Este documento discute a importância da logística para a competitividade de empresas no setor alimentício na região de Lucas do Rio Verde, MT. O estudo analisou três empresas e encontrou que o sistema CIF de frete é o mais utilizado, com mais de 68% em cada empresa. As empresas geralmente entregam produtos em uma distância de 101-200 km. Uma logística eficiente é essencial para reduzir custos e atender clientes de forma competitiva.
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Artigo bioterra v20_n2_09
1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 20 - Número 2 - 2º Semestre 2020
A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA PARAA COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS: ESTUDO
NA REGIÃO DE LUCAS DO RIO VERDE - MT
Bruno C. Capellari; Sandra I. H. Bohm; Nádia L. D. Nyari; Geverson T. Bohm
RESUMO
Este estudo tem como objetivo analisar os reflexos da localização geográfica de uma organização diante
do mercado consumidor e sua logística de distribuição, mediante aos fatores críticos como: escassez de
matéria prima e mão de obra, demanda de competitividade sobretudo aquelas situadas longe dos grandes
centros. O estudo foi realizado em três empresas do segmento alimentício região de Lucas do Rio Verde
– MT, através de um estudo de caso com aplicação de um questionário com perguntas fechadas
diretamente aos colaboradores ligados ao setor de logística e distribuição de cada corporação.
Participaram homens e mulheres (76% do gênero masculino) com idade entre 20 a 30 anos (54%) e tempo
de serviço entre 3 a 5 anos (50%). Entre os sistemas estudados, o chamado Sistema de Frete “CIF” é o
mais empregado, com 95% pela Empresa “Z”, 68% pela Empresa “X” e 70% pela Empresa“Y”. Quanto
a produção e logística de distribuição, todas as empresas estudadas possuem uma área de concessão entre
101 a 200 km, com aplicação na sua maioria do Sistema de Frete “Spot” na hora da compra. No entanto
a média investida em Logística Reversa pelas Empresas é em torno de 80%, a qual aplica - se um
diferencial, quando o assunto é competitividade no severo mercado econômico em que vivemos.
Palavras-chave: Logística, Gestão Estratégia, Competitividade, Produção, Insumos.
THE IMPORTANCE OF LOGISTICS FOR THE COMPETITIVENESS OF COMPANIES:
STUDY IN THE REGION OF LUCAS DO RIO VERDE – MT
ABSTRACT
This study aims to analyze the reflexes of an organization's geographic location in the face of the consumer
market and its distribution logistics, by means of critical factors such as: shortage of raw materials and
labor, demand for competitiveness especially those located far from large centers. The study was carried
out in three food companies in the Lucas do Rio Verde region - MT, through a case study with the
application of a questionnaire with closed questions directly to employees linked to the logistics and
distribution sector of each corporation. Participated men and women (76% male) aged 20 to 30 years
(54%) and length of service between 3 to 5 years (50%). Among the systems studied, the so-called Freight
System "CIF" is the most used, with 95% by Company "Z", 68% by Company "X" and 70% by Company
"Y".As for production and distribution logistics, all the companies studied have a concession area between
101 to 200 km, with the majority of the “Spot” Freight System applied at the time of purchase. However,
the average invested in Reverse Logistics by Companies is around 80%, which applies a differential when
it comes to competitiveness in the severe economic market in which we live.
Keywords: Logistics, Strategy Management, Competitiveness, Production, Inputs.
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2. INTRODUÇÃO
No cenário de intensas transformações
impulsionadas pelos avanços tecnológicos, as
integrações comerciais e financeiras e a acirrada
concorrência mundial, faz com que a logística de
distribuição se torne um setor de extrema
importância para as organizações (SAKAI, 2005).
O termo logística teve seu conceito
definido, a partir de estudo realizados por Ballou
(2001) que incluiu todas as atividades importantes
de bens e serviços das organizações aos
consumidores. Entretanto com o passar dos anos
esse termo sofreu algumas alterações, atualmente
com a abertura de novos mercados e a tecnologia
envolvendo todas as fases dos processos
produtivos, as organizações foram obrigadas a se
reinventar, isto é, se adequar e remodelar indo ao
encontro do consumidor final independentemente
da onde ele esteja.
