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2.
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Revista Eletricidade Moderna 284 Guia EM da NBR 5410 Verificação Final – Documentação 13 Inspeção visual e documentação A s instalações elétricas de baixa tensão, de qual- quer tipo, sejam elas novas ou reformas em insta- lações existentes (entendidas como alterações ou extensões), devem ser submetidas a uma “verificação final” antes de entregues ao uso. É o que exige a NBR 5410, que também prescreve as “manutenções periódicas” nessas ins- talações ao longo de sua vida útil. A verificação final consiste em um conjunto de proce- dimentos, realizados durante e/ou quando concluída a ins- talação, com o objetivo de verificar sua conformidade com as prescrições da NBR 5410. Deve ser realizada por pes- soas qualificadas (BA5), incluindo trabalhos de escritório e “de campo”, isto é, no local da instalação. Os trabalhos de campo são divididos em duas partes: inspeção visual e ensaios. Por inspeção visual se entende o exame dos documentos da instalação e da instalação pro- priamente dita, com o objetivo de verificar, sem a realiza- ção de ensaios, se são corretas suas condições de execução. Por sua vez, os ensaios consistem em medições e outras operações efetuadas na instalação, com aparelhagem ade- quada, a fim de verificar sua eficiência. Durante a execução de procedimentos “de campo”, de- vem ser tomadas precauções que garantam a segurança dos encarregados do serviço e evitem danos à propriedade e aos equipamentos instalados. É fundamental que as pessoas responsáveis pelos servi- ços estejam de posse da documentação completa e atuali- A NBR 5410 exige que o projeto de instalações elétricas de baixa tensão seja constituído, no mínimo, por: G plantas; G esquemas; G detalhes de montagem, quando necessários; G memorial descritivo; e G especificação dos componentes. As plantas, em escalas convenientes, devem indicar: G localização da(s) subestação(ões) e dos quadros de distribuição; G percurso e características das linhas elétricas corresponden- tes aos circuitos de distribuição (principais e divisionários) e aos circuitos terminais; e G localização dos pontos de luz, das tomadas de corrente e dos equipamentos fixos diretamente alimentados. Os esquemas unifilares e, eventualmente, trifilares, correspon- dentes às subestações e aos quadros de distribuição, devem indicar: G quantidade, destino, formação e seções dos condutores de entrada e saída das subestações e dos quadros; e G correntes nominais dos dispositivos, indicando, se for o caso, sua função nos circuitos. No caso de instalações mais complexas, podem ser necessá- rios esquemas funcionais (caso típico de telecomandos, comuta- ção automática, etc.). Dependendo da complexidade da edificação ou mesmo da instalação, podem ser necessários alguns detalhes de monta- gem, para orientar a execução. O memorial descritivo deverá apresentar uma descrição su- cinta da instalação e, se for o caso, das soluções adotadas, utilizan- do, sempre que necessário, tabelas e desenhos complementares. Por fim, a especificação dos componentes deve indicar, para cada componente, uma descrição sucinta, suas característi- cas nominais e a norma ou as normas a que devem atender. Os documentos da instalação
3.
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Revista Eletricidade Moderna 285 13Guia EM da NBR 5410 Verificação Final – Documentação zada da instalação, o chamado projeto as built (como cons- truído), como exige a norma. Inspeção visual Aspectos gerais A inspeção visual tem por objetivo confirmar se os componentes elétricos ligados permanentemente à instala- ção estão: G em conformidade com as respectivas normas; G dimensionados e instalados de acordo com a NBR 5410; e G sem danos visíveis, capazes de comprometer seu fun- cionamento e a segurança. Esse trabalho deve preceder os ensaios, iniciando-se com uma análise da documentação as built da instalação. Devem ser verificados, no mínimo, os seguintes pontos: G medidas de proteção contra choques elétricos; G medidas de proteção contra efeitos térmicos; G seleção dos condutores quanto à sua capacidade de con- dução e queda de tensão; G escolha, ajuste e localização dos dispositivos de proteção; G escolha e localização dos dispositivos de seccionamen- to e comando; G escolha dos componentes e das medidas de proteção à luz das influências externas pertinentes; G identificação dos componentes; G execução das conexões; e G acessibilidade. Execução Para que possam ser verificados os pontos anteriormen- te indicados, devem, em princípio, ser adotados os procedi- mentos descritos a seguir: 1) Análise, em escritório, de todos os documentos do projeto as built, objetivando verificar: G se a documentação fornecida está completa (quanto à quantidade de documentos); e G se os dados fornecidos são suficientes para a realização da verificação final. 