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INSTITUTO INTERDIOCESANO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA
WELLINTON CORDEIRO DE PAULA
A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE
VITÓRIA
2021
INSTITUTO INTERDIOCESANO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA
WELLINTON CORDEIRO DE PAULA
A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE
Trabalho apresentado ao Prof. Me. Pe. Rogério
Guimarães de Almeida Cunha, do Curso de Teologia do
Instituto Interdiocesano de Filosofia e Teologia, como
requisito parcial das exigências para a conclusão da
disciplina de Metodologia da Pesquisa Teológica.
VITÓRIA
2021
INTRODUÇÃO
O saber teológico é o conhecimento que se tem sobre Deus (sabedoria), ou um auxílio para a
compreensão de Deus – das coisas de Deus. Lembrando que uma ciência ou área do
conhecimento tem seus objetos de estudo definidos. Em teologia, isso não ocorre porque Deus
não é objeto, ou melhor, não é possível estudar Deus diretamente, mas estuda aquilo que se
pode observar e se torna atual, as representações sociais do divino nas mais diversas culturas.
Podendo ser sistemática (ou dogmática), organizando-se em temas, fatos teológicos e forma um
sistema de estudos específicos. Também há a teologia bíblica, que estuda textos com base na
arqueologia, história e geografia dos tempos bíblicos.
Partindo desse esboço, o conhecimento teológico, bem como seu método, ou seja, entender o
“fazer teologia”, faz-se necessário uma vez que, a teologia é algo para iluminar a mente humana
no saber divino, ou seja, na busca de uma compreensão sobre Deus. Isso nos permite dizer que
ela não é meramente uma ciência de Deus, e sim uma sabedoria. Sabedoria, pois busca sempre
intermediar a relação entre o conhecimento humano e o Mistério de Deus.
E para exemplificar esse “fazer teologia” tem-se este presente trabalho, que buscou mostrar o
método teológico aplicado no livro em questão, bem como a área da teologia, qual a disciplina
teológica de cada objeto, quais os principais teólogos que tratam dos objetos encontrados,
mostrando o argumento que o autor usou para justificar sua tese. Bem como responder, de forma
discorrida, as perguntas que nortearam este estudo.
1. Objeto formal e objeto material
A teologia sistemática é o estudo das coisas de Deus de uma maneira sistemática e
ordenada, onde não apenas consideramos o que esse e aquele texto dizem, mas onde
consideramos tudo o que a Palavra diz sobre a revelação, depois tudo o que a Palavra
nos diz sobre quem Deus é, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Jesus é, e
depois tudo o que ele fez por nós. Depois, a teologia sistemática prossegue para
considerar a doutrina do homem, do pecado, da santificação, dos sacramentos, da igreja
e do fim dos tempos. Teologia sistemática é uma maneira de olhar para a revelação de
Deus que fortemente afirma a coerência e consistência de tudo o que Deus revela. É uma
tentativa de colocar todos os textos em seu contexto último — todos os outros textos.
Nessa perspectiva, Bruno Forte no seu livro A Igreja ícone da Trindade, traz uma
linguagem Sistemática no debate teológico que ele propôs: Trindade e Eclesiologia. A
teologia é uma ciência e como tal tem suas características próprias, ela mesmo tendo as
suas características específicas, comporta em si alguns dos critérios aceitos normalmente
como do conhecimento científico: objeto formal e o objeto material. Tendo por base o
que fora brevemente apresentado, consideramos como objeto material da teologia
enquanto ciência, Deus e todas as coisas a Ele associadas. Na verdade, a teologia não
possui um objeto específico eleito dentre os outros, pois tudo é passível de estudos para
um teólogo, já que Deus é a totalidade de todas as coisas. Para melhor compreensão
pode-se dividir o objeto material da teologia em primário: Deus; e secundário: tudo que
por Ele foi criado.
Já o objeto formal da teologia indica o ponto de vista, ou a luz intelectual sob a qual o
objeto é analisado, desta forma, consideramos como objeto formal da teologia, Deus
revelado. Sua importância deriva justamente do dado da revelação que dá sentido ao
estudo dos vários objetos secundários na tentativa teológica de compreender a totalidade
pelo vínculo da verdade à luz da revelação. É, pois a revelação que dá sentido ao estudo
teológico.