Entretanto para criar vantagens
competitiva é necessário envolver atividades que
antes eram consideradas obsoletas, como o
planejamento de vendas, transporte e
armazenagem de mercadorias. De acordo com a
literatura, Sakai (2005) destaca que para haver um
processo eficiente é preciso planejar, executar e
controlar o fluxo dos insumos e de produtos
(necessários para a produção), fornecedores e de
consumidores finais.
O mesmo autor ainda salienta que cadeia
de suprimentos, nada mais é que uma sequência de
processos e acontecem dentro e entre os diferentes
estágios da cadeia, as quais combinam para
atender as necessidades do cliente. As quais se
dividem sem ciclos, onde começa pelo fornecedor
– ciclo de suprimentos – fabricante – ciclo de
fabricação – distribuição – ciclo de
reabastecimento – varejista – ciclo de pedido e
consumidor final (CHOPRA & MEINDL, 2003).
No entanto a logística é o único meio pelo
qual as empresas conseguem realizar o seu ciclo
operacional de forma completa e eficaz, é através
de suas operações que uma organização pode
alavancar sua lucratividade e credibilidade,
conquistando a confiança, excelência e
competência do mercado consumidor. Olívio
(2013) ressalta que a logística trata de
planejamento, organização, controle e realização
de tarefas associadas à armazenagem, transporte e
distribuição de bens e serviços.
Já a logística de distribuição engloba os
processos de planejamento, execução e controle do
fluxo dos processos de produtos e/ou serviços, a
fim de reduzir sempre os custos e o tempo de
produção, a fim de atender os consumidores da
melhor forma possível e no momento desejado
(SAKAI, 2005).
Esses fatores interferem diretamente a
competitividade entre as organizações, para Sakai
(2005) esse termo pode ser medido através do
desempenho que revela a participação no mercado
interno ou externo e eficiência que indica o
potencial de competitividade, convertendo
produtos com o máximo rendimento. O que
explica a problemática deste estudo, que visa
evidenciar as principais dificuldades encontradas
pelas organizações quanto logística de distribuição
de seus produtos no mercado nacional e
internacional.
Para Porter (2006) a estratégia para ganhar
força nesse mercado é planejar e definir estratégias
a fim de alcançar os reais objetivos
organizacionais, se diferenciando frente aos seus
concorrentes. Ou seja, garantir os estoques para
vendas futuras, pela falta de produtos ou falta de
matérias-primas (BOWERSOX & CLOSS, 2001),
garantindo o potencial de variação da demanda e o
grau de proteção para assegurar a disponibilidade
de seus produtos.
Nesse sentido o objetivo do estudo visa
verificar o impacto da logística para a
competitividade das empresas no segmento de
produção de alimentos localizadas na região de
Lucas do Rio Verde – MT, além de destacar os
impactos como os custos do processo de
escoamento da produção, desafios no crescimento
e competitividade, a fim de demonstrar a
necessidade de se planejar para obter eficiência e
eficácia na operação de suas atividades.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada de maneira
descritiva, através do método indutivo com
abordagem qualitativa. A maneira descritiva
referente ao tema, por ser um assunto já conhecido
3. e a investigação foi elaborada com maior
detalhamento e precisão, de forma que os objetivos
estejam de acordo com a descrição das
características e particularidades dos objetos de
pesquisa, fenômenos e variáveis apresentados.
O método indutivo segundo Richardson
(2011) define como sendo um processo realizado
através de observação a fim de se chegar a
proposições reais. A abordagem qualitativa
pretende – se investigar de maneira adequada a
natureza dos fenômenos sociais. De acordo com
Silva e Menezes (2001) as características da
pesquisa qualitativa se destacam como uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
onde realiza – se a interpretação dos fenômenos e
a atribuição dos significados apresentados.
