não tenta, com isso,
dissimular essa intenção ou mascarar a translucidez da consciência. Nesse sentido, não
está sendo posta em jogo a intra-estrutura da consciência que é pura transcendência;
todas as negações que constituem a mentira recaem sobre os objetos. Ela é o fenômeno
natural do mit-sein, parte do reconhecimento da minha existência, da do outro, minha
existência para o outro e a existência do outro para mim. É através dela que a
consciência afirma existir como oculta para o outro, toma proveito de dualidade
ontológica do eu e do eu do outro. Em outras palavras, para haver mentira é necessária a
presença daquele que engana e a do enganado. Fica instaurada a dualidade enganador-
enganado.
4
SARTRE, J-P. O Ser e o Nada. 13ª ed. Petrópolis: Vozes, 2005. p. 92.
5
Idem. p. 93
3. A LEITURA EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL SARTRE
- 3 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
.
Mas sendo a má-fé um mentir a si mesmo, fica negada a dualidade ontológica a que
tínhamos nos referido. Na má-fé eu escondo a verdade de mim, não há dualidade
enganador-enganado, nela está implícita a unidade de uma consciência. Não se trata de
um estado, não nos infectamos com ela; não vem de fora da realidade humana, a própria
consciência se afeta da má-fé. Há um projeto de má-fé e uma intenção primordial, isto é,
aquele a quem se mente e aquele que mente é uma só e mesma pessoa. Nas palavras
de Sartre “Enquanto enganador, devo saber a verdade que é-me disfarçada enquanto
enganado”.6
Ou melhor, essa verdade para que seja ocultada por mim com o maior
cuidado, deve ser muito bem conhecida por mim.
Para que haja uma melhor compreensão do fenômeno da má-fé, vamos a um exemplo
bastante elucidativo.
Vejamos esse garçom. Tem gestos vivos e marcados, um tanto precisos
demais, um pouco rápido demais, e se inclina com presteza algo
excessiva. Sua voz e seus olhos exprimem interesse talvez demasiado
solícito pelo pedido do freguês. Afinal volta-se, tentando imitar o rigor
inflexível de sabe-se lá que autômato.
7
Toda a sua conduta parece uma brincadeira, ele assume a presteza e a rapidez
inexorável das coisas. Ele brinca de ser garçom; brinca com a sua condição para realizá-
la, tentando se aprisionar naquilo que é. Mas o problema é que o garçom não pode ser
garçom de imediato e por dentro como esse tinteiro é tinteiro, ou esse livro é livro. A sua
condição de sujeito remete a transcendência, a possibilidades abstratas; ao sujeito que
deve ser, mas não é. Só posso ser esse ser-garçom por representação. “Por mais que
cumpra as funções de garçom só posso ser garçom de forma neutralizada, como um ator
interpreta Hamlet...”8
Mas o que tento realizar é o ser em-si do garçom, como se não
fosse de minha escolha me levantar às cinco horas da manhã ou ficar deitado, correndo o
risco de ser demitido do emprego. Eu sou garçom não a maneira do em-si e sim sendo o
que não sou, sendo aquele que transcende de ponta a ponta e ser em-si que pretendo
ser. Sou uma “divina ausência” que por toda parte escapa ao ser.
6
Idem. p. 95.
7
Idem. p. 105.
8
Idem. p. 107.