Como confirmado no livro de Boff (1998)1, que define o objeto material “[...]do ‘que’
de um saber (objetum quod)” (p.41), ou seja, aquilo do qual se trata, o que é estudado; e
o objeto formal, “aqui temos não o ‘que’, mas sim o ‘como’ de um saber” (p.41), é a
maneira que se é tratada o objeto material, ou seja, como é estudado. Assim entendemos
que o principal objeto de Estudo: a Revelação de Deus nas Escrituras; “é o Deus vivo, e
a vida do teólogo não pode deixar de ser marcada pelo esforço constante para conhecer
o Deus vivo. O teólogo não pode excluir da sua própria vida o esforço para compreender
toda a realidade em relação a Deus” (n.93).2
Mas para Boff o que importa não é meramente isso, mas como tratamos disso; ou seja,
importa a forma como é estudado a Revelação. Dentro da teologia podemos encontrar
várias ramificações, por exemplo: a escatologia, que vem tratar dos fins do tempo, a
Cristologia que trata propriamente de Cristo, a epistemologia – o Espirito Santo, entre
outras. Tendo por primeiro o Deus e seguindo das coisas por Ele criado.
1 BOFF, Clodovis. Teoria do Método Teológico: versão didática. 5. ed.
Petrópolis: Vozes, 1998.
2 Teologia hoje: Perspectivas,princípios e critérios, 2012 (vatican.va)
Partindo disso, no livro de estudo: A Igreja ícone da Trindade de Bruno Forte,
percebemos que o objeto formal é a Trindade (com suas “ramificações: pneumatologia e
cristologia) e objeto material é a Eclesiologia (igreja e suas formas se serem igreja).
Isso já é percebido no início do texto do livro, pois Forte nos apresenta que
A Igreja provém da Trindade, é estruturada à imagem da Trindade e ruma
para o acabamento trinitário da história. Vinda do alto ("oriens ex alto"),
plasmada pelo alto e rumo ao alto ("Regnum Dei praesens in mysterio", LG
3), a Igreja não se reduz às coordenadas da história, do visível e do
disponível. A igreja vemda Trindade: a Igreja vem da Trindade: o universal
desígnio salvífico do Pai (LG 2), a missão do Filho (LG3), a obra
santificante do Espírito (LG 4) edifica a Igreja como “mistério”, obra divina
no tempo dos homens, preparada desde as origens (FORTE, 1987, p. 9).
Assim conseguimos entender, que o mistério da Trindade – união das três Pessoas
Divinas (Deus: Pai, Filho e Espirito Santo) – é um mistério de comunhão, essa mesma
comunhão a igreja quer do seu povo a luz da mesma Trindade, transformando-a num
lugar de encontro entre as coisas do Alto e as da terra (céu e a terra).
Isso é justificado pois o Autor discorre seu pensamento teleológico baseando no Grande
Concílio (Vaticano II). Assim ao deparar com a Lumen Gentium3, conseguimos
entende que o lugar desse encontro, que oriunda tudo, se instala na unidade, assim, é
possível entender as questões eclesiológicas e a relação Trinitária que Forte apresenta,
A Igreja se oferece como o lugar do encontro entre a iniciativa divina e a
obra humana, a presença da Trindade no tempo e do tempo na Trindade,
irredutível a uma abordagem puramente humana, não obstante serIgreja de
homens plenamente viventes na história. (FORTE, 1987, p. 17)
Bruno forte, demonstra que a Igreja é chamada a ser comunidade de comunhão pois
vem da Trindade e tende à união com Ela, se organiza a partir dela. Assim, é possível
compreender que a Igreja é sacramento visível da Trindade invisível, imagem dessa
comunidade perfeita de Amor, que se faz no e do tempo no transmigrar da história.
2. Autores Que Tratam Dos Objetos
Como observado, Bruno forte, traz esses dois objetos de estudos, a Trindade e a
Eclesiologia (igreja); porém também existe outros autores que tratam dessa mesma
temática, abaixo ficou elencando alguns desses autores e uma de suas obras que tratam
desse assunto.
2.1.Eclesiologia:
 Antônio José de Almeida: Lumen Gentium, a transição necessária;
 Faustino Luiz Couto Teixeira: A Gênese das CEBs no Brasil;
 João Batista Libanio: Concílio Vaticano II. Em busca de uma primeira
compreensão;
3 A Lumen Gentium é um dos mais importantes textos do Concílio Vaticano II. O texto desta constituição
dogmática foi demoradamente discutido durante a segunda sessão do Concílio. O seu tema é a natureza e a
constituição da Igreja, não só enquanto instituição, mas também como corpo místico de Cristo.