O objeto de pesquisa refere - se a três
empresas do segmento alimentício (Empresa “X”,
Empresa “Y” e Empresa “Z”) localizadas na região
de Lucas do Rio Verde - MT, tendo como principal
objetivo do presente estudo analisar e identificar o
real impacto do frete na logística de entrega de
produtos, além de verificar as influências sofridas
no decorrer do processo logístico e os desafios de
crescimento nesse segmento.
Para isso o instrumento da pesquisa foi
através de um questionário elaborado por meio de
uma plataforma on-line de pesquisa (denominada
Google Forms) com perguntas objetivas aos
colaboradores envolvidos diretamente na logística
de distribuição de produtos dessas três empresas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A fim de responder a problemática do
presente estudo, participaram dessa pesquisa
homens e mulheres ligados diretamente ao setor de
logística de produtos. Destes 76% são do gênero
masculino e 24% feminino, na faixa etária entre 20
a 30 anos de idade (54%), entre 31 a 40 anos (31%)
e superior a 41 anos de idade (15%).
Com tempo de dedicação dos
colaboradores a organização inferior a 3 anos
(23%), entre 3 anos completos a 5 anos
incompletos (54%) e superior a 5 anos (23%),
destes 31% dos são solteiros, 15% namorando e
54% casados.
Quando questionados sobre e os canais de
distribuição dos produtos e a precificação do frete
pertencentes aos Sistema de Frete “CIF” que refere
– se ao “custo, seguro e frete”, sendo paga na
origem o vendedor fica responsável pelos riscos e
custos do transporte até a entrega do produto e o
Sistema Frete “FOB” quer dizer “livre a bordo”,
nesse caso a responsabilidade fica por conta do
comprador, este assume os custos e os riscos do
transporte (DANTAS, 2005), os colaboradores
responderam conforme a Figura 1.
Figura 1. Sistema de Frete CIF e FOB realizadas pelas três empresas estudadas.
4. Observa-se o sistema CIF é o mais
empregado entre as empresas, onde com 95% pela
empresa “Z”, seguido de 68% da empresa “X” e
70% de carregamento pela empresa “Y”. No
entanto o sistema FOB apresentou – se mais
expressivo, onde 30% pela empresa “Y”, seguido
de 32% pela empresa “X” e 5% pela empresa “Z”.
O sistema de frete CIF ocorre enquanto a
empresa se propõe a entregar o produto no local
escolhido pelo comprador. A empresa que compra
se responsabiliza por todas as despesas intrínsecas
do frete, como transporte seguro e alocação
adequada dos bens de transporte.
O frete FOB é a modalidade que a empresa
vendedora se responsabiliza pelo produto até o
momento do embarque no meio de transporte da
outra empresa.
Segundo Dantas (2005) este fato é devido.
Os sistemas de precificação de frete CIF e FOB são
ajustamento de preço relacionado ao canal de
distribuição. FOB trata-se de um tipo de ajuste em
que a empresa ou a pessoa que compra
responsabiliza- se pelo produto e pelas respectivas
de frete. CIF é quem fabrica responsabiliza-se pelo
produto e pelas despesas de frete (DANTAS, 2005).
AFigura 2 exibe a distância percorrida pelas
empresas para entregar de seus produtos, sendo
inferior a 100 km, de 101 km a 200 km, de 201 km
a 300 km e superior a 300 km de distância do local
de produção até entrega.
Figura 2. Distância percorrida pelas empresas estudadas na entrega de seus produtos.
A empresa “X” entrega 28% de sua
produção a uma distância inferior a 100 km, 44%
entre 101 km a 200 km, seguindo de 23% entre 201
km a 300 km e 5% superior a 300 km de distância.
Para a empresa “Y” apresentou 37% a uma
distância inferior a 100 km, 48% entre 101 km a
200 km, 10% entre 201 km a 300 km e 5% superior
a 300 km de distância. Para a empresa “Z” foi de
22% a uma distância inferior a 100 km, 57% entre
101 km a 200 km, 12% entre 200 km a 300 km e
superior a 300 km de 9%.
