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Os Jardins
Franceses
Susana Santos
Introdução – Jardins Franceses
• França no século XVII - período de
riqueza e poder, no que diz respeito
à estética.
• Estilo Barroco = estravagância
• A princípio, o estilo francês se
baseou nos jardins medievais, que
utilizavam canteiros com flores e
ervas medicinais, sendo que havia
também a horta que lhes concedia
o abastecimento.
• Novas ideias foram sendo
introduzidas por arquitetos italianos
que trabalhavam na corte francesa.
• Os jardins franceses tiveram
características semelhantes aos
jardins italianos.
• Rígida distribuição axial, a simetria e
a perspetiva.
• Uso de topiárias e a sensação de
grandiosidade
• As formas geométricas podiam ser
percebidas tanto nos caminhos e
passeios quanto na vegetação.
• Poucos desníveis.
• Os principais jardins foram construídos pelo famoso arquiteto/paisagista
de Luiz XIV, André Le Notrê. Sua obra mais marcante foi o jardim do
Palácio de Versalhes.
Susana Santos
Versalhes
Os Jardins de Versailles são uma das
poucas “celebridades internacionais”
no mundo da jardinagem – e eles
exemplificam o tipo de jardim formal
francês, cuja enorme influência na
Europa do século XVII continua a
resplandecer hoje.
Susana Santos
No tempo do rei Luís XIII, pai de Luís XIV,
o Palácio de Versalhes era uma residência de campo
relativamente pequena
Susana Santos
Luís XIV visita Versalhes antes das grandes obras de ampliação (1669)
Susana Santos
Estilo Francês
Versalhes
• O modelo hegemônico de espaço verde
francês, criado pelos urbanistas,
predominou até o final do século XVIII;
• buscavam o equilíbrio como sinônimo de
beleza e a contemplação como ideal, em
parques que ocupavam.
[...] enormes extensões [e que] ofereciam a monarcas e
nobres, espaço para se exibir e causar impressão, e
colhemos desse fato o alcance social e político usualmente
negado ao jardim: formas geométricas e desenhos bem
controlados constituíam um modo de transmitir que havia
mando e gente obedecendo. Até que a burguesia industrial
viesse a encontrar seus signos próprios de identidade, o
jardim francês reinou absoluto, como um rei.
(SALGUEIRO, 2002, p. 126).
Susana Santos
A imponência dos jardins de Versalhes
• Ladeando o magnífico Palácio de Versalhes, mandado edificar por Luís XIV no século XVII, nos arredores de Paris, os jardins
de Versalhes são dos mais belos e icónicos jardins do mundo.
• O jardim francês ou jardin à la française surge no século XVII.
• Inspirados nos jardins italianos do renascimento.
• Surgiram vários jardins em toda a França: jardins das Tuilherias e os jardins do Luxemburgo, no centro de Paris.
• Nenhum se compara à sumptuosidade dos Jardins de Versalhes com os seus vastos canteiros, estátuas imponentes e
edifícios magníficos.
Susana Santos
Símbolo do absolutismo real
• Luís XIV, que ficou para a história como o Rei Sol, mudou-se para Versalhes em 1682.
• O rei tem o controlo absoluto sobre tudo, incluindo a Natureza, sendo capaz de a moldar a seu bel-prazer.
• Para concretizar o seu sonho, reúne uma equipa composta por um arquiteto, Louis Le Vau, um pintor, André Le Brun, e
por um arquiteto paisagista, André Le Nôtre.
• A maior parte dos jardins de Versalhes situa-se por trás do magnífico palácio, o que lhes confere privacidade e recato em
relação ao mundo exterior.
Susana Santos
Palácio e jardins de Versalhes segundo o primeiro projeto (1668)
Susana Santos
• Concebidos para serem apreciados a partir do alto das janelas do palácio pelos membros da corte que aí viviam e pelo
altos dignitários estrangeiros que o visitavam e ficavam impressionados com a imensidão de canteiros floridos, estátuas
e edifícios que se estendia diante dos seus olhos.
• Versalhes foi pensado para proporcionar vistas infinitas já que a partir de um eixo central orientado no sentido
este/oeste, se estendem inúmeras avenidas paralelas e perpendiculares ao longo dos jardins.
• Contempla uma área de 732 hectares, com 3 km de comprimento.
• Nesses jardins a grandiosidade era exaltada pela perspetiva e rigoroso traçado simétrico.
• A construção de urnas, vasos e imagens eram feitas inicialmente em gesso e depois da aprovação do rei, eram
esculpidas em mármore.
Organização dos jardins de Versalhes
Susana Santos
Susana Santos
1. Em Versalhes, os jardins foram estruturados em uma série de
terraços abertos onde eram construídos canteiros elaborados
com topiaria em buxinhos.
2. Os espaços internos dos canteiros eram preenchidos com flores
coloridas.
