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A IMPORTÂNCIA DO RESGATE HISTÓRICO DA PARÓQUIA DE NOSSA
SENHORA DOS REMÉDIOS DA CIDADE MANAUS COM A IDEIA DE TORNA-LA
NATURALMENTE DESTINADA AO TURISMO
José Ricardo Gonçalves Abreu
Tutor Externo: Daniel Rodrigues de Lima
Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi Licenciatura em História
(HID0421) – Seminário de Prática IV – 7/07/2017
RESUMO
A presente pesquisa, tem por finalidade de discutir sobre o patrimônio histórico e
arquitetônico do Estado do Amazonas, tendo a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios
como alternativa ao turismo em Manaus. O presente estudo, aborda, ainda, o processo
histórico da capital do Amazonas, Manaus, exatamente de sua ascensão econômica, política
e social. Diante das informações expostas, sobre Manaus no século XIX e XX, foi
desenvolvida uma pesquisa minuciosa sobre a Paróquia, nesse mesmo período, especificando
a sua construção, as suas obras de reconstruções e os respectivos acréscimos até alcançar a
dimensão atual. Durante a pesquisa, ficou claro da importância de fazer o resgate histórico
de Manaus, para dar ênfase ao tombamento da Paróquia de Nossa Senhora dos remédios
como patrimônio Cultural. Por fim, constatou-se que a outra alternativa de turismo que pode
ser explorada, além dos rios e florestas da Amazônia, e a Paróquia de Nossa Senhora dos
Remédios, pois estar inserido no ramo da cultura, especificamente, da religião. Sendo
também uma possível estratégia de auto sustentabilidade para manter o seu patrimônio
sempre preservado.
Palavras-Chave: Patrimônio Cultural. Turismo. Sustentabilidade
2
1. INTRODUÇÃO
O Amazonas e um Estado de grande potencial turístico, possui tantas belezas naturais
que traz pessoas do mundo inteiro para contempla-la, e se dar a conhecer somente pelo
turismo em torno do rio e floresta, mas é impressionante que pudesse também encontrar o
legado arquitetônico e artístico do Brasil colônia, dessa forma, torna-se claro o uso racional
desses patrimônios como uma alternativa turística nas áreas urbanas, já que são um grande
atrativo cultural.
Tratando-se de patrimônio já tombados, tomando de análise capital do estado do
Amazonas, Manaus, contempla um patrimônio que desperta o interesse e induz a procurar por
mais informações, que representam a materialização da cultura da cidade de Manaus, além de
trazer em suas características e no estilo a história das pessoas que o construíram, a exemplo a
Igreja da nossa senhora dos remédios.
Dessa forma, evidencia-se a importância da escolha do tema que é: “A importância
do resgate histórico da Igreja Nossa Senhora dos Remédios da Cidade Manaus com a ideia de
torna-la naturalmente destinada ao turismo”.
O objetivo que pesquisa pretende alcançar, será em demonstrar o potencial turístico
que a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, pode ter para a cidade de Manaus, propondo a
analisar os principais fatos históricos da cidade de Manaus antes e depois da construção da
Igreja, visto que a formação econômica, política e social na época contribuiu para viabilizar a
construção da Igreja e as respectivas reformas ao longo do tempo e incorporações em seu
patrimônio físico, e além de abordar no trabalho a relevância da Igreja em manter uma
parceria com as atividades turísticas em Manaus.
Portanto, a escolha desse tema, ocorre devido a necessidade de projetar na
comunidade, além de uma campanha educativa para conscientização da população em
respeitar o patrimônio histórico, não apenas por ser um símbolo da fé cristã, mas pelo fato de
tornar-se possível o uso adequado desse patrimônio com à atividade turística, facilitando o
custeio de manutenção desse bem preservado pelo poder público por ser um prédio antigo e
de relevância cultural e histórica para Manaus.
O presente estudo demonstra sua delimitação a partir do referencial teórico que estar
em conformidade com os objetivos específicos que deram o embasamento a todas as etapas da
produção do Paper; tendo-se como fonte de caráter bibliográfico, obtidas a partir de livros,
artigos científicos e revistas, sites especializados; entre outras fontes, como documentos
conservados no interior da Paróquia da Nossa Senhora dos Remédios; em relação ao método,
3
utilizou-se do método dedutivo para ligar uma ou mais informações para chegar a uma certa
conclusão lógica.
Para melhor compreensão, o assunto foi estruturado da seguinte maneira:
primeiramente uma abordagem sobre a Manaus de antigamente, segundo os aspectos
econômicos, políticos e sociais, um olhar pelo passado e presente da Paróquia dos Remédios,
Paróquia dos remédios um patrimônio histórico cultural como alternativa turística. Descrever
sobre a análise dos resultados alcançados e, por fim, as considerações finais.
Em seguida, será feita uma analisar os principais fatos históricos da cidade de
Manaus nos aspectos econômicos, políticos e social.
2. MANAUS DE ANTIGAMENTE SEGUNDO OS ASPECTOS ECONÔMICO,
POLITICO E SOCIAL
Por volta do século XVI, os espanhóis foram os primeiros europeus a tomar
conhecimento do rio Amazonas. Afirma Guillen (2001, p.28) “A primeira expedição que
percorreu todo o rio, do Equador ao oceano Atlântico, foi a de Francisco Orellana, em 1541-
1542.” Adentrando no século XVII, os sertanistas “[...] portugueses passaram a explorar a
região amazônica, em busca de escravos indígenas,” e dessa forma, foram conquistando as
terras na medida que era explorada, assim definindo os limites territoriais do estado do Brasil.
(MESQUITA, 1997, p. 7).
Segundo Ferreira Reis, para consolidar o domínio português no território que passava
por constantes invasões, foi criado o Governo Unido do Pará e Maranhão, sendo nomeado
como administrador o Sr. Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que em suas
correspondências para metrópole portuguesa, salientava, que o Governo Unido do Pará e
Maranhão, nasceu para as necessidades de fazer “[...] a felicidade políticoeconômica da
população ali estabelecida e facilitar a obra de civilização do índio, havia a de garantir a
soberania de Portugal, completamente descurada naquele pedaço do Brasil, cobiçado por
holandeses e espanhois...”(REIS, 1998, p. 119)
No entanto, para garantir a soberania portuguesa sobre o norte amazônico, em 1669
foi fundando o Fortaleza Barra de São José do Rio Negro, aonde surgiu o primeiro
povoamento que “[...] recebeu do Lugar da Barra, nome por que começou a ser conhecido o
nascente povoado. Estavam lançados os fundamentos da futura cidade de Manaus” (REIS,
1998, p. 70). Por meio da Carta Régia de 3 de março de 1755, torna-se a sede da Capitania de
4
São José do Rio Negro a aldeia de Mariuá de São José de Javari, passando a chamar-se de
Vila de Barcelos, pois “[...] a capital, pela Carta Régia, devia ter o título de vila. Mendonça
Furtado elevou Mariuá a essa categoria, a 6 de maio de 1758, dando-lhe o nome de
Barcelos, em cumprimento ao programa que se traçara, de renomear todas as povoações da
Amazônia,” tendo como primeiro governante o coronel de infantaria Joaquim de Melo e
Póvoas (REIS, 1998, p. 120)
Em competência para fazer o histórico da ascensão de Manaus de arraial a vila,
Tenreiro Aranha, relata que em 1791, o 3º governador da Capitania S. José do Rio Negro, o
coronel Manoel da Gama Lobo d’Almeida, muda a administração da Capitania da Villa de
Barcellos, por estar distante do Pará e das demais vilas e povoados, para o “[...] logar da
Barra, por offerecer mais vantagens ao comércio e à administração dos negócios políticos e
civis da Capitania.” (1990, p. 9)
De acordo com Tenreiro Aranha, o governador Gama, foi responsável por promover
o progresso da Barra do Rio Negro, criando os seguintes estabelecimentos industriais:
1 padaria de pão de arroz moído em atafona movidas por bestas; 1 fabrica de parro
de algodão (em rolos) tendo 18 teares e 10 rodas de fiar com 24 fusos cada uma; 1
cordoaria de cordas e amarras de piassaba e calabres; 1 fabrica de fecula de anil; 1
nora para distribuir agua para fabrica de anil e para uma horta; 1 horta; 1 olaria com
excelentes amassieiras, estendedouros, fornos, calcinatórios e de torrefacção de telha
e ladrilho; 1 fabrica de vela de cera; 1 açougue; 1 ribeira para construção de canoas;
1 fabrica de redes de fio d’algodão; 1 fabrica de redes de fibras de tucum, curauhá e
murity; e muitos engenhos de moer canna e fabricar cachaça e mel.” (TENREIRO
ARANHA, 1990, p. 11-12)
A possibilidade de se implantar uma agricultura diversificada e produtiva na
Capitania S. José do Rio Negro, foi visto com obstáculos para realiza-la, devido a população
apenas praticar a atividade agrícola de subsistência e o extrativismo. Segundo Terreiro Aranha
(1990, p. 14), “[...] o logar da Barra tinha pouco de 4000 habitantes livres e 379 escravos
[...].”
Conforme, Tenreiro Aranha (1990, p. 13), “Foi em 1833 que o logar da Barra
passou a ser elevado a villa com a denominação de Manaus [...].” Porém, foi somente a
partir de 4 de setembro de 1856, a cidade receberia a sua denominação definitiva de Manaus.