Severo Filho (2006) a modalidade
específica com relação aos de custos de transporte
ou custo de logística é definida por retirar: para
quem compra, significa transportado o material
para o armazém do fornecedor até para a sua
empresa, dentro do horário previamente
estabelecido pelo vendedor, pagando as despesas
do seguro.
Segundo Santos et al. (2019) nesse
segmento entra em evidência a roteirização do
transporte, que refere- se a atividade que gere uma
melhor distribuição dos produtos, evitando
desperdício de tempo e de recursos, como podemos
ressaltar a redução de distância e no tempo para
realizar tarefas.
5. Para Chopra & Meindl (2003), afirmam
que: este fator também interfere nos níveis de
estoques e na localização das instalações na cadeia
de suprimentos que tem como foco estratégico a
competitividade dos seus produtos, podendo
contribuir tanto para atender os clientes que exigem
um alto nível de serviços, como aqueles cujos os
custos com transportes são críticos para os seus
resultados (CHOPRA & MEINDL, 2003).
A contratação do serviço de frete envolve a
avaliação de alguns aspectos que vão além do valor
cobrado pela transportadora, como a análise da
qualidade, as condições de pagamento e a
reputação da empresa no mercado, além de definir
os custos e responsabilidades sobre os riscos do
transporte.
Nesse sentido a logística de distribuição
vem como fator relevante nesse processo, já que se
refere a tudo aquilo que envolve o transporte de
produtos (consumidores, clientes, fornecedores e
fabricantes), estoque (armazéns e lojas) e a
localização de cada participante da cadeia logística
ou cadeia de suprimentos, sendo extremamente
importantes no cenário macroeconômico da
sociedade atual (SANTOS et al, 2019).
Cabe ressaltar os benefícios da roteirização
para as organizações, podendo evidenciar a
distância e no tempo para realizar tarefas,
dimensionamento da carga e da frota,
racionalização do uso da mão de obra, melhoria no
controle do processo de carga e descarga, controle
de manutenção da frota e diminuição dos custos de
todo o processo. A Figura 3 reporta a logística de
distribuição de produtos realizadas por parte das
empresas estudadas.
Figura 3. Logística de distribuição de produtos por parte das empresas estudadas.
A logística de distribuição de produtos
realizadas pela empresa “X” realizadas a uma
distância de até 100 km foi 43%, seguida de 45%
entre 101 km a 200 km, 15% entre 201 km a 300
km e 7% superior a 300 km. Para a empresa “Y” foi
de 55% a uma distância de 100 km, 41% entre 101
km a 200 km, 3% entre 201 km a 300 km e 1%
superior a 300 km. Para a empresa “Z” 20% a uma
distância de até 100 km, 54% entre 101 km a 200
km, 18% entre 201 km a 300 km e 8% superior a
300 km. Pode-se perceber que a empresa “X” e a
empresa “Y” obtiveram resultados semelhantes,
enquanto a empresa “Z” apresentou resultados
adversos ao observados.
De acordo com Novaes (2007) a logística é
o processo de planejar, programar e controlar de
maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de
produtos, bem como os serviços e informações
associados, cobrindo desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, como objetivo de atender aos
requisitos do consumidor.
Segundo Antunes & Pugas (2018) para o
6. sucesso de uma empresa, a logística tem papel
fundamental de entregar bens ou serviços ao cliente
dentro das especificações definidas, no tempo
desejado, no local indicado e com um menor custo.
Nesse aspecto se destacam os canais de
distribuição, onde de acordo com Ballou (2006)
que tem como objetivo de realizar a entrega no
tempo certo e com o menor preço.
O transporte é uma área fundamental de
decisões no mix logístico. Excetuando os produtos
adquiridos, o transporte é, dentre as atividades
logísticas, a que absorve a maior percentagem dos
custos. Embora as decisões sobre transportes se
manifestem automaticamente em uma variedade de
formatos, as principais são a seleção do modal, a
roteirização dos embarques, a programação dos
veículos e a consolidação dos fretes (ANTUNES &
PUGAS, 2018).
