Este documento discute a prática pedagógica das Irmãs Beneditinas da Divina Providência na Casa da Criança em Criciúma entre 1945-1955. A Casa da Criança foi criada para educar crianças carentes entre 2-6 anos. O texto analisa como as freiras conduziam o trabalho pedagógico e como concepções de infância influenciavam suas abordagens.
O documento discute a história do atendimento à infância no Brasil desde o período colonial. Aponta que as crianças pobres sempre estiveram presentes na sociedade brasileira e que sua situação era de vulnerabilidade. Desde o século XVI, as crianças de rua eram encontradas nos portos e mercados tentando sobreviver. Durante a colônia, o atendimento às necessidades da população carente era feito pela Igreja Católica, por meio de instituições como as Santas Casas de Misericórdia. A conce
Este artigo discute os desafios das práticas educativas com crianças e adolescentes em abrigos, analisando brevemente a história dos abrigos no Brasil e apresentando fragmentos de histórias de vida de três adolescentes em situação de abrigamento. O artigo defende a importância do reconhecimento das histórias de vida destes jovens para planejar práticas que promovam sua autonomia.
Apresentação de trabalho da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica na Educação Infantil I, ministrada pela professora Mônica Teixeira na Universidade Severino Sombra (USS).
Este documento discute o desenvolvimento da linguagem e da comunicação em crianças. Aprender a falar requer que os adultos conversem, cantem e recitem muito com as crianças para que elas possam imitar os sons e palavras. Por volta dos 3 anos, as crianças começam a desenvolver autoconsciência, expressando "Eu quero" em oposição a outras pessoas. A fala estimula o pensamento à medida que a imaginação e fantasia se desenvolvem através da linguagem.
O documento resume a obra de Philippe Ariès sobre a história social da criança e da família, mostrando como a visão sobre a infância mudou ao longo dos séculos. Na Idade Média, as crianças eram vistas como adultos em miniatura e não recebiam tratamento especial. A noção moderna de infância só surgiu no século XVII, quando as crianças passaram a ser educadas dentro de casa e receber mais afeto. A escola também começou a se dedicar especificamente à educação infantil nesse período.
O documento discute o papel dos jesuítas na educação de crianças indígenas na colônia brasileira. Os jesuítas viam as crianças indígenas como "papéis em branco" que poderiam ser moldados de acordo com sua doutrina cristã. Eles fundaram escolas para doutrinar as crianças e assim converter também os adultos. No entanto, quando as crianças atingiam a puberdade, tendiam a voltar para seus costumes originais.
1) O documento descreve a vida e obra do educador brasileiro Paulo Freire, conhecido por seu método de alfabetização de adultos e sua pedagogia crítica.
2) Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado no diálogo entre educadores e alunos sobre temas geradores da realidade dos alunos.
3) Sua pedagogia defendia uma educação problematizadora e libertadora, em oposição à educação "bancária", visando a emancipação dos oprimidos através do conhec
Este documento discute a importância da interação entre crianças nos espaços de Educação Infantil no Brasil. Primeiro, resume a história do tratamento e educação de crianças no Brasil desde a colonização portuguesa. Segundo, destaca a relevância da interação entre crianças para o aprendizado e desenvolvimento. Terceiro, o objetivo deste estudo é identificar como os professores compreendem a importância da interação e quais práticas eles usam para promover a interação entre crianças.
O documento discute a história do atendimento à infância no Brasil desde o período colonial. Aponta que as crianças pobres sempre estiveram presentes na sociedade brasileira e que sua situação era de vulnerabilidade. Desde o século XVI, as crianças de rua eram encontradas nos portos e mercados tentando sobreviver. Durante a colônia, o atendimento às necessidades da população carente era feito pela Igreja Católica, por meio de instituições como as Santas Casas de Misericórdia. A conce
Este artigo discute os desafios das práticas educativas com crianças e adolescentes em abrigos, analisando brevemente a história dos abrigos no Brasil e apresentando fragmentos de histórias de vida de três adolescentes em situação de abrigamento. O artigo defende a importância do reconhecimento das histórias de vida destes jovens para planejar práticas que promovam sua autonomia.
Apresentação de trabalho da disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica na Educação Infantil I, ministrada pela professora Mônica Teixeira na Universidade Severino Sombra (USS).
Este documento discute o desenvolvimento da linguagem e da comunicação em crianças. Aprender a falar requer que os adultos conversem, cantem e recitem muito com as crianças para que elas possam imitar os sons e palavras. Por volta dos 3 anos, as crianças começam a desenvolver autoconsciência, expressando "Eu quero" em oposição a outras pessoas. A fala estimula o pensamento à medida que a imaginação e fantasia se desenvolvem através da linguagem.
O documento resume a obra de Philippe Ariès sobre a história social da criança e da família, mostrando como a visão sobre a infância mudou ao longo dos séculos. Na Idade Média, as crianças eram vistas como adultos em miniatura e não recebiam tratamento especial. A noção moderna de infância só surgiu no século XVII, quando as crianças passaram a ser educadas dentro de casa e receber mais afeto. A escola também começou a se dedicar especificamente à educação infantil nesse período.
O documento discute o papel dos jesuítas na educação de crianças indígenas na colônia brasileira. Os jesuítas viam as crianças indígenas como "papéis em branco" que poderiam ser moldados de acordo com sua doutrina cristã. Eles fundaram escolas para doutrinar as crianças e assim converter também os adultos. No entanto, quando as crianças atingiam a puberdade, tendiam a voltar para seus costumes originais.
1) O documento descreve a vida e obra do educador brasileiro Paulo Freire, conhecido por seu método de alfabetização de adultos e sua pedagogia crítica.
2) Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado no diálogo entre educadores e alunos sobre temas geradores da realidade dos alunos.
3) Sua pedagogia defendia uma educação problematizadora e libertadora, em oposição à educação "bancária", visando a emancipação dos oprimidos através do conhec
Este documento discute a importância da interação entre crianças nos espaços de Educação Infantil no Brasil. Primeiro, resume a história do tratamento e educação de crianças no Brasil desde a colonização portuguesa. Segundo, destaca a relevância da interação entre crianças para o aprendizado e desenvolvimento. Terceiro, o objetivo deste estudo é identificar como os professores compreendem a importância da interação e quais práticas eles usam para promover a interação entre crianças.
Este documento discute o potencial pedagógico do filme "O Contador de Histórias" no contexto escolar. O filme retrata a vida de Roberto Carlos Ramos, uma criança negra e pobre que foi internada na FEBEM. Analisando o filme, estudantes e professores podem refletir sobre como as identidades e representações sociais se constroem e sobre os estigmas enfrentados por jovens marginalizados. O documento defende que a análise de narrativas culturais como esta pode ajudar a combater preconceitos
CULTURAS DA INFÂNCIA NOS ESPAÇOS-TEMPOS DO BRINCAR Gabrielle Silva
Este documento apresenta uma tese de doutorado sobre as culturas da infância construídas por um grupo de crianças de 4 a 6 anos em uma escola pública de educação infantil no Brasil. A pesquisa acompanhou as crianças em suas brincadeiras para compreender como elas constituem suas próprias culturas através das relações entre pares e dos espaços e tempos de brincar. As análises revelaram que as crianças compartilham conhecimentos sobre brincadeiras e constroem uma ordem social que regula suas interações, constitu
Este documento apresenta um livro de estudo do Módulo II da Coleção Proinfantil sobre a produção cultural da/para a infância. O livro aborda três seções: 1) A criança e a cultura, discutindo como a cultura constitui a subjetividade infantil; 2) Diferentes produções culturais da/para a infância como televisão, teatro, cinema e música; 3) Literatura, artes, patrimônio cultural, museus e festas populares e como trabalhar essas produções com as crianças de forma a prom
Este documento apresenta uma coleção de livros infantis sobre atividades lúdicas produzida pelo Programa Primeira Infância Melhor do Rio Grande do Sul. A coleção contém quatro volumes abordando jogos, teatro, artes, música e poesia com o objetivo de promover o desenvolvimento integral das crianças por meio do brincar.
