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Degenerações e
Infiltrações
Profª. Cristina Galdino de Alencar
DEGENERAÇÃO
 “A DEGENERAÇÃO é um processo
regressivo reversível, resultante de
lesões não letais, em que são
manifestadas alterações morfológicas
e funcionais da célula”.
INFILTRAÇÃO
 “A INFILTRAÇÃO também é um
processo regressivo reversível, cujas
alterações morfológicas e funcionais
estão localizadas
no interstício”.
4.2. Classificação:
 Água: degeneração hidrópica (sinônimos:
inchação turva, degeneração turva).
 Lipides: degeneração gordurosa
(esteatose).
 Proteínas: degeneração hialina.
 Muco: degeneração monoides.
 Carboidratos: degeneração glicogenia.
 A característica básica desse grupo de
lesões é o seu caráter de reversibilidade
(refere-se à propriedade de um sistema físico
de retornar ao estado inicial), ou seja, de
recuperação da homeostase e da
morfostase.
 Para cada tipo de alteração
regressiva reversível serão descritos
os principais processos patológicos
envolvidos, salientando
principalmente a sua etiopatogenia.
4.3. Alterações básicas
A - ALTERAÇÕES HÍDRICAS
INTRACELULARES
“Rápida entrada de água para o
interior da célula”.
A.1. INCHAÇÃO TURVA (ou EDEMA
CELULAR)
 A inchação turva é, geralmente, a
primeira manifestação de um
processo regressivo apresentado pela
célula agredida.
 Considerando a premissa básica de que
as alterações regressivas são fruto de
diminuições energéticas celulares, um
dos primeiros mecanismos que seria
afetado seria o do transporte de água e
de íons entre os meios interno e externo
à célula;
 essa hipótese explicaria esse
pioneirismo da inchação turva sob os
demais tipos de alterações regressivas,
dado que sua patogenia está
diretamente ligada aos distúrbios
hidroeletrolíticos celulares.
 Mais comuns nas células parenquimatosas
dos rins, fígado e coração.
 A expressão “rápida entrada de água”
constitui o núcleo do conceito de
inchação turva para caracterizar o
aspecto de anormalidade envolvido
com esse processo.
 A inchação turva, nesse caso,
representa o aumento da intensidade
dessa função celular, levando a
quebra da homeostase celular
(heterometria).
 Edema
intracelular em
epitélio de
pele. Observe o
aspecto
vacuolizado
(citoplasma
com cor
branca) que a
célula adquire
devido ao
acúmulo
hídrico
intracelular
(HE, 400X).
 A teoria para explicar o distúrbio
hidroeletrolítico presente na inchação
turva refere-se ao mau funcionamento
da bomba de sódio e potássio. Acredita-
se que essa bomba esteja localizada na
membrana plasmática e que sofreria as
conseqüências oriundas das alterações
dessa membrana provocadas por uma
agressão -- seja ela química, mecânica
ou biológica -- na célula.
 O equilíbrio da relação água/íons no
interior celular estariam, pois,
diretamente relacionados à manutenção
dos níveis energéticos celulares e à
integridade das membranas.
 A patogenia envolvida com essa alteração
regressiva refere-se a um desequilíbrio
iônico entre o Na e o K.
 O Na fica retido intracelularmente, o que
provoca a rápida entrada de água na célula
e a retenção de K extracelularmente.
 A ausência do potássio no meio intracelular
contribui para uma diminuição da atividade
mitocondrial, uma vez que esse íon é
essencial para o funcionamento da
mitocôndria.
 Resultado disso é uma queda ainda maior
dos níveis de ATP, devido ao
comprometimento do sistema aeróbico
celular, o que contribui para o agravamento
do quadro de edema celular.
A BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO E
O EQUILÍBRIO HÍDRICO CELULAR
 É difícil imaginar que unidades tão
pequenas e complexas como o são as
células sejam constituídas
predominantemente por água, a
ponto de armazenarem uma
quantidade de componente hídrico
correspondente a 40%-50% do peso
corporal do homem.
