2. Existem as grandes dores heroicas, que dão direito
à gratidão da pátria;
as dores excepcionais, ardentes e gritantes,
que provocam nos outros admiração,
entusiasmo, e têm um sentido de grandeza;
3. As dores afagadas de
comiseração, aquecidas
pela compreensão
do próximo.
Aquelas que despertam
um sentido de piedade, as
dores a que se pode dar
ajuda e conforto, e para as
quais se encontra alívio
nos afetos, na piedade,
na bondade dos outros.
4. Essas são as dores de luxo que têm direito a lágrimas, à
compaixão, à consolação.
5. Há a dor do culpado e a
dor do inocente,
a dor consciente e nobre
do sábio e a dor estúpida
do imbecil.
6. Há a dor que muda e passa e a dor sem esperança e sem
remédio, que em vão pede paz à morte.
7. Existem as nossas
próprias dores que
sempre nos parecem tão
grandes,
e as dores alheias, que
sempre nos parecem
tão pequenas!
8. Existem as dores físicas e as dores morais,
as dores grosseiras da
matéria e as dores sutis
do espírito.
9. Existem dores tão refinadas
que consomem toda a alma
por dentro, em silêncio,
sem se exteriorizarem,
e matam suavemente, sem
desgastar o corpo.
10. Quantas dores diferentes!
Mas todas se estampam no corpo e na alma;
Cada rosto humano é por elas assinalada e as exprime.
12. Entre tantas formas diferentes, todas
elas são dores, e nelas sempre se
cumpre qualquer coisa grandiosa que
conduz à redenção.
13. Somente Deus vê todas,
pesa-as e julga-as com
justiça e lhes dá, no
destino de cada um,
a compensação.
Pietro Ubaldi
Formatação: Christina Meirelles Neves