Conhecimento do Mundo Natural e Social: Desafios para a Educação InfantilRebecaRuan
O documento discute como as crianças investigam o mundo natural e social e como os professores podem acompanhá-las nessa aprendizagem. Ele explica que as crianças têm curiosidade sobre o mundo e fazem perguntas sobre fenômenos naturais e sociais. Também descreve como as crianças investigam observando seu ambiente e como as discussões na escola podem estimular essa aprendizagem, desde que os professores escutem as perguntas das crianças e planejem atividades para explorá-las.
1. O documento discute como as crianças usam o imaginário e brincadeiras para lidar com situações de adversidade, como em campos de refugiados. 2. Analisa como psicólogos veem o imaginário infantil como expressão de déficit, mas sociólogos enxergam como diferente dos adultos. 3. Explica que as "culturas da infância" são formas pelas quais crianças constroem significados sobre o mundo de forma sistemática.
O documento discute a importância do brincar para o desenvolvimento de todas as crianças, independentemente de condições como deficiência visual. A autora conta sua experiência pessoal criando sua filha cega e como usou brinquedos e brincadeiras para promover o desenvolvimento dela. O livro fornece orientações para educadores e pais sobre a escolha e uso de brinquedos que promovam a inclusão de crianças com deficiência.
O documento fornece orientações sobre a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, especialmente para crianças com deficiência visual. A autora descreve sua experiência ao criar vínculos e se comunicar com sua filha que ficou cega ainda bebê, usando brinquedos e brincadeiras para auxiliá-la no desenvolvimento. Ela enfatiza que o brincar é essencial para todas as crianças.
Analise critica do filme o contador de históriapretaaline
O documento apresenta uma análise crítica do filme "O Contador de História". O filme conta a história de Roberto Carlos Ramos, uma criança pobre que foi levada para a FEBEM na década de 1970. Lá, ele sofreu discriminação até conhecer uma pedagoga francesa que o adotou e proporcionou novas experiências, modificando sua identidade e visão de mundo. A análise discute como o filme pode ser usado na escola para reflexão sobre identidade, diferença cultural e a função da educação.
O documento descreve um encontro do NEICA sobre a criança e a realidade social adulta, incluindo detalhes sobre o filme Mutum, que retrata a infância pobre no sertão brasileiro na década de 1950-1960 e como as crianças interagem com o mundo adulto.
Este documento fornece informações sobre a vida e obra da escritora brasileira Nísia Floresta. Ela nasceu no Rio Grande do Norte em 1810 e viveu quase 3 décadas na Europa, onde escreveu 15 obras defendendo os direitos das mulheres e abolicionismo. Suas contribuições incluem ter fundado um colégio exclusivo para meninas e propor uma pedagogia inovadora que permitia o ensino de ciências para mulheres.
Este documento resume a vida e obra do educador brasileiro Paulo Freire, conhecido por seu método de alfabetização de adultos que enfatiza a conscientização. Ele desenvolveu com sucesso seu método em 1962 no Rio Grande do Norte e sofreu exílio devido à ditadura militar brasileira de 1964 a 1980. Suas obras fundamentais incluem Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Autonomia.
O documento descreve um encontro sobre a construção sociocultural da infância no Brasil que inclui a exibição e discussão do filme "A Invenção da Infância". O filme mostra como a noção de infância varia entre classes sociais no Brasil, retratando crianças que trabalham em canaviais e pedreiras contrastando com as atividades extracurriculares de crianças de classe média.
Brinca comigo! tudo sobre o brincar e os brinquedosAteliê Giramundo
A brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do
homem e, ao mesmo tempo, típica da vida humana como
um todo — da vida natural interior escondida no homem
e em todas as coisas. Por isso ela dá alegria, liberdade,
contentamento, descanso interno e externo, paz com o
mundo. Ela tem a fonte de tudo o que é bom. (…) Não
é a expressão mais bela da vida, uma criança brincando?
(…) A brincadeira não é trivial, ela é altamente séria e de
profunda signifi cância. Cultive-a e crie-a, oh, mãe; protejaa
e guarde-a, oh, pai! Para a visão calma e agradável
daquele que realmente conhece a Natureza Humana, a
brincadeira espontânea da criança revela o futuro da vida
interior do homem. As brincadeiras da criança são as
folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo
é desenvolvido e mostrado nela, em suas disposições mais
carinhosas, em suas tendências mais interiores.
Friedrich Froebel
BERÇO DA DESIGUALDADE_(Análise Imagens)_GalianoGPN
O documento descreve um livro chamado "O berço da desigualdade", que mostra fotografias em preto e branco de escolas precárias ao redor do mundo, tiradas por Sebastião Salgado. O livro, com textos de Cristovam Buarque, ilustra como a pobreza e desigualdade social afetam a educação, e alerta que as crianças de hoje podem ser a primeira geração de uma humanidade dividida devido ao avanço tecnológico desigual.
O documento descreve o 4o Encontro do NEICA sobre a criança como protagonista, incluindo a apresentação do filme "Born Into Brothels" que mostra a vida de crianças pobres na Índia e como elas usam a fotografia para expressar seus mundos. O texto também discute a abordagem da Sociologia da Infância que vê as crianças como atores sociais e defende a autonomia conceitual da infância.
Cecília Meireles foi uma educadora e poeta brasileira que defendia uma educação pública, universal, obrigatória e laica, influenciada pelos ideais da Escola Nova. Fundou a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro em 1934. Suas crônicas educacionais destacavam a importância de respeitar a infância e ouvir as crianças. Lutou por uma concepção da criança não como adulto imperfeito, mas como ser diferente que pensa e deve ser orientado com confiança.
O documento descreve um evento sobre o filme "Quanto Vale ou É Por Quilo?" que explora a exploração da miséria pelo marketing social. O filme mostra como a situação não mudou desde a escravidão, quando os negros eram caçados para venda, e hoje quando organizações exploram a miséria. O documento também discute a sociologia da infância e como as crianças devem ser vistas como atores sociais com voz.
O documento descreve a história da educação infantil no Brasil desde o século XIX, destacando:
1) As primeiras iniciativas de proteção à infância surgiram no final do século XIX com a criação de creches e asilos para crianças pobres.
2) No início do século XX, com o aumento da industrialização e urbanização, surgem as "fazedoras de anjos" e aumenta a mortalidade infantil.
3) Ao longo do século XX, houve maior regulamentação e investimento na educação infantil, visando
Este documento fornece um breve resumo histórico da concepção de crianças pequenas ao longo dos tempos. Ele discute como a infância foi vista de forma diferente em períodos como a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna, quando as crianças eram tratadas mais como pequenos adultos do que indivíduos necessitando de cuidados especiais. O documento também contrasta como as crianças ricas e pobres eram vistas e tratadas de forma diferente ao longo da história.
O documento descreve a trajetória da educação infantil no Brasil desde o século XIX até os dias atuais. Inicialmente, pouco se fazia em relação às crianças de 0 a 6 anos. A partir dos anos 1920, houve maior reconhecimento da importância do atendimento infantil, embora de forma medicalizada e assistencialista. Nas décadas seguintes, surgiram mais instituições voltadas à criança, ainda de forma fragmentada entre diferentes ministérios. A educação infantil passou a ser reconhecida gradualmente como parte do sistema educacional brasileiro
O documento descreve a evolução histórica da concepção de infância ao longo dos tempos, desde a Idade Média até a contemporaneidade. Até o século XVII, as crianças eram tratadas como adultos e não havia distinção entre as fases da vida. A partir do século XVII, reformas religiosas contribuíram para o surgimento de um sentimento de infância e maior valorização da educação e afetividade familiar. No século XX, teorias psicológicas influenciaram as concepções pedagógicas e a ONU pass
Este documento discute o potencial pedagógico do filme "O Contador de Histórias" no contexto escolar. O filme retrata a vida de Roberto Carlos Ramos, uma criança negra e pobre que foi internada na FEBEM. Analisando o filme, estudantes e professores podem refletir sobre como as identidades e representações sociais se constroem e sobre os estigmas enfrentados por jovens marginalizados. O documento defende que a análise de narrativas culturais como esta pode ajudar a combater preconceitos
CULTURAS DA INFÂNCIA NOS ESPAÇOS-TEMPOS DO BRINCAR Gabrielle Silva
Este documento apresenta uma tese de doutorado sobre as culturas da infância construídas por um grupo de crianças de 4 a 6 anos em uma escola pública de educação infantil no Brasil. A pesquisa acompanhou as crianças em suas brincadeiras para compreender como elas constituem suas próprias culturas através das relações entre pares e dos espaços e tempos de brincar. As análises revelaram que as crianças compartilham conhecimentos sobre brincadeiras e constroem uma ordem social que regula suas interações, constitu
Este documento apresenta um livro de estudo do Módulo II da Coleção Proinfantil sobre a produção cultural da/para a infância. O livro aborda três seções: 1) A criança e a cultura, discutindo como a cultura constitui a subjetividade infantil; 2) Diferentes produções culturais da/para a infância como televisão, teatro, cinema e música; 3) Literatura, artes, patrimônio cultural, museus e festas populares e como trabalhar essas produções com as crianças de forma a prom
Este documento apresenta uma coleção de livros infantis sobre atividades lúdicas produzida pelo Programa Primeira Infância Melhor do Rio Grande do Sul. A coleção contém quatro volumes abordando jogos, teatro, artes, música e poesia com o objetivo de promover o desenvolvimento integral das crianças por meio do brincar.
