Este artigo apresenta uma análise sobre a relação entre o jornalismo e a sociedade na segunda maior cidade do interior baiano, Vitória da Conquista, localizada a 500 km de Salvador. Pretende-se identificar qual a percepção da população conquistense acerca dos profissionais dessa área, os desafios dessa categoria quanto a atuação no interior do Estado e importância dos jornalistas para a sociedade como um todo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória e quantitativa discursiva, que aponta o Jornalismo como uma “ciência” indispensável para a sociedade, no que se refere às primícias de formar e informar.
Assessoria De Imprensa Nas Prefeituras Municipais Das RegiõEs Sudoeste E Serr...jornalismouesb
A Assessoria de Imprensa é parte importante do processo comunicativo e é uma das ferramentas que permite atender ao direito, garantido por lei, à informação, sobretudo em instituições públicas. Nas prefeituras municipais, por exemplo, o papel da assessoria é fundamental para trabalhar a imagem da instituição e levar informações coerentes para a sociedade eleitora. No entanto, na prática, estas ações muitas vezes não são valorizadas. A partir desta percepção, este estudo objetivou buscar informações que embasem a discussão em torno destes pontos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória em prefeituras municipais da região Sudoeste e Serra Geral do estado da Bahia, na qual foi possível identificar a presença ou não das assessorias, e também coletar dados relacionados à atuação de profissionais amadores neste mercado.
O estudo a seguir propõe refletir sobre a regulamentação dos profissionais da área de comunicação nos órgãos públicos (Prefeitura, Câmara de Vereadores, TvUesb, UesbFm e a Assessoria de Comunicação da Uesb), a partir de uma pesquisa feita em tais órgãos, através da aplicação de um questionário sobre a regulamentação do profissional em comunicação. Tais discussões foram provocadas pelo texto “Sem diploma – o trabalho precário”, de Elaine Tavares, em sala de aula para a disciplina “Comunicação e Mercado Regional”, oferecida pelo curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
As mulheres no jornalismo esportivo no rio grande sulMargareth Michel
O artigo é uma síntese de um trabalho de conclusão de curso e aborda a presença das profissionais
mulheres no jornalismo esportivo de televisivo no Rio Grande do Sul, e tem como objetivos analisar as causas
que levaram um campo teoricamente dominado pelos homens, a despertar o interesse das profissionais de
comunicação a ponto de levá-las a beira de um gramado (situação recorrente nos últimos anos); e resgatar a
participação e contribuição da mulher no jornalismo de forma geral, e no esporte gaúcho, levantando a questão
da existência de preconceito nas relações de trabalho (mulher jogadora, comentarista, repórter, árbitra); para
em seguida, descrever parte do mercado da comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando
ainda as profissionais gaúchas que estão em outros centros do país e questionar a histórica “guerra dos sexos”
evidenciada no tema futebol: “mulher não entende de futebol”. O referencial teórico do trabalho está
ancorado em autores reconhecidos nesta área teórica, como Alves (1984), Maciel (1995), Coelho (2004,)
Teixeira Jr (2006) e Barbeiro & Rangel (2006), entre outros.
As mulheres no jornalismo esportivo no Rio Grande do SulMargareth Michel
O artigo é uma síntese de um trabalho de conclusão de curso e aborda a presença das profissionais mulheres no jornalismo esportivo de televisivo no Rio Grande do Sul, e tem como objetivos analisar as causas que levaram um campo teoricamente dominado pelos homens, a despertar o interesse das profissionais de comunicação a ponto de levá-las a beira de um gramado (situação recorrente nos últimos anos); e resgatar a participação e contribuição da mulher no jornalismo de forma geral, e no esporte gaúcho, levantando a questão da existência de preconceito nas relações de trabalho (mulher jogadora, comentarista, repórter, árbitra); para em seguida, descrever parte do mercado da comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando ainda as profissionais gaúchas que estão em outros centros do país e questionar a histórica “guerra dos sexos” evidenciada no tema futebol: “mulher não entende de futebol”. O referencial teórico do trabalho está ancorado em autores reconhecidos nesta área teórica, como Alves (1984), Maciel (1995), Coelho (2004,)
Teixeira Jr (2006) e Barbeiro & Rangel (2006), entre outros.