Em 1850, foi criada a Província do Amazonas, por Lei no. 582, de 5 de setembro,
sendo nomeado seu primeiro governador em 1852, João Baptista de Figueiredo Tenreiro
Aranha, instalando a sede de governo em Manaus, aonde, segundo Tenreiro aranha, “[...] o
número populacional estava reduzido a menos da metade o que era no ano de 1832 é
apresentava um número maior de seus edifícios em ruina.” (1990, p. 14)
5
No início de seu governo, o governador Tenreiro Aranha, utilizou-se de vários
artifícios para enfrentar as dificuldades financeiras pela qual passava a província, uma delas
foi o redirecionamento de parte das verbas do Pará e do Maranhão por algum tempo para
suprir o orçamento de seu governo. Então, as primeiras ações de seu governo na província,
foram:
[...] montou as repartições necessárias ao serviço público, como a secretaria geral e a
chefatura de polícia. Criou o serviço de vacinação. Organizou a instrução primaria,
dando-lhe regulamento, magnífico para a época, e projetou a criação de um
estabelecimento de ensino primário normal, onde se habilitassem os professores
destinados as escolas criadas e por criar. (REIS, 1998, p. 193)
Pelo presidente Dr. Francisco José Furtado, em 9 de novembro de 1858 por força da
Lei n. 93, cria o estabelecimento de ensino, o Colégio Nossa Senhora dos Remédios de
Manaus, com o ensino de primeiras letras e prendas domésticas, sendo conhecida
popularmente como “[...] Casa das Educandas; teve como sua primeira diretora dona
Tertulina Eulália da Silva Sarmento.” (DUARTE, 2009, p. 156)
Ainda na gestão do Dr. Francisco José Furtado foi criado pela Lei n. 60, de 21 de
agosto de 1856, o Instituto dos Educados e Artífices e foi instalado, “[...]em 25 de março de
1858, em prédio construído no bairro que hoje leva o seu nome. Objetivava ensinar as
primeiras letras, música e as profissões de carpinteiro de ribeira, marceneiro e torneiro [...]”
(LOUREIRO, 2007, p. 123)
O grande impulso para o crescimento de Manaus foi ciclo da borracha que teve seu
auge entre 1879 e 1912, com surgimento do automóvel a indústria automobilística
potencializou o uso da borracha. Segundo Duarte (2009, p.110), o escoamento da“[...]
borracha, produto de interesse mundial que o mundo inteiro queria comprar, fez com que D.
Pedro II, em 7 de dezembro de 1866, assinasse o Decreto 3.749 que abria o rio Amazonas à
navegação internacional.”
Contudo, em 5 de setembro de 1899, o crescimento da atividade econômica da
extração do látex, a gomífera, exigiu que o governo criasse um porto mais estruturado para
que os produtos pudessem ser abastecidos e transportados. Duarte (2009, p.114) em Manaus,
“[...] o Governo Federal abriu edital de concorrência para que fossem executadas as obras
de construção de um porto moderno.”
Logo, em 1900, o governador Silvério Nery, instituiu uma lei estabelecendo que a
borracha produzida nos seringais no Amazonas e fora dela deveria ser inspecionada em
Manaus antes de ser exportada. Conforme, Duarte (2009, p.113) “Tal medida provocou a
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transferência de várias casas comerciais da capital paraense para cá, o que aumentou a
quantidade de navios em nossos ancoradouros.”
Quanto a Educação, no Ensino Regular, Manaus foi contemplada em 1909 com a
Escola Municipal de Comércio Sólon de Lucena. Segundo Duarte (2009, p. 175) no inicio
“[...] seu objetivo era oferecer o ensino técnico voltado para a área do comércio.”
E no Ensino Superior, Manaus em 1910 apresentava a Escola Universitária Livre, era
particular, sob a direção do Professor Astrolábio Passos, considerada a primeira no Brasil que
ofertasse variados tipos de cursos e que contava com 156 alunos, possuía cursos de Direito,
Ciências, Letras, Agrimensura, Farmácia, Odontologia. De acordo com Duarte (2009, p.191)
“No dia 1º de janeiro de 1912, realizou-se a colação de grau dos primeiros formandos dessa
instituição: dez odontólogos, oito farmacêuticos e três agrimensores.”
Durante a 2ª Guerra Mundial (1942-1945), o Porto de Manaus, demonstrou mais uma
vez a sua importância no cenário econômico, conforme, Duarte (2009, p.115), quando os
Estados Unidos passou a comprar o látex do Brasil, a atividade de extração gomífera
ressurgiu, portanto, por curto prazo, “[...] o segundo ciclo da borracha e o Porto de Manaus
novamente voltou a receber grande movimentação com a chegada dos navios que aqui
aportavam para abastecer e transportar a borracha produzida, principalmente, no Acre.”
Em seguida, será bordado como foi possível o processo de viabilização e construção
da Igreja e as respectivas reformas ao longo do tempo e incorporações em seu patrimônio
físico.
3. UM OLHAR PELO O PASSADO E PRESENTE DA PARÓQUIA DOS
REMÉDIOS
A origem da devoção a Santa Nossa senhora dos Remédios no Brasil, iniciou a partir
da introdução em Portugal, em meados do século XIII, por religiosos franceses da Ordem da
Santíssima Trindade. Que foi criado por São João da Mata e São Felix de Valois em 1198,
que tinha o “[...] objetivo de resgatar os cristãos escravizados na África e no Oriente Médio
[...].” Para isso, precisavam de dinheiro, então, recorreram, “[...] ao auxílio de Maria
Santíssima, o remédio para todas as necessidades que encontramos na vida. Foram
abundantemente atendidos e conseguiram libertar da escravidão milhares de irmãos na Fé.”
(IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2014)
No Brasil, os Irmãos pertencentes a Santíssima Trindade, trouxeram a mesma
devoção a Santa, e conquistaram muitos fieis, assim, motivando a construção de Capelas em
7
sua honra em várias províncias do Brasil colônia. Em Manaus, a construção da Igreja a Nossa
Senhora dos Remédios, foi fundada no ano 1818, pelo o governador da Capitania de São José
do Rio Negro, o Major Manoel Joaquim do Paço, sendo a primeira a ser erguida em alvenaria,
em um local que antes era um cemitério indígena. Segundo Duarte (2009, p.126), o
governador “[...] criou um imposto, em dinheiro, para todos os moradores da Capitania,
intuito de viabilizar a construção de um templo em homenagem à Virgem dos Remédios.”
Por ocasião de uma manifestação, a Igreja dos Remédios, em 1821, cujo as obras
ainda não estavam concluídas, foi arruinada por populares. Duarte (2009, p.126), a “[...] sua
estrutura foi parcialmente arrasada devido a uma rebelião referente ao movimento de
independência do Brasil em relação ao jugo português.”
A partir de 1851, a Igreja dos Remédios passou a ser a Matriz de Manaus, devido o
incêndio ocorrido na antiga igreja no ano anterior, de acordo com Duarte (2009, p.126) “Em
1850, após o sinistro que destruiu a primeira sede da Matriz de Nossa Senhora da
Conceição, a Igreja dos Remédios tornou-se matriz provisória até 1877.”
No decorrer dos anos que a Igreja dos Remédios foi a Matriz da Nossa Senhora da
Conceição, o Padre Daniel Pedro Marques de Oliveira, que era Deputado da Província do
Amazonas, em 18 de abril de 1873, apresentou “[...] a Assembleia Legislativa da Província
um Projeto que desmembrava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição para a Criação
da Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios.” (IGREJA NOSSSA DOS REMÉDIOS,
2017)
Contudo, após ser discutidas na Assembleia Legislativa, o Projeto foi aprovado e
transformando em Lei, e apenas validado em 15 de maio do 1873.
Porém, na Assembleia Legislativa em 1874, o Presidente da Província do Amazonas,
levou a conhecimento a todos os deputados, a recusa da criação da freguesia de Nossa
Senhora da Conceição pelo Bispo Diocesano do Pará e Amazonas.
Era Bispo Diocesano do Pará e Amazonas o famoso Dom Antônio de Macedo
Costa, que recusou a nova paróquia a necessária instituição canônica. A 25 de
Março de 1874, o Presidente da Província, Dr. Domingos Monteiro Peixoto (Barão
de São Domingos), em sua FALA dirigia à Assembleia Provincial do Amazonas
declarava aos Deputados, Promulgada a Lei Provincial nº 264 de 15 de maio último,
criando mais uma freguesia nesta capital, deixou de ser até agora executada por ter
S. Exma. Revma. O Sr. Bispo Diocesano se negado instituí-la canonicamente [...].
(IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017)
Passando alguns anos, no dia 06 de outubro de 1878, o Bispo Diocesano reconheceu
que havia a necessidade da criação de mais uma paroquia na província, então, a Igreja dos
Remédios, foi canonicamente elevada à Categoria de Paroquia, sendo o seu primeiro vigário o
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padre Raimundo Amâncio de Miranda. (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS,
2017)
Em março de 1889, o vigário da paróquia compartilhava ao presidente da província
do Amazonas Oliveira Machado que o prédio se encontrava com uma estrutura precária,
oferecia pouca segurança e solicitava a ajuda para executar os reparos, dessa forma, em 25 de
abril do mesmo ano, “[...] após o laudo técnico elaborado pelos engenheiros Lauro
Bittencourt e Augusto Olavo Rodrigues, o presidente Oliveira Machado ordenou que o
diretor das Obras Pública organizasse e remetesse ao Tesouro Provincial o orçamento das
despesas.” (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017)
Então, no início do século XX, a Igreja dos Remédios segundo Duarte (2009, p.127)
passava novamente por obras, dessa vez, com um projeto mais ousado, “[...] a autoria do
projeto, bem como sua execução, ficou a cargo do arquiteto italiano Filintho Santoro.” Tem-
se registro que Filintho Santoro lançou a primeira pedra fundamental da Igreja, em 1901.