Conhecimento do Mundo Natural e Social: Desafios para a Educação InfantilRebecaRuan
O documento discute como as crianças investigam o mundo natural e social e como os professores podem acompanhá-las nessa aprendizagem. Ele explica que as crianças têm curiosidade sobre o mundo e fazem perguntas sobre fenômenos naturais e sociais. Também descreve como as crianças investigam observando seu ambiente e como as discussões na escola podem estimular essa aprendizagem, desde que os professores escutem as perguntas das crianças e planejem atividades para explorá-las.
1. O documento discute como as crianças usam o imaginário e brincadeiras para lidar com situações de adversidade, como em campos de refugiados. 2. Analisa como psicólogos veem o imaginário infantil como expressão de déficit, mas sociólogos enxergam como diferente dos adultos. 3. Explica que as "culturas da infância" são formas pelas quais crianças constroem significados sobre o mundo de forma sistemática.
O documento discute a importância do brincar para o desenvolvimento de todas as crianças, independentemente de condições como deficiência visual. A autora conta sua experiência pessoal criando sua filha cega e como usou brinquedos e brincadeiras para promover o desenvolvimento dela. O livro fornece orientações para educadores e pais sobre a escolha e uso de brinquedos que promovam a inclusão de crianças com deficiência.
O documento fornece orientações sobre a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, especialmente para crianças com deficiência visual. A autora descreve sua experiência ao criar vínculos e se comunicar com sua filha que ficou cega ainda bebê, usando brinquedos e brincadeiras para auxiliá-la no desenvolvimento. Ela enfatiza que o brincar é essencial para todas as crianças.
Analise critica do filme o contador de históriapretaaline
O documento apresenta uma análise crítica do filme "O Contador de História". O filme conta a história de Roberto Carlos Ramos, uma criança pobre que foi levada para a FEBEM na década de 1970. Lá, ele sofreu discriminação até conhecer uma pedagoga francesa que o adotou e proporcionou novas experiências, modificando sua identidade e visão de mundo. A análise discute como o filme pode ser usado na escola para reflexão sobre identidade, diferença cultural e a função da educação.
O documento descreve um encontro do NEICA sobre a criança e a realidade social adulta, incluindo detalhes sobre o filme Mutum, que retrata a infância pobre no sertão brasileiro na década de 1950-1960 e como as crianças interagem com o mundo adulto.
Este documento fornece informações sobre a vida e obra da escritora brasileira Nísia Floresta. Ela nasceu no Rio Grande do Norte em 1810 e viveu quase 3 décadas na Europa, onde escreveu 15 obras defendendo os direitos das mulheres e abolicionismo. Suas contribuições incluem ter fundado um colégio exclusivo para meninas e propor uma pedagogia inovadora que permitia o ensino de ciências para mulheres.
Este documento resume a vida e obra do educador brasileiro Paulo Freire, conhecido por seu método de alfabetização de adultos que enfatiza a conscientização. Ele desenvolveu com sucesso seu método em 1962 no Rio Grande do Norte e sofreu exílio devido à ditadura militar brasileira de 1964 a 1980. Suas obras fundamentais incluem Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Autonomia.
O documento descreve um encontro sobre a construção sociocultural da infância no Brasil que inclui a exibição e discussão do filme "A Invenção da Infância". O filme mostra como a noção de infância varia entre classes sociais no Brasil, retratando crianças que trabalham em canaviais e pedreiras contrastando com as atividades extracurriculares de crianças de classe média.
Brinca comigo! tudo sobre o brincar e os brinquedosAteliê Giramundo
A brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do
homem e, ao mesmo tempo, típica da vida humana como
um todo — da vida natural interior escondida no homem
e em todas as coisas. Por isso ela dá alegria, liberdade,
contentamento, descanso interno e externo, paz com o
mundo. Ela tem a fonte de tudo o que é bom. (…) Não
é a expressão mais bela da vida, uma criança brincando?
(…) A brincadeira não é trivial, ela é altamente séria e de
profunda signifi cância. Cultive-a e crie-a, oh, mãe; protejaa
e guarde-a, oh, pai! Para a visão calma e agradável
daquele que realmente conhece a Natureza Humana, a
brincadeira espontânea da criança revela o futuro da vida
interior do homem. As brincadeiras da criança são as
folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo
é desenvolvido e mostrado nela, em suas disposições mais
carinhosas, em suas tendências mais interiores.
Friedrich Froebel
BERÇO DA DESIGUALDADE_(Análise Imagens)_GalianoGPN
O documento descreve um livro chamado "O berço da desigualdade", que mostra fotografias em preto e branco de escolas precárias ao redor do mundo, tiradas por Sebastião Salgado. O livro, com textos de Cristovam Buarque, ilustra como a pobreza e desigualdade social afetam a educação, e alerta que as crianças de hoje podem ser a primeira geração de uma humanidade dividida devido ao avanço tecnológico desigual.
O documento descreve o 4o Encontro do NEICA sobre a criança como protagonista, incluindo a apresentação do filme "Born Into Brothels" que mostra a vida de crianças pobres na Índia e como elas usam a fotografia para expressar seus mundos. O texto também discute a abordagem da Sociologia da Infância que vê as crianças como atores sociais e defende a autonomia conceitual da infância.
Cecília Meireles foi uma educadora e poeta brasileira que defendia uma educação pública, universal, obrigatória e laica, influenciada pelos ideais da Escola Nova. Fundou a primeira biblioteca infantil no Rio de Janeiro em 1934. Suas crônicas educacionais destacavam a importância de respeitar a infância e ouvir as crianças. Lutou por uma concepção da criança não como adulto imperfeito, mas como ser diferente que pensa e deve ser orientado com confiança.
O documento descreve um evento sobre o filme "Quanto Vale ou É Por Quilo?" que explora a exploração da miséria pelo marketing social. O filme mostra como a situação não mudou desde a escravidão, quando os negros eram caçados para venda, e hoje quando organizações exploram a miséria. O documento também discute a sociologia da infância e como as crianças devem ser vistas como atores sociais com voz.
O documento descreve a história da educação infantil no Brasil desde o século XIX, destacando:
1) As primeiras iniciativas de proteção à infância surgiram no final do século XIX com a criação de creches e asilos para crianças pobres.
2) No início do século XX, com o aumento da industrialização e urbanização, surgem as "fazedoras de anjos" e aumenta a mortalidade infantil.
3) Ao longo do século XX, houve maior regulamentação e investimento na educação infantil, visando
Este documento fornece um breve resumo histórico da concepção de crianças pequenas ao longo dos tempos. Ele discute como a infância foi vista de forma diferente em períodos como a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna, quando as crianças eram tratadas mais como pequenos adultos do que indivíduos necessitando de cuidados especiais. O documento também contrasta como as crianças ricas e pobres eram vistas e tratadas de forma diferente ao longo da história.
