O documento discute o papel central do papel na história da cultura humana, desde a antiguidade até os dias atuais. Apresenta como o papel permitiu a cristalização e difusão do saber através da escrita e impressão. Também reflete sobre os desafios de orientar a cultura do papel e da imagem eletrônica de forma mais sustentável e ética.

1. Nícia Mafra
UNA – Multiculturalismo
Setembro 2009

2. “O PAPEL é, na realidade, o outro do homem.
A materialização do vazio necessário onde o
homem deposita seus sonhos, suas idéias,
suas experiências e descobertas.”
Márcio Doctors

3. • Cultura, como expressão
da inteligência e da
sensibilidade humanas,
antecedeu, de milênios,
não apenas a invenção do
papel como a invenção da
própria escrita.
• A expressão gráfica da
cultura também antecedeu
de muitos séculos a
invenção do papel.

4. Bambu gravado na Indochina, séc.XVIII, manuscritos
orientais
Inscrição oracular em casca de tartaruga,
China Sécs. XIV-XI aC.
Manuscrito em sânscrito, Índia séc. XVIII, folhas de
Codex de palmeira, textos e hinos em louvor a uma divindade.
Desden é o
mais
importante, Papiro
belo e funerário
complexo dos egípcio,
livros maias. Tebas 950
O pictograma aC, escrito
representa em
“hun”= livro. hierático.

5. PAPEL + IMPRENSA Geração e difusão da cultura.
• O papel foi inventado na China
em 105 d.C.
• A imprensa também foi
inventada na China no século II
d.C. por gravações usando
caracteres móveis de barro,
depois aperfeiçoada no Séc.IV,
com o uso de caracteres móveis
de barro e depois de madeira.
• No Ocidente a invenção da
imprensa foi feita por
Gutemberg, em 1450. Ele
desconhecia a imprensa
chinesa.

6. PAPEL + ESCRITA = cristalização
do saber
Universo povoado por palavras.
O branco = vazio é o que nos
permite a leitura.
“Onde nos defrontamos com a
experiência do vazio, como o
lugar preciso da aventura da
invenção humana.”
Hélio Jaguaribe

13. Cultura é o universo simbólico do homem e da sociedade.
• Representações do que se entenda
como correspondendo à natureza
das coisas, reais e ideais, sensíveis
ou não;
• Valores, interesses e normas de
conduta;
• Formulações eróticas, lúdicas e
deliberadamente imaginárias.

15. Tipografia Litografia Off-set

16. Difusão da cultura: O JORNAL
• A idéia do jornal derivou de
antiga prática de emissão
periódica de cartas relacionadas
a determinados assuntos. Pietro
Aretino (1492-1556)
• No Brasil o jornalismo se iniciou
em 1805 – Gazeta do Rio de
Janeiro.
• A evolução das máquinas
gráficas permite maior tiragem e
com mais recursos.

17. PAPEL E ELETRÔNICA
• Segunda metade do século XX –
computadores, aparelhos de
fax, demanda para fins
industriais = avanço no uso =
aumento da demanda e do
consumo.
• Como se configura,
presentemente, a equação:
Papel-imagem eletrônica-
cultura?

18. • Imagem eletrônica –
representações
mistificadas da
sociedade e do mundo.
• Direcionamento e
padronização dos
comportamentos.
• Alienação e perda do
sentido da vida.

19. • PADRÕES DE CONDUTA
• O que virá com a
consciência da
insustentabilidade, das
injustiças sociais e a
exigência de
sustentabilidade
ecológica e ética?
• Como reorientar a
cultura do papel e a
cultura da imagem
eletrônica?

20. “Através do tempo, o papel tem sido o
espelho da alma. Excepcional em sua
flexibilidade, solidez, brancura, e ainda,
facilidade em ser destruído, este
material tem mostrado por si mesmo
como pode ser tão inteiramente
“humano”em sua fragilidade e defeitos,
que pode se tornar o símbolo da cultura
por si só.
Sem ele não haverá história, memória. Isso
perpassa a divina sabedoria, preceitos
filosóficos, leis científicas e vontade
política. Escritores, historiadores, poetas,
pintores, todos devem seu
reconhecimento público ao papel.
Pensando que o futuro não pode ser
previsto, uma coisa é certa: difícil de ser
produzido e fácil de ser queimado, ele
sempre irá renascer de suas cinzas.”

21. O PAPEL DO PAPEL
SOB A ÓTICA DA RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Nícia Mafra
Mestrado em Gestão Social / Ambiental
UNA
Disciplina: Multiculturalismo
Setembro 2009
niciamafra@oficinadepapel.com.br