Este documento descreve as perseguições sofridas pela Rádio K em Goiás nos últimos cinco anos, incluindo corrupção, truculência e a luta de seu fundador, Jorge Kajuru, por liberdade de imprensa.
O documento descreve a história de Jorge Kajuru como jornalista esportivo. Ele começou trabalhando em rádios locais em Cajuru e Ribeirão Preto antes de se mudar para São Paulo para trabalhar na Rádio Globo. Após um mês sem conseguir um contrato, ele foi para Goiânia trabalhar na Rádio Brasil Central. O documento também inclui um prefácio escrito por Juca Kfouri elogiando a coragem e dedicação de Kajuru em seu trabalho jornalístico.
1. O documento relata notícias diversas de Cachoeiro de Itapemirim, incluindo uma manifestação apoiando a operação Lava Jato e o governo Bolsonaro, além de reportagens sobre empresas e pessoas da região.
2. É destacado o discurso do pré-candidato a prefeito Wellington Callegari (PSL) que apoia o presidente Bolsonaro e conseguiu apoio na sociedade civil.
3. O documento também mostra fotos de pessoas que participaram da manifestação e de empresas da região, elogiando seus serviços
O documento critica vários políticos guineenses, acusando-os de corrupção e má gestão quando no poder. Aponta que a Guiné-Bissau não deve ser tratada como província de outros países e repudia a presença de tropas estrangeiras em seu território.
Este livro documenta a polêmica causada pela adulteração de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" pela Federação Espírita Paulista em 1974. Alguns grupos espíritas, como o Cairbar Schutel, protestaram fortemente contra a adulteração dos textos de Kardec. A polêmica se alastrou pelo país, porém a maioria dos líderes espíritas permaneceu em silêncio, demonstrando falta de convicção na preservação dos ensinamentos da Doutrina Espírita.
O documento resume notícias e artigos de uma revista local, incluindo uma manifestação pró-Bolsonaro, a biologia do tigre e detalhes sobre uma festa junina realizada por uma instituição da cidade.
O documento resume os principais capítulos do livro "Abusado" de Caco Barcelos, contando a história do traficante Juliano VP e sua ascensão no morro da Santa Marta no Rio de Janeiro ao longo de três partes com 38 capítulos no total.
O documento discute a censura à música popular brasileira durante a ditadura militar no Brasil. Em especial, destaca como Chico Buarque foi um dos artistas mais perseguidos pelo regime, tendo várias de suas músicas censuradas ou proibidas. Sua música "Apesar de Você" teve todos os discos destruídos após revelar-se que fazia referência ao presidente Médici. Seu álbum "Calabar" também sofreu diversas censuras nas letras e capa. A censura demonstrava o
Este documento discute vários tópicos locais, incluindo: (1) a despedida de um vereador após 7 mandatos; (2) a esperança no novo prefeito eleito; (3) gastos questionáveis da prefeitura antes do fim do mandato atual.
O documento descreve a história de Jorge Kajuru como jornalista esportivo. Ele começou trabalhando em rádios locais em Cajuru e Ribeirão Preto antes de se mudar para São Paulo para trabalhar na Rádio Globo. Após um mês sem conseguir um contrato, ele foi para Goiânia trabalhar na Rádio Brasil Central. O documento também inclui um prefácio escrito por Juca Kfouri elogiando a coragem e dedicação de Kajuru em seu trabalho jornalístico.
1. O documento relata notícias diversas de Cachoeiro de Itapemirim, incluindo uma manifestação apoiando a operação Lava Jato e o governo Bolsonaro, além de reportagens sobre empresas e pessoas da região.
2. É destacado o discurso do pré-candidato a prefeito Wellington Callegari (PSL) que apoia o presidente Bolsonaro e conseguiu apoio na sociedade civil.
3. O documento também mostra fotos de pessoas que participaram da manifestação e de empresas da região, elogiando seus serviços
O documento critica vários políticos guineenses, acusando-os de corrupção e má gestão quando no poder. Aponta que a Guiné-Bissau não deve ser tratada como província de outros países e repudia a presença de tropas estrangeiras em seu território.
Este livro documenta a polêmica causada pela adulteração de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" pela Federação Espírita Paulista em 1974. Alguns grupos espíritas, como o Cairbar Schutel, protestaram fortemente contra a adulteração dos textos de Kardec. A polêmica se alastrou pelo país, porém a maioria dos líderes espíritas permaneceu em silêncio, demonstrando falta de convicção na preservação dos ensinamentos da Doutrina Espírita.
O documento resume notícias e artigos de uma revista local, incluindo uma manifestação pró-Bolsonaro, a biologia do tigre e detalhes sobre uma festa junina realizada por uma instituição da cidade.
O documento resume os principais capítulos do livro "Abusado" de Caco Barcelos, contando a história do traficante Juliano VP e sua ascensão no morro da Santa Marta no Rio de Janeiro ao longo de três partes com 38 capítulos no total.
O documento discute a censura à música popular brasileira durante a ditadura militar no Brasil. Em especial, destaca como Chico Buarque foi um dos artistas mais perseguidos pelo regime, tendo várias de suas músicas censuradas ou proibidas. Sua música "Apesar de Você" teve todos os discos destruídos após revelar-se que fazia referência ao presidente Médici. Seu álbum "Calabar" também sofreu diversas censuras nas letras e capa. A censura demonstrava o
Este documento discute vários tópicos locais, incluindo: (1) a despedida de um vereador após 7 mandatos; (2) a esperança no novo prefeito eleito; (3) gastos questionáveis da prefeitura antes do fim do mandato atual.
Vt eternamente vt aforismos de um estadistaSaulo Barreto
1) Vários amigos e admiradores de Virgílio Távora o descrevem como um visionário e estadista que realizou grandes obras e projetos de desenvolvimento para o Ceará.
2) Eles destacam sua honestidade, coragem, competência e amor pelo estado, afirmando que ele pensou grande e cumpriu seu destino de vida de forma apaixonada.
3) Muitos o consideram o maior e melhor governador da história do Ceará por seu planejamento estratégico e disposição para realizar obras, deixando um legado
General flamarion barreto lima partenon da cidadaniaSaulo Barreto
Este capítulo apresenta a origem modesta de Flamarion Barreto Lima, nascido em 1912 em Sobral, Ceará. Filho de comerciante, teve uma infância humilde com muitos irmãos. Seu nome foi inspirado no astrônomo e escritor francês Camille Flammarion. Apesar das dificuldades, Flamarion e seus irmãos Luciano e Cesário seguiriam carreira militar, realizando o sonho frustrado de seu pai.
1. O documento é uma edição de um jornal local que discute vários tópicos, incluindo eventos sociais, política, economia e obituários.
2. Editorial apoia o novo presidente conservador e acredita que ele pode melhorar a economia e trazer esperança para o futuro.
3. Várias fotos mostram eventos sociais e comunidade, como bailes de caridade e aniversários de crianças.
Este documento apresenta informações sobre:
1) Uma música de Chico Buarque chamada "Música Angélica" e sua letra.
2) Detalhes sobre a censura durante a ditadura militar no Brasil, especialmente em relação à música.
3) Biografia breve de Chico Buarque e exemplos de como suas músicas foram censuradas durante a ditadura.
O documento resume as principais notícias e eventos da região de Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo, incluindo protestos contra a corrupção, homenagens a empresários locais, e comentários de um colunista sobre a situação política no Brasil.
Este documento descreve um jornal local chamado Diz Jornal. Ele inclui vários artigos sobre eventos culturais em Niterói, como uma roda de samba no Teatro Popular Oscar Niemeyer e reflexões sobre o ano de 2013 no cinema. Um artigo também compara o estilo de vida simples do presidente do Uruguai, Pepe Mujica, com a corrupção política comum no Brasil.
O documento descreve a vida e obras de dois escritores pré-modernistas brasileiros, Lima Barreto e Euclides da Cunha. Ambos criticavam aspectos sociais do Brasil em suas obras, como a desigualdade e o abandono do sertanejo. Suas obras mais famosas, como Os Sertões e O triste fim de Policarpo Quaresma, retratavam a realidade do país de forma realista.
1) O documento apresenta uma prova escrita de conhecimentos para concurso de bombeiro militar contendo questões sobre língua portuguesa.
2) A primeira questão trata de um texto sobre como os jornais podem distorcer a imagem do mundo ao escolherem os fatos noticiados.
3) O texto critica a ênfase dada por jornais a crimes e desgraças em detrimento de notícias sobre a vida cotidiana das pessoas.
1) O autor chega a Brasília no dia 31 de março de 1964 após uma longa viagem de carro sem saber que um golpe militar estava ocorrendo.
2) Ao chegar, eles descobrem que Brasília está em um estado de tensão com boatos e informações desencontradas sobre o golpe.
3) O autor é convidado a se alistar como "voluntário da pátria" para a resistência, mas não sabe manejar armas.
A escravidão no brasil os pensamentos de um espírita (dr. adolfo bezerra de...Ricardo Akerman
O documento discute os perigos da escravidão no Brasil e propõe medidas para extinguí-la sem danos à nação. A escravidão degrada moralmente os escravos e põe em risco a educação das crianças e a felicidade das famílias. Embora lucrativa no curto prazo, a escravidão é economicamente inviável no longo prazo, como demonstrado pela província do Ceará após abolir a escravidão em 1845.
"...daqui d'aldeia!" - a crônica capão-bonitenseRogério Machado
Este documento fornece um resumo histórico da Banda Musical "7 de Setembro" de Capão Bonito, fundada em 1885. A banda foi criada pelo Capitão José Joaquim Ferreira para unir conservadores e liberais da cidade através da música. Ao longo dos anos, a banda enfrentou altos e baixos devido a mudanças políticas, porém continua ativa até hoje.
O documento discute a história da violência no mundo, desde o colonialismo europeu até as mudanças climáticas atuais. Abrange tópicos como o genocídio dos povos Hereros e Namas na África do Sudoeste Alemã no início do século 20, como as sociedades ocidentais esquecem essa história violenta, e como as mudanças climáticas atuais afetam desproporcionalmente as regiões mais pobres do mundo.
1) O documento discute a crise econômica internacional, questionando se ela realmente acabou. Aponta que os níveis de endividamento nos EUA e na Grécia são insustentáveis.
2) Aborda a crise da dívida pública na Grécia e como isso afeta a economia grega ao estar no Euro.
3) Comenta a situação na Venezuela, criticando a cobertura parcial da mídia sobre os problemas no país.
1) O documento discute a crise econômica internacional, questionando se ela realmente acabou. Aponta que os níveis de endividamento nos EUA e na Grécia são insustentáveis.
2) Aborda a crise da dívida pública na Grécia e como isso afeta a economia grega ao estar no Euro.
3) Comenta a situação na Venezuela, criticando a cobertura parcial da mídia internacional.
O filme La Vita è Bella retrata a história de um homem, Guido, que tenta proteger seu filho dos horrores do Holocausto fazendo-o acreditar que seu tempo em um campo de concentração é apenas um jogo. Apesar das terríveis circunstâncias, Guido usa seu senso de humor e imaginação para manter a inocência e alegria de seu filho. No final, Guido morre tentando protegê-lo, mostrando o poder transcendental do amor paternal.
O documento discute a situação da segurança pública em Niterói, descrevendo como a cidade se tornou perigosa e como os cidadãos vivem com medo e incerteza. Argumenta que as autoridades falharam em proteger o povo e que todos precisam se unir para garantir sua segurança.
O documento discute vários tópicos, incluindo: 1) Um erro ortográfico em uma legenda de foto; 2) Uma informação incorreta sobre um cavalo de corrida; 3) Frases de Oscar Wilde e comentários sobre o ano de 2013 até o momento.
O documento discute vários tópicos locais, incluindo: 1) Um cavalo chamado Hacker que ganhou uma competição importante no RJ, mas ainda não é campeão nacional; 2) Mudanças no trânsito de Cachoeiro de Cima que parecem estar melhorando o fluxo; 3) A necessidade de mais mudanças urbanísticas para melhor planejamento da cidade.
O documento discute: 1) Um erro ortográfico em uma legenda de foto; 2) Uma informação incorreta sobre um cavalo de corrida; 3) As opiniões do editor sobre o ano de 2013 e mudanças no trânsito de Cachoeiro de Itapemirim.
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
A PEC 55/PEC241. Onde as máscaras caem.
https://goo.gl/PJrHaz
Cabe a esta Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
opinar sobre a proposição em exame, nos termos do art. 356 e seguintes do
Regimento Interno da Casa, tendo sido designado relator o Senador Eunício
Oliveira, que apresentou relatório pela aprovação da matéria.
No último dia 1º de novembro, a matéria veio à discussão, tendo
sido concedida vista coletiva, nos termos regimentais.
Como dissentimos do Relatório apresentado pelas razões que
passaremos a discorrer, optamos por apresentar o presente Voto em
Separado, nos termos facultados pela Carta regimental (art. 132, § 6º, I).
Como a PEC nº 55, de 2016, já do conhecimento de todos,
julgamos que essas parcas considerações encerram o Relatório deste Voto.
A PEC 55/PEC241. Onde as máscaras caem.
https://goo.gl/PJrHaz
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
http://goo.gl/FH0JnU
Ciro Gomes
7/1/1991
O governador cearense eleito fala dos problemas do seu estado e do Nordeste e em como fazer face ao coronelismo, à indústria da seca e à pobreza
As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
http://goo.gl/FH0JnU
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Vt eternamente vt aforismos de um estadistaSaulo Barreto
1) Vários amigos e admiradores de Virgílio Távora o descrevem como um visionário e estadista que realizou grandes obras e projetos de desenvolvimento para o Ceará.
2) Eles destacam sua honestidade, coragem, competência e amor pelo estado, afirmando que ele pensou grande e cumpriu seu destino de vida de forma apaixonada.
3) Muitos o consideram o maior e melhor governador da história do Ceará por seu planejamento estratégico e disposição para realizar obras, deixando um legado
General flamarion barreto lima partenon da cidadaniaSaulo Barreto
Este capítulo apresenta a origem modesta de Flamarion Barreto Lima, nascido em 1912 em Sobral, Ceará. Filho de comerciante, teve uma infância humilde com muitos irmãos. Seu nome foi inspirado no astrônomo e escritor francês Camille Flammarion. Apesar das dificuldades, Flamarion e seus irmãos Luciano e Cesário seguiriam carreira militar, realizando o sonho frustrado de seu pai.
1. O documento é uma edição de um jornal local que discute vários tópicos, incluindo eventos sociais, política, economia e obituários.
2. Editorial apoia o novo presidente conservador e acredita que ele pode melhorar a economia e trazer esperança para o futuro.
3. Várias fotos mostram eventos sociais e comunidade, como bailes de caridade e aniversários de crianças.
Este documento apresenta informações sobre:
1) Uma música de Chico Buarque chamada "Música Angélica" e sua letra.
2) Detalhes sobre a censura durante a ditadura militar no Brasil, especialmente em relação à música.
3) Biografia breve de Chico Buarque e exemplos de como suas músicas foram censuradas durante a ditadura.
O documento resume as principais notícias e eventos da região de Cachoeiro de Itapemirim no estado do Espírito Santo, incluindo protestos contra a corrupção, homenagens a empresários locais, e comentários de um colunista sobre a situação política no Brasil.
Este documento descreve um jornal local chamado Diz Jornal. Ele inclui vários artigos sobre eventos culturais em Niterói, como uma roda de samba no Teatro Popular Oscar Niemeyer e reflexões sobre o ano de 2013 no cinema. Um artigo também compara o estilo de vida simples do presidente do Uruguai, Pepe Mujica, com a corrupção política comum no Brasil.
O documento descreve a vida e obras de dois escritores pré-modernistas brasileiros, Lima Barreto e Euclides da Cunha. Ambos criticavam aspectos sociais do Brasil em suas obras, como a desigualdade e o abandono do sertanejo. Suas obras mais famosas, como Os Sertões e O triste fim de Policarpo Quaresma, retratavam a realidade do país de forma realista.
1) O documento apresenta uma prova escrita de conhecimentos para concurso de bombeiro militar contendo questões sobre língua portuguesa.
2) A primeira questão trata de um texto sobre como os jornais podem distorcer a imagem do mundo ao escolherem os fatos noticiados.
3) O texto critica a ênfase dada por jornais a crimes e desgraças em detrimento de notícias sobre a vida cotidiana das pessoas.
1) O autor chega a Brasília no dia 31 de março de 1964 após uma longa viagem de carro sem saber que um golpe militar estava ocorrendo.
2) Ao chegar, eles descobrem que Brasília está em um estado de tensão com boatos e informações desencontradas sobre o golpe.
3) O autor é convidado a se alistar como "voluntário da pátria" para a resistência, mas não sabe manejar armas.
A escravidão no brasil os pensamentos de um espírita (dr. adolfo bezerra de...Ricardo Akerman
O documento discute os perigos da escravidão no Brasil e propõe medidas para extinguí-la sem danos à nação. A escravidão degrada moralmente os escravos e põe em risco a educação das crianças e a felicidade das famílias. Embora lucrativa no curto prazo, a escravidão é economicamente inviável no longo prazo, como demonstrado pela província do Ceará após abolir a escravidão em 1845.