O documento descreve a trajetória da educação infantil no Brasil desde o século XIX até os dias atuais. Inicialmente, pouco se fazia em relação às crianças de 0 a 6 anos. A partir dos anos 1920, houve maior reconhecimento da importância do atendimento infantil, embora de forma medicalizada e assistencialista. Nas décadas seguintes, surgiram mais instituições voltadas à criança, ainda de forma fragmentada entre diferentes ministérios. A educação infantil passou a ser reconhecida gradualmente como parte do sistema educacional brasileiro
O documento descreve a evolução histórica da concepção de infância ao longo dos tempos, desde a Idade Média até a contemporaneidade. Até o século XVII, as crianças eram tratadas como adultos e não havia distinção entre as fases da vida. A partir do século XVII, reformas religiosas contribuíram para o surgimento de um sentimento de infância e maior valorização da educação e afetividade familiar. No século XX, teorias psicológicas influenciaram as concepções pedagógicas e a ONU pass
Este documento discute a formação da concepção moderna de infância e suas implicações para o modelo escolar de educação. Ele explica que a concepção medieval via as crianças como adultos em miniatura, enquanto a concepção moderna via as crianças como seres distintos com características próprias que precisavam ser protegidas e disciplinadas, levando à criação de escolas para educá-las separadamente dos adultos. Fatores como a Reforma Protestante, o crescimento do interesse pela educação e mudanças nas estruturas familiares contrib
O documento discute a história e conceitos-chave da educação infantil, incluindo: (1) A infância como construção social que emergiu nos séculos XVI-XVII; (2) Condições que tornaram possível a infância moderna como controle familiar, escolas e normas; (3) Desenvolvimento da concepção de infância ao longo dos séculos.
O documento discute a história da educação infantil no Brasil e no mundo. Aborda como a educação infantil surgiu na Idade Média e foi se desenvolvendo ao longo dos séculos XVI-XVIII com influências de pensadores como Comenius, Rousseau e Pestalozzi. Também analisa a estrutura atual da educação infantil no município de Erechim no Rio Grande do Sul.
1. O documento aborda a história da educação infantil no Brasil, desde o final do século XIX até o início do século XX. Nesse período, intelectuais começaram a perceber a importância de preservar a infância, promovendo debates sobre higiene, educação e legislação infantil.
2. As crianças pobres eram exploradas no trabalho em fábricas e oficinas, sem condições adequadas. Propostas visavam modificar esse contexto, porém a educação de qualidade era negada aos p
1) O documento apresenta o projeto político-pedagógico do Centro Municipal de Educação Infantil Cidália Vilela, com o objetivo de reunir os princípios orientadores da instituição.
2) A sistematização do documento tem importância para garantir coerência entre as áreas da instituição e atuar com base nas mesmas diretrizes filosóficas, pedagógicas e administrativas.
3) O documento também aborda a história da educação infantil no Brasil e conceitos como criança, infância e educ
1. O documento apresenta o projeto político-pedagógico do Centro Municipal de Educação Infantil Cidália Vilela, com o objetivo de reunir os princípios orientadores da instituição.
2. A educação infantil é entendida como um direito das crianças em Jataí e tem como objetivo o desenvolvimento integral das crianças por meio de atividades lúdicas, interações e cuidados.
3. O CMEI descreve sua história, estrutura, proposta pedagógica, currículo, rotinas e orientações
Este documento introduz o tema da qualidade da educação na primeira infância oferecida em creches. Ele discute como as creches surgiram para atender as crianças enquanto as mães trabalhavam e como inicialmente focavam nos cuidados básicos ao invés da educação. Também destaca a importância ganhada pela Educação Infantil com a LDB de 1996 e a necessidade de melhorar a qualidade nesta etapa, considerando as características do desenvolvimento infantil. O documento será dividido em 4 capítulos que abordarão a
O documento discute as funções históricas da Educação Infantil, desde guardar crianças até promover seu desenvolvimento integral. Também aborda as dimensões éticas e políticas do cuidado e educação na Educação Infantil, assim como a identidade desta etapa como parte da Educação Básica.
Friedrich Froebel foi um pedagogo alemão que viveu de 1782 a 1852. Ele criou o primeiro jardim de infância em 1837, baseado em sua concepção de que a infância é uma idade criativa e fantástica que deve ser desenvolvida por meio de atividades como jogos e brinquedos. Os jardins de infância de Froebel se tornaram populares e se espalharam internacionalmente na segunda metade do século XIX.
1) No início do século XX, as primeiras creches brasileiras surgiram com caráter assistencial para cuidar dos filhos das mulheres operárias, porém não havia uma política pública de creches.
2) Nas décadas de 1960 e 1970, as creches eram vistas como locais de "educação compensatória" para corrigir a "privação cultural" das crianças pobres, mantendo o caráter assistencial.
3) A partir da década de 1980, influenciado pelo movimento feminista, a creche passou a ser vista como um
- Ao longo da história, a educação infantil evoluiu de uma visão da criança como pequeno adulto para o centro do processo educacional com enfoque no desenvolvimento integral da criança.
- Marcos importantes incluem a Revolução Francesa, o advento da Escola Nova, a Constituição de 1988 e a LDB de 1996 que inseriu a educação infantil na educação básica.
- No Brasil, as diferentes sociedades (indígenas, escravidão, ditadura militar) influenciaram como as crianças eram vistas
Este trabalho tem por objetivo discutir e propor uma reflexão sobre o tema brincar. Partindo de uma análise bibliográfica, procurei apontar importantes argumentos sobre o tema e a partir de uma pesquisa de campo com análise de dados, confrontar a teoria e a prática, o discurso e a realidade. Inicialmente, fez-se necessário conhecer um pouco da história da infância e como esta mesma história
tem produzido, em diferentes tempos e espaços, diferentes conceitos sobre a criança. Num segundo momento, a brincadeira aparece como algo essencial no desenvolvimento da criança e assim como o conceito de infância, o brinquedo
também apresenta sua dimensão histórica e cultural. Logo após, a brincadeira assume sua forma específica de ser um fator social que pressupõe uma aprendizagem e uma importante experiência de cultura e que ao longo dos anos,
vem se modificando. E por último, apresento o brincar dentro do tempo e do espaço escolar através do olhar do adulto e da própria criança.
LUZIA MARIA RODRIGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO - UFRRJ
Este capítulo discute como a infância é construída socialmente e como ela mudou com a modernidade e segunda modernidade. A modernidade trouxe uma padronização da infância, mas também aumentou as desigualdades. A segunda modernidade caracteriza-se por rupturas sociais que instabilizaram conceitos da modernidade e levaram a uma reinstitucionalização da infância, com maior exploração do trabalho infantil.
O documento discute a importância da infância e os desafios de incluir crianças de 6 anos no ensino fundamental, defendendo que as crianças devem poder manter sua unicidade e brincadeiras nesta fase. Também aborda a infância como categoria social e período único na vida de cada um, desde o nascimento até os 10 anos, quando a formação da identidade se inicia.
O documento discute a história da concepção de infância ao longo dos séculos. Apresenta como a visão da criança mudou de um adulto em miniatura na Idade Média para um ser ingênuo e puro segundo Rousseau. No Brasil, as crianças indígenas eram separadas de suas tribos e escravizadas, enquanto as crianças pardas eram abandonadas na Roda dos Expostos, com alta mortalidade. A assistência à infância evoluiu no século XX com a criação de políticas e instituições como o SAM
O documento discute a evolução histórica da visão da criança no Brasil, desde o período colonial até a atualidade. Apresenta afirmações sobre diferentes períodos e pede para marcar como verdadeira ou falsa. Após a resposta, explica brevemente cada período histórico mencionado.
1. A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS BENEDITINAS
DA DIVINA PROVIDÊNCIA NA CASA DA CRIANÇA - CRICIÚMA – SC-1945/1955
Zanandria Branco Biehl1
RESUMO
Este texto apresenta e reflete a ação pedagógica das freiras da Congregação das Irmãs
Beneditinas da Divina Providência em uma instituição de Educação Infantil, criada para a
atender crianças de 2 a 6 anos economicamente carentes de Criciúma e região.Tal
educandário refere-se ao Jardim-de-Infância Casa da Criança que surgiu no cenário da cidade
em 1945. Porém, é em 1952 que se estabelece definitivamente na cidade. Por meio de vários
documentos busca-se compreender de que maneira se efetuava o trabalho pedagógico das
Irmãs junto às crianças.
Palavras-chave: Criança. Infância. Jardim-de-Infância. Prática Pedagogia.
Para abordar a problemática proposta nesse artigo, faz-se necessário contextualizar
o surgimento desse tipo de educandário no Brasil, bem como, situar um pouco a trajetória da
Congregação responsável pela Casa da Criança, concepções de infância e criança e em
seguida discutir o trabalho pedagógico desenvolvido pelas Irmãs, ou seja, sua atuação junto às
crianças.