4. LIRA, Pierre Mignac de
- 4 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
Isso se dá pelo modo de ser da consciência que é o para-si; pura transcendência, o
oposto do em-si. Sendo este o ser (pura positividade) fechado em si mesmo, o para-si se
manifesta como o outro que não o em-si, como o nada que possui uma “ânsia” pelo ser,
como uma “manifestação” que é pura relação com este ser-em-si. Por isso a consciência
se faz, seu ser é intencional, voltado para fora, é consciência de ser. A má-fé se
manifesta quando esta condição humana se desdobra para assumir uma segunda
natureza, quando o garçom quer se tornar coisa-garçom. Nas palavras de J. F. Povoas:
“Na má-fé, o homem recusa sua liberdade, deixa de ser razão para ser paixão. Ele é
agora, apenas uma mentira.”9
Mas surge aí uma pergunta: aquele que se afeta de má-fé, deve ter a consciência de sua
má-fé? Não. A “auto-mentira”, simples e deliberada, retrocede e desmorona ante a
consciência de estar mentindo a si mesmo. Não é um auto-engano como definiu Danto10
deixando de lado a dinâmica ontológica da consciência. A má-fé é um fenômeno
evanescente, possui uma forma autônoma e duradoura; pode ser o aspecto normal da
vida de um grande número de pessoas. “Pode-se viver na má-fé”.11
Dificilmente
poderemos rechaçá-la ou compreendê-la como um todo. Mas há tentativas de escapar a
essa dificuldade, uma delas é o recurso ao inconsciente que faz a Psicanálise.
Má-fé e Psicanálise
Segundo Sartre, ao usar a hipótese de uma censura concebida como linha de
demarcação, a psicanálise instaura no seio da consciência a dualidade enganador-
enganado. O instinto representa a realidade, ele simplesmente é, como este livro ou esta
cadeira, isto é, ao modo do ser em-si, ao modo do objeto. Suas manifestações nos
chegam através de simbolizações conscientes que devem ser consideradas como fatos
psíquicos reais – sonhos, fobias, etc. – assim como as palavras e as atitudes do
mentiroso que chegam até nós. Diante desses fenômenos o sujeito deve interpretá-los
como quem interpreta as condutas do enganador. A “verdade” surgiria quando o
enganado conseguisse vincular essas atitudes à situação em que se acha o enganador.
Ao psicanalista cabe a tarefa de extrair desses atos simbólicos uma verdade e relacioná-
las à situação histórica do paciente.
9
PÓVOAS, J. F. Má fé(negação interna) Disponível em :
http://www.cefetesp.br/edu/eso/filosofia/mefepsicanalisecsc.html
10
DANTO, A. C. As Idéias de Sartre. São Paulo: Cultrix, 1993. p. 31.
11
SARTRE. Op. Cit. , p.107.
5. A LEITURA EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL SARTRE
- 5 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
.
Para o filósofo de O Ser e o Nada, a massa psíquica foi cindida em duas quando o pai da
psicanálise fez a distinção entre “Id” e “Eu”. “Sou, mas não sou o „Id‟. Não tenho acesso
privilegiado com relação ao meu psiquismo não consciente.”12
Na medida em que
constato os meus fenômenos psíquicos, sou meus próprios fenômenos. Eu sou este
impulso de roubar este livro, ilumino-o e me determino, em sua função, a cometer esse
roubo. Mas na medida em que o recebo passivamente e conjeturo hipóteses sobre sua
origem, eu não sou esses fatos, isto é, no instante que o interpreto como um impulso
imediato determinado pela “falta do livro”; quando o afirmo como um processo de
autopunição, vinculado a um complexo de Édipo, estou dizendo que existe uma “verdade”
do impulso ao roubo alcançável por hipóteses mais ou menos prováveis. Os critérios
usados para saber se essa “verdade” foi alcançada serão dois: o número de fatos
psíquicos conscientes que posso explicar e o êxito da cura psicanalítica. Para isso é
necessário um mediador entre os rebentos inconscientes e a vida consciente: o
psicanalista. Nesse caso, é o outro que executa a síntese entre a tese inconsciente e a
antítese consciente.
Portanto, a psicanálise substitui a noção de má-fé pela idéia de uma mentira sem
mentiroso. Coloco-me em relação a mim mesmo na situação do outro; ela troca a
dualidade do enganador-enganado pela dualidade do “Id” e do “Eu” e introduz, em minha
subjetividade, a estrutura intersubjetiva do mit-sein.