 Diante de tal porcentagem de água
existente em seu interior, a célula
tem que dispor de sistemas que
mantenham em equilíbrio essa
quantidade, tendo, como princípio
elementar de funcionamento, as
relações das concentrações de íons e
proteínas entre os meios extra e
intracelular.
 As concentrações são mantidas
graças às trocas iônicas e proteicas
estabelecidas entre os meios internos
e externos à célula, de tal modo que
se mantenham as concentrações
ideais de cada íon e proteína em cada
meio.
 Como regra básica desse princípio,
pode-se estabelecer que a passagem
de água dá-se do meio menos
concentrado para o mais
concentrado, ou seja, de acordo com
o gradiente osmótico - de íons - e
oncótico - de proteínas.
 A bomba de sódio e potássio é uma
das estruturas pertencentes ao
sistema de regulagem
hidroeletrolítica da célula, sendo
responsável, como o próprio nome
diz, pela manutenção das
concentrações iônicas do sódio e do
potássio.
 A bomba localiza-se na membrana
plasmática e depende de ATP para o
transporte desses íons,
principalmente do potássio, cujo
trajeto vai contra um gradiente
osmótico (o potássio é transferido do
meio extracelular, onde é encontrado
em pouca quantidade, para o interior
da célula, que possui cerca de 30x
mais potássio que o meio externo).
 Qualquer alteração nesses dois
sistemas - ATP e membrana - pode
comprometer o funcionamento dessa
bomba.
A QUÍMICA E O FUNCIONAMENTO
DA BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO
 A bomba de sódio e potássio é uma ATPase,
ou seja, catalisa a transformação da
molécula de ATP em ADP.
 Esse processo é feito às custas da retirada
de três íons da célula, ao mesmo tempo que
entram na mesma dois íons potássio.
 A bomba consiste em uma proteína que
atravessa a membrana em toda a sua
espessura, ficando a molécula de ATP unida
à sua parte interna, ou seja, dentro da
célula.
 De acordo com a hipótese mais aceita
sobre o funcionamento dessa bomba,
os íons sódio, ligando-se a essa
mesma extremidade, lisariam o ATP e
mudariam a conformação estrutural
dessa proteína, o que favoreceria a
saída desse íon da célula; ao mesmo
tempo, essa mudança estrutural da
bomba forneceria sítios de ligação
favoráveis ao potássio.
 A união de dois íons potássio seria o
suficiente para reconformar a bomba
à sua estrutura inicial, ao mesmo
tempo que introduziria o potássio no
interior celular. Assim, os níveis
intracelulares de potássio seriam
mantidos, fato essencial para o bom
funcionamento do sistema celular.
 Macroscopia: o órgão atingido é pálido,
aumentado de volume e peso. O aumento
do volume é consequência da água dentro
das células e a palidez é causada pela
tumefação celular ou edema Celular.
 Etiologia: a causa mais comum da
degeneração hidrópica é a anoxia
(hipoxia).
 Aspectos clínicos
 Clinicamente, o edema pode ser um sinal
de doença cardíaca, hepática, renal,
desnutrição grave, hipotireoidismo,
obstrução venosa e linfática.
A.2. DEGENERAÇÃO VACUOLAR
(ou ALTERAÇÃO HIDRÓPICA)
 Diante da persistência dessa
etiopatogenia, pode evoluir para a ,
que se caracteriza por ser um...
“...estado mais avançado de edema
celular em que se observam maior
quantidade de água nas organelas,
presença de formas granulares e
grande número de vacúolos
citoplasmáticos”.
A.3. ALTERAÇÕES LIPÍDICAS
 Esteatose:é o acúmulo anormal e
reversível de lipídeos no citoplasma de
células parenquimatosas, hepatócitos e
fibras do miocárdio, onde normalmente
lipídeos não seriam evidenciados
histologicamente, formando vacúolos em
conseqüência de desequilíbrios na síntese,
utilização ou mobilização.