Em Criciúma, uma das primeiras experiências de Jardim-de-Infância, como
programas educativos que buscavam atender as necessidades das crianças de 2 a 6 anos, foi a
“Casa da Criança”, que surgiu em 1945 e em 1963 se transformou no colégio São Bento,
situado no centro de Criciúma e dirigido de 1952 até hoje pela mesma Congregação das Irmãs
Beneditinas da Divina Providência.2 Para refletir uma “certa ação pedagógica” tradicional e
que atendia a concepção de infância e criança predominante na metade do século XX,
analisarei algumas atividades pedagógicas desenvolvidas pelas freiras.
As Irmãs Beneditinas da Divina Providência chegaram à cidade instalando-se ao
lado da escola, numa casa construída para elas, que se dividia em um salão de festas,
sanitários, dormitório e refeitório das Irmãs e um galpão onde funcionava o Jardim-de-
1
Bacharel e Licenciada em História pela Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC.
zanandria.biehl@hotmail.com. Orientadora Profª M.Sc Marli de Oliveira Costa.
2
Congregação fundada em 1849 na cidade de Voghera, Itália, pelas irmãs Schiapparoli. Chegou ao Brasil em
1936 na cidade de Nova Veneza SC.
2. Infância em 1952. Dia 15 de fevereiro de 1952 o Jardim-de-Infância recebeu novas
instalações, onde atendia 93 crianças meninos e meninas.3 A inauguração dessas instalações
foi noticiada no Jornal Folha do Povo,
CASA DA CRIANÇA
Foi inaugurado no dia 15 com a presença das 4 irmãs Beneditinas (de Nóva (sic)
Veneza), o JARDIM DA INFÂNCIA, no qual já estão matriculadas 93 crianças de
ambos os sêxos (sic).
Visitamos o recinto em todas suas dependencias (sic) e, com agrado, constatamos
boa ordem e higiene, estando perfeitamente aparelhado para a útil finalidade de
amparo e educação da criança.
Mantém ambulatório médico, ativamente instalado para qualquer eventualidade,
póis é de notar que em dados momentos, haja necessidade de recorrer aos exâmes
(sic)dos menores e, estimular-lhes a saúde, com os recursos clínicos adotados nos
maiores centros.
A casa da criança, só admitirá no JARDIM DA INFÂNCIA, os menores até 7anos
de idade.4
Para desenvolver as atividades junto às crianças no novo prédio desse educandário
foram nomeadas quatro Irmãs, foram elas; Irmã Gabriela de Bona Sartor como superiora,
Irmã Bernadete Zanellato como diretora do Jardim-de-Infância, Irmã Isabel Amboni como
professora e Irmã Aparecida como auxiliar.5
A história da educação infantil em Criciúma está associada à história da educação
no Brasil e no mundo, pois
Um fato novo marcante na história da educação do mundo ocidental do século XIX
foi a instituição das escolas infantis. Precedido, é bem verdade, por algumas
experiências particulares esporádicas no início dos Oitocentos, foi W. F. Froebel,
com o seu Kindergarten (1837), quem inventou não apenas uma instituição para
proteger a criança, em sua primeira infância, mas também sistematizou programas
para educá-la e instruí-la. ( MARCÍLIO, 2001, Prefácio).
Antes mesmo dos Jardins-de-Infância de Froebel tivemos na Europa ainda no final
do século XVIII, instituições de educação para crianças de 0 a 6 anos, que surgiram
especificamente para atender filhos/as de mães trabalhadoras pobres e se apresentaram
originalmente educacionais tendo como primeira iniciativa a "escola de principiantes" ou
"escola de tricotar" de Oberlin em 1769, na paróquia rural francesa de Ban-de-la-Roche
(KUHLMANN JR., 2001, p.5). O Jardim-de-Infância teve ampla penetração em diversos
3
Histórico do Colégio São Bento. Texto mimeo. s/d.
4
Arquivo Histórico: Jornal Folha do Povo, 18 de Fevereiro de 1952.
5
Histórico do Colégio São Bento. Texto mimeo. s/d.
3. países, no Brasil, antes mesmo da primeira creche ser pensada o Jardim-de-Infância já estava
presente no cenário educacional brasileiro.
O primeiro Jardim-de-Infância no Brasil foi o Menezes Vieira (Rio de Janeiro)
criado em 1875, seguido pelo da Escola Americana (São Paulo) em 1877 e do Caetano de
Campos (São Paulo) em 1896, tendo este último uma especificidade interessante; ao
contrário dos dois primeiros que eram do setor privado o Jardim-de-Infância anexo à escola
normal Caetano de Campos fazia parte do setor público, mas mesmo tendo essa
característica, atendia aos filhos da burguesia paulistana. Segundo a autora Luciana
Esmeralda Ostetto (2000, p. 24),
A existência desses jardins (para crianças das famílias abastadas) revela uma
duplicidade de propostas para o atendimento à criança pequena no Brasil: às
crianças pobres, filhas de trabalhadoras, é atribuída a creche, estabelecimento de
beneficência, para cuidar; às crianças das famílias de bens, é recomendado o colo da
mãe e, quem sabe, quando um pouco maiores, o jardim de infância - que nada tem
a ver com a creche! dizem ... É um estabelecimento educacional, essencialmente.
(grifo da autora)
O Jardim-de-Infância de Froebel aparece no cenário das instituições infantis como
aquele que detinha uma concepção pedagógica, contrapondo-se as outras instituições. Moysés
Kuhlmann Jr. (2001, p.21) nos alerta para "exclusividade pedagógica" do sistema Froebel
segundo esse autor não devemos deixar de pensar as outras instituições, principalmente as
destinadas à classe popular como as creches, a partir de idéias pedagógicas. Ainda segundo o
autor um estudo mais aprofundado nos mostra que a separação que se faz entre a creche e o
Jardim-de-Infância em vários países é mais uma divisão de classe social do que ter um
método pedagógico.
Os estudos que atribuem aos jardins-de-infância uma dimensão educacional e não
assistencial, como outras instituições de educação infantil, deixam de levar em conta
as evidências históricas que mostram uma estreita relação entre ambos os aspectos: a
assistência é que passou, no final do século XIX, a privilegiar políticas de
atendimento à infância em instituições educacionais e o jardim-da-infância foi uma
delas, assim como a creche e as escolas maternais. (KUHLMANN JR., 2001, p. 26).
O argumento central desse autor com relação essa "falsa polêmica"6 é que o
próprio assistencialismo já é representado como proposta educativa, proposta essa destinada a
classe popular. "Uma educação que parte de uma concepção preconceituosa da pobreza e que,
6
Expressão utilizada por Luciana Esmeralda Ostetto em seu livro Educação Infantil em Florianópolis.
4. por meio de um atendimento de baixa qualidade, pretende preparar os atendidos para
permanecer no lugar social a que estariam destinados".(KUHLMANN JR., 1998, p. 182-183).
Essas concepções que podemos encontrar em discursos como este retirado do
Jornal Folha do Povo de 1951, através desse fragmento podemos estar pensando o olhar que a
sociedade daquele tempo, ou parte dela tinha sobre a criança, evidenciando uma concepção de
infância, ou atendimento a infância. "(...) em breve assumirão a regência da mesma
instituição um grupo de mais ou menos, cinco Irmãs para vangloriar o recinto e, inspirar
disciplina aos filhos dos pais póbres, (sic) afim de que, no amanhã, os mesmos filhos sejam
úteis à coletividade e à pátria".7
A criança era considerada como um ser incompleto, como "vir a ser", futuro
adulto, que precisa ser disciplinada. Sônia Kramer (1982, p.62) em seu livro "A política do
Pré-Escolar no Brasil: a arte do disfarce" ao refletir sobre a trajetória da educação pré-escolar
no Brasil reforça que se constituirá, "[...] a necessidade de preparar a criança de hoje para ser
o homem de amanhã e [...]".
Comumente quando se pensa na criança imagina-se um ser diferente do adulto,
diferença esta estabelecida pela falta de idade, maturidade além de ter certos comportamentos
típicos. "Em outras palavras, ela é caracterizada, de hábito, segundo uma determinada
natureza que se encontra em todas as crianças e que deve evoluir conforme atinja idades mais
avançadas".(OSTETTO, 1992, P.17).