"...daqui d'aldeia!" - a crônica capão-bonitenseRogério Machado
Este documento fornece um resumo histórico da Banda Musical "7 de Setembro" de Capão Bonito, fundada em 1885. A banda foi criada pelo Capitão José Joaquim Ferreira para unir conservadores e liberais da cidade através da música. Ao longo dos anos, a banda enfrentou altos e baixos devido a mudanças políticas, porém continua ativa até hoje.
O documento discute a história da violência no mundo, desde o colonialismo europeu até as mudanças climáticas atuais. Abrange tópicos como o genocídio dos povos Hereros e Namas na África do Sudoeste Alemã no início do século 20, como as sociedades ocidentais esquecem essa história violenta, e como as mudanças climáticas atuais afetam desproporcionalmente as regiões mais pobres do mundo.
1) O documento discute a crise econômica internacional, questionando se ela realmente acabou. Aponta que os níveis de endividamento nos EUA e na Grécia são insustentáveis.
2) Aborda a crise da dívida pública na Grécia e como isso afeta a economia grega ao estar no Euro.
3) Comenta a situação na Venezuela, criticando a cobertura parcial da mídia sobre os problemas no país.
1) O documento discute a crise econômica internacional, questionando se ela realmente acabou. Aponta que os níveis de endividamento nos EUA e na Grécia são insustentáveis.
2) Aborda a crise da dívida pública na Grécia e como isso afeta a economia grega ao estar no Euro.
3) Comenta a situação na Venezuela, criticando a cobertura parcial da mídia internacional.
O filme La Vita è Bella retrata a história de um homem, Guido, que tenta proteger seu filho dos horrores do Holocausto fazendo-o acreditar que seu tempo em um campo de concentração é apenas um jogo. Apesar das terríveis circunstâncias, Guido usa seu senso de humor e imaginação para manter a inocência e alegria de seu filho. No final, Guido morre tentando protegê-lo, mostrando o poder transcendental do amor paternal.
O documento discute a situação da segurança pública em Niterói, descrevendo como a cidade se tornou perigosa e como os cidadãos vivem com medo e incerteza. Argumenta que as autoridades falharam em proteger o povo e que todos precisam se unir para garantir sua segurança.
O documento discute vários tópicos, incluindo: 1) Um erro ortográfico em uma legenda de foto; 2) Uma informação incorreta sobre um cavalo de corrida; 3) Frases de Oscar Wilde e comentários sobre o ano de 2013 até o momento.
O documento discute vários tópicos locais, incluindo: 1) Um cavalo chamado Hacker que ganhou uma competição importante no RJ, mas ainda não é campeão nacional; 2) Mudanças no trânsito de Cachoeiro de Cima que parecem estar melhorando o fluxo; 3) A necessidade de mais mudanças urbanísticas para melhor planejamento da cidade.
O documento discute: 1) Um erro ortográfico em uma legenda de foto; 2) Uma informação incorreta sobre um cavalo de corrida; 3) As opiniões do editor sobre o ano de 2013 e mudanças no trânsito de Cachoeiro de Itapemirim.
Semelhante a 56956651 jorge-kajuru-dossie-k-uma-historia-de-corrupcao-e-truculencia (8)
Especial: É tudo um assunto só!
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A PEC 55/PEC241. Onde as máscaras caem.
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Cabe a esta Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
opinar sobre a proposição em exame, nos termos do art. 356 e seguintes do
Regimento Interno da Casa, tendo sido designado relator o Senador Eunício
Oliveira, que apresentou relatório pela aprovação da matéria.
No último dia 1º de novembro, a matéria veio à discussão, tendo
sido concedida vista coletiva, nos termos regimentais.
Como dissentimos do Relatório apresentado pelas razões que
passaremos a discorrer, optamos por apresentar o presente Voto em
Separado, nos termos facultados pela Carta regimental (art. 132, § 6º, I).
Como a PEC nº 55, de 2016, já do conhecimento de todos,
julgamos que essas parcas considerações encerram o Relatório deste Voto.
A PEC 55/PEC241. Onde as máscaras caem.
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As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
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Ciro Gomes
7/1/1991
O governador cearense eleito fala dos problemas do seu estado e do Nordeste e em como fazer face ao coronelismo, à indústria da seca e à pobreza
As histórias do ex-marido da Patrícia Pillar
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O documento discute um esquema financeiro sofisticado que gera dívida pública nos estados e municípios brasileiros por meio da emissão de debêntures por empresas estatais não dependentes. O esquema se assemelha ao modelo grego que levou o país à crise e tem sido implementado no Brasil por meio de consultorias com expertise do FMI. Há riscos de graves consequências econômicas e sociais caso não seja impedido.
Cpsec companhia paulista de securitização doc participante evt_3610_147368357...Daniel Reis Duarte Pousa
O documento discute a Companhia Paulista de Securitização (CPSEC), incluindo sua criação legal e emissões de debêntures para financiar programas de parcelamento de dívidas tributárias do estado de São Paulo. Também menciona os riscos inerentes dessas operações de financiamento que recaem sobre o estado de São Paulo.
O documento discute as inconsistências do PLS 204/2016, que visa "legalizar" um esquema para conceder garantias públicas a empresas estatais não dependentes que emitem debêntures. O esquema gera dívida pública sem beneficiar os entes federados. Além disso, o documento propõe rejeitar o PLS 204/2016 e realizar auditoria da dívida pública para impedir tais esquemas que oneram as futuras gerações.
A proposta de emenda constitucional institui um Novo Regime Fiscal para a União, com duração de 20 anos, que limita o crescimento da despesa primária total a apenas a variação da inflação, objetivando reverter o desequilíbrio fiscal e restaurar a sustentabilidade das contas públicas.
Este documento é um balancete patrimonial de uma empresa para o período de 01/01/2015 a 31/12/2015. Ele mostra o ativo circulante e não circulante da empresa, incluindo disponibilidades, aplicações financeiras, créditos, impostos a recuperar e outros. O ativo total é de R$1,180,207,052.23 sendo R$208,117,737.88 do ativo circulante e R$972,089,314.35 do ativo não circulante.
Este relatório preliminar analisa a criação e operação da PBH Ativos S/A com base em documentos públicos. A falta de transparência é apontada, principalmente nas atas de reuniões. A lei que criou a empresa em 2010 autorizou seu capital inicial de R$100.000 e definou seus objetivos. Entretanto, o estatuto de 2011 expandiu suas atribuições para além do permitido pela lei original.
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Estatísticas sobre
Receita na América
Latina
1990 - 2010
Estudo feito pelo
The Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)
As receitas tributárias no
Brasil foram robustas e
aumentaram nas últimas
duas décadas, mostrando a
maior proporção de tributos
em relação ao PIB na
América Latina durante o
período 1990-2009, e
atingindo níveis mais
elevados do que 17 países
da OCDE em 2010.
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Estudo do IPEA:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
Este Comunicado tem por objetivo apresentar indicadores de Equidade Fiscal no Brasil,
antecipando resultados da pesquisa Impactos Distributivos da Previdência e Assistência Sociais,
da Tributação Direta e Indireta e da Provisão Pública em Educação e Saúde, feita com base na
Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD), organizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para os anos
2002-2003 e 2008-2009. O estudo apresenta as tendências recentes da intervenção redistributiva
do Estado brasileiro, na qual a regressividade do sistema tributário (gerador de desigualdades) tem
sido compensada pela progressividade do gasto social, notadamente os com educação e saúde
públicas e as despesas previdenciária e assistencial. O redirecionamento do gasto social para os
extratos de renda mais baixos se aprofundou nos últimos anos.
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Evolução da Carfa tributária Brasileira de 1986 a 2014
Estudo feito pelo IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e tributação
1986 a 1989 – Governo José Sarney
1990 a 1992 – Governo Fernando Collor de Mello
1993 a 1994 – Governo Itamar Franco
1995 a 1998 – Governo Fernando Henrique Cardoso (1)
1999 a 2002 – Governo Fernando Henrique Cardoso (2)
2003 a 2006 – Governo Luiz Inácio Lula da Silva (1)
2007 a 2010 - Governo Luiz Inácio Lula da Silva (2)
2011 a 2014 – Governo Dilma Rousseff
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
O documento apresenta a resposta à acusação de crime de responsabilidade oferecida pela Presidente Dilma Rousseff perante o Senado Federal. No sumário, a defesa contextualiza o processo de impeachment, argumentando que (1) ele nasceu de intenções políticas e não jurídicas, (2) teve regras fixadas de forma arbitrária pelo Presidente da Câmara para agilizar o processo, e (3) a denúncia foi reformulada para incluir novos fatos após pressão do Presidente da Câmara.
A íntegra do pedido de impeachment de dilma apoiado pela oposição congresso...Daniel Reis Duarte Pousa
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
A íntegra do pedido de impeachment de Dilma apoiado pela oposição
Documento que pede afastamento da presidente é assinado pelos advogados Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, Miguel Reale Junior, exministro
do governo FHC
pedaladas fiscais
“Posta assim a questão, quer se entenda como de natureza política o ‘impeachment’ do Presidente da República, ou de natureza políticopenal,
certo é que o julgamento, que ocorrerá Brossard”.
No entanto, não se pode perder de vista a natureza prevalentemente política do Impeachment, que permite que cada parlamentar vote de acordo com sua consciência, não ficando Diante das razões deduzidas na denúncia ofertada em 1º. de Setembro e neste aditamento, temse
que o seguimento do feito implicará a concretização da Constituição A fim de fortalecer, ainda mais, o conjunto probatório, além da oitiva das testemunhas arroladas na exordial, arrolase
o Excelentíssimo Procurador do Tribunal de Contas Brasil, 16 de setembro de 2015.
HÉLIO PEREIRA BICUDO
MIGUEL REALE JÚNIOR
JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
Relatorio apresentado-2016-relatorio-admissibilidade-83ff07f02ad54e9b96716a92...Daniel Reis Duarte Pousa
Especial: É tudo um assunto só!
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COMISSÃO ESPECIAL DO IMPEACHMENT,
RELATOR: Senador ANTONIO ANASTASIA
1. RELATÓRIO
Vem a esta Comissão Especial, para análise, nos termos do art. 86 da Constituição Federal (CF), do art. 44 da Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950, e dos arts. 377, I, e 380, I e II, do Regimento Interno do Senado Federal, a Denúncia (DEN) no 1, de 2016, que trata da Denúncia por crime de responsabilidade, em desfavor da Presidente da República, Dilma Vana Rousseff, por suposta abertura de créditos suplementares por decretos presidenciais, sem autorização do Congresso Nacional (Constituição Federal, art. 85, VI e art. 167, V; e Lei nº 1.079, de 1950, art.10, item 4 e art. 11, item 2); e da contratação ilegal de operações de crédito (Lei nº 1.079, de 1950, art. 11, item 3).
Especial: É tudo um assunto só!
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Relatorio apresentado-2016-voto-em-separado-pronuncia-eac9079fc1d34cd29eecfe3...Daniel Reis Duarte Pousa
Especial: É tudo um assunto só!
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COMISSÃO ESPECIAL DO IMPEACHMENT
VOTO EM SEPARADO
A análise supra nos permite concluir que é indevida e impertinente a
motivação para que se efetive o impeachment da Presidenta Dilma. Os
próprios desvios políticos ocorridos deslegitimam o processo e tornam inócua
a denúncia. Não há fundamentação técnica plausível para as alegações fáticas,
tampouco aderência jurídica dos fatos aos tipos legais apontados. É chocante a
ausência de provas, que foram catadas a qualquer custo apenas em opiniões
visceralmente apaixonadas, mas sem lastro jurídico.
O vínculo político direto dos denunciantes com o PSDB, seja por
filiação partidária, por coordenação de atividades do partido ou mesmo por
recebimento de R$45.000,00 para elaborar a representação feita contra a
Presidenta da República, afronta ao art. 14, da Lei 1.079, de 1950, que
estabelece inequivocamente a legitimidade ao cidadão, não a partidos políticos,
para oferecimento de denúncia por crime de responsabilidade.
A escolha e manutenção de um Relator do mesmo partido, o PSDB,
que nunca reconheceu a última derrota nas eleições, a terceira consecutiva, é
uma agravante que representa insulto à ordem democrática e depõe contra o
Senado Federal.
O acolhimento da denúncia, pelo vingativo ex-Presidente da Câmara,
Deputado Eduardo Cunha, no exato dia em que o Partido dos Trabalhadores (o
mesmo da Presidenta da República) declarou posição favorável junto ao
Conselho de Ética, em relação à perda do mandato dele próprio - que
induvidosamente não escapará das garras da Justiça -, por violação ao decoro
parlamentar, revela um inequívoco desvio político e de finalidade do processo.
Desvio esse expressado, da mesma forma, na motivação alegada pela maioria
dos Deputados quando do acolhimento da denúncia no Plenário da Câmara dos
Deputados, que transformou a data do dia 17 de abril de 2016 em um verdadeiro
“espetáculo de horrores”, que tornou o Parlamento motivo de vergonha
nacional e o País objeto de chacota internacional.
Por igual, não há como desconsiderar o desvio de finalidade revelado
pelas degravações de diálogo entre o ex-Presidente da Transpetro, Sergio
Machado e o Senador Romero Jucá, onde textualmente afirma que “tem que
ter o impeachment” para barrar a operação Lava Jato e que “a solução mais
fácil é botar o Michel Temer”.
Especial: É tudo um assunto só!
http://goo.gl/cpC8H3
O relatório anual de 2014 da Gerdau destaca:
1) A Gerdau enfrentou desafios no mercado global de aço, mas conseguiu melhorar o desempenho operacional e reduzir os impactos;
2) A receita líquida consolidada cresceu 6,7% em 2014, impulsionada pelas operações na América do Norte, enquanto as vendas físicas caíram 3,5%;
3) O EBITDA aumentou 7,1%, influenciado positivamente pela venda de participação acionária, mas impactado por per
O documento resume o currículo Lattes de Abraao Soares Dias dos Santos Gracco. Ele possui formação em Direito e mestrado e doutorado em Direito Constitucional pela UFMG. Atua como professor de Direito Constitucional e advogado da União, ministrando aulas em diversas instituições.
Especial: É tudo um assunto só!
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MCC : Movimento Cidadão Comum
O Cidadão Comum é um partido diferente dos tradicionais (anti-establishment ou contra o ‘status quo’): é o único que se propõe fazer a mediação entre a sociedade civil e o Estado que expressamente renuncia ao fundo partidário (dinheiro do orçamento da União) e ao financiamento empresarial (Vedado pelo Supremo Tribunal Federal). Por entender que a soberania popular pertence a cada pessoa, admitimos apenas o financiamento por pessoa física. Se quem paga “ouve a música que quer”, pretendemos ser um instrumento de mudança da realidade do Cidadão Comum, recuperando a nossa soberania sequestrada pelas oligarquias que há séculos comandam esse país usando, ora seus fantoches de direita, ora de esquerda. Assim, o Cidadão Comum pretende fazer uma transversalidade ideológica para, em definitivo, devolver as instituições políticas e econômicas para sua gente.
Especial: É tudo um assunto só!
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Especial: É tudo um assunto só!
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Thomas da Rosa de Bustamante
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq Nível
2 CA
CS Antrop.,
Arqueol., C.
Política, Direito, Rel. Internacionais e Sociologia
Especial: É tudo um assunto só!
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2. Reserva dos Direitos Autorais, em Língua Portuguesa
ou em qualquer outro idioma.
Tudo aqui, escrito e carimbado, como GRAVADO, fica
à disposição de todo cidadão que desejar buscar a cópia
das gravações na sede da Rádio K ou via internet. Também
a cópia de todos os documentos, que se tornam públicos.
Projeto Gráfico:
Graça Torres
Revisão:
Auricélia de P. Rodrigues
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Kajuru, Jorge
K13d Dossiê K : uma história de corrupção e trucu-
lência / Jorge Kajuru. – Goiânia : Rádio K do
Brasil, 2002.
268p. :il.
1. Corrupção política – Goiás – 1998/2002
2. Corrupção administrativa – Goiás – 1998/2002
II. Título.
CDU: 328.185(817.3)”1998/2002"
Av. Goiás nº 174 - Ed. São Judas Tadeu - 16º andar - Centro - Goiânia
CEP 74.010-010 - Fone: (62) 213-2929 - Fax: (62) 521-0407
E-mail: kajuru@radiokdobrasil.com.br
3. Para meus amigos ouvintes,
minha história e consciência.
Desafio os bajuladores de
palácio a escreverem um
livro que desminta tudo
aqui escrito e provado.
Mas apresentem
documentos.
4. Prefácio
O que você lerá neste livro aconteceu no século passa-
do e continua a acontecer neste.
Mas lembra a longínqua Inquisição e a bem mais próxima
ditadura militar, que assolou o País nos últimos anos 60 e 70.