“Acúmulo de gordura neutra no
citoplasma
da célula agredida”.
 A armazenagem normal de gordura
neutra nas células é feita por
intermédio da ligação físico-química
dessa substância com fosfolípides
(lipídeos combinados com fósforo).
 Essa ligação promove a formação de
uma estrutura cilíndrica na qual há o
“mascaramento” da gordura neutra,
ou seja, esta não fica visível
microscopicamente.
 A estabilidade dessa estrutura
depende, entre outros fatores, da
manutenção da proporção entre
fosfolipídios e gordura.
 A não visualização de elementos
gordurosos nas células durante o
exame microscópico é, portanto,
indicativo de homeostase e
morfostase.
 A esteatose se origina da alteração
dessa proporção devido ao
comprometimento da síntese de
fosfolípideos.
 Há uma diminuição da produção de
fosfolipídeos devido a quedas
metabólicas das células, o que indica
que houve uma agressão e perda da
homeostase.
 Com a redução de fosfolípides, há
uma mudança no arranjo físico-
químico entre essa substância e a
gordura neutra, que fica
“desmascarada”, ou seja, torna-se
microscopicamente visível e corável.
 O acúmulo de gordura neutra é,
então, produto da mudança da
relação fosfolipídios/gordura neutra
intracelular.
As causas mais comuns de
mudança metabólica na célula que
originam a esteatose podem ser:
 Tóxica: substância tóxica que provoque
diminuição do metabolismo celular. Ex.:
álcool, tetracloreto de carbono.
 Anóxica: falta de oxigênio leva à queda
de ATP, diminuindo, assim, a síntese de
fosfolipídios pela redução metabólica.
 Nutricional: carência nutricional induz
uma diminuição na quantidade de
moléculas fosfolipídicas, alterando a sua
relação com a gordura neutra, tornando o
componente lipídico visível na célula.
 Uma dieta rica em gorduras também
pode originar a esteatose.
 A absorção direta desses lipídios pela
célula provoca o acúmulo gorduroso no
citoplasma.
 caso, entretanto, não existe redução
metabólica celular, mas a absorção de
gorduras pelas células encontra-se
desequilibrada devido à concentração
lipídica extracelular, o que estimula a
absorção celular.
A.3. ALTERAÇÕES LIPÍDICAS
Ateroesclerose
 “Degeneração associada à presença
de gorduras, específica da túnica
íntima das artérias elásticas de
grande calibre”.
 Ateroesclerose é um processo
patológico reversível (ainda que
difícil) em que se observa alteração
da estrutura da camada íntima das
grandes artérias decorrente da
presença heterotópica de gorduras.
Peça macroscópica de aorta exibindo
ateroesclerose. Esta é a parede interna
do vaso, a que fica em contato com o
sangue.
 A parede das artérias elásticas de
grande calibre é composta por 3
camadas denominadas de camada
adventícia ou externa, camada média
ou muscular e camada íntima.
 A camada íntima, de interesse na
ateroesclerose, é formada por células
endoteliais, fibras elásticas delicadas,
alguns fibroblastos e alguns
macrófagos.
 Essa camada é a que mantém contato
direto com o fluxo sanguíneo.
Composição da parede
de um vaso sanguíneo
de médio calibre.
Destaca-se nessa foto
a camada média,
constituída
predominantemente de
fibras elásticas (HE,
200X).
 A patogenia da ateroesclerose envolve
estímulos agressores que, atuando na
parede endotelial, provocam o
aparecimento de fendas na camada
íntima.
 Estas, durante o fluxo sanguíneo,
recebem o plasma composto por
substâncias de baixo peso molecular —
em especial os lipídios —, que passam a
se armazenar nas células dessa camada.
A presença heterotópica das gorduras
inicia a mudança estrutural da parede
endotelial das grandes artérias.
As alterações na estrutura das paredes
vasculares sofrem evoluções que
contribuem para o agravamento da
ateroesclerose.