3. Os externos por pedras brancas trituradas, para contrastar
com o verde da topiaria.
4. As plantas eram consideradas elementos da arquitetura.
5. Eram dispostas de forma alinhada e conduzidas em formas
geométricas.
6. A relva, denominado de “tapete verde”, apresentava-se sempre
de maneira impecável.
7. Os vasos de plantas, as esculturas em mármore e demais
elementos seguiam um alinhamento formal.
Susana Santos
Jardins de Versailles - 3 espaços distintos:
1. Junto ao Palácio
• Nas proximidades do palácio foi
erigida uma série de terraços que
proporcionam uma vista desafogada
sobre a fachada do edifício e sobre
a imensidão dos jardins.
• Estes terraços funcionavam como
salões exteriores, palcos de peças
de teatro e de espetáculos musicais,
bem como das mais variadas festas.
2. O Petit Parc
• Espaço verdadeiramente mágico,
formado por pequenos bosques
labirínticos, cujos caminhos formam
diferentes figuras geométricas.
• À semelhança dos terraços junto ao
Palácio, o Petit Parc era aproveitado
para a realização de festas e de
todo o tipo de espetáculos.
3. A floresta
• Seguindo o traçado ortogonal que
caracteriza todos os espaços, a
floresta era o local de eleição para a
realização de caçadas, uma das
atividades de eleição do rei e da sua
corte.
• A atual floresta tem cerca de
metade da área original.
Susana Santos
Aestatuária dos jardins de
Versalhes
Estatuária
• As estátuas são outros dos elementos fundamentais, que
fomentam a sumptuosidade dos jardins.
• A mitologia clássica foi uma das principais fontes de
inspiração - elementos que glorificam a França e o rei,
como os arcos de triunfo.
• Nos jardins de Versalhes existem cerca de 400 estátuas em
mármore ou bronze que também contribuem para tornar
ainda mais imponentes as 55 fontes existentes no espaço.
• Ainda hoje podemos desfrutar das "Grandes Águas
Musicais", o espetáculo animado em que as fontes
alegram, na primavera e no verão, os passeios pelo parque.
Susana Santos
• O projeto do Rei Sol foi continuado pelo seu filho Luís XV que acrescentou o Trianon, e pelo seu neto Luís XVI que
inaugurou os jardins de Marie Antoinette, que englobam uma horta, uma quinta e uma segunda orangerie.
• Posteriormente, o bosque do rei vai perder um pouco da sua identidade original ao incorporar o estilo do jardim inglês
que apareceu a partir do século XVIII.
O legado de Luís XIV
Susana Santos
A Orangerie
• Com cerca de 2,8 hectares, a orangerie é um pomar
situado num dos terraços junto a palácio e que além do
espaço exterior inclui uma galeoria interior com um
magnífico jardim de inverno.
• Tal como o nome indica, a laranjeira é a árvore
predominante deste espaço, ou não fossem as laranjas a
fruta preferida do rei; são cerca de 3.000 laranjeiras que,
à semelhança das restantes árvores do espaço, estão
plantadas em caixas móveis para serem recolhidas
durante os meses frios.
Susana Santos
A horta do Rei
• A Horta do Rei foi construída entre 1678 e 1683 por
Jean-Baptiste La Quintine sobre um pântano de nove
hectares chamado “a lagoa fedorenta”.
• Aberto ao céu, atravessado por linhas direitas, é hoje
um exemplo perfeito da arte do jardim francês.
• Em 1874, implantou-se na Horta do Rei, a École
Nationale d'Horticulture que lecionava a cadeira de Arte
dos Parques e Jardins. Após a Segunda Guerra Mundial,
evoluiu para a formação de Engenheiro Hortícola –
secção Paisagem, que deu origem, em 1976, à Escola
Nacional Superior da Paisagem.
• A horta alimentava o palácio e todos os membros da
nobreza.
Susana Santos
Jardins de Versalhes
Atualmente
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
A peça de água em cruz - 23 hectares.
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Susana Santos
Jardins Ingleses
Susana Santos
Introdução
• No reinado de Luís XV, o estilo
francês entrou em decadência
devido à busca exagerada da forma
e simetria.
• Os jardins passaram a ter uma
maior aproximação com a natureza.
• Inspiravam-se basicamente nas
ideias orientais do velho império
chinês.
• Tais jardins ficaram conhecidos
como "jardins paisagísticos" e
tinham como características básicas
a irregularidade e a falta de simetria
nos caminhos.
• Não possuíam esculturas vegetais,
arcos e monumentos.
• Procuravam imitar a natureza num
traçado livre e sinuoso e a água
encontrava-se disposta em lagos ou
riachos.
• Romantismo
Um dos objetivos deste estilo descrito era que as pessoas percebessem como jardim, toda a
natureza que estava ao seu redor.