2) Verificação, em escritório, a partir dos dados do projeto as built, do dimensionamento dos circuitos de distribuição e terminais, seguindo, no caso mais geral, os critérios: G da capacidade de condução de corrente; G da queda de tensão; G da coordenação entre condutores e dispositivos de pro- teção contra correntes de sobrecarga; G da coordenação entre condutores e dispositivos de pro- teção contra correntes de curto-circuito; e G da proteção contra contatos indiretos, se usados dispositi- vos a sobrecorrente na função de seccionamento automático. A verificação pode ser feita a partir de memória de cálculo fornecida pelo projetista ou utilizando softwa- res adequados. 3) Verificação, no local, da consistência, da funciona- lidade e da acessibilidade da instalação, constando, em princípio, de: G conformidade dos diversos componentes com os dados e indicações do projeto as built; G compatibilidade dos diversos componentes com as in- fluências externas; G condições de acesso aos componentes, tendo em vista as condições de segurança e de manutenção. 4) Verificação, no local, das medidas de proteção con- tra contatos diretos (total ou parcial) aplicáveis. 5)Verificação preliminar, no local, dos componentes do sistema de aterramento. 6) Verificação, no local, dos procedimentos de seguran- ça em locais contendo banheira e/ou chuveiro, em piscinas e em saunas. Ensaios de campo em instalações A NBR 5410 prescreve, para as instalações de baixa tensão, diversos ensaios de campo, que devem, em princípio, ser realizados após inspeção visual. De acordo com a seqüência preferencial apresentada pela norma, são eles: a) continuidade dos condutores de proteção e das li- gações eqüipotenciais existentes na instalação [ver arti- go seguinte]; b) resistência de isolamento da instalação [ver arti- go específico]; c) verificação das medidas de proteção contra contatos indiretos por seccionamento automático da alimentação [ver boxe]; d) ensaio de tensão aplicada, para componentes cons- truídos ou montados no local da instalação; e) ensaios de funcionamento, para montagens como quadros, acionamentos, controles, intertravamentos, co- mandos, etc.; f) verificação da separação elétrica dos circuitos, pa- ra os casos de SELV, PELV e proteção por separação elétrica; e g) resistência elétrica de pisos e paredes, aplicável a lo- cais não-condutivos.
4.
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Revista Eletricidade Moderna 287 13Guia EM da NBR 5410 Verificação Final – Documentação Quando qualquer dos ensaios indicar uma não-confor- midade, deve-se efetuar a correção necessária na instalação e em seguida proceder à repetição do ensaio. Também se devem repetir todos os ensaios precedentes que possam ter sido influenciados pela correção efetuada. Ensaio de continuidade dos condutores de proteção Este ensaio destina-se a verificar a continuidade: G dos condutores de proteção principais; G dos condutores de proteção relativos aos circuitos terminais; G dos condutores PEN (caso dos esquemas TN-C e TN-C-S); G das ligações eqüipotenciais principais; e G das ligações eqüipotenciais suplementares. A figura 1 indica os componentes a considerar. Também devem ser realizadas as seguintes verificações de continuidade: G entre o contato de aterramento de cada tomada de cor- rente e o terminal de aterramento principal; G entre o terminal de aterramento de cada equipamento de utilização classe 1 não ligado através de tomada (ou Os ensaios destinados a verificar a proteção contra con- tatos indiretos por seccionamento automático da alimenta- ção estão subdivididos de acordo com o esquema de aterra- mento empregado: Instalação em esquema TT – c1: medição da resistência do(s) eletrodo(s) de aterramento; – c2: verificação das características dos dispositivos DR; e – c3: verificação da continuidade dos condutores de proteção. Instalação em esquema TN – c4: medição da impedância do percurso da corrente de fal- ta ou, como alternativa, – c5: medição da resistência dos condutores de proteção; – c6: verificação da continuidade dos condutores de proteção, como alternativa aos ensaios descritos em c4 e c5; e – c7: verificação das características dos dispositivos de proteção (dispositivo a sobrecorrente ou dispostivo DR). Instalação com esquema IT – c8: determinação da corrente de primeira falta; – c9: quando as massas da instalação forem aterradas in- dividualmente ou por grupo, ou seja, quando as condições do esquema TT forem aplicáveis, realizar a verificação con- forme descrito anteriormente em c1, c2 e c3; – c10: quando todas as massas da instalação forem interliga- das, ou seja, quando forem aplicáveis as condições do esquema TN, realizar a verificação conforme c4 ou c5 ou, ainda, c6 e c7. Verificação do seccionamento automático Fig. 1 – Elementos a considerar no ensaio de continuidade
5.
