O documento descreve os códigos ISO para pastilhas e suportes de torneamento, definindo cada um dos 9 símbolos que compõem os códigos. Também apresenta exemplos de especificações de pastilhas e suportes segundo a norma, além de parâmetros de corte como velocidade de corte, avanço e potência.
1. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Pastilhas e Suportes
Chave de código de pastilha
Chave de códigos ISO para pastilhas intercambiáveis de Torneamento externo.
Extrato ISO 1832 –1985.
O código ISO para pastilhas intercambiáveis inclui 9 símbolos, representados por
Letras e Números, que definem formas, tipos e parâmetros dimensionais das mesmas. O
oitavo e nono símbolos são usados somente quando necessário, e o fabricante pode ainda
adicionar um décimo símbolo opcional, que separado por um hífen pode ser usado por
opções de simbologia própria ou seja especificações do fabricante.
Exemplo de especificação de pastilha:
CNMG 12 04 12 - QM
Figura 41 - Chave de Códigos da pastilha
Definição de parâmetros
1- Formato das pastilhas intercambiáveis
Figura 42 - Formato das pastilhas
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 73
2. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
2- Ângulo de folga das pastilhas
Figura 43 - Ângulo de folga
O - descrição específica
3- Tolerâncias em "S" e "d" (espessura e círculo inscrito)
Figura 44 - Tolerância de
intercambiabilidade
* Varia de acordo com o tamanho da
pastilha.
4- Tipo da pastilha (quebra cavacos e modo de fixação)
Figura 45 - Quebra cavaco
X - formato especial
5- Dimensão da pastilha, em mm
Figura 46 - Tamanho da aresta
Obs: Dimensão de um só
número deve ser precedida de um 0
(zero).
Ex.: 6 mm é indicado por 06.
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 74
3. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
6- Espessura da pastilha, em
milímetro
Figura 47 - Esspessura da pastilha
Exemplo:
02 - S = 2,38 mm
04 - S = 4,76 mm
06 - S = 6,35 mm
7- Raio da ponta, em mm
Figura 48 - Raio da ponta da pastilha
Exemplo:
00 - r = 0
02 - r = 0,2 mm
04 - r = 0,4 mm
06 - r = 0,6 mm
08 - r = 0,8 mm
10 - r = 1,0 mm
12 - r = 1,2 mm
8- Tipo de aresta de corte
Figura 49 - Aresta de corte
F - aresta de corte aguda
T - aresta de corte negativa
9- Direção de avanço
Figura 50 - Direção de corte
R - Right (à direita)
L - Left (à esquerda)
N - Neutra
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 75
4. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
10- Opção do fabricante
O fabricante pode adicionar como décimo símbolo mais 3 opções de simbologia
própria.
Por exemplo:
QF - para operações de acabamento fino
QM - para operações de semi-acabado
QR - para operações de desbaste
Chave de código de suporte
Chave de códigos ISO para suportes porta pastilhas de Torneamento externo.
Extrato ISO 5608 –1980.
O código ISO para suportes porta pastilhas externo inclui 10 símbolos, representados
por Letras e Números que definem formas, tipos e parâmetros dimensionais dos mesmos. O
fabricante pode ainda adicionar um décimo primeiro símbolo opcional, separado por um
hífen, no qual pode fazer uso de opções de simbologia própria, ou seja especificação do
fabricante.
Exemplo de especificação de suporte porta pastilha
PCLNR 20 20 K 12
Figura 51 - Chave de Código do suporte
Exemplo de especificação do sistema de ferramentas modulares "BTS" (Block Tool
System)
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 76
5. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
BT32 P S D N N - 32 40 - 15
Figura 52 - Chave de Código do Block Tool System
Definição de parâmetros
1- Tamanho do BTS (Block Tool System)
Figura 53 - Tamanho do Block Tool
System
b = Largura do acoplamento
2- Sistema de fixação
Figura 54 - Fixação do suporte
C - fixação pela face superior
M - fixação pela face superior e
pelo furo
P - fixação pelo furo
S - fixação por parafuso
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 77
6. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
3- Formato das pastilhas intercambiáveis
Figura 55 - Formato de pastilha
4- Tipo de porta pastilhas
Figura 56 - Tipo de suporte
5- Ângulo de folga da pastilha
Figura 57 - Ângulo folga
6- Sentido de corte
Figura 58- Sentido de corte
R - Right (à direita)
L - Left (à esquerda)
N - Neutra
7- Altura da haste
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 78
7. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Figura 59 - Altura do suporte
* dimensão de um só número deve
ser precedida por 0 (zero) ex.: 8 mm é
indicado por 08.