Susana Santos
• O Jardim Paisagista Inglês do século XVIII .
• Conceito diferente em relação à Natureza.
• Homem não se impõe mas se harmoniza e admira
(paisagismo).
• A ideia do belo encontra-se no natural e livre e não
no artificial e forçado dos jardins franceses.
• Procura imitar a natureza.
• Visão de belas perspetivas, tornando-se dinâmico o
traçado do jardim.
• Disposição orgânica de árvores e arbustos,
caminhos sinuosos, água correndo naturalmente ao
sabor do declive.
• Verdadeiros hinos à natureza, são um contraponto
aos jardins franceses e italianos.
Jardim Inglês
Susana Santos
A beleza natural dos jardins ingleses
Susana Santos
A beleza natural dos jardins ingleses
• O surgimento dos jardins ingleses foi um
verdadeiro corte com a estética vigente até
então, pois celebram a natureza no seu estado
mais puro, desvalorizando os elementos
produzidos pelo Homem como a estatuária.
• Por norma, estes jardins eram concebidos por
pintores de renome como se fossem quadros
perfeitos.
Susana Santos
O esplendor da Natureza
• A característica basilar dos jardins ingleses é a sua
estética rústica, onde as plantas de fácil manutenção são
valorizadas.
• Margaridas, rosas, lavanda e peónias são as flores de
eleição, a par de trepadeiras, arbustos e até algumas
ervas.
Susana Santos
• Para que a Natureza brilhe, a arte - tão valorizada nos
jardins franceses e italianos - é colocada em segundo
plano, quase eliminada.
• É substituída por elementos naturais como árvores
mortas, rochedos e pequenas colinas, clareiras, lagos ou
riachos, intercalados pela edificação de ruínas ou
quiosques.
• As formas geométricas e retas são trocadas pelas curvas
e pelas formas arredondadas.
O esplendor da Natureza
Nos jardins ingleses tudo é conjugado para que se
transmita a sensação de bosque antigo, intocado
pelo Homem.
Susana Santos
Características – Jardins Ingleses
• Amplas extensões verdes (relvados);
• Ruas amplas; cômodas, em pequeno número;
• Terreno acidentado e possibilitando a visão de belas
perspetivas;
• Pequenos bosques, compostos de plantas da mesma ou
de espécies diferentes, com ou sem divergência nas
colorações;
• Grupos de árvores não muito numerosas;
• Plantas isoladas;
• Plantação de árvores mortas;
• Construção de ruínas;
• Este estilo foi utilizado na Inglaterra e em alguns locais da
Europa, por quase dois séculos e depois entrou em
decadência, dando lugar ao estilo misto. Os ingleses
acabaram dando origem aos parques e jardins públicos que
tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas.
Susana Santos
Jardins Orientais
Jardim Japonês
• Jardim Japonês transmite paz e espiritualidade.
• Origem terá sido no século VI, herdando traços da cultura Chinesa e Coreana.
• Os primeiros jardins inspirados no jardins da China representaram o prazer e divertimento dos aristocratas
Jardim Japonês
Susana Santos
Elementos do Jardim Japonês
• O Sakura ou cerejeira ornamental, que é conhecido
como a flor da Felicidade e assume um lugar importante
na cultura japonesa.
• Nos meses de Março a Abril o povo festeja o Hanami
para comemorar a floração da árvore.
• O Momiji-Gari ou Acer Vermelho, que revela um aspecto
melancólico e reflexivo da personalidade japonesa.
• As lanternas de pedra que induzem à concentração,
ajudando a clarear a mente, adicionando o místico, a
tradição e a espiritualidade.
• Os pontos de luz devem ser estrategicamente
distribuídos para não ofuscarem a visão.
Sakura
Momiji-Gari ou Acer Vermelho,.
Lanternas de Pedra
Susana Santos
• O lago e as carpas: água é vida, daí a importância do lago.
• Nele, vivem as carpas, símbolo de fertilidade e prosperidade.
• A variedade Nishiki-koi, valiosa, exige água cristalina.
Susana Santos
Sugestões de Plantas:
• Ácer-vermelho
• Bambú
• Olmo
• Roseira
• Cerejeira-ornamental
Susana Santos
Jardins Portugueses
Susana Santos
• Os espaços verdes que surgiram neste período estão intimamente ligados ao pensamento liberal que se impôs no pós-
guerra civil onde o liberalismo saiu vitorioso sobre o absolutismo.
• Um dos maiores impulsionadores dos parques e jardins do século XIX em Portugal foi o rei D. Fernando II quando decidiu
reformar os jardins do Palácio das Necessidades, eliminando a sua original traça barroca para lhe imprimir um cunho
romântico que exprimia o seu carácter de homem culto, "renascentista romântico", ligado às artes e à natureza.
