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AATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE
IDOSOS EM HEMODIÁLISE DECORRENTE DE
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Tatiane Silva de Oliveira
Professor Orientador: Raquel Taumaturgo
Cleulton Braga Landre
RESUMO:
A doença renal crônica (DRC) tem alcançado índices alarmantes
em todo mundo, se tornando um problema de saúde pública,
onde profissionais da área da saúde buscam intervir em busca
de uma melhor qualidade de vida para estes pacientes. No
Brasil as atenções com a DRC se restringem quase
exclusivamente ao seu estágio mais avançado, quando há
necessidade de que a terapia renal se torne substitutiva. O
presente estudo objetiva levantar dados da literatura a respeito
dos efeitos da atividade física na qualidade de vida (QV) dos
pacientes em hemodiálise. Os estudos afirmam que o exercício
aeróbico durante as sessões de hemodiálise melhoram a QV do
paciente, através de um programa bem elaborado e aplicado
pela fisioterapia, com a necessidade de restituir a capacidade
funcional, o controle pressórico, o convívio social e as
habilidades motoras inerentes de uma vida saudável. A prática
fisioterapêutica no setor de hemodiálise se faz importante para
manter as necessidades funcionais dos doentes renais crônicos.
Palavras-chave:; Fisioterapia; Hemodiálise; Diálise Renal.
INTRODUÇÃO:
A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição patológica
irreversível caracterizada pela perda da capacidade de
manutenção da homeostase pelos rins. Os rins regulam funções
vitais do organismo como equilíbrio hídrico, ácido-básico e
eletrolítico, participando de funções hormonais e regulação da
pressão arterial. O paciente com IRC necessita de terapia
dialítica, como hemodiálise e diálise peritoneal para
sobrevivência, pois elas substituem parcialmente a função dos
rins comprometidos, enquanto o paciente aguarda uma solução
definitiva mediante transplante renal, se possível. (Parmar MS.
Chronic renal disease: early identification and active
management of patients with renal impairment in primary care
can improve outcomes. BMJ. 2002; 325(7355): 85-90.)
Segundo Bastos (2004), a doença renal crônica é classificada
de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG). Para efeitos
de tratamento, são consideradas nestas diretrizes somente as
fases de 2 a 5 da classificação da DRC (ROMÃO, 2004).
Segundo Abreu (2005), a IRC apresenta-se em quatro fases
descritas á seguir:
• Primeira fase: é quando a função renal esta moderadamente
comprometida, o paciente apresenta-se assintomático, onde
evidencia sintomas de infecção urinária ou de comprometimento
sistêmico, onde ocorre uma redução da função renal de 25%.
• Segunda fase: há uma redução da função renal de 75%,
devido o grande comprometimento os rins já não são capazes
de manter a homeostasia interna, o paciente apresenta necteria,
a qual reflete distúrbios na urina, com presença de anemia e
moderada elevação da uréia plasmática.
• Terceira fase: as anormalidades do meio interno são mais,
como o surgimento de azotemia interna, anemia, acidose
metabólica, hiperfosfatemia, hipercalcemia e hiponatremia, já
sua função estará abaixo de 20%.
• Quarta fase: há predomínio dos sinais e sintomas de uremia,
que significa urina no sangue, onde substancias como a uréia,
normalmente excretada pela urina é retida na circulação, onde
fica clara a necessidade de uma terapia substitutiva na forma de
diálise, ou trasplante renal
Nas fases iniciais da IRC o tratamento baseia-se em dieta
hipoprotética, diurético e anti-hipertensivo. Porém, em estágios
mais avançados da doença, Draibe e Ajzen (2002), explicam
que é indicado a HD ou o transplante renal.
O número de pacientes portadores de IRC vem crescendo nos
últimos anos. Em 1994, o Brasil tinha 24.000 pacientes mantidos
em programa dialítico. Em 2004, dados mundiais mostram os
Estados Unidos, o Japão e o Brasil como os três primeiros em
número de pacientes com IRC; sendo que o Brasil apresentava
mais de 58.000 casos. Em termos mundiais, espera-se um salto
de 1.371.000 pacientes em diálise em 2004 para mais de
2.000.0000 de pacientes em 2010, evidenciando um aumento
na prevalência dessa doença. (Romão Jr JE. Doença renal
crônica: definição, epidemiologia e classificação. J Brás Nefrol.
2004; 26(três Supl 1):S1-3. )
O paciente com IRC em diálise pode desenvolver disfunções em
vários sistemas, como muscular, ósseo, cardiovascular,
metabólico e respiratório. O sistema muscular é gravemente
afetado, e existem diversos fatores causais inter-relacionados
no desenvolvimento dos problemas musculares nos pacientes
com IRC. Dentre eles, destacam-se a diminuição da ingestão
protéico-calórica, atrofia muscular por desuso e desbalanço
protéico muscular, que afetam principalmente as fibras
musculares tipo II; redução do leito vascular e capilar; presença
de calcificação intravascular e diminuição do fluxo sanguíneo
local. Esses resultados fazem parte da patogenia da miopatia
urêmica e são comumente descritos na literatura para músculos
esqueléticos como deltóide, quadríceps e abdominais.( Cupisti
A, Licitra R, Chisari C, Stampacchia G, D’Alessandro C, Galetta
F, et al. Skeletal muscle and nutritional assessment in chronic
renal failure patients on a protein-restricted diet. J Inter Med.
2004;255(1):115-24.)
Os músculos responsáveis pelo ato respiratório, como
diafragma, intercostais, entre outros, são classificados como
músculos esqueléticos e podem apresentar diminuição das
propriedades de força e endurance muscular decorrente da
miopatia urêmica.
No paciente idoso não é diferente, as alterações inerentes ao
processo de envelhecimento não significam doença, mas a
probabilidade de seu aparecimento aumenta com a idade, uma
vez que o envelhecimento torna as pessoas mais vulneráveis
aos processos patológicos, caracterizando a senilidade. Esses
processos, decorrentes de múltiplos e vulneráveis fatores, levam
o idoso a apresentar doenças, como as cardiovasculares,
respiratórias, neoplásicas, cerebrovasculares, osteoarticulares e
endócrinas, que podem ou não estar associadas, caracterizando
as co-morbidades.
Algumas destas doenças, como hipertensão arterial, diabetes
melittus e insuficiência cardíaca, predispõem à doença renal no
idoso. E as alterações anatômicas e fisiológicas nos rins,
decorrentes do processo de envelhecimento renal, constituem
um agravante para a patologia renal no idoso, aumentando a
suscetibilidade da disfunção renal com o passar dos anos.
Estudos realizados pela Comissão Regional de Nefrologia do
Estado de São Paulo (1991) apontam os diagnósticos de
hipertensão arterial e diabetes mellitus como determinantes da
insuficiência renal, ressaltando que 30% dos pacientes que
apresentaram falência da função renal e foram submetidos a
tratamento dialítico eram idosos.
Uma pessoa com idade média de 80 anos tem sua função renal
reduzida pela metade e, se acometida por uma patologia crônica
não-transmissível, que pode prejudicar ainda mais a função
renal, provavelmente evoluirá para a Insuficiência Renal Crônica
(IRC), que é comum no idoso.
Atuação Fisioterapêutica em Pacientes portadores de IRC
submetidos à hemodiálise
A fisioterapia atua na DRC, através de um programa de
atividades físicas, composto por exercícios aeróbios que,
segundo Wilmore e Costill (2001), podem reduzir a pressão
arterial e câimbras, que ocorrem durante a terapia renal
substitutiva, além de facilitar a eliminação de fluídos, e por
exercícios de flexibilidade.
De acordo com Correia (2009), a fisioterapia pode contribuir
para a redução da incidência de cãibras, pois os alongamentos
devolvem aos músculos seu comprimento e elasticidade normal;
a massoterapia promove relaxamento muscular e diminui a
Síndrome das pernas inquietas, além de promover uma melhor
hidratação da pele, diminuindo as sensações de pruridos e as
calcificações metastáticas na epiderme; a drenagem linfática
favorece a diminuição de edemas e os exercícios de
fortalecimento ajudam a devolver a tensão normal do músculo e
auxiliam no retorno venoso, além de promovem o aumento da
força muscular necessária para a realização de suas Atividades
de Vida Diária (AVD’s).
O sistema muscular sofre alterações importantes, uma vez que
o músculo é atrofiado. Como conseqüência, ocorre no
organismo uma fraqueza generalizada, causada pela perda de
força, levando o paciente a ter uma diminuição na tolerância ao
exercício físico e na qualidade de vida (MARCHESAN et al.,
2008).