Porém, se retirarmos a idade, o limite entre criança e adulto é complexo, pois este
limite está associado à cultura, ao momento histórico e aos papéis determinados pela
sociedade. Estes papéis dependem da classe social-econômica em que está inserida a criança e
sua família. Não tem como tratar a criança analisando somente sua “natureza infantil”,
desvinculando-a das relações sociais de produção existente na sua realidade. "O assim
chamado ‘sentimento de infância’ é um fenômeno cultural próprio do nosso tempo. Um
produto social bastante característico dos últimos três a quatro séculos, mais ou
menos."(BUJES, 2002, P. 24).
A maioria das pessoas caracteriza a infância como um período peculiar de nossas
vidas como algo inerente à condição humana. Segundo o historiador Philippe Ariés (1981)
essa concepção, esse olhar diferenciado sobre a criança é denominado "sentimento moderno
de infância" e teria iniciado com o fim da Idade Média, sendo inexistente na sociedade desse
período.
7
Arquivo Histórico: Jornal Folha do Povo, 24 de Dezembro de 1951.
5. O sentimento moderno de infância emergiu juntamente com as instituições família
moderna e colégios que aparecem nesse cenário como proposta de educação e moralização
infantil. A criança passou a ser alguém que precisava ser cuidada, escolarizada e preparada
para uma atuação futura e essa missão foi incumbida aos colégios.
Como vimos, os conceitos de criança, e de infância não corresponde a uma
categoria universal, tendo sua concepção seu percurso na história. Logo, numa sociedade,
numa mesma época têm-se diversos conceitos de infância. Moysés Kuhlmann e Rodrigo
Fernandes (2004, p.18) colocam que “Assim como mudam os mais variados aspectos da
atividade humana, a relação da sociedade com a infância não poderia permanecer estática”.
Os autores trazem-nos duas perspectivas de se compreender a infância; "como representação
do adulto ou como o período vivido pelo sujeito real que vive essa fase, a criança". Assim
segundo esses autores, "[...] A história da infância seria então a história da relação da
sociedade, da cultura, dos adultos, com essa classe de idade, e a história da criança seria a
história da relação das crianças entre si e com os adultos, com a cultura e a sociedade
[...]".(2004 p.15).
Deste ponto de vista, com qual concordo não podemos considerar a criança em si
mesma, e sim na relação com o adulto, com a sociedade e com a cultura. Partindo desse
principio e considerando a sociedade plural em que vivemos não será possível falarmos de
uma criança ou de uma infância, vista como "[...] fenômeno universal, ‘aquela infância’,
como quer a ideologia burguesa [...]" (OSTETTO, 1992, p.33), e sim das várias formas de ser
criança e viver a infância,
[...] as das crianças de famílias ricas, filhas de fazendeiros; as das crianças filhas de
funcionários, profissionais liberais, comerciantes das cidades; as das crianças filhas
de imigrantes, operários ou trabalhadores rurais; as das crianças filhas de pequenos
produtores rurais; os caipiras, caboclos, sitiantes et. (DEMARTINI, 2001, P.124).
Se pensarmos a infância como uma condição da criança, localizando-as nas
relações sociais e reconhecendo-as como produtoras da história talvez, não ouviremos mais
frases como: "aquela criança não teve infância", característica associada geralmente às
crianças da classe popular. Entenderemos a infância de cada uma delas, pois, todas as
crianças vivem uma infância. Não a do modelo burguês, visto as infâncias são construídas
pela classe, gênero, e etnia e religião em que estão inseridas.
Podemos perceber que os conceitos de infância e criança tiveram seu percurso na
história, isto é, essas categorias não são imóveis ao contrário foram construídas
6. historicamente. E é a partir da concepção que se tem de infância e criança que se organizou o
atendimento assistencial a elas, como por exemplo, o de Criciúma.
AS CRIANÇAS NO JARDIM-DE-INFÂNCIA E AS IRMÃS.
A Casa da Criança tinha intenção de observar a mesma função das creches, ou seja,
atender as crianças para que suas mães pudessem trabalhar fora de seus lares, mas o que
vimos pela tabela anterior é que essas mães na grande maioria eram esposas de comerciantes
da cidade que optavam por deixar seus filhos e filhas no Jardim-de-Infância. Aquelas que não
trabalhavam, deixavam seus filhos/as meio período. Todas se sentiam seguras para deixarem
suas crianças, mesmo sendo por quatro horas, com pessoas estranhas, pois as professoras do
educandário eram religiosas, e [...] Visto que inspirariam maior confiança e desenvolvimento,
[...].8
Foi essa confiança que as religiosas inspiravam que fez com que essas mulheres
confiassem seus filhos e filhas aos seus cuidados, mesmo o Jardim-de-Infância sendo uma
instituição nova, principalmente na cidade de Criciúma. Segundo Moysés Kuhlmann Jr.(1998,
p.82), ao falar sobre a criação dos Jardins-de-Infância diz que, "[...] A grande marca dessas
instituições, a sua postulação como novidade, como proposta moderna, cientifica - palavras
utilizadas fartamente nessa época de exaltação do progresso e da industria". E o Jardim-de-
Infância Casa da Criança foi um dos ou o primeiro Jardim-de-Infância na cidade, ou seja, uma
das primeiras experiências em Educação Infantil na cidade, sendo que a procura por
matrículas foi sempre muito grande. Como podemos constatar no relato da Irmã Bernadette
Zanellato; "[...] e ai nós começamos e houve uma grande fluência de matriculas, de Jardim
e Pré (grifo meu) [...]".9
Irmã Bernadete Zanellato recorre as suas lembranças para nos contar um pouco de
sua história e do momento em que chegou em Criciúma e recomeçou as atividades na Casa da
Criança, a Irmã lembra da grande busca por matrículas. Em 1952, ano que as Irmãs
Beneditinas reiniciavam a Casa da Criança, neste momento o educandário contava com um
total de 154 crianças meninos e meninas. Com relação às matriculas há uma contradição nas
respostas das Irmãs entrevistadas, quando perguntei como eram feitas as matrículas, se havia
uma seleção ou não de crianças, Irmã Bernadete me respondeu "Não. Todo mundo que
8
Histórico do Colégio São Bento. Texto mimeo. s/d.
9
Irmã Bernadete Zanellato, em entrevista concedida no dia 23 de julho de 2006.
7. chegasse tinha vaga, todo mundo ricos e pobres, [...]."10 Já Irmã Maria Henriqueta responde;
"A vaga era limitada né, [...], eram três professoras só, tinha um limite de matriculas [...]"
Então perguntei se havia uma seleção de crianças, e ela responde: "Não Preenchia a vaga
quem chegasse primeiro."11
Quanto ao funcionamento da Casa ela ficava aberta o dia inteiro da 8:00 ao 12:00 e
das 13:30 as 17:00 tendo algumas poucas crianças que ficavam ao meio dia pra almoçar com
as Irmãs e também passavam a tarde. Crianças que a Irmã Maria Henriqueta classifica como
os Semi-internos, que os pais trabalhavam o dia todo, então as crianças ficavam ali traziam de
manhã, e buscavam a noite."[...], mas era pouca gente que ficava, eram poucas crianças".12
Talvez seja porque como afirma a própria irmã, era cobrada uma "tachinha" a mais destas
famílias que os seus filhos e filhas ficavam o dia todo. E esporadicamente havia também os
internos, crianças que a mãe ia para maternidade e não tinha aonde deixar seu filho e filha ou
não queria deixar com a empregada, ou também os pais iam viajar e não queriam levar as
crianças ficavam na Casa da Criança até que a mãe voltasse. "Tinha dormitório que a gente
adaptava né, porque não era assim sempre, era esporádico quando precisava né, aqueles
Gaidzinski quando eles viajavam, eles ficavam lá em casa."13
Claro que esse tratamento não era para todos, porque mãe grávida para ganhar
bebê é que não faltava ou que precisasse de ajuda com as crianças para alguma eventualidade,
mas esse privilégio de viajar, ir ao hospital ou resolver algum problema familiar e ter senhoras
para cuidar de seus filhos e filhas pelo tempo necessário era só para "algumas famílias
privilegiadas", como família Gaidzinski por exemplo.