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A Assessoria de Imprensa é parte importante do processo comunicativo e é uma das ferramentas que permite atender ao direito, garantido por lei, à informação, sobretudo em instituições públicas. Nas prefeituras municipais, por exemplo, o papel da assessoria é fundamental para trabalhar a imagem da instituição e levar informações coerentes para a sociedade eleitora. No entanto, na prática, estas ações muitas vezes não são valorizadas. A partir desta percepção, este estudo objetivou buscar informações que embasem a discussão em torno destes pontos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória em prefeituras municipais da região Sudoeste e Serra Geral do estado da Bahia, na qual foi possível identificar a presença ou não das assessorias, e também coletar dados relacionados à atuação de profissionais amadores neste mercado.
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participação e contribuição da mulher no jornalismo de forma geral, e no esporte gaúcho, levantando a questão
da existência de preconceito nas relações de trabalho (mulher jogadora, comentarista, repórter, árbitra); para
em seguida, descrever parte do mercado da comunicação esportiva na TV do Rio Grande do Sul, enfocando
ainda as profissionais gaúchas que estão em outros centros do país e questionar a histórica “guerra dos sexos”
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Estigmas sociais da cobertura jornalística da baixada fluminenseGlaucia Almeida Reis
Este artigo pretende fomentar a discussão sobre papel do Jornalismo na construção das identidades e memórias coletivas, na responsabilidade de publicar ou não publicar algo levando em conta as conseqüências sociais destas escolhas. Como exemplo histórico desse panorama, o artigo apresenta a região da Baixada Fluminense, uma região marcada por uma cobertura jornalística estigmatizada que tem como uma das consequências a baixa estima de
seus moradores.
Artigo científico apresentado na Intercom Sudeste 2018. Ele analisa o quadro RJ Móvel do telejornal RJTV da Rede Globo Rio, a fim de examinar como a emoção pode ajudar no processo de transmissão de informações
Religião, Mídia e Política: A Cobertura de Marcelo Crivella na Folha UniversalGlaucia Almeida Reis
Com o avanço das tecnologias de comunicação, ao passo que a mídia foi se infiltrando na vida cotidiana, a religião realizou uma série de adaptações para não perder o seu espaço na sociedade contemporânea - o que implicou fazer da comunicação de massa o novo púlpito. Destaca-se, nesse contexto, a histórica preocupação dos grupos protestantes com a questão, que deu origem à chamada mídia evangélica e junto com ela às novas linguagens religiosas e novos nichos de mercado. A Igreja Universal do Reino de Deus, com sua rede de veículos de comunicação, é a protagonista deste processo no Brasil e inclui nesta combinação a participação ativa na política nacional desde os anos 90, um lobby político construído pela e para a Igreja. Sob a temática religião, mídia e política este trabalho pretende delinear como os evangélicos se manifestam na mídia religiosa sobre suas próprias atuações políticas através da análise da cobertura do senador e bispo da Igreja Universal, Marcelo Crivella, no jornal evangélico Folha Universal entre os meses de março e junho de 2010.
A maconha, a ciência e a mídia: uma análise do discurso jornalístico-científi...Sergio Vidal
O objetivo deste trabalho é fazer uma análise do discurso jornalístico-científico sobre a maconha em três capas da revista de divulgação científica SUPERINTERESSANTE, da editora Abril. O que se coloca em questão é como o discurso jornalístico alterou o seu enfoque sobre o tema a partir de uma mudança editorial da revista que focou nos jovens seu
público alvo e passou a dar mais espaço à abordagem histórico-científica sobre o tema e
não apenas médico-científica. Entendendo que tanto ciência como jornalismo são
atividades humanas e, portanto, sujeitas às subjetividades do indivíduo e do contexto social no qual ele está inserido, questiono as verdades do discurso científico sobre a maconha, e a formação de um discurso jornalístico que toma por base a ciência para apoiar seus enfoques sobre o mesmo tema, mostrando que nem sempre é a verdade ou a sua busca, o único impulso gerador da pesquisa científica ou da divulgação jornalística. Há outros interesses historicamente contextualizados que interferem na produção científica e na abordagem da divulgação de ciência, que no caso especifico sofreu alterações devido às disposições do público alvo da revista em considerar novos pontos de vista.
