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Os seis critérios de dimensionamento de circuitos de BT
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Os seis critérios de dimensionamento de circuitos de BT
1.
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Revista Eletricidade Moderna 187 6Guia EM da NBR 5410 Os seis critérios de dimensionamento de circuitos de BT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .188 Capacidade de condução: o que diz a norma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .189 Cálculos de queda de tensão (I) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .195 Cálculos de queda de tensão (II) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .199 Dimensionamento econômico de condutores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .205 D I M E N S I O N A M E N T O D E C I R C U I T O S
2.
Os seis critérios
de dimensionamento de circuitos de BT C hamamos de dimensionamento técnico de um cir- cuito a aplicação das diversas prescrições da NBR 5410 relativas à escolha da seção de um con- dutor e do seu respectivo dispositivo de proteção. Para que se considere um circuito completa e corretamente dimensio- nado, são necessários seis cálculos. Em princípio, cada um deles pode resultar numa seção diferente. E a seção a ser fi- nalmente adotada é a maior dentre todas as seções obtidas. Os seis critérios técnicos de dimensionamento são: – seção mínima; – capacidade de condução de corrente; – queda de tensão; – proteção contra sobrecargas; – proteção contra curtos-circuitos; – proteção contra contatos indiretos (aplicável apenas quando se usam dispositivos a sobrecorrente na função de seccionamento automático). Vejamos a seguir onde encontrar, na NBR 5410, os itens relacionados a cada um dos critérios mencionados. Seção mínima As seções mínimas admitidas em qualquer instalação de baixa tensão estão definidas na tabela 43, item 6.2.6 da norma. Dentre os valores ali indicados, destacamos dois: – a seção mínima de um condutor de cobre para circuitos de iluminação é de 1,5 mm2; e – a seção mínima de um condutor de cobre para circuitos de força, que incluem tomadas de uso geral, é 2,5 mm2. Capacidade de condução de corrente A capacidade de condução de corrente é um critério im- portantíssimo, pois leva em consideração os efeitos térmi- cos provocados nos componentes do circuito pela passa- gem da corrente elétrica em condições normais (corrente de projeto). Este critério de dimensionamento é tratado na seção 6.2.5 da NBR 5410, que apresenta então tabelas para deter- minação das seções dos condutores pela capacidade de cor- rente. Mas não é só. O uso correto dessas tabelas requer que seus dados sejam devidamente traduzidos para a situa- ção concreta, real, que o projetista tem pela frente. Ou, o que dá no mesmo, que o projetista converta os dados reais do circuito que está dimensionando em equivalências har- monizadas com as condições nas quais foram baseados os números fornecidos pela norma. Na prática, aliás, é este o processo que efetivamente ocorre. Por isso, para possibilitar esse casamento entre as situa- ções reais dos projetos e as situações assumidas na obten- ção dos valores de capacidade de condução de corrente por ela fornecidos, a norma inclui, na mesma seção 6.2.5, uma série de fatores de correção. O artigo “Capacidade de condução: o que diz a norma” promove uma visita circunstanciada à seção 6.2.5 da NBR 5410 e, assim, uma análise objetiva de como é reali- zado o dimensionamento de um circuito pelo critério da ca- pacidade de condução de corrente. Queda de tensão Este critério é tratado em 6.2.7 da NBR 5410. Nessa se- ção, mais precisamente na tabela 46, a norma fixa os limi- tes máximos admissíveis de queda de tensão nas instala- ções alimentadas por ramal de baixa tensão (4%) e por transformador/gerador próprio (7%) (figura 1). Em outro ponto, 6.5.3.4.4, é abordada a queda de ten- são máxima permitida durante a partida de motores. Ela é fixada em, no máximo, 10% nos terminais do motor, desde 188 Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Cicuitos6 © Copyright - Revista Eletricidade Moderna Fig. 1 – Limites de queda de tensão fixados pela NBR 5410: 4% para as instalações alimentadas diretamente pela rede de distribuição pública de baixa tensão; e 7% para as insta- lações que contam com subestação própria ou com geração própria. Além disso, a queda de tensão máxima admissível nos circuitos terminais é de 4%. ! !
3.