Resistência e censura
Todavia, o “Id” não pode ser apenas representado como coisa em relação à hipótese do
psicanalista, porque a coisa é indiferente às conjecturas que se faz sobre ela, mas o “Id”,
ao contrário, é tocado por essas conjecturas. A maior prova disso são as resistências que
surgem no decorrer do tratamento psicanalítico, quando a análise começa a se aproximar
da suposta “verdade”. Contudo, surge uma pergunta: que parte do paciente pode resistir
assim? O “Eu” não poderia suspeitar que o psicanalista se aproxima do seu alvo, pois ele
quer desvendar tanto quanto o médico o sentido de suas próprias reações. No máximo
ele pode medir e apreciar o grau de probabilidade das conjeturas emitidas. Para o
psicanalista as resistências “são surdas e profundas, vêm de longe, têm raízes na própria
coisa que se quer elucidar”. 13
12
Idem. p. 96.
13
Idem. p. 98.
6. LIRA, Pierre Mignac de
- 6 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
Essas resistências, tampouco emanam do complexo que se quer desvendar; enquanto
tal, ele é mais um colaborador, pois recorre a astúcias frente à censura e tende a
expressar-se na „consciência clara‟. Se a censura capta as perguntas e as revelações do
analista como mais ou menos próximas daquilo que ela almeja reprimir, então ela “sabe”
o que reprime. Ela age com discernimento e sabe o que deve reprimir ou não. Em outras
palavras, para Sartre a censura “escolhe” aquilo que deve ser ou não ser reprimido; a
prova disso é que ela libera impulsos sexuais lícitos e permite que necessidades básicas
do indivíduo expressem-se na consciência – como fome, sede, sono, etc. E mais: como
explicar que a censura relaxa sua vigilância e pode ser enganada pelos disfarces do
instinto? “Mas não basta que distinga as tendências malignas; é necessário, além disso,
que as apreenda como algo que deve ser reprimido, o que subtende, ao menos um
representação da atividade.”14
Para Sartre, é impossível que a censura possa discernir
impulsos reprimíveis sem ter consciência de discerni-los, pois segundo ele, todo saber é
consciência de saber. Essas operações pressupõem que a consciência seja consciente
(de)15
si mesma. Isso significa que a censura é de má-fé. Ao estabelecer entre o
inconsciente e a consciência uma consciência autônoma, a psicanálise age de má-fé.
Segundo o nosso filósofo, ao determinar uma trindade no psiquismo (Ego, Id, Superego)
a teoria freudiana construiu apenas uma nova termologia sem o menor sentido.
Para Sartre, a teoria psicanalítica não consegue sequer dar conta da unidade do
fenômeno como um todo e estabelecer conexões compreensíveis entre diferentes
momentos do psiquismo. “Como a tendência reprimida pode disfarça-se, já que não
contém: 1º a consciência de ser reprimida; 2 º a consciência de ter sido rechaçada por
ser o que é; 3° um projeto de disfarce?”16
Para que houvesse a possibilidade de se
camuflar e se deixa representar na „consciência clara‟ sob a forma de representações
simbólicas, aquilo que esta sendo censurado deve ter a consciência desta censura.
Ao rejeitar a unidade consciente do psiquismo, Freud viu-se obrigado a subentender por
toda parte uma „unidade mágica‟ dos fenômenos internos do psiquismo, sobrepujando
obstáculos à distância tal como aquela crença primitiva de que a pessoa enfeitiçada
estaria unida à figura de cera talhada a sua imagem. Dizendo melhor, nem esse “vodu
psicanalítico” suprimiria a coexistência de estruturas contraditórias e ao mesmo tempo
14
Idem. Ibidem
15
Como o próprio Sartre nota, o uso do parêntese se faz necessário para diferenciar esse “(de)” de um
problema concernente a teoria do conhecimento.
16
Idem. p. 99.
7. A LEITURA EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL SARTRE
- 7 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
.
complementares. Para Sartre „hipostasiou-se‟ e „coisificou-se‟ a má-fé sem evitá-la. É
evidente que a partir dessas afirmações, o nosso filósofo está convencido de que a
natureza da neurose é consciente.