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não apenas médico-científica. Entendendo que tanto ciência como jornalismo são
atividades humanas e, portanto, sujeitas às subjetividades do indivíduo e do contexto social no qual ele está inserido, questiono as verdades do discurso científico sobre a maconha, e a formação de um discurso jornalístico que toma por base a ciência para apoiar seus enfoques sobre o mesmo tema, mostrando que nem sempre é a verdade ou a sua busca, o único impulso gerador da pesquisa científica ou da divulgação jornalística. Há outros interesses historicamente contextualizados que interferem na produção científica e na abordagem da divulgação de ciência, que no caso especifico sofreu alterações devido às disposições do público alvo da revista em considerar novos pontos de vista.
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1. A imagem dos jornalistas no mercado do interior
Jádia Filadelfo BRITO1
Graduanda em Comunicação Social/Jornalismo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Maria Thaís Firmino da SILVA2
Graduanda em Comunicação Social/Jornalismo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Rafael de Almeida OLIVEIRA3
Graduando em Comunicação Social/Jornalismo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Roberta Kelly Otoni LIMA4
Graduanda em Comunicação Social/Jornalismo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Simara Oliveira ANDRADE5
Graduanda em Comunicação Social/Jornalismo
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Francis José PEREIRA6
Especializado em Gestão Estratégica de Marketing
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Resumo: Este artigo apresenta uma análise sobre a relação entre o jornalismo e a
sociedade na segunda maior cidade do interior baiano, Vitória da Conquista, localizada
a 500 km de Salvador. Pretende-se identificar qual a percepção da população
conquistense acerca dos profissionais dessa área, os desafios dessa categoria quanto a
atuação no interior do Estado e importância dos jornalistas para a sociedade como um
todo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa exploratória e quantitativa discursiva, que
aponta o Jornalismo como uma “ciência” indispensável para a sociedade, no que se
refere às primícias de formar e informar.
Palavras-chave: Jornalismo; sociedade; mercado; interior.
1
Aluna do sexto semestre do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia.
2
Aluna do sexto semestre do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia.
3
Aluno do sexto semestre do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia.
4
Aluna do sexto semestre do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia.
5
Aluna do sexto semestre do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia.
6
Professor do curso de Comunicação, habilitação em Jornalismo, da Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia. Ministra a disciplina de Comunicação e Mercado Regional para os alunos do 6° semestre.
2. 1. Introdução
As relações entre jornalismo e sociedade frequentemente são debatidas no meio
jornalístico. Melo (1998) considerou o exercício jornalístico como a base da vida em
sociedade, visto que consiste em um componente da comunicação. O jornalismo,
enquanto difusor de informação, carrega consigo instrumentos fornecedores do
conhecimento e que possibilitam a reflexão sobre a realidade. Em seu formato atual,
tem se consolidado como um dos poucos instrumentos de compreensão dos fatos
quotidianos da sociedade.
Ainda que existam desafios para a inserção desses profissionais no mercado de
trabalho do interior, precisamente em Vitória da Conquista no estado da Bahia, a
população considera a atividade fundamental para seu desenvolvimento, seja ele social,
cultural, político nas demais áreas de interesse público.
Compreender como a sociedade avalia o jornalista é fundamental para buscar
novas formas de atuação, por isso com a discussão fundamentada na “ciência”
jornalística e na pesquisa de campo, o artigo proposto analisa uma possível
compreensão populacional acerca do profissional de jornalismo.