que não ultrapasse
os valores da tabela 46 para as demais cargas no momento da partida. Isto, na prática, é uma situa- ção muito difícil de ser calculada, a menos que se possua um bom diagrama de impedâncias da instalação e se reali- ze um estudo de fluxo de potência. Os artigos “Cálculos de queda de tensão”, apresentados mais adiante, trazem métodos e exemplos práticos de mui- ta utilidade na verificação do critério da queda de tensão, quando do dimensionamento de circuitos. Sobrecarga e curto-circuito Na NBR 5410, a proteção contra sobrecorrentes é obje- to do capítulo 5.3 e das seções 5.7.4, 6.3.4 e 6.3.7. Ela en- foca o assunto estabelecendo prescrições para a proteção contra correntes de sobrecarga, de um lado, e para a prote- ção contra correntes de curto-circuito, de outro. Neste Guia EM da NBR 5410, o tema é exaustiva- mente examinado no capítulo pertinente (“Proteção contra sobrecorrentes”). Aí o projetista encontra orientação práti- ca sobre a aplicação do critério da proteção contra sobre- correntes no dimensionamento dos circuitos. De qualquer forma, que tal dar uma olhada, aqui, no que diz a nota 3 de 5.3.1? É uma mensagem que costuma passar despercebida, mas indispensável para compreender o que é exatamente a proteção contra sobrecorrentes de que tratam as normas de instalações elétricas em geral (do Brasil e de outros países). Diz a nota: “A proteção dos condutores rea- lizada de acordo com esta seção não garante necessaria- mente a proteção dos equipamentos ligados a esses condu- tores”. Ou seja, as regras estabelecidas em 5.3.3 (Proteção contra correntes de sobrecargas) e 5.3.4 (Proteção contra correntes de curto-circuito) têm em mente exclusivamente a proteção dos condutores de um circuito. Por exemplo, não se pode esperar que um disjuntor de 20 A, situado no quadro de distribuição de uma residência, e ao qual esteja ligado um condutor de 2,5 mm2, consiga prote- ger adequadamente contra sobrecorrentes um aparelho de vi- deocassete de 300 VA – 127 V (menos de 3 A). Dependendo do caso, pode até ser que o disjuntor atue devido a algum pro- blema ocorrido no aparelho, mas, de modo geral, presume-se que o aparelho tenha sua própria proteção, incorporada. Proteção contra contatos indiretos Via de regra, a verificação da proteção contra contatos indiretos, como etapa do dimensionamento de um circuito, só se aplica aos casos em que isso (proteção contra conta- tos indiretos por seccionamento automático da alimenta- ção) é atribuído a dispositivos a sobrecorrente. O objetivo da medida de proteção, enunciada no ar- tigo 5.1.3.1 da NBR 5410, é assegurar que o circuito se- ja automaticamente desligado caso algum dos equipa- mentos por ele alimentados venha a sofrer uma falta à terra ou à massa capaz de originar uma tensão de conta- to perigosa. Como mencionado, há casos em que esse seccionamen- to automático visando a proteção contra choques pode (e deve, no caso do TN-C) ser implementado com o uso de dispositivo a sobrecorrente. A regra pertinente, explicada em detalhes no artigo “Seccionamento automático (III): uso de dispositivo a sobrecorrente” [ver capítulo sobre pro- teção contra choques], envolve aspectos conceitualmente equivalentes aos de queda de tensão. Portanto, é um crité- rio que pode pesar seja na seção do condutor, seja no com- primento do circuito, seja, enfim, em ambos. De qualquer forma, é uma verificação obrigatória (caso de secciona- mento automático com dispositivo a sobrecorrente, bem entendido), ainda que outros critérios de dimensionamento, como o da própria queda de tensão, venham a prevalecer. Capacidade de condução: o que diz a norma N o dimensionamento de um circuito elétrico, todos os seis critérios técnicos apontados no artigo ante- rior têm a sua importância. Nenhum deles pode ser deixado de lado. Mas é compreensível que o critério da capacidade de condução de corrente projete, como ocorre na prática, uma importância que parece superior à dos de- mais. Pois ele constitui o ponto de partida natural do pro- cesso de dimensionamento, além de funcionar, em certa medida, como o pivô do jogo. De fato, após o estudo prévio da carga a ser alimentada por um circuito, com o conseqüente cálculo da corrente de projeto (IB), o passo seguinte — e efetivamente o primeiro no que se refere ao dimensionamento dos componentes do circuito — é determinar a capacidade de condução de cor- rente, vale dizer, determinar a seção de condutor que, nas condições reais do circuito, oferece capacidade de condução de corrente suficiente para a circulação de IB , sem riscos. Para tanto, o projetista recorre a tabelas que figuram na se- ção 6.2.5 da NBR 5410. Nessas tabelas, ele apura então a se- ção de condutor que atende às necessidades do seu circuito. 189 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
4.
São quatro as
tabelas diretamente encarregadas de in- formar a capacidade de condução de corrente dos conduto- res: as de número 31 a 34. Duas delas se aplicam a condu- tores com isolação termoplástica (31 e 33) e as outras duas a condutores com isolação termofixa (32 e 34). Convém lembrar, inicialmente, que os valores forneci- dos pelas tabelas 31 a 34 são para uma temperatura no con- dutor igual à máxima admissível pelo material da isolação, aplicada permanentemente. Esta situação pode não corres- ponder a de vários casos reais, em que a carga tem um re- gime de operação intermitente ou temporário. Nestas cir- cunstâncias, há métodos de cálculos específicos para se ob- ter a seção do condutor, que resulta sempre menor que a das tabelas mencionadas. Outro detalhe das tabelas, como lembra a nota de 6.2.5.1, é que elas não levam em conta os cabos providos de armação metálica. Embora não sejam muito comuns, es- tes tipos de cabos, dotados de proteção mecânica, têm lá suas aplicações. Existe um tipo de cabo armado, com fita metálica, cuja capacidade de condução de corrente pode ser considerada praticamente a mesma de um cabo não-armado, uma vez que a fita metálica atua como uma espécie de tro- cador de calor com o meio ambiente. E quanto à influência da temperatura am- biente? As próprias tabelas de capacidade de condução de corrente ressaltam que a tempera- tura ambiente considerada é de 30°C (ou, no caso de linhas subterrâneas, temperatura no solo de 20°C). Portanto, para aplicação corre- ta dos valores de capacidade tabelados, o pro- jetista deve estimar a temperatura do local on- de o cabo estará instalado. Qual? A rigor, a temperatura anual máxima registrada no lo- cal, em séries históricas. Quanto mais precisa for essa estimativa, melhor. Pois, como se deduz da tabela 34, que indica os fatores de correção por temperatura, diferenças de 5°C podem resultar em diferenças de 10% ou mais no fator de correção, o que pode significar uma troca de seção de cabo. Por fim, mas não por último — ao contrário, a questão que agora se ana- lisa é de longe a mais ru- morosa —, a aplicação correta da tabela de capa- cidade de corrente exige que os valores fornecidos sejam interpretados como representativos de uma linha elétrica constituída de um único circuito. Enfim, é como se a linha da tabela fosse mãe de filho único. Só que, na vida real, a grande maioria das mães tem mais de um filho. Portanto, se o circuito que estamos dimensionando não for o único a desfrutar da linha elétrica — ou o único filho da mãe —, é necessário aplicar à corrente de projeto IB do nosso circui- to, antes de com ela ingressar na tabela de capacidade de corrente, o chamado fator de correção para agrupamento. Este fator, indicado nas tabelas 37 a 42 da NBR 5410, con- sidera os efeitos térmicos mútuos entre os condutores con- tidos no mesmo conduto. Tem o sentido de uma penalida- de, evidentemente. Mas, como na analogia, filhos a mais são bocas a mais para alimentar. Fazendo um passeio pelas tabelas que tratam dos fatores de correção por/para agrupamento, vamos nos deter um pouco na tabela 37. Ela fornece, como mencionado no capí- tulo sobre linhas elétricas [Ver, em particular, a tabela II do 191 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
5.