Com o pároco Monsenhor Antero José de Lima, “[...] iniciou as obras de
reconstrução da igreja, sendo inaugurada a Capela no dia 15 de agosto de 1903 [...] com
uma [...] solenidade litúrgica da Assunção da Virgem Maria.” No entanto, sem recursos
financeiros, por muitos anos, as obras estiveram paralisadas, mais quando “[...] terceiro Bispo
do Amazonas, Dom João Ireneu Joffily, assumiu a responsabilidade da direção das obras
[...], as obras foram, [...] recomeçadas em 4 de novembro de 1920.” Mais em virtude da
transferência do Bispo Dom João para Belém, no ano 1924 a conclusão somente aconteceria
com “[...] Dom Basílio Manuel Olímpio Pereira, seu sucessor no sólido episcopal de
Manaus, sendo vigário Monsenhor Dr. Raimundo de Oliveira”. (IGREJA NOSSA
SENHORA DOS REMEDIOS, 2017)
As obras de construção da Paróquia dos remédios interruptas vezes tiveram de ser
paralisadas por falta de recursos, porém não foram suficientes para pôr fim a expectativa de
vê-la concluída. Portanto, a mais de 25 anos depois do lançamento da sua primeira pedra, o
Bispo Dom Basílio, vestido a caráter para solenidade, inaugurou e benzeu as obras do templo,
“[...] a 11 de setembro de 1927, antes de dar início ao Solene Pontifical, que marcava a
inauguração das obras de restauração e embelezamento e a celebração da festa de Nossa de
Senhora dos Remédios, que havia anos não se celebrava.” Anos depois, a igreja teve um
acréscimo em seu prédio, uma torre, que foi “[...] inaugurado no dia 14 de maio de 1933, por
Monsenhor Dr. Raimundo de Oliveira, que lançou a benção litúrgica.” Na década de 50, no
paroquiato de Monsenhor João Alves da Costa, em “[...] 30 de maio de 1952, Bispo Dom
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Alberto Gaudêncio Ramos benzeu o sino grande, [...].” (IGREJA NOSSA SENHORA DOS
REMÉDIOS, 2017)
Na década de 30, imigrantes Libaneses, após terem passados por resistências para
edificarem comércios nas imediações da Igreja da Matriz, se deslocaram para as proximidades
da Paróquia dos Remédios, aonde não tiveram nenhuma rejeição para estabelecerem os seus
pontos comercias ao redor da Paroquia. Sendo católicos, os libaneses passaram a ser uma
freguesia da Paróquia dos Remédios, porém eram devotos a Santa Nossa Senhora do Líbano,
sendo assim, permitidos a eles a erguerem um altar para a Santa. Hoje, em pleno século XXI,
a quase há 80 anos que os libaneses, uma vez no ano, realizam uma celebração em honra a
Santa, no primeiro domingo do mês de maio, sendo coordenada pela Alice Seffair.
Conforme foi crescendo sua freguesia, alguns devotos, conforme a fé que
professavam pelos santos, foram acrescentando altares a eles na Paróquia de Nossa Senhora
dos Remédios, sendo: Perpetuo Socorro, Sagrado Coração de Jesus, Santa Terezinha, São
Sebastião, N. S. Conceição, São José e N. S. das Graças.
A Paróquia, está aberta ao público, durante a semana, é normalmente frequentada por
trabalhadores dos comércios das proximidades e por fieis de vários locais da cidade. A
Paróquia oferece Novenas: Terço dos homens, as terças-feiras às 19h; Nossa Senhora de
Perpétuo Socorro, as quintas-feiras de 12:30 ás 17h; Ladainha ao Sagrado Coração de Jesus,
as sextas-feiras de 12h e 17h30 e; aos fins de semana, Missas: Sábados às 17h e Domingo 08h
e 19h. No dia 8 de setembro comemora-se o dia da Santa dos Remédios, com procissão e em
seguido uma missa em sua homenagem.
Segundo Duarte, em 1902, ergueu-se uma escola, denominada Públio Bittencourt,
por detrás da igreja de Nossa Remédios, em 1914 o mesmo prédio foi ocupado por outra
escola, a Antônio Bittencourt. Anos depois, em 1933, passou a ser sede da Faculdade de
Pharmacia e Odontologia de Manáos, “[...] e hoje, está incorporado ao patrimônio físico da
Paróquia.” (2009, p.127)
No dia 12 de abril de 1988, de acordo com Duarte (2009, p.127) a Paróquia dos
Remédios “[...] foi tombada como Monumento Histórico do Estado do Amazonas pelo
Governo Estadual segundo o Decreto no. 11.037 de 12/04/1988, publicado no Diário Oficial
de 14/04/1988, na administração de Amazonino Mendes.”
Nas últimas décadas, é preocupante o que a Paroquia de N. S. Remédios tem
passado, além de estar sofrendo desgaste em suas estruturas pelas ações do tempo, tem sido
alvo de vandalismo. Esquecida pelo Estado, o Pároco Padre Mauro Cleto que assumiu a
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Paroquia em fevereiro de 2017, tem buscado parcerias, para restauração do prédio, antes de
2018, o ano que a Paróquia estará fazendo 200 anos.
Desde 1992, a Paroquia mantém o Serviço Pastoral dos Migrantes - SPM, dedicando-
se a ajudar às pessoas a adquirir documentação, sendo de nacionalidade estrangeiras ou
brasileiros, dando o apoio com moradia, trabalho e o ensino do idioma Português. Como o
caso dos haitianos que estão em Manaus desde 2010, após terremoto ter devastado o Haiti; e
os Venezuelanos, que no primeiro semestre de 2017, imigraram para o Brasil por causa da
crise instalada pelo Presidente Nicolás Maduro na Venezuela.
A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, desde a sua criação em 1818 até os
primeiros anos do século XX, no que tange ao seu aspecto arquitetônico tinha uma expressão
mal definida de seu estilo, no entanto, não há nenhum registro dos projetos da sua construção
no início, porém, o que apenas resta e análise das fotografias antigas da igreja:
[...] nos quais percebe-se a aparência singela da edificação, composta por um
pavimento. A fachada principal apresentava quatro janelas e uma porta centralizada,
todas de verga reta. Encimando a porta e as duas janelas adjacentes a esta,
percebiam-se três óculos, sendo que o central apresentava maior diâmetro e situava-
se em nível superior aos demais, no tímpano do frontão triangular. Sobre este
frontão, assentava uma cruz. A edificação não apresentava platibanda. Ao fundo da
igreja, percebia-se um campanário. (CASTRO, 2017)
Segundo a Arquiteta e Urbanista, Marcia Castro, pode-se identificar na aparência
física atual da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios: o
estilo neoclássico, com influência do renascentismo italiano; a cobertura tem caimento em
duas águas; dois pavimento, com embasamento em reboco liso; na fachada principal, no
térreo com uma porta centralizada, quatro nichos em arcos e cinco vitrais na parte superior e;
nas laterais, no térreo com cinco janelas e cinco vitrais na parte superior, todas com uma
envergadura retas em arcos, adicionando iluminação e beleza ao mesmo tempo, o coroamento
do prédio se faz por “[...] uma cimalha simples, cujo friso apresenta, em alto relevo, a
inscrição “Nossa Senhora dos Remédios”, e por um frontão triangular, encimado por uma
cruz, e contendo um símbolo cristão em seu tímpano.” Na parte interna da Igreja, e retangular,
em ambos dos lados três pilastras de fuste liso com extremidade superior de capitéis coríntios.
Percebe-se, na parte posterior, a um campanário, onde estão os sinos, porém, o que estar além
dele, não faz parte do projeto original. (CASTRO, 2017)
A seguir, será demonstrado o potencial turístico que a Paróquia de Nossa Senhora
dos Remédios possui para o desenvolvimento de um turismo religioso.
11
4. PARÓQUIA DOS REMÉDIOS UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL
COMO ALTERNATIVA TURÍSTICA.
Desde a antiguidade as peregrinações motivadas com o caráter religioso são
praticadas por religiões como a hinduísta, a cristã, a islâmica e as pagãs. Mas hoje, são as
movimentações cristãs que estão entre as mais praticadas no mundo. No entanto, na
antiguidade os deslocamentos religiosos eram praticamente ligados à fé, não possuía um
caráter cultural, como hoje. “O turismo religioso insere-se no ramo da cultura, pois, ir a
locais, santuários e igrejas representativas para qualquer religião, além dos aspectos
dogmáticos, são também uma forma de conhecimento cultural.” (ARAGÃO, 2014, p148).
Segundo a Convenção de Paris sobre a defesa do patrimônio mundial, cultural e
natural da UNESCO, de 1972, são apreciados como patrimônio cultural, de acordo com o
artigo 1º:
Os monumentos - obras arquitetônicas de escultura ou de pintura monumentais,
elementos de estruturas de caráter arqueológico, inscrições, grutas e grupos de
elementos com valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou
da ciência. Os conjuntos - grupos de construções isoladas ou reunidos que, em
virtude da sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem tem valor universal
excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência. Os locais de
interesse - obras do homem, ou obras conjugadas do homem e da natureza, e as
zonas, incluindo os locais de interesse arqueológico, como um valor universal
excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico
(UNESCO, 1972)
No Brasil, conforme as pesquisas levantas pelo Ministério do Turismo, dentre as
diversas motivações que fazem as pessoas viajarem, entre elas estar a espiritualidade. Por
isso, no ano de 2014 foram registradas aproximadamente 17,7 milhões de brasileiros que
viajaram no país motivados pela fé e a religião, e esse tipo especifico de turismo apresenta
25% do turismo já praticado no país e é uma tendência que cresce a cada dia. Esse tipo
específico de viajante segundo o site EcoViagem (2015), “[...] pode se encantar por algumas
atrações, como conhecer de perto a cidade onde o seu Santo nasceu, visitar igrejas, basílicas
e presenciar algum grande acontecimento religioso, como a visita do Papa a algum país.”
Porém, no Amazonas, as atividades turísticas, são praticamente voltadas para os rios
e florestas, apesar da sua Capital, Manaus, ter como tirar proveito do turismo religioso, pois
possui enorme potencial para desenvolver essa atividade turística em torno das igrejas
tombadas como patrimônios históricos, que representam a materialização da cultura da
cidade, além de trazer em suas características e no estilo a história das pessoas que o
construíram. Infelizmente, são frequentes os casos de abandono e má conservação dos prédios
que são verdadeiras testemunhas da história local, que representa uma importante ligação
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entre a população manauara e sua identidade cultural. Portanto, não se deve deixar cair no
esquecimento, da importância de manter o patrimônio histórico sempre preservado, pois com
a sua perda, será o mesmo que deletarmos de nossas vidas parte de nossa identidade cultural e
o que somos.