Segundo Nahas (2003), os exercícios auxiliam na postura
corporal, aumentam a qualidade e a amplitude dos movimentos,
diminuindo o risco de lesões na realização das atividades da
vida diária. Além de todos estes benefícios, pessoas que
praticam atividades físicas regularmente, sejam elas de força ou
resistência, também obtém melhoras psicológicas. Todas estas
contribuições irão proporcionar a manutenção e promoção da
saúde (LEITE, 2000).
Os exercícios regulares aumentam à força, a flexibilidade, a
resistência muscular, aumenta a integridade óssea e dos
ligamentos, o volume sistólico cardíaco, diminuem a freqüência
cardíaca em repouso, aumentam a ventilação pulmonar,
reduzem os triglicerídeos, aumentam a massa muscular e
reduzem a porcentagem de gordura corporal (OYOUNG, 2000).
De acordo com Soares et al. (2007), tratamento fisioterápico
durante a hemodiálise apresenta alguns cuidados . Os
exercícios deverão ser realizados durante as duas primeiras
horas de HD, antes que valores superiores a 3 litros de fluído
tenham sido removidos, pois uma taxa de ultra-filtração maior
que 1000 ml/hora ou total de fluído removido acima de 2500 ml
podem causar câimbras, espasmos musculares e problemas
cardiovasculares, impedindo o treino de exercícios físicos.
Após extensa revisão da literatura, pode-se concluir que o
exercício físico realizado durante a hemodiálise aplicado pela
supervisão do fisioterapeuta promove benefícios físicos e
funcionais. Há diversidade quanto à forma de aplicação desses
programas em termos de intensidade, freqüência e duração,
devendo estas ser adequadas às realidades de cada serviço e
de cada paciente. Por se tratar de um tema ainda pouco
explorado, mais estudos são necessários para confirmação
desses achados (MOURA et al.,2008).
Os benefícios dos exercícios físicos para os pacientes com IRC
submetidos à hemodiálise.
O número de pacientes com DRC em todo o mundo tem
aumentado em proporções alarmantes, ocasionando um
importante problema de saúde pública. No Brasil, de 1994 a
2005, o índice de pacientes em HD e diálise peritoneal excedeu
de 24.000 para 65.121(1-2). Como conseqüência, do número
crescente de DRC fez com que os gastos do Ministério da
Saúde com a terapia renal substitutiva alcançassem
aproximadamente 1,4 bilhões de reais por ano, quantia esta
correspondente a cerca de 10% do orçamento global desse
ministério (SOARES et al., 2007).
Há aproximadamente 30 anos vem sendo discutida na literatura
a utilização de programas de exercícios físicos visando
reabilitação física e funcional de indivíduos submetidos à HD.
Os benefícios citados na literatura incluem melhora da
capacidade funcional, redução dos fatores de risco
cardiovasculares, melhor adaptação da tolerância ao exercício,
melhora da tolerância à glicose e de problemas psicossociais
(MOURA, 2006).
Nos últimos anos, alguns autores têm estudado os efeitos dos
exercícios durante as sessões de HD, principalmente nos
Estados Unidos, no Canadá e na Europa. No Brasil, poucos são
os centros de HD que se valem desta prática (REBOREDO et
al., 2007).
As principais alterações observadas em indivíduos com IRC são
anemias, hipertensão arterial sistêmica e atrofia muscular, que
levam à baixa capacidade aeróbica e perda de força muscular.
Além dos benefícios relacionados ao sistema cardiovascular, a
realização do exercício traz benefícios secundários, pela
diminuição da monotonia do procedimento, melhora aderência e
pode aumentar a eficácia da hemodiálise (REBOREDO, 2007).
Pacientes com IRC apresentam menor capacidade física e
funcional quando comparados à população geral. Acredita-se
que anormalidades musculares e cardiovasculares, são comuns
nesses indivíduos, contribuam para a ocorrência dessas
alterações. As anormalidades estruturais e funcionais dos
músculos são caracterizadas por miopatia uremica, que se
manifesta como atrofia e fraqueza muscular (MOREIRA
etal.,2000).
As causas da miopatia não são bem conhecidas. Porém são
descritas na literatura como anemias, miopatia por desuso,
alterações no metabolismo energético incluindo metabolismo
alterado de carboidratos, diminuição da utilização de lipídios
associada à deficiência de carnitina, decréscimo no fluxo
sanguíneo muscular, neuropatia periférica e toxinas uremicas
(DELIGIANNIS, 2004).
O combate ao sedentarismo na DRC é uma pratica
relativamente recente no nosso meio, alguns autores têm
demonstrado que além de ser um método seguro o programa de
exercícios físicos para pacientes com DRC em HD proporciona
inúmeros benefícios (CHEEMA; SINGH, 2005).
O exercício físico é realizado com repetições sistemáticas de
movimentos orientados, como conseqüência contribui para o
aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular
gerando, portanto o trabalho. O exercício representa um
subgrupo de atividade física planejada com a finalidade de
manter o condicionamento e também ser definido como
qualquer atividade muscular que gere força e que interrompa a
homeostase (MONTEIRO et al., 2004).
Matsudo et al. (2001) relatam que os principais benefícios à
saúde advinda da prática de exercícios físicos referem-se aos
aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e
psicológicos. Os efeitos metabólicos apresentado pelos autores
são os aumentos do volume sistólico; da potência aeróbia; da
ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da
pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a
diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho
submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e
neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da
gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular,
da densidade óssea e da flexibilidade.
O exercício realizado durante a HD é tão eficiente quanto o
tradicional realizado no período interdialítico. Além das
vantagens habituais, a realização de exercícios durante as
sessões de HD traz vantagens adicionais como maior aderência
ao tratamento, conveniência de horário, redução da monotonia
do processo de diálise e facilidade de acompanhamento médico.
É recomendado que o exercício seja realizado nas duas
primeiras horas da HD, pois, na terceira hora, pode ocorrer
instabilidade cardiovascular com queda da pressão arterial,
prejudicando sua realização em muitos pacientes (REBOREDO
et al., 2007).
Os efeitos de seis meses de exercícios aeróbicos durante a HD
na morfologia do músculo gastrocnêmico de indivíduos com
IRC. Foram evidenciados após treinamento aumento da área de
secção transversa (46%) e redução da atrofia das fibras
musculares tipo I (51% para 15%), tipo II A (58% para 21%) e
tipo II B (62% para 32%). Diferenças significativas também
foram encontradas com relação ao aumento da capilarização
muscular (MOURA et al., 2008).
Cada indivíduo portador de IRC pode estar habito de participar
um programa de exercícios físicos, desde que o mesmo seja
elaborado de acordo com a condição física do paciente. O
programa deve ter intensidade adequada, podendo ser realizado
no próprio ambiente e durante a terapia dialítica, mesmo com
um programa composto de poucos exercícios e realizado em
sessões curtas, deverá trazer grandes benefícios ao DR. Porém
com a interrupção do programa os benefícios alcançados se
perderão rapidamente, então é importante que o paciente seja
encorajado a permanecer em programas de exercícios físicos
por tanto tempo quanto ele possa (CARVALHO, 2007).
Conseqüências de uma IRC no sistema respiratório em
pacientes idosos hemodialíticos.
É relatado que pacientes idoso em hemodiálise apresentam
baixa tolerância ao exercício e descondicionamento, apesar de
não totalmente compreendidos, mas relacionados à atrofia
muscular, miopatia, má nutrição.
Em contraste com outros sistemas, o respiratório é afetado tanto
pela doença, quanto por seu tratamento (hemodiálise ou diálise
peritoneal).
A uremia e a diálise interagem no estímulo respiratório,
mecânica, função muscular e troca de gases (Prezant DJ. Effect
of uremia and its treatment on pulmonary function. Lung 1990;
168:1-14.).
Alguns autores (Tarasuik A, Heimer D, Bark H. Effect of chronic
renal failure on skeletal and diaphragmatic muscle contraction.)
Am Rev Respir Dis. 1992; 146(6):1383-8).Estudaram o
comprometimento da uremia no músculo diafragma e
concluíram que existe perda da força com a uremia severa. O
déficit ventilatório decorrente desse comprometimento na
musculatura respiratória, associado a outros comprometimentos
teciduais pulmonares, compromete a função desse sistema,
contribuindo para a diminuição da capacidade pulmonar (Kemp
GJ, Crowe AV, Anijeet HK, Gong QY, Bimson WE, Frostick SP, et
al. Abnormal mitochondrial function and muscle wasting, but
normal contractile efficiency, in haemodialysed patients studied
non-invasively in vivo. Nephrol Dial Transplant. 2004;19(6):1520-
7.)