Os parques e jardins do século XIX em Portugal
D. Fernando II, 2.º marido da rainha D. Maria II e Príncipe Consorte de Portugal, de
1836 até 1837
Susana Santos
• D. Fernando II aliou-se ao mestre jardineiro Bonnard (1797-1861) para alterar o conceito dos jardins em Portugal, com
especial destaque para a região de Lisboa.
• Se o rei foi o cérebro por detrás dos projetos, Bonnard foi o executante competente e de elevados conhecimentos
técnicos e botânicos.
• A capacidade demonstrada pelo jardineiro francês valeu-lhe o título de jardineiro real, permitindo o desenvolvimento e
colaboração em diversos projetos representativos dos jardins do século XIX em Portugal.
Os parques e jardins do século XIX em Portugal
Susana Santos
• A parceria teve início na reformulação dos jardins do Palácio das Necessidades, depressa se alargou.
• D. Fernando, Bonnard desempenhou um papel importante na reestruturação dos jardins:
• Mafra;
• Parque da Pena;
• no desenvolvimento do Jardim da Estrela;
• Passeio Público que foi o precursor da atual Avenida da Liberdade.
A parceria entre D. Fernando II e Bonnard
Susana Santos
• Em 1742 D. João V adquiriu os terrenos e aí mandou erigir
uma ermida, um convento e um palácio.
• O projeto desenvolveu-se de acordo com o estilo Barroco,
apresentando grandes alamedas destinadas à produção de
diversos produtos agrícolas, incluindo cereais.
• Junto ao palácio e ao convento encontram-se o Jardim de
Buxo e a Horta dos Frades que formavam dois patamares
inspirados no estilo italiano.
• Em 1843, D. Fernando redesenha todo o jardim,
transformando parte das áreas destinadas à produção
agrícola num jardim romântico, inspirado na corrente
dos Jardins Ingleses.
• Ao longo do século XIX, os jardins foram sofrendo
intervenções, nomeadamente com a construção da estufa
circular, dos campos de ténis e da Casa do Regalo.
Jardim Tapada das Necessidades
Susana Santos
Atual sede do Ministro dos Negócios Estrangeiros
Susana Santos
• Parque da Pena é o apogeu da estética
romântica, plena de exotismo e de natureza.
• D. Fernando II criou uma verdadeira obra de
arte natural, com espécies provenientes dos
quatro cantos do mundo.
• Encontramos caminhos sinuosos que nos
conduzem a locais de vistas magníficas como
a Cruz Alta ou o Vale dos Lagos
• Cenários únicos, dignos de verdadeiros
contos de fadas.
Parque da Pena
Susana Santos
• À semelhança do que aconteceu com os jardins do Palácio das Necessidades, a Tapada de Mafra foi um projeto de cariz
Barroco mandado erigir por D. João V para servir de parque de lazer e caça para a Corte.
• Na segunda metade do século XIX a área original da Tapada é dividida, passando para os atuais 833 hectares.
• Em 1860 D. Fernando II leva a cabo uma reflorestação do espaço, moldando-o ao estilo liberal, exuberante que acolhe
uma enorme diversidade de fauna e flora que, hoje em dia, aposta na preservação da riqueza natural que a constitui.
Jardins de Mafra
Susana Santos
• O atual espaço ocupado pela Avenida da Liberdade e pelos Restauradores tem a sua origem no Passeio Público, um
projeto murado do arquiteto Reinaldo Manuel, iniciado em 1764 a mando do Marquês de Pombal, após o Terramoto de
1755.
• Rapidamente se tornou num dos espaços preferidos pela nobreza e estava interdito às classes mais baixas da sociedade.
• Apenas em 1821, mediante a ordem de D. João VI, os muros foram derrubados e o Passeio Público passou a estar
acessível a todos.
• Na primeira metade do século XIX, nomeadamente, entre 1830 e 1840, o Passeio Público foi submetido a alterações que
incluíam fontes que simbolizavam os rios Tejo e Douro.
• Entre 1879 e 1886 foi desenvolvida a avenida que hoje conhecemos à medida das magníficas alamedas de Paris.
• A sua beleza e sumptuosidade impulsionaram a expansão de Lisboa para norte e atraíram as classes privilegiadas que aí
mandaram erigir as suas residências, tornando a Avenida num dos corações da cidade e num dos mais icónicos jardins
do século XIX em Portugal.
Passeio Público (Avenida da Liberdade)
Susana Santos
Susana Santos
• Ainda que a construção do Jardim da Estrela se tenha iniciado em 1842, o projeto só avançou verdadeiramente em 1850
por causa da instabilidade política da época.
• Sob as ordens dos jardineiros chefe Bonnard e João Francisco, o Jardim da Estrela foi-se desenvolvendo sob a inspiração
dos jardins ingleses, do romantismo e do liberalismo, até ser inaugurado em abril de 1852 e tornar-se num dos locais da
moda, onde os lisboetas passeavam por entre estufas, quiosques e até um pavilhão chinês.