Temos um exemplo de um patrimônio histórico, localizada entre as Rua Miranda
Leão, 237, Centro, a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, que foi esquecida pelo
Governo do Estado do Amazonas, que atribuiu a ela a condição patrimônio, pelo seu valor
arquitetônico, cultural e social, preservando-a por Lei, mais apenas ficando no papel, porque
não agem no interesse de preservar e de dispor recursos para o incentivo, no fim, a Paróquia,
enfrenta uma burocracia com a Secretaria de Cultura, para fazer uma manutenção, porque não
podem descaracteriza-la, cabe, então a sua gestão, arduamente, buscando parcerias para
mantê-la conservada. De acordo com PETROCCHI (1998, p. 137), os patrimônios/atrativos
culturais, “[...] são integrantes do acervo turístico do lugar. Enriquecem a oferta, preservam
a memória, têm sentido cultural e são apreciados por visitantes e moradores.”
Então, quais os motivos que nos levam a pensar em preservar patrimônio
histórico/cultural da Paroquia dos Remédios? Porque há muito tempo foi participativa no
processo de desenvolvimento social, política e econômica de Manaus, ou seja, a cidade
praticamente girou em torno da igreja, por um longo período, e também, por ser centro da
vida urbana da Manaus antiga, a por ter influenciado construções nas suas redondezas que
hoje, encontra-se os mais importantes prédios históricos da cidade.
A preservação do patrimônio histórico/cultural da Paróquia dos Remédios é de
fundamental importância a ser guardada para as gerações futuras, mas para garantir que
aconteça é necessário um cuidado especial, como a promoção da educação patrimonial, visto,
que a igreja apresenta um potencial educativo, conforme, Horta, Grunberg; Monteiro (1999,
p.6) “trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no
Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e
coletivo.”
A Paróquia dos Remédios a muito tempo não há manutenção em seu prédio. É o
primeiro sinal de abandono da Paróquia tombada pelo patrimônio histórico do Estado, que
fará 200 anos em 2018. Diante disso, observando as suas dificuldades para manter-se, parece
ser o momento de a Paróquia fazer uma parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo do
Amazonas, para desenvolver meios sustentáveis para conservar o seu Patrimônio. Portanto,
existe a possibilidade de viabilizar a criação de um modelo sustentável para a Paróquia
centrado nas atividades turísticas, por ser considerada uma construção que possui atrativo
13
cultural e histórico, que é uma das principais motivações de viagens de muitos turistas que
buscam conhecer prédios históricos no Brasil. No Brasil, existem Igrejas com a denominação
Nossa Senhora dos Remédios, temos no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão,
Ceará, Paraná e Pernambuco, e todas elas são devotas a mesma Santa, então, se fosse criado
um vínculo da Paróquia dos Remédios de Manaus com as demais Igrejas do país, seria a
oportunidade para construir um novo cenário para o turismo, aquele voltado para
espiritualidade. O mapa do número de Igrejas, comprova a viabilidade de extrair de práticas
religiosas, uma oportunidade de desenvolver o turismo em torno ao Patrimônio cultural, que a
Paroquia de N. S. dos Remédios representa para o Estado do Amazonas
Nessa expectativa, afirma-se que além do interesse do turista em dedicar-se à
religiosidade no local visitado, o visitante leva consigo diversos desejos em relação aos
produtos ofertados no local, então, ele mescla sua fé com sua necessidade de lazer, educação e
descanso.
Nesse ponto, destaca-se o segmento do turismo religioso, que geralmente é
intermediado por agências de turismo, numa ação articulados com igrejas, empresas do ramo
hoteleiros e o Estado na oferta de produtos e serviços sob medida para o cliente, no sentido de
fazer das práticas religiosas uma oportunidade de negócio, como as movimentações de
peregrinação voltados visitação de lugares sagrados, templos ou festas de santos padroeiros,
ás vezes, apenas por uma atitude de fé, na esperança de obter uma graça ou cumprir uma
promessa por uma graça já alcançada. Assim, pode-se pensar que ao explorar turismo voltado
a religião, poderia proporcionar, também duas dimensões aparentemente oposta, que são: o
lazer, descompromissado; e a da fé, relacionada a identidade, a ritos, a valores. Por
conseguinte, o resultado de se empregar o segmento do turismo religioso é na circulação
financeira nas economias local. De acordo com a OMT, o turismo sustentável deve:
Promover o turismo sustentável é gerenciar todos os recursos implicados na
atividade turística, de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e
ambientais possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade
cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos
sistemas que garantem a vida. (PORTAL BRASIL, 2015)
Também, o desenvolvimento do turismo em torno da Igreja dos Remédios, poderá
ser uma ferramenta eficaz para dar outra percepção da diversidade cultural na qualidade de
contribuir para valorização e respeito das diferenças sem qualquer tipo de intolerância, como
as que muitos acreditam equivocadamente, que existem povos sem cultura ou culturas
melhores do que as outras. No ponto de vista sociológico, Dias, afirma que:
14
[...] o fenômeno turístico desperta interesse por vários motivos: causa forte impacto
nos indivíduos e grupos familiares que se deslocam, provoca mudanças no
comportamento das pessoas e agrega conhecimento àqueles que o praticam, permite
comparação entre diversas culturas, contribui para o fortalecimento da identidade
grupal [...] ainda, para a formação e a educação daqueles que o praticam. (DIAS,
2003, p.11)
Por fim, o desenvolvimento do turismo religioso na Igreja dos Remédios dar-se,
também pela sua importância de exercer o papel da educação patrimonial em seu espaço
sagrado, pois a prática estimula o reconhecimento e a valorização da herança cultural, e pôr
fim, a tolerância com a cultura do outro e favorece um diálogo entre mesmos. “Esse diálogo
cultural, que fomente a paz e a solidariedade, constitui um dos bens mais preciosos que
derivam ao turismo” (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, 2009,
p.50)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho possibilitou conhecer de forma mais aprofundada sobre a história
acerca do Amazonas, especialmente de sua Capital Manaus, no sentido de reorganizar o
passado da Paróquia de N. S. Remédios de forma que contribuísse satisfatoriamente para
entender passo a passo o início, os meios e os fins que possibilitou o processo de construção
da Igreja.
Quanto ao estudo, foi elaborado de maneira multidisciplinar, havendo, espaço para
fazer a pesquisa sobre a cidade de Manaus, é os motivos que proporcionam a sua criação e sua
ascensão econômica, política e social; para em seguida, traçar uma perspectiva de coleta de
material para potencializar em muitos momentos, o valor histórico e a representatividade da
Paroquia para Manaus.
A partir desta pesquisa, percebeu-se, no decorrer da produção desse trabalho, a
necessidade de também abordar as questões relativas ao turismo religioso praticados no
Brasil, a promoção da educação da preservação patrimonial e o turismo sustentável, por
conseguinte, usa-la para verificar a viabilidade de ser desenvolvida o turismo no espaço
sagrado da Paróquia, todavia, na possiblidade de receber alguns ônus para a sua manutenção,
qual muito necessita.
15
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, Ivan Rêgo. Turismo Cultural-Religioso, Festa Católica e Patrimônio em São
Cristóvão-Sergipe-Brasil. Pasos - Revista de Turismo y Patrimônio Cultural. V.12, n.01,
2014
CASTRO, Márcia Honda Nascimento. Igreja dos Remédios. Biblioteca Virtual do
Amazonas. Arquiteta e Urbanista, Inspetora de Patrimônio Histórico e Turístico da SEC e
professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Objetivo. Disponível
em:<http://bv.cultura.am.gov.br/templates/areatematica/seriememoria/pdfs/6efa722ddae7057
783ec318a24c70882.pdf>. Acesso em: 20 Jun. 2017
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Pastoral do turismo: desafios e
perspectivas. 1. ed. Brasília: Edições CNBB, 2009.
DIAS, Reinaldo. Sociologia do turismo. São Paulo: Atlas, 2003.
DUARTE, Durango. Manaus: entre o passado e o presente. Manaus: Editora Mídia Ponto
Comm., 2009
ECOVIAGEM. 4 destinos religiosos para se visitar no mundo. 2015. Disponível em:
<http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/turismo/turismo-religioso/4-destinos-religiosos-para-
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GUILLEN. Isabel 500 Anos Um novo mundo na TV./ Isabel Guillen. Sílvia Couceiro.-/
Brasília : MEC . Secretaria de Educação a Distância. 2001 64 p. 2v.: il. - (Cadernos da TV
Escola 1. ISSN 1518-5915)
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz.
Guia básico de educação patrimonial. Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, Museu Imperial, 1999.
IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS. Os antecedentes históricos. Local: Rua
Leovegildo Coêlho, 237 - Centro, Manaus - AM. 2017.
_________________________________________. História da devoção a Santa dos
Remédios. Brasil. 2014. Disponível: <http://www.a12.com/santuario-
nacional/formacao/detalhes/nossa-senhora-dos-remedios>. Acesso em: 13 junho 2017
LOUREIRO, Antonio José Souto. O Amazonas na época imperial. 2ª edição. Manaus:
Editora Valer, 2007.
16
MESQUITA, Otoni Moreira de. Manaus: história e arquitetura 1852 1910. Manaus,
Editora da Universidade do Amazonas, 1997.
PETROCCHI, Mario. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Editora Futura, 1998.
PORTAL BRASIL. Turismo sustentável é destaque nos dias da Floresta e da Água.
Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/turismo/2015/03/turismo-sustentavel-
e-destaque-nos-dias-da-floresta-e-da-agua>. Acesso em: 13 maio 2017.
REIS, Arthur César Ferreira. Limites e demarcações na Amazônia Brasileira, 2 vols.
(Belém: Secretaria do Estado da Cultura, 1993). Volume 1: A fronteira colonial com a Guiana
Francesa; Volume 2: A fronteira com as colônias espanholas.
_______________________. História do Amazonas. 3ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia
Limitada; Manaus: Superintendência Cultural do Amazonas, 1998. (Coleção Reconquista do
Brasil. 2ª série; v.145).