O que você lerá neste livro, fartamente documentado, é a
luta de um jornalista que parece não ser deste século, nem do
passado e nem do anterior.
A luta de um romântico que se imola em praça pública,
que abre o peito para levar balas e estocadas, que sabe ser
impotente para enfrentar forças tão maiores, mas que, mesmo
assim, não desiste, trava o bom combate, apesar de saber que
protagoniza um filme no qual o mocinho morre no fim.
Jorge Kajuru é o Don Quixote de Goiás, que fez de sua
Rádio K o Sancho Pança, na batalha contra moinhos de vento
bem concretos, dois governos sucessivos e adversários entre
si – um do PMDB, com Íris Rezende, outro do PSDB, com
Marconi Perillo.
Atenção, poderosos: o personagem de Cervantes aqui é
tratado como merece, como um herói em busca da justiça e
da liberdade e não como um ator de ópera bufa.
Como diz o genial Ariano Suassuna, “ser Quixote é uma
qualidade”. Quem procura fazer dele algo caricato é a socie-
dade apodrecida, tão bem retratada nas páginas que seguem.
Ao deixar seu testemunho também em forma de livro,
Jorge Kajuru dá, mais uma vez, a cara a tapa, para que seus
ouvintes o julguem.
Ao expor a sucessão de derrotas que o levaram a sepultar
seu casamento, a perder seu patrimônio e a responder a uma
série interminável de processos, Kajuru emerge vitorioso pelo
simples fato de ter se mantido fiel aos seus propósitos públi-
cos e às suas idéias, algumas vezes manifestados de maneira
caótica; muitos, com a voz do coração e não da cabeça; to-
dos, com profundidade, honestidade e santa indignação.
Chances de capitular ele teve diversas. Propostas para
sair rico da guerra não faltaram.
Mas Kajuru, tal como um Darci Ribeiro, preferiu orgu-
lhar-se de suas derrotas. À custa do bolso, do corpo que
fraquejou, do coração despedaçado, do equilíbrio, precário,
às vezes.
5. Porque Jorge Kajuru tem a coragem dos que têm medo e
a intuição de que a vitória não precisa, necessariamente, ser
comemorada em vida.
É a História quem dirá o nome do mocinho e dos bandi-
dos. E a História está ao seu lado no embate travado com os
pusilânimes e covardes.
Não houve nenhuma pessoa próxima a Kajuru que não
lhe tenha dito, pelo menos uma vez, para largar tudo, vender
a emissora, tratar da vida num centro maior, como São Paulo,
deixar fluir seu incomensurável poder de comunicação e alar-
gar seus horizontes.
Houve momentos em que até pareceu que Kajuru con-
cordaria. Só pareceu.
Neste libelo recheado, por um lado, de atitudes dignas e,
de outro, de torpezas quase inverossímeis, eis que emerge
não só a face miserável do poder exercido de maneira arbitrá-
ria, desonesta e corrupta, em nome de interesses pessoais e
inconfessáveis. Vem à tona, ainda, o papel nefasto, compro-
metido, calhordamente interesseiro de veículos nacionais de
informação.
Felizmente Jorge Kajuru sobreviveu para contar esta his-
tória. Por sorte e habilidade, não teve o fim de tantos jornalis-
tas de centros menores, pelo Brasil afora, que acabaram víti-
mas de pistoleiros de aluguel.
Seu testemunho, porém, está longe de se esgotar nos li-
mites do estado de Goiás. O teor de suas denúncias tem o
condão de espalhar vergonha pelo país inteiro, do Palácio do
Planalto, passando pelo Ministério das Comunicações e por
algumas redações do eixo Rio-São Paulo.
Porque, de fato, é de fazer corar a constatação de que
alguém venha lutando sozinho e, há tanto tempo, contra o
dragão da maldade.
Mas Quixote não desiste e Sancho não se cala para fazer
ranger os dentes dos moinhos de vento.
Eéaiquemoraoperigoparaoscoronéis,paraosoligarcas,
para os corruptos.
Há vozes que não se calam jamais.
Juca Kfouri
6. Índice
Janeiro de 1998........................................................ 11
Julho de 1998 .......................................................... 14
Agosto de 1998 ........................................................ 14
Setembro de 1998 .................................................... 15
Outubro de 1998 ..................................................... 16
Novembro de 1998 .................................................. 27
Dezembro de 1998 .................................................. 28
Janeiro de 1999........................................................ 29
Fevereiro de 1999 .................................................... 30
Março de 1999 ........................................................ 38
Abril de 1999 ........................................................... 39
Maio de 1999 .......................................................... 53
Agosto de 1999 ........................................................ 65
Setembro de 1999 .................................................... 74
Outubro de 1999 ..................................................... 78
Dezembro de 1999 .................................................. 83
Fevereiro de 2000 .................................................... 87
Março de 2000 ........................................................ 87
Abril de 2000 ........................................................... 97
Maio de 2000 .......................................................... 105
Junho de 2000 ......................................................... 116
Julho de 2000 .......................................................... 116
Agosto de 2000 ........................................................ 116
Setembro de 2000 .................................................... 117
Outubro de 2000 ..................................................... 117
7. Novembro de 2000 .................................................. 123
Dezembro de 2000 .................................................. 123
Janeiro de 2001........................................................ 133
Abril de 2001 ........................................................... 134
Junho de 2001 ......................................................... 137
Julho do 2001 .......................................................... 158
Agosto de 2001 ........................................................ 163
Setembro de 2001 .................................................... 171
Outubro de 2001 ..................................................... 173
Novembro de 2001 .................................................. 175
Dezembro de 2001 .................................................. 176
Janeiro de 2002........................................................ 178
Fevereiro de 2002 .................................................... 181
Março de 2002 ........................................................ 181
Abril de 2002 ........................................................... 182
Maio de 2002 .......................................................... 198
Julho de 2002 .......................................................... 222
Agosto de 2002 ........................................................ 237
Setembro de 2002 .................................................... 242
8. 11
Janeiro de 1998
Com apenas um mês de vida no ar, a Rádio K
engatinhava na montagem de seu Departamento de Jorna-
lismo. No esporte, a emissora já nascia herdeira da consa-
grada marca “Feras do Kajuru”, desde 1987, com lideran-
ça absoluta nas transmissões de futebol. A Rádio K não
pensava ser diferente, apenas não queria ser igual ao res-
tante da imprensa goiana, que não servia ao povo, mas se
servia do povo, escondendo a verdade sobre os 16 anos de
PMDB em Goiás. Milhões eram gastos em publicidade ofi-
cial e pessoal. Governantes eram tão endeusados que, em
todos os anos, no aniversário de Íris Rezende, havia
colunista que pedia para decretar feriado.
Decisões tomadas pela Rádio K:
1) Pioneirismo, dando exemplo de imprensa livre.
2) Ser a primeira emissora a recusar dinheiro público,
só aceitando anúncio da iniciativa privada, com restrição
a alguns produtos. Mídia de governo, jamais.
3) Estabelecer uma relação de mão dupla com o ou-
vinte, que passou a ser o único censor da emissora, com
liberdade de expressão, sendo nosso “ombudsman”.
4) Introduzir, pela primeira vez, a prática do jornalis-
mo investigativo, com denúncias embasadas e documen-
tadas.
9. 12
RRRRRelaelaelaelaelatório Sintético por tipo detório Sintético por tipo detório Sintético por tipo detório Sintético por tipo detório Sintético por tipo de VVVVVeículoeículoeículoeículoeículo
19981998199819981998
JJJJJororororornaisnaisnaisnaisnais ----- 21.565.310,0021.565.310,0021.565.310,0021.565.310,0021.565.310,00
T VT VT VT VT V ----- 20.533.470,0020.533.470,0020.533.470,0020.533.470,0020.533.470,00
RádioRádioRádioRádioRádio ----- 6.713.160,006.713.160,006.713.160,006.713.160,006.713.160,00
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TTTTTrrrrransurbansurbansurbansurbansurb,,,,, MetrMetrMetrMetrMetrobobobobobususususus,,,,, quequequequeque,,,,, somadassomadassomadassomadassomadas,,,,,
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Quanto custava o silêncio da imprensa goiana? Aqui,
a Rádio K denunciava os gastos do PMDB, somente em
mídia oficial do Governo.
11. 14
JJJJJulho de 1998ulho de 1998ulho de 1998ulho de 1998ulho de 1998
Diretamente da França, onde cobria a Copa do Mun-
do pela Rádio K, Kajuru, em comentário de uma hora, de-
sabafou e desafiou a oposição política em Goiás, no senti-
do de que, se não houvesse um homem capaz de enfrentar
Íris Rezende, ele próprio sairia candidato de oposição ao
governo.
AgAgAgAgAgosto de 1998osto de 1998osto de 1998osto de 1998osto de 1998
A Rádio K inicia a cobertura das eleições para o Go-
verno de Goiás, com a coragem de contar a verdadeira
história dos 16 anos do PMDB e revelar as mazelas do co-
ronel Íris Rezende.
Marconi Perillo, único adversário de Íris na eleição,
aproveitava-se dessa cobertura inédita da Rádio K, em seu
primeiro ano de vida. Marconi e Kajuru nunca haviam tro-
cado uma palavra. Kajuru tomara essa decisão de cobertu-
ra jornalística porque, desde 1986, já enfrentava Íris sozi-
nho na imprensa goiana.
O único político, aliado de Marconi, que tinha relacio-
namento com Kajuru era Ronaldo Caiado, embora ideologi-
camente não houvesse nenhuma identidade. Todavia,
Ronaldo salvou a vida de Kajuru, quando um diretor da UDR,
(Wolney) já falecido, resolveu matar o jornalista.
12. 15
José Roberto (jornalista/Folha de São Paulo): “Mas só se
colocando no lugar do eleitor de Goiás, do Mato Grosso
do Sul, que ficou com o resultado defasado e que, quan-
do chegou na hora da apuração, teve uma surpresa.”
Carlos Augusto Montenegro: “Eu acho que o eleitor tem
todo o direito de reclamar com a TV Anhanguera, de
Goiânia ou de Goiás, tem todo o direito de chegar e man-
dar uma carta pra televisão, e falar: olha, foi horrível o
papel de vocês; eu, como eleitor daqui, gostaria de acom-
panhar isso até o final; é, fiquei muito triste, muito chate-
ado de vocês não terem contratado o Ibope até o final,
então, acho que o eleitor de Goiânia tem todo o direito.
Agora, fazer pesquisa de graça eu não faço.”
SetembrSetembrSetembrSetembrSetembro de 1998o de 1998o de 1998o de 1998o de 1998
Dez dias antes da eleição, no primeiro turno, Kajuru
denuncia a fraude da pesquisa do IBOPE, comandada em
Goiás, pela afiliada da Rede Globo, Organização Jaime
Câmara, que dava a Íris Rezende vitória no primeiro turno,
com 26% de frente.
Aconteceu que, em Maio (quatro meses antes das elei-
ções), o IBOPE foi contratado pela afiliada da Globo para
fazer 04 rodadas de pesquisa em Goiás. Foi feita a 1ª, que
dava a Íris, naquele momento, 26% de frente. Estranhamente,
a TV Anhanguera dispensou as outras 03 rodadas que o Ibope
faria. Por sua vez, o PMDB ficou propagando essa pesquisa
até 10 dias antes do 1º turno. Naturalmente, sem revelar a
data em que o Ibope pesquisava. Abaixo, através do Pro-
grama “Roda Viva”, da Rede Cultura de Televisão, o Sr.
Carlos Augusto Montenegro revelou o segredo, que, para a
Rádio K, já havia sido desmascarado, provocando revolta e
a virada de Marconi no 1º turno.
PROGRAMA “RODA VIVA” - TV Cultura
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
13. 16
OutubrOutubrOutubrOutubrOutubro de 1998o de 1998o de 1998o de 1998o de 1998
Marconi Perillo vence o primeiro turno e faz agrade-
cimento histórico a Kajuru. Como Íris Rezende foi mais
criticado e denunciado, Kajuru era o máximo para o jo-
vem político.
O CANDIDATO
MARCONI PERILLO
DECLAROU, NO DIA
DA VITÓRIA:
– “...Kajuru, parabéns
a você, a toda a sua equi-
pe, pela cobertura e pelo
trabalho jornalístico exem-
plar. Corretíssimo. Você
está dando uma lição de in-
dependência e a sua rádio
está, sem dúvida, contribu-
indo para a democracia em
Goiás. Vocês fizeram um
trabalho sério, você chegou
a ponto de colocar a sua rá-
dio em jogo para que a ver-
dade prevalecesse. Você
deu uma grande contribui-
ção à democracia em
Goiás. Você teve um gesto
de civismo, ao colocar em
jogo seu patrimônio, para
que a verdade prevaleces-
se em Goiás. Você ajudou
muito a democracia, em
Goiás, com a sua rádio e a
sua pesquisa.”
Depoimento, ao vivo,
às 19:35hs, pela Rádio K.
06 de Outubro de 98.
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
21. 24
DEPOIMENTO DE WELDON PAULO
“Depois do primeiro turno da grande eleição de
1998, com cobertura maciça da Rádio K do Brasil,
fui convidado por um membro do departamento co-
mercial da Rádio K do Brasil a entrar em contato
com a Paula Panarelo, já que eu tenho amizade com
o Camarguinho (Camarguinho que casou com Paula
Panarello, filha do Paulo Panarelo), pra providenci-
ar um grande patrocínio, visando esse grande deba-
te do segundo turno das eleições de 1998. Estive aqui
na Rádio K, entrei em contato com o Paulo Panarello,
ele disse que não tinha o mínimo interesse. Ao che-
gar na Rádio K, fiquei de frente com o Ebraim Arantes,
que estava sentado no sofá da recepção da Rádio K,
cumprimentei ele, e chamei ele pra entrar no depar-
tamento comercial, e aí me falaram que a Rádio K
estava saindo às ruas para arrumar patrocínio visan-
do patrocínio desse grande debate. Eu falei pro
Ebraim, o Ebraim assistiu à reenvindicação que foi
feita por mim. Ele falou: ‘Olha, já tenho os patrocíni-
os, que é Viena Medicamentos, do Arione José de
Paula, loja que pertence a Arnaldo Rabelo e a
Torneadora Aeroporto’. Era um final de semana, eu
peguei meu carro, fui na residência desses profissio-
nais e desses empresários e peguei a assinatura no
contrato da Rádio K do Brasil, aí peguei o contrato,
preenchido, nome da firma, CGC, tudo. Recebi um
Kajuru recusa, publicamente, através da Rádio K, pro-
posta de 100 mil reais, como patrocínio de cobertura das
eleições no segundo turno, feita por um dos coordenado-
res financeiros da campanha de Marconi, Ebrahim Arantes,
que, juntamente com o repórter Weldon Paulo, foi até a
residência de Kajuru, levando dinheiro em espécie.
22. 25
telefonema na minha residência, do senhor Ebraim
Arantes. Ele estava no Supermercado Cristal, que fica
ali no Setor Oeste, perto da galeria do Cinema Um.
Ele me falou que estava com o dinheiro, aí ele pe-
gou um envelope do Castro´s Park Hotel, eu me lem-
bro perfeitamente, escreveu no envelope, Heldon
Paulo, com H e não com W, que é meu nome e fa-
lou: ´olha, tô te entregando o dinheiro, 100 mil re-
ais’; eu telefonei pro Kajuru, falei: ´Kajuru, eu já re-
cebi do Ebraim.’ Ele pegou e falou: ‘eu não aceito
esse dinheiro.’ Eu falei: ´como é que é? Não aceito
esse dinheiro, eu não quero esse dinheiro’. Eu pe-
guei e falei: ´ó, Kajuru, eu vou na sua residência,
onde você está’; ele tava com gota, em cima da
cama, aí cheguei lá com o Ebraim Arantes, entreguei
o pacote de 100 mil reais, ele não aceitou, falou:
´não, não quero esse dinheiro.’ O Ebraim insistiu
demais pra que ele pegasse o dinheiro, e a Rádio K
tava precisando do dinheiro, o Kajuru não aceitou.
O Weldon Paulo perdeu 10 mil reais nessa brinca-
deira e o Kajuru não aceitou, Ebraim falou assim:
´Kajuru não gosta de dinheiro. `Eu falei: ´mas eu gos-
to’; eu falei assim: ‘eu vou pegar esse dinheiro, vou à
diretora financeira da rádio’. Kajuru, irritado: ´Se você
pegar esse dinheiro, eu denuncio você na Rádio K’.
Eu falei: ‘bom, então fim de papo, Kajuru não quer
mesmo. Ebraim, tchau.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
23. 26
Kajuru declara, no ar, que vai anular seu voto e faz
comparação entre Íris e Marconi. Aconteceu no dia 9, às 9
e meia da manhã, em programa ao vivo, onde estavam
presentes os jornalistas Altair Tavares e Cassim Zaiden, e a
deputada federal Nair Lobo.
"Eu, Jorge Kajuru, não tenho ne-
nhum partido, acho os dois candidatos
péssimos para Goiás, na minha opinião.