Jardim da Estrela
Susana Santos

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Professor Doutor Artur Filipe dos Santos - Património Cultural e Paisagístico...
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Castelo de Vilandry
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3. Franceses, ingleses, japoneses e portugueses (1).pdf

  • 2. Introdução – Jardins Franceses • França no século XVII - período de riqueza e poder, no que diz respeito à estética. • Estilo Barroco = estravagância • A princípio, o estilo francês se baseou nos jardins medievais, que utilizavam canteiros com flores e ervas medicinais, sendo que havia também a horta que lhes concedia o abastecimento. • Novas ideias foram sendo introduzidas por arquitetos italianos que trabalhavam na corte francesa. • Os jardins franceses tiveram características semelhantes aos jardins italianos. • Rígida distribuição axial, a simetria e a perspetiva. • Uso de topiárias e a sensação de grandiosidade • As formas geométricas podiam ser percebidas tanto nos caminhos e passeios quanto na vegetação. • Poucos desníveis. • Os principais jardins foram construídos pelo famoso arquiteto/paisagista de Luiz XIV, André Le Notrê. Sua obra mais marcante foi o jardim do Palácio de Versalhes. Susana Santos
  • 3. Versalhes Os Jardins de Versailles são uma das poucas “celebridades internacionais” no mundo da jardinagem – e eles exemplificam o tipo de jardim formal francês, cuja enorme influência na Europa do século XVII continua a resplandecer hoje. Susana Santos
  • 4. No tempo do rei Luís XIII, pai de Luís XIV, o Palácio de Versalhes era uma residência de campo relativamente pequena Susana Santos
  • 5. Luís XIV visita Versalhes antes das grandes obras de ampliação (1669) Susana Santos
  • 6. Estilo Francês Versalhes • O modelo hegemônico de espaço verde francês, criado pelos urbanistas, predominou até o final do século XVIII; • buscavam o equilíbrio como sinônimo de beleza e a contemplação como ideal, em parques que ocupavam. [...] enormes extensões [e que] ofereciam a monarcas e nobres, espaço para se exibir e causar impressão, e colhemos desse fato o alcance social e político usualmente negado ao jardim: formas geométricas e desenhos bem controlados constituíam um modo de transmitir que havia mando e gente obedecendo. Até que a burguesia industrial viesse a encontrar seus signos próprios de identidade, o jardim francês reinou absoluto, como um rei. (SALGUEIRO, 2002, p. 126). Susana Santos
  • 7. A imponência dos jardins de Versalhes • Ladeando o magnífico Palácio de Versalhes, mandado edificar por Luís XIV no século XVII, nos arredores de Paris, os jardins de Versalhes são dos mais belos e icónicos jardins do mundo. • O jardim francês ou jardin à la française surge no século XVII. • Inspirados nos jardins italianos do renascimento. • Surgiram vários jardins em toda a França: jardins das Tuilherias e os jardins do Luxemburgo, no centro de Paris. • Nenhum se compara à sumptuosidade dos Jardins de Versalhes com os seus vastos canteiros, estátuas imponentes e edifícios magníficos. Susana Santos
  • 8. Símbolo do absolutismo real • Luís XIV, que ficou para a história como o Rei Sol, mudou-se para Versalhes em 1682. • O rei tem o controlo absoluto sobre tudo, incluindo a Natureza, sendo capaz de a moldar a seu bel-prazer. • Para concretizar o seu sonho, reúne uma equipa composta por um arquiteto, Louis Le Vau, um pintor, André Le Brun, e por um arquiteto paisagista, André Le Nôtre. • A maior parte dos jardins de Versalhes situa-se por trás do magnífico palácio, o que lhes confere privacidade e recato em relação ao mundo exterior. Susana Santos
  • 9. Palácio e jardins de Versalhes segundo o primeiro projeto (1668) Susana Santos
  • 10. • Concebidos para serem apreciados a partir do alto das janelas do palácio pelos membros da corte que aí viviam e pelo altos dignitários estrangeiros que o visitavam e ficavam impressionados com a imensidão de canteiros floridos, estátuas e edifícios que se estendia diante dos seus olhos. • Versalhes foi pensado para proporcionar vistas infinitas já que a partir de um eixo central orientado no sentido este/oeste, se estendem inúmeras avenidas paralelas e perpendiculares ao longo dos jardins. • Contempla uma área de 732 hectares, com 3 km de comprimento. • Nesses jardins a grandiosidade era exaltada pela perspetiva e rigoroso traçado simétrico. • A construção de urnas, vasos e imagens eram feitas inicialmente em gesso e depois da aprovação do rei, eram esculpidas em mármore. Organização dos jardins de Versalhes Susana Santos