Um esboço crítico
Pois bem, que relevância todas essas críticas têm para a obra freudiana? É necessário
reconhecer que só um espírito atento poderia encontrar problemas internos na estrutura
da teoria psicanalítica do sujeito, como o faz Sartre. Mas o mestre francês cai em um erro
metodológico. É sabido que a obra freudiana não possui uma unidade com a qual
possamos lidar de forma aleatória. Assim como as Meditações de Descartes e a
Fenomenologia do Espírito de Hegel os textos de Freud devem ser lidos como um
continuo processo de “transformação” e “evolução” interna. Descartes sempre advertiu
que era mal entendido pelos seus adversários quando estes não respeitavam aquilo que
ele chamou de „ordem das razões‟. A leitura da Fenomenologia deve ser feita à luz do
princípio ativo de Hegel e tendo em mente o movimento interno que é inerente à obra. O
mesmo se dá com Freud. Durante toda a sua vida, o pai da psicanálise reformulou várias
vezes a sua teoria; desde o primeiro escrito até o último encontramos uma ciência em
constante processo de “auto-correção”. Não apontando diretamente para um, ou mais
textos de Freud, Sartre nos deixa num beco sem saída, pois não sabemos qual o
momento da obra de Freud que ele está a criticar.
Contudo, podem ainda nos objetar que pelo arcabouço conceitual usado por Sartre – Id,
Ego, Superego – ele refere-se mais propriamente a segunda tópica freudiana. É verdade,
não há como negar. Mas mesmo após reconstruir a estrutura psíquica com uma segunda
tópica que fundamentalmente não mudou até o seu último escrito, Freud reformula, nessa
mesma tópica, pelo menos umas três teorias da pulsão diferentes. Visto desta forma, não
podemos empreender uma análise crítica mais aguda – pelo menos nesse momento – da
leitura sartriana da psicanálise, pois o nosso filósofo não aponta para o Freud que ele
está criticando.
A crítica sartriana no seu projeto existencial
Feita essa exposição reflexiva das criticas dirigidas a Freud, devemos agora pensá-las à
luz do projeto fundamental da filosofia exposta na volumosa obra O Ser e o Nada. Que
8. LIRA, Pierre Mignac de
- 8 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
importância elas têm para o pensamento sartriano, e para o entendimento do
comportamento humano?
Como nota muito bem Bornheim,17
a ontologia de Sartre não pretende e nem consegue
disfarçar uma inelutável compulsão a transformação do homem. Há em toda obra O Ser e
o Nada, uma presença indiscutível do problema moral, que também está arraigada no
conceito da má-fé. Este possui um conteúdo moral implícito de difícil dissolução. O que o
mestre francês quer é uma moral da responsabilidade que ponha o homem no centro das
suas atitudes, que lhe diga que ele, e somente ele, é o responsável pelo seu ser e pelas
suas escolhas. Ora, a psicanálise retiraria do homem toda e qualquer possibilidade de
uma ação livre e autônoma. Segundo Rubens Queiroz Cobra: “Aqueles que usam o
inconsciente como desculpa do comportamento acreditam que os nossos instintos,
nossas inclinações e nossos complexos constituem uma realidade que simplesmente é;
que não é nem verdadeira nem falsa em si mesma, mas simplesmente real”.18
E o que é
pior, o postulado do psiquismo freudiano não resolve nem muito menos promove as
bases de uma possível dissolução do problema da má-fé. Muito pelo contrário, nas
palavras de Burdzinski:
Dessa forma, a psicanálise consegue apenas complexificar e ampliar o
problema [...] desde o início promovido pela má-fé. Com isto, a solução
psicanalítica revela-se antes como uma pseudo-solução; sua proposta
teórica conduz a uma instância – a censura – na qual o problema da
má-fé se repõe e a explicação a cerca de sua natureza deve ser
reiniciada.
19
Para Sartre, a hipótese do inconsciente comete um profundo equívoco ontológico: ela
introduz na dimensão do para-si uma opacidade que cabe unicamente ao em-si. Sartre
entende que a teoria psicanalítica é insuficiente para dar conta da má-fé e,
conseqüentemente, por o homem no centro de suas ações.
17
BORNHEIM, G. Sartre. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva. 2005. p. 122.