TENREIRO ARANHA, Bento de Figueiredo. Um olhar pelo passado. 1ª edição. Manaus.
fac-similar, 1990
UNESCO. Convenção para a protecção Do Património Mundial, Cultural E Natural.
1972. Disponível em: <http://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf>. Acesso em: 10
maio 2017.

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A IMPORTÂNCIA DO RESGATE HISTÓRICO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS DA CIDADE MANAUS COM A IDEIA DE TORNA-LA NATURALMENTE DESTINADA AO TURISMO

  • 1. A IMPORTÂNCIA DO RESGATE HISTÓRICO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS DA CIDADE MANAUS COM A IDEIA DE TORNA-LA NATURALMENTE DESTINADA AO TURISMO José Ricardo Gonçalves Abreu Tutor Externo: Daniel Rodrigues de Lima Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi Licenciatura em História (HID0421) – Seminário de Prática IV – 7/07/2017 RESUMO A presente pesquisa, tem por finalidade de discutir sobre o patrimônio histórico e arquitetônico do Estado do Amazonas, tendo a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios como alternativa ao turismo em Manaus. O presente estudo, aborda, ainda, o processo histórico da capital do Amazonas, Manaus, exatamente de sua ascensão econômica, política e social. Diante das informações expostas, sobre Manaus no século XIX e XX, foi desenvolvida uma pesquisa minuciosa sobre a Paróquia, nesse mesmo período, especificando a sua construção, as suas obras de reconstruções e os respectivos acréscimos até alcançar a dimensão atual. Durante a pesquisa, ficou claro da importância de fazer o resgate histórico de Manaus, para dar ênfase ao tombamento da Paróquia de Nossa Senhora dos remédios como patrimônio Cultural. Por fim, constatou-se que a outra alternativa de turismo que pode ser explorada, além dos rios e florestas da Amazônia, e a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, pois estar inserido no ramo da cultura, especificamente, da religião. Sendo também uma possível estratégia de auto sustentabilidade para manter o seu patrimônio sempre preservado. Palavras-Chave: Patrimônio Cultural. Turismo. Sustentabilidade
  • 2. 2 1. INTRODUÇÃO O Amazonas e um Estado de grande potencial turístico, possui tantas belezas naturais que traz pessoas do mundo inteiro para contempla-la, e se dar a conhecer somente pelo turismo em torno do rio e floresta, mas é impressionante que pudesse também encontrar o legado arquitetônico e artístico do Brasil colônia, dessa forma, torna-se claro o uso racional desses patrimônios como uma alternativa turística nas áreas urbanas, já que são um grande atrativo cultural. Tratando-se de patrimônio já tombados, tomando de análise capital do estado do Amazonas, Manaus, contempla um patrimônio que desperta o interesse e induz a procurar por mais informações, que representam a materialização da cultura da cidade de Manaus, além de trazer em suas características e no estilo a história das pessoas que o construíram, a exemplo a Igreja da nossa senhora dos remédios. Dessa forma, evidencia-se a importância da escolha do tema que é: “A importância do resgate histórico da Igreja Nossa Senhora dos Remédios da Cidade Manaus com a ideia de torna-la naturalmente destinada ao turismo”. O objetivo que pesquisa pretende alcançar, será em demonstrar o potencial turístico que a Igreja Nossa Senhora dos Remédios, pode ter para a cidade de Manaus, propondo a analisar os principais fatos históricos da cidade de Manaus antes e depois da construção da Igreja, visto que a formação econômica, política e social na época contribuiu para viabilizar a construção da Igreja e as respectivas reformas ao longo do tempo e incorporações em seu patrimônio físico, e além de abordar no trabalho a relevância da Igreja em manter uma parceria com as atividades turísticas em Manaus. Portanto, a escolha desse tema, ocorre devido a necessidade de projetar na comunidade, além de uma campanha educativa para conscientização da população em respeitar o patrimônio histórico, não apenas por ser um símbolo da fé cristã, mas pelo fato de tornar-se possível o uso adequado desse patrimônio com à atividade turística, facilitando o custeio de manutenção desse bem preservado pelo poder público por ser um prédio antigo e de relevância cultural e histórica para Manaus. O presente estudo demonstra sua delimitação a partir do referencial teórico que estar em conformidade com os objetivos específicos que deram o embasamento a todas as etapas da produção do Paper; tendo-se como fonte de caráter bibliográfico, obtidas a partir de livros, artigos científicos e revistas, sites especializados; entre outras fontes, como documentos conservados no interior da Paróquia da Nossa Senhora dos Remédios; em relação ao método,
  • 3. 3 utilizou-se do método dedutivo para ligar uma ou mais informações para chegar a uma certa conclusão lógica. Para melhor compreensão, o assunto foi estruturado da seguinte maneira: primeiramente uma abordagem sobre a Manaus de antigamente, segundo os aspectos econômicos, políticos e sociais, um olhar pelo passado e presente da Paróquia dos Remédios, Paróquia dos remédios um patrimônio histórico cultural como alternativa turística. Descrever sobre a análise dos resultados alcançados e, por fim, as considerações finais. Em seguida, será feita uma analisar os principais fatos históricos da cidade de Manaus nos aspectos econômicos, políticos e social. 2. MANAUS DE ANTIGAMENTE SEGUNDO OS ASPECTOS ECONÔMICO, POLITICO E SOCIAL Por volta do século XVI, os espanhóis foram os primeiros europeus a tomar conhecimento do rio Amazonas. Afirma Guillen (2001, p.28) “A primeira expedição que percorreu todo o rio, do Equador ao oceano Atlântico, foi a de Francisco Orellana, em 1541- 1542.” Adentrando no século XVII, os sertanistas “[...] portugueses passaram a explorar a região amazônica, em busca de escravos indígenas,” e dessa forma, foram conquistando as terras na medida que era explorada, assim definindo os limites territoriais do estado do Brasil. (MESQUITA, 1997, p. 7). Segundo Ferreira Reis, para consolidar o domínio português no território que passava por constantes invasões, foi criado o Governo Unido do Pará e Maranhão, sendo nomeado como administrador o Sr. Francisco Xavier de Mendonça Furtado, que em suas correspondências para metrópole portuguesa, salientava, que o Governo Unido do Pará e Maranhão, nasceu para as necessidades de fazer “[...] a felicidade políticoeconômica da população ali estabelecida e facilitar a obra de civilização do índio, havia a de garantir a soberania de Portugal, completamente descurada naquele pedaço do Brasil, cobiçado por holandeses e espanhois...”(REIS, 1998, p. 119) No entanto, para garantir a soberania portuguesa sobre o norte amazônico, em 1669 foi fundando o Fortaleza Barra de São José do Rio Negro, aonde surgiu o primeiro povoamento que “[...] recebeu do Lugar da Barra, nome por que começou a ser conhecido o nascente povoado. Estavam lançados os fundamentos da futura cidade de Manaus” (REIS, 1998, p. 70). Por meio da Carta Régia de 3 de março de 1755, torna-se a sede da Capitania de
  • 4. 4 São José do Rio Negro a aldeia de Mariuá de São José de Javari, passando a chamar-se de Vila de Barcelos, pois “[...] a capital, pela Carta Régia, devia ter o título de vila. Mendonça Furtado elevou Mariuá a essa categoria, a 6 de maio de 1758, dando-lhe o nome de Barcelos, em cumprimento ao programa que se traçara, de renomear todas as povoações da Amazônia,” tendo como primeiro governante o coronel de infantaria Joaquim de Melo e Póvoas (REIS, 1998, p. 120) Em competência para fazer o histórico da ascensão de Manaus de arraial a vila, Tenreiro Aranha, relata que em 1791, o 3º governador da Capitania S. José do Rio Negro, o coronel Manoel da Gama Lobo d’Almeida, muda a administração da Capitania da Villa de Barcellos, por estar distante do Pará e das demais vilas e povoados, para o “[...] logar da Barra, por offerecer mais vantagens ao comércio e à administração dos negócios políticos e civis da Capitania.” (1990, p. 9) De acordo com Tenreiro Aranha, o governador Gama, foi responsável por promover o progresso da Barra do Rio Negro, criando os seguintes estabelecimentos industriais: 1 padaria de pão de arroz moído em atafona movidas por bestas; 1 fabrica de parro de algodão (em rolos) tendo 18 teares e 10 rodas de fiar com 24 fusos cada uma; 1 cordoaria de cordas e amarras de piassaba e calabres; 1 fabrica de fecula de anil; 1 nora para distribuir agua para fabrica de anil e para uma horta; 1 horta; 1 olaria com excelentes amassieiras, estendedouros, fornos, calcinatórios e de torrefacção de telha e ladrilho; 1 fabrica de vela de cera; 1 açougue; 1 ribeira para construção de canoas; 1 fabrica de redes de fio d’algodão; 1 fabrica de redes de fibras de tucum, curauhá e murity; e muitos engenhos de moer canna e fabricar cachaça e mel.” (TENREIRO ARANHA, 1990, p. 11-12) A possibilidade de se implantar uma agricultura diversificada e produtiva na Capitania S. José do Rio Negro, foi visto com obstáculos para realiza-la, devido a população apenas praticar a atividade agrícola de subsistência e o extrativismo. Segundo Terreiro Aranha (1990, p. 14), “[...] o logar da Barra tinha pouco de 4000 habitantes livres e 379 escravos [...].” Conforme, Tenreiro Aranha (1990, p. 13), “Foi em 1833 que o logar da Barra passou a ser elevado a villa com a denominação de Manaus [...].” Porém, foi somente a partir de 4 de setembro de 1856, a cidade receberia a sua denominação definitiva de Manaus. Em 1850, foi criada a Província do Amazonas, por Lei no. 582, de 5 de setembro, sendo nomeado seu primeiro governador em 1852, João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, instalando a sede de governo em Manaus, aonde, segundo Tenreiro aranha, “[...] o número populacional estava reduzido a menos da metade o que era no ano de 1832 é apresentava um número maior de seus edifícios em ruina.” (1990, p. 14)