Péssimos dos péssimos. Tanto é que o
meu voto é nulo. Não vou votar em ne-
nhum.
Essa é a minha posição.
O Jorge Kajuru não tá nem aí com
nenhum dos dois. Não preciso de ne-
nhum dos dois. Conheci esse Marconi
Perillo agora. E dei a opinião antes de
começar o primeiro turno sobre os dois,
da seguinte maneira: para mim, trata-
va-se de Iris Sênior e Iris Júnior. Na mi-
nha opinião, o Íris não tem nenhum fi-
lho tão parecido com ele, como o
Marconi.
Essa é minha opinião.
Disse, aqui, que os mesmos erros
de Íris, certamente Marconi os terá da-
qui a 4 anos. A menos que ele me sur-
preenda, o Sr. Marconi Perillo.
A Rádio K do Brasil vai continuar
fazendo oposição jornalística a qual-
quer governo eleito em Goiás, porque
essa é a nossa posição de independên-
cia. Não queremos nenhuma relação
com o governo. Não aceitamos aqui, e
é o único veículo de comunicação que
não aceita publicidade oficial de gover-
no. Todo mundo, em Goiás, aceita.
Vença quem vencer as eleições,
continuaremos com esse trabalho po-
liticamente jornalístico."
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
24. 27
NoNoNoNoNovvvvvembrembrembrembrembro de 1998o de 1998o de 1998o de 1998o de 1998
Já eleito, antes de tomar posse, o governador Marconi
Perillo, acompanhado dos auxiliares Demóstenes, Sandoval,
Luiz Felipe e Ferrari foi até a residência de Kajuru, quando
aconteceu o primeiro encontro entre ambos, dia 20. À es-
pera de Kajuru, Isabela, sua mulher, e a empregada Biga
ouviam da cozinha, com medo de alguma discussão.
Na oportunidade, Marconi, sem constrangimento, fez
duas propostas:
1) Que a Rádio K desse uma trégua em crítica a seu
governo, alegando que ele precisaria de muito tempo para
recuperar o Estado. Revelou o tempo de 08 anos;
2) Toda denúncia que chegasse até Kajuru que, pri-
meiro, entregasse a ele, deixasse o governo resolver e apu-
rar e, quando o governo terminasse esse processo, liberaria
a Rádio K para falar do assunto.
A resposta de Kajuru: “Imprensa não foi feita para dar
trégua. E, sobre entregar a denúncia antes, trata-se de uma
censura prévia, Sr. governador”.
O secretário de comunicação, Luiz Felipe, ponderou
que a melhor mídia técnica seria a da Rádio K. Ainda nessa
conversa, o governador pediu sugestão de nome para a
Secretaria de Esportes. Kajuru pediu que o governador des-
se os nomes e ele faria comentários. Nada teve sequência.
Sobre mídia, Kajuru pediu para que nunca mais alguém do
governo falasse em assunto comercial, pois já era público,
meses atrás, no ar, o compromisso da Rádio K, de jamais
aceitar mídia de Governo.
25. 28
DeDeDeDeDezzzzzembrembrembrembrembro de 1998o de 1998o de 1998o de 1998o de 1998
A Rádio K denuncia que Jalles Fontoura foi escolhido
como secretário da Fazenda por causa de um empréstimo
na campanha eleitoral, de 3 milhões de reais, feito por seu
pai, Otávio Lage, durante o 1º turno. Até hoje, a emissora
não foi desmentida.
23 de dezembro de 1998
20 horas e 30 minutos – Cafeteria Bandeira Café
O secretário de comunicação, Luiz Felipe, pede en-
contro com Jorge Kajuru e, sem nenhum constrangimento,
faz uma proposta em nome do governador Marconi Perillo:
Um milhão de reais, em dez parcelas, para ser sócio da
Rádio K. Kajuru, estupefato, pergunta: “Quem seria meu
sócio?” Resposta de bate-pronto: “O governador, por que
não?” Imediatamente, Kajuru recusa e avisa Ronaldo Caia-
do que, no dia seguinte, vai ao governador, conta a conver-
sa, diz que Kajuru não é homem de dinheiro e, sim, de
amizade, pede uma reação de Marconi e o governador ga-
rante demissão antecipada do secretário. Moral da história:
O secretário, até hoje, faz parte da equipe de comunicação
do governo e, somente cinco meses depois deste episódio,
pediu demissão do cargo de secretário de comunicação por
outro motivo. Foi denunciado por sua própria superinten-
dente, Marialda Valente, por irregularidades e favorecimento
na licitação de agências.
26. 29
JJJJJaneiraneiraneiraneiraneiro de 1999o de 1999o de 1999o de 1999o de 1999
No dia 1º, na posse do governador Marconi Perillo, a
Rádio K foi a única emissora que transmitiu, recusando-se
a receber os 9 mil reais que o Governo pagava pela trans-
missão de cada rádio. Durante a cerimônia, a Rádio K criti-
cou veementemente o discurso de Marconi, declarando
que o povo de Goiás era injusto com Ari Valadão e Otávio
Lage, seus maiores aliados na eleição. Dois ex-governado-
res de tristes lembranças.
Ao colocar no ar a chamada, com a voz do governa-
dor, prometendo em campanha que, a partir do seu pri-
meiro dia de governo, reduziria os impostos de 17% para
12%, eis que o secretário da Fazenda, Jalles Fontoura, veio,
no ar, para dizer que o governador não havia feito essa
promessa. A Rádio K o desmascarou, reproduzindo, na ín-
tegra, a declaração do próprio governador, feita no horário
político da campanha. Jalles calou-se.
MARCONI PROMETEU
“O imposto de Goiás é o mais
caro do Brasil, é o mais ver-
gonhoso do Brasil, e eu, no
primeiro dia, vou enviar uma
mensagem para a Assem-
bléia, reduzindo o imposto da
energia, da água, da gasolina,
do gás de cozinha, porque
isso é cidadania, esse é um
compromisso que eu assumo
aqui. Eu vou acabar com essa
indecência, se Deus quiser.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.brSetembro/98 - Horário Eleitoral
Não foi cumprida a promessa.
27. 30
Ainda em janeiro, a Rádio K coloca no ar chamada
com a voz do governador Marconi Perillo, prometendo e
garantindo que, em seu governo, a imprensa seria livre para
denunciar qualquer escândalo.
FFFFFeeeeevvvvvererererereireireireireiro de 1999o de 1999o de 1999o de 1999o de 1999
Kajuru avisa publicamente, pela Rádio e pessoalmen-
te, ao governador Marconi Perillo, que empresários goianos,
da iniciativa privada, estavam querendo investir na Rádio
K e reclamavam que o governo não estava permitindo.
Marconi desmentiu e Kajuru deu um exemplo nominal: o
Sr. Rivas Resende confirmou essa versão com o testemu-
nho de Jorcelino Braga, na empresa Panarello.
Marconi mudou de assunto. Kajuru completou: “Pare-
ce que eu tinha razão, governador, o que Íris fez em 12, o
senhor vai fazer em quatro”. Perillo disse que estava sendo
ofendido e, assim, acabou o 2º e último diálogo entre os
dois. Mais tarde, Kajuru comprovou como o governador
era capaz de se envolver em compra ou venda de emisso-
ra. Bem mais covarde que Íris Rezende.
MARCONI PROMETEU
“.....Quando ganhássemos
as eleições, a imprensa se-
ria livre, não haveria mais
tutela, a imprensa é livre,
pode colocar todo dia na
capa do O Popular, e dos
outros jornais, escândalos
um atrás do outro.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
Outubro/98
Comício Final, na Praça Cívica.
Naturalmente, não foi cumprida
a promessa.
28. 31
A Rádio K denuncia contrato suprapartidário e outras
avenças com loteamento de cargos do Governo na cidade
de Aparecida, com assinatura de Sérgio Cardoso, vulgo
Serjão, cunhado do governador. A revista “Veja” também
repercute a denúncia, tratando o caso como o primeiro da
História política do País.
33. 36
O governador Marconi Perillo tenta, de todas as ma-
neiras, convencer a Rádio K a aceitar uma mídia técnica
de 150 mil reais mensais. Em troca desta mídia, o governo
pedia a imediata demissão dos funcionários da Rádio K:
Martiniano Cavalcante e Luiz César Leleco. Kajuru recusa
publicamente tal oferta, em programa das 8 horas da ma-
nhã, e mantém os funcionários na emissora.
A Rádio K lança projeto “Associa K”, em parceria com
Pelé, para o ouvinte se associar à emissora, pagando 5 re-
ais mensais, como alternativa para evitar falência da emis-
sora, mantendo sua indenpendência.
DEPOIMENTO KAJURU
Jorge Kajuru: “... Vender ações pra todo mundo,
como a gente vai lançar agora, graças a Deus, por-
que o Pelé já cansou de esperar também e, aliás, já
mandou avisar a esse governador, o Pelé, falando ao
Juca, domingo em São Paulo, que esse governador
pode mandar qualquer documento pra ele, porque
já mandaram tudo pra ele, contra mim. O Pelé man-
dou dizer pra ele: ‘fala pra ele mandar o que ele
quiser, que eu não vou mudar minha opinião sobre
você e sobre a Rádio K do Brasil, pode mandar o
que quiser’. Então, vender ações agora, tentar ven-
der 300 mil reais em ações porque, sinceramente,
ouvinte, do fundo do meu coração, os seus cinco
reais mensais, ouvinte, os cinco reais que você for
pagar, comprando ações da Rádio K do Brasil, cinco
reais por mês, que eu não quero um centavo a mais
do que isso, os seus cinco reais mensais, cinco reais
por mês, ouvinte, os seus cinco reais por mês, valem
mais, valem muito mais pra mim, pra minha honra,
valem muito mais do que os 150 mil reais mensais
34. 37
que o governo Marconi ofereceu pra mim, pra me
pagar, pra me comprar, e pra que eu tirasse da rádio
o Martiniano, o Leleco e o Gama, e pra que eu
parasse de fazer comentário político, que foi a pro-
posta que eu recebi de cento e cinqüenta mil reais,
com testemunhas, do senhor Manoel de Oliveira, e
os senhores secretário e superintendente da Secre-
taria de Comunicação. Essa foi a proposta feita, que
evidentemente eu não aceitei.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
OBS.: Kajuru desistiu, logo no segundo mês, deste projeto, antes de
receber as primeiras contribuições. Martiniano Cavalcante discordou
no ar, queria que o Associa K continuasse, mas Kajuru se aborreceu
com críticas de jornalistas concorrentes que alegavam semelhanças
deste projeto com a “Sacolinha” dos pastores. Na verdade, a finalida-
de da Rádio K era ser uma espécie de TV a cabo, com assinantes-
ouvintes, que poderiam tornar a emissora tão livre, que dispensaria até
os anúncios da iniciativa privada.
35. 38
Março de 1999Março de 1999Março de 1999Março de 1999Março de 1999
A Rádio K denuncia o uso de máquinas do governo na
Usina de Otávio Lage, pai do secretário da Fazenda Jalles
Fontoura.
A Rádio K relembra, no ar, chamadas das promessas
de campanha do governador, tais como: 100 mil empregos
em quatro meses de governo e tolerância zero em relação
à segurança, bem como melhores condições de trabalho e
de remuneração aos policiais.
Kajuru é convidado para programa de “Jô Soares”, no
SBT, com o objetivo de falar sobre as denúncias de irregu-
laridades nas campanhas de Íris Rezende e Marconi Perillo.
Exemplos de casos “Caixego” e “Ligue 900”.
Jô - E aí, o que aconteceu?
Kajuru - Nós avisamos que ía-
mos fazer isso. E fizemos essa
investigação profunda nos
dois principais candidatos ao
Governo: do PMDB e do
PSDB. Três dias antes da elei-
ção, recebemos a denúncia
fatal, que foram sacados 5
milhões de reais “in cash”, do
Banco do Estado de Goiás. E
aí está essa confusão até hoje.
Quando a gente denunciou,
nós fomos chamados de lou-
cos, acusadores sem provas.
E, hoje, aí estão as provas, e
falta apenas o julgamento fi-
nal da Justiça.
Não há dúvida que foram sa-
cados os 5 milhões, e agora
resta apenas provar se esses
5 milhões saíram do Banco
e foram para o comitê do
PMDB. E fizemos a mesma
investigação na mesma cam-
panha.
Jô - Do PSDB?
Kajuru - Do PSDB. Que tam-
bém há suspeitas de irregu-
laridades, mas ainda sem
provas. Mas continuaremos
em busca dessa reportagem.
Fizemos com os dois candi-
datos.
O jornalismo livre e investigativo da
Rádio K do Brasil provocou a primeira
entrevista de Jô Soares com um
jornalista de Goiás.
Programa Jô Onze e Meia,
do SBT, 22/03/99
36. 39
Abril de 1999Abril de 1999Abril de 1999Abril de 1999Abril de 1999
A Rádio K denuncia esquema de corrupção e movi-
mento financeiro ilegal de caixa 2 durante campanha de
Marconi Perillo. Envolvia a empresa Ligue 900, do Sr. Vilmar
Guimarães, tesoureiro de Marconi Perillo, e, naquela épo-
ca, no governo, secretário de Indústria e Comércio. O Mi-
nistério Público Federal, através do Procurador Hélio Telho,
solicita denúncia da Rádio K e começa investigação.
Com cópia de escritura em mãos, a Rádio K denuncia
a estranha compra de duas fazendas no Mato Grosso, por
parte do irmão do governador, Antônio Perillo, que nunca
havia trabalhado. Incompatível com as rendas e salários
até de seu irmão, Marconi, desde quando foi deputado es-
tadual e federal. Mais de 2.000 hectares, as áreas.
50. 53
Maio de 1999Maio de 1999Maio de 1999Maio de 1999Maio de 1999
A Rádio K denuncia o escândalo SECOM 2, envolvendo
o secretário Luiz Felipe, com provas de irregularidades apre-
sentadas pela própria superintendente da secretaria, Marialda
Valente.
55. 58
O governador Marconi Perillo promove sua primeira en-
trevista coletiva, onde qualquer jornalista teria o direito de
questioná-lo. Coincidentemente, foi a primeira e última de
seu governo. Motivo: Kajuru, acompanhado de documentos,
questionou o nepotismo em seu governo, tão criticado por ele
próprio no governo de Íris, e, principalmente, questionou o
comando paralelo de seu governo, na pessoa do cunhado de
Marconi, conhecido como Serjão, trabalhando dentro do Pa-
lácio. Ele ainda era assessor do prefeito Nion Albernaz e con-
selheiro do BEG. Ou seja, mantinha três empregos simultâne-
os.
58. 61Audio no www.radiokdobrasil.com.br
SECRETÁRIA DO SÉRGIO CARDOSO
Jorge Kajuru: ... Alô, de onde fala, por favor?
(Secretária): Assessoria...
Jorge Kajuru: ...Assessoria de onde?
(Secretária): Prefeitura e governo.
Jorge Kajuru: ...Prefeitura e governo? Aí não é, não é
aí que fica o seu Sérgio Cardoso?
(Secretária): É.
Jorge Kajuru: Ah, então, mas aí é a assessoria do
governador ou do prefeito?
(Secretária): Do governador e do prefeito, em con-
junto.
Jorge Kajuru: Ah! a assessoria aí é do governador e
do prefeito?
(Secretária): Justo.
Jorge Kajuru: O assessor tá aí, doutor Sérgio Cardoso?
(Secretária): Não, é horário de almoço, tá pro almoço.
Jorge Kajuru: E ele fica aí que horas?
(Secretária): Olha, ele hoje talvez nem venha, por-
que ele foi olhar umas obras em Guapó.
Jorge Kajuru: Em Guapó?
(Secretária): É.
Jorge Kajuru: Ah, ele é, de manhã, ele atende a pre-
feitura ou o governo?
(Secretária): Ele atende os dois, em conjunto. Tanto
o pessoal da prefeitura, como o do governo.
Jorge Kajuru: Então, pra eu falar com ele, eu tenho
que ir onde? Na secretaria?
(Secretária): Você tem que vir aqui no gabinete.
Jorge Kajuru: Tá, o gabinete fica onde?
(Secretária): Fica aqui no palácio.
Jorge Kajuru: Ah, o gabinete fica aí no palácio?
(Secretária): É.
Jorge Kajuru: Ah, tá certo. Ele é, é.....
No ar, ao vivo, no programa “Hora da Verdade”, a Rá-
dio K liga e flagra pelo telefone.
59. 62
11 de maio de 1999: data do primeiro fechamento da
Rádio K. A emissora ficou fora do ar 32 horas. O Ministério
das Comunicações alegou irregularidade na cerca de prote-
ção dos transmissores da Rádio K. Todavia, o Ministro das
Comunicações, Pimenta da Veiga, em audiência com
Ronaldo Caiado e Jorge Kajuru, confirmou o pedido do Go-
vernador de Goiás e argumentou que a emissora estava ba-
tendo pesado no seu amigo. O ministro exibiu, na audiên-
cia, a degravação de uma fita contendo palavras chulas con-
tra Marconi Perillo em programa policial terceirizado por
Sandro Mabel, que, na época, era inimigo de Marconi e tra-
balhava como chefe-de-gabinete do senador Íris Rezende.