  • 12. 1. Em Versalhes, os jardins foram estruturados em uma série de terraços abertos onde eram construídos canteiros elaborados com topiaria em buxinhos. 2. Os espaços internos dos canteiros eram preenchidos com flores coloridas. 3. Os externos por pedras brancas trituradas, para contrastar com o verde da topiaria. 4. As plantas eram consideradas elementos da arquitetura. 5. Eram dispostas de forma alinhada e conduzidas em formas geométricas. 6. A relva, denominado de “tapete verde”, apresentava-se sempre de maneira impecável. 7. Os vasos de plantas, as esculturas em mármore e demais elementos seguiam um alinhamento formal. Susana Santos
  • 13. Jardins de Versailles - 3 espaços distintos: 1. Junto ao Palácio • Nas proximidades do palácio foi erigida uma série de terraços que proporcionam uma vista desafogada sobre a fachada do edifício e sobre a imensidão dos jardins. • Estes terraços funcionavam como salões exteriores, palcos de peças de teatro e de espetáculos musicais, bem como das mais variadas festas. 2. O Petit Parc • Espaço verdadeiramente mágico, formado por pequenos bosques labirínticos, cujos caminhos formam diferentes figuras geométricas. • À semelhança dos terraços junto ao Palácio, o Petit Parc era aproveitado para a realização de festas e de todo o tipo de espetáculos. 3. A floresta • Seguindo o traçado ortogonal que caracteriza todos os espaços, a floresta era o local de eleição para a realização de caçadas, uma das atividades de eleição do rei e da sua corte. • A atual floresta tem cerca de metade da área original. Susana Santos
  • 14. Aestatuária dos jardins de Versalhes
  • 15. Estatuária • As estátuas são outros dos elementos fundamentais, que fomentam a sumptuosidade dos jardins. • A mitologia clássica foi uma das principais fontes de inspiração - elementos que glorificam a França e o rei, como os arcos de triunfo. • Nos jardins de Versalhes existem cerca de 400 estátuas em mármore ou bronze que também contribuem para tornar ainda mais imponentes as 55 fontes existentes no espaço. • Ainda hoje podemos desfrutar das "Grandes Águas Musicais", o espetáculo animado em que as fontes alegram, na primavera e no verão, os passeios pelo parque. Susana Santos
  • 16. • O projeto do Rei Sol foi continuado pelo seu filho Luís XV que acrescentou o Trianon, e pelo seu neto Luís XVI que inaugurou os jardins de Marie Antoinette, que englobam uma horta, uma quinta e uma segunda orangerie. • Posteriormente, o bosque do rei vai perder um pouco da sua identidade original ao incorporar o estilo do jardim inglês que apareceu a partir do século XVIII. O legado de Luís XIV Susana Santos
  • 17. A Orangerie • Com cerca de 2,8 hectares, a orangerie é um pomar situado num dos terraços junto a palácio e que além do espaço exterior inclui uma galeoria interior com um magnífico jardim de inverno. • Tal como o nome indica, a laranjeira é a árvore predominante deste espaço, ou não fossem as laranjas a fruta preferida do rei; são cerca de 3.000 laranjeiras que, à semelhança das restantes árvores do espaço, estão plantadas em caixas móveis para serem recolhidas durante os meses frios. Susana Santos
  • 18. A horta do Rei • A Horta do Rei foi construída entre 1678 e 1683 por Jean-Baptiste La Quintine sobre um pântano de nove hectares chamado “a lagoa fedorenta”. • Aberto ao céu, atravessado por linhas direitas, é hoje um exemplo perfeito da arte do jardim francês. • Em 1874, implantou-se na Horta do Rei, a École Nationale d'Horticulture que lecionava a cadeira de Arte dos Parques e Jardins. Após a Segunda Guerra Mundial, evoluiu para a formação de Engenheiro Hortícola – secção Paisagem, que deu origem, em 1976, à Escola Nacional Superior da Paisagem. • A horta alimentava o palácio e todos os membros da nobreza. Susana Santos
  • 23. A peça de água em cruz - 23 hectares. Susana Santos
  • 32. Introdução • No reinado de Luís XV, o estilo francês entrou em decadência devido à busca exagerada da forma e simetria. • Os jardins passaram a ter uma maior aproximação com a natureza. • Inspiravam-se basicamente nas ideias orientais do velho império chinês. • Tais jardins ficaram conhecidos como "jardins paisagísticos" e tinham como características básicas a irregularidade e a falta de simetria nos caminhos. • Não possuíam esculturas vegetais, arcos e monumentos. • Procuravam imitar a natureza num traçado livre e sinuoso e a água encontrava-se disposta em lagos ou riachos. • Romantismo Um dos objetivos deste estilo descrito era que as pessoas percebessem como jardim, toda a natureza que estava ao seu redor. Susana Santos
