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ANAISSeminário Nacional de
Pós-Graduação em Arquitetura
e Urbanismo
Florianópolis - 11 a 13 de maio de 1993
DIRETORIA EXECUTIVA ABEA (Gestão 91/93)
Presidente
Maria Elisa Meira - UFF (licenciada)
Více-Presidente
Itamar Costa Kalil - UFBA (presidente em exercício)
Secretaria Geral
Evanise Colambini Miranda - UFMG
Sub-Secretária
Maria Gleide Santos Barreto - UFBA
Secretaria de Finanças
Isabel Cristina Eiras de Olioeira - UFF
Sub-Secreraria de Finanças
Guiualdo D'Alexandria Baptista - UFBA
DIRETORES REGIONAIS
Carmem Cal - UFPA
Sonia Marques - UFPe
Sérgio Machado - Isabella Hendrix
Ester Gutierrez - UFPel
Paulo Romano Reicbilian - UNITA U
VOGAIS
Roberto Py - UFRGS
Marlice Azevedo - UFF
Maria de Fátima Campello - UFAL
A publicação deste Caderno contou com o patrocínia do CONFEA
Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Caderno 12 - Anais do Seminário Nacional de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo - Salvador, setembro de 1994
Publicação da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEA
Organização: Itamar Kalil / Isabel Cristina Eiras de Oliveira
Revisão: Isabel Cristina Eiras de Oliveira / Vânia Hemb M, Andrade
Projeto Gráfico: Beto Cerqueira (071) 235-2973
Impressão e Acabamento: Envelope & Cia
ABEA : Rua Caetano Moura, 121 - Federação - CEP 40.210-350 -
Salvador - Bahia - Telefone: (071) 245-2627 - Fax: (071) 247-3511
SEMINÁRIO NACIONAL
PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Comissão Organizadora (ABEA/UFSC)
Itamar Costa Kalil - UFBA
Isabel Cristina Eiras de Oliveira - UFF
Roberto Py - UFRGS
Carolina Palermo Szücs - UFSC
Robetto Gonçalves da Silva - UFSC
Carmem Seara Cassol - UFSC
Anderson Claro - UFSC
Comissão Acadêmico-Científica
Euanise Miranda - UFMGI ABEA (coordenadora)
Sonia Marques - UFPe 1 Paris
Marlice Azevedo - UFF 1 Paris
Gonçalo Guimarães - UFR] 1 COPPE
Wilson Ribeira Jr - PUCCAMP / USP
Isaias de Carvalho Neto - UFBA 1 USP
Beatriz Couro - UFMG 1 EEUU
Sonia Afonso - UFSC 1 USP
Carlos Martins - USPCAR / Madrid
[uan Mascará - UFRGS 1 USP
Equipe de Apoio
Dauusia Scbioahn Curcio - UFSC
Doraci de Oliceira vieira - UFSC
Ercio Pedra da Silra - FSC
[acqueline Dant iani da Rosa - UFSC
Maria Lidia Araújo Sintas - ABEA
Maria Cé/ia Bueno Laranjeiras - UFSC
Mirella Dutra - UFSC
Tania Maria Roeca - UFSC
Patrocinadores do Seminário
Secretaria ele Ensino Superior elo MEC - SESU
Conselho Regional ele Engenharia, Arquitetura e Agronomia ele
Santa Catarina - CREA-SC
FADEMAC S.A
Agradecimentos
SESU, ermA-Se, CREA-SP FADEMAC Universidade Federal ele Santa
Catarina , Centro Tecnológic~, Departan~ento ele Arquitetura e Urbanismo,
pelo a paio à realização elo evento,
PARTIC IPANTES
UFSC
Alcimir De Paris
Alina Gonçalves Santiago
Anderson Claro
Cartnem Seara Cassol
Carolina Palermo Szucs
Cesar Ploriano dos Santos
Daniele Costa •
Débora da R.Rodrig1les Lima •
Denise Le Maitre Rosatto •
Fernando o.Ruttka v Pereira
Hamilton Cm'valho de Abreu
João Eduardo Di Pietro
Lisete TA.de Oliveira
Marcela Ferrari •
Margot Moreno BConsiglio
Maria Inês Sugai
Narbal Ataliba Marcellino
Nelson Popini Vaz
Odette Maluf Teixeira
Roberto Gonçalves da Sili 'a
Rosana Montagner Ceruo •
Rosângela M.de Souza Carneiro •
Sergio A .Alibert Meirelles
Sergio Castello B.Nappi
Sonia Afonso
C) Acadêmicos
FURB
Stenio Calsado Vieira
UFRJ
Denise Pinheiro Machado
Gonçalo Guimarães
Liana de Ramieri Pereira
Olinio Gomes P Coelho
UNB
Bennv Scbuasberg
Frederico de Holanda
USU
Almir Pernandes
UFF/ABEA
Isabel Cristina E.de Oliveira
CAPES
Abigail de o. Carvalho
Celso Latuparelli
UFF
Cristina Fernandes de Mello
Marlice N.Soares de Azevedo
CNPQ
Celso Martins Pinto
UNIFENAS
Antonio Fernando dos A Abrão
UFMT
Nedvr G.ivfar/inho Modesto
UFV
Paulo Tadeu Leite Arantes
UFBA
Ana Feruandes
Cbristina A .Paim Cardoso
Gu it -aldo DA. Baptista
fsaias de eSC/li/os Neto
UFMG
Beatriz A. d Araujo Couto
UFMG/ABEA
Euanise e Miranda
UFBA/ABEA
Itautar Costa Kalü
FEBASP/UNISANTOS
Maria Helena M.B.Flvnn
UFRGS/ABEA
Roberto Pv
USP/SÃO CARLOS
Carlos Alberto FMartins
Ricardo Martucci
UFPE/ABEA
Luiz Mauue! do E. AIIIOIÚI/
UFRN
Pedra Antônio de Lima SantosPUCCAMP
Iuone Salgado
Wilson R.dos Santos junior UFAL
Germana Siloa Pascuat
MACKENZIE
Roberto Rigbi UFAL
Rodrigo de A Ramalbo Filho
USP
Ualfrido DeI Carfo
PUC/PR
Luis Saluador PGnoato
UEL
Paulo Rolando de Lima
UFPB
Ana Maria de S. M. Farias
UFPE
CirceMaria Gama Monteiro
Sonia Marques
UFPA
Cariuem Lucia Valério Cal
[orge Dereu]i
UFPEL
Ester]. B. Gutierrez
UFRGS
Elrau Siha
[uau Mascará
Linett Castello
ANPED/UFSC
José André Angotti
UBC
Candido Malta Campos Neto
FNA
Valeska Peres Pinto
RIBEIRÃO PRETO
Rutb Cristina Montanbeiro
Paulino
PROGRAMA
12:00h - Almoço
14:00h - Temas para Discussão
• Condições de acesso e de permanência dos profissionais
(critérios de seleção e bolsas)
• Princípios para definição de temas e orientadores
• Pós-graduação de profissionais arquitetos e urbanistas em outras
áreas (limites e possibilidades)
• Vantagens e desvantagens do vínculo entre titulaçào e salário
(especialização, mestrado e doutorado)
Noite - LIVRE
__ D_I_A11 SEGUNDA-FEIRA
9:00h - Abertura do Seminário
Magnífico Reitor da UFSC
Prol Antonio Diornârio de Queiroz
Presidente da ABEA (em exercício)
Prol Itamar Kalil
9:30h - Painel
Coordenadores dos Cursos
de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
13:00h - Almoço
15:00h - Painel
CAPES - Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Ensino Superior
Profa. Abigail de Oliveira Carualbo
Diretora da Área de Avaliação
CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa
Dr. Celso Martins
Superintendente da Área de Ciências Humanas e Sociais
19:00h - Painel
Prol Celso Lamparelli (Coordenador painel)
Coordenador da Área de Arquitetura e Urbanismo - CAPES
ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia
do Ambiente Construido
Prol Roberto Lambertz (ince-presidente)
ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação
e Pesquisa em Educação
Prol José André Angotti
_______ J?~~13 Q~~RTA-FEIRJI- _
9:00h - Temas para Discussão
• Pertmência das prioridades e critérios estabelecidos pelas agências de
fomento (financiamento e avaliação de desempenho)
• Vantagens e desvantagens de vínculo com outras entidades
(ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED, dentre outras)
• Dificuldades e pontencialidades do vínculo entre ensino de graduação,
pós-graduação e titulação
• Dificuldades e potcncialidades do vínculo entre o ensino de graduação,
pós e pesquisa
12:00h - Almoço
14:00h - Plenária Geral
Aprovação do Relatório
19:00h - Encerramento
Prof" Nilcéia Lemos Pelandré
. Vice-Reitora da UFSC
Prof. Hélio Leite
Representante da SESU
EngQ
. Wilson Lang
Presidente do CREA-SC
Prof". Maria Elisa Meira
Presidente da Comissão de Especialistas em Arq. e Urb. - CEAU/MEC
Arq. Valeska Peres Pinto
Presidente da FNA
Arq. Tuing Xing Xang
Vice-Diretor do Centro Tecnológico
Prof". Carmem Cassol
Representante do IAB-SC
Prol Itamar Kalil
Presidente da ABEA
9:00h - Temas para Discussão
• lntegração graduação e pós-graduação
• Articulação e cooperação entre cursos
• Necessidades ou não de áreas de concentração
• Apoio institucional à pós-graduação nas públicas e privadas
20:00h - Abertura XVCOSU
APRESENTAÇÃO
O Caderno de nº 12, retoma a série de publicações que a ABEA
vem produzindo nos últimos anos. Este, contém os resulta-
dos do 1º SEMINÁRIO SOBRE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITE-
TURA E URBANISMO, realizado em maio de 1993, no Departa-
mento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de
Santa Catarina.
A temática colocada para discussão no Seminário, promoveu a
reunião de cursos de Arquitetura e Urbanismo com o objetivo de
apresentar propostas para subsidiar a definição de uma política
da ABEA de ampliação da pós-graduação na área de Arquitetura e
Urbanismo (especialização, mestra do e doutorado) que se
caracterize pela integração entre graduação e pós.
Foram relacionados 12 pontos como sub-ternas para discussão e
apresentação de trabalhos os quais ordenam a apresentação dos
resultados. Eles procuram abranger as questões pertinentes aos
cursos hoje em funcionamento no país, de forma a globalizar os
problemas da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Com a
tarefa de consolidar os trabalhos apresentados e conduzir as
discussões, foram indicados dez professores titulados na área aos
quais agradecemos o empenho demonstrado na difícil tarefa que
lhes coube.
O presente relatório apresenta a sistematização dos trabalhos
enviados de acordo com os pontos previamente definidos, o
programa do Seminário, as conclusões das discussões e a relação
dos participantes.
Esperamos que os resultados aqui apresentados dêem origem à
formulação de uma política para o setor e sirvam de subsídios
para a ampliação da discussão da pós-graduação na área.
~ . ------_. __ ... 1
1-----.---.-----1
I
Relatório
das Discussões
INTRODUÇÃO
Este relatório contém os debates e conclusões do Seminário
Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo,
promovido pela Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura -
ABEA - com o apoio do Departamento de Arquitetura da Univer-
sidade Federal de Santa Catarina, nos dias 11, 12 e 13 de maio de
1993 em Florianópolis
As discussões tiveram por base os trabalhos encaminhados pelas
seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal
do Pará (UFPA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universi-
dade Federal do Rio de Janeiro (UFHJ), Universidade Federal
Fluminense (UFF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ponti-
fícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), Universida-
de Federal de Viçosa (UFV), Universidade Mackenzie e Universi-
dade de Brasília (UnE)
A sistemática dos trabalhos consistiu na consolidação dos traba-
lhos enviados, o que foi feito pela Comissão Acadêmico-Científi-
ca, tendo por base os pontos anteriormente estabelecidos pela
ABEA:
Ponto 1
Ponto 2
Ponto 3
Ponto 4
- integração entre graduação e pós-graduação;
- articulação e cooperação entre cursos;
- necessidade ou não de áreas de concentração;
- apoio institucional à pós-graduação nas univer-
sidades p blicas e privadas;
13
-
Ponto 5 I acesso e de permanência dos
rI' fi' i nai (critérios de seleção e bolsa);
P nt • I rin ípios para definição de temas e
ri ntadores,
p nto 7 • pó -graduação de profissionais arquitetos e
urbanistas em outras áreas (limites e possibilída-
d s);
p( nt - vantagens e desvantagens do vínculo entre
titulação e salário;
I nt 9 - pertinência das prioridades e critérios estabele-
cidos pelas agências de fomento (firiahc~nto
e avaliação de desempenho);
Ponto 10 - vantagens e desvantagens de vínculo com
outras entidades (ANPOCS, ANPUR, ANPED,
dentre outras);
Ponto 11 - dificuldades e potencialidades do vínculo entre
ensino de graduação, pós-graduação e titulaçào,
Ponto 12 - vínculo entre ensino de graduação, pós-gradua-
ção e pesquisa. (Este ltimo ponto foi acrescenta-
do porque constou das contribuições enviadas).
A abertura dos trabalhos deu-se pelo Magnífico Reitor da Univer-
sidade Federal de Santa Catarina, prof. Antônio Diomário de
Queiroz, pelo presidente da ABEA, prof. Itamar Costa Kalil e pelo
Diretor do Centro Tecnológico da UFSC, prof. Renato Carlson.
A discussão do temário foi precedida de três painéis:
O primeiro painel reuniu 7 Coordenadores de Cursos de Pós-
Graduação em Arquitetura e Urbanismo de um total de 11 cursos.
Assim ficou composta a mesa:
Profê. Ana Maria Fernandes - UFBA
Prof. Carlos Martins - USP/SÀO CARLOS
Prof. Frederico de Holanda - UnB
Prof". Liana de Ranieri - UFRJ
Prof. Lineu Castello - UFRGS
Prof. Paulo Tadeu Arantes - UFV
Prof Roberto Righi - UNIV.MACKENZIE
O seguinte consistiu na apresentação dos representantes da Co-
14
-
missão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CA-
PES), Prof", Abigail de Oliveira Carvalho, e do Conselho Nacional
ele Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Prof. Celso
Martins;
O terceiro constou da participação de representantes de associa-
ções nacionais de pesquisa, a saber: Prof. Luis Fernando Heineck,
da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construido
(ANTAC), e Prof. José André Angotti, da Associação Nacional de
Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED)
O Prof. Celso Lamparelli dirigiu os trabalhos na qualidade de co-
ordenador da área de Arquitetura e Urbanismo da CAPES.
PONTO 1
Integração entre Graduação e Pós-Graduação
A necessidade e urgência de maior integraçào entre a graduação
e a pós-graduação é consensual. Porém, esta questão aparece
correlacionada a concepções distintas ou que apresentam nuances.
As observações ela plenária assinalam que:
É importante o fortalecimento ela graduação para que a pós-gra-
duação não se limite a suprir deficiências da formação.
A diferença entre graduação e pós-graduação é de ênfase e não
de essência.
Ambas as instâncias, graduação e pós-graduação são atividades
que se realizam no âmbito da Universidade e se caracterizam pelo
compromisso social com a produção do saber. A graduação tem,
no entanto, a função de preparar profissionais para o campo do
trabalho; enquanto a pós-graduação deveria primordialmente di-
rigir-se à capacitação docente e à melhoria do ensino e pesquisa
de Arquitetura e Urbanismo.
A contradição entre o fazer arquitetõnico e a pesquisa não existe,
já que o primeiro depende da segunda e, portanto, neste ponto,
não há distinção entre graduação e pós-graduação.
Quanto à necessidade de maior e melhor integraçào entre gradu-
15
-
ação e pós-graduação, recomenda-se que os departamentos parti-
cipantes de programas de pós-graduação evitem o envolvimento
exclusivo com estes programas por parte dos professores já titula-
dos. Esta recomendação baseia-se no argumento de que a "espe-
cialização" dos professores nos diferentes graus de ensino superi-
or pode constituir o principal entrave à desejada integração entre
graduação e pós-graduação.
Outra recomendação diz respeito à garantia do envolvimento dos
alunos da graduação nas linhas de pesquisa desenvolvidas não só
na pós-graduação, mas também através da oferta de bolsas de
ini ia ã i ntífica que devem ser cada vez mais estimuladas.
R m nda-se, ainda, a realização de eventos e seminários que
nv lvarn a graduação e a pós-graduação.
Por fim, indica-se que a questão de integráçào correlaciona-se,
também com aquela das áreas de concentração ele pós-graduação.
PONTO 2
Articulação e Cooperação entre Cursos
A cooperação e articulação entre os cursos seriam melhor
estruturadas se houvesse conhecimento efetivo das iniciativas em
andamento, bem como a definição de uma política editorial.
Em relação à divulgação dos programas de pós-graduação suge-
re-se:
• a utilização do Relatório Anual ela CAPES
• a elaboração ele resumos (com tópicos e n mero limitado de
páginas) do conte dos dos cursos para repasse da informação a
todos os interessados.
Quanto aos mecanismos de cooperação entre cursos registrou-se
que sua eficácia passa pela existência de programas e convênios
com objetivos claros e recursos. Registrou-se também que estes
programas e convênios deverão surgir a partir de interesses co-
muns em áreas específicas. Há ainda registro de que a coopera-
ção/articulação entre os cursos deveria não somente buscar apoio
16
-
ele instituições do exterior ou nacionais com maior experiênci«
em pós-graduação mas, visar a troca de experiências entre inxt i-
tuições que enfrentam problemáticas assemelhadas ou ideJ1(icl~.
Para tanto, a regíonalizaçào poderá permitir a idcntificuçào de
ernelhanças e complementariedadcs.
Quanto à questão elo estabelecimento ele política editorial qll(~
auxilie na cooperação entre cursos, através da difusào do corihe-
cimento produzido, foi sugerida a seguinte proposta:
• Criação de publicação nacional pautada em critérios cientificos.
possivelmente com financiamento elas agências ele fomento p:lr:1
suprir parte ela carência ela área de Arquitetura e L'rb.inismo.
Indicou-se ainda o exemplo da comunidade científica do Estado
ele São Paulo que conseguiu obter junto a FAPESP auxílio IXlr:1
publicações científicas que a FAC·-l·SP vem utilizando para :1 cdi-
âo da revista SINOPSE. Este exemplo poderia apoiar iniciativas
em outros Estados
utra iniciativa registrada, que poderia servir de ponto ele partida
para uma política editorial seria o acesso ao l·ImANDAIA, a C:lrgo
do IUPERJ/ANPUR, mediante um ajuste entre ABEi e ANPl·rt
PONTO 3
Necessidade ou Não de Áreas de Concentração
bserva-se que, geralmente, as áreas se consolidam a partir de
linhas e n deos ele pesq LI isa. Porém, uma vez consolidadas em
determinados cursos, a tendência é que os cursos emergentes
apresentem uma especialização natural, própria de cada institui-
ção, imprimindo uma característica para cada pós-graduação.
Apesar dos entendimentos diversos sobre esta questão houve um
consenso de que ,I tendência à criação de áreas de concentração.
deve, no entanto, preservar espaço para trabalhos que atravessem
as diversas áreas e para orientações l11 ltiplas independentes da
área dos profissionais docentes.
17
-
PONTO 4
Apoio Institucional à Pós-Graduação nas
Universidades Públicas e Privadas
Considera-se fundamental o reforço de uma política institucional
no caso das universidades públicas, não só a nível das Pró-Reito-
rias, mas sobretudo no âmbito das unidades e dos Departamen-
tos, uma vez que, em muitos casos, não há a valorização do traba-
lho de pesquisa e de atividades de pós-graduação. Por outro lado,
o apoio institucional quando existe, molda-se muitas vezes, na
disponibilidade de linhas de fomento de órgãos oficiais que pas-
sam a induzir a definição de políticas internas.
Além disto, algumas Universidades Federais tendem a
descomprometer-se com a capacitação ao abrirem concursos ex-
clusivamente para níveis docentes que exigem títulação.
Seria oportuno definir uma política de qualificação docente que
adotasse algumas medidas capazes de facilitar a substituição tem-
porária de professores do quadro efetivo, a fim de permitir a libe-
ração destes professores das atividades de ensino, de administra-
ção e de extensão para realizarem programas de capa citação.
Ainda com relação ao apoio institucional, levantou-se a questão
da diferenciação de tratamento no interior das entidades públicas
e privadas. As instituições particulares têm uma lógica própria
diferente das públicas, tanto no apoio à qualificação dos docen-
tes, como na implantação de cursos e realização de pesquisas. Se
de um lado, os docentes das instituições privadas reividicam con-
dições adequadas de acesso à pesquisa e qualificações, por outro
lado, essa mesma lógica pode-se constituir em entrave a amplia-
ções desse apoio interno.
Neste sentido, sugeriu-se que as instituições particulares busquem
manter o vínculo empregatício dos docentes e suas correspon-
dentes obrigações trabalhistas durante o período de capacitaçào.
Propõe-se ainda, a inclusão desta medida na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional - LDB.
18
-
PONT05
Condições de Acesso e de Permanência dos
Profissionais (Critérios de Seleção e Bolsas)
As questões levantadas pelo plenário passaram, inicialmente, pela
discussão da formação acadêmica e profissional, decorrente das
e pecificidades dos campos da arquitetura e urbanismo. Discutiu-
s que a questão representa uma falsa dicotornia e de que é pos-
sível montar programas para atender às duas necessidades de for-
ma simultânea.
uanto à permanência dos ingressos no curso, tratou-se do pro-
blema da evasão, apontando-se para a necessidade de se fazerem
estudos de "follow up" para diagnosticar a situação dos egressos
e sua relação com o mercado de trabalho. O objetivo é avaliar o
significado das evasões. Levantou-se, também, que a temporalidade
dos cursos de pós-graduação difere da do mercado e que este não
define por si mesmo, condição de oferta ou mudanças nas ativi-
dades de ensino.
Ainda quanto a este item considerou-se que a possibilidade de
liberação dos profissionais que atuam no serviço público, com a
manutenção do salário, pode ser negociada com os órgãos de
rigem e representa uma bolsa de estudos indireta, o que amplia
:1 faixa dos estudantes que obtêm apoio durante o período de
formação.
Um problema adicional refere-se ao atendimento da demanda nas
r giões onde não há condição de oferta de pós-graduação de
forma imediata. As disparidades regionais podem ser atacadas
mergencialmente, através da criação de estruturas alternativas à
forma tradicional de oferta de cursos, seja pela orientação à dis-
tância, seja pela montagem de cursos de base móvel. Ressalvou-
s que a endogenia na formação do corpo docente representa
falha grave e levantou-se a necessidade da montagem de um pla-
no nacional de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo.
19
-
Finalmente, a questã da ori ntação foi enfocada no que diz res-
i'IS bre a permanência dos ingressos quando
ssivas no trabalho do pós-graduado
F rarn 'lpr 'S " iad aprovados os seguintes pontos:
lm] rtân 'ia I s programas de pós-graduação encaminharem
r 11lW-UP'S c m forma de elaborar parâmetros de avaliação da
f rmaça r.re ida e, ao mesmo tempo, fornecer elementos de
avaliaçac Ia relação entre dinâmica da formação pós-graduada e
dinâmica I mercado de trabalho
Quanto ao público a atender:
'I - Nã se trata de escolher aqueles que se vincularão predomi-
na nt mente ao mundo acadêmico ou ao mundo profissional.
Arribas as frentes têm demandas significativas e legítimas Os pro-
gramas devem procurar atender as formações de pesquisadores,
docentes e/ou profissionais, conforme especificidades locais.
2 - Proporcionar oportunidades locais, regionais e interregionais
reconhecidas, com oferta de estruturas alternativas de formação
pós-graduada, através da cooperação inter-instirucional,
viabrlizanclo o atendimento às demandas nas mais diversas
regiões do país.
3 - Tendo em conta a necessidade urgente de qualificação de
quadros para fazer frente aos problemas do desenvolvimento do
Ambiente Construido - no âmbito do edifício e do ambiente - é
necessária uma estratégia de pós-graduação em Arquitetura que
melhor utilize as potencialidades hoje existentes.