288 Guia EM da
NBR 5410 Verificação Final – Documentação 13 © Copyright - Revista Eletricidade Moderna seja, ligado diretamente aos condutores do circuito respec- tivo) e o terminal de aterramento principal; G nos locais contendo banheira e/ou chuveiro, entre cada elemento condutivo estranho dos volumes 0, 1, 2 e 3 (ver item 9.1.2.1 da NBR 5410) e o contato de aterramento mais próximo (via de regra, de uma tomada de corrente); e G em piscinas, entre cada elemento condutivo estranho dos volumes 0, 1 e 2 (ver item 9.2.2.1 da NBR 5410) e o contato de aterramento mas próximo (em geral, de uma tomada de corrente). O ensaio deve ser realizado com a instalação desener- gizada, utilizando-se fonte CA ou CC, com tensão na faixa de 4 a 24 V em vazio, sendo que a corrente de ensaio não deve ser infe- rior a 0,2 A (figura 2). Quando necessário, a con- tinuidade pode ser verificada por trechos sucessivos — por exemplo, terminal de aterramento princi- pal–terminal de aterramento do quadro terminal; terminal de aterra- mento do quadro terminal–contato de aterramento da tomada de cor- rente, etc. A continuidade dos condutores de proteção pode tam- bém ser verificada conectando-se, no quadro, uma das fases ou o neutro ao terminal de aterramento e fazendo a verificação entre o terminal terra e o terminal fase ou neutro em cada tomada de corrente e em cada equipa- mento de utilização fixo, como mostra a figura 3. Resistência de isolamento da instalação O objetivo do ensaio de resistência de isolamento é verificar se essa resistência, em cada circuito da instalação, atende a valores mínimos prefixados pela norma, reproduzidos aqui na tabela I. Com a instalação desenergizada, as medições (em cor- rente contínua) devem ser efetuadas: G entre os condutores vivos (fases e neutro), tomados aos pares, o que, na prática, só pode ser feito com os equipa- mentos de utilização desligados; G entre cada condutor vivo e a terra, representada pelos terminais de aterramento, principal ou dos quadros, ou pelos condutores de proteção, incluindo o condutor PEN (nos esquemas TN-C ou TN-C-S). Durante essa medição, os condutores de fase e neutro podem ser interligados; G entre todos os condutores de fase e neutro, interligados, e a terra quando o circuito contiver algum dispositivo eletrônico, tendo em vista a proteção do dispositivo. O equipamento utilizado — mais exatamente, sua fonte CC —, deve ser capaz de fornecer corrente de 1 mA ao circuito de carga, apresentando, entre seus terminais, determinados valores de tensão contínua de ensaio, tam- Fig.2 – Ensaio de continuidade com multímetro, corrente ≥≥ 0,2 A, resistência medida na escala mínima (valores válidos se da ordem de décimos de ohm) Fig. 3 – Exemplo de ensaio de continuidade
6.
289 13Guia EM da
NBR 5410 Verificação Final – Documentação © Copyright - Revista Eletricidade Moderna bém indicados na tabela I (ver figura 1). A resistência de isolamento, medida com os valores indicados de tensão de ensaio, é considerada satisfatória se nenhum valor obtido for inferior aos valores mínimos indi- cados na tabela I. Para a realização deste ensaio, devem ser observados os seguintes pontos: G a medição é feita, em princípio, na origem da instalação; G se o valor medido for inferior ao valor mínimo fixado na tabela I, a instalação pode ser dividida em diversos gru- pos de circuitos, medindo-se a resistência de isolamento de cada grupo; G se, para um grupo de circuitos, o valor medido for infe- rior ao mínimo, deve ser medida a resistência de isolamen- to de cada um dos circuitos do grupo (figura 2); G no caso de circuitos ou partes de circuitos que sejam desligados por dispositivos a subtensão (por exemplo, con- tatores) que interrompam todos os condutores vivos, a resistência de isolamento desses circuitos ou partes de cir- cuitos deve ser medida separadamente — é, tipicamente, o caso de circuitos de motores; G se alguns equipamentos de utilização estiverem ligados, admite-se efetuar a medição entre condutores vivos e terra; se, no entanto, o valor medido for inferior ao mínimo especificado, tais equipamentos devem ser desligados e a medição repetida. Fig. 2 – Medição da resistência do isolamento em circuitos sucessivos Fig. 1 – Princípio da medição da resistência de isolamento
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