 Pode-se dividir essas
alterações em duas fases:
 Fase de estrias lipoídicas: as células
com gordura armazenada ficam dispostas
em sentido longitudinal, formando
verdadeiras estrias de gordura.
Fase de estrias
lipoídicas
(setas). Observe
como se trata de
uma estrutura
tênue. Veja a
fase de placas
de ateroma, com
acúmulos de
gordura mais
evidentes.
 Fase de placas de ateroma: as células
passam a se agrupar em vários sentidos,
originando placas gordurosas.
 Os elementos celulares localizados mais
profundamente nessa estrutura morrem
devido à carência nutricional.
 A placa, inicialmente amarelada pela
predominância de gordura, assume coloração
esbranquiçada devido à presença de uma
cápsula fibrosa envolvendo os restos
celulares.
 A instalação do processo de
ateroesclerose pode originar
complicações.
 Uma mudança na estrutura da parede
endotelial pode induzir ao
aparecimento de ulcerações, embolia,
calcificação, obstrução ou dilatação
do vaso e hemorragias.
A.4. ALTERAÇÕES PROTÉICAS (do
tipo hialinas)
1. Hialinização por fibras
colágenas
 O processo de hialinização por fibras
colágenas se desenvolve nos casos
em que ocorrem reações heterólogas
nos mecanismos de cicatrização.
 Pode constituir os quelóides e as
cicatrizes de ferimentos extensos.
 Há perda de elasticidade dos tecidos
de cicatrização, que se tornam mais
brilhantes e mais rígidos
clinicamente.
 A intensa produção de colágeno em
processos degenerativos pode
originar o aparecimento de material
hialino.
 Quando há intensa reação
inflamatória, por exemplo, a
deposição colagênica pode originar
grandes massas acidofílicas.
 É comum observar esse
aparecimento em cavidades serosas
ou císticas.
2. AMILOIDOSE
 “Deposição de material hialínico de
natureza protéica no interstício, de
maneira localizada ou generalizada”.
 O aparecimento da amiloidose
envolve mecanismos relacionados à
síntese protéica e às atividades dos
macrófagos.
 Uma provável degeneração
macrofágica, com redução metabólica
nessa célula e uma conseqüente
diminuição de sua atividade
lisossômica, constitui umas das
hipóteses para explicar a patogenia
da amiloidose.

 Como resultado desse
comprometimento da função
lisossômica macrofágica, ocorre um
acúmulo de substâncias protéicas não
digeridas em seu citoplasma.
 A secreção das mesmas no interstício
origina o que é denominado,
microscopicamente, de substância
amilóide.
 Esta é, portanto, conforme o conceito
enfatiza, de natureza protéica,
encontrada localmente ou de forma
generalizada.
A amiloidose, além de poder
ser localizada ou generalizada,
possui outras classificações.
 Amiloidose primária: não existe uma causa
evidente para o aparecimento da amiloidose;
 Amiloidose secundária: o aparecimento da
amiloidose se correlaciona com causas
primárias, como uma inflamação crônica;
 Amiloidose em cânceres;
 Amiloidose em forma de tumores isolados;
 Amiloidose com padrões hereditários;
 Amiloidose associada à senilidade.
 De modo geral, a substância amilóide pode
ser observada em praticamente todos os
tecidos, principalmente em aqueles com
grandes destruições, como as inflamações
crônicas, cujos produtos de degradação
poderiam desencadear processos
imunológicos e levar a deficiências
macrofágicas.
 Daí se ter o envolvimento dos macrófagos
na etiopatogenia deste processo, dado que
essa célula tem função tipicamente
pertencente ao sistema de defesa do
organismo.
 O mesmo se daria com tecidos neoplásicos,
onde se observam reações imunitárias
exacerbadas.
 A substância
amilóide assume
uma coloração
róseo-avermelhada
quando corada com
o vermelho-congo.
 Essa característica
é que a diferencia
dos outros tipos de
substâncias
hialinas (como
fibrina, colágeno)
ao exame
microscópio.