  • 33. • O Jardim Paisagista Inglês do século XVIII . • Conceito diferente em relação à Natureza. • Homem não se impõe mas se harmoniza e admira (paisagismo). • A ideia do belo encontra-se no natural e livre e não no artificial e forçado dos jardins franceses. • Procura imitar a natureza. • Visão de belas perspetivas, tornando-se dinâmico o traçado do jardim. • Disposição orgânica de árvores e arbustos, caminhos sinuosos, água correndo naturalmente ao sabor do declive. • Verdadeiros hinos à natureza, são um contraponto aos jardins franceses e italianos. Jardim Inglês Susana Santos
  • 34. A beleza natural dos jardins ingleses Susana Santos
  • 35. A beleza natural dos jardins ingleses • O surgimento dos jardins ingleses foi um verdadeiro corte com a estética vigente até então, pois celebram a natureza no seu estado mais puro, desvalorizando os elementos produzidos pelo Homem como a estatuária. • Por norma, estes jardins eram concebidos por pintores de renome como se fossem quadros perfeitos. Susana Santos
  • 36. O esplendor da Natureza • A característica basilar dos jardins ingleses é a sua estética rústica, onde as plantas de fácil manutenção são valorizadas. • Margaridas, rosas, lavanda e peónias são as flores de eleição, a par de trepadeiras, arbustos e até algumas ervas. Susana Santos
  • 37. • Para que a Natureza brilhe, a arte - tão valorizada nos jardins franceses e italianos - é colocada em segundo plano, quase eliminada. • É substituída por elementos naturais como árvores mortas, rochedos e pequenas colinas, clareiras, lagos ou riachos, intercalados pela edificação de ruínas ou quiosques. • As formas geométricas e retas são trocadas pelas curvas e pelas formas arredondadas. O esplendor da Natureza Nos jardins ingleses tudo é conjugado para que se transmita a sensação de bosque antigo, intocado pelo Homem. Susana Santos
  • 38. Características – Jardins Ingleses • Amplas extensões verdes (relvados); • Ruas amplas; cômodas, em pequeno número; • Terreno acidentado e possibilitando a visão de belas perspetivas; • Pequenos bosques, compostos de plantas da mesma ou de espécies diferentes, com ou sem divergência nas colorações; • Grupos de árvores não muito numerosas; • Plantas isoladas; • Plantação de árvores mortas; • Construção de ruínas; • Este estilo foi utilizado na Inglaterra e em alguns locais da Europa, por quase dois séculos e depois entrou em decadência, dando lugar ao estilo misto. Os ingleses acabaram dando origem aos parques e jardins públicos que tiveram por finalidade refrescar as áreas urbanas. Susana Santos
  • 40. • Jardim Japonês transmite paz e espiritualidade. • Origem terá sido no século VI, herdando traços da cultura Chinesa e Coreana. • Os primeiros jardins inspirados no jardins da China representaram o prazer e divertimento dos aristocratas Jardim Japonês Susana Santos
  • 41. Elementos do Jardim Japonês • O Sakura ou cerejeira ornamental, que é conhecido como a flor da Felicidade e assume um lugar importante na cultura japonesa. • Nos meses de Março a Abril o povo festeja o Hanami para comemorar a floração da árvore. • O Momiji-Gari ou Acer Vermelho, que revela um aspecto melancólico e reflexivo da personalidade japonesa. • As lanternas de pedra que induzem à concentração, ajudando a clarear a mente, adicionando o místico, a tradição e a espiritualidade. • Os pontos de luz devem ser estrategicamente distribuídos para não ofuscarem a visão. Sakura Momiji-Gari ou Acer Vermelho,. Lanternas de Pedra Susana Santos
  • 42. • O lago e as carpas: água é vida, daí a importância do lago. • Nele, vivem as carpas, símbolo de fertilidade e prosperidade. • A variedade Nishiki-koi, valiosa, exige água cristalina. Susana Santos
  • 43. Sugestões de Plantas: • Ácer-vermelho • Bambú • Olmo • Roseira • Cerejeira-ornamental Susana Santos
  • 45. • Os espaços verdes que surgiram neste período estão intimamente ligados ao pensamento liberal que se impôs no pós- guerra civil onde o liberalismo saiu vitorioso sobre o absolutismo. • Um dos maiores impulsionadores dos parques e jardins do século XIX em Portugal foi o rei D. Fernando II quando decidiu reformar os jardins do Palácio das Necessidades, eliminando a sua original traça barroca para lhe imprimir um cunho romântico que exprimia o seu carácter de homem culto, "renascentista romântico", ligado às artes e à natureza. Os parques e jardins do século XIX em Portugal D. Fernando II, 2.º marido da rainha D. Maria II e Príncipe Consorte de Portugal, de 1836 até 1837 Susana Santos