  • 5. 5 No início de seu governo, o governador Tenreiro Aranha, utilizou-se de vários artifícios para enfrentar as dificuldades financeiras pela qual passava a província, uma delas foi o redirecionamento de parte das verbas do Pará e do Maranhão por algum tempo para suprir o orçamento de seu governo. Então, as primeiras ações de seu governo na província, foram: [...] montou as repartições necessárias ao serviço público, como a secretaria geral e a chefatura de polícia. Criou o serviço de vacinação. Organizou a instrução primaria, dando-lhe regulamento, magnífico para a época, e projetou a criação de um estabelecimento de ensino primário normal, onde se habilitassem os professores destinados as escolas criadas e por criar. (REIS, 1998, p. 193) Pelo presidente Dr. Francisco José Furtado, em 9 de novembro de 1858 por força da Lei n. 93, cria o estabelecimento de ensino, o Colégio Nossa Senhora dos Remédios de Manaus, com o ensino de primeiras letras e prendas domésticas, sendo conhecida popularmente como “[...] Casa das Educandas; teve como sua primeira diretora dona Tertulina Eulália da Silva Sarmento.” (DUARTE, 2009, p. 156) Ainda na gestão do Dr. Francisco José Furtado foi criado pela Lei n. 60, de 21 de agosto de 1856, o Instituto dos Educados e Artífices e foi instalado, “[...]em 25 de março de 1858, em prédio construído no bairro que hoje leva o seu nome. Objetivava ensinar as primeiras letras, música e as profissões de carpinteiro de ribeira, marceneiro e torneiro [...]” (LOUREIRO, 2007, p. 123) O grande impulso para o crescimento de Manaus foi ciclo da borracha que teve seu auge entre 1879 e 1912, com surgimento do automóvel a indústria automobilística potencializou o uso da borracha. Segundo Duarte (2009, p.110), o escoamento da“[...] borracha, produto de interesse mundial que o mundo inteiro queria comprar, fez com que D. Pedro II, em 7 de dezembro de 1866, assinasse o Decreto 3.749 que abria o rio Amazonas à navegação internacional.” Contudo, em 5 de setembro de 1899, o crescimento da atividade econômica da extração do látex, a gomífera, exigiu que o governo criasse um porto mais estruturado para que os produtos pudessem ser abastecidos e transportados. Duarte (2009, p.114) em Manaus, “[...] o Governo Federal abriu edital de concorrência para que fossem executadas as obras de construção de um porto moderno.” Logo, em 1900, o governador Silvério Nery, instituiu uma lei estabelecendo que a borracha produzida nos seringais no Amazonas e fora dela deveria ser inspecionada em Manaus antes de ser exportada. Conforme, Duarte (2009, p.113) “Tal medida provocou a
  • 6. 6 transferência de várias casas comerciais da capital paraense para cá, o que aumentou a quantidade de navios em nossos ancoradouros.” Quanto a Educação, no Ensino Regular, Manaus foi contemplada em 1909 com a Escola Municipal de Comércio Sólon de Lucena. Segundo Duarte (2009, p. 175) no inicio “[...] seu objetivo era oferecer o ensino técnico voltado para a área do comércio.” E no Ensino Superior, Manaus em 1910 apresentava a Escola Universitária Livre, era particular, sob a direção do Professor Astrolábio Passos, considerada a primeira no Brasil que ofertasse variados tipos de cursos e que contava com 156 alunos, possuía cursos de Direito, Ciências, Letras, Agrimensura, Farmácia, Odontologia. De acordo com Duarte (2009, p.191) “No dia 1º de janeiro de 1912, realizou-se a colação de grau dos primeiros formandos dessa instituição: dez odontólogos, oito farmacêuticos e três agrimensores.” Durante a 2ª Guerra Mundial (1942-1945), o Porto de Manaus, demonstrou mais uma vez a sua importância no cenário econômico, conforme, Duarte (2009, p.115), quando os Estados Unidos passou a comprar o látex do Brasil, a atividade de extração gomífera ressurgiu, portanto, por curto prazo, “[...] o segundo ciclo da borracha e o Porto de Manaus novamente voltou a receber grande movimentação com a chegada dos navios que aqui aportavam para abastecer e transportar a borracha produzida, principalmente, no Acre.” Em seguida, será bordado como foi possível o processo de viabilização e construção da Igreja e as respectivas reformas ao longo do tempo e incorporações em seu patrimônio físico. 3. UM OLHAR PELO O PASSADO E PRESENTE DA PARÓQUIA DOS REMÉDIOS A origem da devoção a Santa Nossa senhora dos Remédios no Brasil, iniciou a partir da introdução em Portugal, em meados do século XIII, por religiosos franceses da Ordem da Santíssima Trindade. Que foi criado por São João da Mata e São Felix de Valois em 1198, que tinha o “[...] objetivo de resgatar os cristãos escravizados na África e no Oriente Médio [...].” Para isso, precisavam de dinheiro, então, recorreram, “[...] ao auxílio de Maria Santíssima, o remédio para todas as necessidades que encontramos na vida. Foram abundantemente atendidos e conseguiram libertar da escravidão milhares de irmãos na Fé.” (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2014) No Brasil, os Irmãos pertencentes a Santíssima Trindade, trouxeram a mesma devoção a Santa, e conquistaram muitos fieis, assim, motivando a construção de Capelas em
  • 7. 7 sua honra em várias províncias do Brasil colônia. Em Manaus, a construção da Igreja a Nossa Senhora dos Remédios, foi fundada no ano 1818, pelo o governador da Capitania de São José do Rio Negro, o Major Manoel Joaquim do Paço, sendo a primeira a ser erguida em alvenaria, em um local que antes era um cemitério indígena. Segundo Duarte (2009, p.126), o governador “[...] criou um imposto, em dinheiro, para todos os moradores da Capitania, intuito de viabilizar a construção de um templo em homenagem à Virgem dos Remédios.” Por ocasião de uma manifestação, a Igreja dos Remédios, em 1821, cujo as obras ainda não estavam concluídas, foi arruinada por populares. Duarte (2009, p.126), a “[...] sua estrutura foi parcialmente arrasada devido a uma rebelião referente ao movimento de independência do Brasil em relação ao jugo português.” A partir de 1851, a Igreja dos Remédios passou a ser a Matriz de Manaus, devido o incêndio ocorrido na antiga igreja no ano anterior, de acordo com Duarte (2009, p.126) “Em 1850, após o sinistro que destruiu a primeira sede da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Igreja dos Remédios tornou-se matriz provisória até 1877.” No decorrer dos anos que a Igreja dos Remédios foi a Matriz da Nossa Senhora da Conceição, o Padre Daniel Pedro Marques de Oliveira, que era Deputado da Província do Amazonas, em 18 de abril de 1873, apresentou “[...] a Assembleia Legislativa da Província um Projeto que desmembrava a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição para a Criação da Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios.” (IGREJA NOSSSA DOS REMÉDIOS, 2017) Contudo, após ser discutidas na Assembleia Legislativa, o Projeto foi aprovado e transformando em Lei, e apenas validado em 15 de maio do 1873. Porém, na Assembleia Legislativa em 1874, o Presidente da Província do Amazonas, levou a conhecimento a todos os deputados, a recusa da criação da freguesia de Nossa Senhora da Conceição pelo Bispo Diocesano do Pará e Amazonas. Era Bispo Diocesano do Pará e Amazonas o famoso Dom Antônio de Macedo Costa, que recusou a nova paróquia a necessária instituição canônica. A 25 de Março de 1874, o Presidente da Província, Dr. Domingos Monteiro Peixoto (Barão de São Domingos), em sua FALA dirigia à Assembleia Provincial do Amazonas declarava aos Deputados, Promulgada a Lei Provincial nº 264 de 15 de maio último, criando mais uma freguesia nesta capital, deixou de ser até agora executada por ter S. Exma. Revma. O Sr. Bispo Diocesano se negado instituí-la canonicamente [...]. (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017) Passando alguns anos, no dia 06 de outubro de 1878, o Bispo Diocesano reconheceu que havia a necessidade da criação de mais uma paroquia na província, então, a Igreja dos Remédios, foi canonicamente elevada à Categoria de Paroquia, sendo o seu primeiro vigário o
  • 8. 8 padre Raimundo Amâncio de Miranda. (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017) Em março de 1889, o vigário da paróquia compartilhava ao presidente da província do Amazonas Oliveira Machado que o prédio se encontrava com uma estrutura precária, oferecia pouca segurança e solicitava a ajuda para executar os reparos, dessa forma, em 25 de abril do mesmo ano, “[...] após o laudo técnico elaborado pelos engenheiros Lauro Bittencourt e Augusto Olavo Rodrigues, o presidente Oliveira Machado ordenou que o diretor das Obras Pública organizasse e remetesse ao Tesouro Provincial o orçamento das despesas.” (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017) Então, no início do século XX, a Igreja dos Remédios segundo Duarte (2009, p.127) passava novamente por obras, dessa vez, com um projeto mais ousado, “[...] a autoria do projeto, bem como sua execução, ficou a cargo do arquiteto italiano Filintho Santoro.” Tem- se registro que Filintho Santoro lançou a primeira pedra fundamental da Igreja, em 1901. Com o pároco Monsenhor Antero José de Lima, “[...] iniciou as obras de reconstrução da igreja, sendo inaugurada a Capela no dia 15 de agosto de 1903 [...] com uma [...] solenidade litúrgica da Assunção da Virgem Maria.” No entanto, sem recursos financeiros, por muitos anos, as obras estiveram paralisadas, mais quando “[...] terceiro Bispo do Amazonas, Dom João Ireneu Joffily, assumiu a responsabilidade da direção das obras [...], as obras foram, [...] recomeçadas em 4 de novembro de 1920.” Mais em virtude da transferência do Bispo Dom João para Belém, no ano 1924 a conclusão somente aconteceria com “[...] Dom Basílio Manuel Olímpio Pereira, seu sucessor no sólido episcopal de Manaus, sendo vigário Monsenhor Dr. Raimundo de Oliveira”. (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMEDIOS, 2017) As obras de construção da Paróquia dos remédios interruptas vezes tiveram de ser paralisadas por falta de recursos, porém não foram suficientes para pôr fim a expectativa de vê-la concluída. Portanto, a mais de 25 anos depois do lançamento da sua primeira pedra, o Bispo Dom Basílio, vestido a caráter para solenidade, inaugurou e benzeu as obras do templo, “[...] a 11 de setembro de 1927, antes de dar início ao Solene Pontifical, que marcava a inauguração das obras de restauração e embelezamento e a celebração da festa de Nossa de Senhora dos Remédios, que havia anos não se celebrava.” Anos depois, a igreja teve um acréscimo em seu prédio, uma torre, que foi “[...] inaugurado no dia 14 de maio de 1933, por Monsenhor Dr. Raimundo de Oliveira, que lançou a benção litúrgica.” Na década de 50, no paroquiato de Monsenhor João Alves da Costa, em “[...] 30 de maio de 1952, Bispo Dom