 As consequências da amiloidose
variam de acordo com o grau de
comprometimento do órgão. Este,
com volume aumentado, tem sua
função diminuída devido à presença
física da substância amilóide sobre a
parede vascular ou à compressão do
parênquima do órgão.
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  • 2. DEGENERAÇÃO  “A DEGENERAÇÃO é um processo regressivo reversível, resultante de lesões não letais, em que são manifestadas alterações morfológicas e funcionais da célula”.
  • 3. INFILTRAÇÃO  “A INFILTRAÇÃO também é um processo regressivo reversível, cujas alterações morfológicas e funcionais estão localizadas no interstício”.
  • 4. 4.2. Classificação:  Água: degeneração hidrópica (sinônimos: inchação turva, degeneração turva).  Lipides: degeneração gordurosa (esteatose).  Proteínas: degeneração hialina.  Muco: degeneração monoides.  Carboidratos: degeneração glicogenia.
  • 5.  A característica básica desse grupo de lesões é o seu caráter de reversibilidade (refere-se à propriedade de um sistema físico de retornar ao estado inicial), ou seja, de recuperação da homeostase e da morfostase.
  • 6.  Para cada tipo de alteração regressiva reversível serão descritos os principais processos patológicos envolvidos, salientando principalmente a sua etiopatogenia.
  • 7.
  • 9. A - ALTERAÇÕES HÍDRICAS INTRACELULARES “Rápida entrada de água para o interior da célula”.
  • 10. A.1. INCHAÇÃO TURVA (ou EDEMA CELULAR)  A inchação turva é, geralmente, a primeira manifestação de um processo regressivo apresentado pela célula agredida.
  • 11.  Considerando a premissa básica de que as alterações regressivas são fruto de diminuições energéticas celulares, um dos primeiros mecanismos que seria afetado seria o do transporte de água e de íons entre os meios interno e externo à célula;  essa hipótese explicaria esse pioneirismo da inchação turva sob os demais tipos de alterações regressivas, dado que sua patogenia está diretamente ligada aos distúrbios hidroeletrolíticos celulares.  Mais comuns nas células parenquimatosas dos rins, fígado e coração.
  • 12.  A expressão “rápida entrada de água” constitui o núcleo do conceito de inchação turva para caracterizar o aspecto de anormalidade envolvido com esse processo.  A inchação turva, nesse caso, representa o aumento da intensidade dessa função celular, levando a quebra da homeostase celular (heterometria).
  • 13.  Edema intracelular em epitélio de pele. Observe o aspecto vacuolizado (citoplasma com cor branca) que a célula adquire devido ao acúmulo hídrico intracelular (HE, 400X).
  • 14.  A teoria para explicar o distúrbio hidroeletrolítico presente na inchação turva refere-se ao mau funcionamento da bomba de sódio e potássio. Acredita- se que essa bomba esteja localizada na membrana plasmática e que sofreria as conseqüências oriundas das alterações dessa membrana provocadas por uma agressão -- seja ela química, mecânica ou biológica -- na célula.  O equilíbrio da relação água/íons no interior celular estariam, pois, diretamente relacionados à manutenção dos níveis energéticos celulares e à integridade das membranas.
  • 15.  A patogenia envolvida com essa alteração regressiva refere-se a um desequilíbrio iônico entre o Na e o K.  O Na fica retido intracelularmente, o que provoca a rápida entrada de água na célula e a retenção de K extracelularmente.  A ausência do potássio no meio intracelular contribui para uma diminuição da atividade mitocondrial, uma vez que esse íon é essencial para o funcionamento da mitocôndria.  Resultado disso é uma queda ainda maior dos níveis de ATP, devido ao comprometimento do sistema aeróbico celular, o que contribui para o agravamento do quadro de edema celular.
  • 16. A BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO E O EQUILÍBRIO HÍDRICO CELULAR  É difícil imaginar que unidades tão pequenas e complexas como o são as células sejam constituídas predominantemente por água, a ponto de armazenarem uma quantidade de componente hídrico correspondente a 40%-50% do peso corporal do homem.