8- Largura da haste
Figura 60- Largura do suporte
* dimensão de um só número deve
ser precedida por 0 (zero) ex.: 8 mm é
indicado por 08.
9- Comprimento do porta pastilha
Figura 61 - Comprimento do suporte
10- Comprimento da aresta
de corte
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 79
8. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Figura 62 - Comprimento da aresta
Obs: Dimensão de um só
número deve ser precedida de um 0
(zero).
Ex.: 6 mm é indicado por 06.
11- Designação do fabricante
Quando necessário um código suplementar com informações específicas poderá ser
adicionado ao código ISO pelo fabricante.
Parâmetros de corte
Em função do material a ser usinado, bem como da ferramenta utilizada e da
operação a ser executada, o programador deve estabelecer as velocidades de corte, os
avanços e as potências requeridas da máquina. Os cálculos necessários na obtenção de
tais parâmetros são os seguintes:
Velocidade de corte (Vc)
Dependendo do material a ser usinado, a velocidade de corte é um dado importante
e necessário.
A velocidade de corte é uma grandeza diretamente proporcional ao diâmetro e à
rotação da árvore, e é dada pela fórmula:
Onde: Vc = Velocidade de corte ( m/min)
∅ = Diâmetro ( mm)
N = Rotação de árvore (rpm)
Rotação do eixo árvore ( rpm )
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 80
9. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Uma vez definido o valor da velocidade de corte para uma determinada ferramenta
efetuar uma usinagem, a rotação é dada pela fórmula:
Avanço ( f )
O avanço é um dado importante de corte e é obtido levando-se em conta o material,
a ferramenta e a operação a ser executada.
Geralmente nos tornos comando numérico utiliza-se o avanço em mm/rot., mas este
pode ser determinado também em mm/min.
A tabela a seguir mostra o raio de ponta e o avanço em função
da rugosidade superficial.
Raio de ponta (mm)
0,2 0,4 0,8 1,2 1,6 2,4
Valor de Ra
(µm)
avanço (a) mm/v
0,6 0,05 0,07 0,10 0,14 0,14 0,17
1,6 0,08 0,12 0,16 0,20 0,23 0,29
3,2 0,12 0,16 0,23 0,29 0,33 0,40
6,3 - 0,23 0,33 0,40 0,47 0,57
8,0 - - 0,37 0,45 0,51 0,64
Fórmula :
f = Ra . Re
50
sendo :
f = avanço (mm/v)
Ra = Rugosidade (µm)
Re = Raio da ponta da pastilha
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 81
10. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Potência de corte (Nc)
Área de corte para ferramentas de 90 graus
Figura 63 - Área de corte da pastilha
Para evitarmos alguns inconvenientes durante a usinagem tais como sobrecarga
do motor e conseqüente parada do eixo-árvore durante a operação, faz-se necessário um
cálculo prévio da potência a ser consumida, que pode nos ser dada pela fórmula:
Onde:
Ks = Pressão específica de corte ( kg/mm²) (visto em tabela)
ap = Profundidade de corte (mm)
f = Avanço (mm/v)
Vc = Velocidade de corte (m/min)
n = Rendimento (%)
Obs: o rendimento e a potência do motor diferem de um tipo de máquina para
outra, verificar especificações do fabricante.
Exemplo :
Centur 30RV = 7,5Cv
Galaxy= 30Cv
Discovery 4022 = 20Cv
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 82
11. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
Exercícios:
Denominações e observações
Eixo perfilado
Peça
01
Material e dimensões
Aço 1040/5001 Ø 65 x 75
De acordo com o desenho acima, considerando o material. Para efetuar um
desbaste em um torno CNC (Centur 30RV), removendo 2mm de material no raio por
passada. Determine:
• Pastilha =>
• Suporte =>
• Avanço =>
• Velocidade de corte =>
• RPM =>
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 83
12. Iniciação ao CNC Haroldo Torquetti
• Pressão especifica de corte =>
• Profundidade de corte =>
• Potência do motor =>
SENAI – RIBEIRÃO PRETO 84