1) O documento analisa as políticas de acesso aberto das dez principais editoras universitárias brasileiras. 2) Foi constatado que a maioria possui livros digitais disponíveis, porém poucas têm uma política formal de acesso aberto. 3) A ausência de política pode fragilizar as ações de gestão dos acervos digitais e direitos autorais.
Implantação e padronização de dados em Repositórios Institucionais
Análise do panorama das editoras universitárias brasileiras referente a política de acesso aberto
1. Análise do panorama das editoras universitárias brasileiras
referente a política de acesso aberto
• Lilian Aguilar Teixeira - Universidade de Coimbra
• Rogério Ferreira Marques - Universidade Federal da Paraíba
• Robson de Paula Araujo - Universidade de São Paulo
• Ana Cláudia Lopes de Almeida - Universidade Federal da Paraíba
2. Introdução
A Editora Universitária é uma das principais fontes da divulgação
científica e seus procedimentos editoriais sofreram mudanças nos
últimos anos: o tipo de suporte e as possibilidades de acesso são
processos novos. Estes necessitam de reestruturação, de
gerenciamento e de recursos para alinharem-se de acordo com o papel
relevante que a editora universitária possui de divulgação científica e
de acesso ao conhecimento, sendo estes os objetivos que se engajam
com o compromisso institucional da universidade, um espaço difusor
do conhecimento gerado.
3. Contexto
O setor editorial mundial passa por mudanças com objetivo de tornar mais acessível e de
forma mais articulada a sua produção, sendo essencial a utilização dos benefícios
tecnológicos, agregando o formato digital às suas publicações.
No Brasil, em uma pesquisa realizada por Dourado (2012) com o objetivo de examinar
websites de editoras universitárias brasileiras, identificou-se que 120 editoras
universitárias possuem websites e 25 destas publicam suas obras em formato digital
(21%).
Em um estudo de Bufrem (2015), que abordou as editoras das universidades federais,
identificou-se no site e-MEC que o Brasil conta com 318 universidades e centros
universitários e, destes, 63 são universidades federais (20%) e, dentre estas, 45 (ou 71%)
possuem editoras próprias.
4. Objetivo
Este estudo tem como objetivo identificar a política e os
livros em acesso aberto das editoras universitárias
públicas, analisando as dez primeiras universidades
brasileiras de acordo com o Ranking Universitário da
Folha de São Paulo (RUF) de 2019.
5. Metodologia
Através de uma pesquisa documental e exploratória
com abordagem qualitativa, esta pesquisa analisou se
as editoras universitárias disponibilizam suas políticas
e seus livros em acesso aberto.
7. Universidade de São Paulo (USP)
1) Universidade de São Paulo (USP): a Editora da USP publica livros em acesso aberto e
em seu site (lançado em 2017), no momento da pesquisa (março e abril de 2020),
constavam apenas 15 itens no catálogo (atualmente são 385), porém não possui uma
política exclusiva para livros de acesso aberto.
8. Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
2) Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP): não obtivemos respostas através de e-
mails e redes sociais; no site da Editora da UNICAMP constam alguns livros digitais disponíveis
apenas para venda.
9. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
3) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ): Já na Editora da UFRJ somente a partir
de abril de 2020, em comemoração aos 100 anos da editora, foram disponibilizadas 100
publicações em acesso aberto. Em relação a política, a mesma está em andamento e, assim
que finalizada, será publicada nos boletins de serviços da instituição.
10. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
4) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG): a Editora da UFMG disponibiliza os
livros em acesso aberto em seu site, contudo não existe uma política para publicação.
11. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
5) Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): a Editora da UFRGS publica
diversos títulos em acesso aberto utilizando a plataforma SciELO Livros e o Repositório
Institucional da instituição (LUME), atualmente existem 75 livros digitais. No momento não
existe política de acesso aberto aprovada, pois esta se encontra em conclusão junto ao
conselho editorial, que já realizou algumas reuniões a respeito.
