Este documento descreve 1 Coríntios 4, que discute os ministros de Cristo como despenseiros responsáveis por administrar a mensagem de Deus. Paulo pede aos coríntios que sejam humildes ao invés de orgulhosos e que sigam seu exemplo e ensinamentos em vez de dividirem a igreja. Ele promete disciplinar aqueles que estão causando problemas quando visitar Corinto novamente.
1. 1 Coríntios 4
4.1-21 — Estes versículos ampliam a discussão sobre os obreiros como ministros de
Cristo. A primeira epístola aos Coríntios 4.1-5 afirma que os chamados ministros de
Cristo também são considerados despenseiros ou administradores a quem foi confiada
uma responsabilidade. Portanto, não nos devemos comparar com outros ministros.
Nossa responsabilidade é com Cristo.
4.1 — Os ministros não tinham uma posição especial, ao contrário dos despenseiros. O
despenseiro era um escravo que administrava todas as questões relacionadas à família
de seu senhor, embora ele mesmo não tivesse nada (compare o testemunho da igreja do
primeiro século em At 4.32). José ocupava essa posição na casa de Potifar (Gn 39.2-19).
Como despenseiros, os cristãos administram a mensagem e o ministério que Deus lhes
confiou.
4.2-5 — Cada um receberá de Deus o louvor. O despenseiro não deveria preocupar-se
com a avaliação daqueles à sua volta nem mesmo em avaliar a si mesmo; ele precisava
somente agradar ao seu senhor. De igual modo, embora os cristãos possam beneficiar-se
de avaliações construtivas de seus irmãos cristãos, seu supremo Juiz é o próprio Senhor.
Uma vez que Deus é o Juiz, devemos ter cuidado para não fazermos uma avaliação dos
outros antes do tempo.
4.6-13 — Paulo repreendeu os coríntios por causa do orgulho deles (v. 6). Ele fez com
que se lembrassem de que eles se gloriavam dos dons que Deus, generosamente, havia-
lhes distribuído (v. 7,8). Então, quase de um modo sarcástico, o apóstolo comparou a
“grandeza” deles com a atitude servil de Apoio e dele mesmo (v. 9-13). Os homens que
eles exaltavam a ponto de causar divisões na igreja (1 Co 1.11-17) viam-se como servos
necessitados de Deus (v. 10-13).
4.6,7 — O termo grego manthano traduzido por aprendais está relacionado à palavra
matheteuo traduzida por discípulos em Mateus 28.19. Implica o uso de uma habilidade e
não apenas de conhecimento. Os coríntios sabiam o que era humildade, por isso, Paulo
pediu que eles fossem humildes. Para os gregos, a humildade era um defeito, uma
característica de escravos. Para os cristãos, no entanto, ela exemplifica a atitude de
Cristo (Fp 2.5-8).
Em nós. Paulo apresentou a si mesmo e Apoio como exemplos a serem seguidos (1 Co
4.16; 11. 1).
Do que está escrito. Essa expressão, muitas vezes, é usada para introduzir uma citação
do Antigo Testamento (Rm 14-11). Paulo estava exortando os coríntios a não irem além
dos ensinamentos das Escrituras. Então, eles evitariam o orgulho e as dissensões que
estavam dividindo a igreja. O verdadeiro ministro da Palavra de Deus usará as
Escrituras para unir e fortalecer a igreja. Somente aqueles que desejam exaltar a si
mesmos usarão indevidamente a Bíblia e, consequentemente, enfraquecerão e dividirão
a igreja.
2. 4.8 — Os coríntios acreditavam que os cristãos tinham de estar fartos, ser ricos e reinar
no presente. No entanto, Paulo sabia que devemos passar por provações agora, se
quisermos reinar quando Cristo voltar. Prouvera Deus que vocês estivessem, de fato,
envolvidos no Reino de Cristo e pudéssemos estar unidos no verdadeiro Reino de
Cristo.
4.9, 10 — Espetáculo se refere às execuções públicas realizadas pelos romanos. Nessas
execuções, homens condenados eram levados ao Coliseu, onde eram atormentados e
mortos por animais selvagens enquanto a multidão eufórica assistia a tudo. Paulo
mostrou que todo o mundo e os anjos eram testemunhas da humilhação dos servos de
Deus. Com um sarcasmo mordaz, o apóstolo comparou a avaliação superior que os
coríntios faziam de si mesmos com a que o mundo fazia dele. Paulo sabia que o cristão
encontra a verdadeira força quando entende as próprias fraquezas e a suficiência de
Cristo (2 Co 12.7-10; Fp 4.11-13).
4.11-13 — Paulo lista as dificuldades que ele sofrera no ministério de Cristo, tanto
problemas físicos como insultos verbais (2 Co 11.22-30).
4.14 — Embora os coríntios, provavelmente, tivessem vergonha de sua conduta, o
objetivo de Paulo quando escreveu era advertir-lhes sobre as sérias consequências de
seus atos. A expressão Como meus filhos amados enfatiza a responsabilidade que os
pais têm de aplicar a disciplina correta com amor.
4.15 — Aos... pais. Paulo usou esses dois termos para fazer a distinção entre seu papel e
o dos mestres coríntios, escravos que cuidavam dos filhos de seus senhores. O apóstolo
era o líder espiritual dos coríntios. Era dele a responsabilidade final por eles e o direito
de ordenar que seguissem seu exemplo.
4.16 — Paulo incentiva seus leitores a serem seus imitadores enquanto ele seguia Cristo
(1 Co 11.1). A palavra se refere ao modo como um aluno imitaria um professor ou ao
modo como um ator desempenharia um papel (1 Co 11.1).
4.17 — Por alguma razão, Paulo não pôde ir de imediato a Corinto, mas confiava em
Timóteo para ensinar devidamente aos coríntios. Timóteo já estava fazendo o que
apóstolo esperava que seus leitores começassem a pôr em prática: seguir o bom
exemplo de Paulo.
4.18-20 — Alguns em Corinto, provavelmente, os preceptores que
causaram dissensões (v. 15), agiam como se Paulo nunca mais fosse voltar para exigir
explicações para as ações deles. Inchados. Tais pessoas eram convencidas e propensas à
jactância. Neste contexto, o Reino de Deus não se refere ao reino futuro de Cristo, mas
ao domínio presente de Cristo no coração de Seu povo. Essa realidade era a garantia de
que Paulo teria poder para expor e disciplinar aqueles que atribulavam a igreja de
Corinto.
4.21 — Paulo usa, neste versículo, a mesma palavra grega rhabdos para vara, usada por
Lucas para descrever o instrumento utilizado para espancar Paulo e Silas (At 16.22-24)-
O termo também é usado de forma figurada para referir-se à autoridade de Cristo para
julgar (Ap 19.15). Deus deu a Paulo autoridade para punir os agitadores em Corinto,
ainda que o apóstolo preferisse não fazer valer tal poder.