4 - O tempo de permanência do discente na pós-graduação pode
ser mínímízado pela elevação do nível da graduação, o que evita-
rá a tapa de recuperação de lacunas da formação graduada.
PONTO 6------,---- ---
Princípios para Definição de Temas e Orientadores
As posições dividiram-se quanto à forma de tratar a questão da
20
-
definição do terna. entre o privilégio à escolha individual e a ado-
<,;;"1 de tema coletivo.
As defesas ela adoção de um tema coletivo passam pelo aumento
tia ficiência da orientação. bem como pelo adicional de profun-
didade e abrangência resultantes de trabalho coletivo. Houve, in-
clusive uma proposta de que centros diferentes se dedicassem a
icmáticas distintas como forma de aprofundar () espectro e a qua-
lidade das pesquisas Outra defesa passou pelo compromisso so-
cial COi11 a ternática escolhida, apontada corno obrigação específi-
ca das escolas públicas
A base documental adequada aparece como uma necessidade que
li de ser melhor satisfeita dentro desta alternativa. Criticou-se a
li squisa de eleição individual como tendendo a uma situação de
contínuo recomeço, seja pelas questões da solidez da base docu-
mental, seja por dificuldades de estabelecer a comunicação em
níveis adequados, Além disto, foi considerada como representan-
do muitas vezes apreço ;IS necessidades institucionais. Questio-
nou-se, enfim, se o problema que vivemos no momento se deve
ao acadernicísmo formalista ou, antes, ~I carência da pesquisa
ritualizada.
A crítica a esta posição passou pelos riscos da cristalização de
posições e saberes, inibindo a criativiclade. Colocou-se que, es-
tando o tema dentro do campo da Arquitetura e Urbanismo e
havendo disponibilidade de orientação e implernentaçào, qual-
]uer outra restrição ao interesse cio pós-graduando é excessiva A
defesa deste ponto passa, inclusive, pela transgressão como um
ri co, necessidade e prazer na atividade de pesquisa e que qual-
quer outra posição pecarei ou por modismo ou por representar
estratégia pessoal ele legirtmação. Foi lembrado que os temas
emergentes significam uma contra posição necessária a situações
excessivamente formal izadas.
uanto à questão do orientador, criticou-se o acumulo de
rientandos por orientado r , o que se eleve à carência de profissi-
nais reconhecidos para a atividade; apontou-se que tempo de
ríentação deve ser considerado na computação da carga didáti-
ca. Levantou-se, ainda, que ,I orientação por temas não garante a
qualidade do trabalho e que o leque amplo de vertentes de pes-
[uisa se deve a características do campo,
21
-
Foram apresentados para discussões posteriores os seguintes pon-
tos:
É I r eis .onsíderar formas alternativas ele legitimação para o
creden iam nto ele professores orientadores, em relação à ela ele-
t n 'o I títulos formais.
01110 dispor de orienta dores frente à emergência de novos temas
qu escapam às soluções, histórica e ambientalmente. dadas ao
campo da Arquitetura e Urbanismo de forma a permitir transgre-
dir o já sabido'
PONTO 7
Pós-Graduação de Profissionais Arquitetos e
Urbanistas em Outras Áreas (Limites e Possibilidades)
A dis LISSH( gil' )LI em torno da interdisciplinariclade ela Arquitetu-
1':1 c LJ rbun iSI11 onstatou-se que tal característica diminuiu a
I itic.l<.:i'.10 carn: o ele conhecimento, ainda que isto não seja con-
sld '1"1 I n cessariamente um problema A interdisciplinaridade
constitui-s na base para a formação pós-graduada elo arquiteto e
do urbanista em cursos já consolidados, oferecidos por outros
campos, e que apresentam interfaces com o campo de origem.
Abre-se, inclusive, a possibilidade para que as pós-graduações
em Arquitetura e Urbanismo venham a ser demandadas por ou-
tros profissionais, permitindo desenvolvimentos fecundos aos di-
versos interessados.
Aprovou-se, em vista das discussões, o seguinte ponto:
A busca da pós-graduação em áreas conectas àquelas dos arquite-
tos e urbanistas não eleve ser vista como negativa ou distorcida
Há limites para a formação pós-graduada em Arquitetura e Urba-
nismo que são ligados ~1insuficiência de oportunidade de titulacào
em cursos exclusivamente dedicados a tal. Deve-se, portanto, "in-
centivar a busca ele formação em outros cursos sempre que se
puder estabelecer interface com o fazer arquitetõnico. Tal fato
traz possibilidades de enriquecimento do ensino nas escolas de
Arquitetura e Urbanismo, e abre, também, leque acadêmico-cien-
22
-
Iil'i, () para ;1 pós-graduação na área, representando, inclusive, al-
I .ruariva a abordagens pontuais e reducionistas.
PONTO 8
Vantagens e Desvantagens do Vínculo
entre Titulação e Salário
I':ste ponto revelou-se altamente polêmico. Levantou-se. como
critério conceitual, que o salário eleve se vincular ao tral~alho e
11; O exclusivamente à rirulação. reconhecendo-se a atividade de
.nsino, projetual e de pesquisa, como vertente distinta da atuação
profissional que carece de formas de avaliação compatíveis com
:IS características da produção em cada uma.
( ua?to ao ensino, apontou-se que há reduções de carga didática
em função de exercício de c!ocência na pós-graduação, onde as
turmas são menores, o que demonstra haver distinções de trata-
mente entre professores que se dedicam à graduação e à pós-
Kraduaçào. Lembrou-se que a forma cartorial de delimitacào elos
('~lmpOs profissionais, estabelecida na década de 30, impede que
pr fissionais com formação pós-graduada em outros campos atu-
'111 na graduação nestes mesmos campos; um impedimento que
I); O encontra justificativa ele conteúdo: H<Ícasos inclusive ele pro-
l'.ssores que podem ensinar (:111 cursos ele pós-graduação cujoi:> ,>
r .girnento os impede de participar do curso enquanto discentes.
! possibilidade ela prática projetual dentro ela universidade e sob
() estatuto da dedicação exclusiva foi aventada. Questionou-se,
também que a excelência de atuação no mercado possa uarantir,
,/ IA i:>
li r S1 so, exce encia na atividade ele ensino.
I r fim, considerou-se que a titulaçào formal, desacornpanhada
1(; avaliação de conteúdo ela pesquisa produzida seja também
critério suficiente para ascensão na carreira por essa vertente, o
'lu leva à conclusão que a titulaçào nào pode ser critério exclu-
sivo de determinação salarial. A partir daí, passou-se à aprovação
I s pontos que se seguem:
23
-
A obtenção de titulaçào deve repercutir nos ganhos salariais sob
pena de tornar desinteressante o esforço r-:essoal para tal obten-
ção
O salário não deveria, entretanto, estar vinculado exclusivamente
à titulaçào mas, ao efetivo trabalho e participação,
Recomendou-se, assim, que fosse iniciada uma discussão sobre
novas interpretações dos estatutos gerais das universidades e/ou
outros mecanismos de remuneração compatíveis com as diversas
experiências profissionais e domínios de saberes teóricos práti-
cos, para que não alijern pela vinculação exclusiva de tirulação/
salários o concurso de profissionais atuantes em outras áreas
PONTO 9
Pertinência das Prioridades e Critérios Estabelecidos
pelas Agências de Fomento
(Financiamento e AvaliaCjão de Desempenho)
Enfatizou-se nesse item, a necessidade de se avaliar de forma
diferenciada o apoio das agências de fomento às instituições de
ensino e o apoio direto a docentes e pesquisadores, para contem-
plar as ternátícas específicas no campo da Arquitetura e Urbanis-
mo, Destacou-se a falta de um plano de pós-graduação que diag-
nostique carência da área e estabeleça metas de ação em diversos
níveis, Salientou-se a urgência na ampliação dos investimentos
em pesquisa e pós-graduação na área da Arquitetura e Urbanis-
mo, rastreando, inclusive, as verbas existentes nos órgãos do Go-
verno Federal reservadas para tal fim e sanando os problemas de
carência financeira verificados atualmente nas agências de fomento,
A implantação da pós-graduação nas Universidades públicas e
particulares foi bastante discutida, caracterizando-se os interesses
diferenciados, dado a política de mercantização do ensino superi-
or existente no país, sendo ressaltada a responsabilidade das
mantenedoras privadas em arcar com os custos decorrentes de
novos programas de pós-graduação de boa qualidade,
24
-
Recomendações:
• Que seja adorado uma política ele apoio ~Iconsolidação e apri-
mora 111C 11[0 dos progra mas de pós-graduação existentes. com :1
expansão (LI oferta de vagas, bem como a cria,,;:() ele novos pro ..
gramas, regida pelos critérios ele qualificação acadênuco-científi-
co, e por prioridades definidas pela área ele Arquitetura c l'rba-
nismo a nível nacional ESS,.l política deverá ter como diretriz ()
fortalecimento prioritário ele pesquisa e do enxino de pós-gradua-
ção na rede pública, com a expansão da oferta de vagas e o apoio
seletivo a programas ela rede particular efetivamente comprometi,
elos com a implanruçào de condições gerais c de regime ele decli-
caçào docente compatíveis COI1 :t atividade- ele ensino e pesquisa
na pós-gruduaçào () apoio aos prugr;lm:ls da rede p.uticul.u
deverá ter duraçâo determinnda e exigir 11111 programa ele .iprimo-
ramento insrirucionnl detalhado c conforme :1Sdiretrizes e1;1;Íre,.
Estas iniciativas deverão estar articuladas em Uill PNPC; Al' - j>m ..
gramél Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Lrb.mismo ;1
ser elaborado pela ABEA, programas de pós-graduação existentes
e associações pertinentes, :l partir do diagnósuco ela siruacào .uu-
al Este PNPC. Al - Programa Nacional ele Pós-Gr.rdunçào em Ar-
quitetura c Urbanismo deverá orientar ;t obrcnçào de recursos
preferencín is p;lr;l sua impla ntaçào. ;t mplia ndo :1 dot;<:;;'u atual-
mente destinada ~Iárea ele Arquitetura e L'rlxuiismo n:1S :lgt>nci;ls
ele fomento
Sugestões às Agências de Fomento
• Que os cursos emergentes, em lase ele implant:I~';() t'
restruturaçào, e aqueles com problemas decorrentes d<: J'ali:I<,':úl
possam contar com programas especiais ele apoio. Unto ao nível
ela formulação de caminhos para sua consoliduçào quanto ao pro-
vimento de recursos necessários para tal fim,
,. Que sejam destinados recursos que inc~nticlll pesquisJs c pru- 
ictos integrados multi-institucionais em areus nO':1S, a exemplo
dos diagnósticos nacionais sobre produção elo conhecimento em
áreas específicas já realizados.
• Que seja ampliado o número de bolsas destinadas aos cursos
.xistentes.
25
-
PONTO 10
Vantagens e Desvantagens de Vínculo com
Outras Entidades (ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED,
dentre Outras)
A discussão teve como ponto de partida o reconhecimento da
importância histórica da contribuição de algumas associações de
pesqui adores, que garantiram espaço para discussão de temas e
pr duçào de conhecimento, mesmo no período da ditadura mili-
tar. Estas entidades resultaram de uma estratégia de busca de
legítimação de áreas de conhecimento, atuando na definição de
linhas de pesquisa e na busca de ampliação de recursos para as
mesmas. Tendo em vista as diversas interfaces que a área de Ar-
quitetura e Urbanismo tem com várias destas associações enfatizou-
se o caráter proveitoso de se estabelecer um relacionamento com
as mesmas, através de trabalhos melhor articulados na área de
pesquisa e pós-graduação.
A seguir discutiu-se a oportunidade da criação de uma Associação
Nacional de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, o que foi con-
siderado prematuro, devendo a ABEA permanecer como canal
para a realização destas discussões por agrupar os vários níveis
de ensino em Arquitetura e Urbanismo.
Recomendações:
• Dar continuidade de forma sistemática, através da ABEA, ao
processo de discussão e ampliação da articulação das IES interes-
sacias na pesquisa e na pós-graduação em Arquitetura e Urbanis-
mo a nível nacional, visando a elaboração de uma política nacio-
nal para a área.
• Promover o relacionamento com outras entidades nacionais e
internacionais envolvidas com a pesquisa e a pós-graduação em
áreas afins.
• Realizar periodicamente o Seminário Nacional de Pós-Gradua-
ção e Pesquisa seminários temáticos e eventos para divulgação e
~lebate da produção realizada na área ele Arquitetura e Urbanismo.
26
-
PONTO 11
Dificuldades e Potencialidades do Vínculo entre
Ensino de Graduação, Pós-Graduação e Titulação
Fnfocou-sc. principnhueruc. ~Inecessidade ele adequação :.Ias for-
mas atuais ck obrcn<)) (LI litul:t~';}() acadêmica ;ISclr:IClenS(Icas e
cspecificidudcs (LI :tn:~;1ele Arquitetura c l'rb.uusmo. Foram :qlU:1-
rados os problemas dccorrcnu-«. na estrutura atual. ela 'lJ1cubç:l?
entre [irub~'~I(J, p(ls-gracll1:J(;:'I()c pesquisa. .' entre tirulacào e ~;ala-
1'10.
c.onsolidou-sc COl1l0nI'L'1',«i ria J vinculaçào el1trL' pesquisa l' pôs-
gr:ldll:l~':'I() 1':11':1liruLt":"I() L' :1~(.'L'n<-IU11:1l-:lrrcir~1 docente, SL~1l1
ckixar de rL'col1llCCL'r:1 rl';liitl~lclc ele outras lor111:ISde producào
di) conhccimcruo des.'I1I·(lh id:ls I1U c.unpo profission.il. Rcssul-
iou-sc. r.unbóm. :l in rporrn nciu de atu:diz:I<':;'lu dos crirério« c elos
meios CiSll'l1lC~ 11().~C.~t:lllll()~ d:ls lInil'l:rsid:.ICks p:lr:l corrigir :IS
disrorcocs OhSL'I"':ld:ls :ICl llil .:1dos concursos ele ingresso. pro-
f;rcsS:-;o tuncion.il l' nll!L'IK:lo ele t itulaçào ;lclcl0l11icl.
tcecomendações:
• Oue se rcdiscUl:llll ().~ I11V,';lllisI110S.nuulmuruc cxisrcntc .-; de
rl'c(~)nhel-il11L'l1l0lb CI P:ll'il:IC:'I() cicnríficl L' :1l':ld&l11iCI dus pl'S-
<iui~:ldor('s e dOCCl1lCS n.i o ckrcnrurcs (iL- ntuln çà o Iorma l.
I'cldinindo ";U;I~p()ssihiliLI:I(k'.~ ck' :ilLta~j() L'lll locLts ;1:;l'.~kr:ls (I:!
.uivid.rdc :IC:IlIC'l11icI. :IÍ irichucl.t :1 pussihilid:,clc ele oril'nl:l~':'lo a
lr:t1ulhus ck p(ls-gr:lellI:l,·:'IO.
PONTO 12
Vínculo entre Ensino de Graduação,
Pós-Graduação e Pesquisa
 p.utir cio L-onSL'n~u~(Jhrl' :1l'inclIl:tl,';}() indissoci;Íl'Cl entre cnsi-
110l' pl'~qllis:l. :I qllesr:lu n.:ntLt! abordada (11/ respeito :I como
27
-
essa indissociabilidade se manifesta na pós-graduação e na gradu-
ação. O compromisso entre ensino pesquisa deve ser entendi-
do, no entanto, como uma obrigação ela instituição e não dos
docentes à nível individual, pois existe exercício competente do
ensino realizado por professores, que nào se caracterizam como
pesquisadores no sentido que se atribui ao termo no âmbito aca-
dêmico.
Ressaltou-se, porém, que a pesquisa é essencial à pós-graduação,
devendo ser apoiada e estimulada, dada a sua própria natureza,
voltada p.ua a produção do conhecimento. Quanto à pesquisa na
graduação, deve ser incentivada integrando-a aos objetivos espe-
cíficos da formação.
Registrou-se, ainda, a preocupação de debate e reflexão sobre a
relação entre ensino, pesquisa e produção arquitetõnica.
O Seminário enfatizou, por fim, a necessidade de reconhecimento
e legitimaçào de outras modalidades de produção de conheci-
mento que constituem contnbuição para o enriquecimento do
respectiv carnp cognitivo, havendo inclusive quem defenda os
gêneros anárquicos e assistemáticos de produção daquele conhe-
cimento, aqui entendidos como os que se realizam sem ,1 obser-
vância de proposta, métodos e procedimentos utilizados no âmbi-
to acadêmico e na pós-graduação.
Recomendações:
• Que seja estimulado o debate e a reflexão acerca das relações
entre ensino, pesquisa e produção arquitetõnica no conjunto das
escolas de Arquitetura e Urbanismo;
• Que o desenvolvimenro dos núcleos e programas de pesquisa e
pós-graduação seja estimulado ,1 nível local e nacional com a pre-
ocupação de realimentar ele forma positiva o ensino de gradua-
ção,
• Que os núcleos e programas de pesquisa e de pós-graduação
busquem mecanismos de interaçào e intercâmbio das pesquisas
em andamento e de socialização de seus resultados;
• Que se busque esse intercâmbio, também, com os núcleos e os
pesquisadores individuais não vinculados ao processo formal de
pesquisa.
28
-
SÚMULAS DOS
TRABALHOS ENVIADOS
Faculdade de Arqui~etura
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Refletindo sobre LI Articulação Graduação
/ Pôs-Graduação
() que hllS(,~lm()s neste documento é desenvolver urna reflexão
IUC trata nào de substituir ~lgr;ldu:1Ç'ão pela pós-graduação. mas
le perceber () papel dcsru c "('rificar e111que sentido ~l sua inte-
gl·:lÇão:l gr,lclua~'ã() b·oH.'('cri:l UIl1a política de forrnaçào na ;ln:a.
() modelo universitário bruxile iro dissocin gr.iduaçào e pós-grudu-
:1(;:-lO.ESt:l dissociacào. d:1I10S:1j:í em Slt:l próprio concepcào. sofre
ninda o impucro de espl'cificiclades de .irca. : .irea de ·rCjuitctura.
nrca "híbrida". Clr:lcteriz( )u-se por uma vida pouco "universir.i-
riu". Devido :10 Sl'U cur.ircr pr:lgm:nico nossos cursos de gradua-
1,';'10privilegiar.un historic.uncntc :l transferência (reproduçào ) ele
p rát ic a s obtidas es sc n cta lme n te fora da u n ive rs id a d e ,
dcsprivilcgiando assim :1 atividade de invcsrigaçào e tornando
desnecessária n tirulacào p:lra () exercício (LI docê nciu.
, partir elos anos -O esta sitU:l~'jo começou :1 mudar. tendo configu-
rndo um saldo bastante positivo. CO[l1uma relativa generalização da
tituluçào cio corpo docente. a cri.içào de alguns cursos e programas
de PC (urbanismo. desenho urbano c. em parte. planejamento urba-
110). e :1 consrituiçào de grupos de pesquisa reconhecidos. O
29
-
questionarnento do movimento moderno em arquitetura, novas
demandas por parte do Estado, a nível do planejamento, a
complexificaçào dos problemas urbanos, podem ser vistos como
fatores que "impulsionaram" uma mudança de atitude clus arqui-
tetos face à questão da titulaçào. Os embriões de uma vertente
editorial específica para a área e o reconhecimento de novos foruns
de discussão estimulam a sistematização e a produção ele conhe-
cimentos nas P,'s. Uma inserção retardada no mercado de traba-
lho, marcado por urna concorrência cada vez maior, pode ser,
finalmente, mais um possível elemento explicativo para o reco-
nhecimento da PG como instância privilegiada ele' capacitaçâo
profissional.
Este conjunto de fatores associa-se em um momento em que
multiplicam-se os programas ele pós-graduação. Um primeiro ba-
lanço aponta para o reconhecimento do caráter "vivificadortque
sobre eles teve esta expansão recente da pós-graduação. A efetiva
intcgraçào entre gruduuçào e pós-graduação contribui de modo
sensível para a densificação de uma vida verdadeiramente univer-
sitária. l articulação configura-se como um processo onde arnbas
Js partes envolvidas se beneficiam. Para as instituições representa
~lpossibilidade de instaurar uma política de formação c capaciraçào
profissiona I.
I'b is elo quc nunca se faz necessário que as instituições formulem
SU,lS políticas de formação sem abrir mão da indicação de priori-
dados nacionais como forma de sobreviver ao momento atual.
A generalização da titulaçào na área deveria integrar. portanto um
projeto ele requalificaçào da formação e ela prática profissional. A
pós-graduação deveria ser entendida enquanto atividade voltada
para preparação da decência c ela pesquisa, mas também ao mer-
cado ele trabalho público e privado.
Para uma mais efetiva inregraçào graduaçào/pós-graduaçáo seria
portanto. necessário pensar no incentivo à expansão cios cursos
de pós-graduação na área: no incentivo à unidade de formação
por parte das Faculdades ele Arquitetura: encaminhamento junto
às Faculdades ele Arquitetura e junto a instâncias cio MEC de pro-
posta ele uma política de cooptação ele docentes que agregue não
só jovens professores vinculados ao projeto universitário, também
profissionais P detentores ele ritulaçào; o incentivo ao desenvolvi-
30
-
mento da pesquisa, através da elaboração de uma agenda de pes-
quisa; incentivo à criação de "prêmios-bolsa" para os melhores
alunos em áreas consideradas prioritárias, objetivando a perma-
nência ou o intercâmbio de recém-graduados para atuarem junto
a programas de pesquisa na área; atuar junto à Capes no sentido
de fornecer as condições materiais para a ímplernentação das su-
gestões encaminhadas pelo comitê assessor; estimular a criação
de um programa editorial.
____ ._!.~~~1,~~0e de _Ar9.~,i,~~_t.:~:~ ..
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Alcances e Limites da Pás-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo
A tese defendida é a de que a eventual uníversalizaçâo da pós-
graduação entre os docentes dos estabelecimentos de ensino de
Arquitetura e Urbanismo não deve ser considerada uma priorida-
de, nem representa necessariamente um ganho de qualidade para
esse ensino como um todo. Para sustentar esta tese, invocaríamos
a natureza profissionalizante do ensino de Arquitetura e Urbanis-
mo, o que representa uma ponderável diferença, quando se leva
em conta o ensino ministrado em áreas como a Física Ou a Biolo-
gia. Defendemos também a tese de que a pós-graduação em Ar-
quitetura e Urbanismo não eleve se distanciar das exigências do
ensino de graduação, nem pretender assumir um sentido de com-
pleta autonomia disciplinar, ou converter-se num fim em si mes-
mo, como território independente de trabalho meramente
especulativo. Por fim, propugnamos pela instituição de mecanis-
mos de reconhecimento e legitimação formal daquele saber
arquitetõnico que procede diretamente ela prática do ofício do
arquiteto e que é desenvolvido fora da esfera acadêmica, da pós-
Jraduaçào e da pesquisa rítualizada. .
instituto da pós-graduação, em si, é altamente positivo. A possibi-
lidade de realizar estudos aprofundados, em qualquer território
cognitivo, deve sempre ser encarada como uma forma segura de
rescimento intelectual, e de treinamento para a atividade de pesqui-
sa. A pós-graduação realizada em centros de excelência do Brasil
31
-
e do exterior possibilita o contato com diferentes experiências e
concepções de ensino, e contribui para a capacitação de quadros
para o exercício da pesqui a. No entanto, deve-se sempre ter em
mente que a aptidão para a pesqui 'a não se confunde necessari-
amente com a aptidão para o ensino. Ensino e pesquisa, a despei-
to do lema que os coloca num laço retórico de indissociabilidade,
não são a mesma coisa - tanto que, se o fossem, não teriam no-
mes diferentes. A valorização cartorial que no Brasil se concede à
titulação acadêmica, como aspiração excludente, incorre no equí-
voco de subestimar o papel de educador que deve ser a primeira
qualidade do profissional da decência.