2. Breve 7 histórico do jornalismo no Brasil
Mesmo antes do registro oficial sobre o início da imprensa, buscava-se algum
meio de informar e ser informado sobre os mais diversos acontecimentos. Esta
necessidade de informação é própria da vida social, e desde os antigos contadores de
história vê-se nítido o cumprimento desta função . Um exemplo eram os mensageiros
da antiguidade que levavam, oralmente ou por escrito, notícias sobre acontecimentos
diversos . Porém, foi a partir do século XV, com o surgimento dos correios e o
nascimento da impressão, que abriram-se as portas para a imprensa periódica.
Desde então é possível observar o poder que o jornalismo pode exercer. Na
história pode-se detectar Napoleão Bonaparte, como exemplo de reconhecedor da
importância da imprensa, pois além da leitura regular de impressos jornalísticos,
utilizou o poder dos jornais a serviço de sua propaganda, afim de alcançar a França e o
exterior. Mesmo no século XVII, Bonaparte entendeu o jornalismo como uma atividade
profissional que mantém elo direto com a sociedade e a sua formação.
7
Dados históricos extraídos de Imprensa Brasileira – Dois séculos de história. Disponível em:
http://www.anj.org.br; e http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_jornalismo
3. No Brasil, em determinados momentos da história, a imprensa teve papel
fundamental especialmente no que diz respeito à formação de opinião pública. Nos
primeiros registros da imprensa brasileira encontra-se o “Correio Braziliense”, fundado
em 1º de junho, e o “Gazeta do Rio de Janeiro”, em10 de setembro (ambos no ano de
1808). Nessa gênese, era notório o cunho político dos periódicos desde o seu
surgimento. O “Correio”, por exemplo, foi criado por Hipólito José da Costa,
republicano opositor à Família Real que se instalou no Brasil, e a “Gazeta”, criada por
D. João VI e redigido pela Imprensa Régia, surgiu como forma de retaliação. Essa,
portanto, consistiu em uma das primeiras formas de censura de imprensa em terras
brasileiras. Desde a instalação da Impressão Régia no Rio de Janeiro foi estabelecida a
ressalva
(…) se imprimam exclusivamente toda a legislação e papéis
diplomáticos que emanarem de qualquer repartição do meu real
serviço,e se possam imprimir todas e quaisquer obras, ficando
inteiramente pertencendo seu governo e administração à
mesma Secretaria.
A partir de então deu-se uma ferrenha discussão sobre a liberdade de imprensa.
Diversos veículos impressos surgiram em busca de garantir o direito à informação. O
“Sentinela da Liberdade”, criado por Cipriano José Barata de Almeida, parece como o
primeiro jornal republicano brasileiro; o editor João Soares Lisboa se torna o primeiro a
defender a convocação de uma constituinte brasileira e a primeira pessoa processada no
Brasil por abuso da liberdade de imprensa; editor do “Observatório Constitucional”,
Líbero Badaró, com críticas combateu o autoritarismo do Imperador, e foi o primeiro
jornalista assassinado no Brasil em virtude do que escrevia.
No Segundo Reinado, a imprensa finalmente conseguiu alguma liberdade, os
jornais que pregavam a mudança da forma de governo não eram reprimidos, porém no
decorrer da história essa liberdade se mantinha oscilante. Em alguns momentos, como
na República Velha, no Estado Novo e na época do Regime Militar, os jornais tiveram
que se submeter às imposições governamentais.
Apesar da censura, o jornalismo foi reconhecido quanto à sua importância, e
diante de todos estes acontecimentos, o curso de formação superior chegou ao Brasil.
Quase um século depois da criação da primeira Escola de jornalismo, em 1869 na
Virgínia, nasceu a Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, em São Paulo, no
4. ano de 1947. A partir da década de 60, outras instituições passaram também a ministrar
o curso de jornalismo.
No decorrer da história jornalismo se propôs a uma adaptação. Desde às notícias
políticas, informes sociais, culturais e esportivos, até às exigências do mercado. A
concorrência pela preferência do cidadão na escolha de suas fontes de informação
intensificou-se com o surgimento de novas mídias, como a internet, porém essa
profissão continua a ocupar espaço significativo diante dos cidadãos.