  • 17.  Diante de tal porcentagem de água existente em seu interior, a célula tem que dispor de sistemas que mantenham em equilíbrio essa quantidade, tendo, como princípio elementar de funcionamento, as relações das concentrações de íons e proteínas entre os meios extra e intracelular.
  • 18.  As concentrações são mantidas graças às trocas iônicas e proteicas estabelecidas entre os meios internos e externos à célula, de tal modo que se mantenham as concentrações ideais de cada íon e proteína em cada meio.  Como regra básica desse princípio, pode-se estabelecer que a passagem de água dá-se do meio menos concentrado para o mais concentrado, ou seja, de acordo com o gradiente osmótico - de íons - e oncótico - de proteínas.
  • 19.  A bomba de sódio e potássio é uma das estruturas pertencentes ao sistema de regulagem hidroeletrolítica da célula, sendo responsável, como o próprio nome diz, pela manutenção das concentrações iônicas do sódio e do potássio.
  • 20.  A bomba localiza-se na membrana plasmática e depende de ATP para o transporte desses íons, principalmente do potássio, cujo trajeto vai contra um gradiente osmótico (o potássio é transferido do meio extracelular, onde é encontrado em pouca quantidade, para o interior da célula, que possui cerca de 30x mais potássio que o meio externo).  Qualquer alteração nesses dois sistemas - ATP e membrana - pode comprometer o funcionamento dessa bomba.
  • 21. A QUÍMICA E O FUNCIONAMENTO DA BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO  A bomba de sódio e potássio é uma ATPase, ou seja, catalisa a transformação da molécula de ATP em ADP.  Esse processo é feito às custas da retirada de três íons da célula, ao mesmo tempo que entram na mesma dois íons potássio.  A bomba consiste em uma proteína que atravessa a membrana em toda a sua espessura, ficando a molécula de ATP unida à sua parte interna, ou seja, dentro da célula.
  • 22.  De acordo com a hipótese mais aceita sobre o funcionamento dessa bomba, os íons sódio, ligando-se a essa mesma extremidade, lisariam o ATP e mudariam a conformação estrutural dessa proteína, o que favoreceria a saída desse íon da célula; ao mesmo tempo, essa mudança estrutural da bomba forneceria sítios de ligação favoráveis ao potássio.
  • 23.  A união de dois íons potássio seria o suficiente para reconformar a bomba à sua estrutura inicial, ao mesmo tempo que introduziria o potássio no interior celular. Assim, os níveis intracelulares de potássio seriam mantidos, fato essencial para o bom funcionamento do sistema celular.
  • 24.  Macroscopia: o órgão atingido é pálido, aumentado de volume e peso. O aumento do volume é consequência da água dentro das células e a palidez é causada pela tumefação celular ou edema Celular.
  • 25.  Etiologia: a causa mais comum da degeneração hidrópica é a anoxia (hipoxia).
  • 26.  Aspectos clínicos  Clinicamente, o edema pode ser um sinal de doença cardíaca, hepática, renal, desnutrição grave, hipotireoidismo, obstrução venosa e linfática.
  • 27. A.2. DEGENERAÇÃO VACUOLAR (ou ALTERAÇÃO HIDRÓPICA)  Diante da persistência dessa etiopatogenia, pode evoluir para a , que se caracteriza por ser um...
  • 28. “...estado mais avançado de edema celular em que se observam maior quantidade de água nas organelas, presença de formas granulares e grande número de vacúolos citoplasmáticos”.
  • 29. A.3. ALTERAÇÕES LIPÍDICAS  Esteatose:é o acúmulo anormal e reversível de lipídeos no citoplasma de células parenquimatosas, hepatócitos e fibras do miocárdio, onde normalmente lipídeos não seriam evidenciados histologicamente, formando vacúolos em conseqüência de desequilíbrios na síntese, utilização ou mobilização.