Há duas déca ias, a pós-graduação e a "pesquisa" transformaram-
se num fetiche na universidade estatal brasileira. Em alguns círcu-
I s, s acredita que o professor não envolvido com a pesquisa e
com a pós-graduação é um docente de segunda classe. Em alguns
contextos, instauraram-se, inclusive, um processo de "caça" aos
assim chamados professores improdutivos, isto é, aqueles que,
nos últimos dois ou quatro anos, não tiveram publicado nenhum
I ai er. Esta sacralização da "pesquisa" faz parte do mesmo fenõ-
meno de supervalorização da titulaçào acadêmica formal. E esta
vinculaçào é natural, já que a pós-graduação ao estilo americano,
implantada no Brasil, tem como núcleo essencial a pesquisa
ritualizada. Ora, este tipo de pesquisa é importante para a ampli-
ação dos campos de conhecimento; mas não é a única forma
legítima de produção de conhecimento, nem necessariamente a
melhor. O que pretendemos demonstrar é que em Arquitetura e
Urbanismo, como em muitas outras áreas do ensino superior
profissionalízante, pode-se ser um ótimo professor sem ser obri-
gatoriamente pesquisador, e/ou pós-graduado
O instituto da livre-docência, se vier a ser livrado do equívoco
representado pela atual legislação, se tornará o instrumento legí-
timo para integrar no campo da titulação acadêmica aqueles do-
centes que, sem se integrarem à pós-graduação formal, tenham
real capacidade de produção intelectual e contribuição para o
desenvolvimento científico dos respectivos campos. É defensável,
portanto, a idéia de que o instituto da livre-decência seja objeto
de pronta reforrnulação. Ao lado da pós-graduação convencional,
que deve continuar sendo estimulada, a livre-docência represen-
tará um importante instrumento para o reconhecimento das for-
32
-
mas de produção do conhecimento peculiares ao ensino de Ar-
uitetura e Urbanismo.
Prof. Eluan Silva
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
1 nossa prática docente no âmbito do ensino e da pesquisa em
Arquitetura e Urbanismo permite o destaque das seguintes carac-
terísticas básicas na reflexão sobre a atividade nesta área:
1) A separação entre as práticas profissionais e a teoria que
pretensamente deveria referenciá-la,
2) A confusão na esfera do ensino superior acerca das atividades
de ensino, pesquisa e produção da arquitetura e urbanismo.
Elas possibilitam compreender-se a compartimentação e fragmen-
tação do saber e das estruturas de formação dos arquitetos/urba-
nistas. Traduzem-se na ausência de objetivos comuns no âmbito
da decência e colocam o ensino e a pesquisa distantes dos pro-
cessos sociais,
Julgamos que a expansão e consolidação das pós-graduações na
área poderão ter um caráter instrumental que permita a superação
dessas dificuldades, sobretudo aquelas que enfrentamos no curso
de graduação na UFSC.
Professores: Francisco Ferreira, Nelson Popini Vaz, Roberto
Gonçalvesda Silva
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
PONTIFíCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
Apresentação do curso de especialização implantado na
FAUPUCCamp em 1992, composto por professores da
FAUPUCCamp e por professores convidados da UNICAMP e da
USP-São Carlos. O curso visa possibilitar o aprofundamento das
questões da história urbanística moderna sendo oferecido aos ar- .
33
-
quitetos e graduados em áreas afins. Doze disciplinas em 3 se-
mestres letivos totalizando 360 créditos.
Pretende ainda, contribuir para a revisão dos conteúdos
programáticos do curso de graduação, abordando o estudo de pro-
postas urbanísticas e a história do urbanismo na modernidade, lacu-
na hoje percebida na formação do arquiteto-urbanista, tanto ao nível
da graduação como nos cursos de pós-graduação existentes.
Profa. Iuone Salgado
Escola de Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL FlUMINENSE
"Contatos não imediatos do 4D grau"
o trabalho apresenta através do histórico do curso da EAU/UFF, o
processo de criação do novo departamento e de expansão da
Escola, com a proposta de pós-graduação em Urbanismo e Ges-
tão Urbana.
A seguir, faz considerações sobre os elementos balisadores da
proposta, em fase de discussão, tais como: tradição em linhas de
pesquisa (desenho urbano, cultura, tecnologia, habitação popu-
lar), qualificação dos docentes, inserção dos egressos no mercado
de trabalho e demandas internas da própria Universidade.
Finalmente, uma série de preocupações como o equilíbrio entre a
oferta e a demanda, a integração entre o 3º e o 4º graus, a inter e
a transdisciplinaridade, permite a enumeração de algumas suges-
tões.
Professoras: Isabel Cristina Etras de Oliueira, Maria Cristina
Fernandes de Mello, Mar/ice Nazareth Soares de Azevedo
34
-
_____ ._É_~<:uldad~de Arquitetura
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Pós-Graduação em Arquitetura:
Articulação de Cursos e Conteúdos
A definição de modelos para os programas de pós-graduação em
arquitetura e urbanismo deveria tomar por base a caracterização
do objeto de estudo e de trabalho do arquiteto. A caracterização
mais ampla deste objeto - a produção social do espaço - tem
como conseqüência a ampliação das possibilidades de atuação
profissional.
Hoje não se verifica uma correspondência entre essa gama de
possibilidades e os programas de pós-graduação existentes. Entre
estes, o que melhor responde às necessidades da arquitetura e do
urbanismo é o da FAU-USP, quando define como área única de
concentração o estudo das "estruturas ambientais urbanas".
O programa da FAU-USP, portanto, por permitir uma variedade
maior de especializações, pela qualificação do seu quadro de pro-
fessores e pela xperiência acumulada, deveria constituir-se em
referência acadêmica e cultural para os programas que venham a
ser implantados no campo da arquitetura e do urbanismo.
Além ela articulação ele conteúdos exigida pela própria caracteri-
zação do objeto ele estudo do arquiteto, a histórica precariedade
da educação brasileira impõe a articulação entre as instituições de
ensino.
Deste modo, parece adequado pensar na articulação entre os cur-
sos, sob a forma de convênios e consórcios, com o que se busca-
ria suprir as deficiências de recursos materiais e humanos, ao
mesmo tempo em que aproximaria áreas de conhecimento que,
de alguma forma, trabalham com o mesmo objeto de estudo.
Prof. Pedra Antônio de Lima Santos
35
-
Faculdade de A:'quitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE DE SÃo PAULO
"Põs-graduação em Arquitetura e Urbanismo"
Neste trabalho procuramos primeiramente, na introdução, resu-
mir a experiência de quase vinte anos orientando e ministrando
aulas na pós-graduação da FAUUSP.
Em seguida enfocamos os objetivos básicos da pós-graduação,
nas área de conhecimento ligadas à Arquitetura e Urbanismo,
seu caráter sintético e analítico.
Colocamos a seguir aspectos da possível relação entre a gradua-
ção e a pós-graduação.
Finalmente sugerimos como deveríamos orientar a implantação
de um sistema nacional de pós-graduação em Arquitetura e Urba-
nismo assim como uma previsão do que possivelmente acontece-
rá se nada for feito.
Prol' Ualfrido dei Carlo
Departamento~~~l:quitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ViÇOSA
Planejamento Municipal - Uma Proposta de Curso
de Especialização "Lato Sensu"
o trabalho apresenta uma proposta de Curso de Pós-Graduação
"Lato Sensu" em Urbanismo, área de concentração Planejamento
Urbano e Rural a ser oferecido pelo Departamento de Arquitetura
e Urbanismo - DAU-UFV, a partir de 31 de maio próximo, em
convênio com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Uni-
versidade Técnica de Nova Scotia - Canadá.
Os pontos básicos desta proposta são:
• Oferecer de um curso em módulos intensivos com duração de 3
semanas cada um e carga horária de 60 ou 90 horas;
• Preparar a base de um futuro Curso de Mestrado na mesma área
36
-
a ser criado até 1995 pelo DAU-UFV; .
• Viabilizar a criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbano e
Rural - NEPUR.
Todas estas iniciativas visam fomentar a discussão sobre o confli-
to urbano/rural centrada principalmente na problemática dos
municípios de pequeno e médio porte (população até 100.000
habitantes).
Prof. Paulo Tadeu Leite Arantes
Faculdad<:_~~~rquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE MACKENZIE
Põs-Graduação em Arquitetura e Urbanismo: Proposta
A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Mackenzie implantou no ano de 1990 na área de Arquitetura e
Urbanismo o Módulo II do Curso de Pós-graduação "stricto-sensu"
de um conjunto de disciplinas propostas pelos seus departamen-
tos, em complemento ao Módulo I na área de núcleo comum.
As disciplinas escolhidas contemplam, de forma ampla, os conhe-
cimentos necessários ao desenvolvimento dos arquitetos no âm-
bito dos objetivos do Curso de Pós-graduação na área de concen-
tração em Arquitetura e Urbanismo.
Prof. Dr. Roberto Righi
Departamento de Arquitetura
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Graduação e P6s: Dupla Consistência
O texto discute inicialmente os objetivos da pós-graduação em
Arquitetura, analisando alternativas, isto é, tipos diferentes de pós-
graduação para objetivos diversos. Sugere uma pós-graduação
acadêmica, como produtora de conhecimento num campo am-
37
-
pio, mas que privilegie também uma integração com a gradua-
ção, tornando-as mutuamente consistentes. E sugere também a
necessidade de uma pós-graduação voltada para o
aprofundamento, a especialização, em determinadas áreas.
O texto enfatiza que em qualquer caso, deve haver uma forte
integração entre pós e graduação, como forma também de reali-
mentação desse' últimos reforçando qualitativamente a formação
profissional dos arquitetos já a nível de graduação, uma vez que
ap nas uma pequena parte de graduados tem a oportunidade de
confirmar seus estudos a nível de pós-graduação, até pela própria
insuficiência quantitativa da oferta.
O texto coloca ainda em discussão a necessidade da pós-gradua-
ção reforçar suas potencialidades na produção de conhecimento
na área das m todologias de ensino de projeto, dada a crise per-
cebida no ensino da arquitetura no país.
Vê, portanto a pós-graduação como elemento indutor, transfor-
mador da graduação, ao mesmo tempo que meio privilegiado de
constante busca de conhecimento científico.
Como preocupação final, o texto levanta a discussão da necessi-
dade de aumento de oferta e descentralizaçào espacial de cursos
de pós-graduação em áreas ligadas mais diretamente à arquitetura
e urbanismo como uma das formas de melhoria da qualidade de
ensino do projeto, do ensino da arquitetura, e conseqüentemente
do ambiente construído de forma mais ampla.
O texto indica, ainda, a necessidade de mecanismos que permi-
tam acesso à pós-graduação de profissionais liberais/professores;
a necessidade de revisão de critérios para contratação e ascensão
profissional dos docentes e, ainda, a necessidade de repasse, atra-
vés da própria atividade docente (aulas), dos conhecimentos da
pós-graduação à graduação.
Arqs. Carmen. Cal, Jorge Derenji
38
-
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
A Integração entre o Ensino de Graduação
e o de Pás-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
N Brasil, os cursos mais antigos que se destinavam a formar
I rofissionais de Arquitetura, estiveram direta ou indiretamente li-
~ndos aos cursos de Artes. Foi a transferência da tradição france-
n, que permeou nosso ensino superior até duas décadas atrás,
niciada no reinado de D. João VI com a criação da Escola de
1elas Artes e sustentada pela Missão Francesa por ele promovida.
Mais tarde, já no século vinte, a França viria a influenciar forte-
mente o ensino de Arquitetura e Urbanismo, através do renova-
,I r Le Corbusier, que criou discípulos ilustres, tanto na profissão
'Iuanto nas interferências do seu magistério. Os princípios da
"b aux arts" permaneciam, porém já tocados pelo impulso da
I ' nologia, desenvolvida em função dos novos materiais e técni-
I n construtivas, do sanitarismo e do movimento da Bauhaus, avi-
zlnhando a Arquitetura da Engenharia e formando os Engenhei-
10 - Arquitetos.
partir da década de setenta, proliferaram os estabelecimentos
li, ensino superior isolados, e com eles algumas áreas de conhe-
elmento foram eleitas preferenciais. Entre elas Arquitetura e Urba-
111 mo, que viram surgir inúmeros centros de formação profissio-
11:11 particulares. Também as Universidades Federais cresceram em
IlCI mero , implantando cursos de Arquitetura.
•urpreendenternente, o currículo mínimo de Arquitetura não dife-
rlu muito, em conteúdo, da média dos currículos implantados nas
IJniversidades, e em operação. Mantinha-se uma visão clássica do
• nteúdo necessário à formação do Arquiteto. Entendia-se que
IIITI preparo maior, transcendente aos currículos de graduação,
Ieveria desdobrar-se em Pós-Graduação - Especialização ou
M strados nascentes nessa época - na área do Urbanismo e do
!lI nejarnento Urbano. Assim, poucas Faculdades de Arquitetura
1 Brasil iniciaram seus programas de Pós-Graduação, privilegi-
lindo o Urbanismo, a História da Arquitetura e a Conservação e
It 'stauro dos Bens Culturais. As pesquisas, também, cerrtraram-se
pr ferencialmente nessas áreas. Ou~os segmentos do conteúdo
39
-
foram abordados a nível de pós-graduação e pesquisa por inicia·
tiva de universidades com maior tradição na pesquisa e por do
centes espe ialistas e pesquisadores, de forma isolada.
Queremos com isto identificar que não houve uma política traçada
para a criação de uma Pós-Graduação em Arquitetura, que perrni
tisse div rsificar os conteúdos dos cursos atentando para a voca
ção das instituições, assim como um incentivo que impulsionasse
a capacitação docente para formar mestres e doutores em outras
sub-áreas do domínio da Arquitetura, que não as já tradicionais.
Ou amos dizer que, durante muitos anos, a Pós-Graduação em
Arquitetura representou uma extensão da graduação, um acrésci-
mo abrilhantado pelas pesquisas e publicações sob os ângulos da
crítica, da avaliação, da história, da morfologia e da prática projetual
em Arquitetura e Urbanismo.
Não se avançou na investigação tecnológica, nas questões da cons
trução, na metodologia projetual e nos aspectos ambientais relati
vos à interferência do e no edificado.
Coordenação: Liana De Ranieri Pereira
Participação: Olinio Gomes Paschoal Coelho, Denise Pinbeir«
Machado, Lilian Fessler Vaz
40
-
Relatório
Preliminar
RELATÓRIO PRELIMINAR
DAS CONTRIBUiÇÕES ENVIADAS PELAS INSTITUiÇÕES
DE ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO.
O
presente trabalho consiste na consolidação, pela Comissão
Acadêmico-Científica, dos documentos enviados ao Semi-
nário. Participaram da elaboração do presente trabalho os seguin-
tes membros da Comissão:
Sonia Marques - UFPe
Marlice Azevedo - UFF
Gonçalo Guimarães - UFR]
Wilson Ribeiro]r. - PUCCAMP
Isaías de Carvalho Neto - UFBA
Beatriz Couto - UFMG
Sonia Afonso - UFSC
Evanise Miranda - UFMG/ABEA
A elaboração deste relatório preliminar considerou os documen-
tos enviados pelas seguintes instituições: Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP),
Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Santa
atarina (UFSC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRj),
Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal da
Bahia (UFBA), Pontifícia Universidade Católica. de Campinas
(PUCCAMP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universida-
le Mackenzie e Universidade de Brasília (UnB).
As contribuições enviadas foram de natureza diversa e algumas
limitaram-se à apresentação de seus próprios cursos (UFV,
43
-
Mackenzie e PUCCAMP). A origem predominante dos documen-
tos são as escolas públicas (09), Os trabalhos são provenientes de
instituições que possuem pós-graduação "stricto sensu" ou "lato
sensu", com exceção daqueles emitidos pela UFPA, UFF e UFSC,
cujos cursos de pós-graduação em arquitetura e urbanismo estão
em processo de instalação.
Os documentos enviados tanto por Universidades Públicas como
por Particulares, ocupam-se indistintamente da graduação e da
pós-graduação. Porém, as críticas e sugestões apresentadas não
levam em consideração as peculiaridades que as diferenciam nos
mais diversos aspectos.
Os trabalhos, mesmo quando assinados por seus autores, foram
considerados como representativos das instituições de origem,
conforme estabelecera o regulamento do seminário.
Quanto à metodologia utilizada, a Comissão, após uma leitura
geral do conjunto dos trabalhos, procedeu aos destaques pelos
pontos do Ternário. Vale registrar, entretanto, que a recepção de
alguns documentos fora de prazo trouxe prejuízo ao ritmo do
trabalho.
Quanto ao temário, a leitura dos documentos levou a Comissão a
reconhecer a necessidade de introduzir mais um item relativo aos
programas de pesquisa, que foi objeto de várias contribuições.
No conjunto, os trabalhos abordaram pontos diversos. Revelam,
no entanto, uma tendência a particularizar as ternáticas a partir da
própria experiência. Distinguem-se, porém, em alguns trabalhos
que fizeram considerações de ordem mais geral, posições bastan-
te antagônicas. O trabalho do Rio Grande do Sul traz, nesse sen-
tido, uma postura singular ao colocar que a eventual universalização
da pós-graduação não deve ser considerada como uma priorida-
de nem representa necessariamente um ganho de qualidade para
este ensino, como um todo. Questiona a validade da pós-gradua-
ção como fórum único legitimado r da produção do conhecimen-
to, ressaltando a diferença entre formações profissionalizantes,
como a do arquiteto, e as demais áreas, voltadas para a pesquisa
acadêmica. Os demais trabalhos colocam-se em posição diversa,
aceitando de maneira geral a tendência à expansão da pós-gradu-
ação. Alguns mostram-se apenas receosos de que os programas
de pós-graduação em curso venham a esvaziar as graduações já
44
-
precárias. Já para o trabalho da Bahia, o saldo da expansão é
positivo, colocando-se o seu documento em vários pontos em
posição contrastante ao daquele do Rio Grande do Sul.
Com relação aos temas tratados, destacamos a maior incidência
no que se refere à integração entre a graduação e a pós-gradua-
ção. As maiores lacunas dizem respeito ao item apoio institucio-
nal à pós-graduação nas instituições públicas e privadas, e ao
item vantagens e desvantagens do vínculo com outras entidades
como ANPOCS e ANPUR.
Segue, em anexo, uma sumula dos trabalhos recebidos. Para faci-
litar uma visualização mais ágil, organizamos as contribuições re-
cebidas por pontos temáticos.
PONTO 1
Integração entre Graduação e Pós-Graduação
Item de maior incidência nos trabalhos apresentados, a posição
dominante aponta para o distanciamento da pós-graduação das
exigências da graduação (UFRGS, UFF, UFPA, UnB, UFRN). As
razões apresentadas para tal distanciarnento são diversas. A UFRGS
indica que o caráter profissionalizante da graduação contrasta com
o caráter acadêmico da pós-graduação, voltada para a pesquisa
ritualízada. Próxima a esta posição, está a UnB, para quem os
cursos têm caráter acadêmico, desvinculados do interesse da cli-
entela de pós-graduandos, predominantemente voltado para a ação
arquitetõnica.
Por outro lado, há os que, como a UFBA, afirmam haver uma
integraçào entre graduação e pós-graduação. Salientam, inclusi-
ve, os saldos positivos e referem-se à ampliação da qualificação
docente, de publicações, da pesquisa e de seminários sem indicar
de maneira mais precisa formas dessa integração.
Para a UFF a integração não existe, por predominar na pós-gradu-
ação uma perspectiva interdisciplinar do planejamento divorciada
da prancheta, longe da origem da formação do arquiteto e urba-
nista. Nota-se ainda, em alguns casos, o temor de que a criação de
45
-
pós-graduação venha a esvaziar a graduação já precária atual-
mente (UFPA).
Foram levantadas algumas sugestões visando promover a integra-
ção tais como o oferecimento, pelos mestrandos, de temas/aulas
no curso de graduação e exigência de participação efetiva do
corpo docente da pós-graduação na graduação (UFF). A UFRJ
sugere que a implantação de programas de pós-graduação de ca-
ráter multidisciplinar e interdepartamental, força de forma positi-
va a graduação a rever suas bases. Outro aspecto importante é a
integração dos docentes da graduação aos grupos de pesquisa
que se formam nos programas de pós-graduação.
PONTO 2
Articulação e Cooperação entre Cursos
No que diz respeito à cooperação interna entre os cursos de gra-
duação e de pós-graduação, as posições assemelham-se às ex-
pressas no item anterior.
A cooperação entre os diversos cursos da pós-graduação no pla-
no local, regional ou nacional e o intercâmbio cultural, esteve
quase que ausente dos comentários. A UFRN propõe uma articu-
lação entre cursos, sob a forma de convênios e consórcios. Já a
FAU-USPsalienta a inexistência de programas conjuntos com ins-
tituições de pesquisa
Este é um tema que, na opinião ela Comissão, exigiria um maior
aprofundamento. A própria Comissão ressentiu-se ela necessidade
de dados mais atualizados e precisos quanto à área de pós-gradu-
ação. O trabalho da FAU-UFR]utiliza fontes do SEEC-MEC,1993,
que indicam a existência de 56 cursos de graduação em Arquite-
tura e Urbanismo (16 federais, 4 estaduais, 1 municipal e 35 parti-
culares). Quanto à pós-graduação, registram-se 10 mestrados,
ministrados por escolas de Arquitetura, sendo 4 em Arquitetura,
os demais em Planejamento Urbano e um doutorado. Um levanta-
mento preliminar da Comissão conseguiu atualizar parcialmente
esses dados chegando à listagem em anexo.
46
-
Além destes cursos listados, aqueles de História Urbana, Geogra-
fia Urbana, Sociologia Urbana, etc têm interagido na pós-gradua-
ção, sobretudo na capacitação docente, embora não possam a
rigor configurar a área específica da pós-graduação em Arquitetu-
ra e Urbanismo. No entanto, o problema parece justamente reme-
ter ao fato de que esta área não conseguiu constituir uma identi-
dade própria, visível e reconhecida, tanto pelos que dela partici-
pam, docentes e discentes, quanto pelas instituições oficiais en-
carregadas das pós-graduação.
Para isto parece contribuir a inexistência na área de Arquitetura e
Urbanismo de um núcleo aglutinador da pós-graduação no âmbi-
to nacional. Esta, como se sabe, tem se reunido por áreas, em
associações nacionais. Avalia-se que a mais próxima da área seria
a ANPURque, no entanto, só recobre parte do universo dos inte-
resses da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo.
A ausência de um fórurn neste nível poderia, portanto, estar difi-
cultando a visualização de uma identidade da área de Arquitetura
e Urbanismo e, em conseqüência, restringindo as iniciativas de
intercâmbio e cooperação. Possibilidades como trocas ou conces-
sões eventuais ele membros do corpo docente ou de convênios
são assim, na maior parte desconhecidas.
A oportunidade da criação de um fórum dessa natureza exigiria,
no entanto, algumas reflexões. Uma delas é a especificidade da
produção do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo, que nem
sempre se molda à pesquisa acadêmica ritualizada, como apon-
tam os trabalhos da UnB e da UFRGS.Nesta perspectiva, um fórum
em Arquitetura e Urbanismo não poderia ser restritivo à produção
do conhecimento nos moldes tradicionais da pesquisa acadêmica.
Uma outra questão diz respeito à especificidade do conhecimento
em Arquitetura e Urbanismo e a sua relação com as exigências da
multidisciplinaridade, de maneira a não descaracterizá-Ia, como
aponta o trabalho da UFR].
É preciso, assim, estabelecer a medida do relacionamento com
áreas já consolidadas como ANPOCS, ANPUR,ANTAC,ou outras,
tomando as reflexões acima como base.
As próprias definições tradicionais de áreas e sub-áreas de conhe-
cimento, estabelecidas pela CAPES, CNPq e outras agências de
47
-
fomento, parecem não contemplar os requisitos da área de Arqui-
tetura e Urbanismo e talvez merecessem ser reconsideradas.
A não integração das experiências de pós-graduação na área de
Arquitetura e Urbanismo tem dificultado uma maior difusão do
conhecimento produzido nesta área. Isto exigiria, portanto, um
estudo mais acurado por parte de algum mecanismo institucional
ou fórum dedicado a esta questão, em moldes a serem precisa-
dos.