  • 9. 9 Alberto Gaudêncio Ramos benzeu o sino grande, [...].” (IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS, 2017) Na década de 30, imigrantes Libaneses, após terem passados por resistências para edificarem comércios nas imediações da Igreja da Matriz, se deslocaram para as proximidades da Paróquia dos Remédios, aonde não tiveram nenhuma rejeição para estabelecerem os seus pontos comercias ao redor da Paroquia. Sendo católicos, os libaneses passaram a ser uma freguesia da Paróquia dos Remédios, porém eram devotos a Santa Nossa Senhora do Líbano, sendo assim, permitidos a eles a erguerem um altar para a Santa. Hoje, em pleno século XXI, a quase há 80 anos que os libaneses, uma vez no ano, realizam uma celebração em honra a Santa, no primeiro domingo do mês de maio, sendo coordenada pela Alice Seffair. Conforme foi crescendo sua freguesia, alguns devotos, conforme a fé que professavam pelos santos, foram acrescentando altares a eles na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, sendo: Perpetuo Socorro, Sagrado Coração de Jesus, Santa Terezinha, São Sebastião, N. S. Conceição, São José e N. S. das Graças. A Paróquia, está aberta ao público, durante a semana, é normalmente frequentada por trabalhadores dos comércios das proximidades e por fieis de vários locais da cidade. A Paróquia oferece Novenas: Terço dos homens, as terças-feiras às 19h; Nossa Senhora de Perpétuo Socorro, as quintas-feiras de 12:30 ás 17h; Ladainha ao Sagrado Coração de Jesus, as sextas-feiras de 12h e 17h30 e; aos fins de semana, Missas: Sábados às 17h e Domingo 08h e 19h. No dia 8 de setembro comemora-se o dia da Santa dos Remédios, com procissão e em seguido uma missa em sua homenagem. Segundo Duarte, em 1902, ergueu-se uma escola, denominada Públio Bittencourt, por detrás da igreja de Nossa Remédios, em 1914 o mesmo prédio foi ocupado por outra escola, a Antônio Bittencourt. Anos depois, em 1933, passou a ser sede da Faculdade de Pharmacia e Odontologia de Manáos, “[...] e hoje, está incorporado ao patrimônio físico da Paróquia.” (2009, p.127) No dia 12 de abril de 1988, de acordo com Duarte (2009, p.127) a Paróquia dos Remédios “[...] foi tombada como Monumento Histórico do Estado do Amazonas pelo Governo Estadual segundo o Decreto no. 11.037 de 12/04/1988, publicado no Diário Oficial de 14/04/1988, na administração de Amazonino Mendes.” Nas últimas décadas, é preocupante o que a Paroquia de N. S. Remédios tem passado, além de estar sofrendo desgaste em suas estruturas pelas ações do tempo, tem sido alvo de vandalismo. Esquecida pelo Estado, o Pároco Padre Mauro Cleto que assumiu a
  • 10. 10 Paroquia em fevereiro de 2017, tem buscado parcerias, para restauração do prédio, antes de 2018, o ano que a Paróquia estará fazendo 200 anos. Desde 1992, a Paroquia mantém o Serviço Pastoral dos Migrantes - SPM, dedicando- se a ajudar às pessoas a adquirir documentação, sendo de nacionalidade estrangeiras ou brasileiros, dando o apoio com moradia, trabalho e o ensino do idioma Português. Como o caso dos haitianos que estão em Manaus desde 2010, após terremoto ter devastado o Haiti; e os Venezuelanos, que no primeiro semestre de 2017, imigraram para o Brasil por causa da crise instalada pelo Presidente Nicolás Maduro na Venezuela. A Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, desde a sua criação em 1818 até os primeiros anos do século XX, no que tange ao seu aspecto arquitetônico tinha uma expressão mal definida de seu estilo, no entanto, não há nenhum registro dos projetos da sua construção no início, porém, o que apenas resta e análise das fotografias antigas da igreja: [...] nos quais percebe-se a aparência singela da edificação, composta por um pavimento. A fachada principal apresentava quatro janelas e uma porta centralizada, todas de verga reta. Encimando a porta e as duas janelas adjacentes a esta, percebiam-se três óculos, sendo que o central apresentava maior diâmetro e situava- se em nível superior aos demais, no tímpano do frontão triangular. Sobre este frontão, assentava uma cruz. A edificação não apresentava platibanda. Ao fundo da igreja, percebia-se um campanário. (CASTRO, 2017) Segundo a Arquiteta e Urbanista, Marcia Castro, pode-se identificar na aparência física atual da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios: o estilo neoclássico, com influência do renascentismo italiano; a cobertura tem caimento em duas águas; dois pavimento, com embasamento em reboco liso; na fachada principal, no térreo com uma porta centralizada, quatro nichos em arcos e cinco vitrais na parte superior e; nas laterais, no térreo com cinco janelas e cinco vitrais na parte superior, todas com uma envergadura retas em arcos, adicionando iluminação e beleza ao mesmo tempo, o coroamento do prédio se faz por “[...] uma cimalha simples, cujo friso apresenta, em alto relevo, a inscrição “Nossa Senhora dos Remédios”, e por um frontão triangular, encimado por uma cruz, e contendo um símbolo cristão em seu tímpano.” Na parte interna da Igreja, e retangular, em ambos dos lados três pilastras de fuste liso com extremidade superior de capitéis coríntios. Percebe-se, na parte posterior, a um campanário, onde estão os sinos, porém, o que estar além dele, não faz parte do projeto original. (CASTRO, 2017) A seguir, será demonstrado o potencial turístico que a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios possui para o desenvolvimento de um turismo religioso.
  • 11. 11 4. PARÓQUIA DOS REMÉDIOS UM PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL COMO ALTERNATIVA TURÍSTICA. Desde a antiguidade as peregrinações motivadas com o caráter religioso são praticadas por religiões como a hinduísta, a cristã, a islâmica e as pagãs. Mas hoje, são as movimentações cristãs que estão entre as mais praticadas no mundo. No entanto, na antiguidade os deslocamentos religiosos eram praticamente ligados à fé, não possuía um caráter cultural, como hoje. “O turismo religioso insere-se no ramo da cultura, pois, ir a locais, santuários e igrejas representativas para qualquer religião, além dos aspectos dogmáticos, são também uma forma de conhecimento cultural.” (ARAGÃO, 2014, p148). Segundo a Convenção de Paris sobre a defesa do patrimônio mundial, cultural e natural da UNESCO, de 1972, são apreciados como patrimônio cultural, de acordo com o artigo 1º: Os monumentos - obras arquitetônicas de escultura ou de pintura monumentais, elementos de estruturas de caráter arqueológico, inscrições, grutas e grupos de elementos com valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência. Os conjuntos - grupos de construções isoladas ou reunidos que, em virtude da sua arquitetura, unidade ou integração na paisagem tem valor universal excepcional do ponto de vista da história, da arte ou da ciência. Os locais de interesse - obras do homem, ou obras conjugadas do homem e da natureza, e as zonas, incluindo os locais de interesse arqueológico, como um valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico (UNESCO, 1972) No Brasil, conforme as pesquisas levantas pelo Ministério do Turismo, dentre as diversas motivações que fazem as pessoas viajarem, entre elas estar a espiritualidade. Por isso, no ano de 2014 foram registradas aproximadamente 17,7 milhões de brasileiros que viajaram no país motivados pela fé e a religião, e esse tipo especifico de turismo apresenta 25% do turismo já praticado no país e é uma tendência que cresce a cada dia. Esse tipo específico de viajante segundo o site EcoViagem (2015), “[...] pode se encantar por algumas atrações, como conhecer de perto a cidade onde o seu Santo nasceu, visitar igrejas, basílicas e presenciar algum grande acontecimento religioso, como a visita do Papa a algum país.” Porém, no Amazonas, as atividades turísticas, são praticamente voltadas para os rios e florestas, apesar da sua Capital, Manaus, ter como tirar proveito do turismo religioso, pois possui enorme potencial para desenvolver essa atividade turística em torno das igrejas tombadas como patrimônios históricos, que representam a materialização da cultura da cidade, além de trazer em suas características e no estilo a história das pessoas que o construíram. Infelizmente, são frequentes os casos de abandono e má conservação dos prédios que são verdadeiras testemunhas da história local, que representa uma importante ligação