 João Décio Passos: Sujeitos no mundo e na Igreja;
 Jon Sobrino: Resurreccion de la verdadera Iglesia;
 Karl Rahner: Cambio estructural en la Iglesia;
 Leonardo Boff: Eclesiogênese: A Reinvenção Da Igreja; As comunidades
eclesiais de Base reinventam a Igreja:
 Maria Carmelita de Freitas: Uma Opção renovadora.
 Tradição Apostólica de Hipólito de Roma;
 Víctor Codina: Para compreender a Eclesiologia a partir da América Latina.
2.2.Trindade:
 Antonio González: Trinidad y Liberación;
 Gisbert Greshake: El Dios uno y trino;
 Gonzalo Zarazaga: Dios es Comunión;
 Jon Sobrino: Jesus na América Latina; Jesus, O Libertador;
 Leonardo Boff: A Trinidade e a sociedade;
 Marcelo González: La Trinidad: un nuevo nombre para Dios;
 Matthias Josef Scheeben: Los misterios del cristianismo;
 Moltmann Jurgen: Trinidad Y Reino De Dios
 Santo Agostinho: Trindade;
 Víctor Codina: Creio No Espirito Santo; Não extingais o Espirito Santo;
3. Fontes teológicas
Ao longo do livro Introdução do Método Teológico de Jared Wicks, são
apresentadas as fontes da Teologia: a Sagrada Escritura (Palavra de Deus escrita
por inspiração do Espírito Santo), a Tradição da Igreja e o Magistério da Igreja. O
dado da revelação estar presente em todas, é através dessas fontes que o(a)
teólogo(a), consegue fazer teologia, através da relação de ambas. A Sagrada
Escritura deve estar unida à Tradição para entregar o verdadeiro sentido dos
textos. A Tradição é o depósito da fé, é formada por um conjunto de testemunhos
dados e que ainda hoje dão, da fé da Igreja.
Nesse sentido, a Igreja é a certeza do revelado, da Escritura porque a Tradição recebe
a Palavra de Deus para que os iluminados a conservem, exponham e difundam, a todos.
Quanto ao Magistério,foi conferido dever de interpretar e de certa forma legislar,
autenticamente a Palavra de Deus, e o exercer em nome de Jesus Cristo (Palavra
Revelada/encarnada), buscando conservar o depósito da fé em toda sua
integridade. Protege-o do erro, julga com autoridade as interpretações da
revelação que oferece a Teologia e o oferece considerações e desenvolvimentos
em torno da fé.
Assim, a Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério são veículos de escuta e
transmissão daquilo que é a verdade de Deus revelado e estão tão unidos que nenhuma
pode subsistir sem os outros. Por último, o(a) teólogo(a), deve saber relacionar com
essas fontes, ouvir as Sagradas Escrituras, continuar a Tradição, estando atento com o
magistério, porém vivendo o seu tempo, fazendo sua história, olhando a realidade; é
certo que pode ajudar e colaborar a entender melhor como essas verdades se
interpretam e vivem dentro da Igreja com o transcurso do tempo, tendo dessa maneira
uma pluralidade teológica.
Ao longo do seu livro, Bruno Forte (1987) relaciona muito bem essas fontes.
 Ele ultiliza muito da fonte do Magistério, sobretudo documento pós Concílio Vaticano
II, “Obinômio hierarquia-laicato reporta-se à diferença de essência e não apenas de
grau entre sacerdócio comum e sacerdócio hierárquico e, ao mesmo tempo, à sua
recíproca ordenação: ‘O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou
hierárquico ordenam-se um ao outro, embora se diferenciem na essência e não apenas
em grau. Pois ambos participam, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo’
(LG 10)” (p.32);
 Bem como é percebibo a associação que faz por base da Sagrada escritura: “Assim,
Cristo Cabeça, ministro da unidade do seu corpo eclesial, é representado pelo
ministério ordenado, constituído, a fim de que os fiéis ‘se unissem num só corpo, em
que todos os membros não desempenham a mesma atividade’ (Rm 12,4)” (p.33);
 Também recorendo a tradição: “A plenitude no mistério que é a Igreja, a sua
‘catolicidade’ se realiza em tudo na Igreja local. A Igreja universal, comunhão de
Igrejas locais, cada uma das quais plenamente Igreja, é una na diversidade, comunhão
em Cristo e no Espírito na variedade das realizações locais. A própria comunhão
católica das Igrejas não exclui, porém, que a Igreja possa realizar-se também em outras
Igrejas locais que não estejam em comunhão histórica com Roma.” (p.73).