artigo “Roteiro das
linhas elétricas”], fatores de correção (por agrupamento) para uma grande variedade de tipos de linhas. Na verdade, ela só não se presta às linhas enterradas. No mais, a tabela 37 é pau para toda a obra: linhas fechadas de todos os tipos e também todo gênero de linha aberta. As linhas elétricas fechadas são atendidas pelos valores dados na linha 1 da tabela; e as linhas elétricas abertas pelos valo- res indicados nas linhas 2 a 5 da tabela (a tabela I aqui pu- blicada reproduz esta parte — linhas 2 a 5 — da tabela 37). Só que tem um detalhe. E que envolve, em particular, as linhas abertas. Os fatores de correção da tabela 37, como ela própria adverte, são válidos para cabos dispostos em uma única camada. O que fazer, se a linha elétrica contiver mais de uma camada de cabos? 193 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna 1 Seja a instalação mostrada na figura 1, composta de 10 cir- cuitos, cujas correntes de projeto estão indicadas na tabela B1. Pelos valores das correntes de projeto indicadas, percebemos que os circuitos são semelhantes, uma vez que as seções resultan- tes para os cabos provavelmente estarão contidas em um intervalo de três valores sucessivos normalizados. Pela figura, vemos que os cabos multipolares estão em camada única e, portanto, estamos tra- tando de um caso típico de aplicação da tabela I (tabela 37 da NBR 5410). Entrando com 10 circuitos na tabela, encontramos o fa- tor de correção por agrupamento de 0,72. 2 Seja a instalação mostrada na figura 2, composta de 30 circuitos, cujas correntes de projeto resultariam em cabos seme- lhantes, ou seja, contidos em um intervalo de três seções nomi- nais consecutivas. Pela figura, vemos que os cabos multipolares estão em vá- rias camadas e, portanto, estamos tratando de um caso típico de aplicação da tabela II (tabela 42 da NBR 5410). Entrando na tabe- la com 10 cabos multipolares num plano horizontal, encontramos o multiplicador 0,70. Para três cabos num plano vertical, temos o multiplicador 0,73. Portanto, o fator de correção por agrupamento neste exemplo é de 0,70 x 0,73 = 0,51. 3 Considerem-se os dois exemplos anteriores, mas suponha- mos, agora, que as correntes de projeto são diferentes a ponto de resultar em cabos não semelhantes, ou seja, com seções não conti- das num intervalo de três valores normalizados sucessivos. No primeiro exemplo (figura 1), não podemos mais, na no- va situação, utilizar a tabela I e devemos então calcular o fator de correção pela fórmula F = 1/√n. Como n = 10 (cabos multipola- res), temos: F = 1/√10 = 0,32 Analogamente, no segundo exemplo (figura 2), para n = 30, temos: F = 1/√30 = 0,18 Como se pode verificar, a aplicação da fórmula para cálculo do fator de correção pode levar a resultados muito severos. Isso in- dica que, para certas situações, deve-se rever a maneira de instalar e a disposição dos cabos escolhida, de forma a se obter fatores de correção menos penalizantes. Exemplos de aplicação Circuito Corrente de projeto 1 121 2 98 3 156 4 102 5 145 6 132 7 141 8 92 9 115 10 127 Tab. B1 – Circuitos do exemplo e correntes de projeto respectivas Fig. 1 – Cabos multipolares em camada única Fig. 2 – Cabos multipolares em três camadas
6.