Uma das grandes conseqüências até o momento tem sido que
grande parte do conhecimento produzido em arquitetura em ur-
banismo não atinge o público interessado. Por um lado, este co-
nhecimento muitas veze~ está disperso em outras áreas afins já
consolidadas e reconhecidas, reunidas pelas associações nacio-
nais de pós-graduação. Por outro, muito desse conhecimento é
divulgado através de congressos, seminários ou publicações pro-
fissionais dos arquitetos e urbanistas que não contam com reco-
nhecimento e credenciamento pelo meio científico-acadêmico, face
aos atuais critérios de mérito.
Seria, portanto, também necessário pensar na redefinição de tais
critérios e numa política editorial que reforçasse as iniciativas em
curso, divulgando e ampliando o seu acesso a um público mais
amplo, bem como a abertura para novas publicações na área.
PONTO 3
Necessidade ou Não de Áreas de Concentração
Com exceção da UFRGS, que relativiza a própria eficácia da pós-
graduação, os demais trabalhos aceitam tanto a tendência
expansionista quanto a existência de áreas de concentração. A
definição destas é, no entanto, alvo de abordagens diversas.
A USP reafirma a tradição das diversas áreas por contemplar a
multidisciplinaridade em Arquitetura, que são: Arquitetura, Urba-
nismo, Paisagismo, Desenho Industrial, Comunicação Visual, His-
tória, Arte, Conforto Ambiental, Ecologia, Materiais, Industrializa-
ção da Construção, Habitação, etc. Em apoio a esta estrutura colo-
48
-
ca-se a UFRN. Defende a área de concentração em Estruturas
Ambientais Urbanas e diversas sub-áreas da FAU-USP como a que
mais se adequa às potencial idades da arquitetura e urbanismo.
Conclui enfatizando que ela permite a especialização do arquiteto
a partir dos diversos enfoques do ambiente urbano, bem como o
trabalho conjunto com engenheiros, cientistas sociais, biólogos, ete.
A UFV e o Mackenzie limitam-se a apresentar a sua própria
estruturação de cursos. A primeira situa sua experiência como
relacionada à tradição municipalista local. A segunda afirma que a
área de arquitetura e urbanismo deve definir respostas ao déficit
habitacional, à falta de equipamentos sociais, à escassez ele recur-
sos sociais e privados para os problemas da cidade e da região.
Na opinião ela UFPA e ela UFR], a expansão ela área ele pós-
graduação em Planejamento Urbano e Regional foi feita em detri-
mento elo e q u a c io n a me n to elo ensino do projeto e a
multidisciplinaridade nesta área tem acarretado a perda do domí-
nio do campo disciplinar específico à Arquitetura e Urbanismo.
A UFRJ, em particular, atenta para a necessidade de um campo II
~isciplinar especít~ico que !nco~'pore referenciais conceituais e te-
ortcos, bases históricas e filosóficas da Arquitetura e Urbanismo;
em resumo, ao estudo do ambiente construido vivido.
Para a UnB, finalmente, não há a dicotomia entre planejamento e
projeto. Os problemas de área de conc ntração e linhas de pcs-
qui a podem ser definidos pela extensão física (projeto de arqui-
tetura, projeto de urbanismo, etc) pela questão ana lítica (conforto
ambienta I, aspectos de percepção do espaço, etc) ou pela ques-
tão do recorte histórico (estética ela arquitetura, etc.).
PONTO 4
Apoio Institucional à Pós-Graduação nas
Universidades Públicas e Privadas
Este item, que trata do apoio interno das instituições aos cursos
de pós-graduação e à capacitaçào docente, praticamente não foi
abordado nos trabalhos, à exceção de algumas menções.
49
-
o texto apresentado pela UFF registra a existência de uma políti-
ca de estímulo à instalação de cursos de pós-graduação com a
formação de uma Comissão, designada pelo Centro Tecnológico,
encarregada de formular o projeto na Escola de Arquitetura e
Urbanismo. Esta política reforça a transdisciplinaridade como vem
ocorrendo com a área do Meio-Ambiente onde se estrutura um
"megaconvênio" envolvendo 16 instituições. A EAU/UFF relata
que foi acionada para estruturaçào de um Curso de pós-gradua-
ção, que funcionasse com apoio nesse megaconvênio, oferecen-
do o conhecimento específico sobre problemática urbana, sua
compreensão e possibilidades de intervenção.
Já a contribuição da UFBA aponta para outra realidade, constatan-
do a inexistência quase generalizada de uma política institucional
de capacitação docente. Considera que a pós-graduação via de
regra, não é contemplada no plano de trabalho dos Departamen-
tos, existindo, inclusive, aqueles docentes voltados exclusivamente
para o ensino. Não há apoio aos professores que desejam obter
títulação nem se viabiliza sua efetiva participação nas atividades
da pós-graduação
Permanecem, a respeito deste item, questões importantes para
discussão no Seminário, dadas a sua significação e as desigualda-
des verificadas no desenvolvimento da pós-graduação nas Uni-'
versidades públicas e privadas:
• como se caracteriza atualmente o apoio institucional à capacitação
docente?
• que apoio as instituições devem dar aos cursos de pós-gradua-
ção em criação e aos já existentes?
• que vínculos os docentes devem manter com suas instituições
durante o período de capacitação?
• que apoio deve ser oferecido para o aproveitamento dos do-
centes que retornam após capacitação?
• a política de não investimento na qualificação do corpo docen-
te verificada nas universidades privadas sofrerá alteração com as
modificações previstas no projeto da LDB em votação no Con-
gresso Nacional?
50
-
PONTO 5
Condições de Acesso e de Permanência dos Profissionais
(Critérios de Seleção e Bolsa)
O público a atingir restringe-se, para alguns dos trabalhos, ao
universo acadêmico. Trata-se, neste caso, de formação de profes-
sores e pesquisadores. Outros, no entanto, advogam a necessida-
de de uma formação mais compatível com o interesse da clientela
profissional. A UFV define o universo visado em termos quantita-
tivos (20 técnicos) e qualitativos (profissionais aptos a proporem
e executarem política urbana, rural e regional). 'A Mackenzie e a
PUCCAMP destinam seus cursos preferencialmente a arquitetos,
porém, acolhem outros profissionais que atuam ou tenham a in-
tenção de atuar nesta área.
As mudanças nas regras de ingresso, nos prazos e datas são difi-
culdades para os candidatos, os docentes e a burocracia, aponta-
das pela FAU-USP. Para a UFRN, o acesso mais amplo à pós-
graduação é prejudicado pela concentração destes cursos no eixo
Sul-Sudeste. Quanto ás condições de permanência, os docentes
que realizam a pós-graduação em sua própria região ou institui-
ção de ensino são penalizados por não contarem com bolsa e não
serem liberados ele suas atividades.
A proposta da UFV é "facilitar o acesso e a permanência de um
público com vínculo empregatício, do qual não pode abrir mão,
através de cursos mensais em módulos concentrados."
Os índices de evasão e as suas razões não foram abordados pelos
trabalhos. Porém, apontam-se inúmeros casos de abandono ele
curso após a conclusão elos créditos, sem a conclusão ela I esquisa
ou a elaboração ela monografia ou tese, A FAUUSP salienta que o
tempo necessário para conclusão elos trabalhos tem sido superior
ao que seria ielea 1. Indica ainda que esse retardo pode ser atribu-
ído, em vários casos, a conflitos com a orientação que chegam a
ocasionar o abandono do curso.
51
-
PONTO 6
Princípios para DefiniCjão de Temas e Orientadores
Este aspecto foi pouco abordado pela maioria dos trabalhos, o
que pode ser resultado de diversos fatores, Visto que:
• alguns cursos são .recentes ou estão em formação e não têm
experiência sobre o assunto;
• os cursos de especialização nem sempre adotam a prática de
trabalhos finais com temas específicos e com orientação;
• o problema aparece correlacionado à definição das áreas de
concentração.
A UFF indica "uma demanda discente de afinidade de temas para
pesquisa" A UFPA aponta para a oportunidade de melhor int:-
grar a pós com a graduação através do dese nvolvimento de tema-
ticas mais associadas aos problemas do projeto Os problemas
apontados pela FAU-USPdizem mais respeito às o;-ientações, muitas
vezes negligentes, pouco criteriosas ou cl!entel!stl~as. Ressaltam,
ainda a inexistência de incentivo à orientação, o numero InSUflC1-
ente de orienta dores e a não transferência do conhecimento de
orientadores mais experientes aos mais jovens.
PONTO?
Pós-GraduaCjão de Profissionais Arquítetos e Urbanistas
em Outras Áreas (Limites e Possibilidades).
Não houve, ao longo das contribuições, uma avaliação precisa do
que tem sido este fenômeno em term~s q,uantit~tivos e qualitati-
vos. De qualquer modo, esta formaçao e conSiderada negativa
mesmo em áreas conectas àquela dos arquitetos (UFPA, UFBA,
UFRN). A UFRN, por exemplo, embora afirme que é necessário,
para "projetar uma residência" o domínio de diversas áreas do
conhecimento, considera distorcido o fato de arquitetos cursarem
programas de pós-graduação em outras áreas, ainda que ressal-
vando a contribuição de outras áreas tais como Engenharia CIVÜ
52
-
(instalações) , Engenharia Mecânica (conforto ambiental), Ciênci-
as Sociais (plano diretor e habitação popular)
Numa postura mais favorável à interdisciplinaridade colocam-se a
UFR], a Mackenzie e a UFF A Mackenzie dirige a pós-graduação
preferencialmente aos arquitetos, porém afirma que o caráter in-
terdisciplinar permite aceitar profissionais de outra formação. A
UFF, por sua vez, faz da interdisciplinaridade uma diretriz para a
implantação de seus cursos de pós-graduação.
A UFR] enfatiza que a multidisciplinaridade deve estar presente
na formação do profissional, na qualificação do docente, nos gru-
pos e conteúdos de pesquisa, tanto quanto como nas equipes que
praticam a profissão nos seus diversos ângulos e segmentos.
A postura favorável à interdisciplinaridade vem acompanhada, no
entanto, de uma preocupação com a perda da especificidade do
conhecimento em Arquitetura e Urbanismo. Nesta perspectiva é
também salientado que a expansão da pós-graduação em áreas
consideradas "periféricas à atividade projetual", tais como Teoria
- História, Conforto Ambienta] e Planejamento, fez-se' em detri--
mento da preocupação com a área relacionada com a atividade
de Projeto.
PONTO 8
Vantagens e Desvantagens do Vínculo
entre TitulaCjão e Salário
Tal questão comparece de forma explícita em um número reduzi-
do de trabalhos. A UFRGS faz a defesa da especificidade da forma
de produção do conhecimento na área da Arquitetura e do Urba-
nismo em função de seu caráter profissionaliz ante. Por isto
propugna "a instituição de mecanismos de reconhecimento e
legitimaçào formal daquele saber arquitetõnico que procede dire-
tamente da prática do ofício do arquiteto e que é desenvolvida
fora da esfera acadêmica, da pós-graduação e da pesquisa
ritualizada". Ressalva, no entanto, que nas áreas de Teoria, Histó-
ria e Planejamento Urbano e Regional a pós-graduação tem um
papel importante a cumprir na produção deste conhecimento.
53
-
Assim, considerando que parte fundamental do saber na área es-
capa à lógica do fazer acadêmico, propõe a restauração da impor-
tância histórica e legal da livre-docência e da efetiva possibilidade
de defesa direta de tese como mecanismos imprescindíveis na
área profissional.
Aponta que a retomada desses meios, abandonados desde a Re-
forma Universitária de 1968, permitiria que os professores ligados
ao mercado de trabalho extra-muros deixassem de ser penaliza-
dos em sua ascensão acadêmica. As dificuldades que se ante-
põem à ascensão na carreira deste setor decorrem tanto da ausên-
cia de mecanismos de reconhecimento do saber produzido na
praxis arquitetõnica e urbanística, conforme já salientado, como
das dificuldades encontradas por esses professores em se adequar
a tais exigências, a saber: ausência da oferta de cursos em sua
base geográfica e/ou a impossibilidade de conciliar suas tarefas
profissionais e discentes.
Sem defender o mesmo tipo de posição quanto à titulação, a UnB
afirma que o caráter acadêmico da pós-graduação não atende ao
interesse da clientela que atua no mercado profissional. E lembra
que, para os docentes, a forma atual de titulaçào pode levar pre-
cocemente ao final da carreira. A UFPA acrescenta o fato de
inexistirem incentivos para que o professor titulado continue pro-
duzindo.
Não se detectou, no entanto, em outros trabalhos, qualquer
questionamento da validade da forma acadêmica de produção de
conhecimento para a prática profissional. Alguns - UFBA, UFRN,
UFPA - fazem a defesa explícita da importância dessa forma de
titulaçào acadêmica.
Cabe, finalmente, perguntar se o tímido tratamento do tema pode
ser interpretado como um apoio generalizado à importância da
pós-graduação na carreira acadêmica, bem como a seus efeitos
para a produção da arquitetura e urbanismo feita fora do contexto
universitário.
54
-
PONTO 9
Pertinência das Prioridades e Critérios Estabelecidos
pelas Agências de Fomento
(Financiamento e Avaliação de Desempenho)
o tema é pouco tratado nos trabalhos enviados, ainda que extre-
mamente importante pela sua influência na definição de áreas de
estudo e na estruturação dos cursos de pós-graduação.
Às vezes, vem associado à qualificação do corpo docente ou ao
acesso a recursos para pesquisa, geralmente voltados para a pós-
graduação e dependentes "do circuito urbano na qual ela é envol-
vida, p.enalizando as instituições do chamado circuito regionalizado
e periférico" (UFRJ e UFBA).
A UFBA propõe ainda uma política agressiva por parte das insti- 
tuições de ensino, junto às agências de fomento para o desenvol- 
vimento de uma política de pós-graduação que reforce a área.
Outras instituições, C01110 a UFR] e UnB, revelaram os conceitos
cios seus cursos, demonstrando uma aceitação implícita dos crité-
rios de avaliação existentes. Situações como as bolsas obtidas atra-
vés das agências de fomento foram citadas pela UFr e ilustradas
pela UnB com o exemplo do curso de pós-graduação em Plan ja-
mento Urbano, financiado pelo Programa Nacional de Capacítação
ele Recursos Humanos para o Desenvolvimento Urbano entre 1976
e 1986. Com o encerramento do Programa, a I os-graduação foi
reforrnu Ia da . .
Ca~eassinalar, entretanto, a ol~lissão de posicionarn nto quanto a
enterros de avaliação e prioridades, o que pode expressar uma
postura reservada dian~e elas instituiç - es, no sentido de evita r Iquesuonarnentos e confrontos.
Seria o caso de perguntar se a integração do." diversos cursos de
pós-graduação na área de Arquitetura e Urbanismo, ainda não
consolidada, estaria ratificando a dorninância de áreas e grupo já
estabelecidos, em detrimento da entrada de novos pesquisador s
e de cursos emergentes.
55
-
PONTO 10
Vantagens e Desvantagens de Vínculo com Outras
Entidades (ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED, etc)
Quanto aos vínculos com outras entidades, somente a UnB cita
como vantagens os encontros técnicos-científicos promovidos pelas
associações, pela oportunidade de divulgação da produção inte-
lectual no âmbito do seu curso de mestrado. Fica evidente a lacu-
na a respeito de qualquer observação ou avaliação mais precisa
da contribuiçào efetiva destas entidades.
Cabe questionar o papel que elas representam hoje, como estari-
am contribuindo com os cursos de pós-graduação e se não estari-
am somente estimulando o desenvolvimento de trabalhos teóri-
cos - pesquisas sobre temas específicos - visando mais a obten-
ção de prestígio pessoal do que propriamente colaborando com o
aprimoramento da área de conhecimento da Arquitetura e do Ur-
banismo, o que nos remete à discussão inicial (ponto 1) que aborda
a integração entre os cursos de graduação e pós-graduação.
PONTO 11
Dificuldades e Potencialidades do Vínculo entre Ensino
de Gradua(jão, Pós-Gradua(jão e Titulação
Ante a suposição, sugerida pelos diversos textos, da existência de
vínculos entre ensino de graduação, pós-graduação e titulação -
sem aqui entrar no mérito da consistência desses mesmos víncu-
los - interessa verificar as razões indicadas para esta questão.
Algumas delas tratam de circunstâncias próprias de cada institui-
ção, outras são decorrentes de aspectos gerais e presentes em
várias universidades, ou, finalmente, são conseqüências de con-
ceitos específicos da área de atuação do arquiteto.
É mais ou menos consensual que há divisão mal administrada
entre os conceitos de Teoria e de Prática nos camp s abrangidos
pela profissão (UFSC, UnB e UFRGS);também' apontada a insu-
ficiência das políticas de pós-graduação existentes no país (UFRGS,
USP e UFBA). São vistas como causas desses problemas desde a
56
-
ausência de política de pesquisa na área da Arquitetura em nível
nacional, seja formal ou não, até as naturais deficiências da expe-
riência relativamente recente na pós-graduação implantada na
estrutura fragmentada do modelo universitário adotado.
Os textos sugerem que a dúvida sobre o papel da pós-graduação
permanece sem resposta satisfatória ao se considerar um público
a atender constituído por profissionais, pesquisadores e professo-
res universitários, como três categorias distintas. Neste aspecto
encaixa-se o conflito entre as instâncias técnicas e artísticas, de
um lado, e as acadêmicas de outro, explicitado nas críticas às
características da pós-graduação "stricto sensu" e "lato sensu" e
aos seus respectivos níveis de prestígio.
A questão do prestígio é sugerida como instância de poder, seja
pela especificidade do título acadêmico formal e suas conseqüên-
cias políticas internas à escola, seja pela articulação à estrutura
institucionalizada de pesquisa. Ressalte-se neste tópico a
especificidade da sugestão, apresentada pela UFRGS, em termos
da possibilidade de se obter titulaçào exclusivamente por tese,
com a reabilitação do instituto da livre decência - ou seja, ~I parte
da pesquisa ritualizada.
Em relação às limitações, ressalte-se a crítica às questões salariais,
à inexistêncía de critérios objetivos e unificados para a avaliação
do quadro docente na graduação e na pós-graduação, além elas
dificuldades de distribuição de docentes pelos dois níveis de ensi-
no. Foram lembradas ainda: a tendência inercial ao isolamento
entre os dois níveis (USP) e a '.'ânsia compulsiva de aperfeiçoa-
mento ante as perspectivas de poder" (UFF).
Quanto ~IS potencialidades, caberá ao Seminário discutir sobre as
distintas perspectivas apontadas pela UFPA(o receio da p 's-gra-
duaçào trazer inconveniência e prejuízos à graduação), pela U','BA
(padrão de legitimação marcada pela defesa da qualidade c da
produtividade), arribas pelos caminhos formais, e pela UFRGS(ca-
minhos alternativos da livre-decência como complemento para
titulaçào, ao lado dos já existentes).
57
-
PONTO 12
Vínculo entre Ensino de Graduação, Pós-Graduação
e Pesquisa.
Os enfoques sobre as atividades de pesquisa existentes na área de
arquitetura e urbanismo derivam de sua inserção dentro do mo-
delo de ensino superior no país - onde aparece vinculada exclu-
sivamente à pós-graduação - abordando o seu papel na produção
.do conhecimento na área de Arquitetura e Urbanismo, suas
interfaces com a pós-graduação e os problemas atuais para seu
i desenvolvimento no interior das instituições.
-1 O texto da UnB afirma que" o principal dilema é a contradição
entre uma prática milenar (de construir espaços arquitetõnicos e
de projetá-Ios) e uma tradição de pesquisa quase inexistente, res-
ponsável pela ausência de pressupostos efetivamente teóricos para
a Arquitetura. Esta contradição nos faz hoje lutar pelo estabeleci-
1
1mento como área de conhecimento científico, condição para que
os cursos de Arquitetura e Urbanismo permaneçam nas universi-
dades" .
A contribuição da UFRJ, por sua vez, registra que as estatísticas
sobre pesquisa na área de Arquitetura e Urbanismo, bem como a
reduzida oferta de pós-graduação "lato sensu" levam a entender
que a implantação dos programas de pós-graduação nas institui-
ções não seguiu, na maioria dos casos, o processo preconizado
como ideal de evolução natural das atividades de pesquisa e Pós
Graduação "lato sensu".
Por outro lado, o texto da UFRGS ressalta "o fetiche em que se
transformou a pós-graduação e a pesquisa na universidade públi-
ca nos últimos anos". Em alguns currículos, acredita-se que "o
professor não envolvido com a pesquisa e a Pós-Graduação é um
docente de 2ª classe".
Afirma ainda que "o modelo atual de Pós-Graduação, de estilo
norte-americano, caracteriza-se essencialmente pelo objetivo de
preparar recursos para a pesqu isa acadêmica ritualizada":
O texto da UFBA, também, vincula o desenvolvimento da pesqui-
sa ao próprio modelo de pós-graduação, diferenciando-a de ou-
tras "etapas" da formação acadêmica e profissional, reforçando,
58
-
porém, que o fato da pesquisa ter-se concentrado essencialmente
na pós-graduação trouxe problemas para a renovação da gradua-
ção.
A contribuição da UFRGS enfatiza que ", a pesquisa acadêmica,
indissociável da pós-graduação, é erroneamente considerada como
forma universalmente válida e insubstituível de produção do co-
nhecimento". Seria, segundo o texto, mais adequada a áreas do
conhecimento que têm na pesquisa sua forma principal de exis-
tência e onde confunde-se o professor com o cientista ou pesqui-
sador. O que não seria o caso da Arquitetura e Urbanismo, onde
", como em muitas áreas do ensino superior profissionalizante,
pode-se ser um ótimo professor sem ser obrigatoriamente pesqui-
sador ou pós-graduado".
Por outrolado, o texto da FAUUSP registra a inexistência de uma
política para pesquisa na área de Arquitetura a nível nacional
dificultando o desenvolvimento de uma pós-graduação mais efici-
ente, com recursos e objetivos claros. Ressalta que <I
descontinuidade de financiamentos tende a desestruturar todo e
qualquer esforço para manter a pesquisa de médio prazo, num
quadro onde predomina o pesquisador individual com meios pró-
prios e faltam programas conjuntos da pós-graduação C0111 insti-
tuições de pesquisa.
Quanto ao relacionamento da pesquisa com J graduação, afirma
que ". apenas em casos excepcionais alunos de graduação devem
participar ele atividades relativas ~I formação de pesquisadores c
prof ssores", contrapondo-se à contribuiçào da UnB. que não
entende a pesquisa como uma instância própria da pós-gradua-
ção, com os professores responsáveis pelas linhas de pesquisa
incorporando os estudantes da graduação ao seu trabalho de in-
vestigação.
O texto da UFBA encaminha, ainda, sugestões para o desenvolvi-
mento da pesquisa, como a elaboração de uma agenda de pesqui-
sa e divulgação de informações relativas aos recursos disponív is
em órgãos de fomento, multiplicação de gestões frente a outras
fontes públicas e privadas de financiamento de pesquisa, assim
como a discussão r gionalizada e particularizada da situação das
Faculdades de Arquitetura e Urbanismo junto aos órgãos públicos
de fomento. .
59
-
RELAÇÃO DE CURSOS
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS
Mestrado em Arquitetura
Mestrado em Planejamento Urbano e Regional
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo .
Doutorado em Arquitetura e Urbanismo
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS - USP
Mestrado em Arquitetura
-------_.-
UNIVERSIDADE MACKENZIE
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE FEOERAL DA BAHIA - UFBA
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
Especialização em Restauro e Patrimônio
60
-
Cerimônia de Encerramento do Seminário Da di sit .
da, Prof" Carmem Casso I, Prof" Maria Elisa Me,ra,r~'r~tara ?.esqu~r-
Prof" Nílcéia Lemos Pelandré, Prof. Itamar Kalil, ÊngO
w1s~~r:Arq. TumgXmg Xang e Arq. Valeska Peres Pinto. ang,
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
Mestrado em Arquitetura
Especialização em Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ViÇOSA - UFV
Especialização em Planejamento Municipal (em montagem)
Mestrado em Urbanismo (em montagem)
--------------_ .._--
UNIVERSIDADE DE BRASíLlA - UNB
Mestrado em Desenho Urbano
Mestrado em Planejamento Urbano
._-------------
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
Mestrado em Desenvolvimento Urbano e Regional
---- ._----_._.- -- -----_ .._-----------_._-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
Mestrado em Arquitetura (em montagem)
Especialização em Urbanismo
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE -. U FF
Mestraclo em Urbanismo e Gestão Urbana (em montagem)
61
Ata da
XV Reunião
••..---_._~~
ATA DA XV REUNIÃO
DO CONSELHO SUPERIOR DA ABEA - COSU
"
As 11 :00 horas do dia 14 elo mês ele maio ele 1993, na UFSC -
Auditório Prof. Luis Antunes Teixeira - foi aberta a XV reu-
nião do COSU/ ABEA pelo professor Itarnar Costa Kalil - presiden-
te em exercício da ABEA, que procedeu a leitura ela pauta ela
reunião e logo a seguir esclareceu os presentes sobre a forma ele
participação dos delegados no COSu.
Examinando a pauta proposta, a Presidência propôs incluir item
sobre "Informes Gerais: Ópera Prima, Livro Paulo Santos, lnfor-
mática ."
o professor Carlos lartins - ('SP/São Carlos sugere incluir na
pauta item sobre "Exame ele Ordem".
Após discussão, foi aprovada a seguinrc pauta ela XV Reunião cio
COSU:
1 - Informes erais : Ópera Prima, Livro I)aulo Santos, ínformárí-
ca , CEAU.
2 - Convocação para o Vl CONABEA, Xl EN. EA e XVI COSlJ.
3 - Encaminhamento ele alteração dos Esrarutos.
4 - Comissão Eleitoral.
5 - Encaminhamento elas decisões do Seminário de Pós-Gradua-
ção.
6 - Anuidades.
65
-
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Seminário discute políticas para ampliação da pós-graduação em arquitetura

  • 2. ANAISSeminário Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo Florianópolis - 11 a 13 de maio de 1993
  • 3. DIRETORIA EXECUTIVA ABEA (Gestão 91/93) Presidente Maria Elisa Meira - UFF (licenciada) Více-Presidente Itamar Costa Kalil - UFBA (presidente em exercício) Secretaria Geral Evanise Colambini Miranda - UFMG Sub-Secretária Maria Gleide Santos Barreto - UFBA Secretaria de Finanças Isabel Cristina Eiras de Olioeira - UFF Sub-Secreraria de Finanças Guiualdo D'Alexandria Baptista - UFBA DIRETORES REGIONAIS Carmem Cal - UFPA Sonia Marques - UFPe Sérgio Machado - Isabella Hendrix Ester Gutierrez - UFPel Paulo Romano Reicbilian - UNITA U VOGAIS Roberto Py - UFRGS Marlice Azevedo - UFF Maria de Fátima Campello - UFAL A publicação deste Caderno contou com o patrocínia do CONFEA Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Caderno 12 - Anais do Seminário Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - Salvador, setembro de 1994 Publicação da Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEA Organização: Itamar Kalil / Isabel Cristina Eiras de Oliveira Revisão: Isabel Cristina Eiras de Oliveira / Vânia Hemb M, Andrade Projeto Gráfico: Beto Cerqueira (071) 235-2973 Impressão e Acabamento: Envelope & Cia ABEA : Rua Caetano Moura, 121 - Federação - CEP 40.210-350 - Salvador - Bahia - Telefone: (071) 245-2627 - Fax: (071) 247-3511 SEMINÁRIO NACIONAL PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO Comissão Organizadora (ABEA/UFSC) Itamar Costa Kalil - UFBA Isabel Cristina Eiras de Oliveira - UFF Roberto Py - UFRGS Carolina Palermo Szücs - UFSC Robetto Gonçalves da Silva - UFSC Carmem Seara Cassol - UFSC Anderson Claro - UFSC Comissão Acadêmico-Científica Euanise Miranda - UFMGI ABEA (coordenadora) Sonia Marques - UFPe 1 Paris Marlice Azevedo - UFF 1 Paris Gonçalo Guimarães - UFR] 1 COPPE Wilson Ribeira Jr - PUCCAMP / USP Isaias de Carvalho Neto - UFBA 1 USP Beatriz Couro - UFMG 1 EEUU Sonia Afonso - UFSC 1 USP Carlos Martins - USPCAR / Madrid [uan Mascará - UFRGS 1 USP Equipe de Apoio Dauusia Scbioahn Curcio - UFSC Doraci de Oliceira vieira - UFSC Ercio Pedra da Silra - FSC [acqueline Dant iani da Rosa - UFSC Maria Lidia Araújo Sintas - ABEA Maria Cé/ia Bueno Laranjeiras - UFSC Mirella Dutra - UFSC Tania Maria Roeca - UFSC Patrocinadores do Seminário Secretaria ele Ensino Superior elo MEC - SESU Conselho Regional ele Engenharia, Arquitetura e Agronomia ele Santa Catarina - CREA-SC FADEMAC S.A Agradecimentos SESU, ermA-Se, CREA-SP FADEMAC Universidade Federal ele Santa Catarina , Centro Tecnológic~, Departan~ento ele Arquitetura e Urbanismo, pelo a paio à realização elo evento,
  • 4. PARTIC IPANTES UFSC Alcimir De Paris Alina Gonçalves Santiago Anderson Claro Cartnem Seara Cassol Carolina Palermo Szucs Cesar Ploriano dos Santos Daniele Costa • Débora da R.Rodrig1les Lima • Denise Le Maitre Rosatto • Fernando o.Ruttka v Pereira Hamilton Cm'valho de Abreu João Eduardo Di Pietro Lisete TA.de Oliveira Marcela Ferrari • Margot Moreno BConsiglio Maria Inês Sugai Narbal Ataliba Marcellino Nelson Popini Vaz Odette Maluf Teixeira Roberto Gonçalves da Sili 'a Rosana Montagner Ceruo • Rosângela M.de Souza Carneiro • Sergio A .Alibert Meirelles Sergio Castello B.Nappi Sonia Afonso C) Acadêmicos FURB Stenio Calsado Vieira UFRJ Denise Pinheiro Machado Gonçalo Guimarães Liana de Ramieri Pereira Olinio Gomes P Coelho UNB Bennv Scbuasberg Frederico de Holanda USU Almir Pernandes UFF/ABEA Isabel Cristina E.de Oliveira CAPES Abigail de o. Carvalho Celso Latuparelli UFF Cristina Fernandes de Mello Marlice N.Soares de Azevedo CNPQ Celso Martins Pinto UNIFENAS Antonio Fernando dos A Abrão UFMT Nedvr G.ivfar/inho Modesto UFV Paulo Tadeu Leite Arantes UFBA Ana Feruandes Cbristina A .Paim Cardoso Gu it -aldo DA. Baptista fsaias de eSC/li/os Neto UFMG Beatriz A. d Araujo Couto UFMG/ABEA Euanise e Miranda UFBA/ABEA Itautar Costa Kalü FEBASP/UNISANTOS Maria Helena M.B.Flvnn UFRGS/ABEA Roberto Pv USP/SÃO CARLOS Carlos Alberto FMartins Ricardo Martucci UFPE/ABEA Luiz Mauue! do E. AIIIOIÚI/ UFRN Pedra Antônio de Lima SantosPUCCAMP Iuone Salgado Wilson R.dos Santos junior UFAL Germana Siloa Pascuat MACKENZIE Roberto Rigbi UFAL Rodrigo de A Ramalbo Filho USP Ualfrido DeI Carfo PUC/PR Luis Saluador PGnoato UEL Paulo Rolando de Lima UFPB Ana Maria de S. M. Farias UFPE CirceMaria Gama Monteiro Sonia Marques UFPA Cariuem Lucia Valério Cal [orge Dereu]i UFPEL Ester]. B. Gutierrez UFRGS Elrau Siha [uau Mascará Linett Castello ANPED/UFSC José André Angotti UBC Candido Malta Campos Neto FNA Valeska Peres Pinto RIBEIRÃO PRETO Rutb Cristina Montanbeiro Paulino
  • 5. PROGRAMA 12:00h - Almoço 14:00h - Temas para Discussão • Condições de acesso e de permanência dos profissionais (critérios de seleção e bolsas) • Princípios para definição de temas e orientadores • Pós-graduação de profissionais arquitetos e urbanistas em outras áreas (limites e possibilidades) • Vantagens e desvantagens do vínculo entre titulaçào e salário (especialização, mestrado e doutorado) Noite - LIVRE __ D_I_A11 SEGUNDA-FEIRA 9:00h - Abertura do Seminário Magnífico Reitor da UFSC Prol Antonio Diornârio de Queiroz Presidente da ABEA (em exercício) Prol Itamar Kalil 9:30h - Painel Coordenadores dos Cursos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo 13:00h - Almoço 15:00h - Painel CAPES - Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior Profa. Abigail de Oliveira Carualbo Diretora da Área de Avaliação CNPq - Conselho Nacional de Pesquisa Dr. Celso Martins Superintendente da Área de Ciências Humanas e Sociais 19:00h - Painel Prol Celso Lamparelli (Coordenador painel) Coordenador da Área de Arquitetura e Urbanismo - CAPES ANTAC - Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construido Prol Roberto Lambertz (ince-presidente) ANPED - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Prol José André Angotti _______ J?~~13 Q~~RTA-FEIRJI- _ 9:00h - Temas para Discussão • Pertmência das prioridades e critérios estabelecidos pelas agências de fomento (financiamento e avaliação de desempenho) • Vantagens e desvantagens de vínculo com outras entidades (ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED, dentre outras) • Dificuldades e pontencialidades do vínculo entre ensino de graduação, pós-graduação e titulação • Dificuldades e potcncialidades do vínculo entre o ensino de graduação, pós e pesquisa 12:00h - Almoço 14:00h - Plenária Geral Aprovação do Relatório 19:00h - Encerramento Prof" Nilcéia Lemos Pelandré . Vice-Reitora da UFSC Prof. Hélio Leite Representante da SESU EngQ . Wilson Lang Presidente do CREA-SC Prof". Maria Elisa Meira Presidente da Comissão de Especialistas em Arq. e Urb. - CEAU/MEC Arq. Valeska Peres Pinto Presidente da FNA Arq. Tuing Xing Xang Vice-Diretor do Centro Tecnológico Prof". Carmem Cassol Representante do IAB-SC Prol Itamar Kalil Presidente da ABEA 9:00h - Temas para Discussão • lntegração graduação e pós-graduação • Articulação e cooperação entre cursos • Necessidades ou não de áreas de concentração • Apoio institucional à pós-graduação nas públicas e privadas 20:00h - Abertura XVCOSU
  • 6. APRESENTAÇÃO O Caderno de nº 12, retoma a série de publicações que a ABEA vem produzindo nos últimos anos. Este, contém os resulta- dos do 1º SEMINÁRIO SOBRE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITE- TURA E URBANISMO, realizado em maio de 1993, no Departa- mento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina. A temática colocada para discussão no Seminário, promoveu a reunião de cursos de Arquitetura e Urbanismo com o objetivo de apresentar propostas para subsidiar a definição de uma política da ABEA de ampliação da pós-graduação na área de Arquitetura e Urbanismo (especialização, mestra do e doutorado) que se caracterize pela integração entre graduação e pós. Foram relacionados 12 pontos como sub-ternas para discussão e apresentação de trabalhos os quais ordenam a apresentação dos resultados. Eles procuram abranger as questões pertinentes aos cursos hoje em funcionamento no país, de forma a globalizar os problemas da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. Com a tarefa de consolidar os trabalhos apresentados e conduzir as discussões, foram indicados dez professores titulados na área aos quais agradecemos o empenho demonstrado na difícil tarefa que lhes coube. O presente relatório apresenta a sistematização dos trabalhos enviados de acordo com os pontos previamente definidos, o programa do Seminário, as conclusões das discussões e a relação dos participantes. Esperamos que os resultados aqui apresentados dêem origem à formulação de uma política para o setor e sirvam de subsídios para a ampliação da discussão da pós-graduação na área.
  • 7. ~ . ------_. __ ... 1 1-----.---.-----1 I Relatório das Discussões
  • 8. INTRODUÇÃO Este relatório contém os debates e conclusões do Seminário Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, promovido pela Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura - ABEA - com o apoio do Departamento de Arquitetura da Univer- sidade Federal de Santa Catarina, nos dias 11, 12 e 13 de maio de 1993 em Florianópolis As discussões tiveram por base os trabalhos encaminhados pelas seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universi- dade Federal do Rio de Janeiro (UFHJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ponti- fícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP), Universida- de Federal de Viçosa (UFV), Universidade Mackenzie e Universi- dade de Brasília (UnE) A sistemática dos trabalhos consistiu na consolidação dos traba- lhos enviados, o que foi feito pela Comissão Acadêmico-Científi- ca, tendo por base os pontos anteriormente estabelecidos pela ABEA: Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 - integração entre graduação e pós-graduação; - articulação e cooperação entre cursos; - necessidade ou não de áreas de concentração; - apoio institucional à pós-graduação nas univer- sidades p blicas e privadas; 13 -
  • 9. Ponto 5 I acesso e de permanência dos rI' fi' i nai (critérios de seleção e bolsa); P nt • I rin ípios para definição de temas e ri ntadores, p nto 7 • pó -graduação de profissionais arquitetos e urbanistas em outras áreas (limites e possibilída- d s); p( nt - vantagens e desvantagens do vínculo entre titulação e salário; I nt 9 - pertinência das prioridades e critérios estabele- cidos pelas agências de fomento (firiahc~nto e avaliação de desempenho); Ponto 10 - vantagens e desvantagens de vínculo com outras entidades (ANPOCS, ANPUR, ANPED, dentre outras); Ponto 11 - dificuldades e potencialidades do vínculo entre ensino de graduação, pós-graduação e titulaçào, Ponto 12 - vínculo entre ensino de graduação, pós-gradua- ção e pesquisa. (Este ltimo ponto foi acrescenta- do porque constou das contribuições enviadas). A abertura dos trabalhos deu-se pelo Magnífico Reitor da Univer- sidade Federal de Santa Catarina, prof. Antônio Diomário de Queiroz, pelo presidente da ABEA, prof. Itamar Costa Kalil e pelo Diretor do Centro Tecnológico da UFSC, prof. Renato Carlson. A discussão do temário foi precedida de três painéis: O primeiro painel reuniu 7 Coordenadores de Cursos de Pós- Graduação em Arquitetura e Urbanismo de um total de 11 cursos. Assim ficou composta a mesa: Profê. Ana Maria Fernandes - UFBA Prof. Carlos Martins - USP/SÀO CARLOS Prof. Frederico de Holanda - UnB Prof". Liana de Ranieri - UFRJ Prof. Lineu Castello - UFRGS Prof. Paulo Tadeu Arantes - UFV Prof Roberto Righi - UNIV.MACKENZIE O seguinte consistiu na apresentação dos representantes da Co- 14 - missão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CA- PES), Prof", Abigail de Oliveira Carvalho, e do Conselho Nacional ele Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Prof. Celso Martins; O terceiro constou da participação de representantes de associa- ções nacionais de pesquisa, a saber: Prof. Luis Fernando Heineck, da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construido (ANTAC), e Prof. José André Angotti, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED) O Prof. Celso Lamparelli dirigiu os trabalhos na qualidade de co- ordenador da área de Arquitetura e Urbanismo da CAPES. PONTO 1 Integração entre Graduação e Pós-Graduação A necessidade e urgência de maior integraçào entre a graduação e a pós-graduação é consensual. Porém, esta questão aparece correlacionada a concepções distintas ou que apresentam nuances. As observações ela plenária assinalam que: É importante o fortalecimento ela graduação para que a pós-gra- duação não se limite a suprir deficiências da formação. A diferença entre graduação e pós-graduação é de ênfase e não de essência. Ambas as instâncias, graduação e pós-graduação são atividades que se realizam no âmbito da Universidade e se caracterizam pelo compromisso social com a produção do saber. A graduação tem, no entanto, a função de preparar profissionais para o campo do trabalho; enquanto a pós-graduação deveria primordialmente di- rigir-se à capacitação docente e à melhoria do ensino e pesquisa de Arquitetura e Urbanismo. A contradição entre o fazer arquitetõnico e a pesquisa não existe, já que o primeiro depende da segunda e, portanto, neste ponto, não há distinção entre graduação e pós-graduação. Quanto à necessidade de maior e melhor integraçào entre gradu- 15 -
  • 10. ação e pós-graduação, recomenda-se que os departamentos parti- cipantes de programas de pós-graduação evitem o envolvimento exclusivo com estes programas por parte dos professores já titula- dos. Esta recomendação baseia-se no argumento de que a "espe- cialização" dos professores nos diferentes graus de ensino superi- or pode constituir o principal entrave à desejada integração entre graduação e pós-graduação. Outra recomendação diz respeito à garantia do envolvimento dos alunos da graduação nas linhas de pesquisa desenvolvidas não só na pós-graduação, mas também através da oferta de bolsas de ini ia ã i ntífica que devem ser cada vez mais estimuladas. R m nda-se, ainda, a realização de eventos e seminários que nv lvarn a graduação e a pós-graduação. Por fim, indica-se que a questão de integráçào correlaciona-se, também com aquela das áreas de concentração ele pós-graduação. PONTO 2 Articulação e Cooperação entre Cursos A cooperação e articulação entre os cursos seriam melhor estruturadas se houvesse conhecimento efetivo das iniciativas em andamento, bem como a definição de uma política editorial. Em relação à divulgação dos programas de pós-graduação suge- re-se: • a utilização do Relatório Anual ela CAPES • a elaboração ele resumos (com tópicos e n mero limitado de páginas) do conte dos dos cursos para repasse da informação a todos os interessados. Quanto aos mecanismos de cooperação entre cursos registrou-se que sua eficácia passa pela existência de programas e convênios com objetivos claros e recursos. Registrou-se também que estes programas e convênios deverão surgir a partir de interesses co- muns em áreas específicas. Há ainda registro de que a coopera- ção/articulação entre os cursos deveria não somente buscar apoio 16 - ele instituições do exterior ou nacionais com maior experiênci« em pós-graduação mas, visar a troca de experiências entre inxt i- tuições que enfrentam problemáticas assemelhadas ou ideJ1(icl~. Para tanto, a regíonalizaçào poderá permitir a idcntificuçào de ernelhanças e complementariedadcs. Quanto à questão elo estabelecimento ele política editorial qll(~ auxilie na cooperação entre cursos, através da difusào do corihe- cimento produzido, foi sugerida a seguinte proposta: • Criação de publicação nacional pautada em critérios cientificos. possivelmente com financiamento elas agências ele fomento p:lr:1 suprir parte ela carência ela área de Arquitetura e L'rb.inismo. Indicou-se ainda o exemplo da comunidade científica do Estado ele São Paulo que conseguiu obter junto a FAPESP auxílio IXlr:1 publicações científicas que a FAC·-l·SP vem utilizando para :1 cdi- âo da revista SINOPSE. Este exemplo poderia apoiar iniciativas em outros Estados utra iniciativa registrada, que poderia servir de ponto ele partida para uma política editorial seria o acesso ao l·ImANDAIA, a C:lrgo do IUPERJ/ANPUR, mediante um ajuste entre ABEi e ANPl·rt PONTO 3 Necessidade ou Não de Áreas de Concentração bserva-se que, geralmente, as áreas se consolidam a partir de linhas e n deos ele pesq LI isa. Porém, uma vez consolidadas em determinados cursos, a tendência é que os cursos emergentes apresentem uma especialização natural, própria de cada institui- ção, imprimindo uma característica para cada pós-graduação. Apesar dos entendimentos diversos sobre esta questão houve um consenso de que ,I tendência à criação de áreas de concentração. deve, no entanto, preservar espaço para trabalhos que atravessem as diversas áreas e para orientações l11 ltiplas independentes da área dos profissionais docentes. 17 -
  • 11. PONTO 4 Apoio Institucional à Pós-Graduação nas Universidades Públicas e Privadas Considera-se fundamental o reforço de uma política institucional no caso das universidades públicas, não só a nível das Pró-Reito- rias, mas sobretudo no âmbito das unidades e dos Departamen- tos, uma vez que, em muitos casos, não há a valorização do traba- lho de pesquisa e de atividades de pós-graduação. Por outro lado, o apoio institucional quando existe, molda-se muitas vezes, na disponibilidade de linhas de fomento de órgãos oficiais que pas- sam a induzir a definição de políticas internas. Além disto, algumas Universidades Federais tendem a descomprometer-se com a capacitação ao abrirem concursos ex- clusivamente para níveis docentes que exigem títulação. Seria oportuno definir uma política de qualificação docente que adotasse algumas medidas capazes de facilitar a substituição tem- porária de professores do quadro efetivo, a fim de permitir a libe- ração destes professores das atividades de ensino, de administra- ção e de extensão para realizarem programas de capa citação. Ainda com relação ao apoio institucional, levantou-se a questão da diferenciação de tratamento no interior das entidades públicas e privadas. As instituições particulares têm uma lógica própria diferente das públicas, tanto no apoio à qualificação dos docen- tes, como na implantação de cursos e realização de pesquisas. Se de um lado, os docentes das instituições privadas reividicam con- dições adequadas de acesso à pesquisa e qualificações, por outro lado, essa mesma lógica pode-se constituir em entrave a amplia- ções desse apoio interno. Neste sentido, sugeriu-se que as instituições particulares busquem manter o vínculo empregatício dos docentes e suas correspon- dentes obrigações trabalhistas durante o período de capacitaçào. Propõe-se ainda, a inclusão desta medida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB. 18 - PONT05 Condições de Acesso e de Permanência dos Profissionais (Critérios de Seleção e Bolsas) As questões levantadas pelo plenário passaram, inicialmente, pela discussão da formação acadêmica e profissional, decorrente das e pecificidades dos campos da arquitetura e urbanismo. Discutiu- s que a questão representa uma falsa dicotornia e de que é pos- sível montar programas para atender às duas necessidades de for- ma simultânea. uanto à permanência dos ingressos no curso, tratou-se do pro- blema da evasão, apontando-se para a necessidade de se fazerem estudos de "follow up" para diagnosticar a situação dos egressos e sua relação com o mercado de trabalho. O objetivo é avaliar o significado das evasões. Levantou-se, também, que a temporalidade dos cursos de pós-graduação difere da do mercado e que este não define por si mesmo, condição de oferta ou mudanças nas ativi- dades de ensino. Ainda quanto a este item considerou-se que a possibilidade de liberação dos profissionais que atuam no serviço público, com a manutenção do salário, pode ser negociada com os órgãos de rigem e representa uma bolsa de estudos indireta, o que amplia :1 faixa dos estudantes que obtêm apoio durante o período de formação. Um problema adicional refere-se ao atendimento da demanda nas r giões onde não há condição de oferta de pós-graduação de forma imediata. As disparidades regionais podem ser atacadas mergencialmente, através da criação de estruturas alternativas à forma tradicional de oferta de cursos, seja pela orientação à dis- tância, seja pela montagem de cursos de base móvel. Ressalvou- s que a endogenia na formação do corpo docente representa falha grave e levantou-se a necessidade da montagem de um pla- no nacional de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. 19 -