4. Apecto da Vida Concreta
Ao nos deparar com este livro, é facil pecerber uma relação com a vida concreta isso
se dá pois se tem a questão da laicidade, (da e na igreja e a do mundo que é acolhida na
igreja) o que chamamos de sacerdócio comum dos fieis. Forte (1987, p.44) alerta para
a questão do eclesiocentrismo, isso “deve ser aqui supeado mediante uma eclesiogia
dialógica e ministerial”. Fato é, que a realidade odierna, mais que nunca, convida a essa
reflexão sobre o que nos iguala como filhos de Deus, no magistério de Francisco, a
igreja propoe uma abertura ao outro, ao passo que promove (está promovendo) um
dialogo, seja esse dialogo interno da igreja com os leigos no processo de Sinodalidade,
seja inter-religioso num processo de Ecumenismo. Isso, pois a tematica que gira o
Livro, como já apresentado é da Igreja como lugar de encontra e de unidade, e assim
deve ser, sobetudo com o outro.
REFERÊNCIAS
BOFF, Clodovis. Teoria do Método Teológico: versão didática. 5. ed. Petrópolis:
Vozes, 1998
COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL. Teologia hoje: Perspectivas,
princípios e critérios, 2012 (vatican.va) Acesso em: (20/09/2021). Disponível em:
<https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_cti_doc
_20111129_teologia-
oggi_po.html#1.3._Teologia,_a_compreens%C3%A3o_da_f%C3%A9_>
FORTE, Bruno. A Igreja ícone da Trindade. São Paulo: Loyola, 1987.
TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Acesso em: (22/11). Disponível em:
<http://teologicalatinoamericana.com/?cat=40>
WICKS, Jared. Introdução do Método Teológico. Traduzido por Nadyr de Salleles
Penteado. 4. ed. São Paulo: Loyola, 1999.

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A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE.docx

  • 1. INSTITUTO INTERDIOCESANO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA WELLINTON CORDEIRO DE PAULA A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE VITÓRIA 2021
  • 2. INSTITUTO INTERDIOCESANO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA WELLINTON CORDEIRO DE PAULA A IGREJA ÍCONE DA TRINDADE Trabalho apresentado ao Prof. Me. Pe. Rogério Guimarães de Almeida Cunha, do Curso de Teologia do Instituto Interdiocesano de Filosofia e Teologia, como requisito parcial das exigências para a conclusão da disciplina de Metodologia da Pesquisa Teológica. VITÓRIA 2021
  • 3. INTRODUÇÃO O saber teológico é o conhecimento que se tem sobre Deus (sabedoria), ou um auxílio para a compreensão de Deus – das coisas de Deus. Lembrando que uma ciência ou área do conhecimento tem seus objetos de estudo definidos. Em teologia, isso não ocorre porque Deus não é objeto, ou melhor, não é possível estudar Deus diretamente, mas estuda aquilo que se pode observar e se torna atual, as representações sociais do divino nas mais diversas culturas. Podendo ser sistemática (ou dogmática), organizando-se em temas, fatos teológicos e forma um sistema de estudos específicos. Também há a teologia bíblica, que estuda textos com base na arqueologia, história e geografia dos tempos bíblicos. Partindo desse esboço, o conhecimento teológico, bem como seu método, ou seja, entender o “fazer teologia”, faz-se necessário uma vez que, a teologia é algo para iluminar a mente humana no saber divino, ou seja, na busca de uma compreensão sobre Deus. Isso nos permite dizer que ela não é meramente uma ciência de Deus, e sim uma sabedoria. Sabedoria, pois busca sempre intermediar a relação entre o conhecimento humano e o Mistério de Deus. E para exemplificar esse “fazer teologia” tem-se este presente trabalho, que buscou mostrar o método teológico aplicado no livro em questão, bem como a área da teologia, qual a disciplina teológica de cada objeto, quais os principais teólogos que tratam dos objetos encontrados, mostrando o argumento que o autor usou para justificar sua tese. Bem como responder, de forma discorrida, as perguntas que nortearam este estudo.