  • 12. 12 entre a população manauara e sua identidade cultural. Portanto, não se deve deixar cair no esquecimento, da importância de manter o patrimônio histórico sempre preservado, pois com a sua perda, será o mesmo que deletarmos de nossas vidas parte de nossa identidade cultural e o que somos. Temos um exemplo de um patrimônio histórico, localizada entre as Rua Miranda Leão, 237, Centro, a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, que foi esquecida pelo Governo do Estado do Amazonas, que atribuiu a ela a condição patrimônio, pelo seu valor arquitetônico, cultural e social, preservando-a por Lei, mais apenas ficando no papel, porque não agem no interesse de preservar e de dispor recursos para o incentivo, no fim, a Paróquia, enfrenta uma burocracia com a Secretaria de Cultura, para fazer uma manutenção, porque não podem descaracteriza-la, cabe, então a sua gestão, arduamente, buscando parcerias para mantê-la conservada. De acordo com PETROCCHI (1998, p. 137), os patrimônios/atrativos culturais, “[...] são integrantes do acervo turístico do lugar. Enriquecem a oferta, preservam a memória, têm sentido cultural e são apreciados por visitantes e moradores.” Então, quais os motivos que nos levam a pensar em preservar patrimônio histórico/cultural da Paroquia dos Remédios? Porque há muito tempo foi participativa no processo de desenvolvimento social, política e econômica de Manaus, ou seja, a cidade praticamente girou em torno da igreja, por um longo período, e também, por ser centro da vida urbana da Manaus antiga, a por ter influenciado construções nas suas redondezas que hoje, encontra-se os mais importantes prédios históricos da cidade. A preservação do patrimônio histórico/cultural da Paróquia dos Remédios é de fundamental importância a ser guardada para as gerações futuras, mas para garantir que aconteça é necessário um cuidado especial, como a promoção da educação patrimonial, visto, que a igreja apresenta um potencial educativo, conforme, Horta, Grunberg; Monteiro (1999, p.6) “trata-se de um processo permanente e sistemático de trabalho educacional centrado no Patrimônio Cultural como fonte primária de conhecimento e enriquecimento individual e coletivo.” A Paróquia dos Remédios a muito tempo não há manutenção em seu prédio. É o primeiro sinal de abandono da Paróquia tombada pelo patrimônio histórico do Estado, que fará 200 anos em 2018. Diante disso, observando as suas dificuldades para manter-se, parece ser o momento de a Paróquia fazer uma parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo do Amazonas, para desenvolver meios sustentáveis para conservar o seu Patrimônio. Portanto, existe a possibilidade de viabilizar a criação de um modelo sustentável para a Paróquia centrado nas atividades turísticas, por ser considerada uma construção que possui atrativo
  • 13. 13 cultural e histórico, que é uma das principais motivações de viagens de muitos turistas que buscam conhecer prédios históricos no Brasil. No Brasil, existem Igrejas com a denominação Nossa Senhora dos Remédios, temos no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Ceará, Paraná e Pernambuco, e todas elas são devotas a mesma Santa, então, se fosse criado um vínculo da Paróquia dos Remédios de Manaus com as demais Igrejas do país, seria a oportunidade para construir um novo cenário para o turismo, aquele voltado para espiritualidade. O mapa do número de Igrejas, comprova a viabilidade de extrair de práticas religiosas, uma oportunidade de desenvolver o turismo em torno ao Patrimônio cultural, que a Paroquia de N. S. dos Remédios representa para o Estado do Amazonas Nessa expectativa, afirma-se que além do interesse do turista em dedicar-se à religiosidade no local visitado, o visitante leva consigo diversos desejos em relação aos produtos ofertados no local, então, ele mescla sua fé com sua necessidade de lazer, educação e descanso. Nesse ponto, destaca-se o segmento do turismo religioso, que geralmente é intermediado por agências de turismo, numa ação articulados com igrejas, empresas do ramo hoteleiros e o Estado na oferta de produtos e serviços sob medida para o cliente, no sentido de fazer das práticas religiosas uma oportunidade de negócio, como as movimentações de peregrinação voltados visitação de lugares sagrados, templos ou festas de santos padroeiros, ás vezes, apenas por uma atitude de fé, na esperança de obter uma graça ou cumprir uma promessa por uma graça já alcançada. Assim, pode-se pensar que ao explorar turismo voltado a religião, poderia proporcionar, também duas dimensões aparentemente oposta, que são: o lazer, descompromissado; e a da fé, relacionada a identidade, a ritos, a valores. Por conseguinte, o resultado de se empregar o segmento do turismo religioso é na circulação financeira nas economias local. De acordo com a OMT, o turismo sustentável deve: Promover o turismo sustentável é gerenciar todos os recursos implicados na atividade turística, de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e ambientais possam ser satisfeitas sem desprezar a manutenção da integridade cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas que garantem a vida. (PORTAL BRASIL, 2015) Também, o desenvolvimento do turismo em torno da Igreja dos Remédios, poderá ser uma ferramenta eficaz para dar outra percepção da diversidade cultural na qualidade de contribuir para valorização e respeito das diferenças sem qualquer tipo de intolerância, como as que muitos acreditam equivocadamente, que existem povos sem cultura ou culturas melhores do que as outras. No ponto de vista sociológico, Dias, afirma que:
  • 14. 14 [...] o fenômeno turístico desperta interesse por vários motivos: causa forte impacto nos indivíduos e grupos familiares que se deslocam, provoca mudanças no comportamento das pessoas e agrega conhecimento àqueles que o praticam, permite comparação entre diversas culturas, contribui para o fortalecimento da identidade grupal [...] ainda, para a formação e a educação daqueles que o praticam. (DIAS, 2003, p.11) Por fim, o desenvolvimento do turismo religioso na Igreja dos Remédios dar-se, também pela sua importância de exercer o papel da educação patrimonial em seu espaço sagrado, pois a prática estimula o reconhecimento e a valorização da herança cultural, e pôr fim, a tolerância com a cultura do outro e favorece um diálogo entre mesmos. “Esse diálogo cultural, que fomente a paz e a solidariedade, constitui um dos bens mais preciosos que derivam ao turismo” (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL, 2009, p.50) 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho possibilitou conhecer de forma mais aprofundada sobre a história acerca do Amazonas, especialmente de sua Capital Manaus, no sentido de reorganizar o passado da Paróquia de N. S. Remédios de forma que contribuísse satisfatoriamente para entender passo a passo o início, os meios e os fins que possibilitou o processo de construção da Igreja. Quanto ao estudo, foi elaborado de maneira multidisciplinar, havendo, espaço para fazer a pesquisa sobre a cidade de Manaus, é os motivos que proporcionam a sua criação e sua ascensão econômica, política e social; para em seguida, traçar uma perspectiva de coleta de material para potencializar em muitos momentos, o valor histórico e a representatividade da Paroquia para Manaus. A partir desta pesquisa, percebeu-se, no decorrer da produção desse trabalho, a necessidade de também abordar as questões relativas ao turismo religioso praticados no Brasil, a promoção da educação da preservação patrimonial e o turismo sustentável, por conseguinte, usa-la para verificar a viabilidade de ser desenvolvida o turismo no espaço sagrado da Paróquia, todavia, na possiblidade de receber alguns ônus para a sua manutenção, qual muito necessita.
  • 15. 15 REFERÊNCIAS ARAGÃO, Ivan Rêgo. Turismo Cultural-Religioso, Festa Católica e Patrimônio em São Cristóvão-Sergipe-Brasil. Pasos - Revista de Turismo y Patrimônio Cultural. V.12, n.01, 2014 CASTRO, Márcia Honda Nascimento. Igreja dos Remédios. Biblioteca Virtual do Amazonas. Arquiteta e Urbanista, Inspetora de Patrimônio Histórico e Turístico da SEC e professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo das Faculdades Objetivo. Disponível em:<http://bv.cultura.am.gov.br/templates/areatematica/seriememoria/pdfs/6efa722ddae7057 783ec318a24c70882.pdf>. Acesso em: 20 Jun. 2017 CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Pastoral do turismo: desafios e perspectivas. 1. ed. Brasília: Edições CNBB, 2009. DIAS, Reinaldo. Sociologia do turismo. São Paulo: Atlas, 2003. DUARTE, Durango. Manaus: entre o passado e o presente. Manaus: Editora Mídia Ponto Comm., 2009 ECOVIAGEM. 4 destinos religiosos para se visitar no mundo. 2015. Disponível em: <http://ecoviagem.uol.com.br/noticias/turismo/turismo-religioso/4-destinos-religiosos-para- se-visitar-no-mundo-18536.asp>. Acesso em: 10 maio 2017. GUILLEN. Isabel 500 Anos Um novo mundo na TV./ Isabel Guillen. Sílvia Couceiro.-/ Brasília : MEC . Secretaria de Educação a Distância. 2001 64 p. 2v.: il. - (Cadernos da TV Escola 1. ISSN 1518-5915) HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane Queiroz. Guia básico de educação patrimonial. Brasília: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 1999. IGREJA NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS. Os antecedentes históricos. Local: Rua Leovegildo Coêlho, 237 - Centro, Manaus - AM. 2017. _________________________________________. História da devoção a Santa dos Remédios. Brasil. 2014. Disponível: <http://www.a12.com/santuario- nacional/formacao/detalhes/nossa-senhora-dos-remedios>. Acesso em: 13 junho 2017 LOUREIRO, Antonio José Souto. O Amazonas na época imperial. 2ª edição. Manaus: Editora Valer, 2007.
  • 16. 16 MESQUITA, Otoni Moreira de. Manaus: história e arquitetura 1852 1910. Manaus, Editora da Universidade do Amazonas, 1997. PETROCCHI, Mario. Turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Editora Futura, 1998. PORTAL BRASIL. Turismo sustentável é destaque nos dias da Floresta e da Água. Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/turismo/2015/03/turismo-sustentavel- e-destaque-nos-dias-da-floresta-e-da-agua>. Acesso em: 13 maio 2017. REIS, Arthur César Ferreira. Limites e demarcações na Amazônia Brasileira, 2 vols. (Belém: Secretaria do Estado da Cultura, 1993). Volume 1: A fronteira colonial com a Guiana Francesa; Volume 2: A fronteira com as colônias espanholas. _______________________. História do Amazonas. 3ª ed. Belo Horizonte: Itatiaia Limitada; Manaus: Superintendência Cultural do Amazonas, 1998. (Coleção Reconquista do Brasil. 2ª série; v.145). TENREIRO ARANHA, Bento de Figueiredo. Um olhar pelo passado. 1ª edição. Manaus. fac-similar, 1990 UNESCO. Convenção para a protecção Do Património Mundial, Cultural E Natural. 1972. Disponível em: <http://whc.unesco.org/archive/convention-pt.pdf>. Acesso em: 10 maio 2017.