Ao meio dia quase todos iam para casa, alguns só para almoçar logo voltavam,
outros almoçavam ali mesmo, outros não voltavam à tarde, e algumas crianças vinham
somente à tarde. As lembranças da Irmã Bernadete Zanellato volta-se para o momento da
saída das crianças ao meio dia, ela conta que,
Ao meio dia elas iam embora, aí alguns que moravam mais perto mais mocinhos,
iam sozinhos, mas a gente já sabia quem não podia ir sozinhos, a gente segurava no
portão, aguardava, mas não passava de meio dia que todo mundo ia, por exemplo, lá
na operária tinha um senhor lá que tinha os filhos, e ele tinha uma camionete grande
10
Idem.
11
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
12
Idem.
13
Idem.
8. ele levava a vizinhança toda, e não tinha um ônibus escolar como tem hoje, quem vê
Criciúma naquele tempo, Criciúma agora e, aliás, toda realidade, mudou muito né.14
As crianças atendidas no Jardim-de-Infância Casa da Criança eram de 2 a 6 anos,
algumas crianças de 2 e 3 anos ainda usavam fralda, e levavam suas as fraldas e as próprias
Irmãs trocavam as crianças e lavavam as fraldas. Irmã Bernadete Zanellato relata que, "[...]
trocava roupa toda hora porque havia muita criança pequena, às vezes eu dizia não sei se uma
mãe já lavou tanto quanto eu, porque volta e meia tinha, eram crianças muito pequenas 2, 3
anos, volta e meia tinha um para trocar fralda, [...]".15 A irmã nos conta que até 1956, o
atendimento era somente até o pré, então quando a criança completasse os sete anos, como
elas não ofereciam o primário as crianças iam para a primeira série no Lapagesse ou para
"Dona Zucema",16 uma professora que tinha o primário particular na sua residência.
Com relação às atividades realizadas durante o período em que as crianças ficavam
no educandário foi possível perceber que mesmo tendo a denominação Jardim-de-Infância o
sistema Froebel em nenhum momento foi citado pelas Irmãs. Segundo Norberto Dallabrida,
(2001,p.145). "[...] Os colégios confessionais, dirigidos pelo clero católico ou por freiras,
pautavam sua ação educativa a partir do discurso pedagógico de cada congregação religiosa".
Ao contrário, Irmã Bernadete Zanellato fala da sua inexperiência com relação a
essa idade, "[...] eu também não tinha experiência para trabalhar com pequenos, porque aqui
(Nova Veneza) eu trabalhava com quarta série, mas a gente ia vendo as necessidades a
realidade ia se adaptando,[...]".17 A Irmã também se refere a uma outra irmã italiana que havia
tido muita experiência com crianças pequenas, morava em Nova Veneza e assessorava o
grupo de Irmãs esclarecendo as dúvidas. Com relação a formação das professoras do Jardim-
de-Infância Casa da Criança, Irmã Maria Henriqueta destaca que, [...] naquele tempo era o
Normal, até algumas tinha o Regional, Normal e Regional que era adotado em Santa Catarina
né, que seria o magistério hoje, então é, esse era o curso que elas faziam, [...]" 18
Através das entrevistas foi possível observar algumas ações pedagógicas como o
trabalho lúdico; as brincadeiras no pátio e o faz-de-conta estavam muito presente no cotidiano
das crianças do Jardim-de-Infância Casa da Criança. Recreios dirigidos; utilizado também
para observação do comportamento das crianças. Reuniões com as famílias para solução de
alguns problemas, mas também para exposição de atividades das crianças e festinhas reunindo
14
Irmã Bernadete Zanellato, em entrevista concedida no dia 23 de julho de 2006.
15
Idem.
16
Referindo-se a professora Azucema Povoas Carneiro.
17
Irmã Bernadete Zanellato, em entrevista concedida no dia 23 de julho de 2006.
18
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
9. toda a comunidade escolar. Trabalhos manuais realizados com o material da Editora
Melhoramento; tecelagem, bordado em cartão, cadernos quadriculados para escrita e desenho.
A religião estava muito presente, não como aula especifica, mas em todos os momentos das
práticas pedagógicas. A Irmã Bernadete Zanellato relata algumas atividades realizadas pelas
crianças desde o momento da chegada no educandário até momento de ir para casa;
No inicio as crianças brincavam, então nós tínhamos um galpão lá no fundo lá trás
né, e tinha uma parte com assoalho num fundo tinha uma sala de aula e depois tinha
um quadro bem grande com areia da praia, era o que as crianças mais gostavam de
brincar na areia, [...]. E aí as crianças gostavam de brincar nessa areia, mas agente
deixava até nove horas, depois a gente dava o sinal e aí reviravam em turminhas
assim em sala de aula, durante mais ou menos uma hora, dez horas eles saia dava o
lanche, cada um tinha sua lancheira ai tinha lugar para eles sentar, mas tudo muito
precário não tinha como de hoje, lá no fundo em baixo do sinamão tinha um banco
comprido, e ai todo mundo ia para cima do banco e agente ficava lá, tinha crianças
que às vezes tinha que dá na boca, [...].[...] então as crianças iam pra lá, elas tinham
suas horas de brinquedos, e a gente fazia trabalhinhos manuais com elas, daquela
época havia não sei acho que agora nem existe mais a gente fazia muito bordado em
cartão a gente comprava uns cartões da Editora Melhoramentos que vinha uns
desenhos com os pontinhos marcados aonde devia furar com as agulhas e passar a
linha e formava desenhos e as crianças gostavam muito de fazer aquilo, também os
meninos, depois fazíamos a tal da tecelagem, agente comprava da editora
melhoramentos vinha em quantidade e todas as cores já o papel já cortado com a
tirinhas prontas só para laçar e ai as crianças criavam até desenhos assim né, e
depois de inicio dava muito assim trabalho de escrever, desenhar em cadernos de
quadrinhos, criar desenhos e no pré a gente começava assim uma breve
alfabetização, de maneira que eles ficavam ali só ate completar os seis, sete anos
depois eles saiam, porque nós não tínhamos mais. Ao meio dia elas iam embora,
[...]. 19
Como podemos observar no relato da Irmã Bernadete Zanellato a partir do
momento que a criança chegava no educandário ela passava a participar de várias atividades,
atividades estas que eram controladas pelo o tempo, as crianças matriculadas na Casa da
Criança segundo o autor Carlos Monarcha (2001 p.89) que escreve sobre um outro Jardim-de-
Infância (Caetano de Campos - São Paulo), "[...] foram inseridas simultaneamente na esfera
pública e em um tempo rigidamente demarcado pelo relógio. Em outras palavras, o tempo já
não pertencia à infância, mas às jardineiras imbuídas de propósitos formativos. [...]." E o
sinal, assim como o apito da fábrica, apresenta-se como o marcador desse tempo, de brincar,
de lanchar, de aprender, de ir embora...Norberto Dallabrida (2001, p.156) que escreve sobre o
Colégio Catarinense, diz que "O controle do tempo era outra peça necessária e importante
para o funcionamento eficiente da máquina disciplinar. [...]."
Falando em disciplina... Quando perguntei a Irmã Maria Henriqueta se na
Educação Infantil havia algum tipo de disciplina, ela logo me respondeu: "a disciplina sim,
19
Irmã Bernadete Zanellato, em entrevista concedida no dia 23 de julho de 2006.
10. porque era tudo na fila né, naquele tempo era sagrado, fazer a fila entravam as crianças, cada
um já tinha conhecido o seu lugar, então eles entravam na sala tudo direitinho, [...]".