  • 4. 1. Objeto formal e objeto material A teologia sistemática é o estudo das coisas de Deus de uma maneira sistemática e ordenada, onde não apenas consideramos o que esse e aquele texto dizem, mas onde consideramos tudo o que a Palavra diz sobre a revelação, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Deus é, depois tudo o que a Palavra nos diz sobre quem Jesus é, e depois tudo o que ele fez por nós. Depois, a teologia sistemática prossegue para considerar a doutrina do homem, do pecado, da santificação, dos sacramentos, da igreja e do fim dos tempos. Teologia sistemática é uma maneira de olhar para a revelação de Deus que fortemente afirma a coerência e consistência de tudo o que Deus revela. É uma tentativa de colocar todos os textos em seu contexto último — todos os outros textos. Nessa perspectiva, Bruno Forte no seu livro A Igreja ícone da Trindade, traz uma linguagem Sistemática no debate teológico que ele propôs: Trindade e Eclesiologia. A teologia é uma ciência e como tal tem suas características próprias, ela mesmo tendo as suas características específicas, comporta em si alguns dos critérios aceitos normalmente como do conhecimento científico: objeto formal e o objeto material. Tendo por base o que fora brevemente apresentado, consideramos como objeto material da teologia enquanto ciência, Deus e todas as coisas a Ele associadas. Na verdade, a teologia não possui um objeto específico eleito dentre os outros, pois tudo é passível de estudos para um teólogo, já que Deus é a totalidade de todas as coisas. Para melhor compreensão pode-se dividir o objeto material da teologia em primário: Deus; e secundário: tudo que por Ele foi criado. Já o objeto formal da teologia indica o ponto de vista, ou a luz intelectual sob a qual o objeto é analisado, desta forma, consideramos como objeto formal da teologia, Deus revelado. Sua importância deriva justamente do dado da revelação que dá sentido ao estudo dos vários objetos secundários na tentativa teológica de compreender a totalidade pelo vínculo da verdade à luz da revelação. É, pois a revelação que dá sentido ao estudo teológico. Como confirmado no livro de Boff (1998)1, que define o objeto material “[...]do ‘que’ de um saber (objetum quod)” (p.41), ou seja, aquilo do qual se trata, o que é estudado; e o objeto formal, “aqui temos não o ‘que’, mas sim o ‘como’ de um saber” (p.41), é a maneira que se é tratada o objeto material, ou seja, como é estudado. Assim entendemos que o principal objeto de Estudo: a Revelação de Deus nas Escrituras; “é o Deus vivo, e a vida do teólogo não pode deixar de ser marcada pelo esforço constante para conhecer o Deus vivo. O teólogo não pode excluir da sua própria vida o esforço para compreender toda a realidade em relação a Deus” (n.93).2 Mas para Boff o que importa não é meramente isso, mas como tratamos disso; ou seja, importa a forma como é estudado a Revelação. Dentro da teologia podemos encontrar várias ramificações, por exemplo: a escatologia, que vem tratar dos fins do tempo, a Cristologia que trata propriamente de Cristo, a epistemologia – o Espirito Santo, entre outras. Tendo por primeiro o Deus e seguindo das coisas por Ele criado. 1 BOFF, Clodovis. Teoria do Método Teológico: versão didática. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. 2 Teologia hoje: Perspectivas,princípios e critérios, 2012 (vatican.va)
  • 5. Partindo disso, no livro de estudo: A Igreja ícone da Trindade de Bruno Forte, percebemos que o objeto formal é a Trindade (com suas “ramificações: pneumatologia e cristologia) e objeto material é a Eclesiologia (igreja e suas formas se serem igreja). Isso já é percebido no início do texto do livro, pois Forte nos apresenta que A Igreja provém da Trindade, é estruturada à imagem da Trindade e ruma para o acabamento trinitário da história. Vinda do alto ("oriens ex alto"), plasmada pelo alto e rumo ao alto ("Regnum Dei praesens in mysterio", LG 3), a Igreja não se reduz às coordenadas da história, do visível e do disponível. A igreja vemda Trindade: a Igreja