São encontradas outras complicações do tecido pulmonar nos
pacientes idosos com IRC, tais como: edema pulmonar, derrame
pleural (principalmente no paciente terminal com IRC), fibrose e
calcificação pulmonar e pleural, hipertensão pulmonar,
diminuição do fluxo sanguíneo capilar pulmonar e hipoxemia
(13. Marrades RM, Roca J, Campistol JM, Diaz O, Barbera JA,
Torregosa JV, et al. Effects of erythropoietin on muscle O2
transport during exercise in patients with chronic renal failure. J
Clin Invest. 1996;97(9):2092-100.).
Existem ainda déficits no fornecimento de O2 para os músculos
em consequência da diminuição da microcirculação periférica,
diminuição da síntese de ATP muscular por deficiências na
utilização de carboidratos, indícios de resistência à insulina e
alterações das enzimas glicolíticas e redução da oxidação dos
ácidos graxos (Moreira PR, Barros E. Atualização em fisiologia e
fisiopatologia renal: bases fisiopatológicas da miopatia na
insuficiência renal crônica. J Bras Nefrol. 2000; 22(1): 34-8.).
A dispnéia é um sintoma comum em pacientes idosos com IRC.
Bush e Gabriel demonstraram pequenas diferenças nas
variáveis espirométricas em pacientes submetidos à
hemodiálise. Encontraram pico de fluxo inspiratório (PFI) igual a
78,7% do previsto, aumento no volume residual (VR),
capacidade pulmonar total (CPT) normal e fator de transferência
do monóxido de carbono (TLCO) diminuído, além de padrões
obstrutivos, restritivos e mistos. Em estudo publicado
demonstrou-se que pacientes com IRC recebendo hemodiálise
regularmente apresentaram antes da diálise, diminuição da
força dos músculos inspiratórios e reduções menos significativas
na resistência dos mesmos. Entretanto, força e endurance
aumentaram após hemodiálise na maioria dos pacientes.
Estudos realizados mostram o decréscimo da atividade
mioelétrica dos músculos respiratórios através da amplitude da
eletromiografia (EMG) e que a fraqueza dos músculos
respiratórios pode ser uma das causas da hipoventilação e
hipoxemia durante a hemodiálise.
Foi demonstrado que pacientes com IRC em tratamento através
de hemodiálise apresentaram melhora significativa da
endurance dos músculos respiratórios após o treinamento
específico destes músculos.
A fisioterapia e o paciente idoso hemodialítico – Qualidade de
vida - QV
O interesse em mensurar qualidade de vida, especialmente na
doença renal crônica terminal, tem aumentado nos últimos anos.
Uma análise das publicações sobre qualidade de vida evidencia
o crescimento do interesse na área. Enquanto em 1973, uma
busca utilizando o termo qualidade de vida na MEDLINE citava
somente cinco artigos, em 1998 este número passou a 16.256
citações e, em 2001, chegou a 43.350 artigos com esse termo
(DUARTE et al., 2003).
O termo QV tem sido definido por diversos autores e de
diferentes maneiras, o grupo de QV da organização mundial de
saúde, o definiu como sendo a percepção das pessoas em
relação a usa vida, adquirindo cultura, sistemas de valores,
expectativas, padrões e preocupações.
A QV representa competência humana de direcionamento à vida
para conquistas positivas no contexto social, a QV inclui
educação, acesso ao serviço de saúde, satisfação e condições
dignas de trabalho (ABREU, 2005).Atualmente as atenções
começaram a se voltar para uma terapêutica que vise à melhora
da QV do portador de nefropatias crônica, como um fator
relevante no cenário da terapêutica renal, e não apenas a
extensão de sua vida. O paciente renal crônico submetido à
hemodiálise passa, em média, 40 horas mensal, durante anos e
anos, na unidade de HD ligado a uma máquina e monitorado por
profissionais de saúde o tratamento provoca uma sucessão de
situações para o paciente renal crônico (MONTEIRO et al.,
2007), entre elas comprometendo o aspecto físico e psicológico,
com repercussões pessoais, familiares e sociais. O tratamento
força o paciente a um ritual repetitivo e de dependência de uma
máquina que toma muito o seu tempo e provoca alterações na
sua imagem corporal causada pela presença de cateteres e
fístulas arteriovenosas. A condição crônica e a hemodiálise
causam ainda o isolamento social, perda do emprego,
dependência da previdência social e um sentimento ambíguo
entre medo de viver e de morrer (TRIENTINI et al., 2004).
Segundo Fernandes (2007), ao iniciar a HD os pacientes
manifestam algum nível de dificuldade e sofrimento psíquico
relacionados à necessidade de enfrentamento da nova
condição; sendo comum que a IRC não seja compreendida, de
imediato, como uma doença crônica e a hemodiálise,
conseqüentemente, seja vista como um tratamento de tempo
limitado, destinado a curar essa doença. Desta forma, o tempo
favorece não só a familiarização do paciente com a doença,
mas proporcionou a mobilização de estratégias de
enfrentamento que levaram a uma condição psicológica mais
positiva.
Apesar de as técnicas, equipamentos e manuseio terapêutico
passarem por marcantes avanços, a IRC não deixou de ser um
problema complexo que envolve aspectos médicos, psicológicos
e socioeconômicos. A submissão obrigatória ao tratamento
representa um aspecto importante de impacto na qualidade de
vida desses pacientes, sobretudo em relação à redução da
capacidade física, com hábitos sedentários e conseqüentemente
o aumento da mortalidade. (Madeira EPQ, Lopes GS, Santos
SFF. A investigação epidemiológica na prevenção da
insuficiência renal terminal. Ênfase no estudo da agregação
familiar. Med On Line. 1998; um)
“Realizar exercícios durante a diálise aumenta a capacidade do
exercício e qualidade de vida dos pacientes, pode reduzir o
rebote de soluto e levar a maior efetividade da diálise, além de
contribuir para maior e mais fácil aderência ao exercício, agindo
como uma intervenção eficiente para aumentar a flexibilidade e
dar motivação em um ambiente estruturado e monótono
(SOARES et al., 2007).”
Realizar exercícios durante a hemodiálise aumenta a
capacidade do movimento e qualidade de vida dos pacientes,
pode reduzir o rebote de soluto e levar a maior efetividade da
diálise, além de contribuir para maior e mais fácil aderência ao
exercício, agindo como uma intervenção eficiente para aumentar
a flexibilidade e dar motivação em um ambiente estruturado e
monótono. (Moreira RP, Barros GE. Revisão/atualização em
diálise: capacidade e condicionamento físico em pacientes
mantidos em hemodiálise. J Bras Nefrol 1998; 20(2): 207-10.).
A capacidade cardiorrespiratória para realizar exercícios é
determinada utilizando-se testes de esforço progressivos com
medida do consumo de oxigênio (VO2). O VO2 de pico de
pacientes em diálise é aproximadamente metade dos valores
esperados para sedentários saudáveis (Painter P. The
importance of exercise training in rehabilitation of patients with
end-stage renal disease. Am J Kidney Dis 1994; 1(Suppl 1):2-
9.). Em alguns estudos é mostrado que o valor médio do
consumo máximo de oxigênio VO2max obtido em testes
ergométricos na maioria dos casos é de 78,61% do valor médio
previsto,isso demonstra que após programa de exercícios houve
melhora do desempenho físico dos pacientes em diálise, apesar
do aumento do VO2max de 25,44 mL/Kg/min para 28,02
mL/Kg/min não ter sido significativo (15. Van Vilsteren MCBA, de
Greef MHG, Huisman R. The effects of a low-to-moderate
intensity pre-conditioning exercise programme linked with
exercise couselling for sedentaryhaemodialysis patients in The
Netherlands: results of a randomized clinical trial. Nephrol Dial
Transplant 2005; 20:141-6.). Mas outros estudos revelam que o
VO2max inicial foi semelhante (25,5 mL/Kg/min), no entanto
após as 24 sessões notou-se aumento significativo do mesmo
(39,9 mL/Kg/min) talvez pela maior carga de treinamento (60 a
70 % da freqüência cardíaca de reserva).
Os pacientes devem ser avaliados antes de serem submetidos a
qualquer técnica ou programa cinético-funcional.
A avaliação fisioterapêutica deve ser padronizada de acordo
com os parâmetros fisioterápicos, constando identificação,
história clínica e exame físico. Estudos mostram que as
avaliações devem ser realizadas préhemodiálise, com isso há
várias técnicas á serem avaliadas, não só o condicionamento
físico e respiratório, mas também a saúde mental.