  • 12. Finalmente, a questã da ori ntação foi enfocada no que diz res- i'IS bre a permanência dos ingressos quando ssivas no trabalho do pós-graduado F rarn 'lpr 'S " iad aprovados os seguintes pontos: lm] rtân 'ia I s programas de pós-graduação encaminharem r 11lW-UP'S c m forma de elaborar parâmetros de avaliação da f rmaça r.re ida e, ao mesmo tempo, fornecer elementos de avaliaçac Ia relação entre dinâmica da formação pós-graduada e dinâmica I mercado de trabalho Quanto ao público a atender: 'I - Nã se trata de escolher aqueles que se vincularão predomi- na nt mente ao mundo acadêmico ou ao mundo profissional. Arribas as frentes têm demandas significativas e legítimas Os pro- gramas devem procurar atender as formações de pesquisadores, docentes e/ou profissionais, conforme especificidades locais. 2 - Proporcionar oportunidades locais, regionais e interregionais reconhecidas, com oferta de estruturas alternativas de formação pós-graduada, através da cooperação inter-instirucional, viabrlizanclo o atendimento às demandas nas mais diversas regiões do país. 3 - Tendo em conta a necessidade urgente de qualificação de quadros para fazer frente aos problemas do desenvolvimento do Ambiente Construido - no âmbito do edifício e do ambiente - é necessária uma estratégia de pós-graduação em Arquitetura que melhor utilize as potencialidades hoje existentes. 4 - O tempo de permanência do discente na pós-graduação pode ser mínímízado pela elevação do nível da graduação, o que evita- rá a tapa de recuperação de lacunas da formação graduada. PONTO 6------,---- --- Princípios para Definição de Temas e Orientadores As posições dividiram-se quanto à forma de tratar a questão da 20 - definição do terna. entre o privilégio à escolha individual e a ado- <,;;"1 de tema coletivo. As defesas ela adoção de um tema coletivo passam pelo aumento tia ficiência da orientação. bem como pelo adicional de profun- didade e abrangência resultantes de trabalho coletivo. Houve, in- clusive uma proposta de que centros diferentes se dedicassem a icmáticas distintas como forma de aprofundar () espectro e a qua- lidade das pesquisas Outra defesa passou pelo compromisso so- cial COi11 a ternática escolhida, apontada corno obrigação específi- ca das escolas públicas A base documental adequada aparece como uma necessidade que li de ser melhor satisfeita dentro desta alternativa. Criticou-se a li squisa de eleição individual como tendendo a uma situação de contínuo recomeço, seja pelas questões da solidez da base docu- mental, seja por dificuldades de estabelecer a comunicação em níveis adequados, Além disto, foi considerada como representan- do muitas vezes apreço ;IS necessidades institucionais. Questio- nou-se, enfim, se o problema que vivemos no momento se deve ao acadernicísmo formalista ou, antes, ~I carência da pesquisa ritualizada. A crítica a esta posição passou pelos riscos da cristalização de posições e saberes, inibindo a criativiclade. Colocou-se que, es- tando o tema dentro do campo da Arquitetura e Urbanismo e havendo disponibilidade de orientação e implernentaçào, qual- ]uer outra restrição ao interesse cio pós-graduando é excessiva A defesa deste ponto passa, inclusive, pela transgressão como um ri co, necessidade e prazer na atividade de pesquisa e que qual- quer outra posição pecarei ou por modismo ou por representar estratégia pessoal ele legirtmação. Foi lembrado que os temas emergentes significam uma contra posição necessária a situações excessivamente formal izadas. uanto à questão do orientador, criticou-se o acumulo de rientandos por orientado r , o que se eleve à carência de profissi- nais reconhecidos para a atividade; apontou-se que tempo de ríentação deve ser considerado na computação da carga didáti- ca. Levantou-se, ainda, que ,I orientação por temas não garante a qualidade do trabalho e que o leque amplo de vertentes de pes- [uisa se deve a características do campo, 21 -
  • 13. Foram apresentados para discussões posteriores os seguintes pon- tos: É I r eis .onsíderar formas alternativas ele legitimação para o creden iam nto ele professores orientadores, em relação à ela ele- t n 'o I títulos formais. 01110 dispor de orienta dores frente à emergência de novos temas qu escapam às soluções, histórica e ambientalmente. dadas ao campo da Arquitetura e Urbanismo de forma a permitir transgre- dir o já sabido' PONTO 7 Pós-Graduação de Profissionais Arquitetos e Urbanistas em Outras Áreas (Limites e Possibilidades) A dis LISSH( gil' )LI em torno da interdisciplinariclade ela Arquitetu- 1':1 c LJ rbun iSI11 onstatou-se que tal característica diminuiu a I itic.l<.:i'.10 carn: o ele conhecimento, ainda que isto não seja con- sld '1"1 I n cessariamente um problema A interdisciplinaridade constitui-s na base para a formação pós-graduada elo arquiteto e do urbanista em cursos já consolidados, oferecidos por outros campos, e que apresentam interfaces com o campo de origem. Abre-se, inclusive, a possibilidade para que as pós-graduações em Arquitetura e Urbanismo venham a ser demandadas por ou- tros profissionais, permitindo desenvolvimentos fecundos aos di- versos interessados. Aprovou-se, em vista das discussões, o seguinte ponto: A busca da pós-graduação em áreas conectas àquelas dos arquite- tos e urbanistas não eleve ser vista como negativa ou distorcida Há limites para a formação pós-graduada em Arquitetura e Urba- nismo que são ligados ~1insuficiência de oportunidade de titulacào em cursos exclusivamente dedicados a tal. Deve-se, portanto, "in- centivar a busca ele formação em outros cursos sempre que se puder estabelecer interface com o fazer arquitetõnico. Tal fato traz possibilidades de enriquecimento do ensino nas escolas de Arquitetura e Urbanismo, e abre, também, leque acadêmico-cien- 22 - Iil'i, () para ;1 pós-graduação na área, representando, inclusive, al- I .ruariva a abordagens pontuais e reducionistas. PONTO 8 Vantagens e Desvantagens do Vínculo entre Titulação e Salário I':ste ponto revelou-se altamente polêmico. Levantou-se. como critério conceitual, que o salário eleve se vincular ao tral~alho e 11; O exclusivamente à rirulação. reconhecendo-se a atividade de .nsino, projetual e de pesquisa, como vertente distinta da atuação profissional que carece de formas de avaliação compatíveis com :IS características da produção em cada uma. ( ua?to ao ensino, apontou-se que há reduções de carga didática em função de exercício de c!ocência na pós-graduação, onde as turmas são menores, o que demonstra haver distinções de trata- mente entre professores que se dedicam à graduação e à pós- Kraduaçào. Lembrou-se que a forma cartorial de delimitacào elos ('~lmpOs profissionais, estabelecida na década de 30, impede que pr fissionais com formação pós-graduada em outros campos atu- '111 na graduação nestes mesmos campos; um impedimento que I); O encontra justificativa ele conteúdo: H<Ícasos inclusive ele pro- l'.ssores que podem ensinar (:111 cursos ele pós-graduação cujoi:> ,> r .girnento os impede de participar do curso enquanto discentes. ! possibilidade ela prática projetual dentro ela universidade e sob () estatuto da dedicação exclusiva foi aventada. Questionou-se, também que a excelência de atuação no mercado possa uarantir, ,/ IA i:> li r S1 so, exce encia na atividade ele ensino. I r fim, considerou-se que a titulaçào formal, desacornpanhada 1(; avaliação de conteúdo ela pesquisa produzida seja também critério suficiente para ascensão na carreira por essa vertente, o 'lu leva à conclusão que a titulaçào nào pode ser critério exclu- sivo de determinação salarial. A partir daí, passou-se à aprovação I s pontos que se seguem: 23 -
  • 14. A obtenção de titulaçào deve repercutir nos ganhos salariais sob pena de tornar desinteressante o esforço r-:essoal para tal obten- ção O salário não deveria, entretanto, estar vinculado exclusivamente à titulaçào mas, ao efetivo trabalho e participação, Recomendou-se, assim, que fosse iniciada uma discussão sobre novas interpretações dos estatutos gerais das universidades e/ou outros mecanismos de remuneração compatíveis com as diversas experiências profissionais e domínios de saberes teóricos práti- cos, para que não alijern pela vinculação exclusiva de tirulação/ salários o concurso de profissionais atuantes em outras áreas PONTO 9 Pertinência das Prioridades e Critérios Estabelecidos pelas Agências de Fomento (Financiamento e AvaliaCjão de Desempenho) Enfatizou-se nesse item, a necessidade de se avaliar de forma diferenciada o apoio das agências de fomento às instituições de ensino e o apoio direto a docentes e pesquisadores, para contem- plar as ternátícas específicas no campo da Arquitetura e Urbanis- mo, Destacou-se a falta de um plano de pós-graduação que diag- nostique carência da área e estabeleça metas de ação em diversos níveis, Salientou-se a urgência na ampliação dos investimentos em pesquisa e pós-graduação na área da Arquitetura e Urbanis- mo, rastreando, inclusive, as verbas existentes nos órgãos do Go- verno Federal reservadas para tal fim e sanando os problemas de carência financeira verificados atualmente nas agências de fomento, A implantação da pós-graduação nas Universidades públicas e particulares foi bastante discutida, caracterizando-se os interesses diferenciados, dado a política de mercantização do ensino superi- or existente no país, sendo ressaltada a responsabilidade das mantenedoras privadas em arcar com os custos decorrentes de novos programas de pós-graduação de boa qualidade, 24 - Recomendações: • Que seja adorado uma política ele apoio ~Iconsolidação e apri- mora 111C 11[0 dos progra mas de pós-graduação existentes. com :1 expansão (LI oferta de vagas, bem como a cria,,;:() ele novos pro .. gramas, regida pelos critérios ele qualificação acadênuco-científi- co, e por prioridades definidas pela área ele Arquitetura c l'rba- nismo a nível nacional ESS,.l política deverá ter como diretriz () fortalecimento prioritário ele pesquisa e do enxino de pós-gradua- ção na rede pública, com a expansão da oferta de vagas e o apoio seletivo a programas ela rede particular efetivamente comprometi, elos com a implanruçào de condições gerais c de regime ele decli- caçào docente compatíveis COI1 :t atividade- ele ensino e pesquisa na pós-gruduaçào () apoio aos prugr;lm:ls da rede p.uticul.u deverá ter duraçâo determinnda e exigir 11111 programa ele .iprimo- ramento insrirucionnl detalhado c conforme :1Sdiretrizes e1;1;Íre,. Estas iniciativas deverão estar articuladas em Uill PNPC; Al' - j>m .. gramél Nacional de Pós-Graduação em Arquitetura e Lrb.mismo ;1 ser elaborado pela ABEA, programas de pós-graduação existentes e associações pertinentes, :l partir do diagnósuco ela siruacào .uu- al Este PNPC. Al - Programa Nacional ele Pós-Gr.rdunçào em Ar- quitetura c Urbanismo deverá orientar ;t obrcnçào de recursos preferencín is p;lr;l sua impla ntaçào. ;t mplia ndo :1 dot;<:;;'u atual- mente destinada ~Iárea ele Arquitetura e L'rlxuiismo n:1S :lgt>nci;ls ele fomento Sugestões às Agências de Fomento • Que os cursos emergentes, em lase ele implant:I~';() t' restruturaçào, e aqueles com problemas decorrentes d<: J'ali:I<,':úl possam contar com programas especiais ele apoio. Unto ao nível ela formulação de caminhos para sua consoliduçào quanto ao pro- vimento de recursos necessários para tal fim, ,. Que sejam destinados recursos que inc~nticlll pesquisJs c pru- ictos integrados multi-institucionais em areus nO':1S, a exemplo dos diagnósticos nacionais sobre produção elo conhecimento em áreas específicas já realizados. • Que seja ampliado o número de bolsas destinadas aos cursos .xistentes. 25 -
  • 15. PONTO 10 Vantagens e Desvantagens de Vínculo com Outras Entidades (ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED, dentre Outras) A discussão teve como ponto de partida o reconhecimento da importância histórica da contribuição de algumas associações de pesqui adores, que garantiram espaço para discussão de temas e pr duçào de conhecimento, mesmo no período da ditadura mili- tar. Estas entidades resultaram de uma estratégia de busca de legítimação de áreas de conhecimento, atuando na definição de linhas de pesquisa e na busca de ampliação de recursos para as mesmas. Tendo em vista as diversas interfaces que a área de Ar- quitetura e Urbanismo tem com várias destas associações enfatizou- se o caráter proveitoso de se estabelecer um relacionamento com as mesmas, através de trabalhos melhor articulados na área de pesquisa e pós-graduação. A seguir discutiu-se a oportunidade da criação de uma Associação Nacional de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, o que foi con- siderado prematuro, devendo a ABEA permanecer como canal para a realização destas discussões por agrupar os vários níveis de ensino em Arquitetura e Urbanismo. Recomendações: • Dar continuidade de forma sistemática, através da ABEA, ao processo de discussão e ampliação da articulação das IES interes- sacias na pesquisa e na pós-graduação em Arquitetura e Urbanis- mo a nível nacional, visando a elaboração de uma política nacio- nal para a área. • Promover o relacionamento com outras entidades nacionais e internacionais envolvidas com a pesquisa e a pós-graduação em áreas afins. • Realizar periodicamente o Seminário Nacional de Pós-Gradua- ção e Pesquisa seminários temáticos e eventos para divulgação e ~lebate da produção realizada na área ele Arquitetura e Urbanismo. 26 - PONTO 11 Dificuldades e Potencialidades do Vínculo entre Ensino de Graduação, Pós-Graduação e Titulação Fnfocou-sc. principnhueruc. ~Inecessidade ele adequação :.Ias for- mas atuais ck obrcn<)) (LI litul:t~';}() acadêmica ;ISclr:IClenS(Icas e cspecificidudcs (LI :tn:~;1ele Arquitetura c l'rb.uusmo. Foram :qlU:1- rados os problemas dccorrcnu-«. na estrutura atual. ela 'lJ1cubç:l? entre [irub~'~I(J, p(ls-gracll1:J(;:'I()c pesquisa. .' entre tirulacào e ~;ala- 1'10. c.onsolidou-sc COl1l0nI'L'1',«i ria J vinculaçào el1trL' pesquisa l' pôs- gr:ldll:l~':'I() 1':11':1liruLt":"I() L' :1~(.'L'n<-IU11:1l-:lrrcir~1 docente, SL~1l1 ckixar de rL'col1llCCL'r:1 rl';liitl~lclc ele outras lor111:ISde producào di) conhccimcruo des.'I1I·(lh id:ls I1U c.unpo profission.il. Rcssul- iou-sc. r.unbóm. :l in rporrn nciu de atu:diz:I<':;'lu dos crirério« c elos meios CiSll'l1lC~ 11().~C.~t:lllll()~ d:ls lInil'l:rsid:.ICks p:lr:l corrigir :IS disrorcocs OhSL'I"':ld:ls :ICl llil .:1dos concursos ele ingresso. pro- f;rcsS:-;o tuncion.il l' nll!L'IK:lo ele t itulaçào ;lclcl0l11icl. tcecomendações: • Oue se rcdiscUl:llll ().~ I11V,';lllisI110S.nuulmuruc cxisrcntc .-; de rl'c(~)nhel-il11L'l1l0lb CI P:ll'il:IC:'I() cicnríficl L' :1l':ld&l11iCI dus pl'S- <iui~:ldor('s e dOCCl1lCS n.i o ckrcnrurcs (iL- ntuln çà o Iorma l. I'cldinindo ";U;I~p()ssihiliLI:I(k'.~ ck' :ilLta~j() L'lll locLts ;1:;l'.~kr:ls (I:! .uivid.rdc :IC:IlIC'l11icI. :IÍ irichucl.t :1 pussihilid:,clc ele oril'nl:l~':'lo a lr:t1ulhus ck p(ls-gr:lellI:l,·:'IO. PONTO 12 Vínculo entre Ensino de Graduação, Pós-Graduação e Pesquisa p.utir cio L-onSL'n~u~(Jhrl' :1l'inclIl:tl,';}() indissoci;Íl'Cl entre cnsi- 110l' pl'~qllis:l. :I qllesr:lu n.:ntLt! abordada (11/ respeito :I como 27 -
  • 16. essa indissociabilidade se manifesta na pós-graduação e na gradu- ação. O compromisso entre ensino pesquisa deve ser entendi- do, no entanto, como uma obrigação ela instituição e não dos docentes à nível individual, pois existe exercício competente do ensino realizado por professores, que nào se caracterizam como pesquisadores no sentido que se atribui ao termo no âmbito aca- dêmico. Ressaltou-se, porém, que a pesquisa é essencial à pós-graduação, devendo ser apoiada e estimulada, dada a sua própria natureza, voltada p.ua a produção do conhecimento. Quanto à pesquisa na graduação, deve ser incentivada integrando-a aos objetivos espe- cíficos da formação. Registrou-se, ainda, a preocupação de debate e reflexão sobre a relação entre ensino, pesquisa e produção arquitetõnica. O Seminário enfatizou, por fim, a necessidade de reconhecimento e legitimaçào de outras modalidades de produção de conheci- mento que constituem contnbuição para o enriquecimento do respectiv carnp cognitivo, havendo inclusive quem defenda os gêneros anárquicos e assistemáticos de produção daquele conhe- cimento, aqui entendidos como os que se realizam sem ,1 obser- vância de proposta, métodos e procedimentos utilizados no âmbi- to acadêmico e na pós-graduação. Recomendações: • Que seja estimulado o debate e a reflexão acerca das relações entre ensino, pesquisa e produção arquitetõnica no conjunto das escolas de Arquitetura e Urbanismo; • Que o desenvolvimenro dos núcleos e programas de pesquisa e pós-graduação seja estimulado ,1 nível local e nacional com a pre- ocupação de realimentar ele forma positiva o ensino de gradua- ção, • Que os núcleos e programas de pesquisa e de pós-graduação busquem mecanismos de interaçào e intercâmbio das pesquisas em andamento e de socialização de seus resultados; • Que se busque esse intercâmbio, também, com os núcleos e os pesquisadores individuais não vinculados ao processo formal de pesquisa. 28 - SÚMULAS DOS TRABALHOS ENVIADOS Faculdade de Arqui~etura UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Refletindo sobre LI Articulação Graduação / Pôs-Graduação () que hllS(,~lm()s neste documento é desenvolver urna reflexão IUC trata nào de substituir ~lgr;ldu:1Ç'ão pela pós-graduação. mas le perceber () papel dcsru c "('rificar e111que sentido ~l sua inte- gl·:lÇão:l gr,lclua~'ã() b·oH.'('cri:l UIl1a política de forrnaçào na ;ln:a. () modelo universitário bruxile iro dissocin gr.iduaçào e pós-grudu- :1(;:-lO.ESt:l dissociacào. d:1I10S:1j:í em Slt:l próprio concepcào. sofre ninda o impucro de espl'cificiclades de .irca. : .irea de ·rCjuitctura. nrca "híbrida". Clr:lcteriz( )u-se por uma vida pouco "universir.i- riu". Devido :10 Sl'U cur.ircr pr:lgm:nico nossos cursos de gradua- 1,';'10privilegiar.un historic.uncntc :l transferência (reproduçào ) ele p rát ic a s obtidas es sc n cta lme n te fora da u n ive rs id a d e , dcsprivilcgiando assim :1 atividade de invcsrigaçào e tornando desnecessária n tirulacào p:lra () exercício (LI docê nciu. , partir elos anos -O esta sitU:l~'jo começou :1 mudar. tendo configu- rndo um saldo bastante positivo. CO[l1uma relativa generalização da tituluçào cio corpo docente. a cri.içào de alguns cursos e programas de PC (urbanismo. desenho urbano c. em parte. planejamento urba- 110). e :1 consrituiçào de grupos de pesquisa reconhecidos. O 29 -
  • 17. questionarnento do movimento moderno em arquitetura, novas demandas por parte do Estado, a nível do planejamento, a complexificaçào dos problemas urbanos, podem ser vistos como fatores que "impulsionaram" uma mudança de atitude clus arqui- tetos face à questão da titulaçào. Os embriões de uma vertente editorial específica para a área e o reconhecimento de novos foruns de discussão estimulam a sistematização e a produção ele conhe- cimentos nas P,'s. Uma inserção retardada no mercado de traba- lho, marcado por urna concorrência cada vez maior, pode ser, finalmente, mais um possível elemento explicativo para o reco- nhecimento da PG como instância privilegiada ele' capacitaçâo profissional. Este conjunto de fatores associa-se em um momento em que multiplicam-se os programas ele pós-graduação. Um primeiro ba- lanço aponta para o reconhecimento do caráter "vivificadortque sobre eles teve esta expansão recente da pós-graduação. A efetiva intcgraçào entre gruduuçào e pós-graduação contribui de modo sensível para a densificação de uma vida verdadeiramente univer- sitária. l articulação configura-se como um processo onde arnbas Js partes envolvidas se beneficiam. Para as instituições representa ~lpossibilidade de instaurar uma política de formação c capaciraçào profissiona I. I'b is elo quc nunca se faz necessário que as instituições formulem SU,lS políticas de formação sem abrir mão da indicação de priori- dados nacionais como forma de sobreviver ao momento atual. A generalização da titulaçào na área deveria integrar. portanto um projeto ele requalificaçào da formação e ela prática profissional. A pós-graduação deveria ser entendida enquanto atividade voltada para preparação da decência c ela pesquisa, mas também ao mer- cado ele trabalho público e privado. Para uma mais efetiva inregraçào graduaçào/pós-graduaçáo seria portanto. necessário pensar no incentivo à expansão cios cursos de pós-graduação na área: no incentivo à unidade de formação por parte das Faculdades ele Arquitetura: encaminhamento junto às Faculdades ele Arquitetura e junto a instâncias cio MEC de pro- posta ele uma política de cooptação ele docentes que agregue não só jovens professores vinculados ao projeto universitário, também profissionais P detentores ele ritulaçào; o incentivo ao desenvolvi- 30 - mento da pesquisa, através da elaboração de uma agenda de pes- quisa; incentivo à criação de "prêmios-bolsa" para os melhores alunos em áreas consideradas prioritárias, objetivando a perma- nência ou o intercâmbio de recém-graduados para atuarem junto a programas de pesquisa na área; atuar junto à Capes no sentido de fornecer as condições materiais para a ímplernentação das su- gestões encaminhadas pelo comitê assessor; estimular a criação de um programa editorial. ____ ._!.~~~1,~~0e de _Ar9.~,i,~~_t.:~:~ .. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Alcances e Limites da Pás-Graduação em Arquitetura e Urbanismo A tese defendida é a de que a eventual uníversalizaçâo da pós- graduação entre os docentes dos estabelecimentos de ensino de Arquitetura e Urbanismo não deve ser considerada uma priorida- de, nem representa necessariamente um ganho de qualidade para esse ensino como um todo. Para sustentar esta tese, invocaríamos a natureza profissionalizante do ensino de Arquitetura e Urbanis- mo, o que representa uma ponderável diferença, quando se leva em conta o ensino ministrado em áreas como a Física Ou a Biolo- gia. Defendemos também a tese de que a pós-graduação em Ar- quitetura e Urbanismo não eleve se distanciar das exigências do ensino de graduação, nem pretender assumir um sentido de com- pleta autonomia disciplinar, ou converter-se num fim em si mes- mo, como território independente de trabalho meramente especulativo. Por fim, propugnamos pela instituição de mecanis- mos de reconhecimento e legitimação formal daquele saber arquitetõnico que procede diretamente ela prática do ofício do arquiteto e que é desenvolvido fora da esfera acadêmica, da pós- Jraduaçào e da pesquisa rítualizada. . instituto da pós-graduação, em si, é altamente positivo. A possibi- lidade de realizar estudos aprofundados, em qualquer território cognitivo, deve sempre ser encarada como uma forma segura de rescimento intelectual, e de treinamento para a atividade de pesqui- sa. A pós-graduação realizada em centros de excelência do Brasil 31 -
  • 18. e do exterior possibilita o contato com diferentes experiências e concepções de ensino, e contribui para a capacitação de quadros para o exercício da pesqui a. No entanto, deve-se sempre ter em mente que a aptidão para a pesqui 'a não se confunde necessari- amente com a aptidão para o ensino. Ensino e pesquisa, a despei- to do lema que os coloca num laço retórico de indissociabilidade, não são a mesma coisa - tanto que, se o fossem, não teriam no- mes diferentes. A valorização cartorial que no Brasil se concede à titulação acadêmica, como aspiração excludente, incorre no equí- voco de subestimar o papel de educador que deve ser a primeira qualidade do profissional da decência. Há duas déca ias, a pós-graduação e a "pesquisa" transformaram- se num fetiche na universidade estatal brasileira. Em alguns círcu- I s, s acredita que o professor não envolvido com a pesquisa e com a pós-graduação é um docente de segunda classe. Em alguns contextos, instauraram-se, inclusive, um processo de "caça" aos assim chamados professores improdutivos, isto é, aqueles que, nos últimos dois ou quatro anos, não tiveram publicado nenhum I ai er. Esta sacralização da "pesquisa" faz parte do mesmo fenõ- meno de supervalorização da titulaçào acadêmica formal. E esta vinculaçào é natural, já que a pós-graduação ao estilo americano, implantada no Brasil, tem como núcleo essencial a pesquisa ritualizada. Ora, este tipo de pesquisa é importante para a ampli- ação dos campos de conhecimento; mas não é a única forma legítima de produção de conhecimento, nem necessariamente a melhor. O que pretendemos demonstrar é que em Arquitetura e Urbanismo, como em muitas outras áreas do ensino superior profissionalízante, pode-se ser um ótimo professor sem ser obri- gatoriamente pesquisador, e/ou pós-graduado O instituto da livre-docência, se vier a ser livrado do equívoco representado pela atual legislação, se tornará o instrumento legí- timo para integrar no campo da titulação acadêmica aqueles do- centes que, sem se integrarem à pós-graduação formal, tenham real capacidade de produção intelectual e contribuição para o desenvolvimento científico dos respectivos campos. É defensável, portanto, a idéia de que o instituto da livre-decência seja objeto de pronta reforrnulação. Ao lado da pós-graduação convencional, que deve continuar sendo estimulada, a livre-docência represen- tará um importante instrumento para o reconhecimento das for- 32 - mas de produção do conhecimento peculiares ao ensino de Ar- uitetura e Urbanismo. Prof. Eluan Silva Faculdade de Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 1 nossa prática docente no âmbito do ensino e da pesquisa em Arquitetura e Urbanismo permite o destaque das seguintes carac- terísticas básicas na reflexão sobre a atividade nesta área: 1) A separação entre as práticas profissionais e a teoria que pretensamente deveria referenciá-la, 2) A confusão na esfera do ensino superior acerca das atividades de ensino, pesquisa e produção da arquitetura e urbanismo. Elas possibilitam compreender-se a compartimentação e fragmen- tação do saber e das estruturas de formação dos arquitetos/urba- nistas. Traduzem-se na ausência de objetivos comuns no âmbito da decência e colocam o ensino e a pesquisa distantes dos pro- cessos sociais, Julgamos que a expansão e consolidação das pós-graduações na área poderão ter um caráter instrumental que permita a superação dessas dificuldades, sobretudo aquelas que enfrentamos no curso de graduação na UFSC. Professores: Francisco Ferreira, Nelson Popini Vaz, Roberto Gonçalvesda Silva Faculdade de Arquitetura e Urbanismo PONTIFíCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS Apresentação do curso de especialização implantado na FAUPUCCamp em 1992, composto por professores da FAUPUCCamp e por professores convidados da UNICAMP e da USP-São Carlos. O curso visa possibilitar o aprofundamento das questões da história urbanística moderna sendo oferecido aos ar- . 33 -