12. Universidade Estadual Paulista (UNESP)
6) Universidade Estadual Paulista (UNESP): em sua página eletrônica a Editora da
Unesp não mostra informações sobre política de acesso aberto e não foi obtido êxito nos
contatos realizados via e-mail e redes sociais para obtenção de informação sobre a política;
porém, em consulta ao site foram identificados livros digitais com acesso mediante cadastro.
13. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
7) Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): a Editora da UFSC não retornou os
contatos; verificamos em seu site que não constam informações sobre política de acesso
aberto, porém existe acesso livre para download de 57 livros publicados em e-books
(atualmente são 65).
14. Universidade Federal do Paraná (UFPR)
8) Universidade Federal do Paraná (UFPR): em contato com a Editora da UFPR,
foi informado que não consta uma política de acesso aberto e que existiam apenas 35
obras disponíveis para baixar gratuitamente (atualmente 58 obras).
15. Universidade de Brasília (UnB)
9) Universidade de Brasília (UnB): a Editora da UnB disponibiliza alguns títulos em
acesso aberto, que atualmente podem ser acessados no site de livros da UnB, porém
ainda não existe uma política exclusiva de acesso aberto e os outros títulos são
disponibilizados após consideração da diretoria e equipe comercial.
16. Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
10) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): a Editora da UFPE tem todos os
seus livros digitais publicados em acesso aberto, porém a diferença entre eles é que alguns
destes livros estão disponíveis para downloads e outros não. Ainda não existe uma política
de acesso aberto publicada em boletins de serviço institucionais.
17. Considerações
O levantamento foi realizado em contato com os diretores e/ou responsáveis pelas editoras e,
na ausência de algumas respostas, foram realizadas análises das informações em seus sites e
em suas redes sociais. Das sete editoras que obtivemos retorno, verificamos que todas
possuem livros em acesso aberto. Em relação à política de acesso aberto, uma nos respondeu
que realizou reuniões referente ao assunto no conselho editorial, mas ainda não publicou tal
política. Nas outras três editoras que não conseguimos contato não foram identificadas em
seus sites a existência desta política, porém numa destas existem livros em acesso aberto, na
outra o acesso é permitido mediante cadastro e na última o livro digital é comercializado.
A ausência de uma política de acesso aberto pode significar situação de fragilidade, uma vez
que esta, se trata de documento fundamental para embasar as ações de gestão em todo o
processo de disponibilização, trato de documentos digitais e dos direitos autorais.
18. Referências
Amaral, S. A.; Guimarães, T. P. (2008). Websites de unidades de informação como ferramentas de
comunicação com seus públicos. Enc. Bibl R. Eletr. Bibliotec. C. Inf, 26.
Belloni, I. Função da universidade: notas para reflexão. (1992). In: Brandão, Z. et al. Universidade e
educação. São Paulo: Papirus.
Bufrem, L. S. (2015). Editoras universitárias no Brasil: uma crítica para a reformulação prática. São Paulo:
Edusp; Com-Arte.
Dourado, S. M. (2012). Identificando a inovação editorial na cadeia produtiva do livro universitário
brasileiro. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade Federal da Bahia.
Morhy, L. (org.). (2003). Universidade em questão. v. 1. Brasília: Ed. UNB.
Rosa, F. ; Shintaku, M.; Meirelles, R. F.; Barros, S. ; Hoffmann, C. S. (2013). A presença das editoras
universitárias nos acervos dos repositórios institucionais. R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão Preto, 4(2): 152-164.
19. Muito obrigado!
Lilian Aguilar Teixeira
Universidade de Coimbra (lilian.teixeira@ufms.br)
Rogério Ferreira Marques
Universidade Federal da Paraíba (rogerioferreiramarques1@gmail.com)
Robson de Paula Araujo
Universidade de São Paulo (robsonpa@usp.br)
Ana Cláudia Lopes de Almeida
Universidade Federal da Paraíba (ana.lopesjp@gmail.com)