Um estudo realizado (Projeto para obtenção do título de
Fisioterapeuta apresentado em 2007 na Universidade Católica
de Pelotas.) mostra que as sessões de fisioterapia devem ser
realizadas durante a hemodiálise, com duração de
aproximadamente 30 minutos por sessão. No início dos
exercícios deve-se verificar os sinais vitais (PA e FC) dos
pacientes. A seguir realizar exercícios para membros superiores
e inferiores sem carga e alongamentos envolvendo as principais
articulações (pescoço, ombros, pulsos, mãos e dedos, quadril,
joelhos, tornozelos, pés e dedos), exercícios metabólicos (abrir
e fechar as mãos, circundução ativação dos punhos e pés,
flexão e extensão dos cotovelos e artelhos) e exercícios de
resistência manual ao final da amplitude de movimento. Pode-se
também ser utilizado o massageador eletro-eletrônico com
infravermelho na região tóraco-lombar para obter maior
relaxamento do paciente. Ao término do programa, novamente
verifica- se a PA e FC.
Pacientes em tratamento dialítico têm fatores limitantes à
atuação do fisioterapeuta, com isso, cuidados e técnicas sofrem
adaptações para alcançar os seus objetivos. Para a mobilização
do paciente, deve-se atentar para o tipo de acesso vascular que
está sendo utilizado na diálise. Se for utilizado cateter rígido,
movimentos como tríplice flexão não devem ser realizados na
posição sentada quando o cateter estiver na veia femoral. No
membro em que se localiza o acesso venoso a mobilização
deve ser mínima ou ausente, mas apenas durante a diálise (em
outras condições a mobilização é livre). (Painter, P. Low-
Functioning Hemodialysis Patients Improve With Exercise
Training. American Journal of Kidney Diseases 2000; set 36:
600-8.)
O tratamento fisioterápico durante a hemodiálise apresenta
algumas peculiaridades. Os exercícios devem ser realizados
durante as duas primeiras horas de diálise, antes que valores
superiores a 3 litros de fluído tenham sido removidos, pois uma
taxa de ultrafiltração maior que 1000 ml/hora ou total de fluído
removido acima de 2500 ml podem causar cãimbras, espasmos
musculares e problemas cardiovasculares, impedindo o treino
de exercícios físicos (Daul AE, Schäfers RF, Daul K, Philipp
T.Exercise during hemodialysis. Clinical Nephrology 2004; jan
61: 26-30.). Moore e cols. avaliaram a resposta cardiovascular
ao exercício durante a hemodiálise, e demonstraram que após
duas horas de diálise ocorre uma descompensação
cardiovascular, a qual pode prejudicar o sucesso dos exercícios.
Quando um indivíduo apresenta diagnóstico de insuficiência
renal, costuma seguir-se um longo período de restrição da
atividade física, e esta inatividade leva a uma espiral progressiva
de descondicionamento que posteriormente limita ainda mais a
capacidade física, Painter desenvolveu um projeto com
pacientes portadores de DRC em hemodiálise, com exercícios
metabólicos, de alongamentos, fortalecimentos e exercícios
aeróbicos, prescritos individualmente para serem realizados
durante a hemodiálise. Este autor concluiu que a realização de
exercícios físicos durante a hemodiálise ocasiona ganho na
capacidade física e melhor qualidade de vida para os pacientes
com doença renal crônica.
O desempenho nas atividades diárias e de trabalho, a sensação
de desânimo e falta de energia que são sintomas freqüentes em
pacientes renais crônicos. Em relação à vitalidade, há
resultados semelhantes aos descritos em outros países, sendo
o sentimento de cansaço e esgotamento concordante com
outros estudos que revelam valores similares nesta população,
pois a fadiga está significativamente associada à presença de
sintomas como problemas no sono, limitação por aspectos
físicos e depressão. (Martins IRA, Cesarino BC. Qualidade de
vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento
hemodialítico. Rev Latino-am Enfermagem 2005; 13(5): 670-6.)
A taxa de aderência dos pacientes ao programa de reabilitação
durante a hemodiálise é muito maior quando comparado ao
programa ambulatorial, provavelmente
porque quando realizado durante a diálise o exercício não toma
tanto tempo como um programa formal realizado em outro
turno.( Torkington M, Macrae M, Isles C. Uptake of dherence to
exercise during hemidialysis. Chartered Physiotherapy 2005;
agost 92: 83-87.)
O estudo sugere uma melhora no componente dor, o qual está
diretamente relacionado com a fisioterapia. Ainda são poucos os
estudos de fisioterapia destinados a pacientes idosos portadores
de IRC. Entretanto, já tem sido demonstrado que programas de
reabilitação física são benéficos para a melhoria do estado geral
e qualidade de vida destes pacientes. Os resultados
encontrados em outros estudos demonstram a necessidade de
acompanhar diferentes grupos por um período de bastante
tempo, com uma amostra grande, maior intensidade de
atividades fisioterapêuticas e inclusão de grupo controle, com o
objetivo de comprovar os prováveis benefícios da fisioterapia no
período transdialítico, principalmente em relação à redução das
limitações impostas pela dor a este grupo de pacientes.
Metodologia
Esta pesquisa tem caráter exploratório com abordagem
qualitativa e de revisão de literatura, realizada através de
referências bibliográficas. A busca deu-se por artigos publicados
nos últimos dez anos, utilizando os seguintes descritores em
português: insuficiência renal crônica, qualidade de vida em
hemodiálise, fisioterapia em hemodiálise,conseqüências no
sistema respiratório. A pesquisa foi realizada utilizando-se
estratégia de busca primária e secundária, através de artigos
publicados e livros. A revisão foi ampliada através de outras
fontes, como referências citadas também citadas nos artigos
obtidos.
Resultados
A pesquisa resultou da análise de artigos já publicados e
referências bibliográficas.
Discussão
As principais adaptações relacionadas ao exercício foram às
funcionais, fisiológicas e psicológicas. Tais achados são
relevantes, dadas as alterações causadas em todos os sistemas
corporais.
Além disso, a perda de massa muscular é o mais significante
preditor de mortalidade nos pacientes em com IRC submetidos
à hemodiálise, e o exercício físico é um importante fator no
controle e reversão da perda muscular assim como exercícios
respiratórios já que a capacidade pulmonar desses idosos esta
comprometida, utilizando-se de técnicas não instrumentais e
instrumentais para a melhora da capacidade residual desses
idosos, fazendo –se uso de técnicas de Reexpansão pulmonar.
Conclusão
As evidências demonstradas neste estudo sugerem que
programas de exercícios físicos adequadamente prescritos
durante a para pacientes idosos com IRC submetido a
hemodiálise são seguros e podem gerar benefícios para estes
indivíduos. No entanto, os programas de treinamento físico
durante a hemodiálise ainda não se tornaram rotina na maioria
dos centros dialíticos. Estes fatos se devem, em parte,às
lacunas deixadas na literatura, bem como pela escassez de
profissionais qualificados para a implementação de tais
programas.
Referências Bibliográficas
http://www.webartigos.com/articles/39626/1/O- pagina1.html
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Kemp GJ, Crowe AV, Anijeet HK, Gong QY, Bimson WE, Frostick
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but normal contractile efficiency, in haemodialysed patients
studied non-invasively in vivo. Nephrol Dial Transplant.
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Ênfase no estudo da agregação familiar. Med On Line.
1998;1(2) [acesso em 15 de março de 2011. Disponível em:
http://www.medonline.com.br/med_ed/med2/epidemio.htm
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Torregosa JV, et al. Effects of erythropoietin on muscle O2
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doença renal crônica em tratamento hemodialítico. Rev Latino-
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renal: bases fisiopatológicas da miopatia na insuficiência renal
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management of patients with renal impairment in primary care
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exercise during hemidialysis. Chartered Physiotherapy 2005;
agost 92: 83-87.
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a low-to-moderate intensity pre-conditioning exercise
programme linked with exercise couselling for sedentary
haemodialysis patients in The Netherlands: results of a
randomized clinical trial. Nephrol Dial Transplant 2005; 20:141-6.