vem da Trindade: o universal desígnio salvífico do Pai (LG 2), a missão do Filho (LG3), a obra santificante do Espírito (LG 4) edifica a Igreja como “mistério”, obra divina no tempo dos homens, preparada desde as origens (FORTE, 1987, p. 9). Assim conseguimos entender, que o mistério da Trindade – união das três Pessoas Divinas (Deus: Pai, Filho e Espirito Santo) – é um mistério de comunhão, essa mesma comunhão a igreja quer do seu povo a luz da mesma Trindade, transformando-a num lugar de encontro entre as coisas do Alto e as da terra (céu e a terra). Isso é justificado pois o Autor discorre seu pensamento teleológico baseando no Grande Concílio (Vaticano II). Assim ao deparar com a Lumen Gentium3, conseguimos entende que o lugar desse encontro, que oriunda tudo, se instala na unidade, assim, é possível entender as questões eclesiológicas e a relação Trinitária que Forte apresenta, A Igreja se oferece como o lugar do encontro entre a iniciativa divina e a obra humana, a presença da Trindade no tempo e do tempo na Trindade, irredutível a uma abordagem puramente humana, não obstante serIgreja de homens plenamente viventes na história. (FORTE, 1987, p. 17) Bruno forte, demonstra que a Igreja é chamada a ser comunidade de comunhão pois vem da Trindade e tende à união com Ela, se organiza a partir dela. Assim, é possível compreender que a Igreja é sacramento visível da Trindade invisível, imagem dessa comunidade perfeita de Amor, que se faz no e do tempo no transmigrar da história. 2. Autores Que Tratam Dos Objetos Como observado, Bruno forte, traz esses dois objetos de estudos, a Trindade e a Eclesiologia (igreja); porém também existe outros autores que tratam dessa mesma temática, abaixo ficou elencando alguns desses autores e uma de suas obras que tratam desse assunto. 2.1.Eclesiologia:  Antônio José de Almeida: Lumen Gentium, a transição necessária;  Faustino Luiz Couto Teixeira: A Gênese das CEBs no Brasil;  João Batista Libanio: Concílio Vaticano II. Em busca de uma primeira compreensão; 3 A Lumen Gentium é um dos mais importantes textos do Concílio Vaticano II. O texto desta constituição dogmática foi demoradamente discutido durante a segunda sessão do Concílio. O seu tema é a natureza e a constituição da Igreja, não só enquanto instituição, mas também como corpo místico de Cristo.
  • 6.  João Décio Passos: Sujeitos no mundo e na Igreja;  Jon Sobrino: Resurreccion de la verdadera Iglesia;  Karl Rahner: Cambio estructural en la Iglesia;  Leonardo Boff: Eclesiogênese: A Reinvenção Da Igreja; As comunidades eclesiais de Base reinventam a Igreja:  Maria Carmelita de Freitas: Uma Opção renovadora.  Tradição Apostólica de Hipólito de Roma;  Víctor Codina: Para compreender a Eclesiologia a partir da América Latina. 2.2.Trindade:  Antonio González: Trinidad y Liberación;  Gisbert Greshake: El Dios uno y trino;  Gonzalo Zarazaga: Dios es Comunión;  Jon Sobrino: Jesus na América Latina; Jesus, O Libertador;  Leonardo Boff: A Trinidade e a sociedade;  Marcelo González: La Trinidad: un nuevo nombre para Dios;  Matthias Josef Scheeben: Los misterios del cristianismo;  Moltmann Jurgen: Trinidad Y Reino De Dios  Santo Agostinho: Trindade;  Víctor Codina: Creio No Espirito Santo; Não extingais o Espirito Santo; 3. Fontes teológicas Ao longo do livro Introdução do Método Teológico de Jared Wicks, são apresentadas as fontes da Teologia: a Sagrada Escritura (Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo), a Tradição da Igreja e o Magistério da Igreja. O dado da revelação estar presente em todas, é através dessas fontes que o(a) teólogo(a), consegue fazer teologia, através da relação de ambas. A Sagrada Escritura deve estar unida à Tradição para entregar o verdadeiro sentido dos textos. A Tradição é o depósito da fé, é formada por um conjunto de testemunhos dados e que ainda hoje dão, da fé da Igreja. Nesse sentido, a Igreja é a certeza do revelado, da Escritura porque a Tradição recebe a Palavra de Deus para que os iluminados a conservem, exponham e difundam, a todos. Quanto ao Magistério,foi conferido dever de interpretar e de certa forma legislar, autenticamente a Palavra de Deus, e o exercer em nome de Jesus Cristo (Palavra Revelada/encarnada), buscando conservar o depósito da fé em toda sua integridade. Protege-o do erro, julga com autoridade as interpretações da