60. 63
Documento, em degravação, enviado, pelo governa-
dor Marconi Perillo, ao Ministro das Comunicações.
OBS.: Nos dias de hoje (desde 2001), Sandro Mabel (ex-chefe-de-gabi-
nete de Iris, é amigo e um dos maiores aliados de Marconi, como filiado
do PFL. Enquanto que Luís Gama (que usou os baixos adjetivos acima)
também é amigo, de frequentar palácio, goza de grandes patrocínios
do Governo em seu programa de TV, na emissora estatal.
61. 64
Fiscal da Anatel, lacrando o transmissor
da Rádio K do Brasil, em 11/05/99.
Os ouvintes da Rádio K do Brasil
se mobilizaram em uma
manifestação popular, no dia 13
de maio de 1999, na frente da
Emissora (Av. Goiás, 174), de onde
saíram em passeata pelas
principais ruas da capital goiana
até a porta do Palácio das
Esmeraldas (Praça Cívica),
encerrando o manifesto em
repúdio ao fechamento arbitrário
da Rádio K do Brasil.
Após audiência com o ministro, a Rádio K foi reaberta.
Kajuru tomou duas providências imediatas: 1) Afastou o
locutor responsável pelos palavrões; 2) Tirou do ar o pro-
grama policial “Rádio Kadeia”. Nunca mais a emissora teve
programa policial.
Em tempo: Antes de a
Rádio K ter sido suspensa
Jorge Kajuru e Martiniano
Cavalcante já haviam, no
ar, criticado de forma
veemente os palavrões
chulos usados no
programa terceirizado
contra o governador.
62. 65
AgAgAgAgAgosto de 1999osto de 1999osto de 1999osto de 1999osto de 1999
A Rádio K denuncia gasto absurdo com as verbas se-
cretas, acima de 1 milhão e meio de reais em comida,
bebida, jóias, presentes e mordomias. O governo foi se
defender, e o Porta-Voz soltou uma pérola:
MARCOSVILLASBOAS
“.... Essas pessoas vi-
eram aqui, não vieram só
passear não, nós estamos
doidos para poder oferecer
um vinho a elas, pra que
elas fiquem num ponto tal
que possam prometer ao
Estado de Goiás aquilo
que nós precisamos...”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
Porta-Voz do Governador
OBS.: O Porta-Voz tentava explicar por que tanto vinho era consumi-
do, toda noite no palácio. Depois de meses, Marcos procurou a Rádio
K e solicita: “Não coloquem no ar aquela minha declaração... o meu
filho disse que está com vergonha na escola”. A emissora atendeu ao
apelo de pai, embora o jornalista não merecesse.
70. 73
OBS.: Uma das maiores criticas de Marconi contra o PMDB nas elei-
ções de 98, foi exatamente o gasto escandaloso com as verbas secretas.
71. 74
SetembrSetembrSetembrSetembrSetembro de 1999o de 1999o de 1999o de 1999o de 1999
A Rádio K denuncia superfaturamento na Secretaria
da Saúde. Documentos vieram da própria secretaria, atra-
vés de uma funcionária.
75. 78
OutubrOutubrOutubrOutubrOutubro de 1999o de 1999o de 1999o de 1999o de 1999
A Rádio K prova nepotismo no governo, com a exis-
tência de 17 parentes diretos de Marconi Perillo. A maioria
absoluta recebendo sem trabalhar. A tão criticada paneli-
nha virou caldeirão.
79. 82
A 1ª Dama Valéria Jaime Perillo sempre se considerou
uma autoridade.
Daí a relação de seus parentes no governo. Existem
mais seis parentes diretos, mas não conseguimos o docu-
mento.
Aqui, mais 04 parentes do Governador, que hoje
somam 21.
80. 83
DeDeDeDeDezzzzzembrembrembrembrembro de 1999o de 1999o de 1999o de 1999o de 1999
O governador exige, de forma direta, a saída de seis
dos dez maiores patrocinadores da Rádio K. O diretor do
Poupa-Ganha, Sílvio Leite, maior anunciante da Rádio, só
volta a anunciar após saber que o Ministério Público Fede-
ral iria exigir explicações dessa pressão do governo. Três
meses depois, o Poupa-Ganha rescinde, em definitivo, um
contrato de dois anos.
Gravação de Jorge Kajuru, conversando com Sílvio Leite,
Diretor-Presidente do Poupa-Ganha, que, ao tomar conhe-
cimento das reações do povo e do Ministério Público, arre-
pendeu-se de atender Marconi.
Sílvio: Rádio K do Brasil!
Kajuru: Fala, seu Sílvio...
Sílvio: Kajuru, põe o Poupa-Ganha no ar o dobro
que você vinha fazendo, heim...?
Kajuru: (risada) Você é um gozador!
Sílvio: É sério!
Kajuru: É!
Sílvio: Pode estourar a boca do balão aí!
Kajuru: (risada) Você tá falando sério?
Sílvio: Tô falando sério!
Kajuru: E como é que eu faço com o processo do
Ministério?
Sílvio: Humm...
Kajuru: O que eu falo?
Sílvio: Bom, não sei! Ministério é Ministério!
Kajuru: Mas o problema é que o Ministério Público
tá em cima. Como que eu faço? O que eu falo no
81. 84
depoimento? Falo que foi um mal-entendido? O que
eu falo?
Sílvio: Você diz que houve um mal-entendido e que
o gerente, inclusive o gerente até saiu daí, né?!
Kajuru: É!
Sílvio: É autorização minha. Eu estou lhe dando au-
torização agora. Hoje eu tomei conhecimento disso
aí, e realmente veículo nosso, produto, passa épo-
cas, tem vários aí que eu tenho contrato, que passa
seis meses , suspende e volta depois de vinte dias,
de quinze dias, um mês, e você está autorizado a
partir de agora, Poupa-Ganha, a marca da sorte.
Kajuru: Pode começar a publicidade amanhã?
Sílvio: É, agora tá bom!
Kajuru: Eu já falei tudo no ar. Como eu vou negar
para o Ministério Público?
Sílvio: Tá certo.
Kajuru: Não tem jeito!
Sílvio: Um cheiro.
Kajuru: Então vai pro pau, então?!?
Sílvio: Pode botar no ar a partir de agora!
Kajuru: Tá combinado.
Sílvio: Tá bom!
Kajuru: Um abraço!
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
83. 86
OBS.: Neste relatório, a queda brutal na receita da emissora, após
Marconi exigir saída dos maiores anunciantes, ameaçando até a fisca-
lização nas empresas.
Relatório de faturamento da Rádio K, no ano de 1999.
84. 87
Fevereiro de 2000
A Rádio K denuncia compra superfaturada de equipa-
mentos para subestações da CELG, superando 100 milhões
de reais, e provoca a investigações do Tribunal de Contas,
que, por sua vez, apura e proíbe a compra.
Março de 2000
A Rádio K denuncia o escandaloso e inédito caso da
Primeira-Dama de Goiás, que recebe mais de 9 mil reais
mensais de salários e gratificações. E a distribuição de fo-
tos oficiais da Primeira-Dama, confeccionadas com dinheiro
público e sendo distribuídas para todas as prefeituras do
Estado, fixadas nos gabinetes, como se ela também fosse
uma autoridade eleita pelo povo.
Foto oficial
85. 88
Declaração de rendimento, com seu cargo na Assembléia
Legislativa do Estado de Goiás – salário de R$ 782,11 (setecentos e
oitenta e dois reais e onze centavos)
Documentos referentes à servidora Valéria Perillo
Tabela de vencimentos dos órgãos estaduais. Como presidente da
Organização das Voluntárias de Goiás, a servidora tem direito a
vencimento de R$ 1.552,80, mais gratificação de representação no valor
de R$ 3.447,20, totalizando salário de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
86. 89
Portarias, regularizando a disposição da referida servidora, da
Assembléia Legislativa, para a Governadoria do Estado, onde ela
passa a desenvolver as suas funções.
“Eu tenho que cuidar das
minhas filhas,
que não contam com a
presença constante do pai...”
Declaração de Valéria Perillo
à Revista Veja.
Despacho 88/99, concedendo à servidora Gratificação de
Representação Especial no valor de R$ 3.500,00 (três mil
e quinhentos reais). Esta gratificação é concedida pelo
governador do Estado, por despacho, sem discriminar o
motivo do pagamento.
Cargo Assembléia
Cargo OVG
Gratificação Especial
TOTAL
R$ 782,11
R$ 5.000,00
R$ 3.500,00
R$ 9.282,11
Resumo dos salários
91. 94
A Rádio K denuncia, com provas em fotos aéreas, o
espantoso crescimento de um sítio do governador, próximo
à cidade de Pirenópolis. O terreno, que, durante a campa-
nha de 1998, foi citado pelo governador como herança de
sua esposa, com cinco alqueires, passava a ter, um ano
depois, tamanho superior a 50 alqueires.
Fevereiro/99 - Máquinas do Governo trabalhando na
fazenda de Marconi Perillo.
92. 95
Vale lembrar que, enquanto candidato ao Governo,
Marconi Perillo declarou no horário eleitoral de Rádio e
TV, em Outubro/98, que não tinha dinheiro nem para com-
pletar seus estudos . E que teve sempre uma vida simples e
sem luxo.
MARCONI DECLAROU
“Sou de uma família simples,
uma família que lutou e traba-
lhou a vida toda para sobrevi-
ver. Todos conhecem o meu pai,
todos conhecem o comerciante
que foi o meu pai. A simplicida-
de e a vida difícil dele e de toda
a minha família. De modo que
eu não tenho nada a temer com
relação a nada. E eu tenho é,
graças a Deus, uma vida limpa.
Tenho um apartamento de
morar, tenho dois carros finan-
ciados, um carro quitado e te-
nho uma chácara que foi heran-
ça do meu sogro. De modo que
eu não tenho nada a preocupar.
O meu pai trabalhou 13 anos,
de dia e noite, ali na praça do
Setor Oeste. Todos conhecem a
vida nossa e eu não me preocu-
po com relação a isto.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
Marconi, em Horário Eleitoral
Outubro /98
93. 96
Setembro/2002 - Piscina aquecida, guarita de seguran-
ça máxima, jardim de plantas raras, adega, charutaria
climatizada. Uma estrutura suntuosa para uma vida de puro
lazer. Tudo isso para quem, há 4 anos, não tinha nada e
dizia, em público, que não gostava de luxo.
Mágica: alguém consegue viver essa vida, adquirindo
esse patrimônio, em apenas 4 anos, recebendo R$ 6.500,00
líquidos?
Só mesmo um MÁGICO!
Evolução Patrimonial
94. 97
O repórter Vladimir Neto, da revista “Veja”, também
confirmou a incompatibilidade entre os salários do gover-
nador, de R$ 6.500,00, e seus gastos com a mansão. Só em
materiais de construção, apenas na loja “Irmãos Soares”, o
sr. Perillo já havia comprado 96 mil reais. Porém, não tinha
pago. O repórter da Veja conseguiu fotos aéreas da fazen-
da de Marconi. Quando desceu do avião locado para este
fim, foi surpreendido por policiais. Até hoje, não sabemos
se a Veja não quis publicar as fotos ou se os policiais lhe
tomaram a máquina.
Abril de 2000
A revista “Veja” publica, na edição do dia 19, com
detalhes, a denúncia da Rádio K sobre os salários ilegais e
imorais da Primeira-Dama. Com o título “Evita goiana”, dona
Valéria Perillo teve a coragem, em entrevista à “Veja”, de
responder: “Eu também tenho de cuidar das minhas filhas
que não contam com a presença constante do pai”. Após
essa justificativa pelos salários de Primeira-Dama, “Veja”
definiu como um caso único de maternidade remunerada
no país.
96. 99
Contra a Rádio K, que, em março, fez essa mesma denún-
cia, o governador e a Primeira-Dama moveram seis processos.
E ainda conseguiu tirar mais seis anunciantes da emissora. Para
com a revista “Veja”, que publicou nacionalmente igual de-
núncia, e que, ao contrário da Rádio K, usou adjetivos pesa-
dos contra a Primeira-Dama, como, por exemplo: “Valéria Pe-
rigo, ops, Perillo”; “por causa de suas travessuras”; “foi manicu-
re”; “Evita de Goiás”; “primor de marketing caboclo”. Enfim, o
que fez o governador? Simplesmente, uma semana depois, dia
26deabrilde2000,enviouumacarta-respostaàrevista“Veja”,
prometendodemitiraprópriamulher, informandoquepagaria,
de seu próprio bolso, as fotos oficiais feitas inadvertidamente.
Era a confirmação de tudo. Kajuru decidiu arrolar Marconi
como sua testemunha, no processo de sua esposa Valéria con-
tra o jornalista, baseando-se nessa confissão do próprio mari-
do à Veja. Na página 105, as provas.
No dia 21, foi feita, por escrito, uma minuta de contra-
to, no escritório do conhecido advogado Dr. Felicíssimo Sena,
a pedido do governador, representado por três empresários,
na pessoa de Rivas Resende, uma proposta irrecusável, de
três milhões e trezentos e cinqüenta mil reais, por 49,67%
das ações da Rádio K. Todavia, era tão político o contrato,
que, entre as diversas cláusulas, destacavam-se duas, de for-
ma curiosa:
“Parágrafo 2º da 3ª cláusula: o vendedor deixará de exer-
cer atividade radiofônica na Rádio K até 31/12/2002”, coin-
cidentemente, no final do mandato de Marconi.
“Parágrafo 3º: o vendedor não exercerá atividade
radiofônica em qualquer outra emissora de rádio no Estado
de Goiás, até 31/12/2002”.
E, por fim, a 5ª cláusula: “Letra A: não emitir juízos de
valor sobre atividades político-administrativas nas esferas mu-
nicipal, estadual ou federal”. Evidentemente, Kajuru recu-
sou, mas guardou o documento.
101. 104
OBS.: Jorcelino Braga e Ronaldo testemunharam o recebimento dessa
proposta que Kajuru revelou no ar pela Rádio K.
102. 105
Maio de 2000
A revista “Veja” cobra as duas promessas do governa-
dor, na edição do dia 10 deste mês, na página “Holofote”,
com o título “Onde está o decreto?”. A revista informou
que o porta-voz de Marconi garantia que o governador já
havia assinado o decreto, dando fim à boa vida da esposa.
Só não sabia dizer por que o tal decreto não tinha sido
publicado no Diário Oficial. Moral da história: A Primeira-
Dama nunca foi demitida. Até hoje recebe os R$ 9.200,00.
OBS.: Que semelhança com
Fernando Collor! Marconi
assumiu a denúncia e pro-
meteu demitir a própria es-
posa. Collor ameaçou fazer
o mesmo no episódio LBA
com Roseane. Até brincou
de tirar a aliança.
10/maio/2000
26/abril/2000
103. 106
Ainda em Maio, sem constrangimentos, o governador
passou a falar publicamente, em rodas políticas e empresa-
riais, que, a partir dali, sua briga com o Kajuru seria pesso-
al, de família contra família. Fui avisado por Ronaldo Cai-
ado que, por sinal, tranquilizou-me: “Ele não é homem para
colocar a mão em você”.
O jornal “Folha de S. Paulo” repercute que as denún-
cias de corrupção no governo de Goiás fizeram o governa-
dor suspender mais uma vez a Rádio K. A “Folha” previu
que seria um fato raro na história recente do País. Afirmou
que, nos últimos 15 anos, nenhuma emissora foi tirada do
ar no Brasil, com alegações de irregularidades técnicas (au-
mento de potência do transmissor). O jornal também retra-
tou que a Rádio K perdera 59 anunciantes, por pressão
política, desde dezembro de 1999.
109. 112
Motivados pela situação desesperadora de pré-falên-
cia da Rádio K, os jornalistas Juca Kfouri e Marcelo Rezende,
velhos amigos de Kajuru, em companhia do ator goiano
Stephan Nercesian, promoveram um encontro com o go-
vernador de Goiás, no dia 22, um sábado, às 20 horas, no
Hotel De Ville, em São Paulo, horas antes do embarque de
Marconi para a Europa. A conversa teve início com a in-
tenção de se pacificarem as relações. Quando o governa-
dor disse que daria “140 tiros na cara do Kajuru se não
fosse cristão”, Juca Kfouri decidiu se levantar e ir embora,
pois não acreditava que, um dia, fosse ouvir isso de al-
guém. Mas Juca acabou ficando, pois o governador deci-
diu contar que uma pessoa fizera, em nome de Kajuru,
proposta para o governo pagar, em publicidade, mídia de
150 mil reais mensais. O nome de Cleuber Carlos foi reve-
lado por Marconi. Cleuber, naquele momento era, além de
afilhado do governador, também um dos publicitários das
contas das estatais do governo. Marcelo Rezende imagina-
va que Cleuber fosse confirmar a versão de seu amigo go-
vernador. Engano: Cleuber Carlos declarou, na manhã se-
guinte, que o governador não estava falando a verdade e
que jamais Kajuru pedira qualquer centavo de publicidade
ao governo. E ainda completou que, ao contar essa pro-
posta ao Kajuru, imediatamente, tudo isso, em fevereiro de
1999, foi dito em detalhes no ar. Conforme Juca havia ad-
vertido ao Sr. Demóstenes Torres, testemunha do encontro
no hotel, se toda essa história fosse mentirosa, nunca mais
Kfouri voltaria a vê-los. Foi o que aconteceu, embora
Marconi tenha insistido diversas vezes para reencontrar
Juca. E ainda completou que, assim que Kajuru soube da
proposta, fez questão de, em fevereiro de 1999, leva-lá ime-
diatamente ao ar.