Aí entra a
tabela 42 da norma, aqui reproduzida como ta- bela II. Como se vê, a tabela fornece um par de valores, que devem ser multiplicados para a obtenção do fator de corre- ção pertinente: o projetista identifica, de um lado, o valor correspondente ao número de circuitos trifásicos ou de cabos multipolares por camada; e, de outro, o valor corresponden- te ao número de camadas; e multiplica ambos, obtendo en- tão o fator de correção para o agrupamento considerado. Ressalte-se, como reza a nota 2 da tabela original (tabe- la 42 da norma), que os valores individuais dos planos ho- rizontal e vertical não podem ser utilizados isoladamente, isto é, não podem ser aplicados a cabos instalados em ca- mada única — retomando-se, neste caso, a orientação da tabela 37 (aqui, tabela I). Recapitulando: se a tabela 37, que oferece fatores de correção para um número ilimitado de cabos ou circuitos dispostos em camada única, não é o bastante para o proje- tista, que ele se sirva então da tabela 42, que provê fatores de correção para qualquer combinação de número de cir- cuitos/cabos e número de camadas. Seria o fim da história não fosse, agora, um segun- do detalhe. Em todas as tabelas de fatores de correção dadas pela norma os condutores são assumidos semelhantes. Em outras palavras, assume-se que eles possuem a mesma temperatura máxima para serviço contínuo e que estão uniformemente carregados — vale dizer, associados a correntes de projeto tais que suas seções nominais estarão necessariamente con- tidas num intervalo de três seções normalizadas sucessivas (por exemplo, 70, 95 e 120 mm2). Novamente, uma situação que pode não corresponder àquelas encontradas na prática. Note-se, de qualquer forma, que seria mesmo virtual- mente impossível compor tabelas com fatores de correção válidos para qualquer combinação imaginável de conduto- res, tantas seriam as possibilidades. Uma saída seria então, como avisa a própria norma, calculá-los caso a caso — utili- zando, por exemplo, a NBR 11301. Mas a norma não se limita a ressalvar os fatores de cor- reção tabelados e a sugerir o uso da NBR 11301. Ele acres- centa que, não sendo viável um cálculo mais específico, o fator de correção por agrupamento (F), no caso de condu- tores de dimensões diferentes, deve ser calcu- lado pela seguinte expressão: F = 1/√n onde n = número de circuitos ou de cabos multipolares instalados no conduto, seja ele aberto ou fechado. É importante mencionar que o fator de correção F calculado desse modo substitui completamente qualquer outro fator obtido nas tabelas. Como indicado na nota de 6.2.5.5.5, “a expres- são está a favor da segurança e reduz os perigos de sobre- carga sobre os cabos de menor seção nominal; pode, no en- tanto, resultar no superdimensionamento dos cabos de se- ções mais elevadas”. O boxe “Exemplos de aplicação” ilustra os pontos aqui abordados, sobre os fatores de correção por agrupamento. Cálculos de queda de tensão (I) N uma instalação elétrica, a tensão aplicada aos ter- minais das cargas, isto é, dos equipamentos de uti- lização, deve manter-se dentro de determinados li- mites. Cada equipamento, como sabemos, possui uma ten- são nominal (Un), sendo sempre fixada, seja pela norma respectiva, seja pelo fabricante, uma pequena variação ad- mitida (∆Un). Tensões abaixo do limite, ou seja, inferiores a Un – ∆Un , prejudicam o desempenho do equipamento de utilização, podendo reduzir sua vida útil ou mesmo impe- dir seu funcionamento. A queda de tensão deve ser calculada durante o projeto, sendo o dimensionamento dos circuitos feito de modo a mantê-la dentro dos valores máximos fixados pela NBR 5410. Esses limites máximos, entre a origem da ins- talação e qualquer ponto destinado à ligação de equipa- mento de utilização, são de 4% para instalações alimenta- das por rede pública de baixa tensão e de 7% para as ali- mentadas a partir de transformadores próprios. A figura 1 ilustra o problema das quedas de tensão nu- ma instalação de baixa tensão — no caso, uma instalação alimentada por transformador próprio. As expressões exatas da queda de tensão em circuitos monofásicos e trifásico equilibrado, com carga concentrada 195 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna √
7.
na extremidade, são
indicadas na figura 2. Nos circuitos usuais de instalações de baixa tensão, o ângulo α, mostrado nos diagramas fasoriais da figura, é muito pequeno e pode- mos admitir ∆U = ∆U'. Nessas condições, podemos escrever: G circuitos monofásicos: G circuitos trifásicos equilibrados: queda de tensão de fase (fase–neutro). Lembrando que a tensão de linha é √3 vez a de fase, a queda de tensão de li- nha (entre fases) será dada por Podemos escrever uma expressão única para a queda de tensão num circuito com carga concentrada na extremida- de, ou seja, onde ∆U = queda de tensão, em V; l = comprimento do circuito, em km; I = corrente do circuito (corrente de projeto), em A; r = resistência de um condutor do circuito numa dada tem- peratura, geralmente 70°C, em Ω/km; x = reatância indutiva de um condutor do circuito, em Ω/km; cosφ e senφ = fator de potência (indutivo) e o fator reativo, respectivamente, da carga. t = coeficiente que depende do tipo de circuito e do tipo de tensão, de fase (entre fase e neutro) ou de linha (entre fa- ses) (tabela I). Como indica a expressão geral, a queda de tensão de- pende do tipo de circuito (t), do comprimento do circuito (l), da corrente (I), da seção dos condutores (r, x), do tipo de linha (x) e do fator de potência da carga (cosφ). Existem tabelas em catálogos de fabricantes e em pu- blicações técnicas que fornecem a queda de ten- são unitária, em V/A.km, para os tipos mais comuns de linha e para os fatores de potência 0,8 e 0,95 (indutivos). Nesse caso, teremos (2) Para um circuito com cargas distribuídas, admitidas de mesmo fator de potência, com condutores de mesma seção (figura 3), que constitui o caso mais freqüente, as quedas de tensão serão calculadas por trecho de circuito, sendo a que- da total obtida da soma das quedas dos trechos, isto é: 197 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna Fig. 1 – Queda de tensão em uma instalação alimentada por transformador próprio Fig. 2 – Expressões da queda de tensão em circuitos monofásico e trifásico equilibrado, com carga concentrada na extremidade Fig. 3 – Queda de tensão com cargas distribuídas l l l l l
8.