3. O jornalismo e sua importância
Mesmo com o avanço tecnológico e as inovações na área da comunicação, o jornalista
permanece em destaque devido a seu perfil de elemento catalisador e transmissor de
informações. Formar e informar com qualidade e responsabilidade deve ser uma das
primícias desse profissional que desenvolve uma investigação profunda de cada
acontecimento, a fim de repassar informações corretas e completas. Em consonância
com essa abordagem, Melo (1998) afirma que o jornalismo pode ser definido como
ciência que estuda o processo de transmissão oportuna de informações da atualidade,
através dos veículos de difusão coletiva. Mas Rocha (1999) vai além, e define o
jornalismo como uma ciência utilizadora de veículos que materializam ideias, com vida
e destinos próprios, e usufrui de uma estrutura e recursos humanos
Dada a importância dessa área de conhecimento, em cada sociedade os
profissionais de jornalismo são determinantes para elevar ou diluir movimentos
coletivos, legitimar ou contestar as relações de poder vigentes. São fundamentais para
contribuir com o desenvolvimento humano, social, econômico e cultural. Por isso, o
jornalista não deve ser caracterizado como um mero tecnicista à executar atividades
rentáveis - o foco está no conhecimento produzido, e não nas características da atividade
- existe uma reflexão acerca do exercício diário da profissão, pois a complexidade não
está nas ferramentas, mas na capacidade intelectual de apreender e compreender os
acontecimentos.
jornalismo é ciência, ainda que a Escola de Frankfurt o tenha como uma “ciência
mal feita”, devido a superficialidade (algo a se corrigir) para falar de diversos assuntos,
trata-se da base de estudo das ciências da comunicação, informação e humanas em geral
(GENRO FILHO,1987). O teórico alemão Otto Groth, um dos pioneiros a reconhecer a
“ciência jornalística” revelou que, diariamente, um profissional dessa área é imbuído
por uma metodologia científica, passos que se repetem independente da sociedade e da
5. cultura específica. O jornalista possui algo em destaque: a forma diferente de revelar a
realidade, ele ilustra detalhes que outros profissionais de diversas áreas de
conhecimento, possivelmente, não conseguiriam perceber, pois não estão habituados
com o relato de fatos singulares, mas no estabelecimento de leis que se apliquem no
todo.
Dentre as ciências o jornalismo se destaca, pois a a comunicação é a base da vida
em sociedade (MELO, 1998). Não há como viver sem informação, sem o trabalho do
jornalismo diário, em tempo real. jornalismo e a sociedade fazem parte de uma mesma
engrenagem, possuem relação estreita e coesa, um depende do outro. A sociedade
caminha juntamente com os avanços na área da comunicação, e os sistemas de
comunicação se desenvolvem de acordo com as demandas dela, po isso, em relato ao
blog Polimídia, Eduardo Meditsch declarou que seria difícil viver sem o jornalista.
(…) se tivéssemos uma greve dos jornalistas de todos
os meios, ou seja, se a sociedade passasse alguns dias
sem o jornalismo. Provavelmente viveríamos uma
sensação de grande insegurança, a boataria seria
incontrolável, e as instituições ficariam ameaçadas.
(MEDITSCH,Disponível:http://polimidia.blog.br/soci
edade-emjornalismo-por-um-dia acesso em maio de
2010)
A comunicação jornalística tem sua importância refletida na organização da vida
quotidiana, o produto jornalístico, entre outras funções, proporciona pontos de vista
sobre a realidade, podem gerar conhecimento e também sugerir, direta ou indiretamente,
respostas para os problemas sociais. De acordo com Sousa (2002) a ação dos meios
jornalísticos, participam da realidade social existente, configuram referentes coletivos e
geram determinados processos modificadores dessa mesma realidade.
