O documento analisa as primeiras estrofes do poema "Os Lusíadas" de Luís de Camões. Resume que a ordem das estrofes é inversa à normal para enfatizar os feitos portugueses. Interpreta que o poeta pretende tornar conhecidos mundialmente os reis e heróis portugueses que expandiram a fé cristã, superando os da Antiguidade. Explica os quatro planos estruturais presentes na introdução da obra: a viagem, história de Portugal, o poeta e figuras mitoló

1. A inversão da ordem sintáctica, que engloba as duas estâncias iniciais, pode tornar difícil,
à primeira leitura, a compreensão do texto. A ordem normal seria esta:
“Cantando espalharei por toda a parte”
“Se a tanto me ajudar o engenho e a arte”
“As armas e os barões assinalados”
Homens ilustres que fundaram
o império português do Oriente
Através da poesia, se tiver
talento para isso, tornarei
conhecidos em todo o mundo:
“As memórias gloriosas/Daqueles Reis…”
Os reis que expandiram a fé
cristã e o império português
“E aqueles que (…)/Se vão da lei da Morte libertando”
INTERPRETAÇÃO DA PROPOSIÇÃO (Primeiras duas estâncias)
Todos os portugueses dignos
de admiração pelos seus feitos

2. “Que eu canto o peito ilustre Lusitano”
“Cessem do sábio Grego e Troiano”
Por isso acabem com a fama das
grandes navegações de Ulisses e
Eneias
Eu canto os heróis portugueses
“Cale-se de Alexandro e de Trajano”
Calem a fama das vitórias de
Alexandre Magno e do imperador
Trajano
INTERPRETAÇÃO DA PROPOSIÇÃO (Terceira estância)
“Cesse tudo o que a Musa antiga canta” em suma: acabe tudo o que é
epopeia antiga
“Que outro valor mais alto se alevanta”
Porque agora surge um valor
que supera os da Antiguidade: o
povo português.

3. Os quatro planos estruturais do poema estão
presentes na Proposição:
-Plano da Viagem
-Plano da História de Portugal
-Plano do Poeta
-Plano dos deuses (o maravilhoso)
Na proposição estão patentes os quatro planos
da obra:

4. Figuras de Estilo
Sinédoque: exprime o todo pela parte ou vice-versa.
Ex: “… da Ocidental praia Lusitana” (Portugal)
Outro exemplo:
a) Não tem um teto para viver. (casa); O português é valente. (portugueses)
Antonomásia: é uma figura de linguagem caracterizada pela substituição de
um nome próprio por uma expressão que lembre uma qualidade, característica
ou facto que de alguma forma o identifique.
Ex: “Cessem do sábio Grego e do Troiano” = Ulisses, herói da Odisseia
“Cessem do sábio Grego e do Troiano” = Eneias, herói da Ilíada
Outros exemplos:
O rei do pop = Michael Jackson; o rei do futebol = Pelé
Perífrase: uso de muitas palavras para se dizer aquilo que se podia dizer em
poucas.
Ex: “Se vão da lei da Morte libertando” (os que se vão imortalizando)
Outros exemplos:
Em três tempos, fez os trabalhos de casa (rapidamente)
Hipérbato: é uma inversão violenta da ordem das palavras.
Ex: “Cessem do sábio Grego e do Troiano/As navegações grandes que
fizeram;” (Cessem as grandes navegações que o sábio Grego e o Troiano
fizeram).
Ex: “Cale-se de Alexandre e de Trajano/ A fama das vitórias que tiveram;”
(Cale-se a fama das vitórias que Alexandre e Trajano tiveram).
Outro exemplo:
"Casos que o Adamastor contou futuros" (L. Camões)