sendo Em função da
queda de tensão unitária, teremos: Nos projetos, no caso de circuitos monofásicos ou trifási- cos — admitindo-se, para os circuitos monofásicos a 3 con- dutores e os circuitos trifásicos, as cargas razoavelmente equi- libradas entre as fases —, podem ser utilizadas as expressões (1), carga concentrada, ou (3), carga distribuída; ou, a partir da queda de tensão unitária tabelada, a expressão (2) ou (4). Cálculos de queda de tensão (II) A partir de um mesmo exemplo, simples, ilustrado na figura 1, são apresentados a seguir dois méto- dos práticos para o cálculo da queda de tensão. Em ambos é utilizada a expressão ∆U = t I l (rcosφ + xsenφ) (1) descrita no artigo “Cálculos de queda de tensão (I)”. No primeiro método, as correntes das cargas e respecti- vos fatores de potência são considerados constantes; é o método mais freqüentemente usado. No segundo, as potên- cias e os fatores de potência das cargas são supostos cons- tantes, havendo, conseqüentemente, variação das correntes; é um método mais preciso. Por fim, aproveitando ainda o mesmo exemplo da figu- ra 1, é apresentado um terceiro cálculo, de queda de tensão durante a partida de motor. Neste caso, seguiu-se, para efei- to de simplificação, o primeiro método. Na instalação-exemplo da figura 1, todos os circuitos são, por hipótese, trifásicos, constituídos por condutores isolados, sem cobertura, Cu/PVC, instalados em eletrodutos isolantes individuais. A temperatura ambiente é de 30°C. Determinação da seção dos condutores a) Potências e correntes de projeto G No quadro de distribuição QD2, teremos: cosφ2 = 0,88→tgφ2 = 0,54; senφ2 = 0,475 Q2 = 48,4 × 0,54 = 26,1 kvar; G No quadro de distribuição QD4: P4 = 32 kW cosφ4 = 0,9→tgφ4 = 0,48; 199 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna Fig. 1 – Instalação-exemplo l1 l2 ln li li
9.
senφ4 = 0,436 Q4
= 32 × 0,48 = 15,4 kvar G No quadro de distribuição QD1: P1 = P2 + P4 = 80,4 kW Q1 = Q2 + Q4 = 41,5 kvar cosφ1 = 0,89; senφ1 = 0,456 b) Seções dos condutores Os cálculos anteriores, das correntes de projeto IB2, IB3, IB4 e IB1, conduzem, consultada a NBR 5410, às seções de condutores indicadas na tabela I. Isso, bem entendido, ex- clusivamente pelo critério da capacidade de condução de corrente. A tabela traz ainda, fruto de consulta a catálogo de fabricante, a resistência (a 70°C) e reatância dos condu- tores em questão. 1º Método – Quedas de tensão com correntes e f.p. constantes Admitindo-se constantes as correntes e também a ten- são de 220 V no secundário do transformador, e lembrando que o coeficiente t da expressão (1), como indica o artigo já mencionado, vale √3 para o cálculo da queda de tensão de linha em circuito trifásico equilibrado, esse cálculo (pri- meiro método) seria então como segue: G CD1: ∆U1 = √3 × 237 × 0,02 × (0,184 × 0,89 + 0,0933 × 0,456) = 1,69 V G CD2: ∆U2 = √3 × 144 × 0,05 × (0,322 × 0,88 + 0,0963 × 0,475) = 4,10 V G CD4: ∆U4 = √3 × 93,3 × 0,07 × (0,629 × 0,9 + 0,0980 × 0,436) = 6,89 V G Motor: ∆U3 = √3 × 14,4 × 0,025 × 8,89 × 0,88 = 4,88 V G Como resultado, as tensões ficam: U1 = 220 − 1,69 = 218,3 V U2 = 218,3 − 4,10 = 214,2 V U3 = 214,2 − 4,88 = 209,3 V U4 = 218,3 − 6,89 = 211,4 V G A queda de tensão total nos trechos 1−2−3 será: ∆U = 220 − 209,3 = 10,7 V, correspondendo a 4,87% (e, portanto, menor que os 7% máximos fixados pela NBR 5410, para instalações com su- bestação própria). 2º Método – Quedas de tensão com potências e f.p. constantes O método estipula a correção da corrente de projeto, uma vez que não teremos tensão nominal nas barras, mas um va- lor menor, devido à própria queda de tensão nos circuitos. Um novo valor de corrente, por sua vez, implica calcular a nova queda de tensão e, conseqüentemente, a nova tensão que teremos nos diferentes pontos da instalação. Assim, G no circuito CD1, considerando os valores apurados an- teriormente, ∆U1 = 1,69 V e U1 = 218,3 V, a correção da corrente fica Recalculando a queda: ∆U'1 = √3 × 239 × 0,02 × (0,184 × 0,89 + 0,0933 × 0,456) = 1,71 V Tensão no QD1: U'1 = 220 − 1,71 = 218,3 V. Portanto, não houve alteração. G no circuito CD2, considerando os valores apurados an- teriormente, ∆U2 = 4,10 V e U2 = 214,2 V, a correção da corrente fica 201 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
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Recalculando a queda: ∆U'2