Segundo a mesma Irmã até os três anos as crianças brincavam mais no pátio, não
tinham sala "era mais mesmo recreio". Aprendiam mais canto, a Irmã que ficava com as
crianças dessa idade conversava muito com as crianças, faziam passeios, e a brincadeira
predileta era na caixa de areia, eles ficavam tanto tempo lá que a Irmã que trabalhava com
essa turma era chamada Irmã da Areia. Mas depois que completavam três anos, "eles já iam
pra fila, já tinha aula. [...] eles iam para sala, pra aula [...]".No entanto, como relata a própria
Irmã Maria Henriqueta, certamente comparando com o ensino primário; "Eles ficavam muito
menos horas, muito menos horas eles ficavam em sala de aula né, eles ficavam mais no
recreio, tinha parquinho, brincavam muito na areia e eles traziam os carrinhos de casa então
ali cada um fazia uma ponte ou fazia isso ou aquilo, [...]."20
Apesar de enfocar práticas livres nas ações pedagógicas e que iam ao encontro da
ludicidade, foi possível observar que o recreio também foi um instrumento de disciplina, ou
seja, o recreio era utilizado para que as Irmãs observassem e avaliasse o comportamento das
crianças, suas brincadeiras e a forma como elas se relacionavam com os seus colegas. "[...]
recreios dirigidos, pra a gente ver como é que eles ficavam no pátio né, a criança mais
agressiva, menos agressiva, mais colega mais assim, pra gente trabalhar com a criança que
tinha alguma coisa, algum trabalho assim pra fazer [...]".21 E era na tentativa de solução
desses "problemas" as Irmãs da Casa da Criança marcavam reuniões com os pais para
descobrir se essa criança que era problema no educandário, também era problema em casa
com os pais;
[...], tinha reuniões para gente ver a avaliação da gente, às vezes tinha problema
também, pra ver se a criança também tinha problema em casa ou não, porque
não era tudo jóia né, aparecia problema também de resolver então a gente fazia
reunião e as professoras também tomavam parte.22
Posso inferir que a criança que na fala da Irmã "tinha alguma coisa", ou seja, não
entrava no modelo de criança, ou no modelo de comportamento de criança ideal, se tornava
um problema para o educandário. Foi possível perceber através dos Cadernos de Matriculas
do quadro de eliminação de crianças que entre as causas, esta a eliminação por
"Incorrigibilidade". No dicionário da Língua Portuguesa Incorrigível é aquele ou aquela
impossível de corrigir, incapaz de emenda, indócil. E assim a criança que se mostrava
20
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
21
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
22
Id
11. "indócil" era eliminado, algo muito forte para instituição comandada por religiosas que ainda
hoje têm entre seus Lemas: o Promove e Integra - e o Acolher, Assistir e Educar.
Nas atividades pedagógicas a Irmã Bernadete Zanellato destaca especialmente os
trabalhos manuais realizados pelas crianças, privilegiando o bordado em cartão e a tecelagem,
materiais prontos comprados de uma Editora, a Melhoramentos. Esses materiais utilizados nas
atividades eram comprados pelas famílias das crianças. Contou que no pré além das
atividades manuais, havia o ensino das letras "uma breve alfabetização", que em outros
momentos a Irmã nos fala com orgulho do "ensino forte" que o educandário oferecia
principalmente quando começaram com o ensino primário.
Segundo a Irmã Maria Henriqueta Pereira o uniforme era obrigatório para todas as
crianças, e as próprias famílias compravam o tecido e faziam, destaca que às vezes comprava
o tecido direto de São Paulo não tendo a comissão do lojista, elas vendiam mais barato para as
famílias, e as próprias famílias escolhiam as suas costureiras, mas a Irmã alerta, "[...] com
tanto que fizesse certinho né"23. Quando perguntei sobre as crianças que não podiam pagar a
escola, se também tinham que fazer o uniforme, a Irmã respondeu: "Tinham, mas a gente
ajudava né, tinha umas mães também que ajudavam, umas senhoras ali que ajudava, ninguém
ficava sem uniforme."24 A Irmã descreve como era uniforme das crianças,
Primeiro eles tinham uma sainha de brim banana, com uma jardineirinha com uma
blusinha xadrez vermelha, e os meninos era xadrez azul, e calça era brim banana
também, a calcinha curta né, e depois foi adotado quando eu estava lá ainda, quando
nós mudamos o ginásio ai pussemos Grená que é até hoje.25
Com relação a religião a Irmã lembra que ensinava os primeiros princípios cristão
e as coisas básicas de catequese, mas destaca que [...] dentro do próprio ensino geral, a gente
colocava sempre Jesus, é assim uma vivência, não era uma catequese especifica, ali dura, aula
26
de religião, mas eles colocavam em tudo, na oração que se fazia cada dia [...] , isto é essa
dimensão religiosa esta inserida em todas as atividades, trabalhando também mesmo que
indiretamente na formação moral dos meninos e meninas. Cantavam muito, rezavam juntos e
a prática do silêncio era muito importante. A autora Maria Helena Bastos (2001, p. 59) cita
que,
Assim como para Froebel, Menezes Vieira destaca a atenção a ser dada à educação
moral, porque dela depende o bom ou mau uso que o homem há de fazer de suas
forças físicas e intelectuais. Salienta que as faculdades morais em germe: o amor; a
23
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
24
Id
25
Id
26
Irmã Bernadete Zanellato, em entrevista concedida no dia 23 de julho de 2006.
12. eqüidade; a vontade; desenvolvem-se muito melhor pelo exercício do que pela
palavra: pelo exemplo, disciplina e instrução.
Quanto ao tema avaliação...perguntei a Irmã Maria Henriqueta Pereira se havia
algum tipo de avaliação das crianças, a Irmã respondeu que não havia e explicou como elas
realizavam: "A avaliação era assim, pela aprendizagem de cada um, porque um era mais lento
na aprendizagem outro era rápido, mas como só podia entrar no primeiro ano com sete anos,
era lei do Estado né, então pouca gente que furava essa lei, [...]"27.
Observa-se aqui que a preocupação principal é a primeira série.Em vários
momentos de nossa história e para muitas pessoas, professores ou não, ainda hoje a educação
pré-escolar é considerada a solução para os problemas da 1ª série, para o alto índice de
repetência. Principalmente referentes à classe popular onde a proposta era a educação
compensatória, proposta essa que parte da idéia de que a criança economicamente pobre é
privada culturalmente, reforçando o preconceito com relação a criança e o meio social que ela
vive, pois são os padrões culturais da cultura dominante que são tomada como a ideal. Assim
"A família é considerada doente, o meio inadequado, a cultura, inferior".(KRAMER, 1982,
p.105) Prática esta que infelizmente ainda acontece nas escolas brasileiras.
ANTES DA CONCLUSÃO
As instituições que hoje são denominadas "educação infantil", ou seja, instituições
educacionais para crianças de 0 a 6 anos, surgiram durante a primeira metade do século XIX
na Europa, e na segunda metade do século XIX começaram a chegar no Brasil. Com o
surgimento das instituições Creches e Jardins-de-Infância, começou o período, no qual houve
maior proteção da infância, com a separação por faixa etária, prática essa que apresenta uma
concepção "moderna de infância".
Desse modo percebe-se que no Jardim-de-Infância Casa da Criança a pedagogia
usada buscava preparar para o mundo adulto, não considerando a criança em seu momento,
com suas necessidades, curiosidades, capacidades..., mas o que seria no futuro. Mas mesmo
tendo consciência que estavam trabalhando com crianças de 2 a 6 anos, podemos dizer que a
inspiração religiosa era quem conduzia os trabalhos pedagógicos, embasados ma moralidade e
disciplina cristã.
27
Irmã Maria Henriqueta Pereira, em entrevista concedida no dia 4 de agosto de 2006.
13. PRACTICAL THE PEDAGOGICAL ONE OF THE CONGREGATION OF
SISTERS BENEDITINAS OF THE DIVINE STEP IN THE HOUSE OF THE CHILD -
CRICIÚMA - SC-1945/1955
ABSTRACT
This text presents and reflects the pedagogical action of the nuns of the Congregation of the
Beneditinas Sisters of the Divine Step in an institution of Infantile Education, created to take
care of to children of 2 the 6 economically devoid years of Criciúma and region. Such
educational establishment mentions Garden-of-Infancy to it House of the Child who appeared
in the scene of the city in 1945. However, it is in 1952 that it is established definitively in the
city. By means of some documents one searchs to understand how the pedagogical work of
the Sisters next to the children was effected.
Keywords: Child. Infancy. Garden-of-Infancy. Practical Pedagogia.
REFERÊNCIAS
Documentos e atas:
Histórico do Colégio São Bento. Texto Mimeo. Criciúma. s/d.
Entrevistas:
Irmã Bernadete Zanellato, entrevista concedida em 23 de julho de 2006.
Irmã Maria Henriqueta Pereira, entrevista concedida em 04 de agosto de 2006.
Periódicos:
Jornal Folha do Povo, Criciúma, 24/12/1951. Arquivo Histórico de Criciúma/SC.
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