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A ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE IDOSOS EM HEMODIÁLISE DECORRENTE DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA.docx

  • 1. AATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA REABILITAÇÃO DE IDOSOS EM HEMODIÁLISE DECORRENTE DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA Tatiane Silva de Oliveira Professor Orientador: Raquel Taumaturgo Cleulton Braga Landre RESUMO: A doença renal crônica (DRC) tem alcançado índices alarmantes em todo mundo, se tornando um problema de saúde pública, onde profissionais da área da saúde buscam intervir em busca de uma melhor qualidade de vida para estes pacientes. No Brasil as atenções com a DRC se restringem quase exclusivamente ao seu estágio mais avançado, quando há necessidade de que a terapia renal se torne substitutiva. O presente estudo objetiva levantar dados da literatura a respeito dos efeitos da atividade física na qualidade de vida (QV) dos pacientes em hemodiálise. Os estudos afirmam que o exercício aeróbico durante as sessões de hemodiálise melhoram a QV do paciente, através de um programa bem elaborado e aplicado pela fisioterapia, com a necessidade de restituir a capacidade funcional, o controle pressórico, o convívio social e as habilidades motoras inerentes de uma vida saudável. A prática fisioterapêutica no setor de hemodiálise se faz importante para manter as necessidades funcionais dos doentes renais crônicos. Palavras-chave:; Fisioterapia; Hemodiálise; Diálise Renal. INTRODUÇÃO: A insuficiência renal crônica (IRC) é uma condição patológica irreversível caracterizada pela perda da capacidade de manutenção da homeostase pelos rins. Os rins regulam funções vitais do organismo como equilíbrio hídrico, ácido-básico e eletrolítico, participando de funções hormonais e regulação da pressão arterial. O paciente com IRC necessita de terapia dialítica, como hemodiálise e diálise peritoneal para
  • 2. sobrevivência, pois elas substituem parcialmente a função dos rins comprometidos, enquanto o paciente aguarda uma solução definitiva mediante transplante renal, se possível. (Parmar MS. Chronic renal disease: early identification and active management of patients with renal impairment in primary care can improve outcomes. BMJ. 2002; 325(7355): 85-90.) Segundo Bastos (2004), a doença renal crônica é classificada de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG). Para efeitos de tratamento, são consideradas nestas diretrizes somente as fases de 2 a 5 da classificação da DRC (ROMÃO, 2004). Segundo Abreu (2005), a IRC apresenta-se em quatro fases descritas á seguir: • Primeira fase: é quando a função renal esta moderadamente comprometida, o paciente apresenta-se assintomático, onde evidencia sintomas de infecção urinária ou de comprometimento sistêmico, onde ocorre uma redução da função renal de 25%. • Segunda fase: há uma redução da função renal de 75%, devido o grande comprometimento os rins já não são capazes de manter a homeostasia interna, o paciente apresenta necteria, a qual reflete distúrbios na urina, com presença de anemia e moderada elevação da uréia plasmática. • Terceira fase: as anormalidades do meio interno são mais, como o surgimento de azotemia interna, anemia, acidose metabólica, hiperfosfatemia, hipercalcemia e hiponatremia, já sua função estará abaixo de 20%. • Quarta fase: há predomínio dos sinais e sintomas de uremia, que significa urina no sangue, onde substancias como a uréia, normalmente excretada pela urina é retida na circulação, onde fica clara a necessidade de uma terapia substitutiva na forma de diálise, ou trasplante renal Nas fases iniciais da IRC o tratamento baseia-se em dieta hipoprotética, diurético e anti-hipertensivo. Porém, em estágios mais avançados da doença, Draibe e Ajzen (2002), explicam que é indicado a HD ou o transplante renal. O número de pacientes portadores de IRC vem crescendo nos últimos anos. Em 1994, o Brasil tinha 24.000 pacientes mantidos em programa dialítico. Em 2004, dados mundiais mostram os
  • 3. Estados Unidos, o Japão e o Brasil como os três primeiros em número de pacientes com IRC; sendo que o Brasil apresentava mais de 58.000 casos. Em termos mundiais, espera-se um salto de 1.371.000 pacientes em diálise em 2004 para mais de 2.000.0000 de pacientes em 2010, evidenciando um aumento na prevalência dessa doença. (Romão Jr JE. Doença renal crônica: definição, epidemiologia e classificação. J Brás Nefrol. 2004; 26(três Supl 1):S1-3. ) O paciente com IRC em diálise pode desenvolver disfunções em vários sistemas, como muscular, ósseo, cardiovascular, metabólico e respiratório. O sistema muscular é gravemente afetado, e existem diversos fatores causais inter-relacionados no desenvolvimento dos problemas musculares nos pacientes com IRC. Dentre eles, destacam-se a diminuição da ingestão protéico-calórica, atrofia muscular por desuso e desbalanço protéico muscular, que afetam principalmente as fibras musculares tipo II; redução do leito vascular e capilar; presença de calcificação intravascular e diminuição do fluxo sanguíneo local. Esses resultados fazem parte da patogenia da miopatia urêmica e são comumente descritos na literatura para músculos esqueléticos como deltóide, quadríceps e abdominais.( Cupisti A, Licitra R, Chisari C, Stampacchia G, D’Alessandro C, Galetta F, et al. Skeletal muscle and nutritional assessment in chronic renal failure patients on a protein-restricted diet. J Inter Med. 2004;255(1):115-24.) Os músculos responsáveis pelo ato respiratório, como diafragma, intercostais, entre outros, são classificados como músculos esqueléticos e podem apresentar diminuição das propriedades de força e endurance muscular decorrente da miopatia urêmica. No paciente idoso não é diferente, as alterações inerentes ao processo de envelhecimento não significam doença, mas a probabilidade de seu aparecimento aumenta com a idade, uma vez que o envelhecimento torna as pessoas mais vulneráveis aos processos patológicos, caracterizando a senilidade. Esses processos, decorrentes de múltiplos e vulneráveis fatores, levam o idoso a apresentar doenças, como as cardiovasculares,
  • 4. respiratórias, neoplásicas, cerebrovasculares, osteoarticulares e endócrinas, que podem ou não estar associadas, caracterizando as co-morbidades. Algumas destas doenças, como hipertensão arterial, diabetes melittus e insuficiência cardíaca, predispõem à doença renal no idoso. E as alterações anatômicas e fisiológicas nos rins, decorrentes do processo de envelhecimento renal, constituem um agravante para a patologia renal no idoso, aumentando a suscetibilidade da disfunção renal com o passar dos anos. Estudos realizados pela Comissão Regional de Nefrologia do Estado de São Paulo (1991) apontam os diagnósticos de hipertensão arterial e diabetes mellitus como determinantes da insuficiência renal, ressaltando que 30% dos pacientes que apresentaram falência da função renal e foram submetidos a tratamento dialítico eram idosos. Uma pessoa com idade média de 80 anos tem sua função renal reduzida pela metade e, se acometida por uma patologia crônica não-transmissível, que pode prejudicar ainda mais a função renal, provavelmente evoluirá para a Insuficiência Renal Crônica (IRC), que é comum no idoso. Atuação Fisioterapêutica em Pacientes portadores de IRC submetidos à hemodiálise A fisioterapia atua na DRC, através de um programa de atividades físicas, composto por exercícios aeróbios que, segundo Wilmore e Costill (2001), podem reduzir a pressão arterial e câimbras, que ocorrem durante a terapia renal substitutiva, além de facilitar a eliminação de fluídos, e por exercícios de flexibilidade. De acordo com Correia (2009), a fisioterapia pode contribuir para a redução da incidência de cãibras, pois os alongamentos devolvem aos músculos seu comprimento e elasticidade normal; a massoterapia promove relaxamento muscular e diminui a Síndrome das pernas inquietas, além de promover uma melhor hidratação da pele, diminuindo as sensações de pruridos e as calcificações metastáticas na epiderme; a drenagem linfática favorece a diminuição de edemas e os exercícios de