= √3 × 148 × 0,05 × (0,322 × 0,88 + 0,0963 × 0,475) = 4,22 V Tensão no QD2: U'2 = 218,3 − 4,22 = 214,1 V. G no motor, considerando os valores apurados anterior- mente, ∆U3 = 4,88 V e U3 = 209,3 V, a correção da corrente fica Recalculando a queda: ∆U'3 = √3 × 15,1 × 0,025 × 8,89 × 0,88 = 5,12 V G no circuito CD4, considerando os valores apurados an- teriormente, ∆U4 = 6,89 V e U4 = 211,4 V, a correção da corrente fica Recalculando a queda: ∆U'4 = √3 × 97,1 × 0,07 × (0,629 × 0,9 + 0,0980 × 0,436) = 7,17 V G A queda de tensão total nos trechos 1–2–3 será: ∆U' = 1,71 + 4,22 + 5,12 = 11,05 V, correspondendo a 5,02% (e, portanto, menor que os 7% máximos fixados pela NBR 5410). Quedas de tensão durante a partida de motor Admitindo, como mencionado inicialmente, as corren- tes constantes e assim também a tensão de 220 V no secun- dário do transformador, calculemos agora as quedas de ten- são com partida direta de um dos motores. G Motor sob partida: Ip3 = 6 × 14,4 = 86,4 , com cosφ3 = 0,3 e senφ3 = 0,95. P3 = √3 × 86,4 × 220 × 0,3 × 10-3 = 9,88 kW Q3 = √3 × 86,4 × 220 × 0,95 × 10-3 = 31,3 kvar G Quadro QD2: tgφ2 = 54,8 ÷ 53,4 = 1,03 cosφ2 = 0,70; senφ2 = 0,71 G Quadro QD1: P1 = P2 + P4 = 85,4 kW Q1 = Q2 + Q4 = 70,2 kvar tgφ1 = 70,2 ÷ 85,4 = 0,82 cosφ1 = 0,77; senφ1 = 0,64 G Quedas de tensão Em CD1: ∆U1 = √3 × 291 × 0,02 × (0,184 × 0,77 + 0,0933 × 0,64) = 1,78 V Em CD2: ∆U2 = √3 × 200 × 0,05 × (0,322 × 0,70 + 0,0963 × 0,71) = 5,08 V Em CD4: ∆U4 = 6,89 V (sem alteração) Motor: ∆U3 = √3 × 86,4 × 0,025 × 8,89 × 0,3 = 9,98 V 203 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
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Revista Eletricidade Moderna 205 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos A queda de tensão nos trechos 1–2–3 será: ∆U = 1,78 + 5,08 + 9,98 = 16,84 V = 7,65% (< 10%) Portanto, uma queda inferior ao limite máximo que a NBR 5410 estabelece para o caso. De fato, em 6.5.3.4.4 a norma diz que “o dimensionamento dos condutores que ali- mentam motores deve ser tal que, durante a partida do mo- tor, a queda de tensão nos terminais do dispositivo de par- tida não ultrapasse 10% da tensão nominal do mesmo”. Dimensionamento econômico de condutores P or menor que seja sua resistência elétrica, os cabos de potência dissipam, na forma de calor, uma parte da energia que transportam da fonte à carga. Essa dissipação de energia ocorre ao longo de toda a vida do ca- bo, representando um ônus financeiro apreciável, depen- dendo das características da instalação. É possível reduzir a perda de energia aumentando-se a seção do condutor. Mas como um cabo de maior seção tem, naturalmente, um custo maior de aquisição, esse custo não pode ser alto o suficiente para anular a economia consegui- da com a redução de perdas, ao longo do tempo. Assim, é necessário encontrar uma solução de compromisso entre custo inicial e custo de perdas no tempo. Para determinar a seção de um condutor, o procedimen- to usual é recorrer aos seis critérios técnicos de dimensio- namento previstos na NBR 5410 [ver artigo “Os seis cri- térios de dimensionamento de circuitos de BT”]. São eles, resumidamente: seção mínima, capacidade de condução de corrente, queda de tensão, sobrecarga, curto-circuito e con- tatos indiretos. Nesse jogo, o do dimensionamento técnico, o objetivo é encontrar a menor seção possível de condutor que satisfaça os seis critérios — vale dizer, sem risco para a segurança, a qualidade e a durabilidade da instalação elétrica. No entanto, quanto menor a seção do condutor, maior a sua resistência elétrica e, conseqüentemente, maior a perda de energia ao longo do circuito. É nesse contexto que surge o critério de di- mensionamento econômico, que examinaremos a seguir. Seção econômica Os métodos de referência para se determinar a seção econômica de um condutor, para um dado circuito, seja ele de baixa ou de média tensão, constam da publicação IEC 60287-3-2 – Electric cables – Calculation of the current rating - Part 3: Sections on operating conditions – Section 2: Economic optimization of power cable size. A IEC 60287-3-2 apresenta duas alternativas de dimen- sionamento econômico: o método completo e o método simplificado. Trataremos apenas do método simplificado, por entendermos que ele se aplica, com aproximação sufi- ciente, na maioria dos casos, com a vantagem de requerer uma menor quantidade de cálculos. As fórmulas envolvidas no método simplificado são as seguintes: (1) onde (2)4) sendo: SE = seção econômica, em mm2; IB = corrente de projeto do circuito, em ampères; e = custo da energia elétrica (ativa), em R$/kWh; G' = custo do cabo, em R$/mm2.km; H = número de horas/ano de funcionamento do circuito; N = número de anos considerado no cálculo; P1 , P2 = preços dos cabos; S1 , S2 = seções dos cabos. Naturalmente, para calcular G' é preciso consultar um fornecedor de cabos e obter seus preços. A tabela I traz, co-
12.