  • 30. “Acúmulo de gordura neutra no citoplasma da célula agredida”.
  • 31.  A armazenagem normal de gordura neutra nas células é feita por intermédio da ligação físico-química dessa substância com fosfolípides (lipídeos combinados com fósforo).  Essa ligação promove a formação de uma estrutura cilíndrica na qual há o “mascaramento” da gordura neutra, ou seja, esta não fica visível microscopicamente.
  • 32.  A estabilidade dessa estrutura depende, entre outros fatores, da manutenção da proporção entre fosfolipídios e gordura.  A não visualização de elementos gordurosos nas células durante o exame microscópico é, portanto, indicativo de homeostase e morfostase.
  • 33.
  • 34.
  • 35.  A esteatose se origina da alteração dessa proporção devido ao comprometimento da síntese de fosfolípideos.  Há uma diminuição da produção de fosfolipídeos devido a quedas metabólicas das células, o que indica que houve uma agressão e perda da homeostase.
  • 36.  Com a redução de fosfolípides, há uma mudança no arranjo físico- químico entre essa substância e a gordura neutra, que fica “desmascarada”, ou seja, torna-se microscopicamente visível e corável.  O acúmulo de gordura neutra é, então, produto da mudança da relação fosfolipídios/gordura neutra intracelular.
  • 37. As causas mais comuns de mudança metabólica na célula que originam a esteatose podem ser:  Tóxica: substância tóxica que provoque diminuição do metabolismo celular. Ex.: álcool, tetracloreto de carbono.
  • 38.  Anóxica: falta de oxigênio leva à queda de ATP, diminuindo, assim, a síntese de fosfolipídios pela redução metabólica.
  • 39.  Nutricional: carência nutricional induz uma diminuição na quantidade de moléculas fosfolipídicas, alterando a sua relação com a gordura neutra, tornando o componente lipídico visível na célula.  Uma dieta rica em gorduras também pode originar a esteatose.
  • 40.  A absorção direta desses lipídios pela célula provoca o acúmulo gorduroso no citoplasma.  caso, entretanto, não existe redução metabólica celular, mas a absorção de gorduras pelas células encontra-se desequilibrada devido à concentração lipídica extracelular, o que estimula a absorção celular.
  • 42.  “Degeneração associada à presença de gorduras, específica da túnica íntima das artérias elásticas de grande calibre”.
  • 43.  Ateroesclerose é um processo patológico reversível (ainda que difícil) em que se observa alteração da estrutura da camada íntima das grandes artérias decorrente da presença heterotópica de gorduras.
  • 44. Peça macroscópica de aorta exibindo ateroesclerose. Esta é a parede interna do vaso, a que fica em contato com o sangue.
  • 45.  A parede das artérias elásticas de grande calibre é composta por 3 camadas denominadas de camada adventícia ou externa, camada média ou muscular e camada íntima.  A camada íntima, de interesse na ateroesclerose, é formada por células endoteliais, fibras elásticas delicadas, alguns fibroblastos e alguns macrófagos.  Essa camada é a que mantém contato direto com o fluxo sanguíneo.
  • 46. Composição da parede de um vaso sanguíneo de médio calibre. Destaca-se nessa foto a camada média, constituída predominantemente de fibras elásticas (HE, 200X).
  • 47.  A patogenia da ateroesclerose envolve estímulos agressores que, atuando na parede endotelial, provocam o aparecimento de fendas na camada íntima.  Estas, durante o fluxo sanguíneo, recebem o plasma composto por substâncias de baixo peso molecular — em especial os lipídios —, que passam a se armazenar nas células dessa camada. A presença heterotópica das gorduras inicia a mudança estrutural da parede endotelial das grandes artérias.
  • 48. As alterações na estrutura das paredes vasculares sofrem evoluções que contribuem para o agravamento da ateroesclerose.
  • 49.  Pode-se dividir essas alterações em duas fases:  Fase de estrias lipoídicas: as células com gordura armazenada ficam dispostas em sentido longitudinal, formando verdadeiras estrias de gordura.
