1. ROMAGEM DOS AGRAVADOS
Apresentada no ano de 1933, ao já então rei de Portugal, D. João III, quando do nascimento de
seu filho o infante D. Felipe, a obra pertence à terceira fase do teatro vicentino.
CLASSIFICAÇÃO DA OBRA: farsa de caráter satírico, apesar de aparecer no livro das
Tragicomédias. Romagem dos agravados significa romaria dos ofendidos. A fala inicial de Frei
Paço é a chave da sátira da Romagem.
PERSONAGENS: Frei Paço, João Mortinheira e Bastião seu filho, Bereniso e Colopêndio
fidalgos, Marta do Prado e Branca do Rego regateiras, Cerro Ventoso, Frei Narciso, Aparício
Eanes e sua filha Giralda, Domicília e Dorosia freiras, Hilária e Juliana pastoras.
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA OBRA: a peça é formada por 1110 versos em redondilhas
maior, divididos em estrofes de cinco versos cada, exceto a canção que fecha a peça, com o
seguinte esquema de rimas ABBAB.
Fellipe-Antonio observa as seguintes características na peça:
As personagens como tipos prefigurados e já conhecidos do público (lavradoras, pastoras,
freiras, freires, fidalgos, regateiras ...);
A acumulação de casos que dão corpo as personagens;
as personagens desfilam a moda de procissão dando ao título da peça uma nova dimensão
expressiva;
As personagens que se incorporam à cena são apresentadas por outra já conhecida (Frei Paço)