  • 5. fortalecimento ajudam a devolver a tensão normal do músculo e auxiliam no retorno venoso, além de promovem o aumento da força muscular necessária para a realização de suas Atividades de Vida Diária (AVD’s). O sistema muscular sofre alterações importantes, uma vez que o músculo é atrofiado. Como conseqüência, ocorre no organismo uma fraqueza generalizada, causada pela perda de força, levando o paciente a ter uma diminuição na tolerância ao exercício físico e na qualidade de vida (MARCHESAN et al., 2008). Segundo Nahas (2003), os exercícios auxiliam na postura corporal, aumentam a qualidade e a amplitude dos movimentos, diminuindo o risco de lesões na realização das atividades da vida diária. Além de todos estes benefícios, pessoas que praticam atividades físicas regularmente, sejam elas de força ou resistência, também obtém melhoras psicológicas. Todas estas contribuições irão proporcionar a manutenção e promoção da saúde (LEITE, 2000). Os exercícios regulares aumentam à força, a flexibilidade, a resistência muscular, aumenta a integridade óssea e dos ligamentos, o volume sistólico cardíaco, diminuem a freqüência cardíaca em repouso, aumentam a ventilação pulmonar, reduzem os triglicerídeos, aumentam a massa muscular e reduzem a porcentagem de gordura corporal (OYOUNG, 2000). De acordo com Soares et al. (2007), tratamento fisioterápico durante a hemodiálise apresenta alguns cuidados . Os exercícios deverão ser realizados durante as duas primeiras horas de HD, antes que valores superiores a 3 litros de fluído tenham sido removidos, pois uma taxa de ultra-filtração maior que 1000 ml/hora ou total de fluído removido acima de 2500 ml podem causar câimbras, espasmos musculares e problemas cardiovasculares, impedindo o treino de exercícios físicos. Após extensa revisão da literatura, pode-se concluir que o exercício físico realizado durante a hemodiálise aplicado pela supervisão do fisioterapeuta promove benefícios físicos e funcionais. Há diversidade quanto à forma de aplicação desses programas em termos de intensidade, freqüência e duração,
  • 6. devendo estas ser adequadas às realidades de cada serviço e de cada paciente. Por se tratar de um tema ainda pouco explorado, mais estudos são necessários para confirmação desses achados (MOURA et al.,2008). Os benefícios dos exercícios físicos para os pacientes com IRC submetidos à hemodiálise. O número de pacientes com DRC em todo o mundo tem aumentado em proporções alarmantes, ocasionando um importante problema de saúde pública. No Brasil, de 1994 a 2005, o índice de pacientes em HD e diálise peritoneal excedeu de 24.000 para 65.121(1-2). Como conseqüência, do número crescente de DRC fez com que os gastos do Ministério da Saúde com a terapia renal substitutiva alcançassem aproximadamente 1,4 bilhões de reais por ano, quantia esta correspondente a cerca de 10% do orçamento global desse ministério (SOARES et al., 2007). Há aproximadamente 30 anos vem sendo discutida na literatura a utilização de programas de exercícios físicos visando reabilitação física e funcional de indivíduos submetidos à HD. Os benefícios citados na literatura incluem melhora da capacidade funcional, redução dos fatores de risco cardiovasculares, melhor adaptação da tolerância ao exercício, melhora da tolerância à glicose e de problemas psicossociais (MOURA, 2006). Nos últimos anos, alguns autores têm estudado os efeitos dos exercícios durante as sessões de HD, principalmente nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. No Brasil, poucos são os centros de HD que se valem desta prática (REBOREDO et al., 2007). As principais alterações observadas em indivíduos com IRC são anemias, hipertensão arterial sistêmica e atrofia muscular, que levam à baixa capacidade aeróbica e perda de força muscular. Além dos benefícios relacionados ao sistema cardiovascular, a realização do exercício traz benefícios secundários, pela diminuição da monotonia do procedimento, melhora aderência e
  • 7. pode aumentar a eficácia da hemodiálise (REBOREDO, 2007). Pacientes com IRC apresentam menor capacidade física e funcional quando comparados à população geral. Acredita-se que anormalidades musculares e cardiovasculares, são comuns nesses indivíduos, contribuam para a ocorrência dessas alterações. As anormalidades estruturais e funcionais dos músculos são caracterizadas por miopatia uremica, que se manifesta como atrofia e fraqueza muscular (MOREIRA etal.,2000). As causas da miopatia não são bem conhecidas. Porém são descritas na literatura como anemias, miopatia por desuso, alterações no metabolismo energético incluindo metabolismo alterado de carboidratos, diminuição da utilização de lipídios associada à deficiência de carnitina, decréscimo no fluxo sanguíneo muscular, neuropatia periférica e toxinas uremicas (DELIGIANNIS, 2004). O combate ao sedentarismo na DRC é uma pratica relativamente recente no nosso meio, alguns autores têm demonstrado que além de ser um método seguro o programa de exercícios físicos para pacientes com DRC em HD proporciona inúmeros benefícios (CHEEMA; SINGH, 2005). O exercício físico é realizado com repetições sistemáticas de movimentos orientados, como conseqüência contribui para o aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular gerando, portanto o trabalho. O exercício representa um subgrupo de atividade física planejada com a finalidade de manter o condicionamento e também ser definido como qualquer atividade muscular que gere força e que interrompa a homeostase (MONTEIRO et al., 2004). Matsudo et al. (2001) relatam que os principais benefícios à saúde advinda da prática de exercícios físicos referem-se aos aspectos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. Os efeitos metabólicos apresentado pelos autores são os aumentos do volume sistólico; da potência aeróbia; da ventilação pulmonar; a melhora do perfil lipídico; a diminuição da pressão arterial; a melhora da sensibilidade à insulina e a diminuição da freqüência cardíaca em repouso e no trabalho
  • 8. submáximo. Com relação aos efeitos antropométricos e neuromusculares ocorre, segundo os autores, a diminuição da gordura corporal, o incremento da força e da massa muscular, da densidade óssea e da flexibilidade. O exercício realizado durante a HD é tão eficiente quanto o tradicional realizado no período interdialítico. Além das vantagens habituais, a realização de exercícios durante as sessões de HD traz vantagens adicionais como maior aderência ao tratamento, conveniência de horário, redução da monotonia do processo de diálise e facilidade de acompanhamento médico. É recomendado que o exercício seja realizado nas duas primeiras horas da HD, pois, na terceira hora, pode ocorrer instabilidade cardiovascular com queda da pressão arterial, prejudicando sua realização em muitos pacientes (REBOREDO et al., 2007). Os efeitos de seis meses de exercícios aeróbicos durante a HD na morfologia do músculo gastrocnêmico de indivíduos com IRC. Foram evidenciados após treinamento aumento da área de secção transversa (46%) e redução da atrofia das fibras musculares tipo I (51% para 15%), tipo II A (58% para 21%) e tipo II B (62% para 32%). Diferenças significativas também foram encontradas com relação ao aumento da capilarização muscular (MOURA et al., 2008). Cada indivíduo portador de IRC pode estar habito de participar um programa de exercícios físicos, desde que o mesmo seja elaborado de acordo com a condição física do paciente. O programa deve ter intensidade adequada, podendo ser realizado no próprio ambiente e durante a terapia dialítica, mesmo com um programa composto de poucos exercícios e realizado em sessões curtas, deverá trazer grandes benefícios ao DR. Porém com a interrupção do programa os benefícios alcançados se perderão rapidamente, então é importante que o paciente seja encorajado a permanecer em programas de exercícios físicos por tanto tempo quanto ele possa (CARVALHO, 2007). Conseqüências de uma IRC no sistema respiratório em pacientes idosos hemodialíticos. É relatado que pacientes idoso em hemodiálise apresentam
  • 9. baixa tolerância ao exercício e descondicionamento, apesar de não totalmente compreendidos, mas relacionados à atrofia muscular, miopatia, má nutrição. Em contraste com outros sistemas, o respiratório é afetado tanto pela doença, quanto por seu tratamento (hemodiálise ou diálise peritoneal). A uremia e a diálise interagem no estímulo respiratório, mecânica, função muscular e troca de gases (Prezant DJ. Effect of uremia and its treatment on pulmonary function. Lung 1990; 168:1-14.). Alguns autores (Tarasuik A, Heimer D, Bark H. Effect of chronic renal failure on skeletal and diaphragmatic muscle contraction.) Am Rev Respir Dis. 1992; 146(6):1383-8).Estudaram o comprometimento da uremia no músculo diafragma e concluíram que existe perda da força com a uremia severa. O déficit ventilatório decorrente desse comprometimento na musculatura respiratória, associado a outros comprometimentos teciduais pulmonares, compromete a função desse sistema, contribuindo para a diminuição da capacidade pulmonar (Kemp GJ, Crowe AV, Anijeet HK, Gong QY, Bimson WE, Frostick SP, et al. Abnormal mitochondrial function and muscle wasting, but normal contractile efficiency, in haemodialysed patients studied non-invasively in vivo. Nephrol Dial Transplant. 2004;19(6):1520- 7.) São encontradas outras complicações do tecido pulmonar nos pacientes idosos com IRC, tais como: edema pulmonar, derrame pleural (principalmente no paciente terminal com IRC), fibrose e calcificação pulmonar e pleural, hipertensão pulmonar, diminuição do fluxo sanguíneo capilar pulmonar e hipoxemia (13. Marrades RM, Roca J, Campistol JM, Diaz O, Barbera JA, Torregosa JV, et al. Effects of erythropoietin on muscle O2 transport during exercise in patients with chronic renal failure. J Clin Invest. 1996;97(9):2092-100.). Existem ainda déficits no fornecimento de O2 para os músculos em consequência da diminuição da microcirculação periférica, diminuição da síntese de ATP muscular por deficiências na utilização de carboidratos, indícios de resistência à insulina e