  • 50. Fase de estrias lipoídicas (setas). Observe como se trata de uma estrutura tênue. Veja a fase de placas de ateroma, com acúmulos de gordura mais evidentes.
  • 51.  Fase de placas de ateroma: as células passam a se agrupar em vários sentidos, originando placas gordurosas.  Os elementos celulares localizados mais profundamente nessa estrutura morrem devido à carência nutricional.  A placa, inicialmente amarelada pela predominância de gordura, assume coloração esbranquiçada devido à presença de uma cápsula fibrosa envolvendo os restos celulares.
  • 52.
  • 53.  A instalação do processo de ateroesclerose pode originar complicações.  Uma mudança na estrutura da parede endotelial pode induzir ao aparecimento de ulcerações, embolia, calcificação, obstrução ou dilatação do vaso e hemorragias.
  • 54. A.4. ALTERAÇÕES PROTÉICAS (do tipo hialinas)
  • 55. 1. Hialinização por fibras colágenas  O processo de hialinização por fibras colágenas se desenvolve nos casos em que ocorrem reações heterólogas nos mecanismos de cicatrização.  Pode constituir os quelóides e as cicatrizes de ferimentos extensos.  Há perda de elasticidade dos tecidos de cicatrização, que se tornam mais brilhantes e mais rígidos clinicamente.
  • 56.  A intensa produção de colágeno em processos degenerativos pode originar o aparecimento de material hialino.  Quando há intensa reação inflamatória, por exemplo, a deposição colagênica pode originar grandes massas acidofílicas.  É comum observar esse aparecimento em cavidades serosas ou císticas.
  • 57. 2. AMILOIDOSE  “Deposição de material hialínico de natureza protéica no interstício, de maneira localizada ou generalizada”.
  • 58.  O aparecimento da amiloidose envolve mecanismos relacionados à síntese protéica e às atividades dos macrófagos.  Uma provável degeneração macrofágica, com redução metabólica nessa célula e uma conseqüente diminuição de sua atividade lisossômica, constitui umas das hipóteses para explicar a patogenia da amiloidose. 
  • 59.  Como resultado desse comprometimento da função lisossômica macrofágica, ocorre um acúmulo de substâncias protéicas não digeridas em seu citoplasma.  A secreção das mesmas no interstício origina o que é denominado, microscopicamente, de substância amilóide.  Esta é, portanto, conforme o conceito enfatiza, de natureza protéica, encontrada localmente ou de forma generalizada.
  • 60. A amiloidose, além de poder ser localizada ou generalizada, possui outras classificações.  Amiloidose primária: não existe uma causa evidente para o aparecimento da amiloidose;  Amiloidose secundária: o aparecimento da amiloidose se correlaciona com causas primárias, como uma inflamação crônica;  Amiloidose em cânceres;  Amiloidose em forma de tumores isolados;  Amiloidose com padrões hereditários;  Amiloidose associada à senilidade.
  • 61.  De modo geral, a substância amilóide pode ser observada em praticamente todos os tecidos, principalmente em aqueles com grandes destruições, como as inflamações crônicas, cujos produtos de degradação poderiam desencadear processos imunológicos e levar a deficiências macrofágicas.  Daí se ter o envolvimento dos macrófagos na etiopatogenia deste processo, dado que essa célula tem função tipicamente pertencente ao sistema de defesa do organismo.  O mesmo se daria com tecidos neoplásicos, onde se observam reações imunitárias exacerbadas.
  • 62.  A substância amilóide assume uma coloração róseo-avermelhada quando corada com o vermelho-congo.  Essa característica é que a diferencia dos outros tipos de substâncias hialinas (como fibrina, colágeno) ao exame microscópio.
  • 63.  As consequências da amiloidose variam de acordo com o grau de comprometimento do órgão. Este, com volume aumentado, tem sua função diminuída devido à presença física da substância amilóide sobre a parede vascular ou à compressão do parênquima do órgão.