  • 7. revelação que oferece a Teologia e o oferece considerações e desenvolvimentos em torno da fé. Assim, a Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério são veículos de escuta e transmissão daquilo que é a verdade de Deus revelado e estão tão unidos que nenhuma pode subsistir sem os outros. Por último, o(a) teólogo(a), deve saber relacionar com essas fontes, ouvir as Sagradas Escrituras, continuar a Tradição, estando atento com o magistério, porém vivendo o seu tempo, fazendo sua história, olhando a realidade; é certo que pode ajudar e colaborar a entender melhor como essas verdades se interpretam e vivem dentro da Igreja com o transcurso do tempo, tendo dessa maneira uma pluralidade teológica. Ao longo do seu livro, Bruno Forte (1987) relaciona muito bem essas fontes.  Ele ultiliza muito da fonte do Magistério, sobretudo documento pós Concílio Vaticano II, “Obinômio hierarquia-laicato reporta-se à diferença de essência e não apenas de grau entre sacerdócio comum e sacerdócio hierárquico e, ao mesmo tempo, à sua recíproca ordenação: ‘O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico ordenam-se um ao outro, embora se diferenciem na essência e não apenas em grau. Pois ambos participam, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo’ (LG 10)” (p.32);  Bem como é percebibo a associação que faz por base da Sagrada escritura: “Assim, Cristo Cabeça, ministro da unidade do seu corpo eclesial, é representado pelo ministério ordenado, constituído, a fim de que os fiéis ‘se unissem num só corpo, em que todos os membros não desempenham a mesma atividade’ (Rm 12,4)” (p.33);  Também recorendo a tradição: “A plenitude no mistério que é a Igreja, a sua ‘catolicidade’ se realiza em tudo na Igreja local. A Igreja universal, comunhão de Igrejas locais, cada uma das quais plenamente Igreja, é una na diversidade, comunhão em Cristo e no Espírito na variedade das realizações locais. A própria comunhão católica das Igrejas não exclui, porém, que a Igreja possa realizar-se também em outras Igrejas locais que não estejam em comunhão histórica com Roma.” (p.73). 4. Apecto da Vida Concreta Ao nos deparar com este livro, é facil pecerber uma relação com a vida concreta isso se dá pois se tem a questão da laicidade, (da e na igreja e a do mundo que é acolhida na igreja) o que chamamos de sacerdócio comum dos fieis. Forte (1987, p.44) alerta para a questão do eclesiocentrismo, isso “deve ser aqui supeado mediante uma eclesiogia dialógica e ministerial”. Fato é, que a realidade odierna, mais que nunca, convida a essa reflexão sobre o que nos iguala como filhos de Deus, no magistério de Francisco, a igreja propoe uma abertura ao outro, ao passo que promove (está promovendo) um dialogo, seja esse dialogo interno da igreja com os leigos no processo de Sinodalidade, seja inter-religioso num processo de Ecumenismo. Isso, pois a tematica que gira o Livro, como já apresentado é da Igreja como lugar de encontra e de unidade, e assim deve ser, sobetudo com o outro.
  • 8. REFERÊNCIAS BOFF, Clodovis. Teoria do Método Teológico: versão didática. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1998 COMISSÃO TEOLÓGICA INTERNACIONAL. Teologia hoje: Perspectivas, princípios e critérios, 2012 (vatican.va) Acesso em: (20/09/2021). Disponível em: <https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_cti_doc _20111129_teologia- oggi_po.html#1.3._Teologia,_a_compreens%C3%A3o_da_f%C3%A9_> FORTE, Bruno. A Igreja ícone da Trindade. São Paulo: Loyola, 1987. TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Acesso em: (22/11). Disponível em: <http://teologicalatinoamericana.com/?cat=40> WICKS, Jared. Introdução do Método Teológico. Traduzido por Nadyr de Salleles Penteado. 4. ed. São Paulo: Loyola, 1999.