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Piaf – Um Hino ao Amor Chega ao Brasil o  filme  “Piaf – Um Hino ao Amor”,  que narra a história de tristeza e glória de Edith Piaf. Antes de assisti-lo, veja o comentário de Gustavo Catão a respeito do filme.
Quando as luzes se acenderam ao final da projeção de “La Môme”,  confesso que meus olhos estavam marejados.
Com o pouco que conhecia da vida da famosa cantora francesa e me deparando com um filme que acabava de sair do Festival de Berlim entre os indicados ao Urso de Ouro, tudo que eu esperava era uma boa biografia musical e uma excelente atuação de Marion Cotillard, muito elogiada (e premiada) pela crítica internacional.
Eu não estava preparado para uma tragédia. Pois a vida de Edith Piaf pode ser definida assim: trágica. Trágica e ao mesmo tempo gloriosa.
“ Piaf – Um Hino ao Amor” segue cronologicamente (excetuando-se alguns flashbacks) a vida da cantora, começando na triste infância de Edith nas ruas de Paris (a mãe cantava por trocados), a doença que a deixou cega por muitos anos enquanto vivia em um prostíbulo com a avó paterna, o começo da carreira profissional na noite parisiense, quando recebe o apelido de “La Môme Piaf” (Pequeno Pardal), enfim, alguns dos principais acontecimentos que marcaram a sofrida vida da cantora, que também tinha problemas com o alcoolismo e o abuso de drogas.
Acontecimentos que ganham vida através da interpretação magistral de Marion Cotillard. Se a alma de “La Momê” é Edith Piaf, Marion Cotillard é o seu corpo.
Com uma personagem forte nas mãos, a atriz se sobressai em uma interpretação igualmente forte, visceral. Podemos sentir o sofrimento da cantora, sua obsessão com a música.
Seria fácil cair no melodrama, mas Cotillard, nas mãos do diretor Olivier Dahan (“Rios Vermelhos 2: Anjos do Apocalypse”), emociona sem se tornar piegas, se aprofundando nas desgraças na vida da cantora (e acredite, são muitas), mas supera cada obstáculo com uma atitude que não chega a ser blasé, mas um pouco “c’est la vie”.
Durante os 140 minutos de projeção, Cotillard é Edith Piaf. Nenhuma outra personagem se destaca quando comparada à protagonista. Em um mar de caras pouco conhecidas do público brasileiro, Gerárd Depardieu é o único nome que se sobressai, no papel de Louis Leplée, dono de uma casa noturna que descobre o talento de Edith nas ruas de Paris.
Outras figuras importantes na história da atriz, como a amiga Mômone, o boxeador argelino Marcel Cerdan ou a cantora Marlene Dietrich estão presentes, mas figuram apenas para contracenar com Cotillard, estrela indiscutível do filme.
Falando de uma biografia cinematográfica de uma importante cantora do século XX, uma nota sobre a trilha sonora torna-se essencial. Esta, obviamente, é composta de famosas canções da célebre cantora, algumas em interpretações da própria Edith Piaf e algumas na voz da atriz Marion Cotillard.
Destacam-se as obrigatórias “La Vie en Rose”, “Non, Je ne Regrette Rien”, “Padam Padam”, “L'Hymne à l'amour", entre várias outras, como uma belíssima interpretação de “A Marselhesa” na voz da jovem Pauline Burlet.
Contar a vida de uma pessoa através do cinema é uma tarefa difícil. Assim como qualquer gênero muito explorado, este tem seus erros comuns que tornam o filme medíocre.
Freqüentemente um diretor cai no lugar comum da biografia puramente factual e cronológica, revelando-se pouco mais que um narrador de um trabalho jornalístico.
O caminho da dramatização também tem seus buracos, em especial quando se criam enormes dramas em torno de pequenos momentos na vida dos retratados para se pintar uma história “sofrida”.
Dramas estes que nem sempre funcionam, soando muitas vezes falsos. Felizmente, “Piaf – Um Hino ao Amor” foge completamente desta regra.
Os 47 anos de uma vida marcada por tragédias (sinceramente, são tantas que não custa ressaltar esse elemento mais uma vez), abuso de álcool e drogas podem não ser descritos detalhadamente em “La Môme”, mas com certeza são contados belissimamente, um tom muito mais apropriado para a vida de uma artista.
O lançamento no Brasil está programado para final de novembro.
Por Renato Cardoso Piaf “Um Hino ao Amor”  trará aos saudosistas a oportunidade de conhecerem mais amiúde a história da vida desta cantora de tantos sucessos nas décadas de 50, 60. Muitos com certeza esperam com muita ansiedade, pois foi exatamente Edit Piaf, a deusa da música francesa e em uma época em que essas músicas ocupavam altos postos das paradas de sucesso. Por muito tempo depois ela ainda foi lembrada e suas músicas executadas, talvez até por sinalizar com a dor, “tocada” em seu público, por sua ida muito cedo e pela falta que sua voz rouca  e marcante fazia.  Uma das últimas homenagens prestadas à “La Môme”, se deu pela peça “Piaf”, na qual a insuperável Bibi Ferreira deu um show de interpretação (os bauruenses puderam ver). Agora é correr e procurar sentar nas primeiras poltronas do cinema e curtir o que Piaf pode mostrar de maravilhoso. E chorar, se for o caso, com as passagens de sua vida triste e morte prematura.
www.vivendobauru.com.br Ouça a música até seu final ou clique para sair

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Piaf – Um Hino Ao Amor Chega Ao Brasil

  • 1. Piaf – Um Hino ao Amor Chega ao Brasil o filme “Piaf – Um Hino ao Amor”, que narra a história de tristeza e glória de Edith Piaf. Antes de assisti-lo, veja o comentário de Gustavo Catão a respeito do filme.