110. 113
Eu, Cleuber Carlos do Nasci-
mento, brasileiro, portador da CI
2.346.237, SSP-GO;
CPF 450.596.321/72, repórter,
morador na Av. T-4,
Nº 550, Aptº 1201-B, Setor
Bueno, Goiânia, Goiás, afirmo
para quem interessar possa que:
E sobre o que disse o governador, ele não foi
correto com as afirmações dele pelo seguinte: nunca
tratei de negociação de mídia com o governador
Marconi Perillo, sobre a Rádio K em nome de Jorge
Kajuru; afirmo ainda que, em nome dos funcionários
da Rádio K do Brasil, tentei convencer Kajuru a acei-
tar mídia técnica do governo.
Kajuru recusou-se. Jorge Kajuru já foi para o ar
imediatamente e disse que não aceitava qualquer
tipo de proposta de mídia do governo, porque ele
achava que era impossível a relação Governo/Rá-
dio, recebendo a mídia, mesmo sendo a mídia téc-
nica.
Eu, em nenhum momento, conversei com o go-
vernador sobre patrocínio, publicidade na Rádio K
do Brasil . O Governador Marconi Perillo nunca ou-
viu de minha boca qualquer tipo de proposta da
Rádio K do Brasil em nome de Jorge Kajuru.
Kajuru não aceitou nem o posicionamento dos
funcionários em aceitar a mídia técnica do governo,
por achar que seria impossível esta relação. Posteri-
ormente, conversei com Marcelo Rezende, e relatei
a ele o transcrito acima.
Sem mais para o momento e, por ser verdade,
firmo a presente.
111. 114
Eu, Juca Kfouri, jornalista ,
RG 3.337.194, declaro a quem in-
teressar possa:
Que me encontrei com o go-
vernador de Goiás, Marconi Perillo,
em maio do ano passado, num ho-
tel perto do aeroporto de
Guarulhos, em São Paulo, para dis-
cutir as relações dele com Jorge
Kajuru e sua Rádio K do Brasil.
Entre outras pessoas, estavam
presentes ao encontro o jornalista
Marcelo Rezende e o secretário da
Segurança Pública de Goiás,
Demóstenes Xavier Torres.
Que ouvi dele muita mágoa em relação ao jor-
nalismo exercido pela emissora; que ele chegou a
dizer que, se não fosse cristão, daria “140 tiros na
cara do Kajuru”.
Ele disse, também, que as críticas ao seu gover-
no começaram depois de ele ter se recusado a pa-
gar R$ 150.000,00 mensais, em publicidade, para a
Rádio K.
Surpreso, eu disse a ele que, se aquilo fosse
verdade, eu romperia com Jorge Kajuru e faria uma
declaração pública a favor dele, governador Perillo.
Como supus, a “informação” dele não passava
de leviandade, razão pela qual, como o adverti no
encontro, não voltei a vê-lo, porque deixei de acre-
ditar minimamente no que dizia ou diz.
É o que eu tinha, em resumo, a esclarecer, ra-
zão pela qual dou fé e firmo a presente.
Juca Klouri reuniu-se
com o governador
Marconi Perillo, dia
22 de maio de 2000
(sábado), às
20h30min, no Hotel
Deville, em São
Paulo, horas antes do
governador embarcar
para a Europa.
112. 115
Este é o relato de Marcelo
Rezende, jornalista, RG
025846553-6, Instituto Felix
Pacheco, RJ, feito a quem interes-
sar:
"Se eu não fosse cristão, daria
140 tiros na cara do Kajuru." Esta
foi uma das últimas frases ditas
pelo governador de Goiás, Marconi
Perillo, no encontro que tivemos no
Hotel Deville, próximo ao Aeroporto de Guarulhos, São
Paulo. Lá estavam o secretário de Segurança Pública de
Goiás, Demóstenes Torres, o Chefe da Polícia Civil,
Marcos Martins, o jornalista Juca Kfouri e algumas pes-
soas ligadas ao governador, mas que se encontravam
afastadas da mesa onde estávamos.
Foi uma frase de arroubo, um desabafo, dita de ma-
neira incisiva. Como foi também a outra frase: "Ele só
me critica porque não aceitei colocar 150 mil reais de
publicidade na Rádio K." Ou também: "O que vocês
querem de mim?"
O que nós queríamos, eu e Juca, era que o governa-
dor parasse de perseguir a Rádio, lutasse pela Rádio não
ser fechada a cada instante pelo Governo Federal, en-
tendesse que críticas, às vezes, são mais saudáveis que
os aplausos e que ele entendesse, de uma vez por todas,
que a Rádio K nunca aceitou e jamais aceitaria publici-
dade de seu ou de qualquer outro governo, para manter-
se independente e fiel à verdade e aos seus ouvintes. O
dinheiro de publicidade do seu governo não teria o efei-
to de 30 moedas. Kajuru não iria trair seu ouvinte por
dinheiro algum.
A publicidade não foi aceita, os tiros eram arroubos
e o preço final foi um ataque de direito à democracia,
ao eleitor, em resumo, ao cidadão: A Rádio foi fechada,
calada, amordaçada, mas nem em silêncio a verdade se
calou. E nunca se calará.
113. 116
Junho de 2000
Coincidência ou não, o governo de Goiás passou a
publicar anúncios de duas, três páginas coloridas na revis-
ta “Veja”. O governador, por sua vez, foi almoçar em São
Paulo com toda a direção da revista. Moral da história:
Nunca mais a revista “Veja” tocou no assunto que ela mes-
ma tanto cobrara, sobre os salários inéditos de Primeira-
Dama, ou “Evita Goiana”, conforme publicado.
Julho de 2000
A Rádio K entrevista o ex-prefeito Lilo (Francisco Agra
Alencar Filho), da cidade de Itapaci, e obtém, pela primei-
ra vez, uma confissão pública de que o prefeito e Marconi
Perillo, quando era deputado federal, dividiram uma pro-
pina no valor de 60 mil reais. Nilo desafiou Marconi a abrir
o sigilo bancário de seu pai, que, na época, depositou o
dinheiro em conta pessoal do Banco Sudameris. Até hoje,
o governador não respondeu à denúncia e tampouco per-
mitiu abrir o sigilo bancário de seu pai.
Agosto de 2000
Kajuru viaja para Austrália para dar início à cobertura
da Rádio K nas Olimpíadas de Sidney.
114. 117
Setembro de 2000
No dia 23, a uma semana de sua volta ao Brasil, Kajuru
é surpreendido por um telefonema de sua esposa, contan-
do-lhe que, naquela noite, às 10 e meia, em frente à farmá-
cia “Farmação”, da avenida 85, em Goiânia, três homens
encapuzados disseram que seu marido deveria ir embora
de Goiás; caso contrário, ela morreria. Na madrugada se-
guinte, colocaram bilhete debaixo da porta do apartamen-
to, com a mesma promessa ameaçadora. Traumatizada,
Isabela, nunca mais voltou a ser o que era.
Outubro de 2000
Kajuru voltava ao Brasil com a esperança de ver provi-
dências tomadas pela Polícia Civil de Goiás e Secretaria de
Segurança Pública do Estado, conforme compromisso dos
responsáveis, Marcos Martins e Demóstenes Xavier Torres,
ao deputado federal Ronaldo Caiado. Como nada foi apu-
rado e , baseado nas informações seguras de que tudo acon-
teceu a mando do governador, Kajuru decidiu se mudar
para São Paulo e convenceu sua esposa, em profunda de-
pressão, a morar uns tempos nos Estados Unidos.
115. 118
Na Pizzaria Pitigliano da avenida Portugal, em Goiânia,
aconteceu um encontro entre Jorge Kajuru, Pedro Goulart
e o secretário da Fazenda, Jalles Fontoura. A finalidade era
convencer Kajuru a deixar Pedro sozinho na direção da
Rádio K, para apagar o incêndio político de Marconi con-
tra a emissora. Jalles foi franco e honesto na conversa. Ali-
ás, foi a única pessoa decente do governo, que fez propos-
ta digna e até confessou: “Foi mesmo gente do governo
que mandou perseguir e agredir a esposa de Kajuru”. Jalles
lamentou o fato, alegando que não compactuava com aqui-
lo. Quando Kajuru citou Wilmar Guimarães como o exe-
cutor, Jalles baixou a cabeça e respondeu: “Ele é capaz dis-
so”.
Na cobertura das Eleições Municipais, a Rádio K de-
nunciou flagrantes, com gravação em áudio, do governa-
dor Marconi Perillo ameaçando os eleitores da cidade de
Aragoiânia, de que, se o seu candidato não ganhasse a
eleição, a cidade perderia o hospital. Conclusão: seu can-
didato não venceu e, de fato, o povo perdeu o hospital.
116. 119
GOVERNADOR AMEAÇANDO
“Vejam o que nós estamos fazendo juntos, e nós
vamos fazer muito mais, e eu quero dizer, se esse
candidato que fala mal de mim for eleito, eu não
vou fazer convênio com a prefeitura; olha, eu quero
deixar claro, quero deixar claro aqui, o governo paga
hoje, 70 funcionários do hospital, se esse candidato
que fala mal do governo não respeita o governo, o
governador, for eleito, eu vou cortar o convênio do
hospital. Vou deixar claro, eu tenho feito tudo, te-
nho feito tudo para ajudar; pode vaiar, eu quero ver
é se vocês vão dar conta de administrar a cidade
sem o governador, eu quero ver. Olha, se vieram aqui
pra vaiar o governador que trabalha por Aragoiânia,
não merecem o respaldo, o respeito do povo. Não
estão, não estão preparados para administrar nem a
casa deles.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
117. 120
DEPOIMENTO DO PREFEITO (um ano depois)
Prefeito: Abri o hospital que ele fechou; assim que eu
ganhei a eleição, num dia...
Jorge Kajuru: ... Então quer dizer que ele cumpriu a pro-
messa, então?
Prefeito: Ele cumpriu a promessa...
Jorge Kajuru: ... Ele falou que ia fechar o hospital se o
candidato dele não ganhasse a eleição.
Prefeito: A única promessa que ele prometeu dentro do
meu município e cumpriu foi essa...
Jorge Kajuru: ... Ele fechou o hospital?
Prefeito: Fechou o hospital no outro dia ....
Jorge Kajuru: ... Fechou depois da eleição?
Prefeito: Depois, eu ganhei a eleição no dia 1º, no dia 2,
as portas do hospital estavam fechadas; eu denunciei no
Ministério Público...
Jorge Kajuru: ... Que é isso, prefeito?
Prefeito: Exatamente.
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
118. 121
Na cidade de Catalão, o governador também amea-
çou que, se a sua candidata não ganhasse, a cidade morre-
ria à míngua, como Anápolis.
GOVERNADOR
“Não sei sequer se
tem dignidade pra falar
de alguém; eu faria com
ele o que eu faço com o
prefeito de Anápolis
hoje, esqueceria ele de
lado; desprezo pra eles.
Se ele porventura ga-
nhasse, o prefeito de
Anápolis, que é a maior
cidade de Goiás, e se-
quer recebe um convite
meu para uma solenida-
de; e lá em Anápolis
hoje, seu Moreira, Paulo,
lá em Anápolis hoje, o
prefeito é o quarto nas
pesquisas com 10%.”
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
119. 122
Na cidade de Cumari, o governador respondeu às vai-
as de alguns eleitores, diante de seu discurso, repetindo,
por três vezes, aos berros, da seguinte maneira: “Vai pente-
ar macaco!”
GOVERNADOR
“Palmas pra aqueles
que estão vaiando ali, eles
não tiveram educação na
casa deles, vamos dá edu-
cação pra eles. Espera um
pouquinho, senão o pes-
soal não escuta: Vai pen-
tear macaco, rapaz, vai
pentear macaco, vai pen-
tear macaco.”
No dia 25, os transmissores da Rádio K são lacrados
pela segunda vez. Novamente, com alegações absurdas de
irregularidades técnicas. O fechamento pedido pelo gover-
nador durou 37 horas. A Justiça concedeu liminar à emis-
sora.
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
120. 123
Novembro de 2000
No dia 6, o governador mostrava a sua estranha força
junto ao Ministro das Comunicações Pimenta da Veiga. Vale
lembrar que Marconi e Pimenta são sócios em algumas
propriedades goianas, e o filho do ministro é Procurador
do Estado. Enfim, neste dia 6, a Rádio K sofreu seu terceiro
fechamento em 3 anos de vida. De novo, por irregularida-
des técnicas. O fechamento durou 3 dias. Novamente, a
emissora obteve liminar para voltar.
Dezembro de 2000
O governador chegava ao número impressionante de
15 processos pessoais contra Kajuru. Até então, não sabía-
mos se Marconi pagava seus advogados com dinheiro pú-
blico ou com dinheiro do próprio bolso.
Dia 5 – Chega o momento da maior covardia do go-
vernador contra a Rádio K. Simplesmente os transmissores
foram lacrados pela quarta vez, e, dessa feita, com motivos
mal explicados, ainda referentes à primeira suspensão, ou
seja, por causa do tamanho do muro de proteção do trans-
missor. Dessa vez, o objetivo era mesmo levar a Rádio à
falência. Foram 30 dias de suspensão, exatamente no mês
mais difícil em termos de anúncios e, por coincidência,
período de dupla folha de pagamento, por causa do déci-
mo-terceiro salário.
A emissora, sempre líder de audiência, com média mí-
nima de 80% dos rádios ligados, veio a sofrer, neste mês,
uma perda de 89% de faturamento. Apenas 11 de seus anun-
ciantes pagaram a mídia não veiculada, ganhando reem-
bolso posterior, ajudando a emissora, que registrou um pre-
juízo de R$ 186.200,00, somente naquele mês.
121. 124
Naquele mesmo mês, os jornalistas Juarez Soares e Mar-
celo Rezende e o vereador Elias Vaz foram falar com o
governador e o ministro Pimenta da Veiga. Tiveram a pro-
messa pessoal e não cumprida, por parte dos dois, de que
nunca mais a Rádio seria suspensa, desde que o governa-
dor não mais sofresse críticas com adjetivações, especial-
mente “menino maluquinho do Ziraldo”. A Rádio K cum-
priu sua parte. Os políticos, não.
O Ministério Público Estadual, através de seu chefe, o
Promotor Abrão Amisy Neto, publica artigo no dia 30, no
jornal “Diário da Manhã”, condenando a mais arbitrária
punição que um veículo de comunicação, até então, sofre-
ra.
122. 125
Eu, Juarez Soares
Moreira , RG 2.997.974,
SSP-SP, CPF 504.293.698/
53, residente na Rua
Faustolo, nº 648, Vila Roma-
na, São Paulo, Capital. Ve-
nho declarar a quem inte-
ressar possa:
A reunião foi realizada
no dia 19 de dezembro de
2000, no gabinete do minis-
tro das Comunicações, Pimenta da Veiga, em Brasí-
lia. Estiveram presentes o próprio ministro, o gover-
nador de Goiás, Marconi Perillo, o vereador pela
cidade de Goiânia, Elias Vaz, o diretor da Rádio K,
Pedro Goulart, e eu, jornalista Juarez Soares.
A Rádio K nessa data estava suspensa, por 30
dias fora do ar. A intenção da reunião foi tentar um
acordo, para a solução do problema. O governador
Perillo disse ao ministro que gostaria que a Rádio K
voltasse a funcionar imediatamente e que, para isso,
estava disposto a retirar o processo, que ocasionara
a suspensão da emissora. O ministro ouviu, disse
que “tudo bem”, mas que seu assessor direto que
cuidava dessa parte jurídica, não se encontrava pre-
sente, pois estava em viagem, a serviço do Ministé-
rio. Afirmou que, tão logo ele voltasse, cuidaria do
assunto.
Eu pedi ao ministro para se empenhar a fim de
resolver o problema antes do Natal, para que as fa-
mílias dos funcionários pudessem passar essa data
mais tranqüila. Nada disso aconteceu, a rádio cum-
priu, até o último dia, a suspensão imposta. O argu-
mento usado foi o de que depois de estabelecida a
pena, não se poderia suspender ou diminuir o prazo
da punição.