mo exemplo, preços
de cabos unipolares, classe de tensão 0,6/1 kV, com isolação termofixa e cobertura de PVC. [Nota - Os preços não são atuais. Mas o importante não são os valores, em si, e sim o método]. A tabela I também indica os valores de G', calculados usando-se fórmula (4). A IEC 60287-3-2 recomenda que seja tirada a média dos valores de G' calculados para todas as combinações de seções. No exemplo da tabela I, o valor médio de G' é igual a R$ 117/mm2.km. Exemplo de aplicação da fórmula para dimensionamento econômico Suponhamos um circuito, alimentando um quadro de distribuição, constituído por três cabos unipolares com con- dutor de cobre, isolação termofixa e cobertura de PVC, dis- postos em trifólio, em um leito para cabos. O circuito tem 100 m de comprimento, a temperatura ambiente é de 30°C e a corrente de projeto é de 320 A. Estima-se que esse cir- cuito deverá operar 4000 horas por ano. Decidiu-se que a análise seria feita para um período de 10 anos. O valor da ta- rifa de energia elétrica considerado é de R$ 0,036/kWh. Qual seria, então, a seção econômica de cabo para esse circuito? As características do cabo (cobre, unipolar, isola- ção termofixa, cobertura de PVC) correspondem exata- mente àquelas do exemplo dado na tabela I. Por isso, o va- lor médio de G' é o mesmo já citado, isto é, G'= R$ 117/mm2.km. Assim, temos: de (2): de (3): e, finalmente, de (1): Neste caso, adota-se a seção padronizada mais próxima — 150 mm2, como mostra a tabela I. E qual seria a seção de cabo, para o circuito-exemplo, seguindo-se apenas os critérios técnicos, de acordo com a NBR 5410? Vamos considerar aqui, por razões práticas, apenas o critério da capacidade de condução de corrente, supondo os demais automaticamente atendidos (algo perfeitamente plausível, dado o próprio exemplo). Ora, para se determinar a seção de um cabo pelo crité- rio da capacidade de condução de corrente (Iz), a NBR 5410 oferece quatro tabelas (31 a 34). O exemplo da- do — três cabos unipolares com isolação termofixa, dispo- sição em trifólio, instalados em leito, temperatura ambien- te de 30°C — nos conduz diretamente à coluna 5 da tabela 34. Como a corrente de projeto IB do nosso exemplo é da- da e igual a 320 A, a menor seção de condutor que, no en- dereço indicado (tabela 34, coluna 5), proporciona uma Iz igual ou superior a IB é a de 95 mm2. O valor de Iz aí indi- cado é, exatamente, de 328 A. Portanto, e recapitulando, o dimensionamento técnico resulta em uma seção de 95 mm2, com uma Iz de 328 A. Temos, agora, as duas seções: a o dimensionamento “apenas” técnico (95 mm2) e a do dimensionamento econô- mico, que nos apontou uma seção de 150 mm2. Uma aná- lise econômica que revele qual delas representa realmente o melhor investimento (e não apenas o menor custo inicial, de aquisição, que seria obviamente favorável ao cabo de 95 mm2) deve levar em conta o custo total dessas opções, ao longo da vida do cabo. Isso significa lembrar, mais uma vez, que além do custo inicial, de compra e de instalação, um cabo acarreta custos “operacionais” inevitáveis, que são as perdas de energia inerentes às suas características e à sua missão. Afinal, todo cabo dissipa energia, por efeito Joule. E alguém paga essa energia. Portanto, estamos falando de Ce = I2 . R . n . H . e (5) onde: Ce = custo da energia perdida (dissipada) no cabo, em R$/ano; I = corrente que percorre o condutor, em ampères; R = resistência elétrica do condutor, em ohms; n = número de condutores do circuito; H = número de horas de funcionamento do circuito por ano; e = o mesmo e já visto anteriormente, isto é, tarifa de ener- gia elétrica ativa (R$/kWh). O nosso exemplo já inclui todos os ingredientes da ex- pressão, com uma única exceção: a resistência elétrica do condutor. Vamos a ela, pois. 207 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
13.