  • 10. alterações das enzimas glicolíticas e redução da oxidação dos ácidos graxos (Moreira PR, Barros E. Atualização em fisiologia e fisiopatologia renal: bases fisiopatológicas da miopatia na insuficiência renal crônica. J Bras Nefrol. 2000; 22(1): 34-8.). A dispnéia é um sintoma comum em pacientes idosos com IRC. Bush e Gabriel demonstraram pequenas diferenças nas variáveis espirométricas em pacientes submetidos à hemodiálise. Encontraram pico de fluxo inspiratório (PFI) igual a 78,7% do previsto, aumento no volume residual (VR), capacidade pulmonar total (CPT) normal e fator de transferência do monóxido de carbono (TLCO) diminuído, além de padrões obstrutivos, restritivos e mistos. Em estudo publicado demonstrou-se que pacientes com IRC recebendo hemodiálise regularmente apresentaram antes da diálise, diminuição da força dos músculos inspiratórios e reduções menos significativas na resistência dos mesmos. Entretanto, força e endurance aumentaram após hemodiálise na maioria dos pacientes. Estudos realizados mostram o decréscimo da atividade mioelétrica dos músculos respiratórios através da amplitude da eletromiografia (EMG) e que a fraqueza dos músculos respiratórios pode ser uma das causas da hipoventilação e hipoxemia durante a hemodiálise. Foi demonstrado que pacientes com IRC em tratamento através de hemodiálise apresentaram melhora significativa da endurance dos músculos respiratórios após o treinamento específico destes músculos. A fisioterapia e o paciente idoso hemodialítico – Qualidade de vida - QV O interesse em mensurar qualidade de vida, especialmente na doença renal crônica terminal, tem aumentado nos últimos anos. Uma análise das publicações sobre qualidade de vida evidencia o crescimento do interesse na área. Enquanto em 1973, uma busca utilizando o termo qualidade de vida na MEDLINE citava somente cinco artigos, em 1998 este número passou a 16.256 citações e, em 2001, chegou a 43.350 artigos com esse termo
  • 11. (DUARTE et al., 2003). O termo QV tem sido definido por diversos autores e de diferentes maneiras, o grupo de QV da organização mundial de saúde, o definiu como sendo a percepção das pessoas em relação a usa vida, adquirindo cultura, sistemas de valores, expectativas, padrões e preocupações. A QV representa competência humana de direcionamento à vida para conquistas positivas no contexto social, a QV inclui educação, acesso ao serviço de saúde, satisfação e condições dignas de trabalho (ABREU, 2005).Atualmente as atenções começaram a se voltar para uma terapêutica que vise à melhora da QV do portador de nefropatias crônica, como um fator relevante no cenário da terapêutica renal, e não apenas a extensão de sua vida. O paciente renal crônico submetido à hemodiálise passa, em média, 40 horas mensal, durante anos e anos, na unidade de HD ligado a uma máquina e monitorado por profissionais de saúde o tratamento provoca uma sucessão de situações para o paciente renal crônico (MONTEIRO et al., 2007), entre elas comprometendo o aspecto físico e psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais. O tratamento força o paciente a um ritual repetitivo e de dependência de uma máquina que toma muito o seu tempo e provoca alterações na sua imagem corporal causada pela presença de cateteres e fístulas arteriovenosas. A condição crônica e a hemodiálise causam ainda o isolamento social, perda do emprego, dependência da previdência social e um sentimento ambíguo entre medo de viver e de morrer (TRIENTINI et al., 2004). Segundo Fernandes (2007), ao iniciar a HD os pacientes manifestam algum nível de dificuldade e sofrimento psíquico relacionados à necessidade de enfrentamento da nova condição; sendo comum que a IRC não seja compreendida, de imediato, como uma doença crônica e a hemodiálise, conseqüentemente, seja vista como um tratamento de tempo limitado, destinado a curar essa doença. Desta forma, o tempo favorece não só a familiarização do paciente com a doença, mas proporcionou a mobilização de estratégias de enfrentamento que levaram a uma condição psicológica mais
  • 12. positiva. Apesar de as técnicas, equipamentos e manuseio terapêutico passarem por marcantes avanços, a IRC não deixou de ser um problema complexo que envolve aspectos médicos, psicológicos e socioeconômicos. A submissão obrigatória ao tratamento representa um aspecto importante de impacto na qualidade de vida desses pacientes, sobretudo em relação à redução da capacidade física, com hábitos sedentários e conseqüentemente o aumento da mortalidade. (Madeira EPQ, Lopes GS, Santos SFF. A investigação epidemiológica na prevenção da insuficiência renal terminal. Ênfase no estudo da agregação familiar. Med On Line. 1998; um) “Realizar exercícios durante a diálise aumenta a capacidade do exercício e qualidade de vida dos pacientes, pode reduzir o rebote de soluto e levar a maior efetividade da diálise, além de contribuir para maior e mais fácil aderência ao exercício, agindo como uma intervenção eficiente para aumentar a flexibilidade e dar motivação em um ambiente estruturado e monótono (SOARES et al., 2007).” Realizar exercícios durante a hemodiálise aumenta a capacidade do movimento e qualidade de vida dos pacientes, pode reduzir o rebote de soluto e levar a maior efetividade da diálise, além de contribuir para maior e mais fácil aderência ao exercício, agindo como uma intervenção eficiente para aumentar a flexibilidade e dar motivação em um ambiente estruturado e monótono. (Moreira RP, Barros GE. Revisão/atualização em diálise: capacidade e condicionamento físico em pacientes mantidos em hemodiálise. J Bras Nefrol 1998; 20(2): 207-10.). A capacidade cardiorrespiratória para realizar exercícios é determinada utilizando-se testes de esforço progressivos com medida do consumo de oxigênio (VO2). O VO2 de pico de pacientes em diálise é aproximadamente metade dos valores esperados para sedentários saudáveis (Painter P. The importance of exercise training in rehabilitation of patients with end-stage renal disease. Am J Kidney Dis 1994; 1(Suppl 1):2- 9.). Em alguns estudos é mostrado que o valor médio do
  • 13. consumo máximo de oxigênio VO2max obtido em testes ergométricos na maioria dos casos é de 78,61% do valor médio previsto,isso demonstra que após programa de exercícios houve melhora do desempenho físico dos pacientes em diálise, apesar do aumento do VO2max de 25,44 mL/Kg/min para 28,02 mL/Kg/min não ter sido significativo (15. Van Vilsteren MCBA, de Greef MHG, Huisman R. The effects of a low-to-moderate intensity pre-conditioning exercise programme linked with exercise couselling for sedentaryhaemodialysis patients in The Netherlands: results of a randomized clinical trial. Nephrol Dial Transplant 2005; 20:141-6.). Mas outros estudos revelam que o VO2max inicial foi semelhante (25,5 mL/Kg/min), no entanto após as 24 sessões notou-se aumento significativo do mesmo (39,9 mL/Kg/min) talvez pela maior carga de treinamento (60 a 70 % da freqüência cardíaca de reserva). Os pacientes devem ser avaliados antes de serem submetidos a qualquer técnica ou programa cinético-funcional. A avaliação fisioterapêutica deve ser padronizada de acordo com os parâmetros fisioterápicos, constando identificação, história clínica e exame físico. Estudos mostram que as avaliações devem ser realizadas préhemodiálise, com isso há várias técnicas á serem avaliadas, não só o condicionamento físico e respiratório, mas também a saúde mental. Um estudo realizado (Projeto para obtenção do título de Fisioterapeuta apresentado em 2007 na Universidade Católica de Pelotas.) mostra que as sessões de fisioterapia devem ser realizadas durante a hemodiálise, com duração de aproximadamente 30 minutos por sessão. No início dos exercícios deve-se verificar os sinais vitais (PA e FC) dos pacientes. A seguir realizar exercícios para membros superiores e inferiores sem carga e alongamentos envolvendo as principais articulações (pescoço, ombros, pulsos, mãos e dedos, quadril, joelhos, tornozelos, pés e dedos), exercícios metabólicos (abrir e fechar as mãos, circundução ativação dos punhos e pés, flexão e extensão dos cotovelos e artelhos) e exercícios de resistência manual ao final da amplitude de movimento. Pode-se também ser utilizado o massageador eletro-eletrônico com