4. Desafios na atuação do jornalista no interior
A figura do jornalista está se transformando. O defensor da opinião pública, o
revolucionário, o investigador que está sempre à frente dos acontecimentos e alerta a
toda novidade para prontamente passá-la à sociedade já não é mais o mesmo. O que se
depreende de uma análise da atual situação do ofício do produtor de notícias é que o
mesmo torna-se um trabalhador cada vez mais versátil, que tenta se adaptar às diversas
segmentações do mercado. A demanda é por profissionais cada vez mais
desembaraçados, já que no Brasil as esferas do jornalismo e da comunicação mesclam-
6. se, obrigando o jornalista a adequar-se também a outras funções como assessor,
publicitário e designer.
O problema central da dificuldade de inserção no mercado da comunicação é
que o número de profissionais que se formam é superior às vagas de emprego
disponíveis. Consequentemente, os profissionais tendem a procurar opções alternativas,
penetrando em outros campos da comunicação, ou mesmo tentando fazer o trabalho de
mais de um profissional, o que caracteriza a chamada multifuncionalidade. Na região
sudoeste da Bahia, os jornais em sua maioria funcionam com esse tipo de profissional,
que faz desde a parte jornalística de investigação, redação, fotografia e diagramação da
página até a distribuição do produto final.
Em 17 de Junho de 2009, a obrigatoriedade do diploma em jornalismo para
exercer a profissão foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Este fato só
veio acrescentar dificuldade na penosa inserção do jornalista no mercado de trabalho, já
que, passará a competir com os colegas graduados, com profissionais provisionados ou
com qualquer cidadão que se denomine como tal. A pressão decorrente desta
competição contribui para que o profissional busque trabalhar em vários locais, a fim de
conseguir uma melhor remuneração. Segundo Rainho (2008, p. 18), a atividade
freelance é a que mais cresce na área do jornalismo. Inúmeros fatores contribuem para
esta situação, como a precarização do trabalho, que atinge diversas categorias nessa era
de competitividade acirrada e a já citada desregulamentação das relações trabalhistas.
A conjuntura mercadológica em Vitória da Conquista assemelha-se muito ao
quadro geral. Existem muitos profissionais exercendo a função como freelancers. A
competitividade, o mercado restrito e o tempo são os grandes inimigos do jornalista na
cidade. Outro problema para a classe em âmbito regional, é a falta de um piso salarial
para os profissionais.
A falta de um jornalista, principalmente no Brasil, não
é motivo preponderante para que um veículo de
comunicação exista ou não. O que muitas vezes vale
nesse meio é a possibilidade de lucro que tal veículo
de comunicação vai dar aos seus proprietários. O que
rege os veículos de comunicação - mesmo os grandes,
"dotados" de excelentes jornalista - são políticas de
interesses, onde os principais beneficiários não são os
leitores, mas os posseiros da mídia.(2005, FAGGION).
Observa-se ainda que não há fiscalização nem jornada de trabalho definida e na
maioria das vezes não há carteira assinada. O proprietário do jornal, é também o
7. “jornalista” responsável pela publicação, levando-o muito mais como um negócio,
dando enfoque a publicidade e deixando a produção jornalística de lado. Macário (2005
p. 140) comenta que no sudoeste da Bahia predomina o semanário, e acrescenta que as
redações dos pequenos jornais geralmente não têm mais que quatro repórteres, sendo a
grande maioria destes não efetivados e não formados. O mercado de jornalismo
impresso é muito restrito na região e um dos maiores impedimentos ao seu crescimento
é a falta de interesse do público em relação à leitura. Os jornais têm poucos assinantes e
raras pessoas o compram. O desinteresse da população pelo impresso em Vitória da
Conquista pode ter sua parcela de contribuição no desenvolvimento do webjornalismo,
pois atualmente a cidade conta com vários blogs que discutem e informam sobre os
acontecimentos locais e regionais.