A resistência elétrica
oferecida por um material condu- tor à passagem da corrente elétrica varia com a temperatu- ra, como se sabe. Assim, em que temperatura irão operar os dois cabos? O gráfico da figura 1 nos dá essa informação. O gráfi- co indica a temperatura de trabalho do condutor em função da corrente a ele aplicada. A corrente, no caso, é na verda- de a relação: n = IB/Iz Temos IB. Temos a Iz do cabo de 95 mm2. Falta a Iz do cabo de 150 mm2. A mesma coluna 5 da tabela 34 da NBR 5410 nos dá, para a seção de 150 mm2, Iz = 444 A. [En passant, note-se que há um equívoco na ilustração da norma referente à coluna em questão. Ao invés de cabos unipolares, o desenho indica cabos bipolares. O mesmo acontece na tabela 33]. Esses valores de Iz resultam, conseqüentemente, em n = 320/328 = 0,98 para o cabo de 95 mm2; e n = 320/444 = 0,72 para o cabo de 150 mm2. Voltando à figura 1, agora com n às mãos, verifica-se que o condutor de 95 mm2 irá operar a uma temperatura de aproximadamente 90°C. Enquanto a temperatura do con- dutor de 150 mm2 será de 70°C. Nessa altura, é hora de introduzirmos as tabelas II e III, que permitem determinar a resistência dos condutores sabendo-se a temperatura em que irão trabalhar. Uma é indissociável da outra. A primeira (tabela II) fornece os valores de resistência para diferentes seções de conduto- res, mas todos referidos a 20°C. Cabe então à tabela III completar a tarefa, informando os fatores de correção que devem ser aplicados aos valores de resistência fornecidos pela tabela II, em função da temperatura real de funciona- mento do condutor. Assim, temos: G cabo de 95 mm2: – resistência elétrica a 20°C (tabela II): 0,193 Ω/km; – fator de correção (tabela III) para 90°C: 1,275 Lembrando que o comprimento do circuito é de 0,1 km, vem R95 = 0,193 × 1,275 × 0,1 = 0,0246 Ω; G cabo de 150 mm2: – resistência elétrica a 20°C (tabela II): 0,124 Ω/km; – fator de correção (tabela III) para 70°C: 1,197 Logo, R150 = 0,124 × 1,197 × 0,1 = 0,0148 Ω. Agora, completados os ingredientes da expressão (5), podemos determinar o custo da energia perdida anualmen- te em cada cabo: 208 Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Cicuitos6 © Copyright - Revista Eletricidade Moderna Fig. 1 – Temperatura de trabalho em função da corrente aplicada a um condutor
14.
Ce = I2
. R . n . H . e Ce95 = 3202 × 0,0246 × 3 × 4000 × 0,036 × 10-3 = R$ 1088,00 Ce150 = 3202 × 0,0148 × 3 × 4000 × 0,036 × 10-3 = R$ 655,00 Calculado o montante gasto com as perdas anuais de energia, qual o passo seguinte? Evidentemente, não pode- mos confrontar de forma direta esse custo, que distribui-se ao longo da vida da instalação, com o custo de aquisição e instalação, que acontece no início da obra Para um confronto correto, é necessário incluir nessa operação o custo do dinheiro. Para tanto, devemos recorrer ao conceito de valor presente (VP), que mostra como os pa- gamentos futuros da energia, efetuados durante a vida da instalação, podem ser expressos em valores equivalentes no início do projeto. Convertendo os valores futuros em valo- res presentes, é possível então somá-los aos custos iniciais de aquisição e instalação, isto é, fazer Ct = Cci + VP onde Ct representa os custos totais e Cci os custos iniciais de aquisição e instalação do cabo. O valor presente (VP) é dado por: VP = Ce × Q (6), com e sendo r, por sua vez, e onde Ce é o mesmo já apresentado, ou seja, o desembolso anual devido às perdas de energia (R$); N é o número de anos de funcionamento do circuito (perío- do de análise considerado); e i é a taxa de juros ao ano (%). Portanto, vejamos a que custos totais conduz cada uma das opções do nosso exemplo: 1) Cabo dimensionado pelo critério técnico (95 mm2): G custo inicial de aquisição e instalação: Cci = 3 × 100 m × R$ 11,21/m (conforme tabela IV) Cci = R$ 3363,00; G custo anual de perda de energia: Ce = R$ 1088,00, G período de análise considerado: N = 10 anos, G taxa de juros ao ano: i = 6%; G cálculo do valor presente do custo da perda de energia: VP = 1088,00 × 7,36 = R$ 8008,00. G custo total da opção 95 mm2: Ct = R$ 3363,00 + R$ 8008,00 Ct = R$ 11.371,00. 2) Cabo dimensionado pelo critério econômico (150 mm2): G custo inicial de aquisição e instalação: Cci = 3 × 100 m × R$ 17,47/m (tabela IV) Cci = R$ 5241,00, G custo anual de perda de energia: Ce = R$ 655,00, G com o mesmo período de análise e mesma taxa de ju- ros, o valor presente do custo da perda de energia será: VP = 655,00 × 7,36 = R$ 4821,00 G custo total da opção 150 mm2: Ct = R$ 5241,00 + R$ 4821,00 Ct = R$ 10.062,00. Portanto, verifica-se que a seção do cabo determinada pelo critério econômico traz maiores benefícios — se a análise considerar, como demonstrado, não apenas os cus- tos iniciais, imediatos, mas os custos totais incorridos, num prazo mais compatível com a vida útil da instalação. E a vi- da útil estimada de uma instalação elétrica “normal” é da ordem de 25 a 30 anos. O período de retorno do investimento, no caso do exemplo, pode ser determinado como segue: G diferença entre os custos iniciais pelos critérios técnico e econômico: R$ 5241 – R$ 3363 = R$ 1878; G diferença entre os custos de perda de energia dos dois critérios (valor presente): R$ 8008 – R$ 4821 = R$ 3187 em 10 anos, ou seja, R$ 318,7 por ano. G período de retorno do investimento: R$ 1878/R$ 318,7 = 5,9 anos. 209 6Guia EM da NBR 5410 Dimensionamento de Circuitos © Copyright - Revista Eletricidade Moderna
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