  • 46. • D. Fernando II aliou-se ao mestre jardineiro Bonnard (1797-1861) para alterar o conceito dos jardins em Portugal, com especial destaque para a região de Lisboa. • Se o rei foi o cérebro por detrás dos projetos, Bonnard foi o executante competente e de elevados conhecimentos técnicos e botânicos. • A capacidade demonstrada pelo jardineiro francês valeu-lhe o título de jardineiro real, permitindo o desenvolvimento e colaboração em diversos projetos representativos dos jardins do século XIX em Portugal. Os parques e jardins do século XIX em Portugal Susana Santos
  • 47. • A parceria teve início na reformulação dos jardins do Palácio das Necessidades, depressa se alargou. • D. Fernando, Bonnard desempenhou um papel importante na reestruturação dos jardins: • Mafra; • Parque da Pena; • no desenvolvimento do Jardim da Estrela; • Passeio Público que foi o precursor da atual Avenida da Liberdade. A parceria entre D. Fernando II e Bonnard Susana Santos
  • 48. • Em 1742 D. João V adquiriu os terrenos e aí mandou erigir uma ermida, um convento e um palácio. • O projeto desenvolveu-se de acordo com o estilo Barroco, apresentando grandes alamedas destinadas à produção de diversos produtos agrícolas, incluindo cereais. • Junto ao palácio e ao convento encontram-se o Jardim de Buxo e a Horta dos Frades que formavam dois patamares inspirados no estilo italiano. • Em 1843, D. Fernando redesenha todo o jardim, transformando parte das áreas destinadas à produção agrícola num jardim romântico, inspirado na corrente dos Jardins Ingleses. • Ao longo do século XIX, os jardins foram sofrendo intervenções, nomeadamente com a construção da estufa circular, dos campos de ténis e da Casa do Regalo. Jardim Tapada das Necessidades Susana Santos
  • 49. Atual sede do Ministro dos Negócios Estrangeiros Susana Santos
  • 50. • Parque da Pena é o apogeu da estética romântica, plena de exotismo e de natureza. • D. Fernando II criou uma verdadeira obra de arte natural, com espécies provenientes dos quatro cantos do mundo. • Encontramos caminhos sinuosos que nos conduzem a locais de vistas magníficas como a Cruz Alta ou o Vale dos Lagos • Cenários únicos, dignos de verdadeiros contos de fadas. Parque da Pena Susana Santos
  • 51. • À semelhança do que aconteceu com os jardins do Palácio das Necessidades, a Tapada de Mafra foi um projeto de cariz Barroco mandado erigir por D. João V para servir de parque de lazer e caça para a Corte. • Na segunda metade do século XIX a área original da Tapada é dividida, passando para os atuais 833 hectares. • Em 1860 D. Fernando II leva a cabo uma reflorestação do espaço, moldando-o ao estilo liberal, exuberante que acolhe uma enorme diversidade de fauna e flora que, hoje em dia, aposta na preservação da riqueza natural que a constitui. Jardins de Mafra Susana Santos
  • 52. • O atual espaço ocupado pela Avenida da Liberdade e pelos Restauradores tem a sua origem no Passeio Público, um projeto murado do arquiteto Reinaldo Manuel, iniciado em 1764 a mando do Marquês de Pombal, após o Terramoto de 1755. • Rapidamente se tornou num dos espaços preferidos pela nobreza e estava interdito às classes mais baixas da sociedade. • Apenas em 1821, mediante a ordem de D. João VI, os muros foram derrubados e o Passeio Público passou a estar acessível a todos. • Na primeira metade do século XIX, nomeadamente, entre 1830 e 1840, o Passeio Público foi submetido a alterações que incluíam fontes que simbolizavam os rios Tejo e Douro. • Entre 1879 e 1886 foi desenvolvida a avenida que hoje conhecemos à medida das magníficas alamedas de Paris. • A sua beleza e sumptuosidade impulsionaram a expansão de Lisboa para norte e atraíram as classes privilegiadas que aí mandaram erigir as suas residências, tornando a Avenida num dos corações da cidade e num dos mais icónicos jardins do século XIX em Portugal. Passeio Público (Avenida da Liberdade) Susana Santos
  • 54. • Ainda que a construção do Jardim da Estrela se tenha iniciado em 1842, o projeto só avançou verdadeiramente em 1850 por causa da instabilidade política da época. • Sob as ordens dos jardineiros chefe Bonnard e João Francisco, o Jardim da Estrela foi-se desenvolvendo sob a inspiração dos jardins ingleses, do romantismo e do liberalismo, até ser inaugurado em abril de 1852 e tornar-se num dos locais da moda, onde os lisboetas passeavam por entre estufas, quiosques e até um pavilhão chinês. Jardim da Estrela Susana Santos