Além da dificuldade existente com o público, o jornalismo regional acaba quase
sempre tendo que se envolver com a política local, fato que pode acabar
comprometendo a liberdade que deveria ser assegurada ao profissional que trabalha com
a informação. Em Vitória da Conquista a imprensa surgiu atrelada à política e em meio
a tragédias promovidas pelos coronéis que não aceitavam denúncias. Sobre isso,
comenta Macário (2005, p. 152) que “não é possível que uma profissão de tamanha
responsabilidade continue sendo maculada em nome de uma falsa liberdade de
expressão, sem que haja uma limpeza em nome da moralidade e da ética”. Muitas vezes,
a saída mais próxima é migrar para os mercados menos explorados, como o jornalismo
empresarial ou as assessorias de comunicação, o que tem acontecido com muita
frequência.
De acordo com Rainho (2008, p.107), em qualquer situação que se encontre o
jornalista, é importante conhecer o mercado autônomo. Se não é freelancer hoje, pode
ser a médio ou curto prazo. O profissional empreendedor tem mais chances de conseguir
seu espaço, porque a inovação é a grande exigência do mercado. No interior,
encontramos cada vez mais presente esta realidade, o profissional de comunicação deve
estar preparado para desempenhar diversas funções e lutar pelo seu lugar.
5. Metodologia
A seguinte pesquisa foi realizada de acordo a metodologia da pesquisa
quantitativa discursiva. Em primeiro momento foi utilizada a pesquisa exploratória de
dados com a população da cidade de Vitória da Conquista, que ultrapassa 300 mil
habitantes. Para a coleta de dados, foram aplicados 246 questionários em cinco bairros
8. residenciais e comerciais - Bairro Brasil, São Vicente, Centro, Recreio e Alto Maron - a
fim de obter coerência nos resultados, no que se refere à diversidade social e cultural.
A pesquisa deixou evidente algumas questões discutidas, que até então não
possuíam dados comprovatórios. Através dela foi possível detectar algumas facetas da
atual conjuntura do jornalismo produzido e consumido no interior do Estado. Ideias pré-
concebidas, estereotipadas, idealizadas e também realistas a respeito de questões que
circundam a relação da sociedade com o jornalismo puderam ser avaliadas através de
uma amostra com 5% de margem de erro.
5.1 Análise e discussão dos dados
O primeiro dado encontrado refere-se ao hábito de leitura do conquistense.
Apenas 1,6% dos entrevistados afirmaram que leem jornais diariamente, 12,6%
garantiram que fazem a leitura algumas vezes por semana e a maior parte está entre os
que raramente fazem uso desse veículo e os que nunca o utilizam, respectivamente
47,5% e 35,8%. Dado que pode ser confirmado a partir de outro quesito da pesquisa, o
qual constatou que 55,2% dos entrevistados utilizam a televisão como fonte de
informação diária e 34,9% a internet (o que mostra a evidência da consolidação do
jornalismo digital na contemporaneidade), sendo a parcela final dividida entre rádio,
jornal e revista.
Gráfico 1. Você lê Jornais?
Sim, diariamente - 1,6%
Sim, algumas vezes por
semana - 12,6%
Somente aos domingos
- 2%
Sim, mas raramente -
47,5%
Nunca - 35,8%
Fonte: Pesquisa de campo executada pelos alunos do 6° semestre de Comunicação Social/Jornalismo da
Uesb. Maio de 2010
9. Gráfico 2. Que meio você mais utiliza para se manter atualizado sobre os acontecimentos do mundo
contemporâneo?
Jornais - 3%
Revistas - 3,6%
Televisão - 55,2%
Rádio - 5,6%
Internete - 34,9%
Outros - 0,4%
Fonte: Pesquisa de campo executada pelos alunos do 6° semestre de Comunicação Social/Jornalismo da
Uesb. Maio de 2010
Acerca da profissão de jornalista a amostra demonstrou imagens estereotipadas
quanto à indagação: “você gostaria de ser um jornalista?”. No leque de respostas obtido
pôde-se observar conclusões como: “Sim, porque jornalista ganha bem”, “Não, porque
eu não tenho cara de pau”. Contudo, quando o questionamento voltou-se para o que é
necessário para ser um jornalista, a maioria a considerou a necessidade do curso
superior em jornalismo, em contrapartida ao serem solicitados para citar o nome de
algum jornalista atuante, a maioria das respostas contemplaram profissionais sem
formação acadêmica, provisionados e estudantes de jornalismo. No entanto, constata-se
também que para a maioria da população o jornalista é um profissional detentor de
muito conhecimento, corajoso, honesto, preocupado com a sociedade, que se comunica
de forma clara.