No entanto para Christopher (2007) é o
processo de gerenciamento estratégico da compra,
do transporte e da armazenagem de matérias-
primas, partes e produtos acabados (além dos
fluxos de informação relacionados) por parte da
organização e de seus canais de marketing, de tal
modo que a lucratividade atual e futura seja
maximizada mediante a entrega de encomendas
com o menor custo associado.
Para que esse sistema funcione temos que
evidenciar tipo de contratação de frete para entrega
dos produtos por parte das empresas. O frete SPOT
ocorre quando uma empresa precisa de um serviço
de transporte, mas por algum motivo precisa ser
feito fora do contrato com as transportadoras que já
fazem parte do grupo de prestadoras de serviço.
Sendo assim, o frete SPOT é acionado
esporadicamente e, em muitos casos, ele só é
utilizado em regime de urgência, haja vista que os
valores cobrados normalmente são bem superiores
aos de um transporte normal, previsto em contrato.
Ou seja, no mercado de frete spot é
acordado todas as despesas relacionadas com o
transporte do produto, como custos com
combustíveis, despesas, seguros, tripulação,
mantimentos, entre outros. Na Figura 4 podemos
observar o tempo de contratação de frete de
mercadorias por parte das empresas estudadas.
Figura 4. Tempo de contratação dos fretes por parte das empresas estudadas.
Podemos analisar que em todas as empresas
o frete tido como spot é a mais utilizada, onde na
empresa “X” obtivemos 89% de contratações de
frete na hora da compra, na empresa “Y” tivemos
87% e na empresa “Z” de 98%. Enquanto a
contratação com certa antecedência tivemos 9%
para a empresa “X”, 10% para a empresa “Y” e 2%
para a empresa “Z”.
Esses tipos de contratações são importantes,
pois nas épocas que não são considerados épocas
de safra esse tipo de frete se torna mais viável
considerando preço que irá ser pago ficará bem
7. mais abaixo que o preço a ser pago com outros tipos
de frete. Essa diferença entre os dois tipos de frete
chega a ter variáveis de 15%, então para muitos
fornecedores fica muito mais vantajoso e impacta
no final da produção/carregamento.
Além do tipo de frete contratado na entrega
de mercadoria outro fator influencia diretamente a
estratégia de distribuição por parte das empresas
que é a logística reversa, que refere - se ao
planejamento e administração dos produtos.
Para Leite (2005), a logística reversa é
definida como: é uma área de logística empresarial
que projeta, arquiteta e monitora o fluxo e as
informações logísticas correspondentes, do
regresso dos bens de pós-venda e de pós-consumo
ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por
meio dos canais de distribuição reversos,
agregando-lhes valor de diversas naturezas:
econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem
corporativa, entre outras (LEITE, 2005).
Lacerda (2002 apud GARCIA, 2006) define
que: logística reversa pode ser entendida como um
processo complementar à logística tradicional, pois
enquanto a última tem o papel de levar produtos de
sua origem dos fornecedores até os clientes
intermediários ou finais, a logística reversa deve
completar o ciclo, trazendo de volta os produtos já
utilizados dos diferentes pontos de consumo a sua
origem. No processo da logística reversa, os
produtos passam por uma etapa de reciclagem e
voltam novamente à cadeia até ser finalmente
descartado, percorrendo o “ciclo de vida do
Produto (LACERDA, 2002).
Segundo Guarnieri (2011), um dos aspectos
mais relevantes para as empresas que adotam a
logística reversa é a diferenciação pelo serviço,
uma vez que atualmente, os varejistas acreditam
que os clientes valorizam as empresas que possuem
políticas mais liberais de retorno de produtos.
Alogística reversa gerencia o inverso de um
processo da logística tradicional. Ou seja, ela trata
do fluxo de materiais do ponto em que são
consumidos até a sua origem. Além disso, ela
também controla o fluxo de informações e
comunicação necessária para que esse processo
seja eficiente. Ela é muito usada em casos de
empresas que reaproveitam produtos ou suas
embalagens, ou recolhem materiais para que
possam ser devidamente descartados ou reciclados.