  • 19. quitetos e graduados em áreas afins. Doze disciplinas em 3 se- mestres letivos totalizando 360 créditos. Pretende ainda, contribuir para a revisão dos conteúdos programáticos do curso de graduação, abordando o estudo de pro- postas urbanísticas e a história do urbanismo na modernidade, lacu- na hoje percebida na formação do arquiteto-urbanista, tanto ao nível da graduação como nos cursos de pós-graduação existentes. Profa. Iuone Salgado Escola de Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL FlUMINENSE "Contatos não imediatos do 4D grau" o trabalho apresenta através do histórico do curso da EAU/UFF, o processo de criação do novo departamento e de expansão da Escola, com a proposta de pós-graduação em Urbanismo e Ges- tão Urbana. A seguir, faz considerações sobre os elementos balisadores da proposta, em fase de discussão, tais como: tradição em linhas de pesquisa (desenho urbano, cultura, tecnologia, habitação popu- lar), qualificação dos docentes, inserção dos egressos no mercado de trabalho e demandas internas da própria Universidade. Finalmente, uma série de preocupações como o equilíbrio entre a oferta e a demanda, a integração entre o 3º e o 4º graus, a inter e a transdisciplinaridade, permite a enumeração de algumas suges- tões. Professoras: Isabel Cristina Etras de Oliueira, Maria Cristina Fernandes de Mello, Mar/ice Nazareth Soares de Azevedo 34 - _____ ._É_~<:uldad~de Arquitetura UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Pós-Graduação em Arquitetura: Articulação de Cursos e Conteúdos A definição de modelos para os programas de pós-graduação em arquitetura e urbanismo deveria tomar por base a caracterização do objeto de estudo e de trabalho do arquiteto. A caracterização mais ampla deste objeto - a produção social do espaço - tem como conseqüência a ampliação das possibilidades de atuação profissional. Hoje não se verifica uma correspondência entre essa gama de possibilidades e os programas de pós-graduação existentes. Entre estes, o que melhor responde às necessidades da arquitetura e do urbanismo é o da FAU-USP, quando define como área única de concentração o estudo das "estruturas ambientais urbanas". O programa da FAU-USP, portanto, por permitir uma variedade maior de especializações, pela qualificação do seu quadro de pro- fessores e pela xperiência acumulada, deveria constituir-se em referência acadêmica e cultural para os programas que venham a ser implantados no campo da arquitetura e do urbanismo. Além ela articulação ele conteúdos exigida pela própria caracteri- zação do objeto ele estudo do arquiteto, a histórica precariedade da educação brasileira impõe a articulação entre as instituições de ensino. Deste modo, parece adequado pensar na articulação entre os cur- sos, sob a forma de convênios e consórcios, com o que se busca- ria suprir as deficiências de recursos materiais e humanos, ao mesmo tempo em que aproximaria áreas de conhecimento que, de alguma forma, trabalham com o mesmo objeto de estudo. Prof. Pedra Antônio de Lima Santos 35 -
  • 20. Faculdade de A:'quitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE DE SÃo PAULO "Põs-graduação em Arquitetura e Urbanismo" Neste trabalho procuramos primeiramente, na introdução, resu- mir a experiência de quase vinte anos orientando e ministrando aulas na pós-graduação da FAUUSP. Em seguida enfocamos os objetivos básicos da pós-graduação, nas área de conhecimento ligadas à Arquitetura e Urbanismo, seu caráter sintético e analítico. Colocamos a seguir aspectos da possível relação entre a gradua- ção e a pós-graduação. Finalmente sugerimos como deveríamos orientar a implantação de um sistema nacional de pós-graduação em Arquitetura e Urba- nismo assim como uma previsão do que possivelmente acontece- rá se nada for feito. Prol' Ualfrido dei Carlo Departamento~~~l:quitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL DE ViÇOSA Planejamento Municipal - Uma Proposta de Curso de Especialização "Lato Sensu" o trabalho apresenta uma proposta de Curso de Pós-Graduação "Lato Sensu" em Urbanismo, área de concentração Planejamento Urbano e Rural a ser oferecido pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo - DAU-UFV, a partir de 31 de maio próximo, em convênio com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Uni- versidade Técnica de Nova Scotia - Canadá. Os pontos básicos desta proposta são: • Oferecer de um curso em módulos intensivos com duração de 3 semanas cada um e carga horária de 60 ou 90 horas; • Preparar a base de um futuro Curso de Mestrado na mesma área 36 - a ser criado até 1995 pelo DAU-UFV; . • Viabilizar a criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas Urbano e Rural - NEPUR. Todas estas iniciativas visam fomentar a discussão sobre o confli- to urbano/rural centrada principalmente na problemática dos municípios de pequeno e médio porte (população até 100.000 habitantes). Prof. Paulo Tadeu Leite Arantes Faculdad<:_~~~rquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE MACKENZIE Põs-Graduação em Arquitetura e Urbanismo: Proposta A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie implantou no ano de 1990 na área de Arquitetura e Urbanismo o Módulo II do Curso de Pós-graduação "stricto-sensu" de um conjunto de disciplinas propostas pelos seus departamen- tos, em complemento ao Módulo I na área de núcleo comum. As disciplinas escolhidas contemplam, de forma ampla, os conhe- cimentos necessários ao desenvolvimento dos arquitetos no âm- bito dos objetivos do Curso de Pós-graduação na área de concen- tração em Arquitetura e Urbanismo. Prof. Dr. Roberto Righi Departamento de Arquitetura UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Graduação e P6s: Dupla Consistência O texto discute inicialmente os objetivos da pós-graduação em Arquitetura, analisando alternativas, isto é, tipos diferentes de pós- graduação para objetivos diversos. Sugere uma pós-graduação acadêmica, como produtora de conhecimento num campo am- 37 -
  • 21. pio, mas que privilegie também uma integração com a gradua- ção, tornando-as mutuamente consistentes. E sugere também a necessidade de uma pós-graduação voltada para o aprofundamento, a especialização, em determinadas áreas. O texto enfatiza que em qualquer caso, deve haver uma forte integração entre pós e graduação, como forma também de reali- mentação desse' últimos reforçando qualitativamente a formação profissional dos arquitetos já a nível de graduação, uma vez que ap nas uma pequena parte de graduados tem a oportunidade de confirmar seus estudos a nível de pós-graduação, até pela própria insuficiência quantitativa da oferta. O texto coloca ainda em discussão a necessidade da pós-gradua- ção reforçar suas potencialidades na produção de conhecimento na área das m todologias de ensino de projeto, dada a crise per- cebida no ensino da arquitetura no país. Vê, portanto a pós-graduação como elemento indutor, transfor- mador da graduação, ao mesmo tempo que meio privilegiado de constante busca de conhecimento científico. Como preocupação final, o texto levanta a discussão da necessi- dade de aumento de oferta e descentralizaçào espacial de cursos de pós-graduação em áreas ligadas mais diretamente à arquitetura e urbanismo como uma das formas de melhoria da qualidade de ensino do projeto, do ensino da arquitetura, e conseqüentemente do ambiente construído de forma mais ampla. O texto indica, ainda, a necessidade de mecanismos que permi- tam acesso à pós-graduação de profissionais liberais/professores; a necessidade de revisão de critérios para contratação e ascensão profissional dos docentes e, ainda, a necessidade de repasse, atra- vés da própria atividade docente (aulas), dos conhecimentos da pós-graduação à graduação. Arqs. Carmen. Cal, Jorge Derenji 38 - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO A Integração entre o Ensino de Graduação e o de Pás-Graduação em Arquitetura e Urbanismo N Brasil, os cursos mais antigos que se destinavam a formar I rofissionais de Arquitetura, estiveram direta ou indiretamente li- ~ndos aos cursos de Artes. Foi a transferência da tradição france- n, que permeou nosso ensino superior até duas décadas atrás, niciada no reinado de D. João VI com a criação da Escola de 1elas Artes e sustentada pela Missão Francesa por ele promovida. Mais tarde, já no século vinte, a França viria a influenciar forte- mente o ensino de Arquitetura e Urbanismo, através do renova- ,I r Le Corbusier, que criou discípulos ilustres, tanto na profissão 'Iuanto nas interferências do seu magistério. Os princípios da "b aux arts" permaneciam, porém já tocados pelo impulso da I ' nologia, desenvolvida em função dos novos materiais e técni- I n construtivas, do sanitarismo e do movimento da Bauhaus, avi- zlnhando a Arquitetura da Engenharia e formando os Engenhei- 10 - Arquitetos. partir da década de setenta, proliferaram os estabelecimentos li, ensino superior isolados, e com eles algumas áreas de conhe- elmento foram eleitas preferenciais. Entre elas Arquitetura e Urba- 111 mo, que viram surgir inúmeros centros de formação profissio- 11:11 particulares. Também as Universidades Federais cresceram em IlCI mero , implantando cursos de Arquitetura. •urpreendenternente, o currículo mínimo de Arquitetura não dife- rlu muito, em conteúdo, da média dos currículos implantados nas IJniversidades, e em operação. Mantinha-se uma visão clássica do • nteúdo necessário à formação do Arquiteto. Entendia-se que IIITI preparo maior, transcendente aos currículos de graduação, Ieveria desdobrar-se em Pós-Graduação - Especialização ou M strados nascentes nessa época - na área do Urbanismo e do !lI nejarnento Urbano. Assim, poucas Faculdades de Arquitetura 1 Brasil iniciaram seus programas de Pós-Graduação, privilegi- lindo o Urbanismo, a História da Arquitetura e a Conservação e It 'stauro dos Bens Culturais. As pesquisas, também, cerrtraram-se pr ferencialmente nessas áreas. Ou~os segmentos do conteúdo 39 -
  • 22. foram abordados a nível de pós-graduação e pesquisa por inicia· tiva de universidades com maior tradição na pesquisa e por do centes espe ialistas e pesquisadores, de forma isolada. Queremos com isto identificar que não houve uma política traçada para a criação de uma Pós-Graduação em Arquitetura, que perrni tisse div rsificar os conteúdos dos cursos atentando para a voca ção das instituições, assim como um incentivo que impulsionasse a capacitação docente para formar mestres e doutores em outras sub-áreas do domínio da Arquitetura, que não as já tradicionais. Ou amos dizer que, durante muitos anos, a Pós-Graduação em Arquitetura representou uma extensão da graduação, um acrésci- mo abrilhantado pelas pesquisas e publicações sob os ângulos da crítica, da avaliação, da história, da morfologia e da prática projetual em Arquitetura e Urbanismo. Não se avançou na investigação tecnológica, nas questões da cons trução, na metodologia projetual e nos aspectos ambientais relati vos à interferência do e no edificado. Coordenação: Liana De Ranieri Pereira Participação: Olinio Gomes Paschoal Coelho, Denise Pinbeir« Machado, Lilian Fessler Vaz 40 - Relatório Preliminar
  • 23. RELATÓRIO PRELIMINAR DAS CONTRIBUiÇÕES ENVIADAS PELAS INSTITUiÇÕES DE ENSINO DE ARQUITETURA E URBANISMO. O presente trabalho consiste na consolidação, pela Comissão Acadêmico-Científica, dos documentos enviados ao Semi- nário. Participaram da elaboração do presente trabalho os seguin- tes membros da Comissão: Sonia Marques - UFPe Marlice Azevedo - UFF Gonçalo Guimarães - UFR] Wilson Ribeiro]r. - PUCCAMP Isaías de Carvalho Neto - UFBA Beatriz Couto - UFMG Sonia Afonso - UFSC Evanise Miranda - UFMG/ABEA A elaboração deste relatório preliminar considerou os documen- tos enviados pelas seguintes instituições: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Santa atarina (UFSC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRj), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Pontifícia Universidade Católica. de Campinas (PUCCAMP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universida- le Mackenzie e Universidade de Brasília (UnB). As contribuições enviadas foram de natureza diversa e algumas limitaram-se à apresentação de seus próprios cursos (UFV, 43 -
  • 24. Mackenzie e PUCCAMP). A origem predominante dos documen- tos são as escolas públicas (09), Os trabalhos são provenientes de instituições que possuem pós-graduação "stricto sensu" ou "lato sensu", com exceção daqueles emitidos pela UFPA, UFF e UFSC, cujos cursos de pós-graduação em arquitetura e urbanismo estão em processo de instalação. Os documentos enviados tanto por Universidades Públicas como por Particulares, ocupam-se indistintamente da graduação e da pós-graduação. Porém, as críticas e sugestões apresentadas não levam em consideração as peculiaridades que as diferenciam nos mais diversos aspectos. Os trabalhos, mesmo quando assinados por seus autores, foram considerados como representativos das instituições de origem, conforme estabelecera o regulamento do seminário. Quanto à metodologia utilizada, a Comissão, após uma leitura geral do conjunto dos trabalhos, procedeu aos destaques pelos pontos do Ternário. Vale registrar, entretanto, que a recepção de alguns documentos fora de prazo trouxe prejuízo ao ritmo do trabalho. Quanto ao temário, a leitura dos documentos levou a Comissão a reconhecer a necessidade de introduzir mais um item relativo aos programas de pesquisa, que foi objeto de várias contribuições. No conjunto, os trabalhos abordaram pontos diversos. Revelam, no entanto, uma tendência a particularizar as ternáticas a partir da própria experiência. Distinguem-se, porém, em alguns trabalhos que fizeram considerações de ordem mais geral, posições bastan- te antagônicas. O trabalho do Rio Grande do Sul traz, nesse sen- tido, uma postura singular ao colocar que a eventual universalização da pós-graduação não deve ser considerada como uma priorida- de nem representa necessariamente um ganho de qualidade para este ensino, como um todo. Questiona a validade da pós-gradua- ção como fórum único legitimado r da produção do conhecimen- to, ressaltando a diferença entre formações profissionalizantes, como a do arquiteto, e as demais áreas, voltadas para a pesquisa acadêmica. Os demais trabalhos colocam-se em posição diversa, aceitando de maneira geral a tendência à expansão da pós-gradu- ação. Alguns mostram-se apenas receosos de que os programas de pós-graduação em curso venham a esvaziar as graduações já 44 - precárias. Já para o trabalho da Bahia, o saldo da expansão é positivo, colocando-se o seu documento em vários pontos em posição contrastante ao daquele do Rio Grande do Sul. Com relação aos temas tratados, destacamos a maior incidência no que se refere à integração entre a graduação e a pós-gradua- ção. As maiores lacunas dizem respeito ao item apoio institucio- nal à pós-graduação nas instituições públicas e privadas, e ao item vantagens e desvantagens do vínculo com outras entidades como ANPOCS e ANPUR. Segue, em anexo, uma sumula dos trabalhos recebidos. Para faci- litar uma visualização mais ágil, organizamos as contribuições re- cebidas por pontos temáticos. PONTO 1 Integração entre Graduação e Pós-Graduação Item de maior incidência nos trabalhos apresentados, a posição dominante aponta para o distanciamento da pós-graduação das exigências da graduação (UFRGS, UFF, UFPA, UnB, UFRN). As razões apresentadas para tal distanciarnento são diversas. A UFRGS indica que o caráter profissionalizante da graduação contrasta com o caráter acadêmico da pós-graduação, voltada para a pesquisa ritualízada. Próxima a esta posição, está a UnB, para quem os cursos têm caráter acadêmico, desvinculados do interesse da cli- entela de pós-graduandos, predominantemente voltado para a ação arquitetõnica. Por outro lado, há os que, como a UFBA, afirmam haver uma integraçào entre graduação e pós-graduação. Salientam, inclusi- ve, os saldos positivos e referem-se à ampliação da qualificação docente, de publicações, da pesquisa e de seminários sem indicar de maneira mais precisa formas dessa integração. Para a UFF a integração não existe, por predominar na pós-gradu- ação uma perspectiva interdisciplinar do planejamento divorciada da prancheta, longe da origem da formação do arquiteto e urba- nista. Nota-se ainda, em alguns casos, o temor de que a criação de 45 -
  • 25. pós-graduação venha a esvaziar a graduação já precária atual- mente (UFPA). Foram levantadas algumas sugestões visando promover a integra- ção tais como o oferecimento, pelos mestrandos, de temas/aulas no curso de graduação e exigência de participação efetiva do corpo docente da pós-graduação na graduação (UFF). A UFRJ sugere que a implantação de programas de pós-graduação de ca- ráter multidisciplinar e interdepartamental, força de forma positi- va a graduação a rever suas bases. Outro aspecto importante é a integração dos docentes da graduação aos grupos de pesquisa que se formam nos programas de pós-graduação. PONTO 2 Articulação e Cooperação entre Cursos No que diz respeito à cooperação interna entre os cursos de gra- duação e de pós-graduação, as posições assemelham-se às ex- pressas no item anterior. A cooperação entre os diversos cursos da pós-graduação no pla- no local, regional ou nacional e o intercâmbio cultural, esteve quase que ausente dos comentários. A UFRN propõe uma articu- lação entre cursos, sob a forma de convênios e consórcios. Já a FAU-USPsalienta a inexistência de programas conjuntos com ins- tituições de pesquisa Este é um tema que, na opinião ela Comissão, exigiria um maior aprofundamento. A própria Comissão ressentiu-se ela necessidade de dados mais atualizados e precisos quanto à área de pós-gradu- ação. O trabalho da FAU-UFR]utiliza fontes do SEEC-MEC,1993, que indicam a existência de 56 cursos de graduação em Arquite- tura e Urbanismo (16 federais, 4 estaduais, 1 municipal e 35 parti- culares). Quanto à pós-graduação, registram-se 10 mestrados, ministrados por escolas de Arquitetura, sendo 4 em Arquitetura, os demais em Planejamento Urbano e um doutorado. Um levanta- mento preliminar da Comissão conseguiu atualizar parcialmente esses dados chegando à listagem em anexo. 46 - Além destes cursos listados, aqueles de História Urbana, Geogra- fia Urbana, Sociologia Urbana, etc têm interagido na pós-gradua- ção, sobretudo na capacitação docente, embora não possam a rigor configurar a área específica da pós-graduação em Arquitetu- ra e Urbanismo. No entanto, o problema parece justamente reme- ter ao fato de que esta área não conseguiu constituir uma identi- dade própria, visível e reconhecida, tanto pelos que dela partici- pam, docentes e discentes, quanto pelas instituições oficiais en- carregadas das pós-graduação. Para isto parece contribuir a inexistência na área de Arquitetura e Urbanismo de um núcleo aglutinador da pós-graduação no âmbi- to nacional. Esta, como se sabe, tem se reunido por áreas, em associações nacionais. Avalia-se que a mais próxima da área seria a ANPURque, no entanto, só recobre parte do universo dos inte- resses da pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo. A ausência de um fórurn neste nível poderia, portanto, estar difi- cultando a visualização de uma identidade da área de Arquitetura e Urbanismo e, em conseqüência, restringindo as iniciativas de intercâmbio e cooperação. Possibilidades como trocas ou conces- sões eventuais ele membros do corpo docente ou de convênios são assim, na maior parte desconhecidas. A oportunidade da criação de um fórum dessa natureza exigiria, no entanto, algumas reflexões. Uma delas é a especificidade da produção do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo, que nem sempre se molda à pesquisa acadêmica ritualizada, como apon- tam os trabalhos da UnB e da UFRGS.Nesta perspectiva, um fórum em Arquitetura e Urbanismo não poderia ser restritivo à produção do conhecimento nos moldes tradicionais da pesquisa acadêmica. Uma outra questão diz respeito à especificidade do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo e a sua relação com as exigências da multidisciplinaridade, de maneira a não descaracterizá-Ia, como aponta o trabalho da UFR]. É preciso, assim, estabelecer a medida do relacionamento com áreas já consolidadas como ANPOCS, ANPUR,ANTAC,ou outras, tomando as reflexões acima como base. As próprias definições tradicionais de áreas e sub-áreas de conhe- cimento, estabelecidas pela CAPES, CNPq e outras agências de 47 -