A natureza e a finalidade do jornalismo continuam
sendo apurar tudo que está acontecendo para contar à
sociedade, da forma mais honesta possível. Esta é a
função do jornalista, quaisquer que sejam as
plataformas, as tecnologias.(CASTRO, 2008)
Gráfico 3: Você sabe o que é preciso para ser um jornalista?
10. Não sei - 23,1%
Estudo - 15%
Curso superior - 28,8%
Coragem e honestidade -
5,6%
Vocação/aptidão - 10,5%
Redigir e se comunicar bem -
3,6%
Outros - 15,8%
Fonte: Pesquisa de campo executada pelos alunos do 6° semestre de Comunicação Social/Jornalismo da
Uesb. Maio de 2010
A representação gráfica apresenta os profissionais mais citados no que se refere
à atuação em Vitória da Conquista, Herzem Gusmão e Judson Almeida, porém trata-se
de provisionado e estudante de jornalismo respectivamente. Apesar de 28,8% dos
entrevistados considerarem que o diploma de jornalismo é necessário para que uma
pessoa se torne jornalista, essa amostra evidencia que os mesmos não sabem distinguir
entre o profissional que concluiu a graduação e o não formado.
Gráfico 3: Você poderia citar um nome de algum jornalista que atua na cidade de Vitória da Conquista?
Não sabe, não lembra -
30,8%
Herzen Gusmão -
19,5%
Judson Almeida -
18,2%
Nildo Freitas - 4%
Liliane Lourenço -
3,6%
Daniela Oliveira - 4,4%
Zenon Barbosa - 5,1%
Daniel Silva - 2%
Outros - 10,9%
Fonte: Pesquisa de campo executada pelos alunos do 6° semestre de Comunicação Social/Jornalismo da
Uesb. Maio de 2010
Outra questão, que para essa análise possui maior relevância, aprecia a opinião
da sociedade quanto à importância do jornalismo. Nesse quesito ficou evidenciado que,
apesar do desconhecimento de um conceito específico para a profissão, 98,7% dos
entrevistados apontaram a profissão como importante para a sociedade, principalmente
pelo seu caráter de utilidade pública, quando este expõe à sociedade os acontecimentos
de relevância à população.
11. Gráfico 4: A profissão de jornalismo é importante para a sociedade?
Sim - 98,7%
Não - 1,3%
Não sei
Fonte: Pesquisa de campo executada pelos alunos do 6° semestre de Comunicação Social/Jornalismo da
Uesb. Maio de 2010
6. Considerações finais
Esta breve análise bibliográfica e pesquisa populacional mostra que há uma reflexão no
meio acadêmico, mas também na população sobre as relações entre jornalismo e
sociedade. Uma possível leitura comum dos autores e dos resultados da pesquisa é de
que o jornalismo tem papel fundamental, visto que é essencial na transmissão de
informações e na construção formadora de opinião frente à sociedade.
Quanto ao mercado de trabalho do jornalista em Vitória da Conquista, à
semelhança nacional, ele está ligado à lógica de extensas jornadas de trabalho, altas
oscilações salariais e contratações sem vínculo empregatício. Contudo, fica sabido que a
profissão e formação do jornalista é de interesse da sociedade, visto que ela avalia a
profissão como responsável pela disseminação coerente do conhecimento e das
informações.
Portanto, procurou-se através desse estudo integrar a discussão que, em muitos
momentos é vista como corriqueira, através da análise teórica amparada por
considerações sociais, afim de obter coerência nos resultados apresentados e
desmitificar a ideia de que a sociedade não reconhece o jornalista como ele o é para a
academia.
12. 7. Referências Bibliográficas
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palestras do XII Seminário de Comunicação Banco do Brasil, 2008.
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