A logística reversa pode proporcionar
diversas vantagens para uma empresa. Os
benefícios são: Satisfação do Cliente,
Sustentabilidade, Redução de custos, e Adequação
à legislação. Na Figura 5 apresenta a viabilidade
de realizar a logística reversa nas empresas
estudadas.
Figura 5. Viabilidade da logística reversa nas empresas estudadas.
8. Observa-se no gráfico que todas as
empresas estabelecem uma logística reversa, fato
que se enquadra como um diferencial, melhorar o
seu rendimento dentro do mercado econômico,
onde com 78% com relação a empresa “X”, 81%
para empresa “Y” e 90% para a empresa “Z” de
investimento em logística reversa. Nesse aspecto as
empresas precisam avaliar a utilização da logística
reversa como oportunidade de adicionar valor tanto
pela imagem da empresa com relação aos aspectos
ambientais e sustentabilidade quanto ao agregar
serviços. Além disso, a gestão do ciclo de vida do
produto e os custos incorridos ao longo do ciclo
proporcionam redução de custos o que pode gerar
vantagem competitiva para a empresa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fretes são um meio a qual tudo é
transportado, independente de qual local seja seu
destino, então o aumento de seu preço se torna
muito prejudicial para muitas empresas,
principalmente para as empresas de nutrição
animal, pois não são todos os fornecedores que são
maleáveis para esse preço principalmente para
cidades de interior como Lucas do Rio Verde. O
aumento dos custos de frete faz com que as
mercadorias fiquem mais caras, pois os produtores
e embarcadores precisam incluir o valor do
transporte no preço dos insumos fazendo com que
muitas empresas não comprem ou baixem a
quantidade para conseguir equilibrar o seu preço.
A partir da pesquisa e a análise dos
resultados observa-se que as empresas que mais
sofrem impacto do aumento do valor do frete são
empresas de vendas de insumos ou de nutrição
animal, pois além do valor agregado da compra é
colocado o valor do frete, assim não fica
competitivo com as outras empresas tendo assim
que ou tentar vender naquele preço ou abaixar e
levar um prejuízo. Para essas empresas o
crescimento da logística é muito importante pois
conseguem obter preços mais baixos, ou fusão com
outras empresas para maior compra e menor frete.
Apesar de toda a evolução ocorrida no
campo logístico no mundo, hoje no Brasil
evoluímos apenas quanto aos pensamentos e
ficamos apenas na teoria, mesmo que as empresas
tenham tido um crescimento considerável após
organizar e entender a logística, utilizando-a de
forma integrada e, dando a ela dentro de suas
paredes um espaço especial e a considerando como
primordial para seu crescimento, agora chegamos a
uma barreira que para muitos estudiosos do assunto
por muito tempo será considerada o freio no
crescimento econômico brasileiro, a situação de
infraestrutura logística no país.
Para conseguir essa característica é
necessária uma diminuição no custo de frete para
ter competitividade nos preços, pois se todos elevar
o preço em relação ao valor que está o frete todo
mundo irá ficar sem vender. Fazendo assim que os
armazéns fiquem cheios e não tendo aonde colocar
mais matéria prima e assim tendo enfraquecimento
nos portos principalmente de Santos e Paranaguá
que estão na maioria das rotas.
QUESTIONÁRIO
A empresa utiliza quais Sistemas de Fretes o
Sistema CIF ou FOB?
Qual a distância percorrida pela empresa na
entrega de seus produtos?
Como é realizada a logística de distribuição de
produtos por parte da empresa?
Qual o tempo de contratação dos fretes por
parte da empresa?
Qual a viabilidade da logística reversa por parte
da empresa?
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________________________________________
Autores: Bruno C. Capellari, Sandra I. H. Bohm,
Nádia L. D. Nyari e Geverson T. Bohm atuam junto
ao Centro Universitário UniLaSalle, Lucas de
Lucas do Rio Verde - MT, Brasil.
Contatos: Profa. Dra. Nádia L. D. Nyari
E-mail: nadia.nyari@unilasallelucas.edu.br
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