  • 26. fomento, parecem não contemplar os requisitos da área de Arqui- tetura e Urbanismo e talvez merecessem ser reconsideradas. A não integração das experiências de pós-graduação na área de Arquitetura e Urbanismo tem dificultado uma maior difusão do conhecimento produzido nesta área. Isto exigiria, portanto, um estudo mais acurado por parte de algum mecanismo institucional ou fórum dedicado a esta questão, em moldes a serem precisa- dos. Uma das grandes conseqüências até o momento tem sido que grande parte do conhecimento produzido em arquitetura em ur- banismo não atinge o público interessado. Por um lado, este co- nhecimento muitas veze~ está disperso em outras áreas afins já consolidadas e reconhecidas, reunidas pelas associações nacio- nais de pós-graduação. Por outro, muito desse conhecimento é divulgado através de congressos, seminários ou publicações pro- fissionais dos arquitetos e urbanistas que não contam com reco- nhecimento e credenciamento pelo meio científico-acadêmico, face aos atuais critérios de mérito. Seria, portanto, também necessário pensar na redefinição de tais critérios e numa política editorial que reforçasse as iniciativas em curso, divulgando e ampliando o seu acesso a um público mais amplo, bem como a abertura para novas publicações na área. PONTO 3 Necessidade ou Não de Áreas de Concentração Com exceção da UFRGS, que relativiza a própria eficácia da pós- graduação, os demais trabalhos aceitam tanto a tendência expansionista quanto a existência de áreas de concentração. A definição destas é, no entanto, alvo de abordagens diversas. A USP reafirma a tradição das diversas áreas por contemplar a multidisciplinaridade em Arquitetura, que são: Arquitetura, Urba- nismo, Paisagismo, Desenho Industrial, Comunicação Visual, His- tória, Arte, Conforto Ambiental, Ecologia, Materiais, Industrializa- ção da Construção, Habitação, etc. Em apoio a esta estrutura colo- 48 - ca-se a UFRN. Defende a área de concentração em Estruturas Ambientais Urbanas e diversas sub-áreas da FAU-USP como a que mais se adequa às potencial idades da arquitetura e urbanismo. Conclui enfatizando que ela permite a especialização do arquiteto a partir dos diversos enfoques do ambiente urbano, bem como o trabalho conjunto com engenheiros, cientistas sociais, biólogos, ete. A UFV e o Mackenzie limitam-se a apresentar a sua própria estruturação de cursos. A primeira situa sua experiência como relacionada à tradição municipalista local. A segunda afirma que a área de arquitetura e urbanismo deve definir respostas ao déficit habitacional, à falta de equipamentos sociais, à escassez ele recur- sos sociais e privados para os problemas da cidade e da região. Na opinião ela UFPA e ela UFR], a expansão ela área ele pós- graduação em Planejamento Urbano e Regional foi feita em detri- mento elo e q u a c io n a me n to elo ensino do projeto e a multidisciplinaridade nesta área tem acarretado a perda do domí- nio do campo disciplinar específico à Arquitetura e Urbanismo. A UFRJ, em particular, atenta para a necessidade de um campo II ~isciplinar especít~ico que !nco~'pore referenciais conceituais e te- ortcos, bases históricas e filosóficas da Arquitetura e Urbanismo; em resumo, ao estudo do ambiente construido vivido. Para a UnB, finalmente, não há a dicotomia entre planejamento e projeto. Os problemas de área de conc ntração e linhas de pcs- qui a podem ser definidos pela extensão física (projeto de arqui- tetura, projeto de urbanismo, etc) pela questão ana lítica (conforto ambienta I, aspectos de percepção do espaço, etc) ou pela ques- tão do recorte histórico (estética ela arquitetura, etc.). PONTO 4 Apoio Institucional à Pós-Graduação nas Universidades Públicas e Privadas Este item, que trata do apoio interno das instituições aos cursos de pós-graduação e à capacitaçào docente, praticamente não foi abordado nos trabalhos, à exceção de algumas menções. 49 -
  • 27. o texto apresentado pela UFF registra a existência de uma políti- ca de estímulo à instalação de cursos de pós-graduação com a formação de uma Comissão, designada pelo Centro Tecnológico, encarregada de formular o projeto na Escola de Arquitetura e Urbanismo. Esta política reforça a transdisciplinaridade como vem ocorrendo com a área do Meio-Ambiente onde se estrutura um "megaconvênio" envolvendo 16 instituições. A EAU/UFF relata que foi acionada para estruturaçào de um Curso de pós-gradua- ção, que funcionasse com apoio nesse megaconvênio, oferecen- do o conhecimento específico sobre problemática urbana, sua compreensão e possibilidades de intervenção. Já a contribuição da UFBA aponta para outra realidade, constatan- do a inexistência quase generalizada de uma política institucional de capacitação docente. Considera que a pós-graduação via de regra, não é contemplada no plano de trabalho dos Departamen- tos, existindo, inclusive, aqueles docentes voltados exclusivamente para o ensino. Não há apoio aos professores que desejam obter títulação nem se viabiliza sua efetiva participação nas atividades da pós-graduação Permanecem, a respeito deste item, questões importantes para discussão no Seminário, dadas a sua significação e as desigualda- des verificadas no desenvolvimento da pós-graduação nas Uni-' versidades públicas e privadas: • como se caracteriza atualmente o apoio institucional à capacitação docente? • que apoio as instituições devem dar aos cursos de pós-gradua- ção em criação e aos já existentes? • que vínculos os docentes devem manter com suas instituições durante o período de capacitação? • que apoio deve ser oferecido para o aproveitamento dos do- centes que retornam após capacitação? • a política de não investimento na qualificação do corpo docen- te verificada nas universidades privadas sofrerá alteração com as modificações previstas no projeto da LDB em votação no Con- gresso Nacional? 50 - PONTO 5 Condições de Acesso e de Permanência dos Profissionais (Critérios de Seleção e Bolsa) O público a atingir restringe-se, para alguns dos trabalhos, ao universo acadêmico. Trata-se, neste caso, de formação de profes- sores e pesquisadores. Outros, no entanto, advogam a necessida- de de uma formação mais compatível com o interesse da clientela profissional. A UFV define o universo visado em termos quantita- tivos (20 técnicos) e qualitativos (profissionais aptos a proporem e executarem política urbana, rural e regional). 'A Mackenzie e a PUCCAMP destinam seus cursos preferencialmente a arquitetos, porém, acolhem outros profissionais que atuam ou tenham a in- tenção de atuar nesta área. As mudanças nas regras de ingresso, nos prazos e datas são difi- culdades para os candidatos, os docentes e a burocracia, aponta- das pela FAU-USP. Para a UFRN, o acesso mais amplo à pós- graduação é prejudicado pela concentração destes cursos no eixo Sul-Sudeste. Quanto ás condições de permanência, os docentes que realizam a pós-graduação em sua própria região ou institui- ção de ensino são penalizados por não contarem com bolsa e não serem liberados ele suas atividades. A proposta da UFV é "facilitar o acesso e a permanência de um público com vínculo empregatício, do qual não pode abrir mão, através de cursos mensais em módulos concentrados." Os índices de evasão e as suas razões não foram abordados pelos trabalhos. Porém, apontam-se inúmeros casos de abandono ele curso após a conclusão elos créditos, sem a conclusão ela I esquisa ou a elaboração ela monografia ou tese, A FAUUSP salienta que o tempo necessário para conclusão elos trabalhos tem sido superior ao que seria ielea 1. Indica ainda que esse retardo pode ser atribu- ído, em vários casos, a conflitos com a orientação que chegam a ocasionar o abandono do curso. 51 -
  • 28. PONTO 6 Princípios para DefiniCjão de Temas e Orientadores Este aspecto foi pouco abordado pela maioria dos trabalhos, o que pode ser resultado de diversos fatores, Visto que: • alguns cursos são .recentes ou estão em formação e não têm experiência sobre o assunto; • os cursos de especialização nem sempre adotam a prática de trabalhos finais com temas específicos e com orientação; • o problema aparece correlacionado à definição das áreas de concentração. A UFF indica "uma demanda discente de afinidade de temas para pesquisa" A UFPA aponta para a oportunidade de melhor int:- grar a pós com a graduação através do dese nvolvimento de tema- ticas mais associadas aos problemas do projeto Os problemas apontados pela FAU-USPdizem mais respeito às o;-ientações, muitas vezes negligentes, pouco criteriosas ou cl!entel!stl~as. Ressaltam, ainda a inexistência de incentivo à orientação, o numero InSUflC1- ente de orienta dores e a não transferência do conhecimento de orientadores mais experientes aos mais jovens. PONTO? Pós-GraduaCjão de Profissionais Arquítetos e Urbanistas em Outras Áreas (Limites e Possibilidades). Não houve, ao longo das contribuições, uma avaliação precisa do que tem sido este fenômeno em term~s q,uantit~tivos e qualitati- vos. De qualquer modo, esta formaçao e conSiderada negativa mesmo em áreas conectas àquela dos arquitetos (UFPA, UFBA, UFRN). A UFRN, por exemplo, embora afirme que é necessário, para "projetar uma residência" o domínio de diversas áreas do conhecimento, considera distorcido o fato de arquitetos cursarem programas de pós-graduação em outras áreas, ainda que ressal- vando a contribuição de outras áreas tais como Engenharia CIVÜ 52 - (instalações) , Engenharia Mecânica (conforto ambiental), Ciênci- as Sociais (plano diretor e habitação popular) Numa postura mais favorável à interdisciplinaridade colocam-se a UFR], a Mackenzie e a UFF A Mackenzie dirige a pós-graduação preferencialmente aos arquitetos, porém afirma que o caráter in- terdisciplinar permite aceitar profissionais de outra formação. A UFF, por sua vez, faz da interdisciplinaridade uma diretriz para a implantação de seus cursos de pós-graduação. A UFR] enfatiza que a multidisciplinaridade deve estar presente na formação do profissional, na qualificação do docente, nos gru- pos e conteúdos de pesquisa, tanto quanto como nas equipes que praticam a profissão nos seus diversos ângulos e segmentos. A postura favorável à interdisciplinaridade vem acompanhada, no entanto, de uma preocupação com a perda da especificidade do conhecimento em Arquitetura e Urbanismo. Nesta perspectiva é também salientado que a expansão da pós-graduação em áreas consideradas "periféricas à atividade projetual", tais como Teoria - História, Conforto Ambienta] e Planejamento, fez-se' em detri-- mento da preocupação com a área relacionada com a atividade de Projeto. PONTO 8 Vantagens e Desvantagens do Vínculo entre TitulaCjão e Salário Tal questão comparece de forma explícita em um número reduzi- do de trabalhos. A UFRGS faz a defesa da especificidade da forma de produção do conhecimento na área da Arquitetura e do Urba- nismo em função de seu caráter profissionaliz ante. Por isto propugna "a instituição de mecanismos de reconhecimento e legitimaçào formal daquele saber arquitetõnico que procede dire- tamente da prática do ofício do arquiteto e que é desenvolvida fora da esfera acadêmica, da pós-graduação e da pesquisa ritualizada". Ressalva, no entanto, que nas áreas de Teoria, Histó- ria e Planejamento Urbano e Regional a pós-graduação tem um papel importante a cumprir na produção deste conhecimento. 53 -
  • 29. Assim, considerando que parte fundamental do saber na área es- capa à lógica do fazer acadêmico, propõe a restauração da impor- tância histórica e legal da livre-docência e da efetiva possibilidade de defesa direta de tese como mecanismos imprescindíveis na área profissional. Aponta que a retomada desses meios, abandonados desde a Re- forma Universitária de 1968, permitiria que os professores ligados ao mercado de trabalho extra-muros deixassem de ser penaliza- dos em sua ascensão acadêmica. As dificuldades que se ante- põem à ascensão na carreira deste setor decorrem tanto da ausên- cia de mecanismos de reconhecimento do saber produzido na praxis arquitetõnica e urbanística, conforme já salientado, como das dificuldades encontradas por esses professores em se adequar a tais exigências, a saber: ausência da oferta de cursos em sua base geográfica e/ou a impossibilidade de conciliar suas tarefas profissionais e discentes. Sem defender o mesmo tipo de posição quanto à titulação, a UnB afirma que o caráter acadêmico da pós-graduação não atende ao interesse da clientela que atua no mercado profissional. E lembra que, para os docentes, a forma atual de titulaçào pode levar pre- cocemente ao final da carreira. A UFPA acrescenta o fato de inexistirem incentivos para que o professor titulado continue pro- duzindo. Não se detectou, no entanto, em outros trabalhos, qualquer questionamento da validade da forma acadêmica de produção de conhecimento para a prática profissional. Alguns - UFBA, UFRN, UFPA - fazem a defesa explícita da importância dessa forma de titulaçào acadêmica. Cabe, finalmente, perguntar se o tímido tratamento do tema pode ser interpretado como um apoio generalizado à importância da pós-graduação na carreira acadêmica, bem como a seus efeitos para a produção da arquitetura e urbanismo feita fora do contexto universitário. 54 - PONTO 9 Pertinência das Prioridades e Critérios Estabelecidos pelas Agências de Fomento (Financiamento e Avaliação de Desempenho) o tema é pouco tratado nos trabalhos enviados, ainda que extre- mamente importante pela sua influência na definição de áreas de estudo e na estruturação dos cursos de pós-graduação. Às vezes, vem associado à qualificação do corpo docente ou ao acesso a recursos para pesquisa, geralmente voltados para a pós- graduação e dependentes "do circuito urbano na qual ela é envol- vida, p.enalizando as instituições do chamado circuito regionalizado e periférico" (UFRJ e UFBA). A UFBA propõe ainda uma política agressiva por parte das insti- tuições de ensino, junto às agências de fomento para o desenvol- vimento de uma política de pós-graduação que reforce a área. Outras instituições, C01110 a UFR] e UnB, revelaram os conceitos cios seus cursos, demonstrando uma aceitação implícita dos crité- rios de avaliação existentes. Situações como as bolsas obtidas atra- vés das agências de fomento foram citadas pela UFr e ilustradas pela UnB com o exemplo do curso de pós-graduação em Plan ja- mento Urbano, financiado pelo Programa Nacional de Capacítação ele Recursos Humanos para o Desenvolvimento Urbano entre 1976 e 1986. Com o encerramento do Programa, a I os-graduação foi reforrnu Ia da . . Ca~eassinalar, entretanto, a ol~lissão de posicionarn nto quanto a enterros de avaliação e prioridades, o que pode expressar uma postura reservada dian~e elas instituiç - es, no sentido de evita r Iquesuonarnentos e confrontos. Seria o caso de perguntar se a integração do." diversos cursos de pós-graduação na área de Arquitetura e Urbanismo, ainda não consolidada, estaria ratificando a dorninância de áreas e grupo já estabelecidos, em detrimento da entrada de novos pesquisador s e de cursos emergentes. 55 -
  • 30. PONTO 10 Vantagens e Desvantagens de Vínculo com Outras Entidades (ANPOCS, ANPUR, ANTAC, ANPED, etc) Quanto aos vínculos com outras entidades, somente a UnB cita como vantagens os encontros técnicos-científicos promovidos pelas associações, pela oportunidade de divulgação da produção inte- lectual no âmbito do seu curso de mestrado. Fica evidente a lacu- na a respeito de qualquer observação ou avaliação mais precisa da contribuiçào efetiva destas entidades. Cabe questionar o papel que elas representam hoje, como estari- am contribuindo com os cursos de pós-graduação e se não estari- am somente estimulando o desenvolvimento de trabalhos teóri- cos - pesquisas sobre temas específicos - visando mais a obten- ção de prestígio pessoal do que propriamente colaborando com o aprimoramento da área de conhecimento da Arquitetura e do Ur- banismo, o que nos remete à discussão inicial (ponto 1) que aborda a integração entre os cursos de graduação e pós-graduação. PONTO 11 Dificuldades e Potencialidades do Vínculo entre Ensino de Gradua(jão, Pós-Gradua(jão e Titulação Ante a suposição, sugerida pelos diversos textos, da existência de vínculos entre ensino de graduação, pós-graduação e titulação - sem aqui entrar no mérito da consistência desses mesmos víncu- los - interessa verificar as razões indicadas para esta questão. Algumas delas tratam de circunstâncias próprias de cada institui- ção, outras são decorrentes de aspectos gerais e presentes em várias universidades, ou, finalmente, são conseqüências de con- ceitos específicos da área de atuação do arquiteto. É mais ou menos consensual que há divisão mal administrada entre os conceitos de Teoria e de Prática nos camp s abrangidos pela profissão (UFSC, UnB e UFRGS);também' apontada a insu- ficiência das políticas de pós-graduação existentes no país (UFRGS, USP e UFBA). São vistas como causas desses problemas desde a 56 - ausência de política de pesquisa na área da Arquitetura em nível nacional, seja formal ou não, até as naturais deficiências da expe- riência relativamente recente na pós-graduação implantada na estrutura fragmentada do modelo universitário adotado. Os textos sugerem que a dúvida sobre o papel da pós-graduação permanece sem resposta satisfatória ao se considerar um público a atender constituído por profissionais, pesquisadores e professo- res universitários, como três categorias distintas. Neste aspecto encaixa-se o conflito entre as instâncias técnicas e artísticas, de um lado, e as acadêmicas de outro, explicitado nas críticas às características da pós-graduação "stricto sensu" e "lato sensu" e aos seus respectivos níveis de prestígio. A questão do prestígio é sugerida como instância de poder, seja pela especificidade do título acadêmico formal e suas conseqüên- cias políticas internas à escola, seja pela articulação à estrutura institucionalizada de pesquisa. Ressalte-se neste tópico a especificidade da sugestão, apresentada pela UFRGS, em termos da possibilidade de se obter titulaçào exclusivamente por tese, com a reabilitação do instituto da livre decência - ou seja, ~I parte da pesquisa ritualizada. Em relação às limitações, ressalte-se a crítica às questões salariais, à inexistêncía de critérios objetivos e unificados para a avaliação do quadro docente na graduação e na pós-graduação, além elas dificuldades de distribuição de docentes pelos dois níveis de ensi- no. Foram lembradas ainda: a tendência inercial ao isolamento entre os dois níveis (USP) e a '.'ânsia compulsiva de aperfeiçoa- mento ante as perspectivas de poder" (UFF). Quanto ~IS potencialidades, caberá ao Seminário discutir sobre as distintas perspectivas apontadas pela UFPA(o receio da p 's-gra- duaçào trazer inconveniência e prejuízos à graduação), pela U','BA (padrão de legitimação marcada pela defesa da qualidade c da produtividade), arribas pelos caminhos formais, e pela UFRGS(ca- minhos alternativos da livre-decência como complemento para titulaçào, ao lado dos já existentes). 57 -
  • 31. PONTO 12 Vínculo entre Ensino de Graduação, Pós-Graduação e Pesquisa. Os enfoques sobre as atividades de pesquisa existentes na área de arquitetura e urbanismo derivam de sua inserção dentro do mo- delo de ensino superior no país - onde aparece vinculada exclu- sivamente à pós-graduação - abordando o seu papel na produção .do conhecimento na área de Arquitetura e Urbanismo, suas interfaces com a pós-graduação e os problemas atuais para seu i desenvolvimento no interior das instituições. -1 O texto da UnB afirma que" o principal dilema é a contradição entre uma prática milenar (de construir espaços arquitetõnicos e de projetá-Ios) e uma tradição de pesquisa quase inexistente, res- ponsável pela ausência de pressupostos efetivamente teóricos para a Arquitetura. Esta contradição nos faz hoje lutar pelo estabeleci- 1 1mento como área de conhecimento científico, condição para que os cursos de Arquitetura e Urbanismo permaneçam nas universi- dades" . A contribuição da UFRJ, por sua vez, registra que as estatísticas sobre pesquisa na área de Arquitetura e Urbanismo, bem como a reduzida oferta de pós-graduação "lato sensu" levam a entender que a implantação dos programas de pós-graduação nas institui- ções não seguiu, na maioria dos casos, o processo preconizado como ideal de evolução natural das atividades de pesquisa e Pós Graduação "lato sensu". Por outro lado, o texto da UFRGS ressalta "o fetiche em que se transformou a pós-graduação e a pesquisa na universidade públi- ca nos últimos anos". Em alguns currículos, acredita-se que "o professor não envolvido com a pesquisa e a Pós-Graduação é um docente de 2ª classe". Afirma ainda que "o modelo atual de Pós-Graduação, de estilo norte-americano, caracteriza-se essencialmente pelo objetivo de preparar recursos para a pesqu isa acadêmica ritualizada": O texto da UFBA, também, vincula o desenvolvimento da pesqui- sa ao próprio modelo de pós-graduação, diferenciando-a de ou- tras "etapas" da formação acadêmica e profissional, reforçando, 58 - porém, que o fato da pesquisa ter-se concentrado essencialmente na pós-graduação trouxe problemas para a renovação da gradua- ção. A contribuição da UFRGS enfatiza que ", a pesquisa acadêmica, indissociável da pós-graduação, é erroneamente considerada como forma universalmente válida e insubstituível de produção do co- nhecimento". Seria, segundo o texto, mais adequada a áreas do conhecimento que têm na pesquisa sua forma principal de exis- tência e onde confunde-se o professor com o cientista ou pesqui- sador. O que não seria o caso da Arquitetura e Urbanismo, onde ", como em muitas áreas do ensino superior profissionalizante, pode-se ser um ótimo professor sem ser obrigatoriamente pesqui- sador ou pós-graduado". Por outrolado, o texto da FAUUSP registra a inexistência de uma política para pesquisa na área de Arquitetura a nível nacional dificultando o desenvolvimento de uma pós-graduação mais efici- ente, com recursos e objetivos claros. Ressalta que <I descontinuidade de financiamentos tende a desestruturar todo e qualquer esforço para manter a pesquisa de médio prazo, num quadro onde predomina o pesquisador individual com meios pró- prios e faltam programas conjuntos da pós-graduação C0111 insti- tuições de pesquisa. Quanto ao relacionamento da pesquisa com J graduação, afirma que ". apenas em casos excepcionais alunos de graduação devem participar ele atividades relativas ~I formação de pesquisadores c prof ssores", contrapondo-se à contribuiçào da UnB. que não entende a pesquisa como uma instância própria da pós-gradua- ção, com os professores responsáveis pelas linhas de pesquisa incorporando os estudantes da graduação ao seu trabalho de in- vestigação. O texto da UFBA encaminha, ainda, sugestões para o desenvolvi- mento da pesquisa, como a elaboração de uma agenda de pesqui- sa e divulgação de informações relativas aos recursos disponív is em órgãos de fomento, multiplicação de gestões frente a outras fontes públicas e privadas de financiamento de pesquisa, assim como a discussão r gionalizada e particularizada da situação das Faculdades de Arquitetura e Urbanismo junto aos órgãos públicos de fomento. . 59 -
  • 32. RELAÇÃO DE CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS Mestrado em Arquitetura Mestrado em Planejamento Urbano e Regional UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - USP Mestrado em Arquitetura e Urbanismo . Doutorado em Arquitetura e Urbanismo ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS - USP Mestrado em Arquitetura -------_.- UNIVERSIDADE MACKENZIE Mestrado em Arquitetura e Urbanismo UNIVERSIDADE FEOERAL DA BAHIA - UFBA Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Especialização em Restauro e Patrimônio 60 - Cerimônia de Encerramento do Seminário Da di sit . da, Prof" Carmem Casso I, Prof" Maria Elisa Me,ra,r~'r~tara ?.esqu~r- Prof" Nílcéia Lemos Pelandré, Prof. Itamar Kalil, ÊngO w1s~~r:Arq. TumgXmg Xang e Arq. Valeska Peres Pinto. ang,
  • 33. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ Mestrado em Arquitetura Especialização em Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL DE ViÇOSA - UFV Especialização em Planejamento Municipal (em montagem) Mestrado em Urbanismo (em montagem) --------------_ .._-- UNIVERSIDADE DE BRASíLlA - UNB Mestrado em Desenho Urbano Mestrado em Planejamento Urbano ._------------- UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE Mestrado em Desenvolvimento Urbano e Regional ---- ._----_._.- -- -----_ .._-----------_._- UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG Mestrado em Arquitetura (em montagem) Especialização em Urbanismo UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE -. U FF Mestraclo em Urbanismo e Gestão Urbana (em montagem) 61 Ata da XV Reunião ••..---_._~~
  • 34. ATA DA XV REUNIÃO DO CONSELHO SUPERIOR DA ABEA - COSU " As 11 :00 horas do dia 14 elo mês ele maio ele 1993, na UFSC - Auditório Prof. Luis Antunes Teixeira - foi aberta a XV reu- nião do COSU/ ABEA pelo professor Itarnar Costa Kalil - presiden- te em exercício da ABEA, que procedeu a leitura ela pauta ela reunião e logo a seguir esclareceu os presentes sobre a forma ele participação dos delegados no COSu. Examinando a pauta proposta, a Presidência propôs incluir item sobre "Informes Gerais: Ópera Prima, Livro Paulo Santos, lnfor- mática ." o professor Carlos lartins - ('SP/São Carlos sugere incluir na pauta item sobre "Exame ele Ordem". Após discussão, foi aprovada a seguinrc pauta ela XV Reunião cio COSU: 1 - Informes erais : Ópera Prima, Livro I)aulo Santos, ínformárí- ca , CEAU. 2 - Convocação para o Vl CONABEA, Xl EN. EA e XVI COSlJ. 3 - Encaminhamento ele alteração dos Esrarutos. 4 - Comissão Eleitoral. 5 - Encaminhamento elas decisões do Seminário de Pós-Gradua- ção. 6 - Anuidades. 65 -