123. 126
Na continuidade da conversa, o governador
Marconi Perillo afirmou que estava disposto a reti-
rar os outros processos em andamento contra a
emissora Rádio K. Assim, não haveria outras puni-
ções. Para tal, estava sua Excelência o governador
pronto para assinar um documento, oficializando
sua proposta. Com o mesmo argumento de que o
diretor jurídico estava viajando, tal ato não se con-
cretizou. O governador de Goiás pedia apenas que,
a partir daquele momento, não fosse mais
adjetivado, nos comentários feitos pela emissora a
respeito de sua administração. Todos os que repre-
sentavam a Rádio K se declararam de acordo,
achando justa a reivindicação. Assim, todos espera-
vam uma convivência profissional e respeitosa, na
relação Rádio K/Administração do Estado de Goiás.
Como se verificou através de fatos posteriores, a
emissora cumpriu sua parte; o governador, não.
Por ser verdade, firmo a presente.
124. 127
Eu, Elias Vaz de
Andrade, Vereador por
Goiânia, RG 1.345.642,
SSP-GO, CPF
422.894.401-91, residente
à rua T-64, nº 186, Setor
Bueno, Goiânia, Goiás,
declaro a quem interessar
possa:
Preocupado, como
cidadão goiano, com as
constantes ameaças de intervenção e com as inter-
rupções das transmissões da Rádio K do Brasil, efe-
tivamente determinadas pelo Ministérios das Comu-
nicações, me reuni, em São Paulo, com Jorge
Kajuru e Martiniano Cavalcante, e ficou decidido
que eu trabalharia como interlocutor frente ao go-
vernador Marconi Perillo, para tentar buscar uma
solução para o problema.
Marconi Perillo atendeu ao apelo e nos reuni-
mos, ele, eu, Marcos Villas Boas, e os jornalistas
Juarez Soares e Marcelo Rezende. O governador
reclamou do que chamou de excesso de
adjetivação nos comentários políticos emitidos na
Rádio K. Chegou a afirmar que Jorge Kajuru teria
ofendido a primeira-dama do Estado. Ponderei que
era de meu conhecimento e realmente havia ocorri-
do comentário agressivo na Rádio, mas que eles não
haviam partido de Kajuru e, por sua vez, questionou
publicamente os autores dos comentários.
Logo após essa reunião, a Rádio voltou a ter
suas transmissões interrompidas. Pedi, então, ao Se-
cretário Estadual de Infra-estrutura, Carlos
Maranhão, que sugerisse ao governador uma inter-
venção no Ministério das Comunicações em favor
125. 128
da Rádio. A reunião foi agendada e, por sugestão
do governador, eu e Juarez Soares fomos convida-
dos a participar, para testemunhar o empenho do
governo do Estado em solucionar o impasse.
Marconi Perillo voltou a reclamar das adjetivações.
O Governador pediu ao ministro, no entanto, auto-
rização para que a Rádio K voltasse a funcionar e se
comprometeu a retirar todos os processos do gover-
no do Estado, contra a emissora, no Ministério.
Marconi Perillo disse, ainda, que a Rádio poderia
manter sua posição crítica frente aos fatos políticos,
mas pediu que a emissora interrompesse as
adjetivações ou comentários pessoais. Isso foi o que
ficou acertado.
Desde então, a Rádio K do Brasil vem cumprin-
do com a sua parte do acordo até hoje, por sua vez
o governador e o ministro não estão cumprindo
nada, tanto assim que a Rádio K foi tirada do ar,
uma vez mais, em junho passado, por uma semana,
e mais dezenas de processos foram abertos.
Sendo verdade o que acabei de relatar, firmo o
presente.
127. 130
OBS.: Espontaneamente, o promotor enviou esse artigo para o Diário
da Manhã. Marconi não gostou e foi tirar satisfação com o jornalista
Batista Custódio, presidente do jornal. Batista, aliás, que tentou, diver-
sas vezes, convencer o Governador a parar com essa briga. E Batista
sabe e propaga que Kajuru não teve culpa. E que não mostrou radicalis-
mo. Foi Ronaldo Caiado quem ouviu esse depoimento de Batista Cus-
tódio em julho de 2002.
128. 131
Para surpresa do governador, o líder do governo na
Assembléia, deputado José Lopes (PSDB), confessou em
entrevista ao vivo, que foi mesmo o governo quem man-
dou fechar a Rádio K. Presidente da Assembléia Legislativa,
Sebastião Tejota, também governista, em visita à emissora,
disse que foi uma loucura de Marconi. Martiniano Caval-
cante ouviu tudo e registrou no ar, na hora.
ENTREVISTA COM JOSÉ LOPES
Ricardo Lima: Porque eu tenho uma colocação pro
deputado estadual José Lopes, PSDB, líder do PSDB,
a gente tá falando aqui muitas coisas sobre plantas
medicinais, mas o senhor, que está na política há
um bom tempo também, o que o senhor acha da
imprensa, o senhor acha que a imprensa é livre aqui
no estado de Goiás, deputado José Lopes?
José Lopes: Olha, Ricardo, na verdade, depois que
veio aqui, quero falar com toda a sinceridade, mes-
mo pertencendo e sendo líder do meu partido o
PSDB, na verdade, Goiás deve muito ao proprietá-
rio dessa rádio aqui, o Jorge Kajuru, ele chegou e
está sendo um professor, e eu não tenho razão ne-
nhuma, nem conheço o Jorge Kajuru pessoalmente,
nunca conversei com ele; estive aqui várias vezes,
na sua rádio, como vou em outras, mas Jorge Kajuru
tem, através da sua luta, eu pra mim, acredito que é
até um maluco, mas tem dado uma aula de conquis-
ta da imprensa livre em Goiás; a opressão que ele
está sofrendo, a opressão que a Rádio K do Brasil
está sofrendo é um demonstrativo nítido que a im-
prensa em Goiás ainda não é livre e só vai ser quan-
do existir pessoas como esse Jorge Kajuru aqui; lógi-
co que vem toda a equipe, mas a equipe só existe, e
todos os profissionais, e precisa de homens que te-
129. 132
nham a força e o desprendimento como Jorge Kajuru
para conquistar uma imprensa livre tanto aqui em
Goiás, que Goiás seja o estado a iniciar essa im-
prensa livre, mas de forma alguma é livre e aqui
quero prestar a minha homenagem ao Jorge Kajuru
e dizer, se ele, um dia, realmente for calado, se a
sua rádio for fechada, não se preocupe, onde passa
uma idéia, dez milhões de anos depois, passam os
canhões para defendê-la, e precisa de alguém com
a força com a determinação de Jorge Kajuru para
defender a imprensa livre que é o melhor para o
povo.
Audio no www.radiokdobrasil.com.br
130. 133
Janeiro de 2001
No dia 3, o jornal “O Globo” repercutiu, em nota
publicada pelo jornalista Ricardo Boechat, que a suspen-
são de 30 dias, aplicada à Rádio K, foi a mais longa puni-
ção do gênero na História do Brasil. Terminou a nota de
“O Globo”, com a seguinte definição: “Nem a ditadura
fez igual”.
131. 134
Abril de 2001
No dia 9, a esposa de Kajuru volta ao Brasil. Com sigi-
losa chegada, sem que ninguém soubesse do fato, à exce-
ção exclusiva de pai, mãe e marido. Dois dias depois, em
Goiânia, na residência dos pais, que já tinham mudado o
número de telefone e instalado bina, Isabela volta a sofrer
ameaça de morte, via telefone. Em dois dias, a própria Po-
lícia Civil de Goiás veio a confirmar que o número do apa-
relho pertencia ao Sr. Marcos Perillo, primo do governador
e dono de uma loja de equipamentos para ginástica, no
Shopping Flamboyant. Kajuru pediu socorro a seus amigos
Ronaldo Caiado e Jorcelino Braga, também amigos de Mar-
cos Martins e Demóstenes Torres, respectivamente diretor
da Polícia Civil e secretário de Segurança Pública. Provi-
dências foram tomadas. Um policial de nome Ronaldo fez
o serviço completo, localizando, inclusive, o primeiro
agressor e perseguidor da esposa de Kajuru, quando do iní-
cio desses lamentáveis episódios, em setembro de 2000.
Esperava-se, por parte do governo, as providências cabí-
veis que, até hoje, não aconteceram. Kajuru decidiu, en-
tão, separar-se da esposa. Na verdade, foi uma renúncia ao
casamento, para segurança maior à esposa e à sua família,
os quais não suportavam mais tanta pressão. Parece ter sido
melhor, pois até o lançamento desse livro não voltaram a
fazer qualquer tipo de ameaça ou perseguição. Por parte
de Kajuru, ficou a triste ferida de ter perdido uma família. E
um amor, até hoje, insubstituível.
134. 137
Junho de 2001
A Rádio K e a revista “IstoÉ” apresentam uma bombás-
tica denúncia sobre o esquema de propina no governo de
Goiás, envolvendo empreiteiras e lobistas, arrecadando
fundos para as campanhas de Marconi. Teve acesso à gra-
vação feita por Aniceto de Oliveira Costa, uma das seis
pessoas participantes da reunião que definiu quem iria re-
ceber a propina final. Um fato estranho ocorreu. A Rádio K
exibiu a íntegra da gravação, onde, no final da conversa,
ficou 100% claro que era o governador o responsável por
receber e distribuir o dinheiro: Jair Lage Filho, o primo do
secretário da Fazenda, Jalles Fontoura, terminou a grava-
ção revelando, aos empreiteiros e lobistas da reunião, o
que acabara de ouvir em seu telefone celular, na frente de
todos, de seu primo Jalles, ou seja, “este dinheiro é para
entregar para o Marconi”. Já a revista “IstoÉ”,
inexplicavelmente, não publicou essa conversa final, ten-
do a mesma gravação da Rádio K em mãos.
Assim como aconteceu com a revista “Veja”, em 2000,
dessa feita, o governador agiu de forma mais rápida: foi a
São Paulo na mesma semana, almoçou com toda a direção
da revista “IstoÉ”. Curiosamente, quinze dias depois, o go-
verno de Goiás foi o único anunciante de todas as páginas
da revista “Isto É Dinheiro”. Normalmente, essas edições
vêm com anúncios de governos estaduais, no máximo de
seis páginas. Foi a primeira vez na história da revista que
um só governo comprou todas as páginas, sem exceção.
Da capa à contracapa.
Coincidência ou não, nunca mais a revista “IstoÉ” pu-
blicou uma linha, uma nota sequer sobre o escândalo. O
Ministério Público Estadual, através de seu Promotor Abrão
Amisy, iniciou uma investigação minuciosa do caso. Ou-
viu todos os depoimentos, inclusive os de Marconi.
Logicamente. todos negaram. Quando o Ministério Públi-
co concluiu que precisava dos sigilos bancário, fiscal e te-
135. 138
lefônico. Eis que entrou a Procuradora Geral do Estado,
Dra. Ivana Farina, conhecida como a “Geraldo Brindeiro
do Cerrado”, que não só engavetou o processo, como tam-
bém paralisou toda a investigação. Por quê? Simples: se
abrissem esses sigilos, todos descobririam a verdade, nua e
crua, na gravação de toda a conversa dos senhores Francis-
co, Manara, Brasil Leite, Marcelo e Jair Lage, feita por
Aniceto. Ou seja, foi mesmo o governador quem recebeu e
cobrou 25% de propina da Construtora Triunfo. Vale lem-
brar que o governador, até hoje, processa Kajuru e a Rádio
K por causa dessa denúncia. A revista “IstoÉ” jamais foi
processada. E o Promotor Abrão Amisy continua
inconformado, decepcionado por não ter podido seguir com
a investigação.
137. 140
Patrimônio preservado: na Cidade
de Goiás investimento de R$ 3,5
milhões atendeu todas as exigências
de tombamento feitas pela Unesco
Química poderosa: criação
da Universidade Estadual de
Goiás apóia necessidades
das empresas
Missão possível: recordes
mensais de arrecadação há mais
de um ano
Referência
internacional: clínicas de
olhos como a CBCO, de
Goiânia, estão à altura
das melhores do mundo
Alta produtividade: investimentos de
R$ 46 milhões em irrigação alavacam
resultados do campo
Frigorífico de R$ 400 milhões: a
Perdigão escolheu Rio Verde entre 40
opções de cidades
141. 144
A reunião começa com uma conversa informal entre
cinco dos presentes. Jairzinho ainda não havia che-
gado. Nesse ponto, a conversa é morna. Pouco de-
pois, Jairzinho chega ao local.
Jair – Manara, tudo bem?
Manara – Tudo bem.
Jair – Você que é o Eduardo
Manara?
Manara – Sou eu, Eduardo Manara.
Jair – Ah , Eduardo Manara.
Eles se ajeitam nas cadeiras. Jair vai logo tratando do
que interessa.
Jair – O negócio do...
Manara – É...
Jair – Esse negócio que já tinha falado antes, bem
antes com o Brasil, que era uma situação do governa-
dor Marconi Perillo, que passou isso para o Jalles. Tá
certo?
Manara – Jalles, quem é?
– Jalles, o secretário...
– O secretário da...
Participaram da reunião:
• Aniceto de Oliveira Costa, agrimensor, ex-prefeito
de Pontalina.
• Francisco de Assis Camargo, ex-chefe do escritório
da Triunfo em Goiânia e ainda ligado à construtora.
• Eduardo Manara, chefe do escritório da Triunfo em
Brasília e Goiânia.
• Brasil Leite Camargo, sub-empreiteiro.
• Marcelo Sampaio, corretor e lobista.
• Jair Lage Filho, o Jairzinho, primo do deputado esta-
dual pelo PFL e secretário da Fazenda, Jalles
Fontoura.
Gravação, na íntegra, da conversa sobre os pagamen-
tos de propina, que somente a Rádio K exibiu:
142. 145
Jair – Isso. Ele (Jalles) ficou responsável de fazer isso
para o governador. E eu, na época, conversei com o
Dito (Benedito Wilson do Nascimento Júnior, um dos
cinco donos da Triunfo). Falei: 'Oh, Dito, você já
tinha me falado lá no veinho um dia que tava preci-
sando receber isso. Tem essa oportunidade, eu tô re-
cebendo isso e tal... se você quiser, eu converso lá,
eu acho que...
O representante da construtora quer logo saber por
que Jairzinho se meteu no negócio, que já estava acer-
tado entre a Triunfo e os lobbistas Marcelo e Brasil.
Manara – Vamos só botar os pingos nos is. Você fa-
lou com o Dito? O Dito falou para você tocar o negó-
cio para frente?
Jair – Exatamente.
Manara – Eu falei para o Brasil há dois meses atrás...
para ele tocar o negócio pra frente, tá? E uma vez,
como tinha duas pessoas falando, é melhor então va-
riar entre os dois, você e você.
Jair – Exatamente.
Manara – Na véspera de nós recebermos o dinheiro
devido pelo Governo, eu não lembro a data exata
agora. O Chico (Francisco Assis Camargo da Triunfo)
me ligou, e falou que o... O Brasil (Brasil Leite
Camargo) estava recebendo. A turma do Brasil... isso
na véspera, no dia em que nós recebemos, uma quar-
ta ou quinta-feira, o Chico me ligou meio-dia e meia,
uma hora... e eu falei: pega o cheque, o resto do acer-
to a gente vê depois. Quando foi três e meia da tar-
de... o Queiroz, que é diretor-administrativo nosso,
ligou para mim. O Dito ligou pro Queiroz e falou
que há 15 minutos atrás você, Jair, tinha ligado para
ele, dizendo que você ia receber e que você fazia por
21%.
Jair – Não! Eu fazia não, é 25%. Isso é acertado com
o Governo.
143. 146
Manara – Eu não estou discutindo percentual. Só que-
ro saber se tem conversa.
Jair – Tudo bem.
O representante da construtora quer saber pra quem
paga a comissão: para o lobista, com quem tinha acer-
tado antes, ou com o primo do secretário, que se me-
teu no negócio depois que o dinheiro já havia sido
empenhado.
Manara – Nesse mesmo dia... Veja, o que eu falei. Eu
acertei com o Brasil, a turma do Brasil. 'Ó Manara,
nós vamos pagar 25%... (...)Eu pago 25(%)... 30(%)
eu não pago mais pra ninguém’. Agora, o que eu vim
fazer aqui hoje, ô Jair, foi bom até que veio você,
que foi intermediário da conversa com o Dito, não
foi nem o tal de Milton (Onorato), chefe- de -gabine-
te de Jalles) que já me encheu o saco para caralho. O
que eu vim fazer aqui foi o seguinte: eu quero saber
pra quem eu dou o dinheiro. Eu vou pagar, não sei se
vou pagar os 25 (%), eu tô de saco cheio (...) Só de
telefonema ontem eu recebi uns 30 do Milton. Ante-
ontem minha esposa chegou de viagem e ele acor-
dou minha esposa umas quatro vezes.
Jair – O Milton?