  • 14. infravermelho na região tóraco-lombar para obter maior relaxamento do paciente. Ao término do programa, novamente verifica- se a PA e FC. Pacientes em tratamento dialítico têm fatores limitantes à atuação do fisioterapeuta, com isso, cuidados e técnicas sofrem adaptações para alcançar os seus objetivos. Para a mobilização do paciente, deve-se atentar para o tipo de acesso vascular que está sendo utilizado na diálise. Se for utilizado cateter rígido, movimentos como tríplice flexão não devem ser realizados na posição sentada quando o cateter estiver na veia femoral. No membro em que se localiza o acesso venoso a mobilização deve ser mínima ou ausente, mas apenas durante a diálise (em outras condições a mobilização é livre). (Painter, P. Low- Functioning Hemodialysis Patients Improve With Exercise Training. American Journal of Kidney Diseases 2000; set 36: 600-8.) O tratamento fisioterápico durante a hemodiálise apresenta algumas peculiaridades. Os exercícios devem ser realizados durante as duas primeiras horas de diálise, antes que valores superiores a 3 litros de fluído tenham sido removidos, pois uma taxa de ultrafiltração maior que 1000 ml/hora ou total de fluído removido acima de 2500 ml podem causar cãimbras, espasmos musculares e problemas cardiovasculares, impedindo o treino de exercícios físicos (Daul AE, Schäfers RF, Daul K, Philipp T.Exercise during hemodialysis. Clinical Nephrology 2004; jan 61: 26-30.). Moore e cols. avaliaram a resposta cardiovascular ao exercício durante a hemodiálise, e demonstraram que após duas horas de diálise ocorre uma descompensação cardiovascular, a qual pode prejudicar o sucesso dos exercícios. Quando um indivíduo apresenta diagnóstico de insuficiência renal, costuma seguir-se um longo período de restrição da atividade física, e esta inatividade leva a uma espiral progressiva de descondicionamento que posteriormente limita ainda mais a capacidade física, Painter desenvolveu um projeto com pacientes portadores de DRC em hemodiálise, com exercícios metabólicos, de alongamentos, fortalecimentos e exercícios aeróbicos, prescritos individualmente para serem realizados
  • 15. durante a hemodiálise. Este autor concluiu que a realização de exercícios físicos durante a hemodiálise ocasiona ganho na capacidade física e melhor qualidade de vida para os pacientes com doença renal crônica. O desempenho nas atividades diárias e de trabalho, a sensação de desânimo e falta de energia que são sintomas freqüentes em pacientes renais crônicos. Em relação à vitalidade, há resultados semelhantes aos descritos em outros países, sendo o sentimento de cansaço e esgotamento concordante com outros estudos que revelam valores similares nesta população, pois a fadiga está significativamente associada à presença de sintomas como problemas no sono, limitação por aspectos físicos e depressão. (Martins IRA, Cesarino BC. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico. Rev Latino-am Enfermagem 2005; 13(5): 670-6.) A taxa de aderência dos pacientes ao programa de reabilitação durante a hemodiálise é muito maior quando comparado ao programa ambulatorial, provavelmente porque quando realizado durante a diálise o exercício não toma tanto tempo como um programa formal realizado em outro turno.( Torkington M, Macrae M, Isles C. Uptake of dherence to exercise during hemidialysis. Chartered Physiotherapy 2005; agost 92: 83-87.) O estudo sugere uma melhora no componente dor, o qual está diretamente relacionado com a fisioterapia. Ainda são poucos os estudos de fisioterapia destinados a pacientes idosos portadores de IRC. Entretanto, já tem sido demonstrado que programas de reabilitação física são benéficos para a melhoria do estado geral e qualidade de vida destes pacientes. Os resultados encontrados em outros estudos demonstram a necessidade de acompanhar diferentes grupos por um período de bastante tempo, com uma amostra grande, maior intensidade de atividades fisioterapêuticas e inclusão de grupo controle, com o objetivo de comprovar os prováveis benefícios da fisioterapia no período transdialítico, principalmente em relação à redução das limitações impostas pela dor a este grupo de pacientes.
  • 16. Metodologia Esta pesquisa tem caráter exploratório com abordagem qualitativa e de revisão de literatura, realizada através de referências bibliográficas. A busca deu-se por artigos publicados nos últimos dez anos, utilizando os seguintes descritores em português: insuficiência renal crônica, qualidade de vida em hemodiálise, fisioterapia em hemodiálise,conseqüências no sistema respiratório. A pesquisa foi realizada utilizando-se estratégia de busca primária e secundária, através de artigos publicados e livros. A revisão foi ampliada através de outras fontes, como referências citadas também citadas nos artigos obtidos. Resultados A pesquisa resultou da análise de artigos já publicados e referências bibliográficas. Discussão As principais adaptações relacionadas ao exercício foram às funcionais, fisiológicas e psicológicas. Tais achados são relevantes, dadas as alterações causadas em todos os sistemas corporais. Além disso, a perda de massa muscular é o mais significante preditor de mortalidade nos pacientes em com IRC submetidos à hemodiálise, e o exercício físico é um importante fator no controle e reversão da perda muscular assim como exercícios respiratórios já que a capacidade pulmonar desses idosos esta comprometida, utilizando-se de técnicas não instrumentais e instrumentais para a melhora da capacidade residual desses idosos, fazendo –se uso de técnicas de Reexpansão pulmonar. Conclusão As evidências demonstradas neste estudo sugerem que programas de exercícios físicos adequadamente prescritos durante a para pacientes idosos com IRC submetido a hemodiálise são seguros e podem gerar benefícios para estes
  • 17. indivíduos. No entanto, os programas de treinamento físico durante a hemodiálise ainda não se tornaram rotina na maioria dos centros dialíticos. Estes fatos se devem, em parte,às lacunas deixadas na literatura, bem como pela escassez de profissionais qualificados para a implementação de tais programas. Referências Bibliográficas http://www.webartigos.com/articles/39626/1/O- pagina1.html Bush A. Gabriel R. Pulmonary function in chronic renal failure: effects of dialysus and transplantation. Thorax. 1991; 46(6):424- 8. Daul AE, Schäfers RF, Daul K, Philipp T. Exercise during hemodialysis. Clinical Nephrology 2004; jan 61: 26-30. Kemp GJ, Crowe AV, Anijeet HK, Gong QY, Bimson WE, Frostick SP, et al. Abnormal mitochondrial function and muscle wasting, but normal contractile efficiency, in haemodialysed patients studied non-invasively in vivo. Nephrol Dial Transplant. 2004;19(6):1520-7. Madeira EPQ, Lopes GS, Santos SFF. A investigação epidemiológica na prevenção da insuficiência renal terminal. Ênfase no estudo da agregação familiar. Med On Line. 1998;1(2) [acesso em 15 de março de 2011. Disponível em: http://www.medonline.com.br/med_ed/med2/epidemio.htm Marrades RM, Roca J, Campistol JM, Diaz O, Barbera JA, Torregosa JV, et al. Effects of erythropoietin on muscle O2 transport during exercise in patients with chronic renal failure. J Clin Invest. 1996; 97(9):2092-100. Martins IRA, Cesarino BC. Qualidade de vida de pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico. Rev Latino- am Enfermagem 2005; 13(5): 670-6. Moore GE, et al. Cardiovascular Response to Submaximal Stationary Cycling During Hemodialysis. American Journal of
  • 18. Kidney Diseases 1998; abr 31:631-7 Moreira PR, Barros E. Atualização em fisiologia e fisiopatologia renal: bases fisiopatológicas da miopatia na insuficiência renal crônica. J Bras Nefrol. 2000;22(1):34-8.) Painter, P. Low-Functioning Hemodialysis Patients Improve With Exercise Training. American Journal of Kidney Diseases 2000; set 36: 600-8. Painter P. The importance of exercise training in rehabilitation of patients with end-stage renal disease. Am J Kidney Dis 1994; 1(Suppl 1):2-9. Parmar MS. Chronic renal disease: early identification and active management of patients with renal impairment in primary care can improve outcomes. BMJ. 2002; 325(7355): 85-90. Prezant DJ. Effect of uremia and its treatment on pulmonary function. Lung 1990; 168:1-14. Tarasuik A, Heimer D, Bark H. Effect of chronic renal failure on skeletal and diaphragmatic muscle contraction. Am Rev Respir Dis. 1992;146(6):1383-8. Torkington M, Macrae M, Isles C. Uptake of adherence to exercise during hemidialysis. Chartered Physiotherapy 2005; agost 92: 83-87. Van Vilsteren MCBA, de Greef MHG, Huisman R. The effects of a low-to-moderate intensity pre-conditioning exercise programme linked with exercise couselling for sedentary haemodialysis patients in The Netherlands: results of a randomized clinical trial. Nephrol Dial Transplant 2005; 20:141-6.