18
COBRA, R. Q. Sartre nega o inconsciente freudiano. Disponível em : http:// www.cobra.pages.com.br/fc-
sartre.html
19
BURDZINSKI, Júlio César. Má fé e autenticidade. Rio Grande do Sul: Unijuí, 1999. p. 40.
9. A LEITURA EXISTENCIAL DA PSICANÁLISE EM O SER E O NADA DE JEAN-PAUL SARTRE
- 9 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
.
CONCLUSÃO
Interpretar os rebentos do inconsciente como quem interpreta as palavras de um
mentiroso é instaurar, no seio da consciência uma dualidade que é própria do fenômeno
da mentira: a dualidade do enganador e do enganado. A censura, sendo a barreira e ao
mesmo tempo o elo entre os fenômenos conscientes (sonhos, neuroses, etc.), deve ter
consciência daquilo que esta reprimindo, pois do contrário, se reprimisse todos os
instintos do inconsciente de forma aleatória, os instintos “lícitos” não chegariam ao que
ele chama de „consciência limpa‟. Não sentiríamos, por exemplo, fome, sede, etc.. Aquilo
que se censura, só o pode ser, se estamos a par dos problemas que esses instintos
podem nos causar. E mais: aquilo que é censurado, para poder burlar a censura e se
apresentar como fenômeno consciente, deve saber que vai ser censurado. Portanto,
todos esses fenômenos possuem um aspecto consciente e podem ser resolvidos no nível
da consciência. Como dissemos, mesmo não fazendo referência direta a que momento
da psicanálise Sartre critica, ele entende que esta não consegue, naquilo que lhe é
fundamental (a cisão do psiquismo em inconsciente e consciente), dar conta do
fenômeno da má-fé. E o que é pior: essas questões, esboçando uma falha interna na
teoria psicanalítica, complexificam ainda mais o problema da má-fé; portanto, a teoria
psicanalítica desabaria no nada por se mostrar insuficiente na explicação do fenômeno
da negação interna. Encontrando problemas na estruturação teórica da metapsicologia
freudiana, o nosso filósofo acredita ter descoberto na psicanálise uma conduta de má-fé.
Há na filosofia sartriana um projeto implícito baseado numa ontologia da liberdade; um
projeto de transformação do homem. Esta transformação, que é moral, não é apenas um
rebento da sua filosofia, mas sim uma necessidade na qual toda ela converge. O
inconsciente freudiano retira do homem aquilo que lhe é fundamental: a sua liberdade de
escolha. Portanto, se quisermos uma moral da “libertação” e da “salvação” é necessário
dar ao homem a responsabilidade por seus atos e não estabelecer como desculpa para
os seus comportamentos de má-fé “uma dimensão subterrânea que subsiste sob a esfera
consciente”.20
Referências Bibliográficas:
SARTRE, J-P. O Ser e o Nada. 13ª ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
BORNHEIM, G. Sartre. 3ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
20
Idem. p. 38.
10. LIRA, Pierre Mignac de
- 10 -
“Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e Artes da
Universidade Federal de São João Del-Rei – Ano IV - Número IV – janeiro a dezembro de 2008.
BURDZINSKI, Júlio César. Má fé e autenticidade. Rio Grande do Sul: Unijuí, 1999.
COBRA, Rubens Queiroz. Má-fé; Psicanálise existencial. Disponível em:
<http://www.cobra.pages.nom.br/fcp-sartre.html#Psicanálise> Acesso em: 06/04/2006
DANTO, A. C. As Idéias de Sartre. São Paulo: Cultrix, 1993.
MATTEO, V. Di. Sartre a psicanálise existencial. In: ____ (Org.). Ressonâncias freudianas na
filosofia do séc. XX. Recife: Mestrado em Filosofia da UFPE, 2003.
PONTALIS, J.-B. Freud posto em imagens. In:____ Perder de vista. Rio de Janeiro: Zahar, 1991.
PÓVOAS, J. F. Má fé(negação interna) Disponível em :
<http://www.cefetesp.br/edu/eso/filosofia/mefepsicanalisecsc.html > Acesso em: 06/04/2006