Manara – O Milton. Pra falar comigo. Meu celular
quebrou, troquei por um novinho... tanto que ele li-
gava. E eu tava no DNER trabalhando. E ela (a espo-
sa): 'Eduardo, não sei mais o que eu faço'. E ele
(Milton) duvidando dela: 'Ele não chegou mesmo?’ E
tá que enche o saco. Que eu não sei nem que é o
Milton, não me interessa (...) o que eu quero dizer é o
seguinte: pagar eu quero. Agora, vocês vão decidir
pra quem. Eu prefiro entregar na mão do secretário,
ou então na mão do governador.
Jair – Não, eu acho que você deve pagar para quem
você acha que tem que ser.
144. 147
Começa uma discussão. Ambos falando alto.
Manara – Não, eu não tenho que achar nada. Não,
não, não... veja você...
Jair – O problema é... Eu, por exemplo...
Manara – Não, eu vou pagar(vai ser) o valor estipula-
do para pagamento do recebimento. Agora, vocês dois
são os dois articuladores do negócio. Vocês três, vocês
quatro, não interessa...
Jair – Eu conversei com o Brasil e o Brasil virou para
mim e falou assim: 'Então, estou fora disso'.
O lobista Brasil queria sair fora, quando o secretário
entrou no negócio.
Brasil – Então vamos embora. Agora eu queria falar,
eu não sei se foi através do Chico ( ex-chefe da Triun-
fo em Goiânia). Então, não sei se foi através do Chico,
se foi através não sei de quem, dizendo que o Jairzinho
estava no meio. Eu liguei para o Jairzinho e falei: - e
ele Jairzinho falou...: ‘Ah, não... é... porque o negó-
cio... e tava no negócio... aí’; eu virei e falei: ‘então
se é assim, eu tô fora’.
Jair – Exatamente.
Brasil – Se é assim, eu tô fora. Aí eu peguei; me co-
muniquei com ele virei e falei: ‘Chico, tá na hora
ainda...’; eu conversei com Jairzinho. O Jairzinho me
contou isso e eu falei no caso aí, então eu tinha con-
dições de chegar para cair fora naquela época. Saía
tudo numa boa, foi o que eu falei. O Chico parece
que umas quatro horas depois, eu não sei...
O celular de Jair toca e os outros continuam falando.
Logo depois ele volta.
Brasil – ... aí eu babo, não, espera aí.
Chico – Se ele quiser pagar para você , por mim...
Brasil – Não, não é para mim não Chico, péra aí.. aí
eu pedi, então tá fácil, Chico. Eu aviso o pessoal, o
Marcelo, esse mais um prefeito, na verdade, um can-
145. 148
didato a prefeito, o Adailton, um baixinho...
Manara – Que me ligou algumas vezes também.
– De onde que é?
Brasil – De São Miguel do Araguaia, então eu tinha
conversado com ele. Tô fora. Eu falei isso para você,
não falei?
Manara – Falou.
Brasil – Chico, tá assim, eu tinha avisado você... aí o
Chico virou e falou pra mim. Brasil, eu conversei com
o Dr. Queiroz e com o Manara. É para mandar o trem
pra frente? Foi isso, não foi, Chico?
Chico – Você virou pra mim e perguntou: é para man-
dar pra frente ou para parar? Eu falei: eu não sei falar
para você. Tenho que falar com o Manara, e o Manara
vai me retornar. Eu falei com você que é pra mandar
a coisa pra frente, isso foi na véspera do recebimen-
to, ou dois dias antes do recebimento.
Manara – Olha, eu... não quero saber... Só quero sa-
ber pra quem e de que forma, e eu acho que não
devia ser na mão tua.
Jair – Não, pra mim não tem problema nenhum.
Manara – Então, quem leva lá pra conversa com o
Jalles.
Jair – Eu te levo lá agora.
Manara – (...) Só vou marcar, não vou entregar hoje
não. Nós vamos marcar...
Jair – Tudo bem.
Marana – Fica ruim pra você?
Jair – Porque o problema de você ta achando ruim
com o Milton...
Manara – Eu não tô achando ruim com ninguém,
chefe. Eu tô ficando mal-humorado...
Jair – O Milton entrou nisso aí, vamos dizer, de gaia-
to, como eu também entrei, tá certo?
O representante da construtora deixa claro que
Jairzinho só entrou no negócio na última hora, para
146. 149
tirar vantagem do dinheiro liberado.
Manara – Eu só vou dizer pra você o seguinte, para
não deixar sem deixar de falar, em momento algum
nos últimos dois meses, você, Jair, nos procurou, você
só nos procurou uma hora depois que tinha avisado
o Chico.
Jair – Não, não, eu conversei com ele, Queiroz, uns
dois meses antes. Um dia, antes de sair, eu falei: ’ ó,
Dito, o negócio tá de pé.
Manara – ...eu tava junto...eu tava em São Paulo, o
Dito ligou umas duas e meia e três horas da tarde
para Queiroz em Porto Alegre. E o Queiroz te ligou.
Eu falei Queiroz, o Dito falou com o Manara. O Jair
Lage tá recebendo 25%. É melhor do que negociar
pelos 30%.
Chico – Deixa eu te falar... o Jair Lage não tinha nada
a ver com isso. Meu negócio era o meu negócio que
eu tinha para receber no estado. Eu apenas fiz por-
que o Dito me falou que estava precisando receber.
Tá certo, como eu tinha uma amizade com ele, pe-
guei e liguei para ele, ver ser ele me orientava. Tá
certo? Eu não tenho nada com isso. Eu entrei tam-
bém de bobo que sou.
Depois, o lobista conta que o dinheiro só saiu com a
ajuda do candidato a prefeito de São Miguel do
Araguaia, amigo do governador
Marcelo – Deixa eu contar, só um instante. Quando
a coisa falou comigo, eu falei: 'ó, eu não tenho con-
dição', mas se o prefeito (Adailton), que é muito ami-
go do Marconi, foi colocado na campanha pelo
Marconi em São Miguel do Araguaia e perdeu... Como
o Brasil tinha que passar no papel, eu falei: 'prefeito,
aqui ó. Você é muito amigo...
Jair – Esse é outro(...)
Marcelo – Espera, você falou, agora eu tenho direito
de falar.
147. 150
Jair – Não, lógico.
Marcelo – Peraí, deixa eu acabar de falar. Eu falei: ´ó,
o prefeito tá precisando'. Ele falou: ‘me dá o papel
aqui, eu vou no Samuel Almeida (deputado estadual
do PSDB) que é um deputado, e foi no governador e
pegou o “autorizo” do governador'. Uma semana
antes de qualquer coisa, eu liguei pra esse aqui, ele
ligou pra São Paulo. Eu falei: 'eu quero um contrato
desse negócio'. Uma semana antes. Nem tinha fala-
do(...) Foi quando o prefeito falou que já tinha falado
com o governador. Isso foi o que ele me passou.
O celular de Jair toca novamente. Jair atende e a con-
versa continua. O lobista conta que conversou com o
secretário sobre a propina.
Marcelo – Então, eu procurei o Jalles e falei: 'Jalles...Eu
como sou muito amigo do Jalles, eu falei: 'tô preocu-
pado com você porque o primeiro telefonema que
me chegou pro Manara foi a informação de que vocês
estavam cobrando 25%. E, você, como secretário, eu
acho que você tem que zelar pelo seu nome'. Ele
falou: 'não, Marcelo, isso foi com autorização do go-
vernador'. Do jeito que você falou, ele me falou.
Manara – Deixa eu dar um aparte aí. Foi o primeiro
telefonema. O primeiro telefonema que ele deu foi
assim: até quem ia me procurar era um cara chama-
do Milton, que era chefe do gabinete do...
Pois é, se o Milton é secretário Particular do Jalles...
Então, tá errado...
Marcelo – Então, eu falei: 'o Jalles... A minha preo-
cupação, inclusive...
Jair – O Jalles mesmo tá doido pra acabar isso. Ele já
tá... Esse negócio tá desgastando ele, é um negócio
que ele não tem porra nenhuma a ver com isso. Nós
já falamos: 'sai fora disso, Jalles'.(...)Olha, quem tá
no governo, infelizmente, tem que...
Eu falei isso pra ele...
148. 151
Jair – Agora, se o (deputado estadual) Samuel foi lá e
falou com o governador e o governador autorizou, aí
eu acho que vocês devem entregar o dinheiro pra
ele. A minha posição é a seguinte: pra ir agora...(...)
Todos falam ao mesmo tempo
Jair – (...) e foi entregue (...)porque o governador au-
torizou o deputado a receber. Porque ele tá sendo
cobrado pelo governador. Tá entendendo? Ele tá sen-
do cobrado. Então, ele vai ter que falar: 'oh, eles
estão achando que tem um que não quer pagar'.
Manara – Não, em momento algum.
Jair – Pois é, isso é o que eu falei.
(Barulho de marteladas atrapalha a audição da con-
versa)
Marcelo – Isso não vai acontecer de jeito nenhum se
depender... Eu não conheço ninguém lá de dentro...
Mas... Sei que é um cara muito sério, então isso não
vai acontecer. A maior preocupação minha foi esse
motivo. Tá certo? Inclusive, eu falei com o Jalles na
frente dele.. lá no auditório... falei, Jales, pelo amor
de Deus, eu tô preocupado... o governador.. tá co-
brando dele...
Jair – Olha, eu não quero(...) Se alguém recebeu via
deputado, autorizado pelo Marconi, acho que vocês
têm que entregar pra ele(...) Eu tô botando aqui bem
claro: eu não quero atrapalhar ninguém. Se alguém
recebeu via governador, o governador falou: 'você
vai lá, paga pra esse pessoal, vou pagar, você rece-
be', aí eu acho que tem que pagar pra ele. Eu vou
chegar no Jalles e falar assim: 'o pessoal pagou'. Vou
dizer uma coisa bem clara a vocês...(...)
– Você alguma vez ouviu falar de ...
Jair – Não
Manara – Eu sei, por isso é que falei...
Jair – Não tô enganado não, tenho certeza absoluta
149. 152
,graças a Deus. A empresa Triunfo é idônea, é uma
empresa muito séria, é um grupo forte.
Manara – Tem no Brasil inteiro
Jair – Conheço a Triunfo de São Paulo, Triunfo de
Minas, conheço aqui em Goiás,é uma empresa. Dis-
so aí , pode ficar tranqüilo.
Manara – Nunca deixamos de cumprir nenhum de
nossos acordos (ruídos) E aí, agora eu ouvi vocês. Por
mim, a minha preocupação de procurar o secretá-
rio...
O representante da construtora resolve ironizar
Manara – Eu só quero fazer o pagamento.
Jair – Se foi o governador que recebeu pra você(...)
você paga(...) Eu vou falar: ‘ ó, fulano pagou pro fula-
no’. E ele vai chegar no governador(...)
Manara – Se fizer um rachinha - 10% para cada um -
pagava tudo. (...) Sobrava 5% para encheção de saco
que eu tô tendo e 10% para cada um.
O representante da construtora se impacienta
Manara – Vamos fazer o seguinte. Eu vou ali fora
tomar mais um sorvete e vocês resolvem o caminho
do dinheiro. O dinheiro eu quero dar. De preferência
entregaria na mão do Jalles. Não tenho a mínima cara-
de-pau de entregar na mão dele, não vou ligar nem
um pouquinho. Ou pro próprio governador, porque
do jeito que está tá ficando complicado. O que você
acha, Chico? Eu vou dizer bem claro para os dois
grupos aqui. Eu vim aqui para pagar.
Jair – Acho que você tem que dar... Se ele falou que
foi lá... foi no governador e o governador disse que
autorizava dar, você paga pra ele. Porque eu...(...)
Manara – Como é que fico eu nessa história? Se você
falar assim pra mim é tal hora e tal lugar... Se você
fala, Manara, te encontro dez e meia no aeroporto,
dez e meia eu irei lá. Eu falei para o Chico trazer a
150. 153
turma aqui em Brasília, que eu vou pagar os paga-
mentos atrasados da obra depois. Dei cheque para
um, para outro, pra outro e acabou ,e não temos nada
a ver com Goiás. Não estamos trabalhando aqui.
Os lobistas continuam conversando
Brasil – Jair, deixa pagar pra você.(...)
Marcelo – Não, não. Eu prefiro que, se o Jalles tem
autorização, e ele tá autorizado para fazer isso, que
você vá pessoalmente no secretário e entrega para
ele.
– Faço, faço...
Marcelo – Eu, por mim, tá liberado.
Manara – Que dia você quer ir? (falando com Jair)
Deixa eu falar pra você como é que fica. Só precisa
me falar, que eu tenho o valor lá(...) eu até preferia
que alguém fosse em São Paulo buscar, eu até prefi-
ro...
Barulho de martelo
Brasil – Senta aí, Manara. Você se considera meu ami-
go?
Manara – Como amigo seu, quero falar duas coisas
procê. Primeiro, pega o Jalles e vai a São Paulo(...)
Jair – Não, isso eu já falei com ele. (Mais barulho).
Jairzinho conta que, como o governador chamou
Jalles e listou as empresas que tinham dívidas a rece-
ber em 98, segundo ele, era só chamar o pessoal e
cobrar a propina. E fala em Valdivino, da Associação
dos Empreiteiros.
Jair – O governador chamou ele(Jalles) e falou: quero
que você faça isso. Você chama o pessoal e eu vou
pagar 98, eu tô aqui com uma conta de 6 milhões e
tanto para pagar de campanha. Passou para ele as
contas(...) e disse: ‘ó, você paga o pessoal de 98, que
vem aqui pra receber e vai recebendo 25%(...)’ Isso
151. 154
foi conversa do governador com ele. Ele chamou o
Valdivino (da AGE), certo..?
Brasil – O Valdivino tá recebendo um.
Jair – Não, tá recebendo um não. Tá recebendo de
várias pessoas. Pegou todo mundo que tinha crédito
alto lá... de verba de 98. Ligou pra cada um... Eu não
tinha visto o nome da Triunfo na lista. Eu falei: 'oha,
Jalles, a Triunfo eu sei que tem, posso falar com eles?
'Pode'. Aí eu liguei pro Dito, conversei com o Dito:
'pode pôr'. Depois, quando nós fomos chegar, na
hora que fui levantar, tava no nome da Queiroz, e a
Queiroz já estava na lista... do Jalles. Ele pegou todos
os créditos altos lá. Aí a Tratex não quis receber...a
Andrade Gutierrez não quis receber. Falou assim:
‘Não, nós não queremos receber para pagar 25%...’
Brasil – E eu aqui encarrascado(sic). Nós aqui pagan-
do 26%... Eu como subempreiteira. E tô com o papel
por escrito.(...)
(...) Então o governador mandou ele passar o dinhei-
ro...
Jair – O Valdivino ficou responsável por contactar
com as empresas e acertar isso. E a Triunfo, como eu
já tinha combinado com o Dito(...) Ali foi
operacionalizado, isso foi feito em três etapas, nós
inclusive fomos a segunda a receber. A primeira foi(...)
a Coesa, nós recebemos segundo... levantar esse di-
nheiro, passar para a Agetop, providenciar os contra-
tos todos(...) e pagar.
O lobista não se entende com o primo do secretário
Brasil – Jair, Jair, eu tô dizendo como amigo seu: pas-
sa pra ele esse dinheiro.
Jair – Eu não tenho que passar nada.
Brasil – Mas pode abrir mão.
Jair – Não posso abrir mão de um negócio que não é
meu.
Brasil – Então, pronto, acabou a conversa. Não cho-
152. 155
ra depois, não.
Jair – Não, eu não, não tenho nada a ver com isso,
não.
Brasil – Você vai ver o tanto que vocês vão se ma-
chucar...
Jair – Eu? Eu não vou ser machucado... não tenho
nada a ver com isso não.
Manara – Só vou deixar bem claro: a Triunfo não tem
nada a ver com isso. Não tem não. Não tem.
Manara – Meu telefone o Chico tem, a hora que qui-
ser você me liga. Fala: 'Manara, vamos marcar a data,
a hora e local'...Não é isso? - Agora, se você quer
pagar pra ele...
Jair – Essa opção... Eu não quero nada...(...)
Em outro trecho, Jair volta a vincular propina com
caixa de campanha.
Jair – Ele tá pegando, passando para o governador, o
governador tá pagando as contas de campanhas, eu
não sei o que ele tá fazendo com o dinheiro, pra
mim eu não quero nem saber o que ele tá fazen-
do...(...)
A partir desse ponto, a conversa se torna repetitiva,
até que Jairzinho resolve ligar direto para Jalles. Ten-
ta primeiro o escritório e atende uma mulher cha-
mada Maria:
Jair – Qual é o celular dele? É o Jair, primo dele ( ele
repete o número em voz alta)
Jairzinho liga no celular. Jalles atende. A conversa
dura 2 minutos e 10 segundos
Jair – É o Jalles? Ô Jalles, tá bom? Beleza. Tudo tran-
qüilo? Tá aonde? Heim? Ah, de Catalão pra Goiânia.
Ah, de Bom Jesus pra Goiânia. Tá, né? Oh, Jalles,
deixa eu falar aqui. Eu tô com o Eduardo Manara, da
Triunfo, e tô com o Aniceto, ex-prefeito de Pontalina,