  • 2. Quando as luzes se acenderam ao final da projeção de “La Môme”, confesso que meus olhos estavam marejados.
  • 3. Com o pouco que conhecia da vida da famosa cantora francesa e me deparando com um filme que acabava de sair do Festival de Berlim entre os indicados ao Urso de Ouro, tudo que eu esperava era uma boa biografia musical e uma excelente atuação de Marion Cotillard, muito elogiada (e premiada) pela crítica internacional.
  • 4. Eu não estava preparado para uma tragédia. Pois a vida de Edith Piaf pode ser definida assim: trágica. Trágica e ao mesmo tempo gloriosa.
  • 5. “ Piaf – Um Hino ao Amor” segue cronologicamente (excetuando-se alguns flashbacks) a vida da cantora, começando na triste infância de Edith nas ruas de Paris (a mãe cantava por trocados), a doença que a deixou cega por muitos anos enquanto vivia em um prostíbulo com a avó paterna, o começo da carreira profissional na noite parisiense, quando recebe o apelido de “La Môme Piaf” (Pequeno Pardal), enfim, alguns dos principais acontecimentos que marcaram a sofrida vida da cantora, que também tinha problemas com o alcoolismo e o abuso de drogas.
  • 6. Acontecimentos que ganham vida através da interpretação magistral de Marion Cotillard. Se a alma de “La Momê” é Edith Piaf, Marion Cotillard é o seu corpo.
  • 7. Com uma personagem forte nas mãos, a atriz se sobressai em uma interpretação igualmente forte, visceral. Podemos sentir o sofrimento da cantora, sua obsessão com a música.
  • 8. Seria fácil cair no melodrama, mas Cotillard, nas mãos do diretor Olivier Dahan (“Rios Vermelhos 2: Anjos do Apocalypse”), emociona sem se tornar piegas, se aprofundando nas desgraças na vida da cantora (e acredite, são muitas), mas supera cada obstáculo com uma atitude que não chega a ser blasé, mas um pouco “c’est la vie”.
  • 9. Durante os 140 minutos de projeção, Cotillard é Edith Piaf. Nenhuma outra personagem se destaca quando comparada à protagonista. Em um mar de caras pouco conhecidas do público brasileiro, Gerárd Depardieu é o único nome que se sobressai, no papel de Louis Leplée, dono de uma casa noturna que descobre o talento de Edith nas ruas de Paris.
  • 10. Outras figuras importantes na história da atriz, como a amiga Mômone, o boxeador argelino Marcel Cerdan ou a cantora Marlene Dietrich estão presentes, mas figuram apenas para contracenar com Cotillard, estrela indiscutível do filme.
  • 11. Falando de uma biografia cinematográfica de uma importante cantora do século XX, uma nota sobre a trilha sonora torna-se essencial. Esta, obviamente, é composta de famosas canções da célebre cantora, algumas em interpretações da própria Edith Piaf e algumas na voz da atriz Marion Cotillard.
  • 12. Destacam-se as obrigatórias “La Vie en Rose”, “Non, Je ne Regrette Rien”, “Padam Padam”, “L'Hymne à l'amour", entre várias outras, como uma belíssima interpretação de “A Marselhesa” na voz da jovem Pauline Burlet.
  • 13. Contar a vida de uma pessoa através do cinema é uma tarefa difícil. Assim como qualquer gênero muito explorado, este tem seus erros comuns que tornam o filme medíocre.
  • 14. Freqüentemente um diretor cai no lugar comum da biografia puramente factual e cronológica, revelando-se pouco mais que um narrador de um trabalho jornalístico.
  • 15. O caminho da dramatização também tem seus buracos, em especial quando se criam enormes dramas em torno de pequenos momentos na vida dos retratados para se pintar uma história “sofrida”.
  • 16. Dramas estes que nem sempre funcionam, soando muitas vezes falsos. Felizmente, “Piaf – Um Hino ao Amor” foge completamente desta regra.
  • 17. Os 47 anos de uma vida marcada por tragédias (sinceramente, são tantas que não custa ressaltar esse elemento mais uma vez), abuso de álcool e drogas podem não ser descritos detalhadamente em “La Môme”, mas com certeza são contados belissimamente, um tom muito mais apropriado para a vida de uma artista.
  • 18. O lançamento no Brasil está programado para final de novembro.
  • 19. Por Renato Cardoso Piaf “Um Hino ao Amor” trará aos saudosistas a oportunidade de conhecerem mais amiúde a história da vida desta cantora de tantos sucessos nas décadas de 50, 60. Muitos com certeza esperam com muita ansiedade, pois foi exatamente Edit Piaf, a deusa da música francesa e em uma época em que essas músicas ocupavam altos postos das paradas de sucesso. Por muito tempo depois ela ainda foi lembrada e suas músicas executadas, talvez até por sinalizar com a dor, “tocada” em seu público, por sua ida muito cedo e pela falta que sua voz rouca e marcante fazia. Uma das últimas homenagens prestadas à “La Môme”, se deu pela peça “Piaf”, na qual a insuperável Bibi Ferreira deu um show de interpretação (os bauruenses puderam ver). Agora é correr e procurar sentar nas primeiras poltronas do cinema e curtir o que Piaf pode mostrar de maravilhoso. E chorar, se for o caso, com as passagens de sua vida triste e morte prematura.
  • 20. www.vivendobauru.com.br Ouça a música até seu final ou clique para sair